Fls. Estado de Goiás
TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS
RESOLUÇÃO RC N°
00026-U7
Ementa: "Necessidade de Lei específica autorizando a alienação de bens imóveis
pertencentes ao Poder Legislativo. Os bens imóveis e móveis da Câmara devem ser transferidos ao Poder Executivo,os primeiros para que aquele Poder promova
a licitação na modalidade cabível e o segundo, os bens móveis inservíveis, para
que o Executivo realize leilão ou doação dos mesmos, vez que o Chefe do Executivo é o responsável pelo património do ente municipal. O produto da alienação de bens do Legislativo permanecem nos cofres do Poder Executivo.
VISTOS, oralmente expostos e discutidos os presentes autos de nO 27891/06, nos quais o Prefeito Municipal de Matrinchã, Sr. Natalino Lucas, formula a este Egrégio Tribunal de Contas dos Municípios, consulta acerca da alienação de bens móveis e imóveis pertencentes ao Poder Legislativo, nos
seguintes termos:
a) "Há necessidade de Lei específica autorizando a alienação?"
b) "O produto dessa alienação deve ser registrado na receita do Poder Executivo?"
c) "No caso de ser registrado na receita do Poder Executivo, deverá ser repassado de volta ao Poder Legislativo?"
d) "Sendo afirmativa a resposta da letra "c", a mesma deverá compor o limite estabelecido no art. 29-A da Constituição Federal (duodécimo)?"
Na análise do feito a 2" Auditoria por versar o feito sobre caso concreto, respondeu em tese a questão, tendo manifestado seu entendimento, mediante parecer nO 0021/2006, Docs. Fls.06/12, onde responde aos qu
seguintes termos: .
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TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS
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-- a) Quanto aos bens imóveis, estes poderão ser alienados somente por lei
específica, obedecido à licitação, na modalidade de concorrência pública (artigo 17, I da Lei nO 8.666/93), observando ainda o que estabelece o artigo 17, 96° da Lei nO 8.666/93, que faculta a utilização do leilão para alienações de bens imóveis cujo valor seja inferior ao limite previsto no artigo 23, II, "b", da Lei nO 8.666/93; Com relação aos bens móveis, não é necessária lei municipal autorizando sua alienação, sendo necessária apenas avaliação previa e realização do procedimento licitatório (conforme previsto no artigo 17, II, da Lei de Contratos e Licitações);
b) Quanto ao questionamento relativo ao registro do produto na receita do Poder Executivo, após análise do artigo 29-A, ficou evidenciado que o Poder Legislativo não aufere receita, e sim recebe apenas um repasse, denominado duodécimo. Assim, o produto da alienação dos bens móveis e imóveis do Poder Legislativo devem ser registrados no Poder Executivo;
c) Quanto ao item c, a 2" Auditoria, manifestou o entendimento de que o Poder Executivo somente poderá repassar para o Poder Legislativo o Duodécimo, nos termos do artigo 29-A caput;
d) Com relação ao último quesito formulado, aquela Especializada respondeu que o produto da alienação de bens móveis e imóveis não comporá o limite estabelecido no artigo 29-A da Constituição da República.
,..
A Procuradoria Geral de Contas, mediante Parecer nO 1585/07, com relação ao item "a", comunga com o entendimento esposado pela 2"
Auditoria.
Com relação ao segundo item, entendeu que o produto não só deve ser registrado na receita do Poder Executivo, como esse Poder é quem deve realizar o procedimento Iicitatório para a mencionada venda. Acrescentou ainda que, este Egrégio Tribunal de Contas possui um Grupo Técnico, formado por servidores de diversas sessões e incumbidos de discutir, analisar e oferecer soluções para inúmeras problemáticas que emergem no exercício da gestão
pública. E que na Ata da Reunião de 25.01.2007, evidencia-se que os me
do chamado GT entenderam que (j- bens móveis i rviveis do LegilatYvo
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TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICípIOS
devem ser repassados ao Executivo para que este reali Milâ6 2u ijoaçãY eÍis
mesmos, por ser o Chefe do Executivo o responsável pelo patrimônio do ente municipal".
Em coerência ao que foi disposto em referência aos bens móveis do Poder Legislativo, a Douta Procuradoria entendeu que, os bens imóveis da Câmara Municipal também devem ser transferidos para que o Poder Executivo promova a licitação, na modalidade cabível, objetivando sua alienação. A própria lei impõe rigor especial para a venda desse tipo de bem, qual seja, existência de lei especifica autorizando o procedimento, não o exigindo para os bens móveis. Se a alienação dos últimos deve ser feita pelo Executivo, aqueles não poderiam escapar dessa regra.
