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Relatório Executivo Fórum Vale do Aço/MG

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Relatório Executivo – Fórum Vale do Aço/MG

Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce

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PERCURSO DAS ATIVIDADES

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4 1º Dia: 24/10/2018

1. Abertura

O Fórum de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce no Vale do Aço/MG, ocorreu nos dias 24 e 25 de outubro de 2018 e contou com a participação de 144 pessoas, entre representantes dos Comitês de Bacia do Rio Doce, representantes das comunidades e prefeituras atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão, instituições com experiências em educação e revitalização de bacias hidrográficas, membros da Câmara Técnica de Educação, Cultura, Turismo e Lazer, representantes de universidades e funcionários da Fundação Renova.

Os principais objetivos deste evento foram:

a) Apresentação do Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce; b) Instaurar um espaço de debates, reflexão, monitoramento e avaliação do

Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce.

A abertura do Fórum de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce no Vale do Aço ocorreu com a fala do Líder e da Coordenadora da área de Educação e Cultura, Felipe Moura e Shymena Guedes, que deram as boas-vindas e abordaram os seguintes aspectos:

● Contextualização geral do rompimento da barragem de Fundão.

● A formalização do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta – TTAC, e a criação da Fundação Renova.

● Reconhecimento da luta dos atingidos: a luta vai aperfeiçoando esse processo. O novo termo, o TTAC Governança é resultado da luta por maior participação destes atores.

● A organização da Fundação Renova e os desafios no contexto da reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento.

● Educação ambiental, contemplada em uma Cláusula do TTAC (172) e estruturada como um programa, o Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio

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5 Doce, concebida como um elemento central para transformação de uma cultura de sustentabilidade para revitalização dos territórios impactados pelo rompimento da barragem de Fundão.

● Os desafios da revitalização são muito amplos. São os desafios da Fundação Renova, são os desafios da sociedade.

● Apresentação da proposta do Fórum:

○ Estamos aqui para discutir o programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce e para fechar um ciclo (de elaboração) e abrir um novo (de execução). Precisamos ampliar a participação dos atores.

○ A proposta do fórum é apresentar o programa e refletir sobre os principais desafios para sua execução; além de definir onde se deseja chegar com este programa, ou seja quais são os resultados de médio e logo prazo (cenários de futuro)?

○ Realizar um Fórum desses é também desafiador. Estamos aprendendo com a experiência de Colatina e queremos melhorar e ouvir as ponderações e críticas de vocês.

Em seguida, o coordenador da Câmara Técnica de Educação, Cultura, Turismo e Laser, Aloisio Lopes, também deu as boas-vindas aos participantes. Os pontos principais de sua fala são apresentados a seguir:

● O acordo (TTAC) feito estabeleceu uma governança que a partir do último acordo (TTAC Governança) integra o Ministério Público e os atingidos.

● A governança define; mantenedoras (Vale e BHP) aportam recursos; Fundação Renova executa.

● Por mais de um ano estamos discutindo e melhorando este e vários programas, e agora estamos chegando na fase de consolidação.

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6 1. Educação ambiental tem uma concepção de não adestramento, mas sim de um processo mais amplo emancipador, engajado que muda sociedade e indivíduo 2. Participação social como premissa. Ampla mobilização, sensação de pertencimento

Posteriormente a analista do Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce, Juliana Andrade apresentou a proposta da Feira de Comunidades de Práticas e convidou os presentes para participarem da exposição dos trabalhos realizados por instituições e pessoas que atuam em prol da educação e da revitalização de rios.

2. Plenária

Após a abertura, a plenária foi aberta para dúvidas e manifestações. Os quadros abaixo representam as contribuições dos participantes nesta etapa:

Dúvida: A

validação do programa de 2019, já será comunicado ou só será comunicado quando pronto? Qual o alcance deste programa para as outras regiões? (Sem identificação)

Resposta: O Comitê Interfederativo - CIF tem conhecimento e foi aprovado e publicado. Projetos executivos foram apresentados, acredito que no fim de novembro estará ok. Sobre a extensão, solicitamos que fosse adotado em toda bacia, mas não conseguimos. Levamos ao CIF; houve um parecer jurídico com um entendimento restrito. Argumentamos a importância de abranger toda bacia, mas ainda não foi este o entendimento jurídico. Começamos onde já temos o entendimento/acordo e tentaremos ampliar. Os comitês de bacia são protagonistas neste cenário. (Aloísio Lopes, Coordenador da Câmara Técnica de Educação, Cultura, Turismo e Lazer)

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7 Manifestação: A comunidade de Santana do Paraíso registra a indignação com o que está acontecendo e com a ausência do poder executivo junto às decisões da Samarco e Fundação Renova.

Parabenizo pela inscrição das comissões locais, que geram escuta da realidade de quem de fato foi atingido e não do que se supõe. Santana do Paraíso precisa ser incluído. Estou aqui defendendo meu território. (Vereadora Claudia Lage - Santana do Paraíso/MG)

Manifestação: Agradecimento. Crítica: Poucas pessoas atingidas estão presentes e poucos são do executivo municipal. Os atingidos não estão mais à mercê da Fundação Renova, não somos mais submissos à Fundação Renova. Depois de 3 anos, a Fundação Renova vem trazer o programa de revitalização do Rio Doce, o maior depósito de rejeitos do Brasil. Sou representante dos atingidos não sou representante de uma categoria, sou representante do social, da saúde, de garimpo, de pesca. Depois de 3 anos, a bacia não tem representação da maioria das cidades. Em Mariana as coisas avançaram, e a injustiça do restante? E outros que não sabem de seus direitos? Não conhecem a governança? Não sabem o que fazer, estão perdidos, não sabem seus direitos?

Sou presidente de uma cooperativa na região de Candonga. Ali, uma barragem foi construída pela Vale e prestávamos serviço para eles, tínhamos um contrato de prestação de serviços, isso nunca foi pago pela Fundação Renova. Produtores da minha cidade estão falidos. Precisamos nos organizar. As assessorias técnicas não vão nos dizer o que fazer, elas são para nos assessorar. As pessoas precisam poder dizer o que precisam, o que sentem, o que pensam. Não é a Fundação Renova que vai dizer, estão nos enganando, estão cometendo um crime maior que o desastre. O que vão fazer com os poluentes que estão no rio? Precisamos

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8 de soluções práticas e não de gastar dinheiro aqui. Façam um seminário maior, com a câmara técnica. Essas explicações que estão aqui deviam ter vindo antes. Não vem para cumprir os acordos. (Antônio Carlos – Atingido e representante da Comissão dos Atingidos de Santa Cruz do Escalvado/MG)

Resposta: Sobre o funcionamento da Fundação Renova, a governança inclui governos executivos municipais e estaduais, que participam das câmaras técnicas, que acolhem as propostas, avaliam e aprovam. As diversas vozes podem ser incorporadas e até alterar os programas. O Ministério Público (MP) agora participa das câmaras técnicas, não participava antes porque não se sentia contemplado, porque vozes importantes, como a dos atingidos, não se sentiam incluídas.

Existem auditorias que acompanham os processos, o modo como funcionamos e os resultados para dar segurança sobre o que a Fundação Renova faz. O conselho curador; representantes das mantenedoras; Ministério Público. Temos o conselho consultivo, instrumento que faz rodar o sistema, inclui impactados e dá suporte ao conselho curador. O próprio conselho curador é composto também por atingidos.

A fala do Antônio é fundamental. Não precisamos temer o tom. Se o trabalho não está adequado, precisamos ouvir e ter um trabalho adequado. Precisamos reparar os danos causado aos diversos atores, pescador, produtor, enfim todos, e ao mesmo tempo construir uma cultura de escuta e respeito. (Felipe Moura, Líder da área de Educação e Cultura).

