IX Edição do Prêmio Prefeito Empreendedor
Projeto nº: 2. 431560/2015
Município:
Rio GrandeUF:
RSPrefeito:
ALEXANDRE DUARTE LINDENMEYEROrçamento total da Prefeitura:
R$ 720.605.007,01Qtd. Emp. Form. ME, EPP:
3.653Qtd. Emp. Form. MEI:
689Estimativa de Emp. Informais:
TÍTULO DO PROJETORIO GRANDE POLO PESQUEIRO: PESCANDO DESAFIOS
Categoria Pequenos Negócios no Campo SETOR BENEFICIADO PELO PROJETOSetor Econômico SetorEmp. BeneficiadasEmp. do Setor % Estimativa Emp. Inform. Setor Emp. Informais Beneficiadas % Inv. médio / empresa Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca E Aqüicultura 40 40 100 60 0 INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Fortalecer setor da pesca artesanal, atendendo diretamente as famílias de pescadores artesanais já organizados através de associações e cooperativas, buscando a inclusão de novas famílias nesse processo. RECURSOS
Natureza Recurso Rec. Financeiro (R$) % Econômico (R$) % Total(R$) %
Parceiros 169.980,70 61,35 95.000,00 49,00 264.980,70 56,13 Prefeitura 107.102,18 38,65 100.000,00 51,00 207.102,18 43,87 TOTAL 277.082,88 100,00 195.000,00 100,00 472.082,88 100,00 APLICAÇÕES / DESPESAS Natureza da Despesa Rec. Financeiros Próprios/R$ % Rec. Econômicos Próprios/R$ % Rec. Financeiros Parceiros/R$ % Rec. Econômicos Parceiros/R$ % Total Outros 0,00 0 0,00 0 169.980,70100 0,00 0 169.980,70 Consultoria 0,00 0 0,00 0 0,00 0 50.000,00100 50.000,00 Outros 107.102,18100 0,00 0 0,00 0 0,00 0 107.102,18 Consultoria 0,00 0 0,00 0 0,00 0 45.000,00100 45.000,00 Outros 0,00 0 100.000,00100 0,00 0 0,00 0 100.000,00 EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO
Nome Cargo Telefone EMail
Maria Odete da Rosa
Objetivos do projeto
A Prefeitura Municipal do Rio Grande está articulada diretamente com os atores sociais da pesca e instituições parceiras, como a Empresa Assistência Técnica e Extensão Rural/RS, a Universidade Federal do Rio Grande, e demais Órgãos Estaduais e Federais. Através desta rede interinstitucional, a Secretaria de Município da Pesca promove a execução e avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da pesca artesanal, bem como de ações voltadas à implantação da infraestrutura de apoio à produção e comercialização do pescado e do fomento à pesca e à aquicultura.
No que se refere ao desenvolvimento da política territorial para as comunidades tradicionais da pesca artesanal, público foco deste projeto, propõese o desenvolvimento da cadeia produtiva através de políticas públicas voltadas para geração de trabalho e renda, sustentabilidade socioambiental e fortalecimento da identidade histórica e cultural das comunidades tradicionais de pescadores artesanais.
1.1.Objetivo Geral
Fomentar a organização da pesca artesanal nos seus aspectos de produção e processamento do pescado, visando sua maior inserção no mercado, tanto particular como institucional e, consequentemente, a melhoria da renda familiar dos pescadores artesanais.
1.2.Objetivo Específico
Fortalecer a rede de comercialização do pescado no Município, através do apoio aos empreendimentos coletivos de beneficiamento, estocagem, transporte e comercialização de pescado; Promover o licenciamento ambiental e sanitário; Capacitar grupos para melhoria da qualidade dos produtos e o aperfeiçoamento da auto organização; Implantar boas práticas de produção e manipulação do pescado; Estimular o papel da mulher na cadeia produtiva da pesca artesanal; Inserir o consumo de pescado artesanal na merenda escolar na rede pública municipal; Apoiar o desenvolvimento de cooperativas, colônias e sindicatos de pescadores artesanais, a fim de diminuir a dependência de intermediadores no processo de comercialização; Produzir produtos de maior aceitabilidade com máximo de valor agregado, logo maior geração de renda; Captar novas famílias nesse processo. Surgimento da ideia A Prefeitura Municipal do Rio Grande criou a Secretaria de Município da Pesca pela lei 6.057 de 11 de fevereiro de 2005, tendo esta “[...] por finalidade principal o fomento, a articulação, a promoção e a execução das políticas públicas municipais relativas às atividades da pesca no Município”, conforme art. 47 da Lei 7265.A pesca artesanal no Município de Rio Grande/RS configurase como uma das atividades econômicas mais antigas do Município. Registrase aproximadamente 2.750 pescadores e pescadoras
cadastrados no Registro Geral da Pesca, mantido pelo Ministério da Pesca e da Aquicultura (MPA); na organização da cadeia produtiva. Estas residem em nove comunidades localizadas às margens do estuário da Laguna dos Patos, Lagoa Mirim, Lagoa Mangueira e Praia do Cassino.
