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Análise do Alcance e Utilidade Explicativos da Teoria Institucional na Pesquisa em Contabilidade Gerencial no Brasil

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Análise do Alcance e Utilidade Explicativos da Teoria Institucional na Pesquisa em Contabilidade Gerencial no Brasil

Autoria: Magnus Luiz Emmendoerfer, Gustavo Melo Silva, Robson Zuccolotto

Resumo: A produção de conhecimento nas pesquisas em contabilidade gerencial revelam um

potencial espaço para debates interdisciplinares que integram conceitos das ciências humanas e sociais envolvendo a teoria institucional. Parte-se do pressuposto que mesmo com os avanços existentes na produção científica no Brasil, esta temática mereça maior clarificação e avanço nas pesquisas em contabilidade gerencial. Assim, O objetivo deste ensaio teórico é realizar reflexões sobre os limites e o potencial analítico da teoria institucional enquanto abordagem e método de análise nos estudos contábeis, em especial, da contabilidade gerencial no Brasil. Para tanto, foram apresentadas interlocuções entre os estudos contábeis e a teoria institucional que compõe o mainstream dos estudos realizados na área de contabilidade, principalmente, no Brasil. Em seguida, realizaram-se discussões sobre o alcance e utilidade explicativos da teoria institucional na contabilidade, apontando possíveis avanços, limites e inconsistências nas pesquisas produzidas até o ano de 2007. Como resultados, observou-se que, se por um lado, estes estudos mostram a importância do desenvolvimento contínuo de pesquisas que demonstrem a relação e aplicabilidade do institucionalismo atualmente nas Ciências Contábeis; por outro lado, estes não demonstram com profundidade o poder explicativo da realidade organizacional que é possível e algumas vezes limitado com o aporte da teoria institucional utilizada com relativa e questionável adequação e precisão conceitual. Por fim, procurou-se apontar perspectivas de estudos em contabilidade focalizando o fenômeno institucional no processo decisório organizacional.

1. PANORAMA INICIAL

A construção do conhecimento em contabilidade gerencial revela um potencial espaço para debates interdisciplinares que integram conceitos das ciências humanas e sociais. Uma dessas tentativas germinais no Brasil foi apresentada no trabalho de Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) ao envolverem temas relacionados as correntes cognitiva e social como psicologia, cultura organizacional e institucionalismo no contexto da teoria e prática da contabilidade.

Neste ensaio, parte-se do pressuposto que mesmo com os avanços existentes, esta temática mereça maior clarificação e avanço nos estudos em contabilidade gerencial. Acredita-se neste trabalho que isso esteja ocorrendo, devido ao entendimento e incorporação na área de contabilidade de reflexões interdisciplinares, como as perspectivas institucionalistas de postulados históricos, sociológicos e políticos.

Entende-se que os estudos em contabilidade gerencial estão tradicionalmente direcionados àqueles “da porta para dentro da entidade”, enfocando o processo decisório dos gestores. Entretanto, parte-se do pressuposto que sob a perspectiva institucional, esse processo decisório não se restringe “a uma parte da entidade”, no caso ao seu interior, mas a toda ela, pois existem conseqüências (não) intencionais que atingem e refletem no seu ambiente. Eis um debate oportuno! Discutir e compreender os limites e as perspectivas de estudos que tenham como foco as interlocuções entre contabilidade (gerencial) e a abordagem sociológica, especificamente em questões que tenham interface com organizações e racionalidade humana perante as atividades econômicas.

Assim, o objetivo deste ensaio teórico é realizar reflexões sobre a utilização de conceitos das ciências humanas e sociais enquanto abordagens e métodos de análise nos estudos contábeis, em especial, da contabilidade gerencial no contexto da contemporaneidade. Tal objetivo corrobora com os esforços que o grupo de pesquisa em Ensino e Pesquisa em

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Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa vem empreendendo nos últimos anos.

Em termos metodológicos, primeiramente, foram apresentadas interlocuções entre os estudos contábeis e a teoria institucional que compõe o que chamamos de “state of art” ou

mainstream dos estudos realizados na área de contabilidade, principalmente, no Brasil. Em

seguida, realizaram-se discussões sobre o alcance e utilidade explicativos da teoria institucional na contabilidade, apontando possíveis avanços, limites e inconsistências nos estudos produzidos até o ano de 2007. Tal análise em termos epistemológicos se aproxima do vem sendo chamado nas últimas décadas de Teoria da Contabilidade Crítica (Critical

Accounting Theory), cujo interesse firma-se na visão de que a produção científica presente

não é satisfatoriamente explicativa e que a realidade (e o seu entendimento) pode ser melhor do que ela já é (LAUGHLIN, 1987; 1999; TINKER, 1988; LODH; GAFFIKIN, 1997; NEU

et al., 2001; GAFFIKIN, 2006). Por fim, antes de tecer as considerações sobre o trabalho

como um todo, procurou-se apontar perspectivas de estudos em contabilidade a partir da compreensão do fenômeno institucional no processo decisório organizacional. Somado a isso, este artigo representará também uma tentativa de contribuir com a discussão teórica sobre o modo que a contabilidade incorpora a teoria institucional e a utiliza para o estudo da contabilidade gerencial que pode ser potencialmente extensível e aplicável à análise das instituições e de seus processos organizacionais na contemporaneidade.