Sobre a participação, se há entendimentos diferentes por parte dos atingidos devem ser apresentados ao CIF, que vai discutir e definir e a Fundação Renova vai cumprir. (Aloísio Lopes, Coordenador da Câmara Técnica de Educação, Cultura, Turismo e Lazer)

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9 3. Feira Comunidades de Prática

Posteriormente a analista do Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce, Juliana Andrade apresentou a proposta da Feira de Comunidades de Práticas e convidou os presentes para participarem da exposição dos trabalhos realizados por instituições e pessoas que atuam em prol da educação e da revitalização de rios. Os participantes foram convidados a circular pela feira que apresentava iniciativas de existentes na Bacia do Rio Doce e fora dela. Além de conhecer as experiências, a proposta foi identificar objetivos, desafios e finalidades destas. Foi montado um painel com cartelas sobre as 17 experiências presentes nos estandes da feira. A atividade buscou o compartilhamento das experiências, reflexão e engajamento. Também houve um convite aos participantes para que incluíssem no painel experiências das quais participam e que não faziam parte da feira. O registro do conteúdo do painel é apresentado a seguir:

a) Ocaia Avura – Bom Despacho/MG

● Relatar a nossa história pós-tragédia com amor, relembrando o passado. Poder Dizer foi a gente que fez

● Grupo através das técnicas de bordado, teve um resgate cultural, social e socioeconômico

● Preservação do patrimônio imaterial oralidade. Muito criativo

● Registrar a história da comunidade através do bordado (ofício tradicional)

b) Instituto de Autodesenvolvimento (IAD) - Brigadistas voluntários – Bacias dos Rios Piracicaba e Piranga

● Prevenção

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10 c) Amalapinha – Morro do Pilar/MG

● Coleta de Resíduos na região rural com envolvimento do público jovem. Empoderamento da Comunidade

● XXVIII Fórum Regional de Educação Ambiental ● Projetos de mobilização com jovens e família

● Objetivo: Limpar a poluição da zona rural. Trabalho feito com Voluntários. Atualmente os jovens estão na frente da execução dos projetos

● Criar alternativa de renda na própria comunidade, sendo assim garantindo sua permanência em sua cidade

● Formar jovens lideranças ● Gerar renda

d) Guará Jogo Limpo – Secretaria de Assistência Social (GAS) - Guaraciaba/MG ● Objetivo aproveitar o óleo usado para ter uma fonte de renda

● A dolomita evita a oxidação do Sabão ● Sustentabilidade

● Unidade que necessita aprender para nova forma de sobreviver

● Objetivo: Produzir sabão com óleo usado. Finalidades: Despoluir a água; renda. ● Produção

● Valorização

● Existe para despoluir o Rio retirando o óleo dos cursos d'água

● Estender o projeto Guará joga Limpo para outros produtos: Detergente, sabonete, etc

● Geração de renda. Associativismo. Controle da poluição

e) Escola Estadual Presidente Tancredo de Almeida Neves – Córrego Novo/MG

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11 ● Uniu esforços prefeitura comunidade estado

● Tornar o rio limpo

● A escola vai para cidade a cidade vem para escola ● Recuperação de Nascentes

● Conscientização e sensibilização ● Mapeamento de Nascentes

● Água como patrimônio do planeta professores ● Importância da água

● Plantas nativas

● Desafio: Impacto na sociedade forma geral/ era uma realidade impactante ● Protagonismo juvenil

● Inovação na escolha do projeto ● Produção mudas

● Formada jovens lideranças ● Gerar renda

● Retrata a importância da água e sua conservação. É uma iniciativa dos alunos e parecida com a secretaria de educação e meio ambiente. Eles mapearam e realizaram os plantios de nascente de todo município. Tais ações contribuem para a preservação ambiental deste recurso

● Conscientização da importância da água, bem maior! Práticas de catalogação e recuperação das Nascentes.

● Recuperação de nascentes nova realidade de assentamento ● Educar desde cedo para limpeza e cuidado do córrego/ água

f) Inclusão Socioprodutiva de Catadores – Cooperativa Aguapé – Manhumirim/MG

● Inclusão de catadores ● Limpeza da cidade

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12 ● Geração de emprego e renda

● Pertencimento

● A valorização das pessoas ● A valorização da cidade

● Incluir na sociedade pessoas desamparadas pelo poder público ● Inclusão socioprodutiva de catadores

● Muito importante para o meio ambiente

g) Fórum Regional de Educação Ambiental – ForEA – Zona da Mata/MG

● Levar o ForEA para o território de Barra Longa/ P. Nova/ S.C. Escalvado/ R. Doce e Mariana como piloto para Bacia RD

● Objetivo de mobilização da comunidade educativa formal e não formal ● Palestras sobre temas geradores e oficinas com grande abrangência

h) Recuperação de Nascentes - Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa (SAAE ) – Coimbra/MG

● Água para plantar e criação de gado ● Recuperando nascentes água permanente

● Projeto implantado em toda a bacia do Córrego água limpa, principal fonte de abastecimento hídrico da cidade. Até o momento já se trabalhou em 23 nascentes na zona rural. Atuação do demam e comunidade

● Maior volume de água para propriedade ● Melhor aproveitamento da água da chuva ● Recuperação das matas

● Trabalho direto com o campo

● Recuperação de Nascentes (água é vida) ● Pingo D'água

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13 i) Programa Loucos por Leitura - Associação Clube Osquindô – Mariana/MG

● Motivação a leitura

● Loucos por Leitura conecta pessoas através do motor da sociedade: a escola ● Eu pensei! E pensei o que é na verdade mais importante neste mundo se não a

água, sem ela nada existiria mata nem árvores, e o ser humano certamente morreria

● Se existisse a água e ela estivesse contaminada não terminaria todas as criaturas, estamos lutando contra a contaminação das Águas, e por isso que a fundação renova está aí na luta

● Resgate as tradições e cultura locais

j) Revitalização de Nascentes - Instituto Soledade (InSol) – Manhuaçu/MG ● Para cuidar da vida, revitalizando nascentes engajado comunidades

● Muito massa! Pensamento e fazer coletivo. Educação Cidadã. Integração escola e comunidade

● Revitalização de nascente: Preservar nascentes de comunidades com a participação da sociedade

k) A cidade é Nossa – Escola Estadual Maria Guilhermina Pena – EEMGP – Conselheiro Pena/MG

● Educação ambiental

● Participação da comunidade Pais e Filhos

● Proporcionar à comunidade um espaço comum, onde podem compartilhar e aprender práticas de educação ambiental

● A educação é a base de tudo. A educação ambiental em C.P. Precisa ser trabalhada. Sou atingida e meus filhos foram alunos desta escola EEMGP

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14 ● Transformar os espaços e as relações por meio do envolvimento de toda a

sociedade.

l) Centro de Criação e Imagem Popular – CECIP – Rio de Janeiro/RJ ● Participação social

● Especificidades educação/ meio ambiente

● Para trabalhar com os desafios escolares ligados a uma cultura de paz no ambiente escolar

● Fortalecimento da Democracia com metodologias e projetos inovadores na promoção de direitos

m) Teatro Educativo – Associação Mineira de Defesa do Ambiente - Vários municípios de Minas Gerais

● Para transpor Barreiras que só a arte é capaz. Quando os assuntos são tratados de forma lúdica e artística eles não pedem a seriedade, mas ganham força ● Para criar pequenos multiplicadores

● Teatro educativo. "Ferramenta" para aprendizado. ● Incentivar a educação ambiental dentro das escolas ● Para levar magia até as escolas

● Lazer diversão para todas as idades de forma educativa e sustentável

● Teatro educativo/ caravana ambiental nos ambientes escolares para sensibilização ambiental

● Caravana ambiental ● Brigadas

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15 n) Plantio de Água - Associação de Plantadores de Água (Plant’água) – Alegre/ES

● Água nova de qualidade

● Projeto que se pode seguir educando comunidades atingidas

● Produção de ar, de água, de solo, madeira e frutas. Plantio de água educação ambiental

● Iniciativa e criatividade

● Cuida da consciência das pessoas sobre seus impactos no meio ambiente e nas próximas gerações