O maior problema para as comunidades pesqueiras está relacionado com a comercialização do pescado, consequentemente, com a renda final obtida através do produto da pescaria. Isto ocorre devido à constante necessidade de manutenção dos materiais utilizados na atividade pesqueira (petrechos de pesca, gelo, manutenção da embarcação e do motor, combustível, etc.), por este motivo o papel do intermediário surge como garantia de venda e auxílio na manutenção do equipamento. As dívidas adquiridas mantêm a relação de dependência e exploração existente entre o intermediário (atravessador) e o pescador, fazendo com que este fique com o compromisso de entregar sua produção.
Outro fator que desestimula a melhoria do preço pago ao pescador é a ausência de agregação de valor ao pescado, a qual poderia ser feita através da transformação do pescado bruto, por meio de filetagem, defumação, cozimento. Contudo, isto exige um investimento e a grande maioria dos pescadores artesanais não possui condições para tal. Assim, a Prefeitura Municipal do Rio Grande, a FURG (Universidade Federal do Rio Grande) e o Governo Estadual, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, tem avançado através do projeto Rio Grande Polo Pesqueiro incentivando e fomentando a organização, melhorando a infraestrutura e trabalhando ações formativas no acesso às políticas públicas e aos direitos fundamentais. A intencionalidade do Poder Público é construir um projeto popular da pesca artesanal com o protagonismo dos sujeitos pescadores e contribuir para as transformações mais amplas das relações sociais e produtivas da sociedade.
Solução proposta
Para alcançar o objetivo do projeto, a Prefeitura Municipal de Rio Grande – RS oficializou em 2010 o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, que propõe um planejamento de ações públicas e privadas visando o combate à fome e ao desperdício, buscando soluções de abastecimento alimentar, em especial à população menos assistida. O PSANS executa ações específicas no que tange o diagnóstico da situação de insegurança alimentar no Município: Plano de Produção e Abastecimento Alimentar; Merenda Escolar; Agricultura Familiar; e Banco de Alimentos.
As soluções se expressaram com o fortalecimento da cadeia produtiva da pesca com foco nas comunidades pesqueiras artesanais. As ações se desenvolveram em parceira com a FURG (Universidade Federal do Rio Grande), através do Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (NUDESE), que presta assessoria técnica à iniciativa de cooperativismo e associativismo. No período compreendido entre 20122014, o NUDESE foi parte do convênio que concedeu aporte financeiro e econômico à comercialização direta da Cooperativa de Pescadores da Vila São Miguel (COOPESMI), numa articulação com o Ministério da Pesca e Aquicultura (atualmente extinto), para utilização de um caminhão equipado para a venda de pescados nas feiras livres do Município. No ano de 2015, o convênio passou a acontecer diretamente entre Prefeitura e COOPESMI com a permanência da utilização do Caminhão Feira/Peixe que é cedido pelo Governo Federal e administrado pela Prefeitura Municipal, a qual fornece a manutenção e apoio logístico, disponibilizando inclusive o motorista habilitado.
com as demais ações no setor pesqueiro, por exemplo, a reconstrução de 12 trapiches para melhoria da infraestrutura e do desembarque pesqueiro nas comunidades pesqueiras. Também há um projeto denominado “Formação de Agentes Comunitários da Pesca”, o qual promove seminários, oficinas e outros modos de discussão e reflexão acerca da situação da pesca no Brasil e das mudanças nas políticas de atendimento ao pescador e às pescadoras. Existe a preocupação em aprofundar temas com recorte de gênero, como buscar entender a condição feminina na pesca assim como preparar as lideranças para o acesso aos seus direitos. A reforma dos trapiches e a formação das agentes comunitárias são promovidas através de um convênio específico com a SDRRS (Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo do RS).
