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ANÁLISE ESPACIAL EXPLORATÓRIA DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA

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Academic year: 2021

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ANÁLISE ESPACIAL EXPLORATÓRIA DA REGIÃO

METROPOLITANA DE GOIÂNIA

RIOS, Rafaela Nunes rafaelanrios@gmail.com

Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz - IEPG

Resumo: No decorrer dos anos a intensificação e aceleração do crescimento urbano, de

forma desordenada, gerou inúmeros problemas, tais como falta de saneamento básico, poluição e deterioração dos corpos hídricos, enchentes, impermeabilização do solo, etc. Portanto, estudos que abrangem o diagnóstico dos cursos hídricos, a avaliação dos usos dos recursos naturais e das principais atividades antropogênicas são essenciais para o planejamento e monitoramento ambiental, visando a sustentabilidade. Um método que tem sido muito utilizado na análise ambiental é o Sistema de Informações Geográficas (SIGs), isso se deve às suas características relacionadas à questão da espacialização da análise. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise exploratória-espacial da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), através da caracterização e correlação do tipo de uso e ocupação do solo, cobertura vegetal e recursos hídricos. A RGM possui área total de 7 312,95 km², sendo a maior parte de seu território coberto por pastagens 41,70%, em segundo está a agricultura ocupando 36,24%. A área urbana equivale a 9,16%, seguida por floresta com 6,71% e cerrado 5,90%. A área de estudo possui poucas áreas de preservação da vegetação. Há potencial para recarga de aquífero. Os solos possuem tendência à acidez e a deficiência de nutrientes. É necessário estudos técnicos e projetos de gestão e monitoramento ambiental, para possibilitar a preservação do ecossistema.

Palavras-chave: Recursos hídricos, sistema de informação geográfica.

Abstract: Over the years the intensification and acceleration of urban growth, in a disorderly manner, generated numerous problems, such as lack of basic sanitation, pollution and deterioration of water bodies, flood, soil sealing, etc. Therefore, studies that cover the diagnosis of water resources, evaluation of the uses of natural resources and the main human activities are essential for planning and environmental monitoring aimed at sustainability. One method that has been widely used in environmental analysis is the Geographic Information System (GIS), this is due to its characteristics related to the issue of spatial analysis. This study aims to conduct an exploratory-spatial analysis of Região Metropolitana de Goiânia (RMG) through the characterization and correlation of the type of use and occupation of soil, vegetation and water resources. The RMG has a total area of 7 312.95 km², with most of its territory covered by grassland 41.70%, second is agriculture occupying 36.24%. The urban area is equivalent to 9.16%, followed by forest with 6.71% and closed 5.90%. The study area has few conservation areas of vegetation. There is potential for aquifer recharge. The soils are prone to acidity and nutrient deficiency. We need technical and management and environmental monitoring projects studies to enable the preservation of the ecosystem. Keywords: Water resources, geographic information system.

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1 INTRODUÇÃO

O meio urbano é importante cenário para o desenvolvimento da sociedade. Nele as oportunidades de emprego, qualidade de vida, educação, entre outros se mostram melhores, o que provocou o êxodo rural, fato que mudou significativamente as cidades e centros urbanos. No decorrer dos anos a intensificação e aceleração do crescimento urbano, de forma desordenada, gerou inúmeros problemas, tais como falta de saneamento básico, poluição e deterioração dos corpos hídricos, poluição atmosférica, enchentes, impermeabilização do solo, etc.

Há considerável possibilidade de que com a urbanização e ação antrópica ocorra a alteração da qualidade da água e das condições dos habitats dos recursos hídricos, portanto, é necessário o uso de metodologias que contribuem no processo de avaliação dos recursos hídricos e também nas tomadas de decisões nos processos de gestão ambiental. Estudos que abrangem o diagnóstico dos cursos hídricos, a avaliação dos usos dos recursos naturais e das principais atividades antropogênicas são essenciais para o planejamento e monitoramento ambiental (SANTOS, 2014).