● Recuperação da nascente e segurando água de chuva nas cabeceiras das bacias ● Tem o objetivo de segurar água de chuva nas cabeceiras das bacias e microbacias

hidrográficas por meio de caixas secas, terraços de contenção e plantios

● Recuperação de nascentes e segurar a água de chuva nas cabeceiras das bacias ● Comunicação aberta com a comunidade rural e universidade

● Implantação de projetos que atendam necessidades rurais

● Plantio de árvores nos morros carecas, fundamental para aumentar as nossas águas no lençol freático

● Reassentamento

● Recuperar área degradada Sustentabilidade ● Plantio de água

● Criar e manter consciência ambiental e de consumo na sociedade

● Muito interessante a interação com a natureza e gera renda local, ao mesmo tempo trabalha a preservação e o reflorestamento

o) Plantio de 10.000 Árvores - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) – Bom Jesus das Selvas – MA

● A interação entre sociedade diferentes faixas etárias em busca de um objetivo comum

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16 ● Plantando vida

● Fábricas de árvores com pelotas de semente

● Para realização de um projeto tão grande precisamos de muita ajuda. Plantio de árvores. Sementes produzidas por elas. Distribuídas pelos animais, pássaros, vida que segue. São José Goiabal

● Quintais saudáveis - Barra Longa/MG ○ Trabalho que realiza sonhos

○ O projeto já recebe visita de territórios atingidos e surge um novo sonho e esperança. CPCD

○ Para resgatar os laços nas comunidades, ampliar a consciência e ativar a potência de cada pessoa e cada território

○ Fábrica de árvore Barra Longa

○ Projeto Barra Longa. Uma prática muito interessante trabalhada na escola. Alfabetiza ensinando a cuidar da natureza

p) Permacultura Popular - Instituto de Permacultura EcoVida São Miguel – Manhuaçu/MG e região

● Menor gasto de petróleo ● Soluções locais

● Compartilhar práticas de reprodução autônoma e sustentável da vida ● Construção de saber permanente para viver bem

● Planejamento de cidades e territórios sustentáveis ● Alimento Limpo

● Construção da Vida Saudável e participativa, do dia a dia

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17 q) Plano de Intenções Socioecológicas - Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar (GEPAF), da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

● Agroecologia e iniciativas a favor da preservação e consciência do uso da água em propriedades

● Mobilização comunitária para definir planos de transformar realidades

● Trocas protagonismo juvenil no desafio do combate à falta d'água. Muito promissor

● Objetivo: Com a perca do rio Uatu, revitaliza as nascentes na terra Krenak ● Construir alternativas para cuidado com água

● Promover práticas socioambientais com a participação social para enfrentamento de obstáculos da região

r) Projetos Novos

● Ipaba

○ Projeto pro Manancial

○ Centro de recreação e incentivo à sustentabilidade, e proteção ambiental ○ Escola sustentável

● Ipaba.

○ Projetos desenvolvidos: Educação ambiental Itinerante. ○ Carroceiros cidade limpa

○ Wetlands (Tratamento de esgoto)

● Projeto Ipabinha melhor - Santana do Paraíso. Claudia Lage ● Asas - Associação Ambientalista Samambaia

○ Associação que protegem nascentes no bairro Bom Jardim/ Ipatinga -Minas Gerais.

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18 ● Iapu

○ Ecopontos de coleta seletiva rural ○ Coleta seletiva urbana

○ Reduza: Caneque-se! Ecobags

○ Oficina de ecologia: Produção de mudas pelos alunos e nascentes nomeadas com o nome das crianças

● PROSRE

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19 3- Grupos de Trabalho - Parte 1

Na tarde do primeiro dia, após a equipe da Fundação Renova apresentar o Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce, os participantes se dividiram em 3 grupos para aprofundar o conhecimento sobre cada um dos projetos que compõem o programa e ampliar as possibilidades de contribuição dos participantes a cada um dos três projetos que o compõem.

A divisão dos participantes nos grupos foi realizada no momento do credenciamento, de acordo com o interesse de cada um com os seguintes projetos do programa:

● Grupo 01: Projeto de Formação de Lideranças Jovens

● Grupo 02: Projeto de Formação de Educadores e Escolas Experimentais ● Grupo 03: Projeto de Fortalecimento de Redes e Políticas Públicas para

Revitalização da Bacia do Rio Doce

Os grupos iniciaram os trabalhos com a mesma proposta metodológica, tendo sido feitas algumas adaptações e ajustes em cada sala de acordo com o número e o perfil de participantes, e o tempo disponível. A seguir apresentam-se as contribuições de cada grupo na tarde do primeiro dia de evento.

3.1. Grupo 01: Formação de Lideranças Jovens

a) Dinâmica: Canoa dos Sentimentos

Atividade realizada para dar vazão aos sentimentos e emoções presentes nos participantes. O grupo foi convidado a responder à seguinte pergunta norteadora: "Como me sinto em relação ao que foi apresentado?".

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20 Lista de respostas: - Curiosidade - Felicidade - Encorajado - Comovida e chateada - Atenta e disponível - Preocupado - Animada - Empatia - Incerteza - Ansiosa - Incerteza - Esperançosa - Impotência - Esperança - Alerta - Responsabilidade - Agitada - Ansiedade/ curiosidade - Grande expectativa

- Alegria por esse movimento pelo rio

- Esperança da construção das soluções coletivas - Curiosidade expectativa

- Ansiedade

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21 b) Dinâmica: Régua de entendimento

Para conhecer e entender o grau de compreensão sobre o programa apresentado em plenária, foi proposto aos participantes que se posicionassem. Para isso, foram colocados no chão 3 folhas de papel, com os números 1, 5 e 10, a uma distância de um metro entre elas. O número 01 representava pouca compreensão, o 05 representava compreensão média e o 10 boa compreensão. A maior parte dos participantes se posicionou entre os números 5 e 10.

c) Aprofundamento: Projeto de Formação de Lideranças Jovens

Em seguida a equipe da Fundação Renova apresentou com mais detalhes o Projeto de Formação de Lideranças Jovens e esclareceu dúvidas a seu respeito.

d) Dinâmica: Café do Mundo

Para levantar a percepção sobre os principais desafios para implementação deste projeto, os participantes foram convidados a se alternarem em mesas de trabalho respondendo à seguinte pergunta norteadora: “Quais são os maiores desafios que vocês percebem para a implementação desse Projeto?”

O quadro abaixo elenca as principais questões discutidas com o grupo: Mesa 01:

● Adaptação da linguagem para o público jovem ● Fazer os jovens interagir

● Oportunidade/ oportunizar ● Entender

● Acreditar ● Opção

● Formar multiplicadores

● Fomentar a multiplicidade entre jovens e na comunidade ● Ouvir

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22 ● Fazer com que o jovem acredite na ideia

Mesa 02:

● Diversidade cultural, religiosa, política, esportiva ● Empoderamento

● Mobilização

● Comprometimento

● Informação adequada e atrativa ● Permanência Mesa 03: ● Continuidade e desmotivação ● Reconhecimento ● Respeito às diferenças ● Propor incentivos ● Introdução da informação ● Disponibilidade de tempo

● Desconfiança por parte dos pais e da comunidade ● Adequar o discurso

Mesa 04:

● Dificuldade na apropriação e na adesão do jovem ● Execução dos projetos pelos jovens

● Manter a chama acesa ao longo de 10 anos ● Adequação à realidade de cada município ● Entendimento linguagem

● Mobilização dos jovens

● Despertar interesse do jovem ● Imagem da Fundação Renova ● Falta de tempo

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23 e) Dinâmica: Seleção de Desafios e Propostas

Após elencar os desafios o grupo deveria eleger quais seriam apresentados na plenária. Além disso, para cada desafio foram levantadas propostas para sua superação. Conforme demonstra quadro abaixo.

