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COTEQ /8 - 1 Técnico de Inspeção de Equipamentos Sênior BRASKEM S.A. UNIB Camaçari-BA

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Academic year: 2021

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Raimundo de Oliveira Sampaio Filho1

Copyright 2007, ABENDE, ABRACO e IBP

Trabalho apresentado durante a 9ª. COTEQ – Conferência Internacional sobre Tecnologia de Equipamentos, em Salvador/BA, no mês de junho de 2007.

As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).

Sinopse

O Acesso por Corda é uma técnica opcional de trabalho em altura, que combina as mais avançadas técnicas de acesso a locais elevados e em ambientes confinados, utilizando cordas e equipamentos específicos de descida e ascensão, em serviços onde envolva risco de queda e/ou acesso difícil. É também popularmente conhecida como Alpinismo ou Escalada Industrial, já usada no mundo a pelo menos 20 anos, principalmente Europa e Estados Unidos. Vem crescendo dentro da indústria no Brasil e conquistando sucesso por proporcionar segurança, redução de tempo e menor custo dos serviços. Com a evolução das práticas e procedimentos dando cada vez mais ênfase ao tema segurança, a inspeção de equipamentos tem-se ancorado nessa técnica de acesso face aos custos atuais, e da necessidade de garantia total da inspeção e manutenção dos equipamentos, onde muitas vezes a forma geométrica deste é um fator que dificulta a execução das tarefas.

Introdução

Detectabilidade e previsibilidade são temas diretamente ligados a atividade da inspeção de equipamentos, e isto significa valer-se das tecnologias e práticas consagradas existentes a fim de obter o máximo de dados e informações, para melhor avaliá-los. Porém, muitas vezes o acesso e/ou a forma geométrica do equipamento é um fator que dificulta e encarece a execução das tarefas de inspeção. Este trabalho apresenta a aplicação da técnica de Acesso por Corda pelos integrantes do Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (SPIE) da BRASKEM S.A. – Unidade de Camaçari-BA, abordando os serviços, segurança, resultados e ganhos por utilizar esta técnica de acesso.

1-Histórico da Técnica de Acesso por Corda

A Técnica de Acesso por Corda, foi importado da França para a Inglaterra no ano de 1980, onde teve uma grande aceitação nas indústrias. Em 1987 foi criada na Inglaterra, uma associação de empresas de acesso por corda, com a finalidade de manter padrões operacionais e de segurança para a técnica, tendo esta publicado em 1994 a Norma de métodos de acesso com corda para a indústria.

1

Técnico de Inspeção de Equipamentos Sênior – BRASKEM S.A. – UNIB – Camaçari-BA

COTEQ-256 UMA ABORDAGEM PRÁTICA DA UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE ACESSO POR CORDA PELOS INTEGRANTES DO SERVIÇO PRÓPRIO DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS

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A partir de 1990 o mesmo aconteceu na França, Noruega, Romênia, Canadá e Austrália, foram criadas organizações para padronizar o Acesso com Corda. A tabela a seguir informa as principais organizações, credenciadoras de Acesso com Corda no mundo.

Sigla Descrição Origem

ANETVA Asociacion Nacional de Empresas de Trabjos Verticales y em Altura Espanha

FISAT e.V Fach- und Interessenverband für seilunterstützte Arbeitstechniken e.V. Alemanha

IRAA Industrial Rope Access Association Austrália

IRATA Industrial Rope Access and Trade Association País de Gales

SPRAT Society of Professional Rope Access Technicians USA

SOFT Norway Industrial Rope Access Association Noruega

SAIRAA South African Industrial Rope Access Association África do Sul

SNETAC Syndicat National des Entreprises de Travaux d'Accès Difficiles França

Tabela-1

Com o crescente uso da técnica no Brasil, embora existente no país há mais de 15 anos, várias empresas entre fornecedoras de serviço, treinamento, equipamentos e usuárias, reuniram-se em conjunto com a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e ABENDE - Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos Brasil, e criaram a NBR-15475 - Norma Brasileira para Certificação e Qualificação do Profissional em Acesso por Corda.

No Brasil, após a aprovação da NBR-15475, várias empresas de Acesso por Corda reuniram-se e criaram uma associação.

2-Resumo da Técnica

a) Os EPI’s e elementos que compõem os equipamentos do Acesso por Corda oferecem maior agilidade nos

movimentos do profissional no deslocamento entre um ponto a outro com conforto e segurança. São certificados pelo Ministério do

Trabalho (CA), Comunidade Européia (CE), Associação Nacional Americana de Proteção contra Incêndio (NFPA) ou União Internacional das Associações de Alpinismo (UIAA).

b) Para todo e qualquer serviço onde irá ser empregado o Acesso por Corda, é realizada uma análise prévia de risco, sustentada por uma técnica conhecida e consagrada,

c) O número da equipe de acesso por corda varia em função do tipo de serviço e grau de dificuldade que este possui.

