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GEIPOT APRESENTAÇÃO. CARLOS ALBERTO WANDERLEY NOBREGA Diretor-Presidente

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APRESENTAÇÃO

Devido a posição estratégica que os portos ocupam no processo de desenvolvimento e promoção do comércio exterior brasileiro e considerando as constantes ponderações de usuários relativas aos elevados preços dos serviços portuários, o Ministério dos Transportes determinou ao GEIPOT a elaboração de estudo para atualizar e avaliar os preços destes serviços nos principais portos brasileiros.

Estes estudos contemplaram os portos de Fortaleza, Recife/Suape, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá e Rio Grande. Para cada um destes portos foram realizados levantamentos de dados e informações junto às Administrações Portuárias e principais usuários dos terminais portuários, armadores e proprietários das cargas movimentadas. Os dados pesquisados correspondem a escalas de navios ocorridas no período de 1997.

Os preços dos serviços portuários foram analisados considerando seus componentes básicos, quais sejam, os custos de movimentação das mercadorias e as despesas com a entrada e saída dos navios em cada porto, sendo avaliados e analisados os preços de todos os seus itens.

Este trabalho caracteriza-se como etapa inicial de um processo de avaliação dos preços destes serviços, que em função de sua dinâmica, requer atualizações permanentes, de modo a identificar as parcelas de custos que refletem no chamado “Custo Brasil”, e assim, contribuir para as ações necessárias a sua redução e até mesmo eliminação.

Registram-se os agradecimentos do GEIPOT às Administrações Portuárias, aos principais usuários dos portos - armadores e donos de mercadorias - entidades de classe, agentes marítimos, operadores portuários, que direta ou indiretamente, contribuíram para o êxito da realização deste trabalho.

CARLOS ALBERTO WANDERLEY NOBREGA Diretor-Presidente

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EQUIPE TÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS DE TRANSPORTE - DEPRO

Francisco Rocha Neto

EQUIPE DO PROJETO

Antonio Gerardo de Oliveira Antunes Carlos Roberto Landim - (tempo parcial)

Francisco Duarte Ferreira Filho (tempo parcial) Hélio José da Silva - Chefe do Projeto

José Gerardo de Mesquita Marina Ester Faleiro Parente Nelson Machado Fagundes

CONSULTORES

Antonio Dutra Duhá Marcos Martins Soares

Petrônio Sá Benevides Magalhães APOIO EM SÃO PAULO

Flávio Lyra

Luiz Tsutomu Matsmura Renê Cury

COLABORADORES Cleuza Ferreira Santos Marcos Vinicius de Oliveira

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ... CAPÍTULO 2 - ANTECEDENTES ... CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS BÁSICOS ... 3.1 - COMPOSIÇÃO DOS PREÇOS DOS SERVIÇOS ... 3.1.1 - Despesas com Movimentação de Mercadorias... 3.1.2 - Despesas com Entrada e Saída dos Navios... 3.2 - DEFINIÇÃO DAS DESPESAS... ... 3.2.1 - Custos de Manuseio... 3.2.2 - Taxas Portuárias...

.

3.2.3 - Custos com a Entrada e Saída dos Navios... 3.2.4 - Custos Adicionais... 3.3 - CRITÉRIOS PARA OS CÁLCULOS DAS DESPESAS... 3.3.1 - Despesas de Movimentação... 3.3.2 - Despesas de Entrada e Saída... CAPÍTULO 4 - PREÇOS DOS SERVIÇOS PORTUÁRIOS... 4.1 - RESULTADOS OBTIDOS... ... 4.2 - ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS... 4.2.1 - Custos dos Serviços Portuários para Contêineres... 4.2.2 - Custos dos Serviços Portuários para Granéis Sólidos... 4.2.3 - Custos de Movimentação de Carga Geral Solta... CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES... 5.1 - Conclusões... 5.2 - Recomendações... 5 6 7 9 9 10 10 10 11 11 12 12 12 13 14 14 35 35 42 44 46 46 46

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

O tema “preços dos serviços portuários” tem sido objeto de preocupação do Ministério dos Transportes a partir das sucessivas e continuadas manifestações acerca de sua influência no denominado “Custo Brasil”.

Ao lado das ações que vêm sendo adotadas para enfrentar e eliminar disfunções, através de um consistente Programa de Modernização dos Portos, o Ministério dos Transportes determinou ao GEIPOT a realização de estudos e pesquisas para avaliação dos preços dos serviços portuários praticados nos principais portos do Brasil.

Análises preliminares elaboradas no primeiro semestre de 1997 indicaram, principalmente, a necessidade de ampliação e atualização da base de dados, em decorrência dos condicionantes que limitaram sua elaboração. Esta análise apontou também pela necessidade de se incluir os portos de Fortaleza, Recife/Suape e de Salvador, contemplando, assim, portos localizados na região nordeste e que exercem papel importante nas trocas de mercadorias com o mercado exterior.

A atualização e ampliação do estudo teve como objetivo básico identificar, analisar e avaliar os preços dos serviços praticados em cada porto objeto do estudo, que permitiu em termos comparativos, a verificação das discrepâncias e suas causas. A pesquisa foi realizada junto às unidades portuárias, com levantamento criterioso dos preços dos serviços em cada etapa do processo de carregamento e descarga, das movimentações portuárias ocorridas entre o portão de entrada ou saída do porto até o embarque ou desembarque no navio.

Nos estudos, apresentam-se conceitos e definições dos serviços, procedimentos das pesquisas para determinação das faixas de preços praticados nos portos de Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá e Rio Grande. A sua realização permitiu a formação e consolidação de critérios mais adequados ao atual cenário de transição da exploração dos portos brasileiros, como também induziu a adoção de novos procedimentos para as pesquisas de campo e promoveu a adequação metodológica para futuros estudos.

Neste sentido o GEIPOT realizou novos trabalhos de pesquisa e sistematização para uma determinação mais acurada dos preços dos serviços portuários. Os resultados obtidos, representam avanços no que diz respeito aos procedimentos de coleta, à amplitude e abrangência das informações e ao universo da amostragem dos dados.

A ampliação da equipe de técnicos e consultores que participaram dos trabalhos, associada ao apoio de autoridades portuárias e de diversas entidades atuantes nos portos e no transporte marítimo, permitiram ampliar o número dos portos investigados, bem como maior segurança quanto aos resultados da pesquisa.

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CAPÍTULO 2 - ANTECEDENTES

Nessas duas últimas décadas passadas observou-se a realização e publicação de alguns estudos, de forma direta ou indireta, por parte do Governo Federal, através do Ministério dos Transportes, para conhecimento dos preços praticados nos portos brasileiros.

O primeiro que se tem registro ocorreu em 1979, quando a extinta PORTOBRÁS apresentou a participação das despesas portuárias para movimentação dos dez produtos mais importantes ocorrida nos mesmos portos ora estudados, exceto Fortaleza, Suape e Salvador. Os resultados dos estudos foram apresentados no documento “Influência dos Custos Portuários no Preço dos Principais Produtos de Exportação”, contendo a incidência das tarifas portuárias, da estiva, do transporte terrestre, do frete e da conteinerização nos produtos neles transbordados. Este estudo foi atualizado em 1982, entretanto, mantendo o tratamento para os mesmos produtos em cada porto estudado anteriormente.

Na década seguinte, foi realizado o estudo “Tarifa Portuária - Análise Comparativa entre as Situações nos Portos Brasileiros e Estrangeiros” - Ministério dos Transportes (1987), elaborado pela PORTOBRÁS e pelo GEIPOT, onde se contou com a participação do LLOYD BRASILEIRO e da SUNAMAM (atual DMM).

Em 1989, esse estudo foi atualizado e ampliado pela PORTOBRÁS, com nova denominação de “Estudo Comparativo sobre Custos Portuários” e contou com a participação do Instituto Brasileiro de Siderurgia - IBS, da Associação de Siderurgias Privadas - ASP, da Associação de Comércio Exterior do Brasil - AEB e também do LLOYD. Três anos depois, ou seja, em 1991, este trabalho foi novamente atualizado por técnicos da PORTOBRÁS, com tratamento monetário ou cambial e, novamente, recebeu outra denominação “Estudo sobre Custos Portuários - Comparativo entre Portos Brasileiros e Estrangeiros”.

Finalmente, em setembro de 1993 o GEIPOT, após estudos e pesquisas sobre o assunto, publicou o trabalho realizado por seus técnicos, denominado “ O Modelo Portuário Brasileiro e a Realidade Internacional - Avaliação dos Preços dos Serviços Portuários”.