A análise das instituições na contemporaneidade que se pretende discutir neste ensaio teórico considera a abordagem institucional, que (re)surgiu entre as décadas de sessenta e oitenta, uma resposta às crises, limitações e críticas relacionadas aos modelos explicativos até então dominantes nos estudos organizacionais: o behaviorismo (escola comportamentalista), o funcionalismo e o marxismo, como às abordagens racionalistas e formalistas das instituições. Esta base de análise institucional, somada as outras versões analíticas de origem principalmente sociológica, histórica e da ciência política, veio a compor uma abordagem chamada institucionalismo, para distingui-lo daquelas teorias difundidas antes da Segunda Guerra Mundial até o advento da chamada revolução behaviorista. Além disso, passou a também incorporar o adjetivo “novo” (IMMERGUT, 1996, p.17), pois, de certa forma, as abordagens tradicionais (behaviorismo, funcionalismo e marxismo) estariam relacionadas ao “velho” institucionalismo que não reconhece uma lógica própria no funcionamento das instituições, identificando-as como elementos de um sistema maior e cumprindo funções pré-determinadas. Assim, tem-se o chamado “novo institucionalismo”i, referencial analítico chave, utilizado para a discussão deste trabalho no estudo da contabilidade gerencial, como será observado a partir da seção 3.

2. A TEORIA INSTITUCIONAL APLICADA AOS ESTUDOS CONTÁBEIS

Até o inicio da década de 80 o enfoque da escolha racional (TSEBELIS, 1990) influenciava fortemente as pesquisas sobre organizações e as poucas pesquisas realizadas sobre o enfoque sociológico enfatizavam o ambiente interno da organização. A década de 80, no entanto, introduziu uma nova orientação metodológica na pesquisa em contabilidade, ou seja, uma tentativa de estudar a teoria e a prática contábeis à luz de elementos pertinentes ao contexto social. Essa iniciativa nasceu da percepção de que a contabilidade está fundamentada num corpo de conhecimentos que evoluem em função desse contexto e, ao mesmo tempo, contribuem para transformá-lo (DIAS FILHO E MACHADO, 2004).

Esses mesmos autores afirmam, ainda, que um novo programa de pesquisa começou a se delinear nos estudos contábeis a partir dos trabalhos de Hopwood (1978; 1983) e Burchell

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numa perspectiva institucional. Neste sentido, em vez de tratar a contabilidade como uma disciplina estática e puramente técnica, esta pesquisa a estudou sob o enfoque institucional, como um mecanismo interligado à vida das organizações e ao contexto em que elas operam.

Assim, sob o enfoque racional, a contabilidade demonstra ter a função de inserir aspectos gerenciais na organização, assim como possui mecanismos de poder para moldar e condicionar o comportamento dos gestores no cotidiano organizacional no que tange a decisões sobre custo, lucro e centros de investimento. Deste modo, para Hopwood (1983, p.300) esses mecanismos contábeis serviriam para “monitoração de desempenho dentro das unidades [ajudando] a tornar real o potencial poderoso, que é refletido dentro do quadro organizacional”.

Corroborando essa idéia, Scapens (1994) e Burns (2000) mencionam que o conhecimento teórico no âmbito da contabilidade gerencial é fortemente orientado pela teoria neo-clássica da firma. Todavia, Scapens (1994) destaca que essa teoria não se constitui em referencial teórico adequado para explicar o desenvolvimento de sistemas de contabilidade gerencial, visto que fora desenvolvida, por economistas, para ajudá-los a prever comportamentos, efetuar estudos e análises no âmbito da indústria e do mercado como um todo, sem a intenção de explicar o comportamento de gestores dentro das firmas.

Destaca-se, no entanto, que se assim fosse, as práticas de contabilidade gerencial seriam inseridas no contexto empresarial com maior freqüência e mudariam dependo das escolhas efetuadas. Tanto é assim, que buscando entender os processos de mudança em contabilidade, diversos autores e pesquisadores têm alertado para o problema da “estabilidade da contabilidade gerencial”, chamando a atenção para o fato de que a pesquisa contábil tem tido pouco impacto na prática empresarial e para as diferenças existentes entre o que diz a teoria e o que é feito na prática (EDWARDS e EMMANUEL, 1990; SCAPENS e ROBERTS, 1993; SCAPENS, 1994; COVALESKI et al., 1996; GRANLUND e LUKKA, 1998; BURNS, 2000; BURNS e SCAPENS, 2000; e GRANLUND, 2001).

Sob essa mesma ótica, Scapens (1994) destaca que as práticas contábeis geralmente demoram a mudar, mas a questão é: Por quê?

Tentando entender o porquê desta estabilidade ou a adoção de práticas, observa-se, a partir da década de 90 e, com mais expressão, nos últimos dez anos, coadunando com Carruthers e Espeland (1991) e Carruthers (1995), a aplicação da teoria institucional por pesquisadores em contabilidade para explicar práticas de contabilidade gerencial adotadas pelas organizações empresariais. Assim, tanto as abordagens da Velha Economia Institucional (OIE – Old Institucionalism Economics) como do Novo Institucionalismo Sociológico (NIS -

New Institutional Sociology) têm sido utilizado por pesquisadores para compreender ou

explicar as mudanças.

Scapens (1994) afirma que o conjunto de idéias contidas na velha teoria institucional fornece um arcabouço intelectual mais adequado para o entendimento dos sistemas de contabilidade gerencial do que a estrutura conceitual do modelo neo-clássico. Segundo esse autor, a abordagem das instituições não deve ser considerada nem a única, nem a melhor, porém se apresenta como uma estrutura válida para o entendimento das práticas contábeis gerenciais como rotinas institucionalizadas e para explorar a interação entre a contabilidade gerencial e outras instituições sociais.