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d) Os profissionais deverão estar fisicamente aptos, treinados, qualificados e com conhecimentos específicos de todos os equipamentos usados nesta atividade, bem como na especialidade que irá executar.

e) São utilizadas duas cordas (Trabalho e Segurança) para a realização do trabalho, e estas são ancoradas em pontos

diferentes. Todas as ferramentas e acessórios são amarradas à sacola.

Ancoragens distintas

f) Todos os EPI’s e acessórios são inspecionados antes e após a conclusão de cada jornada de trabalho.

g) As técnicas de posicionamento e acesso no trabalho com a técnica de acesso por corda, não só contribuem para prevenir acidentes, mas também aumentam a produtividade. Elas permitem não só com que o profissional se concentre melhor sobre a atarefa que irá realizar, mas oferece também um nível muito alto de segurança.

h) Os tipos de acesso que são utilizados no Acesso por corda podem variar de acordo com o serviço a realizar, tomando como base à forma geométrica e acessibilidade do equipamento.

j) Vantagens: Sem limite de altura de trabalho operacional; Diminuição do custo operacional em função do menor número de profissionais envolvidos; Aumento da qualidade do serviço e melhoria no ambiente de trabalho; Dispensa o uso de andaimes tubulares ou suspensos; Diminuição de risco, com profissionais treinados para resgate de peças, equipamentos e pessoas; Maior agilidade de mobilização; Em caso de emergência a saída do local é mais segura e garantida, Não necessita de estruturas pré-construídas.

l) Desvantagens: Em céu aberto algumas atividades não devem ser realizadas sob chuva; Nenhuma atividade paralela poderá ser executada onde o acesso está sendo realizado; Não recomendado quando for utilizar ferramentas pesadas ou complicadas, em atividades repetitivas e prolongadas; Não recomendado quando grande quantidade de material precisar ser utilizado.

Exemplo de serviços onde o Acesso por corda não seria vantagem: substituição total do

isolamento das torres (recomendado o andaime); inspeção interna de uma esfera (recomendado a Grua)

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3- Treinamento e Capacitação do Grupo do SPIE (Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos) na Técnica de Acesso por Corda

Em 2005 na BRASKEM S.A., Unidade de Camaçari-BA, foram treinados na técnica de Acesso por Corda, 10 (dez) Inspetores de Equipamentos do SPIE, tendo como objetivos principais: permitir aos Inspetores um melhor e mais rápido contato com as regiões a serem inspecionadas, e auditoria em qualquer serviço realizado por outras equipes de acesso por corda.

Foram realizadas aulas teóricas e práticas. As práticas foram em sala e na área industrial.

1- Momento da aula teórica 3- Aula prática em equipamento fora da área industrial

2- Aula prática em sala 4- Aula prática em equipamento na área industrial

4- Relação Técnico-Econômica

Vários são os fatores que estão levando a expansão do uso do Acesso por Corda nas indústrias: necessidade de reduzir os custos, obrigação de atendimento aos prazos de inspeção e manutenção, redução nos índices de acidentes, busca por novas tecnologias, credibilidade nos serviços

executados, confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos.

A tabela a seguir apresenta um levantamento de custos comprando a técnica de Acesso por Corda com o Andaime, em serviços de inspeção realizados pela equipe do SPIE, auxiliada por uma equipe de apoio terceirizada em acesso por corda.