Todos esses trabalhos foram editados pelas entidades promotoras citadas, entretanto tiveram circulação restrita, exceto o primeiro e o último.

Recentemente o GEIPOT elaborou análises preliminares para determinação dos preços dos serviços portuários nos principais portos do Brasil, para seu uso interno e base para o acompanhamento da evolução dos valores praticados durante e após as mudanças gerenciais que vêm ocorrendo no subsetor portuário e também após a sua consolidação.

Este relatório apresenta a síntese dos resultados dos serviços realizados pelo GEIPOT para atualização e ampliação daquelas análises.

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CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS BÁSICOS

Inicialmente foram selecionados os principais produtos para cada porto contemplado pelos estudos, (Quadro1) conforme a sua importância apresentada pelas respectivas administrações portuárias.

QUADRO 1

PRODUTOS SELECIONADOS, SEGUNDO O PORTO OBJETO DO ESTUDO 1997

Porto

Produtos

Fortaleza

Contêineres, trigo a granel, algodão em fardos, cimento em sacos.

Recife

Contêineres, trigo a granel, açúcar em sacos e pré-lingados, bobinas de

papel e malte

Suape Contêineres

Salvador

Contêineres, trigo a granel, celulose.

Vitória

Contêineres, trigo granel, malte, mármore e granito, celulose / bobinas

de papel, automóveis.

Rio de Janeiro Contêineres, trigo a granel, açúcar em sacos

Santos

Contêineres, trigo a granel, açúcar em sacos, soja e farelos,

fertilizantes

Paranaguá

Contêineres, soja e farelo, fertilizantes e açúcar

Rio Grande

Contêineres, soja e farelo e fertilizantes

Em seguida, foram selecionadas as entidades prestadoras de serviços e usuárias para serem entrevistadas na área de atuação em cada porto e elaboradas as questões a serem abordadas nas entrevistas. Na ocasião foram escolhidas amostras de ocorrências e despesas realizadas para o maior número de navios possível, no decorrer do ano de 1997.

Além das Administrações dos Portos, foram contatadas diversas entidades representativas dos usuários dos portos, destacando-se o Centro Nacional de Navegação Transatlântica - CNNT e o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima -SYNDARMA. Foram entrevistadas mais de uma centena de empresas e instituições atuantes nos portos estudados, tanto aquelas ligadas à armação (proprietários de navios) e ao carregamento e descarga das embarcações (operadores portuários), quanto ao atendimento e proteção dos navios (agentes de navegação marítima) e à carga (donos, transitários e comissárias de despachos), com aplicação de 265 questionários. A Tabela 1 contém a síntese das instituições pesquisadas.

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DISCRIMINAÇÃO/PORTOS FORTALEZA RECIFE SUAPE SALVADOR VITÓRIA RIO DE JANEIRO 1-PRODUTOS Açúcar X X Algodão X Bobinas de Papel X X Celulose X X Cimento X X Contêiner X X X X X X Fertilizantes Malte X X Mármore/Granito X Milho (*) X X

Soja e Farelo de Soja

Trigo X X X 2-EMPRESAS/ENTIDADES 6 16 5 8 31 14 PESQUISADAS Administrações Portuárias 1 1 1 1 1 1 Agentes e Oper. Portuários 3 13 2 5 27 4 Companhias de Navegação 1 1 2 Donos de Mercadorias 6 Entidades de Classe 2 2 2 1 2 1 3-QUESTIONÁRIOS 4 19 2 24 27 45 APLICADOS 4-QUESTIONÁRIOS 4 19 2 24 20 41 RESPONDIDOS 5-QUESTIONÁRIOS 4 17 2 15 19 35 UTILIZADOS (*) Inclusive trigo

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Após o tratamento das informações e dos dados necessários ao desenvolvimento dos trabalhos, efetuou-se a análise cuidadosa da consistência de cada amostra desagregada, objetivando a seleção dos quantitativos e dos valores para, finalmente, serem considerados representativos e confiáveis para serem computados nos estudos.

Em seguida, os números foram considerados, navio por navio, de acordo com a metodologia e condições adequadas para cada caso, buscando-se alcançar a melhor representatividade dos quantitativos de cada produto ou carga selecionado, juntamente com a boa qualidade dos valores obtidos para sua movimentação no porto em estudo. Os casos que não atenderam tais condições foram expurgados das planilha de trabalho.

Em diversas ocasiões, durante o transcurso dos trabalhos, alguns condicionantes dos termos de referência e dos procedimentos metodológicos tiveram que ser adaptados ou alterados para atender às características e às especificidades de cada porto e também as situações não previstas inicialmente, encontradas durante as pesquisas e no tratamento dos dados.

Separadas as amostras e definidas as quantidades adequadas, os valores dos preços dos serviços foram agregados e destacados segundo os dois principais tipos de serviços prestados em cada porto, isto é, as despesas com a movimentação de mercadorias e as com a entrada e saída dos navios.

3.1 - COMPOSIÇÃO DOS PREÇOS DOS SERVIÇOS

Os valores dos serviços portuários correspondem ao conjunto de despesas efetuadas pelos usuários – transportadores e donos de mercadorias - em razão do uso dos serviços prestados e em contrapartida às diversas vantagens ofertadas e usufruídas para atendimento aos navios e ao transbordo e movimentação das mercadorias transportadas, com vistas a integração com os outros modos de transportes. Aquelas despesas foram classificadas em dois grupos, quais sejam:

• Despesas com movimentação de mercadorias; • Despesas com entrada e saída dos navios.

3.1.1 - Despesas com Movimentação de Mercadorias

As despesas com movimentação das mercadorias foram subdivididas em custos de manuseio e taxas portuárias.

As primeiras correspondem às despesas com a estiva e desestiva das embarcações, com os conferentes e consertadores de cargas, a peação e despeação de volumes e contêineres, remuneração dos trabalhadores que atuam nas instalações portuárias (arrumadores ou empregados das administrações portuárias), além do aluguel de material de estiva, da vistoria de lacres, taxas de administração da estiva, e outras despesas.

Os pagamentos efetuados às administrações dos portos, através das taxas portuárias, foram destacados como: utilização da infra-estrutura marítima, utilização da infra-estrutura terrestre, equipamentos e locação de mão-de-obra terrestre - de modo a permitir o acompanhamento da participação relativa desse item na composição das despesas.

Os valores obtidos em algumas amostras de navios, correspondentes às despesas com pré-estivagem não foram considerados nos custos portuários, em face da tendência observada de eliminação destes serviços, em razão da modernização da operação portuária. Além do que, efetivamente, esta atividade não faz parte das operações de carregamento dos navios.

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Também não estão incluídas as despesas com armazenagem, por serem estas um componente extremamente variável e que nem sempre ocorrem, e ainda, sua cobrança poderá incidir sobre o valor da mercadoria ou sobre o seu peso.

3.1.2 - Despesas com Entrada e Saída dos Navios

Estas despesas foram subdivididas em custos básicos e custos adicionais. O primeiro conjunto abrange as despesas com práticos e lanchas, rebocadores, taxas de atracação ou acostagem (também denominadas de Utilização da Infra-estrutura de Acostagem), defensas e amarradores, o agenciamento, além das despesas de despacho, de tradução de manifestos, de vigias de portaló e outros custos administrativos de atendimento ao navio.

No segundo conjunto foram incluídas as despesas relativas à cobrança da Tarifa de

Utilização de Faróis – TUF, a qual não foi considerada no valor global das despesas portuárias. 3.2 - DEFINIÇÃO DAS DESPESAS

Para melhor compreensão e entendimento dos conceitos e da terminologia adotada neste trabalho, apresenta-se a definição dos principais itens componentes dos preços dos serviços estudados para a movimentação de mercadorias e para a entrada e saída dos navios - custos de manuseio, taxas portuárias, custos básicos e adicionais.

3.2.1 - Custos de Manuseio

São as despesas desembolsadas pelo armador do navio ou pela empresa de navegação, no caso de serviços de linha regular ou liners (contêineres e carga geral variada) ou pelo dono das mercadorias (importador ou exportador), no caso de navios afretados ou tramps (carga geral homogênea ou granéis). Integram estas despesas os itens constantes do Quadro 2.

QUADRO 2

COMPONENTES DOS CUSTOS DE MANUSEIO 1997

Estiva/Desestiva Pagamento de mão-de-obra avulsa para os serviços a bordo do navio

(estivadores), inclusive taxa de administração.

