2ª AVALIAÇÃO TRADICICIONAL
2ª AVALIAÇÃO TRADICIONAL/2017
3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR
PROVA DISCURSIVA
HISTÓRIA
RESOLUÇÃO
ATENÇÃO!
Duração total das provas discursivas + REDAÇÃO:
5
1/2
horas
2ª AVALIAÇÃO TRADICICIONAL
HISTÓRIA 1ª Questão (Adelarmo)
(DARWIN-2017) Leia atentamente o texto abaixo:
ATENAS, O BERÇO DO OCIDENTE.
É a festa da democracia em Atenas e todos os cidadãos, dos magnatas aos mais humildes, foram convidados. Quem passa pela ágora, a praça do mercado, logo vê os dez portões pelos quais en-tram os que vão votar. É dia de eleição e há um clima de ansiedade no ar; [...] Os eleitores só precisam rabiscar o nome do candidato ao exílio num caco de cerâmica, [...], e depositá-lo num grande jarro. Um grupo de camponeses hesita perto dos portões: entrar ou não entrar? Eles não sabem escrever e estão inseguros, mas um homem de túnica elegante se aproxima para dar uma mãozinha. “Percebo que os senhores têm dificuldade com a escrita e seria uma injustiça não poderem participar. Eis aqui alguns votos já prontos”, diz, enquanto oferece as cédulas em que, maliciosamente, inscreveu provavelmente o nome do seu inimigo. Agradecidos, os camponeses já podem votar. A cena fictícia se passa em Atenas de 2.500 anos atrás. Mas qualquer semelhan-ça com o conhecido voto de cabresto, flagelo da democracia contemporânea, não é mera coinci-dência.
(LOPES, Reinaldo José. Aventuras na História, ed. 68, São Paulo, mar. 2009, p.28. Texto com adaptações) a) Identifique e explique a prática política ateniense (instituída por Clístenes) a que o texto apresentado se refe-re. Deixe explícito em sua resposta qual era o principal objetivo de tal prática.
RESOLUÇÃO: O aluno deverá identificar o ostracismo e explicar que tal prática consistia em um instrumento que permitia aos cidadãos votarem em assembleia para punir qualquer indivíduo, considerado perigoso para o bem comum e para o regime democrático. A punição consistia no exílio por 10 anos daqueles considerados culpados (perdiam temporariamente seus direitos polí-ticos) e era uma forma de inibir a ação dos tiranos, ou seja, daqueles que pretendiam assumir o poder por um golpe de força.
b) Explique duas características da democracia ateniense que as diferenciam da democracia contemporânea. RESOLUÇÃO: O aluno deverá destacar que a democracia em Atenas era restrita, excludente, pois dela participavam apenas homens livres e adultos, nascidos em Atenas e filhos de pai e mãe atenienses, excluíam mulheres, escravos e metecos, já a democracia contemporânea é universal; outro aspecto relevante é que a democracia em Atenas era direta, ou seja, os cidadãos direta-mente participavam das decisões nas assembleias, enquanto atualdireta-mente temos uma democracia representativa na qual são eleitos os representantes do povo incumbidos da função de deliberar
e tomar as decisões.
2ª Questão (Totinho)
2ª AVALIAÇÃO TRADICICIONAL
A Igreja Católica foi a mais poderosa instituição do mundo medieval e criou normas e comportamentos que eram cobrados severamente por parte do clero. Nesse contexto, responda aos seguintes questionamentos: a) Explique a teoria das três ordens e sua influência na mentalidade da época.
RESOLUÇÃO
O aluno poderia citar o grande poder político e econômico que a Santa Sé possuía durante o período medieval, interferindo em diversas esferas. Deveria explicar a teoria das três ordens. Seu monopólio no campo intelectual e ainda citar a igreja como definidora da salvação.
b) Explique três causas do movimento das Cruzadas. RESOLUÇÃO
As Cruzadas foram inauguradas no Concílio de Clermont pelo Papa Urbano II em 1075. O pró-prio Urbano II afirmava que os cristãos católicos deveriam se deslocar para regiões orientais com o propósito de converter os infiéis ao catolicismo. Esses eram cristãos ortodoxos, muçul-manos e judeus por exemplo. Além disso, os católicos pretendiam conquistar terras no oriente para levar excedentes populacionais para a região e também para fundarem reinos católicos nes-sas áreas, o que foi observado com a fundação do Reino de Jerusalém com a primeira cruzada. Por fim, podemos destacar que os cruzados objetivavam trazer as especiarias orientais para a Europa ocidental, o que dinamizou o comércio nessa região.
