• Nenhum resultado encontrado

1. PAÍSES DA VIZINHANÇA ORIENTAL DA UE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "1. PAÍSES DA VIZINHANÇA ORIENTAL DA UE"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

PARCEIROS DA EUROPA ORIENTAL

Participam na política da «Parceria Oriental» da UE seis Estados pós-soviéticos: a Arménia, o Azerbaijão, a Bielorrússia, a Geórgia, a Moldávia e a Ucrânia. Com início em 2009, a Parceria foi criada para apoiar os esforços envidados no contexto das reformas políticas, sociais e económicas nesses países, a fim de reforçar a democratização e a boa governação, a segurança energética, a proteção do ambiente e o desenvolvimento económico e social. Todos os membros, à exceção da Bielorrússia, participam na Assembleia Parlamentar Euronest.

1. PAÍSES DA VIZINHANÇA ORIENTAL DA UE

A. Ucrânia

Os dramáticos acontecimentos na Ucrânia desde novembro de 2013 começaram por ser um protesto a favor da UE e contra o fracasso do governo em avançar com o Acordo de Associação com a UE, que tinha sido rubricado em julho de 2012. Muitos manifestantes tinham pontos de vista «pró-UE» e consideravam, provavelmente, que o acordo era um passo rumo a um processo de adesão. O movimento acabou por traduzir-se numa mudança de governo e em eleições legislativas (em outubro de 2014) que colocaram no poder partidos europeus e pró-reformas.

Durante este período de turbulência, a Rússia anexou ilegalmente a Crimeia, enquanto a parte oriental da Ucrânia mergulhou numa guerra separatista. De acordo com as Nações Unidas, mais de 10 000 pessoas perderam a vida na Ucrânia desde o início do conflito. Este número inclui as 298 pessoas a bordo do voo MH 17 da Malaysian Airlines, que se despenhou, em 17 de julho de 2014, numa zona controlada por separatistas.

Apesar de o conflito militar ter, de certa forma, abrandado graças ao cessar-fogo acordado em Minsk e renovado por várias vezes, as intensificações periódicas dos combates puseram em causa a sustentabilidade da trégua. Recentemente, os confrontos iniciados durante o verão de 2016 deram lugar a uma frágil trégua acordada em 1 de setembro. A UE estabeleceu uma ligação entre as sanções económicas impostas à Rússia e o pleno respeito do acordo de Minsk pelas autoridades de Moscovo.

Em março de 2014, a Comissão decidiu adotar medidas destinadas a apoiar o país e, em 27 de junho de 2014, a UE e a Ucrânia assinaram o Acordo de Associação. Os capítulos sobre diálogo político, justiça, liberdade e segurança, bem como cooperação económica, financeira e setorial entraram provisoriamente em vigor em 1 de novembro de 2014. A parte comercial do Acordo de Associação entrou provisoriamente em vigor em 1 de janeiro de 2016, na pendência da sua ratificação por todos os Estados-Membros da UE. O resultado negativo do referendo realizado nos Países Baixos em 6 de abril de 2016 complicou a ratificação e plena implementação do Acordo de Associação. A entrada em vigor provisória também marcou o fim das negociações comerciais trilaterais com a Rússia, que, em 1 de janeiro de 2016, suspendeu

(2)

as preferências comerciais do país ao abrigo do Acordo de Comércio Livre da Comunidade de Estados Independentes.

Em 25 de setembro de 2015, a Ucrânia e a Rússia atualizaram um acordo no domínio do gás mediado pela UE, nos termos do qual a Rússia reduziria a dívida da Ucrânia e manteria o respetivo abastecimento de gás até ao final de março de 2016 em troca de pagamentos antecipados do gás.

