ESÔFAGO
GASTROENTEROLOGIA
ESÔFAGO
ANATOMIA
FISIOLOGIA
ANATOMIA
A parte cervical, com cerca de 3 a 4 cm, atravessa o pescoço por trás da laringe e da traqueia. • A parte torácica, com cerca de 18 cm, passa por trás do coração e em frente à coluna vertebral.
• A parte abdominal, com cerca de 2 a 3 cm, atravessa o diafragma pelo hiato esofágico, terminando no estômago, na altura da 11ª vértebra torácica.
Tubo fibro-músculo-mucoso entre a faringe e o estômago. Começa na altura da 6ª - 7ª vértebra cervical, posteriormente à traqueia.
Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, com lâmina própria e uma camada muscular da mucosa.
Submucosa: glândulas esofagianas
As camadas musculares: com arranjo longitudinal externo e circular interno. Dois esfíncteres
1/3 superior – m. esquelético 2/3 inferiores – m. liso
Plexos nervosos
Sub-mucoso de Meissner Mioentérico de Auerbach
Adventícia: camada externa de tecido conjuntivo frouxo.
NÃO HÁ SEROSA NO ESÔFAGO
Irrigação: aa. Tireoidianas inferiores, brônquicas, ramos da aorta e, no 1/3 inferior, artérias gástrica esquerda e frênicas inferiores.
Drenagem: jugulares e v. cava superior, sistema ázigos, v. cava inferior e v. porta.
FISIOLOGIA DO ESÔFAGO
DISFAGIA
ALTA OU “DE TRANSFERÊNCIA” – o paciente “engasga”
A disfagia compõe o quadro clínico, mas não é o mais importante.
Causas: neurológicas, musculares e obstrutivas
BAIXA OU “DE CONDUÇÃO” - o paciente “entala”
A disfagia é o mais importante dentro do quadro clínico
distúrbios motores
ACALÁSIA ESCLERODERMIA ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSOO QUE É? Perda da função dos plexos mioentéricos de Auerbach – idiopática
Na doença de Chagas, há perda de função também dos plexos submucosos de Meissner
QUEM? qualquer idade, sem predileção por gênero. O pico de incidência ocorre entre os 20 e 40 anos
NO BRASIL DOENÇA DE CHAGAS
COMO É? DISFAGIA - REGURGITAÇÃO - PERDA DE PESO
(halitose, broncoaspiração, brocoespasmo, pnm de repetição, abscesso pulmonar)
ACALÁSIA
DIAGNÓSTICO: ESOFAGOMANOMETRIA
(padrão-ouro) Deficit de relaxamento do EEI
Graus variados de hipertonia do EEI (>35 mmHg) Aperistalse ou contrações ineficazes
OUTROS EXAMES:
Radiografia simples do tórax
ausência de ar no estômago
hipotransparência mediastinal ao lado da aorta nível hidroaéreo mediastinal
Esofagografia baritada
dilatação (megaesôfago)
retenção do contraste com afilamento distal (bico de pássaro) falhas de enchimento
ondas de peristalse terciária
Endoscopia digestiva alta
avaliar a esofagite e/ou estenose afastar câncer
TRATAMENTO - depende do estágio da doença Classificação de Mascarenhas
4
7
10
I
II
III
IV
TRATAMENTO
Nos estágios iniciais:
nitratos / bloqueadores dos canais de cálcio / sildenafil / toxina botulínica no EEI Nos estágios avançados:
dilatação endoscópica (graus I e II de Mascarenhas) Tratamento cirúrgico:
miotomia à Heller modificada + fundoplicatura (para os refratários ou recidivantes) ressecção transhiatal do esôfago (grau IV de Mascarenhas)
distúrbios motores
ACALÁSIA ESCLERODERMIA ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSOO QUE É? Distúrbio neurogênico. A peristalse é substituída por intensas contrações ineficazes
QUEM? Acomete mais o sexo feminino e associa com ansiedade, depressão
COMO É? CÓLICA ESOFAGIANA E DISFAGIA
Pode simular IAM (cólica sem disfagia)
Pode ser precipitada por certos alimentos ou por outras patologias digestivas
ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSO
Suspeitar se: paciente do sexo feminino, com clínica de angina de peito, sem evidências complementares de doença coronariana, especialmente se tem queixa de disfagia.
DIAGNÓSTICO
Radioscopia baritada do esôfago: esôfago em saca-rolhas (“corkscrew”). Obs: o espasmo é episódico, daí, o exame pode ser normal (testes
provocativos com alimentos ou drogas – “edrofônio”)
Esofagomanometria – (padrão ouro) Ondas não peristálticas, vigorosas, predominantes nos 2/3 inferiores, prolongadas e de grande amplitude (> 120 mm Hg)
Fazer avaliação criteriosa para doença coronariana
Nitratos
Bloqueadores de canais de cálcio Antidepressivos tricíclicos.