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(m) Dias 1

Inspeção em linhas de torre de

processo 90 45 45 20 14400 150.000 5 4 160 4.575 97 94

2

Inspeção em linhas de torre de

processo 80 50 50 15 12000 120.000 5 4 160 4.575 96 95

3 Inspeção nas tubulações - Esfera 30 6 6 6 576 14.000 2 3 48 1.280 91 83 4

Inspeção em linhas de torre de

processo 50 20 20 10 3200 100.000 3 3 72 1.920 98 93

5

Inspeção em Suportes de Mola -

tubulações 15 10 10 12 1920 32.000 6 3 144 3.840 88 70

6 Medição de espessura - Tubulações 30 10 10 10 1600 14.800 5 3 120 3.200 78 75 7

Inspeção interna da radiação do forno

de pirólise 10 6 6 6 576 15.000 2 3 48 1.280 91 83

8

Inspeção em linhas de torre de

processo 30 5 5 4 320 15.000 2 3 48 1.280 91 80

9

Inspeção sob isolamento em torre de

processo 40 30 30 10 4800 130.000 6 6 288 10.440 92 90

Inspeção do refratário interno do

incenerador 20 6 6 10 960 20.000 1 6 48 1.740 91 92

10

Inspeção interna da radiação do forno

de pirólise 10 1 1 4 64 3.800 1 2 16 640 83 50

11 Inspeção de pré-parada em linhas Div 20 20 10 3200 35.000 8 3 192 5.120 85 80

TOTAL 418 43.616 649.600 46 1.344 39.890 94 89

ACESSO POR CORDA

Economia (%) S e r v i ç o G e r a l P r a z o h T r a b a l h a d a s C u s t o C u s t o ( R $ ) P r o f i s s i o n a i s SERVIÇO Dias

SERVIÇO COM ANDAIME

A l t u r a h T r a b a l h a d a s C u s t o ( R $ ) M o n t a g e m D e s m o n t a g e m P r o f i s s i o n a i s Tabela-2 Analisando a tabela-2:

- O custo evitado por não utilizar o andaime foi da ordem de R$ 609.710,00, e o custo gasto com o Acesso por Corda foi de R$ 39.890,00. Isto significa 94% de economia.

- A redução de exposição dos profissionais aos riscos é muito significativa (97%), visto que com o Acesso por corda foram gastas 1.344 horas de trabalho, contra 43.616h se fossem realizados com o andaime.

- Para a realização dos serviços utilizando a técnica de Acesso por corda foram gastos 46 dias. Se utilizasse o Andaime necessitaria de 478 dias para a execução dos serviços. Há um ganho de 89%

no prazo de execução dos trabalhos. Fig-1

Não foi considerado para este cálculo que, para armar andaimes em vasos verticais, antes deve ser instalado um tablado (fig-1) em volta da região onde será montado o andaime. Esta armação tem o objetivo de proteger instrumentos ou equipamentos importantes no processo. Neste caso o valor do andaime aumentaria em pelo menos 25%.

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Inspeção interna na radiação do forno de pirólise. Altura 11m, comprimento 16m.

Custo com o Acesso por Corda: R$ 1.280,00 - Custo evitado com o Andaime: R$ 15.000,00

Inspeção em linhas da esfera. Altura 30m

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6- Outras Considerações

O Acesso por Corda vem sendo utilizado na inspeção de equipamentos, tanto nas inspeções externas como internas (visual, sob isolamento, execução de END’s em geral ), em todo tipo de equipamentos e estruturas: Vasos, Tanques, Esferas, Cilos, Caldeiras, Chaminé, Plataformas Marítimas, Flare, Estrutura Metálica, Torres de Alta Tensão, de Rádio, de Telefonia, Viadutos, Pontes, Prédios, Tubulações, etc.

Conclusões

A vantagem da utilização de acesso por corda na inspeção, principalmente pela equipe própria (SPIE), reside principalmente na velocidade com que o profissional pode acessar e retirar-se de locais de difícil acesso. Em alguns casos, o custo ou a dificuldade de utilizar outro meio de acesso poderia ser proibitivo.

O Acesso por corda é uma das técnicas de acesso que permite melhor e mais rápido contato com as regiões a serem inspecionadas e/ou manutenidas. Na maioria dos casos é mais segura e mais econômica quando comparada, com andaimes, balancins, escadas com corda, plataformas elevatórias e etc., além de permitir acesso a locais anteriormente impossíveis pelos métodos convencionais, considerados difíceis e onerosos.

Segurança, redução de custo, otimização de tempo, diminuição do risco de queda devido ao menor número de pessoas e material envolvido, são os pontos fortes que tem levado a expansão do uso do acesso por corda.

A técnica não elimina o uso de andaime dentro da indústria, pois poderá não ser a melhor alternativa para alguns casos na manutenção ou outra atividade. Porém, dá maior flexibilidade à execução das atividades, com respostas mais rápidas e menor custo.

Referências Bibliográficas

NR-18 - Norma Regulamentadora -18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR-6 – Norma Regulamentadora 6 – Equipamentos de Proteção Individual

NBR 15475 – Norma Brasileira Registrada 15475 – Certificação e Capacitação de Profissionais de Acesso por Corda

Norma BS-7985 - Code of practice for the use of rope access methods for industrial purposes ( 2002)

www.petzl.com , www.acces-difficiles.com, www.grupovertical.com , www.heightsafety.co.za www.orange-access.com , www.ths.com.au, www.sistac.com.br , www.potlife.com.br

www.connectserv.com.br, www.ouestacro.fr, www.endcheck.com.br, www.adretfrance.com www.irata.org, www.sairaa.co.za, www.mscservicos.com.br

Referências

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