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Academic year: 2021

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Título: ASSISTÊNCIA JURÍDICA AOS PRESIDIÁRIOS EM SOUSA

Autores: Francisco Eduardo da Nóbrega Pereira , Dilaze Patrícia Amorim Gonçalves , Sarah Maria Sampaio Gonçalves, Ilana Lins Lucena, Fabrízio A. A. Feliciano, Maria Elza Andrade Igor F. Medeiros Dantas, Isaura Amélia Parente E. Soares, Lenilma Cristina Sena Figueiredo, Giorggia Petrucce Lacerda e Silva, Maria dos Remédios de Lima.

e-mail: edu.nobre@globo.com.

Área temática escolhida: Direitos Humanos.

Devido ao crescimento excessivo da população carcerária no município de Sousa e da necessidade de suprir a ausência de ações extencionistas na área criminal no sertão paraibano, surge o Projeto “Assistência Jurídica aos Presidiários em Sousa”, objetivando promover uma maior integração entre a comunidade sousense e o alunado do Curso de Direito (aproximadamente 681 alunos) através da ação extensionista, o presente projeto de extensão se propõe mediante a prestação de assistência jurídica à comunidade carcerária sousense, proporcionar a participação do alunado em uma experiência real, diante da qual possamos demonstrar como a Universidade pode realizar a sua função social.

Diante de tais fatos, o projeto objetiva: a) De forma Geral:

• Trabalhar o referencial teórico a fim de compreender a fenomenologia do crime e suas conseqüências jurídicas, as penas e respectivos regimes de cumprimento, previstos na legislação penal;

• Conhecer e avaliar a realidade do sistema penitenciário de Sousa – PB, de forma a contribuir para modificá-la, atendendo aos reclames da comunidade carcerária carente;

• Contribuir para a redução do índice de superpopulação carcerária do Presídio Regional de Sousa – PB;

• Recrutar estudantes de Direito para o treinamento técnico-científico na área criminal, de maneira multidisciplinar, preparando-os para elaboração de peças processuais úteis à prestação de assistência jurídica aos presidiários;

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• Possibilitar, de acordo com a particular condição processual de cada presidiário, a conquista de benefícios cabíveis dentro dos regimes de cumprimento de suas respectivas penas, efetivando a prestação de assistência jurídica.

b) De forma Específica:

• Reconhecer as espécies de crimes existentes, relacionando-as com as práticas delituosas mais comuns na comarca de Sousa;

• Entrevistar os presidiários, definitivos e provisórios, na forma de consultas individuais;

• Providenciar atestado de trabalho junto à direção do estabelecimento penal para fins de remissão de penal;

• Requerer autorização para visitas, licença para gozar fins de semana e feriados com a família;

• Providenciar declaração de pobreza para despesas provisórias no pagamento de multa imposta na sentença;

• Impetrar recursos referentes à decisões proferidas no curso do processo, tais como apelação, habeas corpus, recurso em sentido estrito e revisão criminal; • Zelar pelo bom andamento processual do benefício em trâmite na vara de

execução penal, repassando aos sentenciados todas as informações relativas ao processo;

• Requerer transferência para outras unidades da Federação ou localidades dentro do Estado, para fins de execução de pena;

• Pleitear benefícios em geral, como: progressão de regime, unificação, remissão e comutação de pena, livramento condicional, sursis, indulto, alvará de soltura e relaxamento de prisão;

• Elaborar trabalho escrito, sistematizando dados e resultados obtidos na ação extensionista, objetivando oferecê-lo como fonte de pesquisa à comunidade acadêmica em geral.

(METODOLOGIA)

O projeto tem como embasamento teórico os conhecimentos adquiridos em sala de aula, e postos em prática seguindo quatro fases.

Na primeira etapa, realizam-se estudos através de livros, artigos, e afins; análise dos conhecimentos adquiridos; reflexões e debates; objetivando a compreensão

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do crime, das penas e do criminoso. Elabora-se para posterior aprovação, perante os colaboradores do projeto,-dos questionários de avaliação da situação jurídica dos presidiários e procede-se a aplicação dos mesmos.

A segunda fase servirá ao confronto das informações colhidas mediante aplicação dos questionários com a realidade das informações, dados e estatísticas coletadas junto à delegacia do município, aos Presídios e as Varas Criminais e de Execuções Penais da comarca de Sousa – PB, pela análise dos respectivos processos.

Já a terceira fase é destinada à efetivação da assistência jurídica junto aos presidiários, mediante a elaboração das peças processuais cabíveis a cada caso, tais como: habeas corpus, revogação e relaxamento de prisões, requerimentos de progressão e unificação de penas, entre outros, bem como acompanhamento em audiências e visitas regulares à clientela, entenda-se como tal os presos carentes, ou seja, que não dispõe de advogado particular.

A quarta e última fase é consagrada à conclusão dos trabalhos pela documentação da experiência teórico-prática vivenciada, elaboração de relatório final e trabalho monográfico capaz de enumerar possíveis soluções à problemática do sistema penitenciário em Sousa, a ser apresentado à comunidade acadêmica do CCJS – Centro de Ciências Jurídicas e Sociais, Campus III, da Universidade Federal de Campina Grande.