Conferentes Despesas com mão-de-obra avulsa para os serviços de conferência das cargas

nas operações de carregamento e descarga. Administração da

Estiva Taxas pagas aos Sindicatos de Mão-de-Obra Avulsa ou ao OGMO (Órgão Gestor de Mão-de-Obra) para administração do fornecimento da mão-de- obra avulsa.

Consertadores Despesas com mão-de-obra avulsa para consertar sacarias, fardos e outras

embalagens.

Peação / Despeação Dispêndios com a mão-de-obra de trabalhadores avulsos (em geral de Bloco), utilizada na fixação dos contêineres nas baias e conveses dos navios.

Rechego Despesas com mão-de-obra e equipamentos nos serviços de ajuntamento das

cargas a granel, no final da descarga, inclusive a limpeza dos porões, bem como na complementação de carregamentos.

Arrumadores/

Portuários Despesas com mão-de-obra avulsa para a execução de serviços em terra, quando não fornecidos, pela administração portuária.

Outros Custos de aluguel de material de estiva, vistoria de lacres, horas extras,

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3.2.2 - Taxas Portuárias

Constitui-se dos valores pagos à administração do porto, em geral por unidade de carga movimentada (por contêiner ou por tonelada), Quadro 3, e correspondem aos seguintes serviços ou vantagens usufruídas:

QUADRO 3

COMPONENTES DAS TAXAS PORTUÁRIAS 1997

Utilização da Infra-estrutura Marítima

(Inframar)

Utilização do acesso marítimo e das águas abrigadas e profundas das áreas de fundeio, de evolução e atracação dos navios. Em cada porto, essas taxas recebem uma denominação distinta, mas, em geral, correspondem às antigas Taxas de Utilização do Porto (TUP), sendo cobradas por unidade, no caso de contêineres, ou por tonelada, para as demais cargas.

Utilização da Infra-estrutura Terrestre

(Infraport)

Utilização das instalações terrestres para as operações de carregamento/descarga de mercadorias - cais, acessos terrestres, armazéns e pátios de trânsito, instalações especializadas e vias de circulação internas, e ainda, as benfeitorias e serviços respectivos, tais como iluminação, drenagem, abastecimento, etc.

Equipamentos Taxas pagas pelo aluguel de equipamentos para movimentação de cargas: portêineres e transtêineres, stackers e empilhadeiras, guindastes, caminhões e bogies, para o caso de contêineres, ou guindastes com grabs, sugadores, ou outros equipamentos especializados pertencentes a administração do porto. Nos casos em que não consta esse item, as operações a bordo foram feitas com equipamentos do próprio navio e, em terra, com equipamentos de terceiros.

Mão-de-Obra de Terra

Valores pagos para remuneração da mão-de-obra de terra utilizada na prestação de serviços de movimentação de cargas na área do porto organizado. Nos portos pesquisados aparecem com diferentes denominações: capatazia, mão-de-obra locada ou movimentação de mercadoria.

Outras Taxas Taxas pagas à administração do porto pela prestação de serviços diversos nas operações de carregamento e descarga de mercadorias, não incluídas nos itens acima, tais como transporte interno, pesagem e as não especificadas.

3.2.3 - Custos com a Entrada e a Saída dos Navios

São despesas desembolsadas invariavelmente pelo armador, seja em serviços de linha regular ou

liners (contêineres e carga geral variada) seja no caso de navios afretados ou tramps (carga geral

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QUADRO 4

COMPONENTES DOS CUSTOS DE ENTRADA E SAÍDA DOS NAVIOS 1997

Taxas de Atracação Pagamento de taxas à administração do porto pela utilização das instalações de acostagem ou atracação – cais, piers ou dolfins de amarração, incluindo-se as despesas com defensas e amarradores. Essas taxas são cobradas em função do comprimento do navio e do tempo que ele permanece atracado.

Praticagem Despesas com o pagamento dos serviços de condução e manobras nas bacias de evolução e atracação das embarcações em águas restritas do porto, desde o embarque do prático na barra até a área de fundeio ou área de atracação e vice-versa, através do canal de acesso. Nestes serviços estão incluídos o transporte de autoridades em lanchas especiais.

Rebocador Despesas pagas pelos serviços de reboque em auxílio às embarcações nos canais de acesso, nas manobras em bacias de evolução e na atracação e desatracação.

Agenciamento Despesas desembolsadas pelo armador com os serviços de assistência geral à escala do navio, inclusive requisição de práticos, de rebocadores, de vigias, e ainda, coordenação das atividades dos operadores portuários, relacionamento com a administração do porto, pagamento de taxas e serviços em nome do armador.

Outros Despesas com vigias portuários de portaló, despacho do navio, tradução de manifestos, despesas de comunicação, contribuições a entidades de classe (CNNT e FENAMAR), transporte e serviços de taxi para tripulantes, e os não especificados.

3.2.4 - Custos Adicionais

Neste subgrupo está a Tarifa de Utilização de Faróis-TUF, instituída pelo Decreto-Lei n.º 1.023/69, regulamentado pelo Decreto 70.198/72 e alterado pelo Decreto 878/93, a qual é cobrada dos navios estrangeiros em sua primeira entrada em portos brasileiros ou cujo país de registro não tenha acordo de reciprocidade com o Brasil relativo à sua cobrança. A incidência desta taxa não ocorreu na maior parte dos navios considerados no universo da pesquisa.

3.3 - CRITÉRIOS PARA OS CÁLCULOS DAS DESPESAS

Para o cálculo das despesas de movimentação das cargas e dos custos de entrada e saída dos navios foram levados em conta, invariavelmente, navios de carregamentos uniformes – full

contêineres, navios especializados ou afretados para transporte de um único tipo de mercadoria.

As despesas de movimentação, compreendendo o manuseio e as taxas portuárias estão mostradas separadamente dos custos de entrada e saída dos navios.

3.3.1 - Despesas com Movimentação

As despesas de movimentação foram calculadas por unidade, obedecendo os seguintes critérios: • Para os contêineres, as unidades foram consideradas independentemente de serem cheias ou

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• Para a carga geral solta – algodão em fardos, cimento, açúcar em sacos (soltos ou pré lingados), bobinas de papel, celulose, as despesas foram calculadas por tonelada.

• Para os granéis sólidos – trigo em grão, malte, soja e farelo, fertilizantes, também foram calculados por tonelada;

• Para Automóveis os valores foram calculados por veículo.

Os dados relativos aos custos de manuseio foram obtidos junto a agências de navios, empresas de navegação e operadores portuários. Na maioria dos casos, a fonte dos dados foram as próprias planilhas de desembolso de despesas (disbursement account) fornecidas pelas empresas pesquisadas. Entretanto, em alguns portos, como Recife e Suape, os agentes e operadores pesquisados forneceram custos médios.

No Porto do Suape os serviços de Movimentação de Cargas são cobrados pelos operadores portuários aos armadores através de preço único, englobando todos os custos (Manuseio e Taxas Portuárias), em bases de tudo incluído (all in ou lumpsum). As despesas com movimentação, neste caso, não foram desdobradas em subgrupos, por terem sido fornecidas de forma agregada. Para o porto de Fortaleza foram utilizados os dados do estudo “Custo do Transporte Marítimo,

Portuário e Terrestre”, elaborado pela Companhia Docas do Ceará, que considera entradas de

navios e movimentações de cargas ocorridas de janeiro a junho de 1997.

3.3.2 - Despesas com Entrada e Saída

As despesas de entrada e saída dos navios estão apresentadas por escala, chamando-se a atenção quanto às despesas de agenciamento, cujas informações, em alguns portos, foram de difícil obtenção, devendo esse item ser avaliado com restrições, pela insuficiência dos dados pesquisados.

Já as despesas com a Tarifa de Utilização de Faróis – TUF são mostradas os valores médios das amostras obtidas, ressaltando-se, novamente, que esse custo incide em número limitado de navios, não se aplicando aos navios nacionais, nem aos registrados em países que tenham acordo de reciprocidade com o Brasil acerca da isenção dessa taxa.

As despesas com entrada e saída por unidade ou por tonelada, estão avaliadas em função do carregamento médio, em cada porto, dos navios transportadores das cargas a que se referem.

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CAPÍTULO 4 - PREÇOS DOS SERVIÇOS PORTUÁRIOS

4.1 - RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos relativos às despesas com movimentação das cargas, assim como às despesas com entrada e saída dos navios, são apresentados nas Tabelas de número 2 a 37:

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4.2 - ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Para análise e avaliação dos preços dos serviços portuários foram destacadas inicialmente a movimentação das cargas e a entrada e saída dos navios.