A Comissão adotou o Sexto relatório sobre os progressos da aplicação do plano de ação para a liberalização dos vistos em favor da Ucrânia em 18 de dezembro de 2015. De acordo com o relatório, a Ucrânia estava a cumprir todos os critérios de referência e, por conseguinte, esperava-se uma proposta sobre a liberalização dos vistos em fevereiro de 2016. Todavia, a ausência de um sistema eficaz de declaração de rendimentos e bens dos funcionários levou a que a Comissão adiasse esta proposta. Na sequência da adoção pelo Parlamento ucraniano de uma lei sobre a declaração eletrónica de bens pessoais pelos funcionários públicos, foi avançada em 20 de abril de 2016 a proposta de instauração de um regime de isenção de vistos entre a UE e a Ucrânia, que deverá ser adotada pelos colegisladores da UE. Em 17 de novembro de 2016, o Conselho chegou a acordo quanto à sua posição de negociação sobre a liberalização dos vistos com a Ucrânia, considerando que a entrada em vigor da liberalização dos vistos em favor da Ucrânia deverá coincidir com o momento da entrada em vigor do novo mecanismo de suspensão. Com base neste mandato, a Presidência pode dar início às negociações com o Parlamento Europeu (no formato de trílogo).

1. Posição do Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu adotou oito resoluções sobre a Ucrânia, a última das quais (sobre os Tártaros da Crimeia) em 12 de maio de 2016. Em 11 de outubro de 2016, o líder dos Tártaros da Crimeia, Mustafa Dzhemilev, foi selecionado como finalista do Prémio Sakharov de 2016.

2. Cooperação interparlamentar

As relações entre o Parlamento Europeu e o Parlamento da Ucrânia (Verkhovna Rada) decorrem no âmbito do Acordo de Associação Ucrânia, na Comissão Parlamentar de Associação UE-Ucrânia (CPA). A primeira reunião da CPA UE-UE-Ucrânia realizou-se em Bruxelas, em 24 e 25 de fevereiro de 2015. Desde então, realizaram-se três outras reuniões em novembro de 2015, abril de 2016 e junho de 2016. A reunião de 21 de junho de 2016 foi uma reunião extraordinária da CPA, organizada em Bruxelas pelo Parlamento e consagrada à questão do estabelecimento de um regime de isenção de vistos para a Ucrânia. A Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos (LIBE) do Parlamento votou a favor da liberalização dos vistos em setembro de 2016. A conclusão dos debates sobre a liberalização dos vistos em favor da Ucrânia depende da vontade do Conselho de aceitar a realização de um trílogo (negociação tripartida entre o Conselho, a Comissão e o Parlamento Europeu) sobre esta matéria.

Em 3 de julho de 2015, o Parlamento Europeu e o Verkhovna Rada assinaram em Kiev um memorando de entendimento sobre um quadro comum de apoio parlamentar e reforço de capacidades. No seguimento de uma «missão de avaliação das necessidades», foi apresentado um relatório com recomendações específicas durante a «semana da Ucrânia» (de 29 de fevereiro a 2 de março de 2016), em Bruxelas.

3. Observação eleitoral

O Parlamento foi convidado a observar as eleições nacionais na Ucrânia. A missão internacional de observação eleitoral realizada em 2014 incluiu um grupo de observadores eleitorais do Parlamento Europeu e delegações do Gabinete para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (ODIHR da OSCE), da

(3)

Assembleia Parlamentar da OSCE, da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) e da Assembleia Parlamentar da NATO.

De acordo com os observadores internacionais, as eleições legislativas de outubro de 2014 foram bem organizadas, transparentes, democráticas e, de modo geral, decorreram em conformidade com as normas internacionais. A votação foi considerada uma consolidação das práticas eleitorais positivas identificadas nas anteriores eleições presidenciais no país. Todavia, persistiram algumas irregularidades, na maioria dos casos (90 %) por parte dos candidatos das circunscrições uninominais nas regiões do Sul.

Em 2 de novembro de 2014, realizaram-se «eleições presidenciais e legislativas» nas regiões orientais do país. A UE não reconheceu essas eleições e considerou-as ilegais e contrárias à letra e ao espírito dos acordos de Minsk. As eleições para a Duma (Rússia) realizaram-se no território da Crimeia em 18 de setembro de 2016, mas não foram objeto de observação pelo ODIHR da OSCE, que observou apenas o decurso das eleições no território da Federação da Rússia.

