• Nenhum resultado encontrado

Caixa Mágica Da Leitura

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Caixa Mágica Da Leitura"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

1

Caixa Mágica Da Leitura

Maria Alda Antonelli (FSCGN)1profealda@hotmail.com

Ana Marcia Soecki (FSCGN)2anamsm94@hotmail.com

Resumo: O presente artigo descreve o trabalho desenvolvido por um grupo de acadêmicos da

Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte envolvendo crianças da Comunidade Cinco Mil, no município de Novo Mundo. Tendo como objetivo incentivar o prazer de ler, enfatizando o benefício que a leitura proporciona através do entretenimento e lazer, o projeto realizado aproveita os eventos que acontecem na Comunidade, tais como festas beneficentes e atividades desportivas, que são normalmente voltadas para os adultos, para proporcionar às crianças e adolescentes momentos de descontração e aprendizagem. Intitulado “Caixa mágica da leitura”, o projeto faz com que os livros saiam das prateleiras das bibliotecas para chegar às mãos das crianças, onde a leitura torna-se um prazer e não uma obrigação. A leitura e contação de histórias, despertam o imaginário da criança e consequentemente auxiliam para a formação do leitor.

Palavras-chave: Livros; Crianças; Leitura;

Abstract: This article describes the work of a group of academics from the Faculty of Social

Sciences of North Guarantã involving children Community Five Thousand, in the city of the New World. Aiming to encourage the pleasure of reading, emphasizing the benefits that reading provides through entertainment and leisure, the project carried out leverages the events that take place in the Community, such as charitable parties and sports activities, which are usually geared for adults to provide children and adolescents moments of relaxation and learning. Entitled "Magic box reading", the design makes the books leave the shelves of libraries to reach the hands of children, where reading becomes a pleasure and not an obligation. Reading and storytelling, awaken the child's imagination and thus help to the player's training.

Keywords: books; Children; Reading;

1. INTRODUÇÃO

O aprendizado da leitura se dá a partir das experiências pessoais, entretanto vai além do contexto individual, com a curiosidade impulsionada pelo processo de aprendizado, vem a necessidade e o esforço para desvelar os mistérios do mundo através de como e o que lê. É

1Maria Alda Antonelli, licenciada em Pedagogia com Pós-Graduação em Interdisciplinaridade Professora da

Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte. E-mail: profealda@hotmail.com

2

(2)

2

preciso ajudar a criança a descobrir o que os livros podem oferecer. Preocupados em fazer com que as crianças não apenas manipulem diversos materiais escritos, mas principalmente que tenham um contato com a as diferentes formas de linguagem e possam desenvolver o prazer pela leitura, o Projeto Caixa mágica da leitura pretende mostrar a magia da leitura, despertar a curiosidade de crianças e jovens que na sua grande maioria, o contato com a leitura acontece apenas na escola. Para suprir esta necessidade optou-se por levar os livros aos locais que as crianças frequentam com os pais nos finais de semana. Organizou-se uma caixa com mais de cem livros que foram emprestados pela Secretaria de Educação do Município e outros doados pela própria comunidade e, disponibilizados às crianças e jovens durante os eventos. Para atrair a atenção, foi organizado um espaço com tapetes, cadeiras e almofadas e os acadêmicos aproveitaram para contar histórias e incentivar a leitura. Também foram distribuídos balões e pirulitos, uma forma de atrair as crianças. De acordo com Sandroni (1991, p.16) “o amor pelos livros não é coisa que apareça de repente”. A criança precisa ouvir uma boa história, vivenciar momentos em que possa manusear os livros, explorar suas gravuras, compartilhar informações com outras crianças e com adultos, sem cobranças, apenas ler pelo prazer ler. A leitura realizada apenas na escola e cumprindo outras finalidades que não apenas ler para despertar o prazer de ler, não é suficiente para formar um bom leitor. E, nas comunidades distantes que não contam com uma biblioteca pública e as famílias que não dispõem de livros e não tem o hábito de ler, os acadêmicos, sabedores da importância da leitura e da contação de história, levam até as crianças momentos de alegria e descontração dentro da Caixa Mágica da leitura.

2. O ACESSO À LEITURA

A leitura está presente no dia a dia de todas as pessoas e é tão importante que pode ser considerada uma das principais tarefas da escola. Os professores precisam ter o conhecimento de que se lê para obter informação, paras estudar e por prazer, por isso a importância de despertar na criança o desejo de ler.

Para Oliveira (2005) a criança precisa estar em contato com os assuntos que mais lhe interessem. Não é sempre que o adulto precisa determinar e julgar o que ela deve ouvir ou ler, São as relações sociais, nas quais a criança está inserida como sujeito que interage com os outros , que devem permitir a ela construir sua linguagem e sua visão de mundo.