As despesas com movimentação das mercadorias tiveram tratamento mais aprofundado, em razão de que este item contempla os efetivos serviços prestados para o transbordo das cargas com as operações em terra e à bordo dos navios, bem como a possibilidade de apresentar a variada participação dos diversos segmentos atuantes na prestação daqueles serviços.

Quanto às despesas com a entrada e saída dos navios, foram analisadas apenas os resultados para contêineres, uma vez que os valores cobrados por esses serviços incidem exclusivamente sobre o porte e tamanho das embarcações. E ainda, a amostra de navios para contêineres foi mais representativa em relação aos demais produtos. Portanto, tornou-se dispensável a apresentação da análise para os demais produtos visto que os mesmos têm comportamento semelhante aos dos navios que transportam contêineres.

4.2.1 - Preços dos Serviços Portuários para Contêineres

Os preços para movimentação de contêineres, nos portos pesquisados, situam-se entre R$ 156,86/unid (no Porto do Recife) até R$ 384,86 em Vitória (não incluídas as despesas com entrada e saída dos navios). Observou-se que os portos da região Nordeste, à exceção de SUAPE, são de menores custos que os do Sudeste e Sul do País.

A Tabela 38 apresenta os valores obtidos para movimentação de contêineres nos nove portos pesquisados, destacando-se os custos de manuseio e as taxas portuárias.

TABELA 38

DESPESAS COM MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES 1997

Em R$/contêiner Porto Custos de(*)

Manuseio Taxas Portuárias Total Fortaleza (CE) 168,00 41,82 209,82 Recife (PE) 114,26 42,60 156,86 Suape (PE) (**) (**) 330,00 Salvador (BA) 149,70 82,91 232,61 Vitória (ES) 284,16 100,70 384,86

Rio de Janeiro (RJ)TECON 214,19 148,55 362,74

Santos (SP)TECON Margem Direita 119,79 138,46 158,35 143,91 278,14 282,37 Paranaguá(PR) 274,96 103,44 378,40 Rio Grande(RS)TECON Porto Novo 240,76 156,68 122,76 180,12 363,52 336,80

(*) - Não inclui pré-estivagem

(**) - No Porto de Suape os preços dos operadores são lumpsum

Em relação ao total das despesas com movimentação, as taxas portuárias no porto de Vitória participavam com 26%, enquanto que no Terminal de Contêineres -TECON do porto de Santos estas despesas situavam-se em torno de 57%. Estes resultados revelam que no porto onde se observam elevadas despesas com movimentação, necessariamente não representa o porto com valores mais elevados para as taxas portuárias.

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Os portos com preços mais baixos – Recife e Fortaleza - já têm toda a operação de movimentação sob a responsabilidade de operadores privados. Note-se que, nestes portos, não constam das taxas portuárias valores relativos a Mão-de-Obra em Terra, significando que os operadores se utilizam de trabalhadores avulsos contratados diretamente por intermédio dos Órgãos Gestores de Mão-de-Obra – OGMO locais.

No que diz respeito ao fornecimento de mão-de-obra (mão-de-obra de terra), a sua participação nas despesas com movimentação apresentaram-se nos mesmos níveis, quando comparadas as formas diferenciadas de procedimentos(Tabela 2). Observou-se, por exemplo, que no porto de Santos(margem direita) a participação foi de 16,3% - com a cobrança pela locação de trabalhadores empregados da CODESP -, e no porto de Vitória estas despesas corresponderam a 16,9% - com cobrança pelos serviços de capatazia. No que se refere ao TECON, a participação relativa daquelas despesas situa-se em torno de 9,6% (Tabela 2).

Ainda em Santos, em que pese as constantes manifestações de os preços para movimentação de contêineres serem mais elevados no TECON do que na margem direita, nas pesquisas não se observou este fato. Constatou-se, entretanto, que os valores finais encontrados foram equivalentes. Isto decorre, principalmente, dos seguintes fatores:

- No TECON observou-se maior consignação por navio (média de 488 contêineres por navio, enquanto que na margem direita foi registrada apenas 279). Consequentemente muitas despesas naquele terminal foram diluídas em razão do maior número de contêineres

- Nas despesas com Manuseio, o item relativo a estiva/desestiva corresponde a 30,0% na Margem Direita, enquanto que no TECON estas despesas situam-se em 21,0%;

Em relação ao porto de Rio Grande verificou-se maior diferença nos preços das operações entre os terminais TECON e o “Porto Novo”. No TECON as taxas portuárias limitam-se à utilização de infra-estrutura marítima (Inframar), entretanto, os usuários pagam além da estiva/desestiva, as taxas do terminal e o uso de equipamentos. No “Porto Novo”, os usuários pagam além da Inframar, as demais taxas portuárias, porém utilizam equipamentos próprios para manuseio em terra e os equipamentos do navio para o carregamento e descarga.

Os altos valores de movimentação apresentados nos portos de Vitória e Paranaguá, decorrem principalmente do item Manuseio - estiva/desestiva, conferentes, administração de estiva, peação/despeação e arrumadores - o que correspondente aos custos de operação a bordo dos navios. Vale observar que no caso de Vitória, os custos de manuseio superam os custos totais de movimentação dos portos de Fortaleza, Recife, Salvador e Santos.

Observou-se uma acentuada variação na participação relativa dos itens componentes das despesas com “movimentação” de contêineres. Sob este aspecto merece destaque a elevada participação da mão-de-obra avulsa (item manuseio) a qual atinge até cerca de 66% daquelas despesas (porto de Fortaleza). Mais grave, quando essa participação é comparada com o item “taxas portuárias”, que apresentou variação no intervalo de 22% (porto de Fortaleza) a 60% no porto de Santos (os portos de Suape e Paranaguá foram incluídos porque os valores foram obtidos de forma agregada).

As despesas com a entrada e saída dos navios situaram-se entre R$ 9.247,39, em Fortaleza, e R$ 27.408,62 no porto de Santos (TECON). Essa variação poderá ser explicada em função das características de acesso, bastante diferentes entre os portos citados.

Essa diferença é notável na comparação entre Fortaleza e Santos(TECON): os dispêndios, por escala de navios em Santos, são 96,0% mais elevados que em Fortaleza. Quando se realiza esta

(17)

comparação por unidade de contêineres, as posições se invertem e o porto de Santos passa a representar 73% de Fortaleza, em razão da maior consignação por navio verificada no porto santista. Os custos por unidade movimentada, no entanto, não obedeceram a mesma gradação, em razão das quantidades diferenciadas dos carregamentos em cada porto (Tabela 39).

TABELA 39

DESPESAS COM ENTRADA E SAÍDA DE NAVIOS DE CONTÊINERES 1997

Porto Por Escala

(R$) Por Unidade (R$/Contêiner) Fortaleza (CE) 9.247,39 81,15 Recife (PE) 11.045,16 40,47 Suape (PE) 16.106,00 86,30 Salvador (BA) 14.141,25 48,92 Vitória (ES) 20.568,74 97,65

Rio de Janeiro (RJ)TECON 16.623,82 93,75

Santos (SP) TECON Margem Direita 27.408,62 14.183,44 59,53 56,79 Paranaguá(PR) 13.053,05 62,45

Rio Grande(RS) TECON

Porto Novo

14.386,32 19.529,27

77,86 81,37 O mesmo destaque deve ser conferido às despesas de “entrada e saída dos navios”, quando da participação dos itens “praticagem” e “reboque”, Tabela 14, cuja variação foi observada nos seguintes patamares: praticagem de 19% a 44%, e reboque de 15% a 55%.

Também sobre as amostras coletadas, o item “agenciamento” variou de 2% a 43% das despesas de “entrada e saída dos navios”. Essas distorções foram observadas na maioria dos demais “produtos” analisados.

Nos portos do Rio de Janeiro, Santos e Rio Grande existem terminais específicos e especializados para atendimento aos navios e para as operações de carregamento e descarregamento de contêineres, inclusive na área interna do porto, além de terminais retroportuários. Os demais portos pesquisados encontram-se em estágio de adaptação ou de transição entre a oferta de cais de múltiplo uso para terminal especializado.

Nos valores globais dos preços dos serviços por contêiner movimentado, mostrados na Tabela 40, estão incluídos as despesas de manuseio, taxas portuárias, inclusive os valores relativos a entrada e saída dos navios. Nestes últimos devem ser feitas ponderações, em razão da cobrança por estes serviços ser fortemente influenciada pelo porte e tamanho dos navios. Portanto, ao se adotar seus valores por unidade, objetiva, apenas, permitir comparação global entre os preços praticados nos portos objeto do estudo.