B. Moldávia

Em 27 de junho de 2014, a UE e a Moldávia assinaram um Acordo de Associação que prevê uma ZCLAA, que tem vigorado, a título provisório, desde setembro de 2014. Em abril de 2014, a Moldávia tornou-se o primeiro parceiro da UE a beneficiar de um regime de isenção de vistos. Mais de 500 000 cidadãos moldavos já viajaram sem visto para o espaço Schengen. A assistência da UE à Moldávia ao abrigo do Instrumento Europeu de Vizinhança (IEV) aumentou também significativamente, passando de 40 milhões de euros em 2007 para 131 milhões de euros em 2014. Na sequência do escândalo da fraude bancária em 2014, a assistência da UE foi temporariamente suspensa. A assistência bilateral do IEV à Moldávia pode variar entre 335 milhões e 410 milhões de euros no período de 2014-2017.

Imediatamente após a ratificação do Acordo de Associação com a UE pela Assembleia Nacional da Moldávia, a Rússia introduziu uma série de medidas específicas contra as importações da Moldávia e retirou as preferências comerciais do país no âmbito do Acordo de Comércio Livre da Comunidade de Estados Independentes.

Na sequência de uma campanha eleitoral relativamente calma, que incidiu principalmente em questões geopolíticas (UE e União Económica da Eurásia), as eleições legislativas da Moldávia, de 30 de novembro de 2014, viram emergir uma coligação maioritária liberal, pró-europeia e pró-reformas, não obstante o Partido Socialista pró-russo ter obtido 21,37 % dos votos. As eleições autárquicas tiveram lugar em 14 de junho de 2015, tendo os partidos pró-europeus obtido uma vitória apertada contra o grupo pró-russo. Os grandes escândalos de corrupção deram origem a manifestações de rua, com a participação de milhares de pessoas, que estão ainda em curso na capital, Quichinau. Desde as eleições já se sucederam quatro governos, o que ilustra bem a instabilidade política do país.

Em 4 de março de 2016, o Tribunal Constitucional da Moldávia reintroduziu a eleição popular do Presidente da República, abolindo assim uma lei de julho de 2000 que introduziu a eleição parlamentar. A eleição presidencial foi adiada para o outono de 2016. A primeira volta das eleições presidenciais realizou-se em 30 de outubro de 2016 e o candidato pró-russo do Partido Socialista, Igor Dodon, e a candidata pró-UE do Partido Liberal Democrata, Maia Sandu, passaram à segunda volta, que teve lugar em 13 de novembro de 2016. Igor Dodon ganhou as eleições.

Um importante desafio para a Moldávia continua a ser a questão relativa à região separatista da Transnístria, que declarou independência unilateralmente. Se bem que as conversações oficiais com vista à resolução do conflito tenham sido retomadas em novembro de 2011, as

(4)

reuniões — designadamente duas em 2014, uma em 2015 e uma última em 2016 — produziram resultados despiciendos até ao momento. Graças a um protocolo bilateral, a ZCLAA foi alargada à Transnístria em 1 de janeiro de 2016.

Além disso, surgiram tensões políticas entre Quichinau e Comrat (capital da Gagaúzia) no outono de 2016, em consequência da interpretação da lei de 1994 sobre o estatuto especial da Gagaúzia e de outros desenvolvimentos políticos (incluindo a emissão de um mandado de detenção relativo a quatro deputados da Gagaúzia). O conflito político foi, entretanto, resolvido graças à mediação da OSCE e dos embaixadores dos EUA e da UE no país.

1. Posição do Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu aprovou a celebração do Acordo de Associação entre a UE e a Moldávia em 13 de novembro de 2014. Previamente, em 2014, o Parlamento tinha aprovado a entrada em vigor do regime de isenção de vistos para o país.

O Parlamento também registou o impasse em que se encontra a questão da Transnístria e destacou, em diversas ocasiões, a importância de encontrar uma solução política.

2. Cooperação interparlamentar

As relações UE-Moldávia foram institucionalizadas em 2014 com a assinatura do Acordo de Associação. A primeira reunião do Conselho de Associação UE-Moldávia realizou-se em 16 de março de 2015, enquanto a segunda reunião da Comissão Parlamentar de Associação UE-Moldávia teve lugar em 18 e 19 de maio de 2016, em Quichinau.