No contexto da comercialização, há uma preocupação com a qualidade dos produtos, prevendo a viabilidade de uma certificação da pesca artesanal para maior valorização do produto, para tanto, as condições sanitárias são plenamente atendidas. A seriedade com a segurança alimentar e o incentivo ao consumo do pescado através da inserção do peixe na merenda escolar, desenvolvendo um trabalho intenso junto às escolas do Município, visa levar esclarecimentos e convencimento às direções das escolas e das merendeiras acerca da importância dessa proteína no cardápio da merenda. Atualmente, a COOPESMI atende as 24 (vinte e quatro) escolas municipais, em pleno desenvolvimento do programa. A direção da COOPESMI juntamente com assessorias da Prefeitura participaram das discussões na Conferência Estadual de Segurança Alimentar e fazem parte do Conselho Municipal (CONSEA).
A participação e apoio no Fórum da Lagoa dos Patos e CONGAPES (Conselho Gaúcho da Pesca), valorização das iniciativas populares e da identidade pesqueira no fazer das festas populares do Município, como a tradicional Festa do Mar, são mais exemplos da pluralidade de ações que o programa Rio Grande Polo Pesqueiro possui. As soluções se expressaram com o fortalecimento da cadeia produtiva da pesca com foco nas comunidades pesqueiras artesanais. As ações se desenvolveram em parceira com a FURG (Universidade Federal do Rio Grande), através do Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (NUDESE), que presta assessoria técnica à iniciativa de cooperativismo e associativismo. No período compreendido entre 20121014, o NUDESE foi parte do convênio que concedeu aporte financeiro e econômico à comercialização direta da Cooperativa de Pescadores da Vila São Miguel (COOPESMI), numa articulação com o Ministério da Pesca e Aquicultura (atualmente extinto), para utilização de um caminhão equipado para a venda de pescados nas feiras livres do Município. No ano de 2015, o convênio passou a acontecer diretamente entre Prefeitura e COOPESMI com a permanência da utilização do Caminhão Feira/Peixe que é cedido pelo Governo Federal e administrado pela Prefeitura Municipal, a qual fornece a manutenção e apoio logístico, disponibilizando inclusive o motorista habilitado.
Resumo da situação antes da implantação do Projeto (cenário anterior).
No Município de Rio Grande/RS registrase aproximadamente 2.750 pescadores e pescadoras cadastrados no Registro Geral da Pesca, mantido pelo Ministério da Pesca e da Aquicultura (MPA); organizados em comunidades tradicionais de pesca, observase o enfrentamento de significativa vulnerabilidade frente ao desafio de multiplicar o ofício e a cultura da pesca em um cenário de acentuada intensidade de investimentos focados no avanço tecnológico e industrial.
se numa rede organizacional formada por seis instituições caracterizadas entre associações e cooperativas, que fortalecem o movimento social e político desta categoria de trabalhadores. Salienta se, ainda, a filiação dos mesmos na primeira Colônia de Pescadores do estado (Colônia Z1), fundada em 1913. Porém, a ausência de locais para a comercialização de pescado oriundo da pesca artesanal acaba condicionando os pescadores à comercialização do produto por intermédio de atravessadores (categoria de comerciantes que exploram o mercado local e estadual de pescado). Esta situação resulta na desvalorização do trabalho e do pescado, inviabilizando a sustentabilidade socioeconômica da cadeia produtiva. Assim, as famílias de pescadores artesanais, antes da implantação do Projeto, encontravamse organizadas em instituições que fortaleciam o diálogo junto aos Poderes Municipais, Estatuais e Federais, porém, ainda não se tinha consolidado um espaço de comercialização direta, capaz de garantir o fortalecimento da cadeia produtiva da pesca artesanal, oportunizando aos pescadores maior valorização do trabalho e do produto.
Não havia incentivo concreto às iniciativas de associativismo e cooperativismo no Município, o caminhão feira estava desativado e a COOPESMI não contava com o apoio municipal. Por outro lado, programas de aquisição de alimentos como o PAA do Governo Federal não possuíam ressonância nas escolas, tampouco havia consumo de pescado na merenda das crianças. Os trapiches das comunidades totalizavam 19 e estavam muito avariados, se tornando inutilizáveis pelos pescadores. A Prefeitura não promovia reuniões comunitárias com conteúdos temáticos que atendessem as demandas dos comunitários. Nas festas tradicionais como a Festa do Mar não havia valorização da organização comunitária nem da economia criativa.