Cirúrgico:
Esofagomiotomia longitudinal TRATAMENTO Farmacológico:
O QUE É? Ondas peristálticas de elevada amplitude (> 180 mm Hg - até 400 mm Hg)
QUEM? Ambos os gêneros e todas as idades
COMO É? DISFAGIA E DOR RETROESTERNAL
Pode simular IAM (cólica sem disfagia)
Pode ser precipitada por certos alimentos ou por outras patologias digestivas como a DRGE
DIAGNÓSTICO: Impossível distinguir clinicamente do EED O diagnóstico é manométrico
ESÔFAGO EM QUEBRA-NOZES
Ansiolíticos Nitratos
Bloqueadores de canais de cálcio Antidepressivos tricíclicos.
TRATAMENTO
Farmacológico: Não Farmacológico: dieta
O QUE É? Comprometimento do músculo liso esofágico, com esclerose e atrofia QUEM? Envolvimento esofágico em 90% dos pacientes com esclerodermia
COMO É? Atrofia e esclerose dos dois terços distais do esôfago. Ondas aperistálticas de baixa amplitude no esôfago distal
redução da pressão basal do EEI (DRGE)
DISFAGIA E DOR RETROESTERNAL (Pirose)
Pode ser precipitada por certos alimentos ou por outras patologias digestivas como a DRGE
ESCLERODERMIA
O tratamento é baseado em medidas de suporte, ajuste dietético e controle rigoroso da DRGE.
obstruções mecânicas
Recorde a anatomia para verificar que o esôfago pode ser obstruído por:
Coluna vertebral Tireoide Aorta Coração Abscessos intratorácicos Tumores DIVERTÍCULOS
DIVERTÍCULOS VERDADEIROS – todas as camadas
FALSOS – só mucosa e submucosa (Zenker)
INTRAMURAIS – herniação contida no interior da camada muscular
DE PULSÃO - PRESSÃO INTRALUMINAL (são falsos)
DIVERTÍCULO DE ZENKER
Herniação da mucosa e submucosa pelo triângulo de Killian, na parede posterior da hipofaringe, com protrusão lateral da bolsa
triângulo de Killian divertículo
m. tireofaríngeo
m. Cricofaríngeo (EES)
Quem? Homens, 7ª década, + à esquerda Como é? Disfunção cricofaríngea. Associa
com DRGE e Hérnia de Hiato
CLÍNICA
Disfunção cricofaríngea. Associa com DRGE e Hérnia de Hiato Disfagia alta
Regurgitação e aspiração Halitose, rouquidão
TRATAMENTO Cirurgico
< 2 cm – miotomia
➢ 2 cm – miotomia + diverticulectomia ou diverticulopexia
➢ > 5 cm - miotomia + diverticulectomia
DIAGNÓSTICO: Esofagografia baritada
Endoscopia: risco de perfuração e mediastinite
Endoscópico (procedimento de Dohlman) Para divertículos > 3 cm
ANÉIS E MEMBRANAS
O que é? Área de estreitamento da luz esofágica
ANÉIS são distais e ocupam toda a circunferência do esôfago
MEMBRANAS são proximais e ocupam parte da circunferência esofágica (geralmente associadas a condições sistêmicas como anemia ferropriva, doença do enxerto contra hospedeiro e buloses.
Como é? Disfagia leve para sólidos (podem ocorrer situações agudas com a obstrução por um pedaço grande de alimento – carne) “Entalo súbito”
TIPOS
Síndrome de Plummer-Vinson ou Paterson-Kelly – membrana hipofaríngea associada a anemia ferropriva Anel de Schatzki – malformação no esôfago distal (junção escamo-colunar), pacientes > 40 anos
SÍNDROME DA STEAKHOUSE
DISFAGIA LUSÓRIA E SLING DA ARTÉRIA PULMONAR
O que é? Anormalidade do arco aórtico e da artéria pulmonar
“A má-formação mais comum é uma artéria subclávia direita que emerge da aorta descendente, formando um anel incompleto em volta do esôfago.
Sling de artéria pulmonar – emergência tardia da a. pulmonar esquerda, que passa entre a traqueia e o esôfago.