Um método que tem sido muito utilizado na análise ambiental é o Sistema de Informações Geográficas (SIGs), isso se deve às suas características relacionadas à questão da espacialização da análise (VETTORAZZI,2006). O SIG consiste em um sistema computadorizado, que possibilita sobrepor variadas informações espaciais da área de estudo, nele a informação é armazenada digitalmente e apresentada visual ou graficamente o que permite a comparação entre as informações (PIRES et al., 2002 apud CARVALHO, CASTRO E PENA, 2014).

A região metropolitana de Goiânia foi instituída pela Lei Complementar Estadual nº 27/1999 abrangendo, inicialmente, 11 municípios. Posteriormente foi modificada pela Lei Complementar nº 78/2010 que incluiu mais sete municípios, totalizando 20 municípios abrangendo uma área de 7.397, 203 km² e com uma estimativa de 2.421.831 habitantes em 2015, segundo o IBGE. Esta região inclui importantes corpos d’água para o abastecimento público e algumas unidades de conservação.

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise exploratória-espacial da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), através da caracterização e correlação do tipo de uso e ocupação do solo, cobertura vegetal e recursos hídricos.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

O estudo será desenvolvido na Região Metropolitana de Goiânia. Criada em 30 de dezembro de 1999 pela Lei Complementar Estadual número 27 e modificada pela Lei Complementar Estadual de número 78, aprovada em 25 de março de 2010, que incluiu sete municípios, a RMG encontra-se na porção centro-sul do estado de Goiás, entre os paralelos 16º 30’ S e 17º 0’ S e os meridianos 49º 0’ W e 49º 30’ W, é composta por 20 municípios e possui uma área de aproximadamente 7.315 km² , conforme mostra a Figura 1.

Com uma população de 2.384.560 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014) e uma densidade demográfica de 325,98 habitantes por km², a Região Metropolitana de Goiânia, conhecida como Grande Goiânia é uma região que vem crescendo progressivamente.

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Na RMG a variação anual das chuvas está entre 1400 mm e 1500 mm, nos meses de janeiro e dezembro ocorre a maior quantidade de chuva em contrapartida junho, julho e agosto se encontram os menores valores (CARDOSO et al, 2011).

Figura 1 Municípios que compõem a Região Metropolitana de Goiânia.

2.2 Sistemas de Informação Geográfica

Este trabalho foi realizado em duas etapas, a primeira foi a revisão bibliográfica acerca do histórico da Região Metropolitana de Goiânia. Na segunda parte, foi elaborado os mapas para a caracterização da área de estudo. Para isso foi utilizado o software ArcGis 10.1 (Sistema de Informações Geográficas – SIG), permitindo a caracterização e o diagnóstico ambiental da área, para posteriormente realizar o cruzamento de dados e informações. Foi necessário a manipulação, processamento e realização análises espaciais de arquivos vetorial e raster fornecidos pelo professor Nilson Clementino e outros obtido na biblioteca digital do Sistema Estadual de Geoinformação do Estado de Goiás (SIEG-GO).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Região Metropolitana de Goiânia possui área total de 7 312,95 km², sendo a maior parte de seu território coberto por pastagens 41,70%, em segundo está a agricultura ocupando 36,24%. A área urbana equivale a 9,16%, seguida por floresta com 6,71% e cerrado 5,90%. É possível observar que o centro urbano está localizado na região central da área, principalmente nos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia e que a agropecuária é a

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atividade econômica predominante, sendo a agricultura presente na maior parte da região norte e a pecuária na região sul. A ação antrópica alterou quase em sua totalidade a cobertura vegetal nativa da área, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 Uso e ocupação do solo e limites municipais

De acordo com a Figura 3, ocupando grande parte da área estão os latossolos, logo após está os argissolos e cambissolos. E apresentando de forma menos expressiva estão os gleissolos e neossolos.