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R$/Contêiner ITENS Porto de Fortaleza Porto de Recife Porto de Suape Porto de Salvador Porto de Vitória Porto do Rio de Janeiro Porto de Santos (Margem Direita) Porto d Santo (TECON Manuseio da Carga 168,00 114,26 * 149,70 284,16 214,19 138,46 11 Taxas Portuárias 41,82 42,60 * 82,91 100,70 148,55 143,91 15 SUBTOTAL 209,82 156,86 330,002 232,61 384,86 362,74 282,37 27 Entrada e Saída1 72,25 35,63 78,95 43,92 90,61 85,69 50,84 56 TOTAL 282,07 192,49 408,95 276,53 475,47 448,43 333,21 334

(1) Excluida a Taxa de Utilização de Faróis (TUF).

(2) Despesas globais com a movimentação de contêiner no terminal e a bordo (manuseio da carga e taxas portuárias). (*) Esses itens foram fornecidos de forma agregada, portanto, estão incluídos no "Sub-total".

Nota: Manuseio = Estiva/desestiva + Conferentes + Administração da Estiva + Arrumadores + Outras.

Taxas Portuárias = Utilização da Infra-estrutura Marítima + Utilização da Infra-estrutura Terrestre + Equipamentos + Mão-de-Obra de Terra + Outras.

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Verifica-se que os preços para movimentação de um contêiner nos principais portos brasileiros situa-se, em média, R$ 367,62, dentro de um intervalo que variou desde R$ 192,49 no porto de Recife, até R$ 475,47 no porto de Vitória.

Em relação às despesas com manuseio de um contêiner, o valor médio observado foi de R$ 186,10 e, para as taxas portuárias, registrou-se 112,52, Por sua vez o custo médio de entrada e saída dos navios pesquisados foi de R$ 66,16.

Considerando os valores máximo (porto de Vitória) e mínimo (porto de Recife) dos preços para movimentação de contêineres, em Vitória as despesas com manuseio participaram com 60%, as taxas portuárias com 21% e os custos com entrada e saída 16%. No porto de Recife, estas mesmas despesas correspondiam a 59%, 22% e 19% respectivamente. Ou seja, níveis de participação: manuseio 60%; taxa portuária 20%; entrada e saída 20%.

Porém no porto de Santos, onde os preços dos serviços no TECON e na margem direita se eqüivalem, constatou-se uma variação entre aquelas parcelas. No terminal de contêineres os custos de manuseio corresponderam cerca de 36%, as taxas portuárias 47%, enquanto que as despesas com entrada e saída dos navios situaram-se em torno de 17%. Essa participação relativa dos custos na margem direita, considerados na mesma seqüência, foram 42%, 43% e 15%. Nota-se que há perdas e ganhos relativos, não refletindo nos custos finais o uso mais ou menos intensivo de mão-de-obra e das instalações especializadas em ambos os locais e as respectivas condições de operação.

A participação relativa dos preços totais da movimentação de contêiner, considerando-se a natureza pública e privada, é mostrada nas Tabelas 41 e 42 para todos os portos estudados, exceto para o porto de Suape devido a contratação dos serviços de movimentação ter sido na forma “lumpsum”. Para efeito desta análise, devido a natureza pública de sua cobrança, incluiu-se a Taxa de Atracação nas despesas relativas as Taxas Portuárias.

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(21)
(22)

A partir da observação dos resultados, constata-se que os preços públicos nos portos de Rio Grande (Porto Novo), Rio de Janeiro (TECON) e em Santos apresentam maiores valores. As operações da margem direita do porto de Santos apresentavam valores superiores ao triplo dos preços verificados para os portos de Fortaleza e Recife, considerados isoladamente.

Em se tratando dos preços privados, o porto de Vitória se desponta com os preços mais elevados, o que correspondia a mais do que duas vezes os preços públicos, isolados, dos portos de Recife e os da margem direita de Santos.

Ao se avaliar os preços públicos em termos médios, a parcela composta pelas taxas portuárias eram responsáveis por cerca de 33% dos custos totais. Entre seus componentes, o uso da infra-estrutura marítima e da infra-infra-estrutura terrestre assume maior relevância, vindo a representar cerca de 84% nos portos do Rio de Janeiro e Rio Grande, ambos nos terminais de contêineres. Na composição dos custos privados de todos os portos, também em termos médios, as despesas com manuseio situavam-se em torno de 51% dos custos totais, enquanto que os dispêndios com entrada e saída dos navios atingiram 16%.

Entre as despesas com manuseio destacou-se o uso da mão-de-obra avulsa que representou nas operações da margem direita do porto de Santos cerca de 73%, seguido do porto de Rio de Janeiro (TECON), 70%.

Quanto aos custos de entrada e saída, o rebocador constitui o item de maiores gastos, exceto nos portos de Fortaleza e Paranaguá, onde foram constatados valores mais elevados para a praticagem.

4.2.2 - Preços dos Serviços Portuários para Granéis Sólidos

A movimentação de granéis sólidos é normalmente realizada em instalações com algumas especialização - instalações mecanizadas e automatizadas - além de que, na maioria delas observa-se a oferta de berços preferenciais para atracação dos navios. Assim, essas instalações dispensam o uso de mão-de-obra intensa no manuseio dos produtos.

Entretanto, no caso das descargas, poucos portos dispõem de instalações modernas e adequadas para garantir pranchas diárias significativas e custos reduzidos para a prestação dos serviços. A maioria dos portos que recebem granéis utiliza guindastes de pórtico dotados de “grab” e morcego ou guindastes tipo “canguru”. Os sugadores existentes são ainda de baixa produção e, em alguns casos, obsoletos.

No caso do carregamento, grãos e farelos, a situação é inversa. Nos portos pesquisados, destacando-se Santos, Paranaguá e Rio Grande, observam-se a existência de instalações modernas e fortemente automatizadas.

O estudo pesquisou os preços dos serviços de descarregamento de trigo em todos os portos, desde Fortaleza até Santos, excluindo-se Suape (PE), que não movimenta essa mercadoria. Em Paranaguá e Rio Grande as movimentações deste produto são pouco representativas.

Constatou-se que as despesas mais elevadas para movimentação de trigo ocorreram nos portos de Recife, Vitória e Santos. Nos portos de Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro essas despesas correspondem à metade do que se verificou no porto de Recife.

(23)

Merece registro a coerência da automação com a pouca utilização da mão-de-obra, uma vez que se observou maior participação dos valores das taxas portuárias do que as de manuseio sobre o valores totais da movimentação do produto.

Foram obtidos dados sobre malte, em Recife e Vitória, como também sobre fertilizantes, soja e farelo, em Santos, Paranaguá e Rio Grande.

Os dados relativos a trigo em grão estão na Tabela 42:

TABELA 42

DESPESAS COM MOVIMENTAÇÃO DE TRIGO A GRANEL 1997 Em R$/t Porto Custos de Manuseio Taxas Portuárias Total Fortaleza (CE) 2,03 5,35 7,38 Recife (PE) 6,44 8,14 14,58 Salvador (BA) 3,90 4,00 7,90 Vitória (ES) 3,95 9,55 13,50 Rio de Janeiro(RJ) 3,22 3,56 6,78 Santos (SP) 3,16 8,35 11,51

As taxas portuárias de Fortaleza e Salvador não incluem a mão-de-obra de terra, por serem, nesses portos, de responsabilidade direta dos operadores portuários, os quais contratam trabalhadores avulsos diretamente do OGMO. Em Salvador o custo de manuseio é o custo do operador portuário, contratado pelo dono da mercadoria, em bases de preço global (tudo incluído ou lumpsum).

Estas taxas, em relação as despesas totais de movimentação, situam-se em torno de 70% exceto os portos de Recife e Salvador, os quais apresentam valores próximo a 50%. Comparativamente, os preços mais altos (Recife) equivaliam a mais que o dobro dos mais baixos (Rio de Janeiro). Para o Malte, cuja operação é similar ao trigo, na Tabela 43 são mostrados os comparativos de custos:

TABELA 43

DESPESAS COMO MOVIMENTAÇÃO DE MALTE A GRANEL 1997 R$/t Porto Custos de Manuseio Taxas Portuárias Total Recife (PE) 9,26 2,05 11,31 Vitória (ES) 3,41 4,20 7,61

Os portos brasileiros dispõem de excelentes instalações especializadas para as operações de carregamento de soja e farelos, tanto públicas como privadas, com elevadas capacidades de estocagem e grande produção.