DESAFIOS PROPOSTAS

Adequação à realidade de cada município e distrito

- Escuta qualificada para a realidade do território - Acolher a diversidade local

- Análise sociocultural do território que receberá o projeto Acreditar - fazer com

que os jovens

acreditem e apoiem o projeto

- Fomentar o compartilhamento do projeto entre outros jovens e a comunidade

- Reconhecimento do engajamento no projeto

- Construção de uma abordagem/ linguagem adequada e transparente

Incentivar a continuidade e a motivação dos jovens envolvidos no projeto

- Aumentar a representatividade dos jovens durante todas as etapas do processo

- Criação de bolsas para os jovens no processo de mapeamento e mobilização

- Procurar outros incentivos, além do financeiro, como laços de afetividade e reconhecimento do trabalho. Permanência para

completar os ciclos...

- Priorizar oportunidades de trabalho na Fundação

- Incentivo financeiro (bolsas, intercâmbios, premiações, etc)

- Diversidade de oportunidades visando o desenvolvimento local

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24 3.2. Grupo 02: Projeto Formação de Educadores e Escolas Experimentais

a) Dinâmica: Canoa de sentimentos

Atividade realizada para dar vazão aos sentimentos e emoções presentes nos participantes. O grupo foi convidado a responder à seguinte pergunta norteadora: "Como me sinto em relação ao que foi apresentado?".

Lista de respostas:

- Sentimento de dúvida incerteza com o compromisso humano - Expectativa - Esperança - Cético - Otimista - Agradecimento - Esperança coletiva - Curiosidade

- Expectativa de que toda a revitalização da bacia vai acontecer - Interesse curiosidade

- Cooperação

- Aprendizagem gratidão conhecimento felicidade - Felicidade

- Transformação - Abertura

- Com expectativa de construção de projetos conjuntos para contribuir com comunidades e educadores da bacia do Rio Doce

No grupo prevaleceram os afetos positivos e esperançosos em relação ao programa apresentado. Alguns disseram estar confusos, às vezes com dúvidas, às vezes otimistas.

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25 b) Dinâmica: Régua de entendimento

Para conhecer e entender o grau de compreensão sobre o programa apresentado em plenária, foi proposto aos participantes que se posicionassem. Para isso, foram colocados no chão 3 folhas de papel, com os números 1, 5 e 10, a uma distância de um metro entre elas. O número 01 representava pouca compreensão, o 05 representava compreensão média e o 10 boa compreensão.

Para essa atividade ninguém declarou não ter entendido nada do programa. Poucos declararam entender mais ou menos. Cerca de 70% declarou ter entendido muito bem o programa.

c) Aprofundamento: Projeto

de Formação de Educadores e Escolas

Experimentais para Revitalização da Bacia do Rio Doce

Em seguida a equipe da Fundação Renova apresentou com mais detalhes o Projeto de Formação de Educadores e Escolas Experimentais para Revitalização da Bacia do Rio Doce e esclareceu dúvidas a seu respeito.

As principais dúvidas apresentadas foram:

● Quem são os representantes da gestão da Educação envolvidos na discussão? Por que não estão aqui?

● Os projetos serão para a escola ou comunidade?

● Rotatividade dos professores - como será tratado? Focar nos efetivos? ● Cursos de especialização?

● Certificados?

● Cursos profissionalizantes para as crianças? Aproximação com outras políticas - Ex: PETI (Programa de erradicação do trabalho infantil)?

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26 d) Dinâmica: Café do Mundo

Para levantar a percepção sobre os principais desafios para implementação deste projeto, os participantes foram convidados a se alternaram em mesas de trabalho respondendo à seguinte pergunta norteadora: “Quais são os maiores desafios que vocês percebem para a implementação desse Projeto?”

O quadro abaixo elenca as principais questões discutidas com o grupo:

Mesa 01:

● Falta de comprometimento dos gestores ● Rotatividade dos profissionais

● Falta consciência cidadã ● Processo de continuidade ● Envolvimento intersetorial ● Otimização de tempo

● Insensibilidade socioambiental

Mesa 02:

● Adesão comprometida e interesse do público, gestores e professores ● Continuidade das ações

● Mobilização e incentivo dos profissionais da escola ● Adequação à realidade local

● Manter os profissionais motivados

● Avaliação e feedback dos resultados

Mesa 03:

● Rotatividade dos profissionais da Educação ● Adesão e credibilidade do certificado

● Carga horária dos professores

● Sensibilização da equipe diretiva e professores ● Alcançar toda a rede de ensino (divulgação) ● Fortalecer a identidade do programa

Mesa 04:

● Mobilização dos professores ● Didática

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27

● A escolha dos professores

● Comprometimento do poder público ● Avaliação e monitoramento

● Ouvidoria preliminar das comunidades

● Quebra de preconceito em relação à Fundação Renova

Mesa 05:

● Continuidade do projeto considerando o contexto político do estado e país. Democracia permanece?

● O uso de horas de curso depende se a instituição é aprovada pelo MEC. Estadual é diferente de municipal

● Encantamento do gestor/ educador e secretarias ● Interdisciplinaridade da equipe que estará nas escolas

● Articulação institucional deve ser para: definir critérios e responsabilidades ● Quem são os profissionais a ministrarem os cursos? Conteúdo

programático? Cronograma?

● EAD nas comunidades rurais ou com dificuldade para acesso à internet? ● Educação para o ambiente e a realidade da escola do campo

● Maior esforço para mestrado pois é o que complementa o que o educador já tem

● Política. Diversidade (encantamento). Articulação institucional

e) Dinâmica: Seleção de Desafios e Propostas

Após elencar os desafios o grupo deveria eleger quais seriam apresentados na plenária. Além disso, para cada desafio foram levantadas propostas para sua superação. Conforme demonstra quadro abaixo.

DESAFIOS PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

Quebra de preconceito em

relação à Fundação Renova Trazer profissionais adequados para a área de educação Melhorar a comunicação com a comunidade escolar

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28

Avaliação e Monitoramento . Estipular metas

. Criar plataforma para registrar as ações desenvolvidas

Adesão comprometida e interesse dos gestores, professores e poder público

. Formação motivacional . Construção coletiva

. Certificação e incentivo (bolsas) aos envolvidos . Comunicação efetiva

Adequação à realidade local . Ouvir a comunidade e adequar as ações . Dinâmicas lúdicas

Articulação institucional para alcançar o encantamento das escolas

. Iniciar pelo educador que está engajado, que tem interesse ou projetos que já existem

Rotatividade dos

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29 3.3. Grupo 03: Projeto Fortalecimento de Redes e Políticas Públicas para Revitalização

As atividades e dinâmicas realizadas neste grupo foram adaptadas em função do maior do número de pessoas e representatividade dos setores, como atingidos, indígenas, técnicos de prefeituras, secretarias de governo e demais participantes do evento. a) Dinâmica: Canoa dos Sentimentos

A primeira atividade proposta ao grupo foi para que se conectassem o que estavam sentindo a partir da seguinte pergunta norteadora: “Como estou me sentindo a partir de tudo que vi e ouvi até agora?”.

O grupo foi convidado a se dividir em duplas nas quais uma pessoa falaria por dois minutos enquanto a outra escutaria atentamente. Ao término do período, aquele que escutou foi chamado a manifestar seus sentimentos para aquele que estava falando. Alguns dos participantes foram resistentes à prática proposta e manifestaram o desejo de falar sobre como se sentiam para o grupo como um todo e não apenas bilateralmente. Sendo assim, houve um momento para que os participantes se manifestassem para todo o grupo.

b) Dinâmica: Régua de entendimento

Para conhecer e entender o grau de compreensão sobre o programa apresentado em plenária, foi proposto aos participantes que se posicionassem. Para isso, foram colocados no chão 3 folhas de papel, com os números 1, 5 e 10, a uma distância de um metro entre elas. O número 01 representava pouca compreensão, o 05 representava compreensão média e o 10 boa compreensão. Observado a movimentação da sala, metade do grupo se posicionou em torno da graduação 5 e a outra metade se posicionou em torno da graduação 10.

