Parceiros empresariais
ou o casal perfeito?
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O status do CFO se
encontra em crescente
ascensão há mais de
uma década –
de mero
contabilista a consultor
da empresa.
Os papéis tradicionais
do
CEO e do CFO
desapareceram.
CFO e CEO: Parceiros empresariais ou o casal perfeito?
Na última década, houve uma mudança
profunda na relação entre o CFO e o
CEO. Este fenômeno deve-se, em parte,
a uma mudança drástica nas funções do
CEO. Na era do capitalismo participativo,
com uma exposição 24/7 à mídia, os
CEOs estão cada vez mais em contato
com o público. Muitas das suas funções
foram, com o tempo, partilhadas com
outros membros do corpo de diretores.
Entretanto, entram em cena os CFOs, cujo status se encontra em crescente ascensão há mais de uma década – de meros contabilistas a verdadeiros estrategistas. "O papel do CFO vem se submetendo a mudanças há alguns anos. Foi no início da década de 2000 que os CFOs se voltaram para a consultoria empresarial", conta Carl Grivner, CEO da Colt, a empresa de comunicações de rede sediada nos EUA. "Eles passaram a ter um papel mais participativo nas decisões operacionais e empresariais, e não somente nas questões financeiras. À medida que o seu cargo evolui , ele/ela se torna um parceiro de negócios fundamental". O arsenal do CFO deve acompanhar este crescimento. "Uma liderança eficaz por parte do CFO requer uma melhor compreensão da estratégia de negócio, bem como um aprimoramento das habilidades de liderança e a capacidade de comunicar, de forma efetiva, conhecimentos financeiros a colegas fora do setor financeiro", declara o Programa de Educação Executiva da Wharton. Estes aspectos aproximam os papéis do CEO e do CFO.
Participantes em apresentações de resultados e teleconferências podem facilmente confundir o CFO com o CEO. Ao discutir o desempenho no primeiro trimestre de 2016, o Diretor financeiro da IBM, Martin Schroeter, anunciou: "Não estamos apenas transformando os negócios já existentes", disse aos analistas de investimento, "mas construindo novos mercados e dirigindo-nos a novas áreas de oportunidade."
Este artigo abrange a função evolutiva do Diretor financeiro
a partir de três pontos de vista: Diretor de recursos humanos,
Diretor executivo e Diretor de informação/tecnologia.
Estas informações têm como base entrevistas junto a
dirigentes, analistas, pesquisas de mercado e e literatura
administrativa, abrangendo uma diversa gama de setores:
recursos naturais, tecnologia, bens de consumo, serviços
financeiros, TIC e a indústria automotiva – tendências
interligadas, incluindo o crescente papel da tecnologia
nas empresas, a retenção de talentos, os desafios da
corporação em uma era digital 24/7 e as compensações
em torno das estruturas organizacionais (internalização/
terceirização) e entre as despesas operacionais de hoje
versus as despesas de capital de amanhã.
Os desafios hoje incluem:
Retenção de
talentos
O papel crescente
da tecnologia
Relatórios
corporativos em
uma era digital 24/7
Ao identificar o CFO pretendido, o
CEO procura, assim, um maior leque
de competências do que apenas um
"devorador de números". "Procuro
por alguém que tenha uma excelente
compreensão do negócio, não somente
dos aspectos financeiros do mesmo,
pois todos no corpo de diretores somos,
na verdade, parceiros do CEO", explica
David Garofolo, CEO da Goldcorp,
uma empresa de recursos sediada em
Vancouver. Na sua ausência, afirma
Garofolo, seus parceiros poderiam, em
teoria, executar planos estratégicos.
Este papel estratégico do CFO foi
claramente comprovado quando a
Goldcorp, por exemplo, colocou seu
vice-presidente de desenvolvimento
corporativo, Russel Ball, no posto de
CFO em Março de 2016.
Grivner concorda. Ele procura um CFO com diversas competências. "Existe um 'CFO transacional' e um 'CFO operacional', e um terceiro tipo que consegue ser os dois. Por vezes, estamos em uma situação onde o CFO se foca apenas nas atividades transacionais, o que impede o avanço do negócio. É necessário alguém que esteja mais focado nas atividades operacionais, tenha experiência com transações e que possa combinar estas duas qualidades."
A descoberta da
combinação perfeita
Para superar os novos
desafios, os CFO dos
dias de hoje precisam de:
Um forte domínio
dos dados
Uma excelente
compreensão do
negócio
A capacidade de
traduzir mensagens
financeiras
complexas
E trabalhar
efetivamente com
os CHROs, os CIOs
e os CEOs
Este tipo de CFO consegue lidar facilmente com questões sobre como abrir o capital da empresa ou como comprar uma empresa, assim como com operações diárias. "É possível contar com eles para lidar com aspectos operacionais da empresa, logo, caso uma transação apareça, eles possuem as habilidades e capacidades para fazer isso."