3ª Questão (Mauro Paiva)
“A lei que eles hão de dar é defender-lhes comer carne humana e guerrear sem licença do governador, fazer-lhes ter uma só mulher, vestirem-se, pois tem muito algodão, ao menos depois de cristãos, tirar-fazer-lhes os feiticei-ros, mantê-los em justiça entre si e para com os cristãos; fazê-los viver quietos sem se mudarem para outra par-te, se não para entre cristãos, tendo terras repartidas que lhes bastem e com esses padres da Companhia para os doutrinar”.
(Apontamentos das coisas do Brasil, 1558)
A atuação dos missionários da Companhia de Jesus está intimamente ligada ao processo colonizador do Brasil. a) Qual a origem da Companhia de Jesus?
b) Conceitue catequização indígena.
c) Aponte as consequências da presença jesuíta na colônia. RESOLUÇÃO
A Ordem dos Jesuítas ou Companhia de Jesus foi criada em 1534 durante o Concílio de Trento, no início da Contra Reforma. A sede ficava na Espanha e o fundador foi um militar espanhol chamado Inácio de Loyola, dando à ordem uma rígida disciplina e estrutura hierárquica. A cate-quese, desenvolvida pelos jesuítas, é considerada sinônimo de aculturação, uma forma de domi-nação que destruiu os valores e a cultura indígena, impondo aos ameríndios os valores cristãos europeus. A presença dos jesuítas foi importante no processo de colonização, domesticando os índios, mas também assumiram a responsabilidade pelo ensino dos colonos, nos colégios.
2ª AVALIAÇÃO TRADICICIONAL
4ª Questão (Rondinelli)Na pintura religiosa renascentista, o índio, uma vez submetido aos valores cristãos, tornou-se humanizado. O pintor holandês Albert Eckhout representou essa ruptura conceitual na sua obra: nos quadros que retratam os índios Tupis e Tapuias, os índios “aliados” eram pacíficos, trabalhadores, tinham família, andavam vestidos (foram “domesticados”), estavam acessíveis ao trabalho cotidiano, enquanto os índios “bravos” (bárbaros) eram antropófagos que andavam nus, carregando despojos esquartejados como alimentação, e guerreavam os colonizadores.
Adaptado de OLIVEIRA, J. P. e FREIRE, C. A presença indígena na formação do Brasil. Brasília: MEC LA-CED/Museu Nacional, 2006.
Os retratos de indígenas acima revelam algumas das intenções por parte dos agentes da colonização, como a Coroa, a Igreja e os colonos, diante das populações nativas na América Portuguesa no século XVII.
Considerando as imagens e o texto, aponte um objetivo econômico dos colonizadores que explique a forma pela qual os aliados Tupis foram retratados. Em seguida, cite uma forma de resistência indígena à colonização que justifique a representação atribuída aos Tapuias.
RESOLUÇÃO
Entre os objetivos dos colonizadores podem ser mencionados o domínio sobre as terras e a ex-ploração da mão de obra dos nativos. Ocorreram diversas formas de resistência dos indígenas contra a colonização, tais como guerras, canibalismo, recusa à catequese e ao trabalho, fugas, entre outras.
5ª Questão (Cerlon)
A produção açucareira [do Brasil] colonial exigiu, além da constituição de formas específicas de trabalho, confi-guração peculiar da propriedade da terra.
(Vera Lúcia Amaral Ferlini, Terra, trabalho e poder) Identifique e analise essa “configuração peculiar da propriedade da terra”.
2ª AVALIAÇÃO TRADICICIONAL
consiste em uma colônia de exploração através de latifúndio, monocultura (açúcar), trabalho escravo e a economia visava o mercado externo. “Configuração peculiar da propriedade da terra” era a grande propriedade agrária uma vez que para produzir açúcar era imprescindível muita mão de obra, daí a escravidão e muita terra para o plantio. Nesse sentido, as sesmarias distribuídas pelos donatários aos colonos reforçara estrutura fundiária concentracionista, na medida em que apenas colonos ricos podiam receber grandes lotes de terra.