3. Observação eleitoral

O Parlamento foi convidado a observar as últimas eleições legislativas na Moldávia. As eleições legislativas de 30 de novembro de 2014 mereceram uma avaliação relativamente positiva por parte dos observadores internacionais da missão de observação de longo prazo do ODIHR da OSCE. Juntamente com o ODIHR da OSCE, a APCE e a Assembleia Parlamentar da OSCE, uma missão de observação do Parlamento acompanhou as eleições legislativas de 8 de outubro de 2016. As eleições presidenciais foram também observadas pela delegação do PE chefiada por Igor Soltes (Verts/ALE, Eslovénia). A delegação do PE elogiou o trabalho da comissão eleitoral central e congratulou-se com o elevado número de candidatos do sexo feminino, embora condenando a utilização abusiva de recursos administrativos, a falta de transparência do financiamento da campanha e o desequilíbrio a nível da cobertura mediática.

C. Bielorrússia

A UE está empenhada numa política de «relacionamento crítico» com a Bielorrússia. Uma recente aproximação bilateral entre os dois países levou a UE, em 25 de fevereiro de 2016, a abrandar as sanções aplicadas à Bielorrússia — congelamento de bens, proibição de viagem e restrições comerciais e financeiras. Em 25 de fevereiro de 2016, o Conselho decidiu não prolongar as medidas restritivas impostas contra 170 pessoas e três empresas cujas cotações estavam já suspensas. Contudo, prolongou as medidas em vigor por um ano, incluindo o embargo ao armamento, o congelamento de bens e a proibição de viagem contra quatro pessoas cujos nomes se encontravam associados aos desaparecimentos, ainda não resolvidos, de dois políticos da oposição, um homem de negócios e um jornalista.

A UE tem enviado sinais encorajadores adicionais à Bielorrússia: nas recentes conclusões da Cimeira da Parceria Oriental realizada em Riga, em maio de 2015, são registados os progressos realizados no diálogo sobre os acordos de facilitação de vistos e de readmissão, abrindo caminho para o relançamento do diálogo sobre direitos humanos entre a UE e a Bielorrússia. O diálogo, que teve lugar entre 2012 e 2013, consistiu numa troca de pontos de vista entre os

(5)

Estados-Membros e representantes da sociedade civil bielorrussa. A partir de 2014, o diálogo foi substituído por um projeto centrado na aplicação das reformas propostas.

Em 2014, a UE e a Bielorrússia começaram a negociar acordos de facilitação de vistos e de readmissão, tendo, em 2015, sido iniciadas as negociações sobre uma parceria para a mobilidade. A cooperação na área da migração será também desenvolvida nos próximos anos. A Bielorrússia não está a negociar um Acordo de Associação com a UE.

1. Posição do Parlamento Europeu

O Parlamento aprovou uma série de resoluções, criticando a Bielorrússia em razão dos presos políticos, das restrições à liberdade dos meios de comunicação social e à sociedade civil, da não observância dos direitos humanos e das irregularidades nas eleições legislativas. Em setembro de 2013, o Parlamento adotou uma recomendação relativa à estratégia global da UE para a Bielorrússia, apelando à libertação e reabilitação de todos os presos políticos.

2. Cooperação interparlamentar

Tendo em conta o modo como as eleições são realizadas na Bielorrússia, o Parlamento não reconhece a Assembleia Nacional do país e, consequentemente, não mantém relações bilaterais com essa Assembleia. Em vez disso, a Delegação do Parlamento para as relações com a Bielorrússia reúne-se regularmente com membros da oposição bielorrussa e com a sociedade civil, a fim de discutir os desenvolvimentos políticos e económicos no país.

A recente aproximação da UE à Bielorrússia traduziu-se na visita de uma delegação do Parlamento Europeu ao país em junho de 2015.

3. Observação eleitoral

A Bielorrússia não convida o Parlamento Europeu a observar as eleições desde 2001. As últimas eleições legislativas realizaram-se em 11 de setembro de 2016, tendo sido acompanhadas por missões de observação eleitoral do ODHIR da OSCE e da APCE.