(3)

3

Quando a leitura é realizada com prazer, ampliam-se os horizontes da imaginação, desenvolve-se a escuta e amplia-se o vocabulário. Segundo Ferreiro (1987), crianças que recebem estímulos têm maiores chances de compreensão de leitura e escrita. A criança que ouve histórias desde muito cedo, que tem contato com livros e materiais impressos e que é estimulada terá um bom desenvolvimento, além é claro de ampliar atividades básicas como: atenção, memória, concentração, memorização, aumento do vocabulário entre outros.

Para Oliveira (2005) a leitura é para o leitor a oportunidade de aquisição de uma cultura geral. Nesse sentido talvez seja refletir que nem tudo que o adulto julga útil como aquisição de conhecimentos, valores e regras estão no campo dos interesses da criança, mas que dentre os bens culturais de uma sociedade existem saberes relevantes e irrelevantes , que cada leitor vai discernindo à medida do desenvolvimento do seu processo.

A criança começa se interessar pelo livro, vai querer buscar nele a alegria e satisfação. Tudo está em dar a ela a oportunidade de conhecer a grande magia que o livro proporciona.

Segundo Martins:

A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas de proporcionar ao educando condições de realizar sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as exigências que a realidade lhe apresenta. (MARTINS, 1994, p 34).

Assim, é importante apresentar uma diversidade de materiais de leitura para que a criança possa manusear, explorar e escolher o tipo de assunto que lhe interessa para ler.

Quanto aos livros, muitos deles, indicados para crianças em fase de pré-alfabetização são verdadeiros brinquedos. Coloridos e dobráveis, eles são muito lúdicos, o que estimula o gosto pela leitura.

Segundo Freire (1989) A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela por isso desde pequenas, as crianças devem se sentir motivadas a ler. Elas precisam perceber a leitura como um desafio interessante e prazeroso, porém nem todas as crianças tem o privilégio do contato com este mundo mágico que o livro traz.

Quando, desde cedo, veem-se carentes de convívio humano ou com relações sociais restritas, quando suas condições de sobrevivência material e cultural são precárias, refreando também suas expectativas, as pessoas tendem a ter sua aptidão para ler igualmente constrangida. Não que sejam incapazes, a questão está ligada ás condições de vida, a nível pessoal e social. ( MARTINS, 1994p.18)

(4)

4

A leitura amplia e abre horizontes, porém o acesso aos livros nem sempre é fácil, especialmente em comunidades mais afastadas, por esse motivo cabe aos educadores o papel de facilitadores, de mediadores entre as crianças e os livros, aproveitando tempo e espaços disponíveis envolvendo pais e comunidade como um todo.

Uma escola que se diz inclusiva precisa aproveitar todas as oportunidades de aproximar crianças e livros, uma parceria fundamental na formação da cidadania.

2.1 Formando leitores

No mundo em que vivemos além do computador com os recursos da Internet, os games e a simples televisão que apresentam atrativos que distanciam as crianças dos livros, há outros espaços, especialmente da zona rural, que são os campinhos de futebol, os banhos nos rios, as horas vagas depois da escola que permitem às crianças brincadeiras e recreação, nesses casos, incentivar a leitura não é tarefa fácil. Demonstrar às crianças que a leitura pode ser um prazer é um grande desafio e quanto mais cedo a criança tem contato com os livros e com o universo das histórias infantis, mas fácil será a tarefa.

De acordo com Oliveira:

O processo de escolarização introduz a criança num ambiente no qual os saberes sobre a leitura são sistematizados. Esse processo deve possibilitar a decodificação e a compreensão dos mais variados textos. Durante os anos de aprendizagem, se não houver uma prática intensa, variada e gratificante, que seduza o aluno para a prática consta te da leitura, seja dentro da escola ou fora dela, existe a possibilidade de que o desenvolvimento formativo da leitura não permita ao leitor ler, para além dos textos, a realidade social. (OLIVEIRA, 2005, p.118)

Compartilhar uma história também é uma forma de leitura. O fato de a criança ainda não saber ler convencionalmente não significa que não possa presenciar das mais variadas situações de leitura. Nesta situação, o adulto é um mediador entre a criança e o livro, ou seja, é ele quem lê para ela, de preferência com entonação e emoção. Entretanto, o que interessa é o prazer pela leitura e o afeto que envolve o momento.

Oliveira (2005) afirma que para formar o leitor, vários fatores são imprescindíveis: o vínculo interativo/afetivo de convívio com leitores mais experientes, interesse do próprio sujeito pelo objeto da leitura, pois ele é quem vai construindo sua história de leitura.