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30 c) Conversa em roda

Após as atividades iniciais do grupo, diversos integrantes começaram a trazer suas colocações para todos os presentes sobre como estavam se sentindo, expressando sentimento de revolta e de indignação. A partir da maneira como o diálogo se estabeleceu, foi aberto um espaço de fala com mais tempo para os participantes. À medida que as pessoas iam se expressando, as facilitadoras ampliavam o espaço de diálogo, dizendo com suas próprias palavras o que estavam escutando. Este processo teve como objetivo proporcionar que a comunicação se estendesse o tempo que fosse necessário e pudesse acontecer de forma clara entre quem falava e os demais participantes, inclusive os representantes da Fundação Renova.

d) Aprofundamento: Projeto de Fortalecimento de Redes e de Políticas Públicas

O grupo foi dividido em 8 pessoas por mesa e uma representante da Fundação Renova apresentou o projeto. Os participantes se mostraram interessados e atentos, porém houve dificuldade em escutar o que estava sendo dito, em função do ruído ambiente. Para minimizar essa dificuldade e esclarecer melhor as dúvidas, a equipe da Fundação Renova se distribui nos grupos menores para apoiar as próximas atividades.

e) Atividades nas mesas

Ao término da apresentação, os pequenos grupos foram convidados a responder a pergunta: “Quais caminhos podem favorecer a criação e o fortalecimento de Redes?”

Cada mesa produziu algumas declarações para serem apresentadas no dia seguinte. A produção dos grupos é apresentada a seguir:

(31)

31 ● Apoio dos atingidos para identificar aproveitadores e moralizar o processo ● Organizar e fortalecer os diferentes segmentos por unidades de gestão

(legitimar discurso)

● Organizar estes segmentos em fóruns, onde seus representantes passem a ser ouvidos a construir pautas

● Identificação de lideranças (formais e não formais)

● Organizá-los (rodas de conversa, conhecer seus saberes, fazeres e sonhos) ● Criar associação e alterar estatuto se necessário

● Estimular a união/ formação por uma causa maior, exemplo: “O Doce” ● Fomentar ações concretas e executá-las com filhos, alunos e familiares.

Exemplo: Cercar nascentes, plantio de mudas, etc

● Identificar lideranças religiosas, comunitárias, políticas etc

● Identificar ONGs, Associações, CRAS, CREA, Unidades de Saúde, projetos etc

● Informação e formação de capital humano e social nas comunidades atingidas

● Investimento financeiro para estruturas físicas ● As Redes devem ter poder de decisão

● Melhoria e fortalecimento da rede de diálogo entre poder público e sociedade civil através da criação de conselhos e comitês municipais ● Organização coletiva do território por meio da criação de comissões locais

(trazer clareza por meio de palestras, para sabermos até onde ir) ● Implementar ações para solucionar problemas imediatos

● Não privilegiar determinadas instituições

● As redes precisam ser formadas pelos diferentes grupos existentes no território

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32 ● Organização participativa dos atingidos para convocar os outros atores

mais efetivos

● Mais transparência nos editais e contratações, ampla divulgação, priorização local e período mais adequado

● Após a definição dos cronogramas (datas), compartilhar, ir validando e cumprindo.

Ao término desta atividade, fez-se uma roda de celebração para marcar a caminhada feita até aquele momento. Em seguida, os participantes do grupo se dirigiram à plenária para assistir à produção dos outros grupos e participar do encerramento do dia

4 Apresentação dos grupos em plenária

Em plenária, os representantes dos grupos/salas dos projetos Formação de Lideranças Jovens e Formação de Educadores e Escolas Experimentais fizeram o relato dos desafios mapeados e possíveis soluções e propostas. O grupo de Fortalecimento de Redes e Políticas Públicas assistiu às apresentações e finalizou seu trabalho no dia seguinte.

(33)

33 2º Dia: 25/10/2018

5. Painel 01: Os desafios da implementação do Programa de Educação para Revitalização da Bacia do Rio Doce - representantes dos Comitês de Bacia do Rio Doce (CBH) e atingidos

A manhã do segundo dia de evento teve início com o painel composto pelos representantes dos comitês de bacia e atingidos. Os principais pontos das falas encontram-se a seguir:

a) Sônia Madali Boseja Carolina – Presidente CBH Piranga

● Há questões urgentes para ser resolvidas. Demandam mobilização da população. ● Programa deve atingir toda a bacia

● Organizar e ser referência

● Mapa da bacia não é o político-administrativo. É das nascentes até a foz ● Esperança de evolução de um evento para o outro.

● A rede tem que ser bem construída e todos devem estar representados ● População atingida + Fundação Renova + Comitês e Câmara Técnica ● Estamos aqui para facilitar a mobilização da população

b) Flamínio Guerra Guimarães – Presidente CBH Piracicaba e 1º Vice-Presidente CBH Doce

● Para haver esse diálogo é importante esse seminário

● Compensar a comunidade com o programa de educação. Educação é o grande legado que pode devolver

(34)

34 ● Lembro das primeiras oficinas, quando começou o programa de educação, agora estamos na provocação: o que precisa para tirar esse programa do papel? O que chamou atenção ontem, vamos levar para o CIF (Comitê Interfederativo). ● A Fundação Renova é vista como vilã, mas desde 2009 nós do Comitê estamos

patinando por não ter expertise. Hoje jogar a culpa na Fundação Renova não é o melhor caminho; não vai dar certo; temos que ter a Fundação Renova perto e superar isso.

● Um diferencial é ter profissionais da educação aqui, a educação é uma questão. Programa de educação ambiental para produtor rural é uma premissa do CIF. ● Dar tempo à Renova para aprender. Renova nos pertence.

● Trazer para a Renova o que é preciso remediar. Fundação não tem culpa da tragédia.

● Fundação Renova é uma conquista, não pode ser vista como vilã. Precisamos buscar soluções para implementar o programa.

c) Antonio Carlos - representante atingidos Santa Cruz do Escalvado ● Integra a Comissão dos Atingidos e Câmara Técnica dos Povos Tradicionais ● Parabenizo a equipe técnica que elaborou o programa

● Programa é importante. Voltando ao que aconteceu ontem, lembrar que o principal aqui é o atingido. Principal protagonista deve ser os atingidos

● O Comitê tem sim que cobrar a Fundação Renova, a Samarco, na pressa, cometeu erros. Sou eterno cobrador da Fundação Renova. Vejo como o trabalho no campo divide as pessoas

● Precisa mudar a relação com os atingidos, muito estão com dívidas em bancos, são muitos e estão desesperados. Produtores à beira da miséria. Comprometidos com financiamentos que não conseguem pagar

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35 ● Entendemos que a Fundação Renova tem expertise sim e se ela exerce e não se sente preparada para dar as respostas que a população precisa, precisa ser mudado o objeto. Mudar o comportamento em relação aos atingidos. As pessoas não têm mais tolerância

● Em Candonga o dano que a obra de reparação está causando é enorme, nascentes foram aterradas. Está comprovado a proliferação de capivaras em decorrência desta obra e as doenças que elas trazem para população.

● A Fundação Renova tem que ir mais para o campo

● Erros da Fundação Renova são muito piores do que a lama que passou. A movimentação em pedreiras, barramento dentro do rio Doce. Como acreditar que este trabalho tem preocupação com a natureza?

● Precisa ir lá sentir o que as pessoas estão passando. Queremos justiça para todos.

d) Senisi Rocha – Presidente do CBH Manhuaçu

● Temos aqui diversas pessoas que entendem o comitê, sabem da nossa luta, mas muitos não sabem. Isso é importante para nós. Ainda no nosso território não somos reconhecidos

● Temos que fazer a gestão de bacias. O poder público não dá o devido valor ● Na tragédia, os CBHs não foram lembrados para compor a força-tarefa

● Empresas que captam no rio precisam pagar por isso. O poder público não repassa esse recurso para os comitês. Potencial de 50 milhões do Rio Doce, é um grande recurso para investir nas bacias. É importante que as pessoas conheçam. ● Precisamos reforçar os CBHs e cobrar do governo estadual o

descontigenciamento dos recursos que deveriam ser destinados ao funcionamento deles

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36 ● A educação ambiental é feita de maneira desordenada. Não temos uma política sobre como fazer educação ambiental. Temos a oportunidade de organizar isso e fazer um programa referência

● A mancha (no mapa) é uma divisão geopolítica, mas bacia hidrográfica não é divisão geográfica. Temos grande quantidade de cabeceiras que ajudaram a empurrar a lama. Temos que mudar isso nesse nosso fórum.