Expectativas após a implantação e principais desafios a serem enfrentados
A implantação do Projeto Caminhão Feira contribui no cotidiano da pesca artesanal, transformando diretamente as condições de trabalho e renda, ao verificarmos junto os pescadores as seguintes mudanças:
a) nas relações das associações e cooperativa, aproximando os pescadores através das discussões sobre a gestão e os processos de comercialização do pescado;
b) na geração de trabalho e viabilidade econômica, através do fortalecimento da agroindústria do pescado com gerenciamento dos pescadores, da qual se agrega valor ao pescado por meio do beneficiamento e ainda se ampliam as frentes de trabalho oportunizando as famílias de pescadores que a mão de obra utilizada na atividade seja desenvolvida em modelo de economia familiar;
c) na comercialização do pescado, na qual o pescador dobrou a sua renda, entregando o seu peixe pelo dobro do valor pago pelos atravessadores; como exemplo, o peixerei que antes era vendido ao atravessador por R$1,00 o quilo, hoje via Caminhão do Peixe, é vendido com preço justo tanto pra o pescador como para o consumidor.
Hoje a COOPESMI possui um convênio diretamente com a Prefeitura em que há disponibilização de manutenção do Caminhão Feira e a possibilidade de participação em nove feiras livres do Município. Há uma compreensão de que as ações não se esgotam nestas iniciativas, e dessa forma há um incentivo à expansão dos negócios da cooperativa para a região.
Foram entregues 12 (doze) trapiches totalmente restaurados e entregues às comunidades pesqueiras, o projeto de Formação de Agentes Comunitários da Pesca está em pleno desenvolvimento e já realizou reuniões em todas as comunidades neste ano de 2015, incluindo um seminário que discutiu o papel da mulher na cadeia produtiva da pesca. Atualmente as mulheres encontram apoio na
Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Pesca, para discutirem seus direitos e terem protagonismo nas decisões que envolvem suas comunidades.
A contratação da COOPESMI para execução da anchova assada na Festa do Mar, festa tradicional do Município, trouxe visibilidade à cooperativa e valorizou o esforço da organização dos pescadores. O peixe na merenda escolar e a manutenção da participação no conselho de segurança alimentar do Município demonstram a visão estratégica e empreendedora do programa.
No que tange a busca de sustentabilidade ambiental e econômica das comunidades, apresentase o incentivo à participação das comunidades e a representação da própria Prefeitura no Fórum da Lagoa dos Patos junto com outros quatro municípios que vivem no entorno da Lagoa dos Patos. Tal postura confere ao processo a ideia de longevidade e de busca de autonomia aos sujeitos que participam do programa, numa perspectiva de transformação da realidade dura que enfrentam as comunidades pesqueiras em todo Brasil. Como dito anteriormente, as dificuldades são inerentes ao modo como se organiza o comércio e a indústria do pescado. Dessa forma, o trabalho de cooperativismo se expressa como uma quebra de paradigma, esta foi uma dificuldade. Por outro lado, numa sociedade onde tudo ocorre num tempo rápido a construção de propostas de longo alcance necessitam de convencimento e persistência da equipe para que ocorra participação.
Captação dos recursos de Parceiros
A Prefeitura Municipal do Rio Grande, a FURG (Universidade Federal do Rio Grande) e o Governo Estadual, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, tem avançado através do projeto Rio Grande Polo Pesqueiro incentivando e fomentando a organização, melhorando a infraestrutura e trabalhando ações formativas no acesso às políticas públicas e aos direitos fundamentais. A intencionalidade do Poder Público é construir um projeto popular da pesca artesanal com o protagonismo dos sujeitos pescadores e contribuir para as transformações mais amplas das relações sociais e produtivas da sociedade. Metas relevantes planejadas
A inclusão do pescado na merenda escolar nas escolas da rede pública, os trapiches entregues às
comunidades, e a participação nas esferas de discussão de acesso aos direitos, como o Fórum da
Lagoa dos Patos que está em pleno funcionamento, são ações que abrangem o estímulo à
formalização, a qualificação e a capacitação dos pescadores; o próprio Caminhão do Peixe é um
espaço capaz de fortalecer a cadeia produtiva da pesca artesanal local, fomentando a inserção de
pequenos negócios em mercados como, por exemplo, as compra institucionais. E considerando todas
as políticas públicas propostas pelo Governo Federal e Municipal para fazer frente à redução da
pobreza e melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda existente no Município de Rio
Grande/RS.