Presente na maior parte de seu território, os latossolos representam 41% da área do estado de Goiás, estes variam a cor entre o vermelho ao amarelo, são profundos, possuem boa drenagem, são ácidos, com alto teor de alumínio e são pobres em nutrientes (Reatto e Martins, 2005 apud MMA, 2009).

O excesso de alumínio provoca o aumento da acidez e diminui a disponibilidade de nutrientes, e também disputa com o cálcio, um dos nutrientes em maior quantidade, aumentando assim a acidez (Goodland, 1971 apud Teles, 2009).

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Figura 3 Tipos de solo da RMG

Apesar do desmatamento acentuado na região, não há áreas suficientes para destinadas a preservar a vegetação nativa. Como se observa na Figura 4 há poucas unidades de conservação de uso sustentável e de proteção integral, em toda região, por exemplo, contém apenas três Reservas Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Na mesma figura ainda mostra as bacias de captação, assim comparando com a Figura 2 nota-se o quanto estão vulneráveis, uma vez que em sua maioria não possuem vegetação nativa para a manutenção e proteção dos recursos hídricos e do ecossistema.

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Figura 4 Áreas especiais na RMG

A RGM segue a característica da região central do país, em possuir uma grande quantidade de nascentes e corpos hídricos. Na Figura 5, estão delimitadas as regiões e bacias hidrográficas. A Região hidrográfica do Rio Paranaíba está inserida na área dos principais munícipios como Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo, nela está contida importantes bacias hidrográficas da região, como a do Ribeirão João Leite e a do Rio Meia Ponte. No sudeste da região há a Bacia Hidrográfica do Rio Corumbá, e no oeste está a Bacia Hidrográfica do Rio dos Bois.

O Estado abriga nascentes de importantes regiões hidrográficas, como as do Paraná e Tocantins-Araguaia, além de conter uma pequena porção do território sobre a bacia do rio São Francisco. Quanto aos mananciais subterrâneos, destacam-se os sistemas aquíferos Bambuí, Serra Geral e Bauru-Caiuá, do Domínio Poroso, e o Fraturado Centro-sul, explorado por vários municípios (ATLAS, 2010).

Nesta área há dois tipos de sistemas aquíferos freáticos: Sistema Aquífero Freático II e Sistema Aquífero Freático III (Figura 7). Dos Sistemas Aquíferos Profundos se encontra somente um: o fraturado (Figura 6).

O conhecimento do tipo de aquífero é importante para a gestão ambiental, pois permite um adequado planejamento para proteção das águas subterrâneas. Aquíferos profundos tendem a ser excelentes cujo potencial pode ser aumentado de acordo com a espessura saturada e das taxas de precipitação pluvial. Os Sistemas Freáticos II possuem importância relacionada às funções filtro e reguladora. E os Sistemas Freáticos III tem importância para o abastecimento de pequenas propriedades rurais e possui elevada importância hidrogeológica do ponto de vista das funções de recarga, filtro e reguladora (ALMEIDA et al., 2006).

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Figura 5 Bacias hidrográficas da Região Metropolitana de Goiânia

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Figura 7 Aquíferos porosos da região

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A vulnerabilidade ambiental é um essencial fator a ser estudado num projeto de gestão ambiental. Para determina-la são analisados três componentes: exposição, sensibilidade e resiliência. A exposição é caracterizada pela intensidade, frequência e duração. A sensibilidade vai ser determinada pelas condições ambientais que são alteradas significativamente. E a resiliência é a resposta no sentido de restabelecer o padrão anterior de equilíbrio dinâmico do ambiente (JORDÃO, 2011). Com base nesses parâmetros foi mapeada a vulnerabilidade ambiental da RGM (Figura 8), na maior parte do território o diagnóstico foi de “muito baixa” vulnerabilidade, no norte a predominância é de vulnerabilidade média, e no restante há considerável presença de áreas com vulnerabilidade alta e muito alta.