No que diz respeito ao último questionamento, entendeu o Ministério Público que a única receita do Poder Legislativo, consoante art. 29-A da Constituição da República, é o duodécimo que destina-se à cobertura de meras despesas correntes ( pessoal, água, luz etc) e é repassado mensalmente ao Poder Legislativo. Por esse motivo, o produto da alienação dos bens da Câmara Municipal não deve regressar para o Poder Legislativo, mas devem permanecer no Poder Executivo.
Quanto ao último quesito, entendeu Aquela Especializada que restou prejudicado, dada a resposta do item anterior.
Com base nos Pareceres emitido pela 2" Auditoria e pela Douta Procuradoria Geral de Contas, adotados neste ato,
RESOLVE
O Tribunal de Contas dos Municípios, pelos membros
integrantes de seu Colegiado, manifestar ao ilustre Consulente os seguintes entendimentos:
a) a alienação de bens imóveis pertencentes à Administraçã Pública, eXigri'
específica, avaliação prévia e licitação na modalidade conc ncia, podendo I a ser utilizado o leilão, caso o va bem seja inferior .. e previsto no artig ,
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OUU26-U7
II, alínea" b" da Lei nO 8.666/93. Os bens móveis, não necessitam de autorização legislativa, devendo ser precedidos de avaliação prévia e licitação ( art. 17 da Lei nO 8.666/930;
b) Os bens móveis inservíveis do Legislativo devem ser repassados ao Executivo para que este realize leilão ou doação dos mesmos, por ser o Chefe do Executivo o responsável pelo patrimônio do ente municipal. E os bens imóveis também devem ser transferidos para o Executivo para que este promova a licitação, na modalidade cabível, objetivando sua alienação. Assim, o produto da alienação não só deverá ser registrado na receita do Poder Executivo, como esse Poder que deverá realizar o procedimento licitatório para a realização da referida venda;
c) A única receita do Poder Legislativo, conforme o disposto no artigo 29-A da Constituição da República, é o duodécimo, que destina-se à cobertura de despesas correntes ( pessoal, água , luz etc) e é repassado mensalmente pelo Poder Executivo. Por este motivo, o produto da alienação dos bens da Câmara Municipal não deve regressar ao Poder Legislativo, mas permanecer nos cofres do Poder Executivo.
d) Ficou prejudicado, vez que a resposta do item anterior foi negativa.
A Superintendência de Secretaria para os devidos fins.
TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNiCíPIOS, em Goiânia aos 13 2 MAl 2007
Presidente' ::>
-- 2- 3-45
-Fui presente:--- -- - -- - -- ___O, Procurador Geral de Contas.
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Tribunal de Contas dos Municípios
2" Afocop
"C-O?/or
POCESS'b N.o : 27891/06
INTERESSADO: Prefeitura Municipal de Matrinchã - GO
ASSUNTO
: Faz consulta acerca da necessidade de Lei específica
autorizando a alienação de bens móveis e imóveis
pertencentes ao Poder Legislativo, se o produto dessa
alienação deve ser registrado na receita do Poder
Executivo, e se no caso de ser registrado na receita do
Poder Executivo, deverá ser repassado de volta ao
Poder Legislativo, e sendo afirmativa a resposta
anterior, a mesma deverá compor o limite estabelecido
no art. 29-A da Constituição Federal (duodécimo).
PARECER N.o 0021/2006
Ementa: "Necessidade de Lei especifica autorizando a alienação de
bens móveis e imóveis pertencentes
ao Poder Legislativo. Obrigatoriedade dessa receita alienada ser registrada
na conta do Poder Executivo.
Possibilidade da receita do Poder Executivo ser revertida ao Poder
Legislativo e compor o limite
estabelecido no art.29-A da CF
(duodécimo)."
I - DA CONSULTA
Cuidam-se os autos de consulta formulada pelo Prefeito
Municipal de Matrinchã - GO, vazada nos seguintes termos:
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Estado de Goiás
Tribunal de Contas dos Municipios 2" Afocop
1) "Sobre alienação de bens móveis ou imóveis pertencentes ao Poder
Legislativo":
a) "Há necessidade de Lei específica autorizando a alienação?"
b) "O produto dessa alienação deve ser registrado na receita do
Poder Executivo?"
c) "No caso de ser registrado na receita do Poder Executivo, deverá ser repassado de volta ao Poder Legislativo?"
d) "Sendo afirmativa a resposta da letra "c", a mesma deverá
compor o limite estabelecido no art. 29-A da Constituição
Federal (duodécimo)?"