Partindo, então, dos conceitos da velha economia institucional, Burns e Scapens (2000) utilizam os conceitos de hábitos, regras, rotinas e instituições para sugerir como as práticas contábeis podem se tornar rotinizadas e através do tempo começar a fazer parte do conjunto das pressuposições e crenças inquestionáveis da organização. A contabilidade gerencial, sob a ótica da regra, corresponde a um conjunto de técnicas e procedimentos definidos formalmente e registrados nos manuais de procedimentos. Práticas contábeis e rotinas emergentes podem ser caracterizadas como institucionalizadas, quando elas se tornam

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amplamente aceitas na organização e quando elas se tornam formas de controle gerencial inquestionáveis.

Assim, baseado no trabalho de Matallo Jr. (1994), pressupõe-se existir na contemporaneidade uma inclinação representativa dos estudos contábeis para o enfoque do institucionalismo sociológico, cujo objetivo é ajudar a explicar os fenômenos contábeis a partir dos padrões de comportamento, normas, crenças e procedimentos a que as organizações recorrem para ganhar legitimidade no ambientem em que atuam. Baseia-se na idéia de que em ciências sociais não se pode formular explicação que tenha como base uma linguagem unívoca, não contextual.

Nesse sentido, pesquisas como a de Covaleski e Dirsmith (1988) adotaram a perspectiva institucional para examinar a maneira pela qual expectativas sociais de práticas orçamentárias são articuladas, instituídas e modificadas durante um período de declínio na organização universitária.

Carruther apud Covaleski et al. (1996) mencionam que, de acordo com a teoria institucional, as práticas contábeis podem ser vistas como um grande conjunto de características que podem legitimar organizações através da construção de uma aparente racionalidade e eficiência.

Granlund e Lukka (1998) objetivam identificar e analisar as forças que parecem causar convergência (em nível macro) nas práticas contábeis gerenciais nas empresas ao redor do mundo, utilizando-se, para isso da abordagem NIS como meio básico para estruturar as análises institucionais.

No Brasil, vários trabalhos têm sido desenvolvidos buscando estudar as práticas de contabilidade gerencial sob a perspectiva institucional. Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) se propuseram discutir e melhor compreender a contabilidade gerencial através da integração de conceitos de psicologia, cultura organizacional e teoria institucional. Tendo como objetivo aprofundar o nível de conhecimento sobre as causas dos gaps que existem entre a teoria e as práticas de Contabilidade Gerencial, estes autores, fazendo referência ao trabalho de Granlund (2001), escrevem que existe, atualmente, um paradoxo entre as práticas de contabilidade gerencial e sua efetiva utilização. Afirmam ainda que o ponto central sobre o qual repousa a teoria institucional é a idéia de hábitos de um grupo de pessoas: a instituição é estruturada a partir de objetivos e estratégias que orientam o desenho e o fluxo das rotinas organizacionais. No cotidiano, tais rotinas começam a fazer parte da experiência humana ao interagir com o trabalho empresarial, cujas funções vão sendo internalizadas paulatinamente pelos indivíduos. Assim, a rotina depende do hábito que é formado a partir da experiência cotidiana orientada pela empresa em seu mercado, que por sua vez moldam as instituições.

Com base nessas colocações, Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) partem da premissa que o indivíduo é o átomo fundamental dos grupos sociais: assim, o entendimento da formação de hábitos por determinado grupo social passa, certamente, pelo entendimento da adoção de hábitos pelos indivíduos, bem como pela influência que os indivíduos sofrem participando de um determinado grupo social. Nesta perspectiva, esses autores constroem a sua hipótese de pesquisa na crença de que os conceitos da psicologia e da cultura organizacional podem contribuir para melhor compreensão da aplicação da abordagem institucional nos estudos contábeis.

Desta forma, esses autores demonstram que é possível discutir as mudanças ambientais e a estabilidade da contabilidade gerencial ao considerá-la como uma instituição. Ao fazerem tal afirmação, os autores buscam argumentar com base nos trabalhos de Scapens (1994) e Burns e Scapens (2000) que o conjunto de idéias contidas na teoria institucional sob o enfoque sociológico estrutura um arcabouço intelectual mais adequado para o entendimento dos sistemas de Contabilidade Gerencial na contemporaneidade do que a estrutura conceitual existente no enfoque institucional da economiaii.

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Assim, fazendo uso da orientação conceitual (NIS) exposta no trabalho de Burns e Scapens (2000), os autores Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) procuram sustentar a contabilidade gerencial como uma instituição por meio de conceitos como hábitos, rotinas e instituições que permitiriam sugerir que as práticas contábeis podem se tornar rotinizadas e através do tempo começar a fazer parte do conjunto de pressuposições e crenças inquestionáveis na organização. Portanto, a contabilidade gerencial como uma instituição, ou seja, como um conjunto de rotinas desempenhadas de forma habitual por um grupo de indivíduos, evidencia a natureza social e não técnica da contabilidade gerencial e, nesse sentido, a adição de elementos provenientes do enfoque NIS como a cultura organizacional poderia ajudar a compreender problemas dessa natureza em estudos contábeis.

Oyadomari et al. (2007), por sua vez, se propuseram a estudar a institucionalização do

Value Based Management (VBM) como prática de contabilidade gerencial à luz da NIS.