2. CÁUCASO MERIDIONAL

O Parlamento Europeu dispõe de uma Delegação para o Cáucaso Meridional, que supervisiona as Comissões Parlamentares de Cooperação para a Arménia e o Azerbaijão e a Comissão Parlamentar de Associação UE-Geórgia e acompanha o trabalho do Representante Especial da UE para o Cáucaso Meridional e a Crise na Geórgia.

A. Geórgia

As eleições legislativas que tiveram lugar na Geórgia em 2012 e as eleições presidenciais de 2013 deram a vitória à nova coligação «Sonho Georgiano» e confirmaram a orientação euro-atlântica do país. Com base no Acordo de Associação, a ZCLAA entrou provisoriamente em vigor em setembro de 2014. A Geórgia tem desenvolvido grandes esforços no sentido de alinhar a sua legislação pelas normas da UE, por exemplo, no que diz respeito à liberalização dos vistos. A Comissão apresentou uma proposta relativa à liberalização dos vistos ao Conselho da UE e ao Parlamento, em 9 de março de 2016.

Todavia, a democracia na Geórgia continua a sofrer da grande polarização da vida política, com tensões persistentes entre a coligação e o Movimento Nacional Unido, fundado pelo antigo Presidente Mikheil Saakashvili, no meio de acusações recorrentes de justiça seletiva e campanhas anticorrupção politicamente motivadas. Neste contexto de tensão, o clima político ir-se-á provavelmente deteriorar até às eleições legislativas de outubro de 2016.

(6)

As relações com a Rússia continuam a ser um desafio, mesmo com a facilitação das relações comerciais. As constantes atividades de definição das fronteiras ao longo dos limites de ambas as regiões separatistas, bem como a ratificação dos dois «tratados» entre a Rússia, a Ossétia do Sul e a Abcásia, estão a inflamar as tensões.

1. Posição do Parlamento Europeu

A UE salientou a importância de encontrar uma solução pacífica para o impasse nas regiões da Ossétia do Sul e da Abcásia, respeitando a integridade territorial da Geórgia. O diálogo estratégico entre a UE e a Geórgia sobre assuntos relacionados com os conflitos, que teve lugar em Bruxelas, em 1 de abril de 2015, é um sinal de confiança nas relações entre as duas partes, apesar da existência de algumas divergências relativamente às conclusões operacionais.

2. Observação eleitoral

A Geórgia acolheu delegações do ODIHR da OSCE, integradas por deputados ao Parlamento Europeu, no âmbito das atividades de acompanhamento das eleições legislativas, presidenciais e autárquicas do país por parte da OSCE. As últimas eleições legislativas e presidenciais da Geórgia foram consideradas, «em grande medida», satisfatórias. O Parlamento Europeu enviou uma missão de observação eleitoral a Tiblíssi no âmbito da operação de observação eleitoral mais ampla do ODIHR da OSCE organizada para as eleições legislativas de 8 de outubro de 2016. Apesar de alguns incidentes identificados por organizações internacionais e nacionais da sociedade civil, a maioria dos observadores relatou que a campanha foi pacífica e que o Governo envidou esforços para que as eleições se realizassem de forma exemplar.

B. Arménia

As relações da Arménia com a UE são ambivalentes.

Por um lado, o Presidente da Arménia declarou, em setembro de 2013, que o país iria aderir à União Económica da Eurásia (UEEA) com a Bielorrússia, o Cazaquistão e a Rússia. A Arménia assinou o Tratado de Adesão à UEEA em 10 de outubro de 2014, pouco antes da entrada em vigor dessa União, em 1 de janeiro de 2015.

Por outro lado, o início das negociações, em dezembro de 2015, relativas a um novo acordo entre a UE e a Arménia marcou um ponto de viragem após a mudança de direção pró-Moscovo, em setembro de 2013. Espera-se que o pragmatismo demonstrado até ao momento por ambas as partes continue e leve à rápida conclusão de um acordo-quadro com base nos valores da UE, mas compatível com as novas obrigações de Erevã relativamente à UEEA.