● Essa governança é inédita no mundo, vai ficar para a história. Outra via é a judicialização. Sem a Renova, reparação seria com base na judicialização e demoraria 40 anos

● Força tarefa: o comitê de bacia não foi lembrado, não integrou, agora temos espaços relevantes na Câmara Técnica. Temos que ocupar o espaço e colaborar. Oportunidade para rever o quadro. Pode ser que em 20 anos tenhamos um cenário melhor do que antes de 4/11

● Devemos colaborar e exigir que seja muito bem feito. É hora da colaboração

e) Nádia de Oliveira Rocha – Presidente do CBH Caratinga

● Esperamos a evolução desse evento. Estamos como conselheiros representando nossa bacia. O programa de educação que revitaliza a bacia tem nosso apoio ● Estamos aqui facilitando diálogo entre Fundação Renova e comitês de atingidos.

Nem todas as informações chegam até nós, mas isso é fundamental para o programa de educação: precisa ter todos mobilizados

● Como fazer isso? Esperamos que as gravações sejam encaminhadas às Câmaras Técnicas e estamos aqui representando a população e facilitando esse processo. ● Toda a mobilização da população, essa rede precisa ser bem construída, precisa

representar a todos, se isso ainda não foi bem feito

● São 45 municípios, reivindicamos que o programa seja para toda a bacia, que seja estendido para toda a população do Rio Doce.

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37 ● Todos os formatos. Qual o melhor formato?

● Na elaboração dos planos municipais de saneamento, os prefeitos perguntam se tem dinheiro, senão tiver, não falam com a gente. Os prefeitos não sabiam da importância dos planos municipais de saneamento. Como faz o Plano Municipal de Saneamento - PMS, sem mobilização do poder público? Isso mostra a realidade que vivemos nos comitês como órgão do estado.

● Nossos usuários são os agricultores familiares. Hoje temos associações comunitárias, assim começamos a chegar onde temos que chegar. Tem que compreender que são a peça mais importante. Água limpa sai da cabeceira e nos rios recebem esgoto e lixo das empresas. O processo dos comitês passa pelo agricultor familiar.

● A vida é o elemento mais importante. Atingido, para mim são as pessoas, se a revitalização não considerar as pessoas e suas vidas, não caminhamos.

● Projetos lindos que não levam em conta a vida das pessoas e não permitem que elas recuperam o que elas tinham antes do crime, não adiantam nada. Livros, publicações, reuniões não levam a nada se não colocar o ser humano antes. ● Povo deve entender que nascentes são importantes e que são as pessoas que

estão ali que irão cuidar.

f) Luzia Mota – Atingida de Paracatu de Baixo

● Sou atingida. Essa nomenclatura - atingida - causou preconceitos.

● Reparam que somos de uma comunidade ambiental, que cuidava das nascentes Hoje sabendo do fórum, a comunidade de Paracatu tem que se converter a ser ambientalistas

● Pessoas viviam das nascentes, cuidavam, a vida era aquilo, não diferenciavam dias, todo os dias eram úteis

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38 ● Nosso desafio maior, falar de educação ambiental. Nosso povo não reconhece

essa palavra: “educação ambiental”. Já sabemos disso, não precisamos de que alguém de fora venha educar a gente

● Somos um povo muito bom. Pessoas que cuidavam da mata. Pessoas pescavam, se alimentavam do rio, a qualidade de vida era boa. Hoje não temos córrego, cachoeira, mata

● Não temos quase nada do que tínhamos antes. Estamos com água bombeada, ter que conviver com o calor excessivo, área de perigo, de criminalidade

● Adorei as palestras, entendo que temos que começar dos pequenos, entendo que não é só escola, primeiro momento comunidades

● Povo forte de resistência

● Reassentamento: muda completamente a vida e o ambiente das famílias. ● Antes todos passavam por nós, agora só vai a Paracatu quem precisa. Uma

comunidade nova está vindo e precisa ser reeducada para o meio ambiente. Começar dos pequenininhos para os pais poderem contribuir

● Modelo Itacolomi: atividades de lazer, cultura e esporte. Dentro desse trabalho, produzir renda, os pais terem os filhos dentro de casa.

● Hoje as famílias estão fragmentadas por causa do bullying, preconceito, suicídio. Esse crime não arrebentou só o rio, mas as famílias, a natureza, todos nós. Defendo a saúde e o sossego. Esse trabalho

● Jovens estão tomando um caminho horroroso. Nossos jovens estão em guerra, atingido, não atingido em Mariana

● Muitos não sabem o que está acontecendo. Perdemos nossa identidade. A projeção de sonhos e vidas está enterrada.

g) Filipe Gaeta – Presidente do CBH Santo Antônio

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39 ● Rio Santo Antônio, segundo maior afluente do Doce. Tem qualidade de água boa.

Joga água boa no Doce.

● Tem biodiversidade, importância biológica extrema.

● Não me achei no mapa. Vejo áreas em branco a serem pintadas. Como trabalhar educação sem colorir o quadro em branco?

● Não sofremos o mesmo impacto que os outros, mas ao falar de educação precisamos que seja abrangente. Educação ambiental é um processo mais amplo ● A importância dos afluentes

● O Rio Doce está na UTI

Em seguida a plenária foi aberta para fala dos participantes, conforme quadro abaixo.

Sobre o ciclo de 10 anos. Como não incluir as nascentes, incluir Santo Antônio no programa de educação ambiental? Não tem como manter a calha se as nascentes não forem preservadas. Se não for no primeiro, que seja no segundo ciclo.” (Simone Fonte Pasko)

“A verdade é a união da verdade de todos. Os atingidos sofreram o maior impacto. Não tem como voltar atrás, mas pode ser uma mola propulsora, procurar outra forma de vida. Alguns se sentem lesados no seu conhecimento e sabedoria. Mas a participação de Bento Rodrigues, todos os que passaram, que desconsideração, peguei imagens de satélite, a quantidade de minério retirada é enorme. Vamos continuar fazendo a contenção dos rejeitos da mesma forma? Somos um país que vende commodities e vamos continuar aumentando o risco dessa população.” (Maria Aparecida Salles)

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40 “Já se pensava em fazer um mineroduto. Poderia ser feito um “residuoduto”. Sabemos que o material que vai até a foz. A legislação tem que ser revista. Mineroduto, “residuoduto”, com tratamento antes de chegar no mar, para retirar da proximidade das populações. A educação ambiental deve ser estendida a todos. A Fundação Renova deve estar junto da comunidade para apoiar as práticas,” (Renato Gomes)

“Tem que trabalhar nas cabeceiras, ensinar o produtor e o plantador de água. Fazer a mata ciliar na proteção das nascentes. Que os pecuaristas cumpram as leis e protejam as nascentes, cabeceiras. Temos que plantar água. Há 35 anos trabalho com o homem do campo: de onde vem a água? Da terra? Não, vem da chuva”. (Newton Barbosa)

“Estou em Conselheiro Pena, ao lado do rio Doce e estamos lutando. Não estamos contemplados. Quando a lama passou, ficamos sem água nenhuma. Agora estamos com peixe na água. Vários produtores não foram contemplados.” (Maria Celia)

“É necessário discutir abrangência do programa com os comitês de bacia, tem recursos para isso. Precisa pedir para incluir essas bacias no Comitê Interfederativo CIF. Não vai ser a Fundação Renova que defini isso. A abrangência do programa, vamos insistir nisso. O CIF é um órgão político de gestão” (Aloísio Lopes).