Partindo do mesmo enfoque do trabalho de Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) os autores relatam que as pesquisas têm demonstrado que existe um gap entre a teoria e as práticas de contabilidade gerencial. Todavia, mesmo com a existência desse gap, a abordagem VBM por meio do componente Lucro Residual tem sido apontada nas pesquisas como uma das mais adotadas pelas empresas nos últimos anos. Assim, tendo por objetivo identificar as contribuições da Teoria Institucional para explicar a institucionalização do VBM com foco na NIS, atualmente utilizada pelos pesquisadores para explicar a estabilidade e os processos de mudança das práticas de contabilidade gerencial, os autores concluem que: (i) a institucionalização do VBM com foco na NIS sustentou-se, fortemente, no pilar cognitivo cultural com a utilização do mecanismo mimético (Cf. POWELL e DIMAGGIO, 1999; 2005); (ii) os administradores precisam legitimar suas ações perante os acionistas, e isso materializa a adoção do VBM; (iii) as empresas de consultoria contribuem para a institucionalização dessa ferramenta (VBM).

Oyadomari et al. (2008), buscaram entender, à luz da Teoria Neo-Institucional, a adoção de artefatos de contabilidade gerencial no ambiente empresarial brasileiro e concluíram que: (1) há uma adoção do tipo cerimonial na implementação dos artefatos; (2) o mecanismo mimético é o mais importante na adoção dos mesmos; (3) a obtenção do conhecimento sobre novos artefatos ocorre preponderantemente pela forma de socialização do conhecimento, (4) as consultorias têm um papel importante na adoção dos artefatos; (5) a imposição dos acionistas é pequena, sendo, portanto minimizado o mecanismo coercitivo, (6) a decisão da escolha dos artefatos é prerrogativa do corpo diretivo e gerencial da empresa.

Muller, Bauren e Frezatti (2007) se propuseram estudar o processo de institucionalização da Controladoria em Empresas brasileiras. Tendo por objetivo averiguar como ocorre o processo de institucionalização da controladoria em empresas do Estado de Santa Catarina que estão listadas no sistema de Governança Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo. Os autores relatam que, de acordo com os resultados da pesquisa, apenas uma empresa passou pelo processo de reestruturação da controladoria. Nessa empresa, o processo de institucionalização envolveu o sistema e os subsistemas utilizados na empresa, abrangendo todas as tarefas e práticas, as quais têm o impacto das crenças e valores dos proprietários e da expectativa de investidores. Concluem também, que a institucionalização da controladoria certifica implementações, controles, desempenho, metas e nível de comprometimento dos envolvidos no processo. Posteriormente, confrontando os dados da pesquisa com os conceitos de institucionalização apresentados no artigo, os autores constatam a aplicação dos preceitos teóricos a prática da institucionalização da controladoria.

Guerreiro, Pereira e Lopes (2004) buscam compreender a estabilidade e a mudança da contabilidade gerencial no artigo intitulado “Uma Contribuição ao Entendimento da Estabilidade e da Mudança da Contabilidade Gerencial sob a Ótica da Teoria Institucional”. Nesse trabalho os autores têm como objetivo efetuar reflexões sobre o paradoxo da

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estabilidade dos sistemas de contabilidade gerencial, ou seja, porque as organizações, na prática, utilizam muito pouco a base conceitual disponível na teoria. O estudo de caráter teórico foi desenvolvido com a utilização da teoria institucional, mais precisamente utilizando-se o enfoque da denominada velha economia institucional. Para sustentar a idéia do trabalho, os autores partem do conceito que a base conceitual da teoria da contabilidade gerencial é fundamentada na teoria econômica neo-clássica, a qual estabelece determinados requisitos não encontrados na realidade das empresas, tais como as idéias da racionalidade do tomador de decisões, da assimetria informacional, da ausência de custos de transação e da inexistência de conflitos de agência. Por fim, o estudo apresenta críticas à teoria neo-clássica e demonstra que, segundo a abordagem da teoria institucional, a contabilidade gerencial praticada pelas empresas é uma instituição formada a partir de hábitos e rotinas que dão sentido aos relacionamentos dos grupos da organização. O estudo indica, ainda, que as organizações não utilizam em larga escala as novas abordagens de contabilidade gerencial porque os processos de institucionalização dos novos conceitos efetivamente não ocorreram.

Guerreiro, Pereira e Rezende (2005) realizam um estudo de caso em uma empresa familiar de médio porte para tentar compreender a formação dos hábitos e das rotinas da Contabilidade Gerencial. Destacando a tendência da estabilidade das rotinas da contabilidade gerencial e a dificuldade da introdução prática de novas abordagens conceituais, o estudo teve como objetivo identificar características fundamentais de hábitos e rotinas da contabilidade gerencial, além de estudar os hábitos e rotinas existentes, bem como novos hábitos e rotinas surgidos a partir da instalação de um processo de mudança nos sistemas de custos e preços. Nesse sentido, dada a necessidade de entendimento da situação da empresa antes do processo de mudanças, durante o processo e após a implantação, os mesmos optaram pela metodologia de pesquisa-ação. A busca por respostas às questões levantadas durante as observações deu-se com base no arcabouço teórico institucional e da contingência. Em relação aos resultados do caso estudado, destacam-se: (i) a análise dos impactos de contingências ambientais tornando ineficazes os hábitos e rotinas de contabilidade gerencial existentes; (ii) a dificuldade de mudança nos velhos hábitos e rotinas institucionalizados, empregados de forma inconsciente; (iii) o emprego de diferentes estratégias para a institucionalização desses conceitos gerenciais.