Para fertilizantes, soja e farelo, os dados obtidos referem-se apenas aos Portos de Santos, Paranaguá e Rio Grande e estão resumidos na Tabela 44.

TABELA 44

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1997 R$/t Produto/Porto Custos de Manuseio Taxas Portuárias Total Fertilizantes Santos (SP) 5,97 12,23 18,20 Paranaguá (PR) 6,37 3,34 9,71 Rio Grande (RS)* 5,00 1,44 6,44 Soja e Farelos Santos (SP) 2,52 7,69 10,21 Paranaguá (PR) 1,00 5,00 6,00 Rio Grande (RS) 5,39 2,06 7,45

(*) 95% da movimentação era realizada em terminal privado.

Observa-se que os preços globais para movimentação de Santos atingem ao dobro dos valores de Paranaguá e ao triplo dos valores praticados em Rio Grande, onde a quase totalidade da movimentação daquele produto se verifica em terminais privados.

Para soja e farelos o comportamento das despesas é semelhante ao de fertilizantes, observando-se que em Santos os preços ainda observando-se mantém bem superiores aos dos demais portos.

4.2.3 - Preços dos Serviços Portuários para Carga Geral

Os dados pesquisados nos diversos portos referem-se, sempre, a carga geral homogênea, transportadas, em geral, em navios afretados. Foram obtidas informações sobre as seguintes mercadorias; açúcar em sacos e pré lingados (Recife, Vitória, Rio de Janeiro e Santos) e “big-bag” em Paranaguá, algodão em pluma e cimento (Fortaleza), bobinas de papel (Recife), celulose (Salvador e Vitória), automóveis, mármore e granito (em Vitória).

Os resultados para estes tipos de produtos apresentaram participação do item manuseio superior às taxas portuárias, observando-se situações em que aqueles valores atingem até três vezes os valores correspondentes às despesas com taxas portuárias.

As despesas mais elevadas com movimentação de carga geral solta ocorreu com Bobina de Papel em Recife, Açúcar (sacos) em Santos e Rio de Janeiro, e Algodão em Fortaleza.

Os valores médios encontrados para as despesas com movimentação são mostrados, produto a produto, na Tabela 45.

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TABELA 45

DESPESAS COM MOVIMENTAÇÃO DE CARGA GERAL SOLTA 1997

R$/t

Produto / Porto Custos de Manuseio

Taxas Portuárias Total Açúcar em Sacos

Recife (PE) - soltos - pré-lingados 19,76 8,68 6,27 2,99 26,03 11,67

Vitória (ES) - soltos 9,71 15,01 24,72

Rio de Janeiro(RJ) - soltos 22,79 7,91 30,70

Santos (SP) - soltos 15,60 17,94 33,54

Paranaguá (PR) - big bag 6,81 7,37 14,18

Celulose Salvador (BA) 15,20 5,36 20,56 Vitória (ES) 11,13 7,92 19,05 Algodão em Pluma Fortaleza (CE) 18,96 13,03 31,99 Cimento em Sacos Fortaleza (CE) 12,24 3,19 15,43 Bobinas de Papel Recife (PE) 22,70 11,53 34,23 Mármore e Granito Vitória 20,86 8,67 29,53 Automóveis (*) Vitória 12,41 11,91 24,32

(26)

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 - CONCLUSÕES

Analisadas as diversas situações confrontadas durante a realização dos trabalhos e avaliados os resultados, pode-se apresentar as seguintes conclusões:

Observou-se uma acentuada dispersão de valores entre os itens componentes dos preços dos serviços prestados em cada porto, assim como quando comparados porto a porto, demonstrando que as forças do mercado ainda atuam sem o equilíbrio desejado.

Os serviços prestados estão sendo pagos de formas diferenciadas conforme os agentes atuantes na atividade portuária e de acordo com as conveniências dos respectivos clientes e as negociações entre as partes intervenientes, sinalizando que os preços dos serviços tendem para a prática da globalização dos valores.

Os valores globais dos preços portuários crescem forte e inversamente proporcional ao aumento da consignação média por navio operado em cada porto.

Permanecem acentuadamente discrepantes as participações relativas de alguns serviços prestados nos portos brasileiros, quando comparados os níveis de serviços de terceiros com os realizados pelas Administrações Portuárias que utilizam elevado patrimônio público para sua realização.

Observa-se, em alguns casos, uma acentuada variação dos preços dos serviços, quando comparados em função dos equipamentos e instalações utilizados pelos navios e pelos operadores portuários. Todavia, nem sempre ocorrem reduções dos valores quando são utilizadas instalações mais capacitadas ou mais modernas.

5.2 - RECOMENDAÇÕES

Após análise dos resultados e apresentação das conclusões recomenda-se ao Ministério dos Transportes algumas medidas para minimizar ou eliminar distorções e inadequações observadas nos estudos realizados:

Determinar aos representantes da União nos Conselhos de Autoridade Portuária-CAP, para adotarem posturas e procedimentos visando a correção dos preços dos serviços portuários, de modo a adequar a equivalência dos referidos serviços, conforme o uso da mão-de-obra de terceiros (preços de mercado) e a utilização das instalações e equipamentos portuários (tarifa/ preço público).

Instruir e orientar, nos ambientes interno e externo dos portos, ações para racionalização do uso adequado do transporte marítimo, visando o aumento da consignação média por navio, de modo a induzir a redução dos custos dos serviços portuários.

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Estimular a prática de livre mercado através da negociação entre os prestadores de serviços portuários (agentes marítimos, operadores portuários, serviços de praticagem e reboque, despachantes, etc.) e os tomadores de serviços (armadores, importadores e exportadores), de modo a equilibrar as forças atuantes na área dos portos organizados.

Induzir a redução dos fretes marítimos praticados, onde se observarem diminuição do tempo de espera para a atracação de navios, bem como estimular os demais prestadores de serviços portuários a busca de melhorias e ganhos de eficiência, em razão das mudanças gerenciais ocorridas com a privatização nos portos brasileiros.

Orientar às entidades representativas de classes, patronais e trabalhadoras, para a realização de acordos e convenções coletivas de trabalho, considerando, na remuneração do uso da mão-de-obra, as características dos serviços (mecanização e automação, capacidade e produção, acondicionamento e unitização, segurança e conforto, etc.).

Ampliar a participação efetiva dos CAP de modo que possam assegurar a execução e realização das funções básicas dos respectivos portos, na exploração adequada de suas instalações e na busca da redução dos preços dos serviços portuários.

(28)

ANEXO: PREÇOS DOS SERVIÇOS PORTUÁRIOS AGREGADOS, POR

ESCALA DE NAVIOS

(29)

GEIPOT

Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes

Departamento de Estudos e Projetos de Transportes - DEPRO

REAVALIAÇÃO DOS PREÇOS DOS SERVIÇOS PORTUÁRIOS

- Portos de Santos e do Rio de Janeiro -

Relatório Final

(Versão Preliminar)

(30)

APRESENTAÇÃO

Os resultados alcançados pelo trabalho “Avaliação dos Preços dos Serviços Portuários”, publicado em fevereiro de 1998, constituiu etapa inicial de um processo de avaliação dos preços dos serviços praticados nos principais portos brasileiros, promovido pelo Ministério dos Transportes.

Devido a dinâmica das operações portuárias, torna-se necessário promover atualizações permanentes dos estudos, de modo a detectar variações nos valores atribuídos aos serviços oferecidos, e assim, conhecer a evolução de suas tendências e permitir ações para obter redução dos custos para os usuários.

No sentido de consolidar o processo de acompanhamento da evolução dos preços dos serviços portuários no Brasil, este relatório apresenta, para os portos de Santos e do Rio de Janeiro, os resultados das pesquisas realizadas nos meses de maio e de julho de 1998. A escolha destes portos decorreu de indícios de variações nos preços dos serviços, em função de alterações de tarifas portuárias e de outros serviços. Os levantamentos focalizaram o período de janeiro a junho do ano em curso e possibilitaram conhecer oscilações de valores ocorridas a partir dos preços de 1997, já publicados.

Apresentamos também, os agradecimentos do GEIPOT às entidades - públicas e privadas - aos armadores e donos de mercadorias e a todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a obtenção dos resultados destes estudos.