Como é? Disfagia
TRATAMENTO
Devem ser tratados os pacientes com sintomas importantes e todos com sling da artéria pulmonar (pelo risco de estenose de traqueia)
UFSC 2017
Homem de 27 anos, com história de disfagia há 3 meses, inicialmente para líquidos, evoluiu com disfagia para sólidos também. Queixa-se ainda de regurgitação e perda de peso. RX de tórax com alargamento do
mediastino.
A) Aneurisma de aorta torácica. B) Acalasia
C) Esclerodermia
D) Síndrome de Plummer-Vinson E) Espasmo esofagiano.
UFSC 2017
Homem de 27 anos, com história de disfagia há 3 meses, inicialmente para líquidos, evoluiu com disfagia para sólidos também. Queixa-se ainda de regurgitação e perda de peso. RX de tórax com alargamento do
mediastino.
A) Aneurisma de aorta torácica. B) Acalasia
C) Esclerodermia
D) Síndrome de Plummer-Vinson E) Espasmo esofagiano.
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais -FHEMIG - 2012 Prova Geral
SCT, sexo feminino, 58 anos, cozinheira, apresenta disfagia progressiva, e fez o estudo radiológico
contrastado mostrado abaixo.
O diagnóstico mais provável é: A) Acalásia de esôfago
B) Adenocarcinoma de esôfago
C) Esofagite de refluxo com estenose D) Presbiesôfago
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais -FHEMIG - 2012 Prova Geral
1) SCT, sexo feminino, 58 anos, cozinheira, apresenta disfagia progressiva, e fez o estudo radiológico
contrastado mostrado abaixo.
O diagnóstico mais provável é: A) Acalásia de esôfago
B) Adenocarcinoma de esôfago
C) Esofagite de refluxo com estenose D) Presbiesôfago
Hospital Therezinha de Jesus - HTJ - 2012 Endoscopia
Quais dos exames abaixo ainda são considerados padrão-ouro na nossa rotina para o diagnóstico de
acalásia e DRGE, respectivamente? A) EDA e pHmetria.
B) Manometria e EDA. C) SEED e EDA.
Hospital Therezinha de Jesus - HTJ - 2012 Endoscopia
3) Quais dos exames abaixo ainda são considerados padrão-ouro na nossa rotina para o diagnóstico de acalásia e DRGE, respectivamente?
A) EDA e pHmetria. B) Manometria e EDA. C) SEED e EDA.
Hospital Ophir Loyola - HOL - 2012 Clínica Médica
Um executivo, de 52 anos de idade se apresenta no serviço de clinica médica para avaliação de
disfagia intermitente, que começou dois anos atrás. Ao alimentar-se, ele reclama de sensação de comida prendendo na garganta após a deglutição, além de desconforto torácico e hipersalivação. Por vezes esta sensação se resolve espontaneamente, porém, em pelo menos duas ocasiões, o desconforto obrigou a levantar da mesa e regurgitar a comida não digerida. Ele afirma que isto acontece mais frequentemente em ocasião de um almoço de negócios ou um jantar farto. O paciente aumentou de peso 2,3kg nos
últimos seis meses. A exploração física é completamente normal. O diagnóstico mais provável é? A) Acalasia do esôfago
B) Espasmo esofagiano difuso
C) Adenocarcinoma do esôfago distal D) Anel de Schatzki
Hospital Ophir Loyola - HOL - 2012 Clínica Médica
1) Um executivo, de 52 anos de idade se apresenta no serviço de clinica médica para avaliação de
disfagia intermitente, que começou dois anos atrás. Ao alimentar-se, ele reclama de sensação de comida prendendo na garganta após a deglutição, além de desconforto torácico e hipersalivação. Por vezes esta sensação se resolve espontaneamente, porém, em pelo menos duas ocasiões, o desconforto obrigou a levantar da mesa e regurgitar a comida não digerida. Ele afirma que isto acontece mais frequentemente em ocasião de um almoço de negócios ou um jantar farto. O paciente aumentou de peso 2,3kg nos
últimos seis meses. A exploração física é completamente normal. O diagnóstico mais provável é? A) Acalasia do esôfago
B) Espasmo esofagiano difuso
C) Adenocarcinoma do esôfago distal D) Anel de Schatzki
Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais - HPM - 2012 Endoscopia
Sobre o divertículo faringoesofágico (Zenker), marque a alternativa CORRETA:
A) Pacientes portadores de divertículos de Zenker de tamanho médio, com alto risco cirúrgico, constituem a melhor indicação para o tratamento endoscópico.
B) Divertículos muito pequenos não se beneficiam da miotomia cirúrgica do músculo cricofaríngeo. C) Acredita-se que o divertículo de Zenker seja condição congênita.
