3 A ESCRAVIDÃO PERFEITA DO AMOR IMPERFEITO
(“O amor por uma bailarina de Flamenco enfeitiçando um homem a tal ponto que o único caminho da salvação é um Campo de
Libertação – quase nazista – dos escravos do amor”)
4 EDITORA: LIVRORAMA
5 Dedicado à mulher que o inspirou e sempre será amada por quem escreveu esta obra, não importa sua reação a este intenso, profundo e louco amor nem o que aconteça na vida, no mundo, no universo inteiro, diga-se de passagem...
6 PREFÁCIO:
Desamar alguém pode ser bom? O amor romântico é uma escravidão digna de fracos e perdedores? O CAMPO DE LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS DO AMOR (CLEA) foi criado com a finalidade de INTERNAR os "doentes de amor" e exterminar de dentro de cada um todo o amor que possuem. Venerado por uns, odiado por outros, o Campo de Libertação dos Escravos do Amor deseja que todos que sofrem por determinado amor, que não conseguem encontrar a felicidade por perderem seus amados ou nem mesmo conquistarem a quem tanto desejam se recuperem e iniciem uma nova vida, sem amor, sem romantismos tolos, sem perda de tempo com questões do coração. Para isso, os internos são submetidos a diversas atividades de desamor, desde “ridicularizações” de histórias clássicas do amor até o achincalhe dos artistas do período romântico e de todos que algum dia disseram que "o amor é bom".
Tudo começa certo dia, depois que - ao presenciar uma tentativa de suicídio por amor em sua cidade -, um milionário fazendeiro resolve investir seu dinheiro para criar o “PRIMEIRO CAMPO DE LIBERTAÇÃO DO AMOR” do mundo.
Um lugar – para muitos um campo de desconcentração – onde quem entra não pode mais sair sem liberação do proprietário, quase que um “reality show” televisivo, onde o amor deve ser banido, extinto, excluído da vida de cada um a base de muitas atividades de desamor, desde as simples provas de ódio ao amor até as mais cruéis (como as mutilações iniciais do amor, haja vista que neste lugar o amor é concebido como uma mutilação interna que precisa ser expressada para se provar que ele realmente existe – “quem não se mutila não ama verdadeiramente”, dizem as autoridades do campo, já que “os apaixonados costumam fazer
7 qualquer coisa pelos seus amores”).
Polêmico, o Campo de Libertação dos denominados "escravos do amor" atrai diversas pessoas que sofrem pelas mais diferentes e fracassadas (ou acabadas) histórias de amor, desde o velho viúvo Norberto, que não consegue viver sem a sua amada falecida, passando pela sonhadora rejeitada Margareth - recusada pelo seu amado por ser vista como "uma baleia gorda" por ele - até o próprio narrador da história, Alan, que se viu dentro do campo que tanto criticava ao ter um grande amor da adolescência não correspondido.
O senhor Adolfo (e para muitos não era causalidade que seu nome fosse semelhante ao do criador dos maiores campos de concentração do mundo, Adolf Hitler) é o criador e o líder do CLEA, o qual tem inúmeros funcionários (igualmente contrários ao amor) que atendem os internos e são os responsáveis por praticamente todas as atividades, tarefas e serviços existentes no campo – que, ao contrário dos opositores românticos que protestam contra a existência de tal lugar, é visto como um “hospital para os doentes do amor”, um lugar onde todos podem sair curados e recuperados de uma das maiores moléstias do universo que é o amor romântico.
Ao longo da obra, Alan narra seu drama amoroso, suas frustrações, suas angústias, suas tentativas diárias de esquecimento (praticamente em vão) de sua adorada Fran, bela modelo e bailarina de Flamenco, a qual nunca namorou, nunca beijou, nunca possuiu na realidade até então, uma musa inspiradora que passou a amar de um jeito que a espantou e praticamente o enloqueceu, fazendo com que ele não quiisesse mais nada da vida exceto a conquista do seu sonhado e tão difícil amor.