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41 “Cimento transversal para unir diversos programas, a educação ambiental permeia todos eles. Dezenas de programas (70) elaborados pelos Comitês de Bacia foram pensados desde a criação deles e muitos não executados por falta de recursos financeiros. Ignoraram esses programas e foram pensar em novos. Em vez de ir primeiro para os comitês, foram reinventar a roda. A ministra disse que o comitê não tem competência para isso. Aloisio levou nosso desejo lá no CIF e não teve êxito. Então temos que organizar aqui e levar uma reivindicação/manifestação para endossar o Aloisio.” (Senisi Rocha)

“Os que cumprem as leis ambientais são os ribeirinhos, eles têm medo de polícia, de ser multado. Pessoas que moravam na roça agora moram na cidade, é uma grande diferença de cultura. Defesa da inclusão dos afluentes, tão importante quanto a luta de quem perdeu vida, perdeu casa. Rever o conceito: o atingido direto ter mais prioridade que outro, atingido indireto. A Fundação Renova foi fundada para reparar danos. Os projetos que agridem a natureza não são discutidos com a população. Mas a Fundação Renova, ainda que não conduza o processo como deveria, não é o inimigo.” (Flamínio Guerra)

(42)

42

6. Palestra

Em seguida o professor Haruf Salmem Espindola foi convidado a proferir uma palestra sobre a história da ocupação do rio Doce - construindo a paisagem. Segue abaixo os principais trechos de sua exposição.

● Nascido às margens do Rio Doce, cresceu nadando no Rio Doce.

● Temos e não reparamos que temos porque sempre esteve lá. Só percebemos o que temos quando perdemos, nos faz reparar. Ou o olhar do outro: que bonito isso! O que guia nosso olhar?

● Tendemos a achar que o bonito está lá fora e não percebemos a beleza da nossa casa, nosso espaço.

● No Rio Doce sempre correu a cobiça.

● Formação do território do Rio Doce, ocupação e paisagem: ○ Antonil, 1711- Jesuíta Italiano - primeiros registros.

○ Como escrever uma história diferente da que nos trouxe até aqui? ○ Área muito alta; depressão; sedimentação e formação do litoral. ○ Terras antigas: 3,5 a 4 milhões de anos.

○ O Rio Doce corre em pedras que têm a idade do nosso planeta. ○ Mais importante rio da bacia do leste do Brasil.

○ Paisagem: formações lacustres; montanhas elevadas; seco (déficit hídrico).

○ Essa região era povoada por floresta tropical que estabilizava o terreno; terminou o processo erosivo.

○ No começo era mata espessa.

● Olharam para tudo isso como fonte de riqueza; movia a cobiça das pessoas em busca da riqueza.

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43 ● Século XX - 1906 - extraordinárias riquezas à espera da energia e capitais da

indústria extrativista

● 1946 - Semanário Voz do Rio Doce

● 1808 - Imperador Dom João decretou guerra aos índios Botocudos (Krenak) e determinou ocupação militar (inédito no Brasil - ocupação militar - índio considerado inimigo a ser exterminado). Quartéis foram estabelecidos nos lugares onde hoje estão os municípios

● Tupiniquins, krenaks, maxacalis, puris (macugês), tapuias. Preconceitos passados dos tupis em relação aos botocudos. Precisavam justificar a guerra e o fizeram, disseminando a ideia de que os botocudos eram canibais.

● Piroga (canoa) feita de um único pau - meio de transporte - Tupi - utilizada até a década de 50, até pelo exército. Foi o meio de conquista do território.

● Colonização das almas - civilização e catequese - padres capuchinhos. ● Índio bravo virou índio manso

● Século XIX - índios (botocudos) levados do Rio Doce para Europa. Desterritorializado e ridicularizado. Botocudos do Rio Doce também foram expostos no Rio de Janeiro

● Ocupação da região

○ Começou em Mariana até Mato Dentro - Rio Doce

○ Vale do Rio Doce (Vale do Aço) foi a última região a ser ocupada (século XX)

○ Estrada de trem

○ Malária protegeu a floresta - pobres, negros entravam na mata

○ Século XX - floresta olhada como fonte de recurso financeiro - passa a ser devorada - madeira para produzir o aço.

○ Pecuária de corte para alimentar núcleos urbanos. no lugar da floresta, pasto.

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44 ● Monlevade, 1936 - Companhia Belgo Mineira: Discurso: tirar a floresta

bagunçada e colocar floresta arrumada - acabar com a malária.

● Acordos de Washington - 1942 - caminhões e jipes substituem carroças. ● Governo nacionaliza e cria a companhia Vale do Rio Doce

● Ação de saúde pública - erradicar a malária - para isso reduzir mosquitos - para isso eliminar lagoas e matas ciliares

● 1944 - Acesita - (Timoteo) - usina siderúrgica auto-suficiente (água, carvão e ferro) para produção do aço.

● Rio - Bahia - 1951 - Conexão com estrada de ferro. Vinda de americanos para a construção das estradas de ferro e ida para EUA (mineiro - cidadão do mundo). ● Indústria da Madeira - COBRASI (1940 - 1970)

○ Tirava madeira de lei

○ Carvoaria destruiu a floresta

● Revista Aconteceu (1958) - O Rio Doce como emancipação econômica - crença com a produção do aço.

● Grandes investimentos de Capital

● Região que contribuiu para que RJ, SP e BH fossem grandes como são hoje ● 1957 – Vale do Rio Doce - 3 milhões de toneladas de minério exportado ● 1962 - Inauguração da USIMINAS

● LUTAS CAMPONESAS - 1955 – 1964:

○ Tirar o homem do campo para que fosse trabalhar na indústria ○ Despejos de comunidades inteiras pela Belgo Mineira

○ 1927 - massacre dos Krenak.

○ 1959 - Krenak retornaram para suas terras. ○ 1964 - Ditadura Militar - Reforma Agrária

● 1988 - Redemocratização/ Constituição - Devolução das terras

● Territorialização pela industrialização - problemas ambientais - pouco desenvolvimento local

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45 ● CENIBRA

● Microrregião de Ipatinga

○ 1990 - 64% do PIB regional provinha do Vale do Aço

○ A riqueza era três vezes maior que Governador Valadares, mas a população não era três vezes mais rica. A riqueza era da indústria.

○ 1985 - região que mais empobreceu. A Cenibra produzia 3 vezes mais com muito menos trabalhadores - desemprego estrutural - migração interna e externa.

○ Última região a ser ocupada é a mais problemática - grande redução de população desde 1960.

● O vale do Rio Doce cumpriu o ideário da elite mineira.

○ O nosso aço da melhor qualidade é produzido a um altíssimo custo de vidas e de meio ambiente.

○ Colapso

○ Fim das atividades produtivas ○ Migração de capitais

● Colapso socioambiental

○ Desaparecimento da floresta; esgotamento do solo; fim da pecuária; redução da fauna e flora; comprometimento dos cursos d´água

○ Sobrou o Parque Estadual do Rio Doce

● Crise estrutural - não depende da conjunção econômica ascendente ou descendente

● Nós críticos - identidade regional frágil ○ Inconsistência do capital cultural ○ Vulnerabilidade social e violência

○ Sociedade civil frágil - conselhos e entidades civis formais ○ Ausência de política para o fenômeno da migração

(46)

46 ● Vocação histórica?

○ Mito do vale do aço - grande investimento de capital ○ Curso da linha do tempo

○ Questão de vocação? ● Pergunta errada: Para onde ir? ● Perguntas certas:

○ Para onde queremos ir? ○ O que queremos ser? ○ Como vamos chegar?

7. Depoimento do Representantes das Comunidades Indígenas Krenak

Após a fala do Professor Haruf, o representante dos povos indígenas Krenak, Renaldo Krenak e Itamar Krenak foram convidados a compor a mesa e prestar seu depoimento. Os principais trechos de suas falas podem ser conferidos logo abaixo.