A situação política, já polarizada, tornou-se ainda mais tensa em 2015, no contexto da reforma constitucional empreendida pelo governo. Apesar de várias melhorias, já há muito esperadas, nos domínios dos direitos humanos e do Estado de direito, saudadas pela Comissão de Veneza do Conselho da Europa, o debate é dominado pela proposta para transitar de um sistema presidencial para um sistema parlamentar. A Arménia tem estado envolvida num «conflito prolongado», com mais de 20 anos, com o Azerbaijão, devido ao estatuto da região de Nagorno-Karabakh, com as tensões a atingir o ponto mais alto desde 1994. As relações com a Turquia são distantes.

1. Posição do Parlamento Europeu

Em dezembro de 2012, foi concluído um protocolo no âmbito da Comissão Parlamentar de Associação UE-Arménia relativo a um acordo-quadro que estabelece princípios gerais que regem a participação das instituições arménias em programas da UE. Em dezembro de 2015, tiveram início as negociações de um novo acordo entre a UE e a Arménia.

(7)

A UE e os EUA concluíram, com base em relatórios independentes, que as alegações de fraude são credíveis e instaram Erevã a levar a cabo uma investigação transparente.

2. Cooperação interparlamentar

Em 17 de março de 2015, o Parlamento Europeu participou na Assembleia Parlamentar Euronest realizada em Erevã; a reunião interparlamentar mais recente, isto é, a 16.ª Comissão Parlamentar de Cooperação PE-Arménia, decorreu em janeiro de 2016, em Estrasburgo.

3. Observação eleitoral

A Arménia acolheu o Parlamento Europeu — no âmbito das missões eleitorais do ODIHR da OSCE — por cinco vezes, inclusivamente durante as eleições presidenciais de 2013. A organização de eleições na Arménia tem sido gradualmente melhorada. Contudo, persistem ainda alguns problemas e ainda não foram implementadas algumas recomendações essenciais feitas pelo ODIHR da OSCE após a sua missão de acompanhamento, em 2013.

C. Azerbaijão

As negociações sobre um Acordo de Associação foram lançadas em 2010 e o Azerbaijão assinou um acordo de facilitação de vistos com a UE em novembro de 2013. Apesar de o Azerbaijão e a UE terem recentemente reforçado a cooperação no setor da energia, a prossecução da cooperação económica entre os dois parceiros dependerá dos progressos registados pelo Azerbaijão na criação de instituições democráticas e da sua adesão à Organização Mundial do Comércio. Nos últimos dois anos, registaram-se divergências sobre o acordo melhorado, a repressão da sociedade civil e críticas por parte da UE. As visitas de altos funcionários da UE a Bacu e a libertação de alguns ativistas azerbaijanos dos direitos humanos criaram, no entanto, uma abertura para o reatamento gradual das relações com o país. O Conselho da União Europeia prevê, atualmente, um mandato para um «acordo global» entre a UE e o Azerbaijão. A Arménia tem estado envolvida num «conflito prolongado», com mais de 20 anos, com o Azerbaijão, devido ao estatuto da região de Nagorno-Karabakh, com as tensões a atingir o ponto mais alto desde 1994.

1. Posição do Parlamento Europeu

Em 10 de setembro de 2015, o Parlamento aprovou uma resolução onde manifestava sérias preocupações com a deterioração contínua da situação dos direitos humanos no país e apelava às autoridades do Azerbaijão para que cessassem imediatamente a repressão da sociedade civil e do trabalho no domínio dos direitos humanos.

Isto levou a que o parlamento azerbaijano (Milli Majlis) aprovasse uma resolução na qual condenava o caráter «parcial» da resolução do Parlamento Europeu de 10 de setembro de 2015, instava o Parlamento a adotar uma posição construtiva sobre o Azerbaijão e enumerava um conjunto de severas medidas de retaliação, nomeadamente a saída do país da Assembleia Parlamentar Euronest. A decisão deveria produzir efeitos um ano após a sua comunicação oficial, ou seja, em 5 de outubro de 2016, mas, na sequência de uma reunião da CPC realizada em Bacu em setembro de 2016, foi revogada, em 30 de setembro, por uma decisão do Milli Majlis. Leyla Yunus, ativista azerbaijana dos direitos humanos, presa juntamente com o marido, Arif, de julho de 2014 a abril de 2016, e libertada após uma intensa pressão e apoio humanitário/ sanitário do Parlamento, foi finalista do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu em 2014.