CARLOS ALBERTO WANDERLEY NÓBREGA Diretor-Presidente

(31)

EQUIPE TÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS DE TRANSPORTES (DEPRO)

Francisco Rocha Neto

EQUIPE DO PROJETO

Antônio Gerardo de Oliveira Antunes Hélio José da Silva – Chefe do Projeto José Gerardo de Mesquita (Tempo Parcial) Marina Ester Faleiro Parente

CONSULTOR

Marcos Martins Soares

APOIO TÉCNICO

Flávio Lyra Renê Cury

COLABORADORES

Cleuza Ferreira Santos Marcos Vinícius de Oliveira

(32)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 2 - ASPECTOS METODOLÓGICOS CAPÍTULO 3 - PORTO DE SANTOS

3.1 - CONTÊINERES

3.1.1 - TERMINAL DE CONTÊINERES - TECON 3.1.1.1 - Instalações Básicas

3.1.1.2 - Procedimentos Operacionais 3.1.1.3 - Indicadores de Desempenho 3.1.1.4 - Preços dos Serviços Portuários

3.1.1.5 - Análises dos Resultados 3.1.2 - TERMINAL T-37

3.1.2.1 - Instalações Básicas

3.1.2.2 - Procedimentos Operacionais 3.1.2.3 - Indicadores de Desempenho 3.1.2.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.1.2.5 - Análises dos Resultados

3.1.3 - TERMINAL DA COSIPA 3.1.3.1 - Instalações Básicas

3.1.3.2 - Procedimentos Operacionais 3.1.3.3 - Indicadores de Desempenho 3.1.3.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.1.3.5 - Análises dos Resultados

3.1.4 - OUTROS BERÇOS - MARGEM DIREITA 3.1.4.1 - Instalações Básicas

3.1.4.2 - Procedimentos Operacionais 3.1.4.3 - Indicadores de Desempenho 3.1.4.4 - Preços dos Serviços Portuários

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3.2 - GRANÉIS SÓLIDOS 3.2.1 - FERTILIZANTES

3.2.1.1 - TERMINAL DE FERTILIZANTES - TEFER 3.2.1.1.1 - Instalações Básicas

3.2.1.1.2 - Procedimentos Operacionais 3.2.1.1.3 - Indicadores de Desempenho 3.2.1.1.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.2.1.1.5 - Análises dos Resultados

3.2.1.2 - OUTROS TERMINAIS - MARGEM DIREITA 3.2.1.2.1 - Instalações Básicas

3.2.1.2.2 - Procedimentos Operacionais 3.2.1.2.3 - Indicadores de Desempenho 3.2.1.2.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.2.1.2.5 - Análises dos Resultados

3.2.2 - TRIGO

3.2.2.1 - Instalações Básicas

3.2.2.2 - Procedimentos Operacionais 3.2.2.3 - Indicadores de Desempenho 3.2.2.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.2.2.5 - Análises dos Resultados

3.2.3 - SOJA E FARELOS

3.2.3.1 - Instalações Básicas

3.2.3.2 - Procedimentos Operacionais 3.2.3.3 - Indicadores de Desempenho 3.2.3.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.2.3.5 - Análises dos Resultados

3.3 - CARGA GERAL

3.3.1 - AÇÚCAR EM SACOS

3.3.1.1 - Instalações Básicas

3.3.1.2 - Procedimentos Operacionais 3.3.1.3 - Indicadores de Desempenho 3.3.1.4 - Preços dos Serviços Portuários 3.3.1.5 - Análise dos Resultados

CAPÍTULO 4 - PORTO DO RIO DE JANEIRO 4.1 - CONTÊINERES

4.1.1 - TERMINAL DE CONTÊINERES - TECON 4.1.1.1 - Instalações Básicas

4.1.1.2 - Procedimentos Operacionais 4.1.1.3 - Indicadores de Desempenho 4.1.1.4 - Preços dos Serviços Portuários 4.1.1.5 - Análise dos Resultados

(34)

4.1.2 - OUTROS BERÇOS (GAMBOA/SÃO CRISTÓVÃO/CAJÚ) 4.1.2.1 - Instalações Básicas

4.1.2.2 - Procedimentos Operacionais 4.1.2.3 - Indicadores de Desempenho 4.1.2.4 - Preços dos Serviços Portuários 4.1.2.5 - Análise dos Resultados

4.2 - GRANÉIS SÓLIDOS 4.2.1 - TRIGO

4.2.1.1 - Instalações Básicas

4.2.1.2 - Procedimentos Operacionais 4.2.1.3 - Indicadores de Desempenho 4.2.1.4 - Preços dos Serviços Portuários 4.2.1.5 - Análise dos Resultados

4.3 - CARGA GERAL

4.3.1 - AÇÚCAR EM SACOS

4.3.1.1 - Instalações Básicas

4.3.1.2 - Procedimentos Operacionais 4.3.1.3 - Indicadores de Desempenho 4.3.1.4 - Preços dos Serviços Portuários 4.3.1.5 - Análise dos Resultados

4.3.2 - PRODUTOS SIDERÚRGICOS 4.3.2.1 - Instalações Básicas

4.3.2.2 - Procedimentos Operacionais 4.3.2.3 - Indicadores de Desempenho 4.3.2.4 - Preços dos Serviços Portuários 4.3.2.5 - Análise dos Resultados

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1 - CONCLUSÕES

(35)
(36)

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Acompanhar, sistemática e periodicamente a evolução dos preços dos serviços portuários e o grau de atendimento aos usuários, constitui tarefa de governo, em face de ser o setor considerado estratégico para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, e também, dar cumprimento à determinação contida nos contratos de cessão de áreas e de atividades públicas dos portos.

Essa tarefa compreende o acompanhamento, análise e avaliação dos valores cobrados com seus principais componentes e respectivas participações dos diversos tipos de serviços prestados nas instalações de uso publico e privado, considerando-se os produtos mais representativos movimentados em cada terminal.

Assim, os trabalhos foram programados para serem desenvolvidos em etapas. A primeira fase, concluída em fevereiro de 1998, com a publicação do relatório "Avaliação dos Preços dos Serviços Portuários", e a segunda, de curto prazo, corresponde à revisão e atualização dos resultados deste trabalho, relativas aos portos do Rio de Janeiro, de Santos, Paranaguá e Rio Grande. Prioritariamente foram pré-selecionados Rio e Santos, em função do papel que exercem no contexto geo-econômico, assim como em decorrência de manifestações de usuários relativas aos preços cobrados naqueles portos, onde não foram percebidos reflexos favoráveis como conseqüências das reduções tarifárias promovidas pelo Poder Público.

Para atender a essas necessidades, foram realizadas pesquisas junto às administrações destes portos e aos seus principais usuários com a finalidade de, além de coletar os valores pagos pelos serviços portuários, obter informações relativas às instalações básicas e equipamentos utilizados, aos procedimentos operacionais e aos indicadores de desempenho, visando o embasamento para um futuro acompanhamento permanente.

Esta futura atividade será implantada por meio de um sistema de acompanhamento dos preços praticados nos principais portos brasileiros, assim como, do desempenho operacional em cada porto, relativo aos produtos selecionados e à qualidade dos serviços.

Nesta segunda etapa, que ora se apresentam os resultados, as informações sobre os preços praticados foram obtidas nas instalações de uso público e nos terminais arrendados, inclusive nos de uso privativo misto, quando, após depuradas, foram analisadas de modo a apresentar o comportamento dos preços e a participação relativa dos seus principais componentes.

Os resultados dos trabalhos realizados constataram aumentos dos preços na maioria dos serviços praticados nos portos pré-selecionados, quando comparados com os dados do ano anterior, confirmando assim as ponderações e suspeitas de usuários.

(37)

CAPÍTULO 2

ASPECTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento dos trabalhos foram selecionados os principais produtos movimentados em cada porto. Em Santos foram destacados contêineres, trigo, soja e farelos, fertilizantes e açúcar em sacos. Para o porto do Rio de Janeiro além de contêineres, trigo e açúcar em sacos, foram incluídos produtos siderúrgicos.

Como instrumentos de pesquisa foram utilizados questionários com finalidades específicas e realizadas entrevistas diretas. As fontes de informações foram as administrações portuárias, principais usuários - armadores, exportadores, importadores, agentes marítimos, operadores portuários - entidades associativas de classes (CNNT - Centro Nacional de Navegação Transatlântica, SOPESP - Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo, OGMO - Órgão de Gestão de Mão-de-Obra do Trabalho Portuário do Porto Organizado de Santos, e ACS - Associação Comercial de Santos) e gerências dos terminais arrendados à iniciativa privada.

Após seleção dos portos e dos produtos considerados relevantes foram coletadas informações sobre os navios que apresentaram maior movimentação por escala, em seguida, coletadas as despesas relativas a todos os serviços portuários para carregamento e descarga das mercadorias transportadas.