Despacho n. o O 1980/06 do Ilustre Conselheiro Diretor da 2a AFOCOP pelo encaminhamento dos presentes autos a esta Auditoria e Procuradoria Geral de Contas para emissão de seus respectivos
pareceres.
Em síntese, é o relatório, mesmo que sucinto .
• II - DO PARECER
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Tribunal de Contas dos Municipios
2" Afocop
Preliminarmente, não foi observado um dos requisitos de
admissibilidade estabelecidos na RN 02/01, pois os autos tratam de
caso concreto, ferindo assim a RN supramencionada. No entanto, a
consulta poderá ser respondida em tese.
No mérito,
* Do Quesito "a" :
Dispõe os artigos 17 e 19 da Lei n.o 8.666/93, que por sua vez,
contém algumas normais gerais sobre a alienação de bens públicos:
"Art. 17. A
alienação
de
bens
da
Administração Pública, subordinada à
existência
de
interesse
público
devidamente
justificado,
será
precedida de avaliação e obedecerá
às seguintes normas" (9.n.)
"1 - quando imóveis,
dependerá de
autorização legislativa para órgãos
da administração direta e entidades
autárquicas e fundacionais, e, para
todos,
inclusive
as
entidades
paraestatais, dependerá de avaliação
prévia e de licitação na modalidade
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de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:" (g.n.)
Já para os bens móveis, não há necessidade de lei, mas de
avaliação prévia e licitação, conforme determina o inciso II do art. 17
da Lei n.o 8.666/93:
,.-.
"II - qua ndo móveis, dependerá de
avaliação
prévia
e
de
licitação,
dispensada esta nos seguintes casos:"
(g.n. )
* Resposta ao Quesito "a";
r
Como os bens públicos são inalienáveis enquanto destinados ao
uso comum do povo ou a fins administrativos específicos, isto é,
enquanto guardarem afetação pública, conforme o art. 100 do Código
Civil, poderão ser alienados somente por lei específica (desafetação),
obedecidos também à modalidade de concorrência pública para os
casos de bens imóveis. A respeito dos bens móveis, fica dispensado a
lei municipal autorizando sua alienação, sendo necessária apenas
avaliação prévia e realização do procedimento licitatório.
Ressalte-se , que quanto à modalidade de licitação, deve se
observar o disposto no 1360 do art. 17, da Lei n.o 8.666/93, que faculta
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a utilização do leilão para alienações de bens imóveis cujo valor seja
inferior ao limite previsto no art. 23, II, "b", da Lei n,o 8.666/93.
\ \ ,
i
I I i * Do Quesito "b" :Como
a
alienação se
refere
a
bens
móveis e
imóveis
pertencentes ao Poder Legislativo, trata o 9 2º do art. 29-A da
Constituição Federal:
r-9 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I - efetuar repasse que supere os
limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III - enviá-lo a menor em relação à
proporção fixada na Lei Orçamentária.
(g.n, )* Resposta ao Quesito "b":
No tocante ao segundo questionamento, ficou evidente que o
Poder Legislativo não aufere receita, e sim recebe tão apenas um
repasse que se chama duodécimo, conforme preconizou o artigo da CF
citado acima, Devido a isso, o produto dessa alienação deve ser
•
registrado na conta do Poder Executivo, pois esse sim tem legitimidade
para registrar a receita municipal.* Do Quesito "e" :
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Em relação a esse questionamento dispõe o art. 29-A/CF,
"ca put" :"Art. 29-A - O total da despesa do
Poder Legislativo Municipal, incluídos
os subsídios dos Vereadores e excluídos
os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais,
relativos ao somatório da receita
tributária
e
das
transferências
previstas no 5R do art. 153 e nos arts.
158 e 159, efetivamente realizado no
exercício anterior:"(G.N.)
* Resposta ao Quesito "c":
No tocante ao terceiro questionamento , o Poder Executivo
Municipal somente poderá repassar para o Poder Legislativo o
Duodécimo, que se reveste do somatório da receita tributária e da
receita das transferências constitucionais, conforme estabelece o
"caput" do artigo supracitado. Assim, a CF não acolhe outra forma de
repasse ao Legislativo, senão aquela contida na Lei.