Metas relevantes já alcançadas no projeto.Segurança alimentar, pois o peixe é a fonte de proteína para cerca de 2.750 pescadores e pescadoras
cadastrados no Registro Geral da Pesca, mantido pelo Ministério da Pesca e da Aquicultura (MPA).
Sustentabilidade ambiental, porque quando se agrega valor ao produto a exigência de captura diminui.
Incentivo às feiras de Economia Popular Solidária e à integração da rede de Agroindústria Familiar da
Região Sul do Estado. Conquista de moradias para pescadores artesanais, via Programa Minha Casa e
Crédito Rural.
Relevância do benefício para o públicoalvoAs comunidades perceberam a importância da organização e a possibilidade de permanecer na
atividade, sendo que atualmente a escassez das espécies causa empobrecimento na população
pesqueira fazendo com que alguns abandonem a atividade e outros fiquem à mercê de políticas sociais
como o seguro defeso e o bolsa família. A valorização da pesca artesanal e da cooperativa em
diferentes aspectos elevou a autoestima dos pescadores locais. Por outro lado, o trabalho formativo
com as mulheres da cadeia produtiva como um todo incentivou a participação das mesmas nas suas
comunidades contribuindo mais nas propostas de alternativas de agregação de valor ao produto e em
elementos da economia criativa. Existem grupos de mulheres que já estão trabalhando com as escamas
de peixe em artesanatos, por exemplo. Por fim, o reconhecimento do trabalho da COOPESMI na
Festa do Mar demonstrou que o Município valoriza a pesca artesanal e o cooperativismo.
Principais desafios enfrentados e/ou superados (nível de dificuldade)tenhamos de traçar estratégias de convencimento através de palestras, oficinas (modo de preparo do
pescado), e longas conversas com a direção e as merendeiras das escolas.
A fragilidade e o empobrecimento das comunidades pesqueiras é também parte do contexto
enfrentado, neste sentido fica difícil esperar o tempo necessário para ter capacidade de compra e
venda do pescado, pois há uma emergência na luta por sobrevivência.
As mudanças climáticas que prejudicam as safras de peixe e camarão têm se tornado um grande
problema. O descrédito da sociedade em geral em organizações comunitárias, a disputa com as
indústrias de médio porte, a manutenção da legalidade e atendimento às regras sanitárias são desafios
imensos.
Principais etapas do projeto – Cronograma com tópicos e prazosCaminhão do Peixe
Em andamento
Regularização e reconstrução de trapiches
públicos
Concluído
Projeto Agente Comunitário da Pesca.
Processo de renovação de contrato
Relação entre recursos previstos e resultados alcançados (custo/benefício)Quanto à relação entre recursos previstos e resultados alcançados, podemos salientar os seguintes
itens: a) A Segurança alimentar, pois o peixe é a fonte de proteína para cerca de 2.750 pescadores e
pescadoras cadastrados no Registro Geral da Pesca, mantido pelo Ministério da Pesca e da
Aquicultura (MPA). b) Sustentabilidade ambiental, porque quando se agrega valor ao produto a
exigência de captura diminui. c) Incentivo às feiras de Economia Popular Solidária comercialização
e à integração da rede de Agroindústria Familiar da Região Sul do Estado. Conquista de moradias para
pescadores artesanais, via Programa Minha Casa e Crédito Rural.
Principais parcerias firmadasAtravés da Prefeitura Municipal do Rio Grande, a FURG (Universidade Federal do Rio Grande), Sebrae, COOSPEMI, e o Governo Estadual, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, foi firmado parcerias, no qual buscam o incentivar, capacitar e fomentar a organização, melhorando a infraestrutura e trabalhando ações formativas no acesso às políticas públicas e aos direitos fundamentais.
Considerações finais
O Município de Rio Grande/RS abriga o maior porto pesqueiro do extremo sul do Brasil, na saída da Laguna dos Patos, e o maior centro de comercialização e distribuição de pescado do Rio Grande do Sul, onde concentra a maior parte da atividade pesqueira do Sul do Brasil, dividindo com Itajaí SC os dois polos de pescado da Região Sul.