D) Divertículos muito grandes não são boa indicação para diverticulectomia associada à miotomia do músculo cricofaríngeo.
Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais - HPM - 2012 Endoscopia
Sobre o divertículo faringoesofágico (Zenker), marque a alternativa CORRETA:
A) Pacientes portadores de divertículos de Zenker de tamanho médio, com alto risco cirúrgico, constituem a melhor indicação para o tratamento endoscópico.
B) Divertículos muito pequenos não se beneficiam da miotomia cirúrgica do músculo cricofaríngeo. C) Acredita-se que o divertículo de Zenker seja condição congênita.
D) Divertículos muito grandes não são boa indicação para diverticulectomia associada à miotomia do músculo cricofaríngeo.
Universidade do Estado do Pará - 2016
Um paciente foi submetido a esofagograma cujo resultado demonstrou esôfago dilatao, com 6 cm de diâmetro. Segundo Mascarenhas, esse achado é classificado como:
A) Megaesôfago grau III B) Megaesôfago grau IV C) Megaesôfago grau II D) Megaesôfago grau I E) Megaesôfago grau V
Universidade do Estado do Pará - 2016
Um paciente foi submetido a esofagograma cujo resultado demonstrou esôfago dilatao, com 6 cm de diâmetro. Segundo Mascarenhas, esse achado é classificado como:
A) Megaesôfago grau III B) Megaesôfago grau IV C) Megaesôfago grau II D) Megaesôfago grau I E) Megaesôfago grau V
Universidade Federal do Piauí - 2015
Homem, 45 anos, proveniente de São Raimundo Nonato-PI, com regurgitação, disfagia para sólidos há 5 anos e emagrecimento. Realizada manometria que revelou: aperistalse do corpo do esôfago, ausência de relaxamento do EEI à deglutição, pressão de 50 mm Hg no EEI.
A esofagografia mostra diâmetro de 4 cm e a EDA mostra retenção alimentar e dilatação esofágica. A conduta é:
A) Esofagectomia trans-hiatal B) Esofagectomia trans-torácica
C) Gastrectomia subtotal, com vagotomia e “Y de Roux” D) Esofagocardioplastia à Thal-Hatafuku
Universidade Federal do Piauí - 2015
Homem, 45 anos, proveniente de São Raimundo Nonato-PI, com regurgitação, disfagia para sólidos há 5 anos e emagrecimento. Realizada manometria que revelou: aperistalse do corpo do esôfago, ausência de relaxamento do EEI à deglutição, pressão de 50 mm Hg no EEI.
A esofagografia mostra diâmetro de 4 cm e a EDA mostra retenção alimentar e dilatação esofágica. A conduta é:
A) Esofagectomia trans-hiatal B) Esofagectomia trans-torácica
C) Gastrectomia subtotal, com vagotomia e “Y de Roux” D) Esofagocardioplastia à Thal-Hatafuku
Secretaria Municipal de Saúde RJ - SMS RJ - 2008 Clínica Médica
Homem de 66 anos sem episódios agudos e recorrentes de dor torácica retroesternal, com irradiação para braços e regiões laterais do tórax. Esses episódios não estão relacionados com esforço, mas se agravam com a ingestão de alimentos e tensão emocional. Duram em torno de dez minutos e cedem espontaneamente. Após uma investigação cardiovascular negativa, suspeita-se de espasmo esofagiano difuso. Solicita-se uma esofagografia com bário. Esse diagnóstico é corroborado pelo seguinte achado:
A) dilatação esofágica proximal, com estreitamento em “bico de ave” da junção esofagogástrica B) estreitamento convergente da porção distal do esôfago, produzindo efeito de “maçã mordida” C) contrações esofágicas distais produzindo aspecto de “esôfago em saca-rolha”
Secretaria Municipal de Saúde RJ - SMS RJ - 2008 Clínica Médica
Homem de 66 anos sem episódios agudos e recorrentes de dor torácica retroesternal, com irradiação para braços e regiões laterais do tórax. Esses episódios não estão relacionados com esforço, mas se agravam com a ingestão de alimentos e tensão emocional. Duram em torno de dez minutos e cedem espontaneamente. Após uma investigação cardiovascular negativa, suspeita-se de espasmo esofagiano difuso. Solicita-se uma esofagografia com bário. Esse diagnóstico é corroborado pelo seguinte achado:
A) dilatação esofágica proximal, com estreitamento em “bico de ave” da junção esofagogástrica B) estreitamento convergente da porção distal do esôfago, produzindo efeito de “maçã mordida” C) contrações esofágicas distais produzindo aspecto de “esôfago em saca-rolha”