Em outro trabalho denominado “Aplicação do Modelo de Burns e Scapens para Avaliação do Processo de Institucionalização da Contabilidade Gerencial”, os autores Guerreiro e Pereira (2006) mencionam que os novos sistemas de contabilidade gerencial introduzidos nas organizações, normalmente orientados pelo objetivo de maximização do lucro, freqüentemente incorporam valores e conceitos que são muito diferentes daqueles utilizados anteriormente. Afirmam também que uma necessidade que surge no processo de implantação de novos sistemas contábeis é a de acompanhar e avaliar o processo de institucionalização dos novos instrumentos. Nesse sentido, os autores definem o objetivo do estudo, que é testar a aplicabilidade do modelo de Burns e Scapens (2000) para avaliar o processo de institucionalização da contabilidade gerencial. Esse modelo conceitual é estruturado dentro do arcabouço teórico de um dos ramos da teoria institucional, denominado velha economia institucional (OIE). Para realizar o trabalho, os autores aplicaram o modelo proposto por Burns e Scapens (2000) no estudo da contabilidade gerencial em uma organização bancária brasileira (GUERREIRO e PEREIRA, 2006). Os resultados da aplicação do modelo indicam que o mesmo pode ser utilizado como uma referência para avaliação de processos de mudanças de sistemas de contabilidade gerencial.

Destaca-se, que outros trabalhos foram realizados, todavia, por seguirem metodologias semelhantes e não apresentarem contribuições científicas relevantes para essa discussão, não foram comentados nesse trabalho.

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3. ALCANCE E UTILIDADE EXPLICATIVOS DA TEORIA INSTITUCIONAL NOS ESTUDOS CONTÁBEIS

Partindo do mesmo posicionamento apresentado por Guerreiro, Frezatti e Casado (2006, p.19) de que “este ensaio não apresenta idéias acabadas e nem proposições conclusivas”, mas sim uma reflexão mais profunda sobre a aplicação, alcance e utilidade explicativos da teoria institucional e de seus enfoques nos estudos contábeis; será analisado alguns aspectos apresentados nos trabalhos expostos na seção anterior, que pressupõe-se estar pouco claros e até mesmo confusos, para o entendimento do uso da teoria institucional na pesquisa em contabilidade.

Acredita-se que este pressuposto esteja balizado na restrita clareza e, logo uma possível confusão, do que venha a ser o fenômeno institucional na contemporaneidade e suas perspectivas de abordagem para análise do processo decisório organizacional no contexto da contabilidade. O próprio termo “novo institucionalismo” é utilizado nas ciências sociais aplicadas, inclusive na contabilidade, para designar uma perspectiva teórica que atrai muita atenção (LANE e ERSSON, 2000) e também certas críticas. Reina, contudo, grande confusão no que concerne ao sentido preciso do termo, às diferenças que o distinguem de outros procedimentos, e as esperanças e aos problemas que ele suscita.

Assim, após a compreensão e exposição sumarizada dos estudos contábeis que fazem uso da teoria institucional na seção anterior percebeu-se, em termos cronológicos que este campo de pesquisa começou a ganhar expressão no Brasil somente nos últimos seis anos. Tal trajetória recente de pesquisas está relacionado à formação do conhecimento no campo em evidência, mas ao mesmo tempo suscetível a ausência de argumentações não sólidas e a questionamentos sobre o seu alcance explicativo na área de contabilidade, o que permite reiterar o pressuposto norteador desta análise.

O primeiro aspecto evidenciado foi a falta de exposição, logo, de clareza sobre os limites de cada enfoque que compõe a teoria institucional e suas utilidades explicativas nos estudos contábeis. Isso foi notado perante a necessidade de fornecer ao leitor neste ensaio, em sua introdução e nas notas de fim, um breve esclarecimento sobre a distinção entre o “old” e o “new” institucionalismo (IMMERGUT, 1996), bem como expor os enfoques teóricos que compõe o novo institucionalismo (Cf. PRATES, 2000; HALL e TAYLOR, 2003). É notório o uso explicativo da teoria institucional sob o enfoque sociológico, denominado NIS, nos estudos contábeis no Brasil, ao partir do pressuposto que as regulamentações formais manifestam-se nas práticas contábeis em especial pela mediação dos esquemas interpretativos dos atores organizacionais e sociais. Contudo, o mesmo demonstra-se estar sendo usado de modo isomórfico, sem expor com clareza os limites que esta abordagem detém, bem como o seu alcance explicativo.

Somado a isso, é perceptível uma incipiência nos trabalhos quanto à tentativa de distinção conceitual dos enfoques ora, indicado “não tão válidos” nos estudos contábeis, porém presentes na orientação e práticas profissionais contábeis que são os enfoques da escolha racional e da economia. Este fato tende a compor um mosaico conceitual que pressupõe restringir o avanço da formação do conhecimento no campo em contabilidade, bem como demarcações conceituais mais precisas (SCOTT, 2008). Isso foi notado na exposição do trabalho de Burns e Scapens (2000) pelos autores Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) ao procurarem sustentar a contabilidade gerencial como uma instituição por meio de conceitos como hábitos, rotinas e instituições. Frente a isso, talvez nesse ponto os autores se esqueçam que, em muitas situações, em vez da contabilidade ser utilizada com o objetivo de fornecer subsídios para orientar o processo decisório, acaba atuando como instrumento de legitimização de decisões já adotadas. Nesse contexto, pode-se inferir que, nesse caso, não é tão interessante saber se determinado procedimento contábil contribui para gerar decisões

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racionais, mas se ele é percebido como algo relevante no contexto em que é utilizado (MEYER e ROWAN, 1977).