Renaldo Krenak

● Movimento ambiental - lutamos contra a ditadura militar, a devastação ambiental, o preconceito, doenças do homem branco, madeireiros

● A luta é de muito tempo ● Temos força

● Sabemos que no passado havia canibalismo - Quando atacados para defender sua comunidade

● A Fundação Renova entrou para sanar o problema dos rejeitos, mas não vai conseguir

Itamar Krenak

● Momento de crítica. Se trata de um problema muito grave, não atinge somente o indígena. O povo Krenak é o Rio Doce. Não é somente água e peixe. É o

(47)

47 relacionamento cultural e espiritual - costume do banho e da oração que é feita no rio.

● Crime, um dos maiores do mundo, isso precisa ser resolvido. A Fundação Renova tem que resolver. A verdadeira responsável é a Samarco. Então quem tem o poder da decisão precisa ouvir para sentir na pele a indignação de cada um que está aqui

● Dentro da educação indígena - as crianças estavam no processo de aprendizado da cultura do Rio. Queremos comer o nosso peixe, fazer nossos rituais, ensinar nossas crianças a nadar

● O apoio emergencial não resolve nosso problema. O que resolve é o rio limpo ● O papel não resolve - vai ser jogado fora.

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48

8. Grupos de Trabalho: Parte 2

Após o almoço, no segundo dia, os mesmos grupos formados para discutir os projetos de Formação de Lideranças Jovens e de Formação de Educadores e Escolas Experimentais, foram convidados a analisar os cenários de futuro projetados para cada um dos projetos. Estes cenários fazem parte do prognóstico do programa, apresentado à Câmara Técnica de Educação, Cultura, Turismo e Lazer, em julho de 2018.

Para facilitar a compreensão dos cenários projetados para cada projeto, as salas foram ambientadas com folhas de Filp Chart, afixadas nas paredes, com os resultados esperados (cenários) para 5 e 10 anos. Os moderadores convidaram os participantes a passear pela sala, ler as formulações e marcar com bolinhas verdes ou corações os resultados que lhes pareciam viáveis e com bolinhas vermelhas ou estrela aqueles sobre os quais possuíam uma visão crítica, por serem cenários pouco viáveis ou factíveis.

O grupo que discutiu sobre o Projeto de Fortalecimento de Redes e Políticas Públicas deu continuidade ao trabalho da tarde do dia anterior. Houve inclusive a mudança de espaço para o trabalho deste grupo, de modo a acomodar melhor seus participantes e permitir o desenvolvimento mais fluido das construções coletivas deste e dos demais grupos.

8.1. Projeto de Formação de Lideranças Jovens

a) Percepção dos participantes em relação aos cenários de futuro

Os participantes foram convidados a passear pela sala, ler as formulações e marcar com bolinhas verdes os cenários que lhes pareciam viáveis e com bolinhas vermelhas aqueles sobre os quais possuíam uma visão crítica, por serem cenários pouco viáveis ou factíveis. Cada participante pode marcar até dois cenários com bolinhas verdes e outros dois com vermelhas.

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49 As listas abaixo representam as colocações feitas pelo grupo em termo de viabilidade para os cenários marcados em verde e as percepções críticas em relação aos cenários marcados em vermelho.

Resultados esperados em 5 anos

- Projetos de liderança juvenil selecionados nos editais implementados (6 bolinhas verdes)

Percepções críticas:

- Edital seleciona projetos, não liderança.

- Tempo longo para as ações que devem ser imediatas. Não dá para esperar tanto.

- “Editodos”. Menos editais.

Percepção de viabilidade:

- Edital seleciona projetos apresentados pela comunidade através de suas lideranças.

- Lideranças jovens engajadas e capacitadas para atuação em rede (6 bolinhas verdes)

Percepções críticas:

- Complexidade do processo de capacitação (tempo, formato, ferramenta, temas mais técnicos/ complexos....)

- Como estimular troca de experiências, habilidades?

(50)

50 Percepções de viabilidade:

- Plataforma e rede social que possibilite a atuação em rede.

- Sensibilizar os jovens por meio digital, com uma linguagem leve e atrativa. - Explicitar que a revitalização passa pelo social, econômico, cultural e ambiental.

- Tecnologias de informação e comunicação (TICs) são utilizadas como ferramentas para envolver os jovens em pesquisas científicas interdisciplinares, no monitoramento da qualidade ambiental. (5 bolinhas verdes)

Percepções de viabilidade:

- Entendemos que (TICs) é possível desde que tenha outras ferramentas de comunicação, além das eletrônicas.

- São apresentadas cartografias sociais conduzidas pelos jovens que identificam os riscos, as potencialidades e as estratégias de proteção segundo seu olhar sobre o território. (6 bolinhas verdes)

Percepções de viabilidade:

- Entendemos que a cartografia social é que chega o mais próximo a realidade do documento.

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51 - Existe a participação de jovens extrativistas, indígenas, quilombolas, assentados e outros povos e comunidades tradicionais nos projetos e encontros formativos. (7 bolinhas verdes e 9 bolinhas vermelhas)

Percepções críticas:

- Dificuldade de adaptação e aceitação a novas culturas. - Prazo curto de tempo.

- Pouca representatividade de grupos minoritários, tanto na sociedade como no próprio programa.

Percepções de viabilidade:

- Integração dos jovens para um determinado grupo. - Promoção da equidade entre as diferentes culturas. - Comunicação específica para atingir esses grupos.

Resultados esperados em 10 anos

- A partir da vivência de atuação transformadora coletiva os jovens entram em contato com conhecimentos tradicionais das comunidades e também se capacitam em tecnologias alternativas de desenvolvimento (ecotécnicas de energias renováveis e saneamento sustentável, agroecologia...) – (7 bolinhas verdes e 6 bolinhas vermelhas

Percepções críticas:

- Incompatibilidades do longo prazo com uma meta de média complexidade. Percepções de viabilidade:

- Propor outras metas, dentro dessa temática, para que seja alcançada no final de cada ciclo.

(52)

52 - Geração de “empregos verdes” (3 bolinhas verdes e 8 bolinhas vermelhas)

Percepção crítica:

- Trocaria a expressão utilizada para: "Geração de Empreendimentos Sustentáveis" em todas as variáveis da palavra.

8.2. Formação de Educadores e Escolas Experimentais

a) Percepção dos participantes em relação aos cenários de futuro

A sala foi ambientada com os cenários de futuro do projeto. Folhas de flipchart com as visões para 5 e 10 anos estavam coladas nas paredes. Os participantes foram convidados a passear pela sala, ler as formulações e marcar com corações as visões que lhes pareciam viáveis e com estrelas aqueles sobre os quais possuíam uma visão crítica, por serem cenários pouco viáveis ou factíveis.

As listas abaixo representam as colocações feitas pelo grupo sobre desafios e possíveis soluções relacionados aos cenários analisados.

Resultados esperados em 5 anos

- Realização de feira de ciências, olimpíadas de conhecimento, gincana com temática socioambiental com intervenções reais e transformadoras ou iniciativas similares para trocas de saberes em âmbitos local, regional, estadual, que divulguem os resultados obtidos nas ações voltadas na revitalização. (7 estrelas e 7 corações)

Propostas de solução: - Articulação

- Focar na primeira fase do programa: a articulação com as instituições contra partidárias

(53)

53 - Elaboração do projeto feira do conhecimento socioambiental

- Investimento e ação

Desafios:

- Nenhum desafio apresentado

- Produção de materiais didáticos e pedagógicos, incluindo cartilhas, vídeos, jogos e outros considerados pertinentes sobre as temáticas da água e socioambientais. (16 corações e 0 estrela)

Propostas de solução: - Pessoal especializado - Grupos de Trabalho

- Utilização de materiais disponíveis - MEC articular

- Utilização dos materiais já existentes

- Capacitação de jogos com professores sobre a preservação da água - Oficina de produção de material didático

- Disponibilizar materiais pertinentes para os professores - Produção pela renova

- Elaborar uma lista de sugestões para auxiliar os professores

Desafios:

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