De posse das informações, estas foram classificadas por terminal e tipo de serviço portuário, agrupando-se em três grandes itens - manuseio da carga, taxas portuárias e despesas com entrada e saída dos navios. Em seguida, após tratamento dos valores, foram realizadas análises comparativas dos preços médios dos serviços relativos aos períodos pesquisados (1997 e primeiro semestre de 1998).

Sobre as instalações e equipamentos foram descritas, sumariamente, informações relativas às características físicas e espaciais, procurando ressaltar os aspectos associados aos procedimentos operacionais, os quais também estão apresentados por produto. Quanto aos indicadores de desempenho o procedimento adotado procurou correlacionar as características físicas das embarcações, capacidades operacionais dos terminais e tempos gastos com as operações de espera e de carga e descarga realizadas.

A fim de possibilitar maior compreensão dos resultados apresentados, descreve-se, de forma sucinta, as definições dos parâmetro adotados para a construção destes indicadores de desempenho, calculados considerando a média das operações dos navios componentes da amostra analisada:

• Tempo de Espera - medido em horas, refere-se ao período de tempo que a embarcação permanece na área de fundeio aguardando atracação;

• Tempo Atracado - este indicador, também quantificado em horas, corresponde ao período considerado entre o início da entrada no berço, até sua saída. Por razões específicas - greve, chuva, aguardar carga, etc. - o navio poderá voltar à barra de fundeio, e, assim, evitar a atracação contínua. Nestes casos, ao retornar ao berço, esse novo período será adicionado ao anterior;

• Tempo de Operação - corresponde ao total de horas em que foram realizadas as operações de carga e/ou descarga;

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• Horas não Trabalhadas - número total de horas em que efetivamente não há movimentação de mercadorias nas tarefas de carregamento e descarga dos contêineres e das mercadorias. Este número é representado pela diferença entre o tempo atracado e o tempo de operação;

• Prancha de Atendimento - resultado da combinação entre a quantidade de carga movimentada durante o tempo em que o navio permaneceu atracado. A unidade de medida poderá ser contêiner/hora ou tonelada/hora;

• Prancha Operacional - obtida a partir da quantidade da carga movimentada, nas operações de embarque e desembarque, dividida pelo tempo utilizado durante estas operações. Desta forma, o resultado é quantificado também, de acordo com as características dos produtos, ou seja, em contêiner/hora ou tonelada/hora.

Para escolha dos navios a serem pesquisados, considerou-se como base de seleção da amostra para 1998, que a consignação de cada navio fosse em torno da média consignada em 1997. Outro parâmetro adotado foi a identificação de um “navio-tipo”, cuja consignação mais se aproximasse ao atendimento daquela referência.

Assim, para os contêineres, foram observados os seguintes aspectos:

a - Variação dos preços médios dos serviços observados em 1997 (maior freqüência

no segundo semestre) e a média dos valores encontrados para 1998.

b - Variação dos preços entre a média de 1997 e o valor encontrado para o

“navio-tipo” de 1998.

c - Comportamento dos preços entre um “navio-tipo” considerado para o ano de 1997

e o valor encontrado para o “navio-tipo” desta última pesquisa.

d - Participação dos principais componentes e formadores dos preços parciais e

globais para movimentação dos produtos (manuseio, taxas portuárias e entrada e saída) e indicação dos valores dos preços praticados com respectivas variações observadas entre os períodos analisados.

Para análise e avaliação das informações relativas ao terminais especializados, foram realizadas entrevistas diretas e consultas a publicações técnicas. Os dados fornecidos pelas gerências dos terminais representam valores médios cobrados pelos serviços prestados em cada terminal, correspondentes ao período janeiro a junho deste ano de 1998.

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CAPÍTULO 3

PORTO DE SANTOS

As análises sobre a evolução dos preços dos serviços portuários no porto de Santos se fundamentaram em informações e dados já disponíveis, e nos resultados de pesquisa de campo. Nesta ocasião se obteve informações relativas a 30 escalas de navios, que realizaram suas operações de carregamento e descarga nas instalações da CODESP (COREX, TEFER e outros berços na Margem Direita), no TECON, no Terminal T-37 e no Terminal da COSIPA.

Além do contêiner foram obtidas informações sobre as movimentações de açúcar, trigo, fertilizantes, soja e farelos. São apresentados a seguir, para cada um destes produtos, os resultados dos levantamentos e as análises realizadas para os principais conjuntos de preços, ou seja, Manuseio, Taxas Portuárias e Entrada e Saída dos Navios. No Anexo 1, encontram-se os valores correspondentes aos formadores dos preços de cada um desses conjuntos de serviços.

3.1 CONTÊINERES

Foram pesquisados os terminais TECON (margem esquerda) e T-37 (margem direita), juntamente com outras áreas públicas na denominada “margem direita”, e ainda, o terminal da COSIPA (terminal de uso privativo misto).

A inclusão do terminal da COSIPA, que embora de propriedade e explorado pela iniciativa privada, localizado fora da área do porto organizado, teve por objetivo dar maior abrangência as análises comparativas e, principalmente, para conhecimento inédito no âmbito dos estudos realizados pelo GEIPOT.

3.1.1 TERMINAL DE CONTÊINERES - TECON 3.1.1.1 Instalações Básicas

Instalação pública arrendada e explorada pela iniciativa privada, desde novembro de 1997, possui cais com 510m de extensão dotado de dois berços com profundidade de 13,0m. A área atual do pátio é de 366.000m², entretanto, existe projeto para expansão, agregando mais 118.000m². O TECON possui 5 portêineres, 3 transtêineres sobre trilhos, 12 empilhadeiras para contêineres cheios e diversos tratores e carretas para movimentação de contêineres. Este terminal conta com acessos rodoviário e ferroviário e também com armazém para consolidação e desconsolidação de contêineres.

3.1.1.2 Procedimentos Operacionais

A consignação média observada no primeiro semestre deste ano, em ambos os sentidos da operação, foi de 280 contêineres por navio. Entretanto, observou-se que, em função da grande competição, vários navios escalaram o TECON e movimentam cerca de 20, 30 contêineres. A

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incidência de vazios situa-se em 18%. Em 1997 movimentaram 203.000 contêineres, com previsão de atingir 230.000 em 1998.

Verificou-se que quando ocorre espera para atracação, o tempo médio é de 03 horas, porém, a maioria dos navios realiza atracação imediata. Para determinados tipos de cargas - calçados - cujo mercado se caracteriza por acentuada sazonalidade do consumo, o tempo de espera torna-se fator determinante na operação portuária. Já para as outras cargas que não estão sujeitas a esta conjuntura, um acréscimo de até um dia no ciclo do navio - headway - não repercute.

Os procedimentos operacionais obedecem à seguinte seqüência, nos dois sentidos da operação - exportação/importação:

• recebimento do contêiner no portão do terminal; • descarga do veículo transportador;

• armazenagem (franquia nos 10 primeiros dias, entretanto, em função da quantidade de contêiner, este serviço poderá ser gratuito);

• transporte do contêiner para o costado do navio; • estivagem e peação do contêiner.

As operações, nos dois berços, normalmente começam com 03 porões, mas, em média, operam com 02 porões, utilizando-se, sempre, 05 cinco turmas - cinco ternos - e outras 05 de arrumadores. Com este procedimento, no TECON o desempenho apresentou 13 movimentos de contêineres por hora, mas já chegaram a realizar 26 movimentos por navio atracado.

3.1.1.3 Indicadores de Desempenho

Com a finalidade de oferecer aos usuários parâmetros relativos ao desempenho das operações de contêineres, relaciona-se na Tabela a seguir, indicadores relativos às escalas dos navios pesquisados.

TABELA 1 PORTO DE SANTOS

TERMINAL DE CONTÊINERES -TECON PRINCIPAIS INDICADORES DE DESEMPENHO

JANEIRO A ABRIL DE 1998 INDICADORES MÉDIA/NAVIO Comprimento(m) 207,5 Porte bruto(TPB) 29.028,5 Tempo de espera(h) 5,2 Tempo atracado (h) 15,2 Tempo de operação(h) 13,2

Horas não trabalhadas (h) 2,0

Quantidade movimentada(cont) * 220

Prancha de atendimento(cont/h) 14

Prancha operacional(cont/h) 17

Equipamentos utilizados ** do Cais

Instalação/terminal *** TPA

Fonte dos Dados Básicos: CODESP - Gerência de Logística

Referências

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