Neste sentido, o segundo aspecto refere-se a necessidade de situar o contexto e nível de análise ao se aplicar a teoria institucional nos estudos empíricos, salvo o detalhamento apresentado quanto a este aspecto no estudo de Muller, Bauren e Frezatti (2007). Percebeu-se nesta situação o desconhecimento ou a falta de uso do enfoque histórico nos estudos contábeis, existentes como uma das perspectivas teóricas do novo institucionalismo.

O novo institucionalismo histórico recupera e reelabora modelos históricos-estruturais como o weberiano, o marxista e o funcionalista, para compreender o funcionamento das instituições no intuito de impedir, retardar, consolidar ou acelerar processos de mudança social. As instituições são portadoras de legados de forças políticas e sociais históricas que as configuram, justapondo diferentes lógicas de ordem política, cada uma com seu próprio traço temporal. Vários arranjos institucionais que compõem uma política podem emergir de diferentes épocas (THELEN e STEINMO, 1992), o que é aplicável ao caso dos estudos em contabilidade gerencial.

Porém, independentemente do enfoque utilizado para explicar os fenômenos em contabilidade, para o novo institucionalismo é necessário conceber as instituições como ponto de partida para um delineamento de pesquisa, o que não seria problemático se não fosse a dificuldade em defini-las. Talvez esta dificuldade esteja relacionada aos diferentes enfoques de análise institucional (Cf. HALL e TAYLOR, 2003), em que cada escola de pesquisa procura definir a sua versão de “instituição”, apesar de na contemporaneidade os estudos em ciências sociais (aplicadas) demonstrarem mais o interesse no “como?”, do que no “o quê?” ou “porquê?” institucionalizar. Contudo, sob uma definição mais ampla e coerente com a maturidade alcançada pelo neo-institucionalismo, Eisenstadt (1968, p.409) propõe conceber as instituições como “princípios regulatórios que organizam a maioria das atividades dos indivíduos em uma sociedade cujos padrões organizacionais são definidos a partir de alguns problemas perenes, básicos de qualquer sociedade ou ordem da vida social”. Esta definição seria adequada para se conceber a contabilidade como uma instituição na esfera organizacional por possuir princípios como entidade, continuidade, etc. (HENDRIKSEN e VAN BREDA, 1999), ao contrário da contabilidade gerencial que tenderia a ser uma prática institucionalizada, mas não uma instituição, por não possuir princípios como a contabilidade.

Percebe-se assim que as instituições podem ser contextos normativos para o convívio social em que os indivíduos vinculam-se por meio de comportamentos minimamente estruturados e previsíveis. Nota-se que o novo institucionalismo histórico compartilha de uma concepção que se aproxima daquela de Weber (2004), em que as interações das pessoas em sociedade não são aleatórias, mas sim padronizadas e coerentes com a intencionalidade de suas ações que possuem como referência as normas institucionais. Esta colocação se aproxima àquela do enfoque da escolha racional presente nas práticas contábeis ao considerar a contabilidade como um elemento com “próprios desígnos” (HOPWOOD, 1983), o que tende a considerar a criação (contabilidade) mais relevante e determinística que o seu criador (indivíduos, gestores, contadores etc...) ao conceber o individuo de forma reducionista como um átomo (GUERREIRO, FREZATTI e CASADO, 2006; OYADOMARI et al., 2007).

Apesar da visão atomizante, acredita-se que as instituições moldam como as pessoas definem seus interesses e como estruturam suas relações de poder com outros grupos. Assim, pode-se afirmar que as regras institucionais definem uma constelação de incentivos e constrangimentos que produzem relações de privilégio e de subordinação/dependência. As instituições estabelecem um contexto estratégico para as ações dessas pessoas, alterando e dando formatos, embora não definitivos, ao conflito político específico (STEINMO et

all.,1992). Por decorrência, as instituições interagem em um amplo contexto sócio-econômico

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Esta exposição sobre a noção de instituições possibilita, enquanto característica distintiva do novo institucionalismo, aos seus estudiosos optarem, como objetos potenciais de pesquisa do fenômeno contábil, por uma variedade de instituições: formais ou informais; estáveis ou instáveis; emergentes, em processo de consolidação ou já consolidadas. Deste modo, os novos institucionalistas sob o enfoque histórico consideram que as instituições não são necessariamente integradas e permanentes, e qualquer sinal de mudança social é uma questão a ser verificada empiricamente e não presumida por meio de princípios gerais ou da arquitetura institucional existente.

Vale ressaltar que a discussão sobre mudança social e instituições é um tema debatido desde Marx (1983) a partir de noções de conflito de classes e revolução, e Weber (1979) com a de racionalização e de desencantamento do mundo. Neste sentido, uma contribuição importante alcançada pelo novo institucionalismo histórico (STEINMO et al., 1992), é o conceito de “path dependence” ou de dependência da trajetória. Este conceito revela que as instituições desenvolvem-se ao longo da história e que o processo por meio do qual as instituições modernas são formadas não somente é relevante para explicar o funcionamento da política – inclui-se aqui as práticas contábeis - e situações específicas, como também gera constrangimentos nas escolhas para o futuro.