Na sequência de contactos de alto nível entre a UE e o Azerbaijão no início de 2016, a Comissão Parlamentar de Cooperação realizou a sua primeira reunião desde 2012, de 19 a 21

(8)

recomendações, aprovadas pela Euronest, relativas ao reatamento das relações com base no «respeito mútuo, na igualdade e na compreensão». Isto contribuiu para que Bacu decidisse continuar a participar na Euronest.

2. Observação eleitoral

O Azerbaijão acolheu o Parlamento Europeu no âmbito das missões eleitorais do ODIHR da OSCE. Considera-se que nenhuma das eleições realizadas no país cumpriu os requisitos internacionais, para além de que as recomendações estão ainda por implementar. Devido à ausência de acordo com as autoridades do Azerbaijão, o ODIHR da OSCE não observou as eleições legislativas de 1 de novembro de 2015.

Contudo, o Azerbaijão permitiu o envio de uma missão de observação eleitoral da APCE, que estava muito mais limitada em termos de âmbito e duração. A missão da APCE concluiu que «o aumento significativo da afluência às urnas e a transparência dos procedimentos de votação e de contagem dos votos demonstraram mais um passo em frente por parte da República do Azerbaijão no sentido de eleições livres, justas e democráticas» e, apesar de observar alguns casos de «votação fraudulenta», considerou que o resultado destas eleições expressou a vontade do povo azerbaijano[1].

Em julho de 2016, o Presidente Ilham Aliyev convocou um referendo para setembro de 2016 com o objetivo de alterar a constituição. O referendo, sobre 29 alterações da Constituição da República do Azerbaijão, realizou-se em 26 de setembro de 2016 num contexto eleitoral pacífico e «transparente», segundo a missão de avaliação da APCE. No entanto, muitos observadores consideraram que este referendo se tratou de uma tentativa do Presidente de reforçar o seu poder, nomeadamente, através do aumento da duração do mandato presidencial de cinco para sete anos, da transferência de algumas das competências do primeiro-ministro para o cargo recém-criado de vice-presidente, da atribuição ao presidente da capacidade de dissolver o parlamento e da eliminação da idade mínima de 35 anos para a candidatura à presidência. Embora Bacu não tenha solicitado a opinião de peritos, a Mesa da APCE instou a Comissão de Veneza a emitir um parecer sobre as alterações planeadas. O parecer preliminar, emitido em 20 de setembro de 2016, suscitou diversas preocupações, em particular quanto ao processo que conduziu ao referendo, bem como ao reforço das competências do presidente e ao enfraquecimento do papel do parlamento. A UE publicou uma declaração na qual assinala as lacunas identificadas no processo que conduziu ao referendo e convida Bacu a ter em conta as conclusões da Comissão de Veneza quando aplicar as alterações constitucionais votadas por uma maioria de cidadãos azerbaijanos.

Jérôme Legrand / Wanda Troszczyńska-van Genderen 11/2016

Referências

Documentos relacionados

Obedecendo ao cronograma de aulas semanais do calendário letivo escolar da instituição de ensino, para ambas as turmas selecionadas, houve igualmente quatro horas/aula

A disponibilização de recursos digitais em acesso aberto e a forma como os mesmos são acessados devem constituir motivo de reflexão no âmbito da pertinência e do valor

Avaliação técnico-econômica do processo de obtenção de extrato de cúrcuma utilizando CO 2 supercrítico e estudo da distribuição de temperatura no leito durante a

A perspectiva teórica adotada baseia-se em conceitos como: caracterização câncer de mama e formas de prevenção; representação social da doença; abordagem centrada no

CÓDIGO ÓTIMO: um código moral é ótimo se, e somente se, a sua aceitação e internalização por todos os seres racionalmente aptos maximiza o bem-estar de todos

Sobretudo recentemente, nessas publicações, as sugestões de ativi- dade e a indicação de meios para a condução da aprendizagem dão ênfase às práticas de sala de aula. Os

A Organização se reserva no direito de não fazer a correção dos dados, cadastrais após o participante ter terminado a prova e estar em posse dos resultados. Se por um caso