* Do Quesito "d" :
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Tribunal de Contas dos Municipios
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;,
Por fim, como a resposta ao quesito anterior foi negativa, uma
vez que o produto da alienação deve ser registrado na receita do Poder
Executivo, não sendo repassado novamente ao Poder Legislativo a
receita dessa venda, já ,que a Lei determina somente a transferências
das receitas tributárias e constitucionais, Com isso, o produto da
alienação de bens imóveis e móveis não comporá o limite estabelecido
no art,29-A da Constituição Federal, sendo a resposta a esse quesito negativa também,
...-É o parecer,
2a AUDITORIA FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA, CONTÁBIL,
OPERACIONAL E PATRIMONIAL DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS
MUNICÍPIOS, em Goiânia, aos 04 dias de dezembro de 2006,
ESTAGIÁRIO
•
De acordo:
i'E .121b-blh'2 - FAX: 322,;-0;:;25 CEP: 74055 - 100 C10IANIA-(J() w\\"w. tem. go 'c0\,. !lI'
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TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS
MINISTÉRIO PÚBLICO
PROCESSO:
INTERESSADO:
ASSUNTO:
2789112006
Município de Matrinchã
Consulta
PARECER N° JS RS /2007
Cuida-se de Consulta realizada pelo Prefeito Municipal acerca da venda de
bens pertencentes ao Poder Legislativo, consoante os seguintes questionamentos:
"
.,
a) Há necessidade de lei específica autorizando a alienação?
b) O produto dessa alienação deve ser registrado na receita do Poder
Executivo?
c) No caso de ser registrado na receita do Poder Executivo, deverá ser repassado de volta ao Po.der I.-.egislativo?
d) Sendo afirmativa a reposta da letra "c", a mesma deverá compor o limite estabelecido no ArL 29-A da Constituição Federal (duodécimo)? Com relação ao item "a", a alienação de bens imóveis, pertencentes á Administração Pública, exige lei específica, avaliação prévia e licitação na
modalidade de concorrência, sendo que poderá ser utilizado o leilão, caso o valor
desse bem seja inferior ao limite previsto no arL 23, II, alínea "b" da Lei nO 8.666/93. Os bens móveis, por sua vez, não carecem de autorização legislativa, devendo ser precedidos apenas de avaliação prévia e licitação. (arts. 17 e 19 da Lei nO 8.666/93).
Quanto ao segundo item, o produto não apenas deve ser registrado na receita do Poder Executivo como esse Poder é quem deve realizar o procedimento
licitatório para a mencionada venda. Esta Casa de Contas possui um Grupo Técnico,
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TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS
MINISTÉRIO PÚBLICO
formado por servidores das diversas seções do Tribunal e incumbido de discutir, analisar e oferecer soluções para inúmeras problemáticas que emergem no exercício da gestão pública. A Ata de Reunião do dia 25.01.2007 evidencia que, por seis votos a três, os membros do chamado "GT" entenderam que "os bens móveis inservíveis do Legislativo devem ser repassados ao Executivo para que este realize leilão ou doação dos mesmos, por ser o Chefe o Executivo o responsável pelo patrimônio do ente municipal".
Em coerência ao exposto, este Ministério Público entende que os bens imóveis da Câmara Municipal também devem ser transferidos para que o Poder Executivo promova a licitação, na modalidade cabível, objetivando sua alienação. A própria lei impõe rigor especial para a venda desse tipo de bem, qual seja, existência de lei específica autorizando o procedimento, não o exigindo para os bens móveis. Se a alienação dos últimos deve ser feita pelo Executivo, aqueles não poderiam escapar dessa
regra.
.--No que diz respeito ao terceiro questionamento, tem-se que a única receita do Poder Legislativo, consoante art. 29-A da Constituição Federal, é o duodécimo que, inclusive, destina-se à cobertura de meras despesas correntes (pessoal, água, luz etc) e é repassado anualmente pelo Poder Executivo. Por esse motivo, o produto da alienação dos bens da Câmara Municípal não deve regressar para o Poder Legislativo, mas permanecer nos cofres do Poder Executivo.
O derradeiro item, por sua vez, restou prejudicado, porquanto condiciona seu esclarecimento a uma resposta afirmativa do item anterior.
,
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Ministério Público em Goiânia, 12 de março de 2007
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Fabrício Macedo Motta
Procurador
Thiago Domiciano
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