Para Putnam (1996), o conceito de “path dependence” faz pensar que o lugar a que se pode chegar depende do lugar de onde se veio, e simplesmente é mais difícil chegar a certos lugares a partir de onde se está. O termo “lugar” pode ser entendido como contextos históricos socialmente determinados que possuem a propriedade de estabelecer diferentes oportunidades e motivações. Isso rejeitaria o postulado tradicional da “convergência institucional” de que as mesmas forças ativas produzem em todo lugar os mesmos resultados. Tal postulado demonstra-se estar presentes nos estudos contábeis realizados no Brasil, o que tende a reforçar a colocação de possibilidades de avanços teóricos neste campo. Vale ressaltar que essa discussão envolve a crítica feita pelo enfoque do novo institucionalismo histórico e sociológico ao enfoque da escolha racional sobre a origem das instituições (HALL e TAYLOR, 2003). Assim, para o novo institucionalismo histórico e sociológico existe limitações quanto a noção de “convergência institucional” porque as instituições fazem parte do processo de modernização, em que o resultado da política depende de instituições de nível intermediário como Estado, governo, nação ou sociedade, que configuram processos diferenciados no tempo e no espaço (BENDIX, 1970). Acredita-se que esta seja outra contribuição teórica do novo institucionalismo que foi a designação de instituições de nível intermediário que atribuiu importância ímpar às noções de Nação, Estado, governo e sociedade, como esferas estruturadoras do comportamento dos indivíduos na modernidade.

Logo, os estudos sobre as práticas contábeis como a contabilidade gerencial tende a distinguir, na trajetória da história, períodos de continuidade e situações críticas (como crises, conflitos e lutas) que são momentos para aberturas de mudanças significativas no ordenamento social (THELEN e STEINMO, 1992). Desta forma, é possível assimilar o conceito de dependência da trajetória como um elemento explicativo da mudança institucional e das práticas contábeis. Com ele é possível identificar as origens de instituições cuja implantação constitui um processo de substituição ou superação de arranjos institucionais anteriormente vigentes. Percebe-se que o conceito de dependência da trajetória sugere, portanto, a existência de uma forma de estreitamento conceitual do conjunto de opções disponíveis para os atores e, além disso, representa um elo entre os processos de tomada de decisão ao longo do tempo.

No tocante a mudança institucional, Thelen e Steinmo (1992) consideram a existência de duas fontes: exógena e endógena. As mudanças no contexto sócio-econômico são consideradas exógenas e podem impactar as instituições de três formas diferentes: 1) fazendo com que instituições previamente latentes se tornem proeminentes, interferindo nos resultados

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organizacionais; 2) provocando alterações no equilíbrio de poder pela emergência de novos atores com novas metas; 3) provocando alterações nas metas e estratégias dos atores já existentes. As mudanças endógenas são aquelas que ocorrem dentro das próprias instituições – como a utilização de práticas de contabilidade gerencial - por meio de “adequações” no modo de funcionamento, as quais podem provocar o enfraquecimento de algumas instituições ou a constituição de outras. Neste sentido, a manipulação estratégica de recursos diversos pelos atores e o conflito entre eles dentro dos limites institucionais, podem influenciar o grau de eficácia e de estabilidade das instituições. Eis uma oportunidade de pesquisa para os estudos contábeis ao utilizar a teoria institucional como referencial analítico para compreender melhor o fenômeno institucional no processo decisório organizacional.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este ensaio procurou apresentar uma reflexão mais profunda sobre a aplicação, alcance e utilidade explicativos de conceitos das ciências humanas e sociais e de seus enfoques nos estudos contábeis.

A partir dos estudos apresentados neste ensaio envolvendo o institucionalismo nas pesquisas em contabilidade gerencial, no Brasil, notou-se uma convergência das mesmas em apontar se as ferramentas contábeis estão institucionalizadas nas organizações. Frente a isso, observa-se que, se por um lado, estes estudos na seção dois deste trabalho mostraram a importância do desenvolvimento contínuo de pesquisas que demonstrem a relação e aplicabilidade do institucionalismo atualmente nas Ciências Contábeis; por outro lado, esses estudos analisados sob o aporte sociológico e político da teoria institucional na seção três não demonstram com profundidade o poder explicativo da realidade organizacional que é possível e algumas vezes limitado com o aporte da teoria institucional utilizada com relativa e questionável adequação e precisão conceitual. Tal observação talvez não seria possível se não tivéssemos o nosso senso reflexivo aguçado por leituras referentes a teoria da contabilidade crítica.

Frente a isso, percebeu-se durante o desenvolvimento do ensaio que existe um espaço para os debates deste objeto na perspectiva da sociologia econômica (GRANOVETTER, 1973; 1994; 2002; STEINER, 2006) como possibilidade para os estudos contábeis de rever e avançar nas pesquisas para compreensão do fenômeno institucional no processo decisório organizacional.

Debates cujos temas poderão compor um programa e agenda de pesquisa na correlação existente entre estudos contábeis e ciências sociais poderiam possibilitar: 1) Identificar se as regras contábeis são produtos operacionais do comportamento organizacional presente na burocracia e nas teorias organizacionais; 2) Identificar quem aprende e internaliza os procedimentos contábeis institucionalizados através da socialização e da educação organizacional; 3) Apontar que regras contábeis são geradas para regular a legitimação de autoridade, formação de coalizões, definição de contratos políticos e geração de soluções para resolução de problemas. 4) Descrever como a contabilidade instrumentaliza a governança democrática, que converte o fazer de indivíduos e recursos em ação coletiva, como um processo de coalizão e formação política, que depende da estrutura, da distribuição de preferências e de recursos e capacidades dos atores; 5) Apontar as origens da instituição contábil composta por procedimentos operatórios, que são decorrentes do hábito que forma um padrão que é feito da mesma maneira e com o mesmo esforço econômico; e, 6) Compreender se, e por quê, a contabilidade na vida cotidiana pode ser compreendida como definições da realidade socialmente dotadas de sentido que são objetivadas por processos sociais.