(RESULTADOS)

O projeto aborda, como tema central, o preso e a prisão, sendo esta última em si mesma uma violência à sombra da lei, um anacronismo em face do estágio atual das mais diversas ciências humanas. O pretendido tratamento, a ressocialização, é incompatível com o encarceramento. A ruptura de laços familiares e outros vínculos humanos, a convivência promíscua e anormal na prisão, o homossexualismo não escolhido, mas forçado, são fatores que em nada ajudam a reintegração do ser à sociedade, por isso o que se observa em toda parte é que a prisão exerce um efeito devastador sobre a personalidade, reforça valores negativos, cria e agrava distúrbios de conduta.

O projeto “Assistência Jurídica aos Presidiários em Sousa”, ensejador de um debate oportuno e plenamente atual, tem por embasamento teórico o estudo da fenomenologia criminal em seus aspectos principais: o crime e suas espécies, o sistema

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penal legalmente previsto, o homem e sua capacidade de delinqüir, tudo isso no âmbito do Direito Penal, Direito Processual Penal, Sociologia Jurídica, Direito Constitucional, Direito Penitenciário, Criminologia, Direitos Humanos e ciências afins.

Com a prestação da assistência jurídica, promove-se a interdisciplinaridade e interação da teoria com a prática, através da produção de peças processuais cabíveis a cada caso.

O trabalho realizado pelo projeto traz muitos benefícios aos presos que não têm condições financeiras de constituir um advogado, e que estão dispostos a lutar para readquirirem o pleno exercício da sua cidadania.

A sistematização de dados e resultados obtidos nos permite traçar-se um perfil da comunidade carcerária de Sousa, apontando, ao final, soluções à problemática do atual sistema penitenciário.

Dessa forma, podemos apontar como resultados obtidos, até o presente momento, o seguinte:

Dos 140 presidiários de Sousa (dados colhidos em agosto de 2002), entrevistou-se 118 detentos. Da seguinte forma: Francisco Eduardo da Nóbrega Pereira (bolsista): 17 entrevistas, Dilaze Patrícia Amorim Gonçalves 15 entrevistas, Sarah Maria Sampaio Gonçalves 16 entrevistas, Ilana Lins Lucena 18 entrevistas, Fabrízio A. A. Feliciano 12 entrevistas, Maria Elza Andrade 14 entrevistas, Igor F. Medeiros Dantas 13 entrevistas e Isaura Amélia Parente E. Soares 13 entrevistas.

O questionário continha as seguintes perguntas: Nome completo, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento, Nome do pai e da mãe, endereço residencial, estado civil, cor/raça, filhos (se possui, quantos, que idade têm), se recebe visita/assistência dos familiares, qual o trabalho que exercia antes de cumprir pena, qual a renda mensal, qual o grau de escolaridade, assim como dados do processo para que seja feito o devido acompanhamento junto ao Fórum local.

Dos 118 presidiários que se submeteram as entrevistas, 39 tem advogado particular. Interessando ao projeto apenas os 79 que são acolhidos pela Defensoria Pública. Logo, direcionou-se 10 detentos para cada colaborador do projeto prestar assistência jurídica.

Estão sendo acompanhadas, pelos colaboradores, as audiências dos processos em que os presidiários que estão sob suas observações são acusados.

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Foram produzidas duas peças processuais, pelo bolsista, a saber: uma Liberdade Provisória e uma Justificativa pelo não cumprimento de transação penal.

Assim como, foram feitos estudos temáticos, debatidos em grupo sobre liberdade provisória, indulto, progressão de regime, unificação, remissão e comutação de pena, livramento condicional, sursis, alvará de soltura e relaxamento de prisão, dentre outros;

Como demonstrado, a ação extensionista gera uma maior integração entre a comunidade local e os acadêmicos de Direito, funcionando a extensão como meio eficaz através do qual os estudantes podem desenvolver na prática os conhecimentos teóricos adquiridos em aula, demonstrando como a Universidade pode e deve realizar sua função social.

(BIBLIOGRAFIA)

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000; _______.Curso de processo penal. 8.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002;

Código penal. 6.ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001;

Código de processo penal. 7.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001;

Constituição da república federativa do Brasil. 24.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001;

DELMANTO, Celso. Código penal comentado.5.ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000; DELMANTO JÚNIOR, Roberto. As modalidades de prisão provisória e seu prazo de duração. Rio de Janeiro: Renovar, 1998;

HERKENHOFF, João Baptista. Crime: tratamento sem prisão. 3 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998;

JESUS, Damásio E. de. Direito penal, v. 1. parte geral. 25.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001;

_______. Direito penal, v. 2. parte especial: dos crimes contra a pessoa. dos crimes contra o patrimônio.. 24.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001;

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MIRABETE, Julio Fabbrini. Código penal interpretado. 2.ª. ed. São Paulo: Atlas, 2000; MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 7.ª ed. São Paulo: Atlas, 2001;

SMANIO, Gianpaolo Poggio. Criminologia e juizado especial criminal: modernização no processo penal, controle social. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 1998;

TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de processo penal comentado. 6.ª São Paulo: Saraiva, 2001.

Referências

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