Para obter sucesso na tarefa de formar leitores, é necessário que o educador, pesquise literaturas especializadas para as crianças e adolescentes, conheça seus heróis, os desenhos

(5)

5

animados, assista filmes e conheça a preferência das crianças. Porém não basta apenas conhecer, é preciso envolver. Ao contar ou ler uma história, o contador deve envolver o ouvinte com sua voz, com os gestos, com a emoção.

2.2 Metodologia

O Projeto teve como atividade central as rodas de leitura, momentos em que as pessoas se reúnem para ler e comentar. Os leitores se reúnem em determinados espaços e horários e, mediados por um orientador, desenvolvendo atividades de escuta e leitura de narrativas, poemas, notícias, textos teatrais e outros, seguidas de observações e comentários das crianças sobre a história e o autor, o material lido, as relações deste com outras obras e com a realidade.

Inicialmente foi realizada a coleta e seleção de livros, catalogados e organizados em caixa para locomoção. Os livros em sua grande maioria foram emprestados pela Secretaria Municipal de Educação de Novo Mundo sendo devolvidos ao final do projeto e outros foram doados pela própria comunidade.

No segundo semestre de 2015 foram realizados três encontros de leitura. O primeiro encontro foi no dia 23.09.15 no evento prova de laço. Foi montado um cantinho da leitura com, painel, carpete, cadeiras, balões, e pirulitos. A Caixa foi colocada à disposição das crianças, que inicialmente estavam desconfiadas, curiosas, mas à medida que foram ouvindo as histórias foram se aproximando e demonstraram interesse não apenas em ouvir as histórias, mas também ler.

O segundo encontro foi na Escola Dante Martins de Oliveira, Comunidade Rochedo para as crianças do 1º ciclo no dia 20.10.15.

O terceiro encontro aconteceu no dia 08.11.15 na Comunidade Rochedo na festa beneficente da Igreja Católica.

Além dos livros ficavam à disposição para aqueles que queriam ler, foram contadas historias com caracterização e pintados os rostos das crianças, o que fez com que cada encontro de leitura se transformasse em um momento mágico.

(6)

6

Ler não pode ser um ato mecânico, especialmente na infância. O ato de ler deve ser um momento de prazer, de descoberta e de magia e, levar estes momentos de magia à crianças em que o contato com os livros se dá apenas no ambiente da escola, foi muito gratificante. Pode-se Pode-sentir a satisfação dos pais ao perceberem o interesPode-se dos acadêmicos em proporcionar estes momentos de lazer e entretenimento, em que as crianças tiveram contato com os livros de uma maneira diferente, sem cobranças e sem imposições.

Os resultados foram extremamente positivos, atraíram não apenas as crianças, mas também jovens e adultos. No início as crianças estavam receosas, tímidas, mas aos poucos foram se familiarizando com os livros, realizando leituras e comentários entre eles, outras preferiam inicialmente ouvir as histórias para depois ler. É a aprendizagem acontecendo fora da sala de aula, num ambiente ao ar livre, compartilhado com crianças, adolescentes e adultos onde a troca de experiências e opiniões favorece novas descobertas e despertar a curiosidade para a leitura e o prazer que esta proporciona.

REFERÊNCIAS

FERREIRO, Emilia. Os processos de leitura e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Em três artigos que se completam/Paulo Freire – São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

OLIVEIRA, Ana Arlinda de. Leitura, Literatura Infantil e Doutrinação de Crianças. Cuiabá-MT, Universidade Federal de Mato Grosso, 2005

Referências

Documentos relacionados

formarão 3 (três) grupos de 04 (quatro) equipes cada, jogando entre si dentro de cada Grupo, classificando-se para a fase final as 02 (duas) melhores equipes colocadas

 Microscopia de campo escuro ou coloração pelo método Fontana-Tribondeau ; Diversidade da Parede Celular. Fontana-Tribondeau (impregnação

Entre os 12 e 42 meses de idade, o perímetro escrotal observado e estimado pelos diferentes modelos foi similar, mas, aos 72 meses de idade, comparando os valores

Um dos termos mais utilizado e pouco compreendido é, “comunhão”. Comunhão com Deus é o grande segredo da força de um cristão, e é, portanto, da maior importância que o

A solução da cisão do Tratado Constitucional em dois novos instrumentos, um tra- tado base e um tratado de aplicação, que apresentariam designações ao agrado

Os resultados refletem as conquistas de novos clientes em todas as três divisões que compõem a unidade; o crescimento orgânico da base de cartões processados na Divisão

Na sua qualidade de instituição responsável pela organização do processo de seleção, o Secretariado-Geral do Conselho garante que os dados pessoais são tratados nos termos do

A autuada deverá ser informado de que a não interposição de recurso ocasionará o trânsito em julgado, sendo o processo remetido ao Núcleo Financeiro para cobrança da multa.. O