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Á título de ilustração dessas novas perspectivas de estudos em contabilidade, poder-se-ia com o arcabouço existente nas ciêncpoder-se-ias socpoder-se-iais, analisar o processo da migração do Brasil, no caso das organizações empresariais de capital aberto existentes neste território, quanto a utilização das normas internacionais na condução das regras de contabilidade financeira em sociedades anônimasiii. Nesta situação de pesquisa, mesmo o debate acadêmico não sendo recente, sua aplicação e operacionalização vêm sendo caracterizados como novosiv no campo da contabilidade a partir do ano de 2007. Esta discussão seria extremamente interessante e pertinente nos estudos contábeis contemporâneos, por possibilitar compreender os arranjos institucionaisv existentes, a presença e a influência dos atores envolvidos, o processo de construção e de legitimação dos arranjos e atos institucionais de expressão internacional, e as repercussões e desdobramentos dos mesmos nas realidades cotidianas de organizações regionais e locais, bem como dos sujeitos imersos neste contexto, como os gestores - administradores e contadores.

Neste sentido, esperam-se que as discussões e apontamentos aqui traçados possam contribuir para futuros estudos relacionados a Finanças e Contabilidade quanto a elucidação de questionamentos e da própria potencialidade de uso, adequação e validade da discussão teórica realizada sobre o processo da institucionalização da teoria institucional nos estudos contábeis no Brasil. Além disso, espera-se estimular a elaboração de uma agenda de pesquisa sobre a inclusão ou transposição de conceitos das ciências sociais nos estudos contábeis no contexto brasileiro, somando-se aos esforços até então empreendidos de modo positivista, interpretativo e crítico no campo.

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i Os estudos sobre o novo institucionalismo, independentemente de sua perspectiva, demonstram não se

preocupar com o que venha ser a “instituição”, como faziam os estudos clássicos ou do chamado “velho” institucionalismo. A preocupação dos estudos institucionais na atualidade revela o interesse de se analisar os elementos envolvidos no processo de institucionalização (Cf. STEINMO et al., 1992; PRATES, 2000).

ii Apesar de Guerreiro, Frezatti e Casado (2006) procurarem distinguir a aplicação da teoria institucional sob o

enfoque sociológico do enfoque racional, percebe-se uma tendência desses autores em organizar sob um único enfoque, chamado de “OIE – Old Institucionalism Economics”, a teoria da escolha racional e a teoria econômica neoclássica da firma. Esta postura tende a incitar um embate e potenciais confusões conceituais nas discussões teóricas que buscam situar melhor a aplicação da teoria institucional nos estudos contábeis. Frente a isso, percebe-se que tal postura não é exclusividade desses autores, pois o enfoque institucional da economia demonstra possuir elementos teóricos em comum com o institucionalismo da escolha racional, o que tende a condicionar esses estudos a adotarem uma única abordagem na pesquisa empírica sob este prisma. Vale ressaltar que uma análise minuciosa da diferenças desses enfoques seria considerar que a escolha racional insiste de preferência na interação estratégica, ao passo que o institucionalismo da economia privilegia os direitos de propriedade, as rendas e os mecanismos de seleção competitiva (PUTTERMAN, 1986; EGGERTSSON, 1990).

iii Essa situação recente no Brasil está relacionada com as mudanças na lei 6.404/76 que passaram a vigorar a

partir de 01 de janeiro de 2008 com a aprovação da lei 11.638/07 que menciona que os mecanismos de contabilidade gerencial deverão ser elaborados em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários a fim de harmonizar a elaboração e divulgação das informações de demonstrações financeiras das organizações do Brasil num espaço internacional.

iv O que é recente é existir uma lei, no caso 11.638/07, que indica que o Brasil deve migrar para a utilização das

normas internacionais na elaboração e divulgação das informações de demonstrações financeiras das empresas de capital aberto - sociedades anônimas.

v No Brasil, um arranjo institucional recente nesta situação de pesquisa é o Comitê de Pronunciamentos

Contábeis – CPC considerado um movimento expressivo e legitimado pela sociedade, em especial pelo mercado, sem atos governamentais legais. Este comitê é uma agência brasileira que age como um conselho deliberativo sobre elaboração e divulgação das informações de demonstrações financeiras no Brasil. O CPC, assim como em outros continentes como a Europa, no caso a International Accounting Standards Board - IASB (Junta de Normas Internacionais de Contabilidade) e os Estados Unidos com a Financial Accounting Standards Board – FASB (Junta de Padrões de Contabilidade Financeira) é considerado um arranjo institucional híbrido formado por entidades e representantes do meio acadêmico, científico, profissional e governamental, procurando agir em

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consonância com os movimentos nas Europa e nos Estados Unidos. Porém, vale ressaltar, diferente do “resto do mundo” os Estados Unidos ainda não migrou para o sistema internacional, que segundo a FASB pode ocorrer somente em 2010.

Referências

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