Nesse contexto, diante de todos os investimentos expressivos realizados no Município, podendo ser citado como exemplo o Polo da Indústria Naval de Rio Grande, salientamos o permanente monitoramento dos impactos promovidos por esses empreendimentos, principalmente na dimensão da economia tradicional pesqueira, que já sofreu estagnação econômica durante algumas décadas.
Diante disso, o prefeito Alexandre Lindenmeyer instituiu o Programa Rio Grande Polo Pesqueiro – Decreto 12.369, 25/10/2013. Programa Municipal de Desenvolvimento Sustentável da Pesca que tem como objetivo geral promover o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura familiar mediante um conjunto de ações planejadas e articuladas entre si tendo como eixos transversais os seguintes temas: A sustentabilidade em suas dimensões ambiental, econômica e social; a organização e fortalecimento da cadeia produtiva; a organização social e comunitária; a gestão compartilhada; a soberania e a segurança alimentar e nutricional; o fortalecimento institucional; o trabalho e geração de renda; o resgate e o fortalecimento da identidade cultural do município com a pesca.
Tem como objetivos específicos: Promover o desenvolvimento sustentável da pesca artesanal e o fortalecimento das comunidades e organizações de pescadores artesanais; promover o desenvolvimento da pesca industrial através de ações voltadas às atividades relacionadas à captura, bem como beneficiamento e comercialização do pescado desembarcado no Município; promover ações que busquem estruturar e consolidar as experiências já existentes, bem como incentivar e apoiar experiências em aquicultura, trabalhando sempre na perspectiva do desenvolvimento de processos familiares e cooperativos.
Dentro dessa lógica, o Programa Rio Grande Polo Pesqueiro executa e aprofunda as ações políticas públicas municipais, tornandose um projeto essencial e de fundamental importância para alcançar os objetivos propostos pelo PSANS, pelo Programa Rio Grande Polo Pesqueiro, diante do grande desafio do desenvolvimento de nossa região.
Acreditase ser de suma importância a aposta no trabalho de agregação de valor ao pescado através de programas como o Rio Grande Polo Pesqueiro, pois atualmente há uma crise ambiental assolando as comunidades pesqueiras. De um lado, há espécies ameaçadas de extinção, de outro, mudanças climáticas frustrando safras. Ainda neste contexto, a cultura do extrativista o pescador não é habituado a esperar para vender seu produto, o que faz com que este não seja valorizado exigindo uma grande quantidade para ter um valor razoável e ter condições de sustentar uma família. Desse modo, a proposta de cooperativa é uma saída para a sustentabilidade econômica e ambiental simultaneamente. Contudo, como já foi exposto, existem paradigmas a serem quebrados e atitudes a serem alteradas, como é o caso da alimentação nas escolas e a resistência em servir peixe às crianças. As múltiplas facetas deste programa permite que se trabalhe em várias frentes, desde a estrutura comunitária, até a formação das suas lideranças para o acesso às políticas públicas. Supõe se que dessa forma possamos atender a complexidade dos problemas da pesca no Município, ao menos no que se refere à pesca artesanal.
RELATO DOS BENEFICIADOS
Nome Telefone Função Relato
O pescador artesanal Louredi participa diretamente na gestão do caminhão do Peixe, e desde janeiro comercializa o seu produto através desta
Louredi Vinagre Borges (53) 84649589 Pescador ferramenta. Em sua avaliação, o projeto desenvolvido pela Prefeitura de Rio Grande, através da Secretaria de Município da Pesca, é muito positivo, pois ajuda a melhorar a renda das famílias Lorival (32) 338400 Pescador O Projeto é uma grande experiência para nós, pois nos ajuda a compreender como que se faz diferente. A comercialização direta do Peixe parecia uma coisa impossível e agora é realidade.” Lorival pescador Sirlei Valadão (32) 308187 Pescadora Esse é um novo espaço para nós, pescadoras, nunca tínhamos pensado em vender o peixe, mas isso foi acontecendo porque os nossos maridos vão para o mar e nós podemos trabalhar nas feiras e no filé. ANEXOS Tipo Título Foto Oficial Prefeito Foto oficial do Prefeito Municipal de Rio Grande Outros Folder com receitas de pescados Outros Programa Rio Grande Polo Pesqueiro Outros Projeto