4 CONCLUSÃO

A Região Metropolitana de Goiânia, como foi apresentado pela análise exploratório-espacial, possui poucas áreas de preservação da vegetação. Há potencial para recarga de aquífero, porém sem o manejo adequado e conservação dos solos, pode ser comprometido gerando inúmeros problemas posteriormente. Os solos possuem tendência à acidez e a deficiência de nutrientes, portanto, sem o devido manejo a produção na agropecuária sofrerá queda, afetando toda a população A qualidade e disponibilidade da água para o abastecimento público da região também poderá ser afetada, devido ao descuido com a proteção dos recursos hídricos

A agropecuária e a urbanização ocorrendo de forma desordenada são as principais causadoras da deterioração da qualidade ambiental. É necessário estudos técnicos e projetos de gestão e monitoramento ambiental, para possibilitar a preservação do ecossistema.

5 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, L., RESENDE, L., RODRIGUES, A. P. e CAMPOS, J. E. G. Hidrogeologia do Estado de Goiás e Distrito Federal. Série Geologia e Mineração.Número 1. Secretaria de Indústria e Comercio, Superintendência de Geologia e Mineração. Goiânia, 2006. Disponível em: <http://www.sieg.go.gov.br/downloads/Livro_Hidrogeologia.pdf>. Acesso em 17/02/16. ATLAS Brasil: abastecimento urbano de águ: resultados por estado. Vol. 2. Agência Nacional de Águas; Engecorps/Cobrape. Brasília, NA. Engecorps/ Cobrape, 2010.

CARDOSO, M. R. D., MARCUZZO, F. F. N. e MELO, D. C. R. Mapeamento temporal e espacial da precipitação pluviométrica da região metropolitana de Goiânia.Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR, Curitiba, p. 4594, mai 2011. Disponível em: < http://www.dsr.inpe.br/sbsr2011/files/p1354.pdf>. Acesso em: 17/02/16. CARVALHO, A. H. O., CASTRO,F. S. e PENA, F. E. R. Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do córrego Santa Maria, Ibatiba- ES. Revista Nucleus. Vol. 11, n. 2, p. 317-324, out. 2014. ISSUE DOI: 10.3738/1982.2278.1161. Disponível em: <http://www.nucleus.feituverava.com.br/index.php/nucleus/article/view/1161>. Acesso em: 05/02/2016.

IBGE, Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas populacionais para os

municípios brasileiros. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2014/estimativa_dou.shtm>. Acesso em 10/02/2016.

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JORDÃO, C. O. Análise da vulnerabilidade ambiental no planejamento espacial do cultivo de cana-de-açúcar no estado de São Paulo. 2011, 118 f. Dissertação de mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 2011. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-09122011-133549/publico/DissertacaoCarolinaDeOliveiraJordao.pdf>. Acesso em: 15/02/2016.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas no Cerrado – PPCerrado. Brasília, set 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/ppcerrado_consultapublica_182.pdf>. Acesso em: 16/02/16.

PIRES, J. S. R.; SANTOS, J. E.; DEL PRETTE, M. E. A utilização do conceito bacia hidrográfica para a conservação dos recursos naturais. In: SCHIAVETTI, A., CAMARGO, A. F. M. (Ed.). Conceitos de bacias hidrográficas: teorias e aplicações. Ilhéus, BA: Editus, 2002. p. 17-35.

SANTOS, K. P. S. Macroinvertebrados bentônicos e parâmetros físico-químicos como indicadores da qualidade da água de microbacias utilizadas para o abastecimento público da região metropolitana de Goiânia. 2014. 87 f. Dissertação de mestrado. Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2014. Disponível em: < https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3957?locale=pt_BR>. Acesso em: 27/01/2016. VETTORAZZI, C. A. Avaliação multicritérios, em ambiente SIG, na definição de áreas prioritárias à restauração florestal visando à conservação de recursos hídricos. 2006. 151 f. Tese (Livre Docência em Geoprocessamento) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2006. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/11/tde-06072007-103043/pt-br.php>. Acesso em:12/02/2016.

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