Cada vez mais, os CFOs devem possuir competências em matéria de análise de dados, acrescenta ele. "Há KPIs de produtividade, receita por funcionário e as métricas padrão, mas os CFOs atualmente – especialmente nesta indústria [comunicações] – precisam ter em conta indicadores mais abrangentes da empresa. Nós [Colt] estamos passando por uma mudança estratégica, em que pretendemos oferecer maior largura de banda aos clientes e há uma grande quantidade de dados analisados. Portanto, é importante que o CFO, como principal líder da empresa, entenda isso."
Como Grivner caracterizaria a relação global entre o CFO e o CEO? "É como um casamento", comenta ele. "Cada um precisa entender as forças e fraquezas do outro." E como uma família, "as pessoas encaram esta relação e são afetadas por ela." Pontos delicados podem incluir diferentes perspectivas sobre como balancear a estabilidade de hoje com o crescimento de amanhã.
"Há um equilíbrio entre o CFO e o CEO. Já tive casos onde eu era sempre o vilão e outros em que os CFOs eram sempre os vilões. Pressupõe-se que, por vezes, o CEO ou o CFO precisem adotar uma certa postura." Fazer este casamento funcionar pode trazer grandes benefícios para a empresa. A EY, uma empresa de consultoria de gestão global, consultou 652 CFOs de todo o do mundo e concluiu que "uma parceria eficaz entre CFO e CEO é um dos aspectos determinantes de uma organização bem gerida e líder no mercado."1
Uma parceria eficaz entre
CFO e CEO é um dos
aspectos determinantes
de uma organização
bem gerida e líder no
mercado.
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91%
dos CFOs
entrevistados
recentemente revelam a
"pressão interna como
uma motivação para
gerenciar resultados".
2Em uma era de excesso de informação
e de hiperconectividade, o CFO
também teve que se tornar mais hábil
na comunicação com os mercados.
CFOs competentes devem traduzir
mensagens financeiras complexas para
CEOs, diretores, investidores, clientes,
fornecedores, credores e analistas que
investigam o desempenho financeiro.
A história que os CFOs contam sobre
a empresa pode definir a forma como
esta é avaliada.
Corre-se o risco, no entanto, de o CEO pressionar os CFOs a apresentar a empresa de forma enganosa. A rigorosa lei Sarbanes-Oxley estadunidense, destinada a restringir ilegalidades corporativas, mais uma vez destacou a questão da "manipulação de contas" e de demonstrações financeiras falsas.
A tentação para manipular os números é comum. Em "Implications of Power: When the CEO can pressure the CFO to bias reports", o autor Henry L. Friedman cita várias pesquisas acadêmicas que mostram a pressão a que os CFOs se submetem em função dos interesses do CEO.2 Em uma pesquisa com 169
CFOs, 91% relataram a "pressão interna como uma motivação para gerenciar resultados". Outra pesquisa com 141 CFOs de empresas públicas revelou que 17% dos CFOs foram pressionados "a desvirtuar os resultados pelos CEOs das empresas durante os últimos cinco anos."
Para evitar problemas do tipo, Grivner da Colt reconhece que deve haver caminhos transparentes para os CFOs – e outros na empresa – tomarem decisões. . "Caso perceba que algo de errado esteja acontecendo, é necessário que tenha um canal aberto e direto com a diretoria. Isso cria condições para a pessoa dizer: "Caso não concorde com algo, não perderei meu emprego se contrariar o CEO."
Comunicação com o mercado
"Caso não concorde com algo ou acredite que algo não esteja sendo apresentado adequadamente aos mercados, isso deveria ser uma opção para todos. Todos precisam ter um grau de independência do CEO quanto às éticas da empresa. Isso estabelece uma cultura de integridade."
Do mesmo modo, Garofolo da Goldcorp argumenta que o CFO é o maior exemplo de ética em qualquer empresa. "Desde os tempos da Enron, não é somente uma questão de arrecadar fundos e tomar conta dos relatórios oficiais", afirma Garofolo. "Procuro alguém que possa gerenciar o negócio tão bem quanto eu."
2. Henry L. Friedman "Implications of Power: When the CEO can pressure the CFO to bias reports"
A história que os CFOs
contam sobre a empresa
pode definir a forma como
esta é avaliada.
91%
9 8
Então o que os CFOs
devem esperar ao
assumir o lugar principal?
37%
Talvez devido a sua crescente influência
e importância, muitos dos CFOs
atualmente emergem como candidatos
ao cargo de CEO quando há
oportunidade.
A Korn Ferry, uma empresa de recrutamento executivo, revelou que, em 2015, 13% dos CEOs na Forbes Global 2000, vieram da posição de de CFO. Quase dois em cada dez CEOs já assumiram cargos de CFO.3 Então o que os CFOs devem esperar ao assumir
o lugar principal? Garofolo alerta os candidatos para se prepararem para o escrutínio. "Cada palavra ou gesto é avaliado pelos vários constituintes", admite. "Isso foi um pouco surpreendente para mim."
De CFO para CEO?
13%
dos CEOs na
Forbes Global 2000
passaram de CFOs para
os cargos principais
313%
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Escrito por:
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