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Prefeitura Municipal de Itororó publica:

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Prefeitura Municipal de

Itororó publica:

• Processo Administrativo Disciplinar Nº 040/2017 Portaria de

Instauração Nº 0120/2017 - Face da servidora Silvia Janaina Silveira

Gomes por força da constatação da possibilidade da servidora ainda em

estágio probatório estar a receber vantagem financeira a título de

progressão funcional quando a legislação municipal veda expressamente

tal situação.

• Processo Administrativo Disciplinar nº 040/2017 Portaria de

Instauração Nº 120/2017 - Decido pela anulação do ato de concessão da

progressão funcional de servidor em estágio probatório, pois contrário à

legislação, não sendo aplicada ao servidor qualquer penalidade disciplinar

prevista em Estatuto por ausência de má-fé, acatando na integra as

razões constantes do Relatório Conclusivo da Comissão Processante.

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www.itororo.ba.gov.br - CEP: 45.710-000 – Itororó - Bahia

AO SENHOR PREFEITO DO MUNICÍPIO DE ITORORO

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR nº 040/2017 Portaria de Instauração nº 0120/2017

Trata-se de PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR instaurado em face da servidora SILVIA JANAINA SILVEIRA GOMES por força da constatação da possibilidade da servidora ainda em estágio probatório estar a receber vantagem financeira a título de progressão funcional quando a legislação municipal veda expressamente tal situação.

É O RELATÓRIO

Deu-se início ao PAD (Processo Administrativo Disciplinar) através da Portaria nº 120 de 2017; chamada a servidora a apresentar defesa e indicar provas, esta se defendeu em prazo hábil apontando preliminarmente a nulidade da citação e dos instrumentos que deram início ao presente processo e a necessidade de suspensão do feito administrativo vez que judicializado e no mérito, a irredutibilidade constitucional dos vencimentos do servidor público como fato que lhe garantiria o direito à progressão funcional além de defender que a servidora já ingressou na carreira lhe sendo reconhecida a progressão.

Em seu depoimento e na oitiva das testemunhas, todas foram enfáticas em afirmar que a servidora ingressou na carreira já com a progressão.

Apresentou memoriais reiterando os termos da defesa.

Por fim pede pelo ARQUIVAMENTO DOS AUTOS ADMINISTRATIVOS E MANUTENÇÃO DA PROGRESSÃO.

DA PRELIMINAR

Não assenta razão à servidora em seu argumento defensivo pela insubsistência do processo.

Primeiro, no que tange à suposta nulidade apontada, cumpre destacar que o processo administrativo se orienta pelo princípio da informalidade ou do formalismo moderado, ainda que relativizado quando tratar de situação que possa afetar direito individual de seus servidores. Neste diapasão, não existe óbice, mesmo por uma questão de economicidade, à existência de portaria única que nomeie comissão para processar e julgar um mesmo tipo de situação que aparenta se repetir para servidores diversos quando para cada servidor se abre um processo específico onde se individualiza devidamente a conduta ou o ato apurado. Ainda, a citação a comento fora acompanhada de cópia integral da documentação que restava colacionada no processo até aquele momento. É dizer-se ainda que não há prejuízo à defesa quando a notificação recebida da nota detalhada da situação apurada e o servidor, em sua manifestação impugna os fatos narrados.

Quanto ao pedido de suspensão do feito para aguardar decisão final em processo judicial, não há necessidade. Respeitada a independência das esferas e das instâncias de julgamento, considerando ainda que a decisão judicial apontada nos autos NÃO determinou a suspensão do presente feito nem tampouco disse respeito à progressão funcional mas tão somente ordenou à este Município que integrasse a servidora aos seus quadros, este deve continuar até o seu termo final.

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CNPJ 13.752.993/0001-08 Rua Duque de Caxias, 165 - Centro

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Por fim, não merece prosperar o argumento pela irredutibilidade constitucional dos vencimentos do servidor vez que na presente, tratando-se o ato administrativo que concedeu a progressão de ato nulo vez que contrário à lei, é poder-dever da Administração a sua anulação, sendo irrelevante a análise do elemento subjetivo na presente, já que, do ato administrativo nulo porque ilegal não devem se originar direitos. Ainda, a ausência de dolo ou culpa do servidor, ou seja, tendo este percebido a vantagem financeira de boa-fé, lhe garante apenas o direito de não ser cobrado de tais valores a título de ressarcimento ao Erário conforme jurisprudência majoritária, não lhe garantindo a manutenção da progressão ilegal, até porque, não há direito adquirido a regime jurídico.

Neste plano, o princípio da autotutela dos atos administrativos, hoje, amplamente reconhecido no cenário jurídico nacional, permite que, diante de flagrante ilegalidade ou mesmo por questão de conveniência, a Administração Pública possa rever seus próprios atos. Trata-se do poder-dever de a própria Administração exercer o controle de seus atos, no que se denomina autotutela administrativa. No exercício deste poder-dever a Administração, atuando por provocação do particular ou de ofício, reaprecia os atos produzidos em seu âmbito, análise esta que pode incidir sobre a legalidade do ato ou quanto ao seu mérito. Na primeira hipótese - análise do ato quanto à sua legalidade -, a decisão administrativa pode ser no sentido de sua conformidade com a ordem jurídica, caso em que terá o ato, confirmada sua validade; ou pela sua desconformidade, caso em que o ato será anulado. Na segunda hipótese - análise do ato quanto ao seu mérito -, poderá a Administração decidir que o ato permanece conveniente e oportuno com relação ao interesse público, caso em que permanecerá eficaz; ou que o ato não se mostra mais conveniente e oportuno, caso em que será ele revogado pela Administração. Quanto ao poder da administração rever seus próprios atos, inclusive atos praticados em gestões administrativas anteriores, o Supremo Tribunal Federal reconhece como autotutela da administração, nas seguintes súmulas:

Súmula 346: A Administração Pública pode anular seus próprios atos.

Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicia.

Isto posto, o ato da concessão da progressão se deu de maneira absolutamente ilegal, vez que contrário ao disposto no art. 28 da Lei Municipal nº 867/2012 que dispunha que “durante o estágio probatório o servidor nestas condições não terá direito à progressão”, sendo assim, nulo de pleno direito.

Não apenas isso, mesmo que tenha a servidora já iniciado os seus trabalhos percebendo remuneração condizente à remuneração de servidor estável em gozo de progressão funcional, isto não reveste tal ato de legalidade, pelo contrário, apenas evidencia que a progressão fora concedida no ato do provimento, já que como deixaram claro as testemunhas e a documentação acostada aos autos, a servidora já havia concluído curso de pós-graduação quando chamada a trabalhar. Ora, se o edital do concurso previu cargo de professor de nível médio e de professor de nível superior, ao

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menos tal cláusula, por si só, já é nula de pleno direito vez que absolutamente ilegal ao contrariar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/1996), já que esta estabelece o nível superior como o nível mínimo para o provimento aos cargos de professor.

Por fim, resta esclarecer a clara natureza de progressão funcional do aumento salarial por curso de pós-graduação. Mais uma vez repetimos, a norma editalícia NÃO pode se sobrepor à legislação e portanto, as suas diretrizes que eventualmente se choquem à lei são nulas de pleno direito e devem ser lidas como “letra morta”. A Lei Municipal nº 867/2012 é clara em classificar o benefício financeiro percebido por nova titulação como progressão:

Art. 4° - Os cargos de provimentos efetivos do Magistério serão organizados em carreira, na forma e modo regulados no Plano de Carreira e Remuneração dos Servidores do Magistério Público do Município, com observância nos princípios e diretrizes instituídos por esta lei, além dos seguintes:

(...)

II - Progressão baseada na titulação ou habilitação, no desempenho e no tempo de serviço;

Art. 91 - O Plano de Carreira e Remuneração dos Servidores do Magistério Público do Município observará como critério para fixação do vencimento:

I - Titulação ou habilitação específica;

II - Progressão funcional baseada no tempo de serviço;

III - Promoção profissional que valorize o desempenho do servidor; IV - Jornada de trabalho.

Veja que o art. 91 apresenta critérios para a fixação e alteração do vencimento e não adicionais ou gratificações. A referida norma diz respeito a critérios de alteração do salário base e que serve, portanto, de ponto inicial ao reajuste de eventuais adicionais ou gratificações percentuais recebidas pelo servidor. Aliás, para não haver dúvidas, o art. 92 do referido diploma enumera os adicionais a serem percebidos pelos profissionais do magistério municipal e não traz o “adicional de nível”:

Art. 92 - Ao titular do cargo de carreira do Magistério Público Municipal é garantida a percepção das seguintes vantagens:

I - Gratificações:

a) - Pelo exercício de direção ou vice-direção de unidades escolares;

b) - Pelo exercício da função gratificada de Coordenador Técnico-Pedagógico;

c) - Pelo exercício em escola situada na zona rural; d) - Por exercer atividade em escola de difícil acesso;

e) - Pelo exercício de docência em classe de alunos com necessidades educacionais especiais;

f) - Pelo estímulo às atividades de classe;

g) - Pelo estímulo às atividades de suporte técnico-pedagógico à docência;

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i) - Pelo estímulo à atualização, qualificação e ao aperfeiçoamento profissional;

j) - Pela dedicação exclusiva.

II - Adicionais:

a) - Por tempo de serviço; b) - Noturno.

III - Auxílio por deslocamento

Assim, qualquer vantagem pecuniária que tenha sido concedida à servidora por força da sua qualificação profissional que exceda o mínimo requerido por lei para o provimento do cargo, configura progressão funcional, esta vedada por lei enquanto o servidor se encontrar em estágio probatório. Ainda, não pode instrumento editalício, resolução, decreto ou acordo de partes se sobrepor à lei, ainda mais quando se tratar de vantagem pecuniária a servidor público sob pena de se recair não apenas em ilegalidade simples mas também em inconstitucionalidade crassa, ao revés da norma inscrita no art. 37, inciso X da Constituição Federal, que dispõe:

Art. 37. (...)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

CONCLUSÃO

É patente pelas provas colacionadas aos autos que a servidora SILVIA JANAINA SILVEIRA GOMES não possui direito à progressão funcional no cargo ocupado vez que ainda em estágio probatório, no entanto, não resta demonstrado o dolo ou má-fé no recebimento do benefício, não havendo falar-se em aplicação das penas administrativas funcionais previstas em Estatuto.

Bem por estes elementos que está formada a convicção desta Comissão pela decretação da nulidade do ato administrativo da concessão da progressão funcional.

Itororó-BA, 19 de fevereiro de 2018.

FERNANDO SILVA LIMA Presidente

ZAOURI AMARAL CARDOSO Membro

NAIARA ROCHA SILVA SANTOS Membro

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PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR nº 040/2017 Portaria de Instauração nº 120/2017

Em observância ao RELATÓRIO exarado por esta Comissão, tendo em vista a concessão de progressão funcional a servidor em estágio probatório ao revés do art. 28 da Lei Municipal nº 867/2012, bem como não tendo a parte processada, regularmente intimada a se defender e produzir provas, logrado êxito em comprovar o seu suposto direito à progressão DECIDO pela ANULAÇÃO do ato de concessão da progressão funcional de servidor em estágio probatório, pois contrário à legislação, não sendo aplicada ao servidor qualquer penalidade disciplinar prevista em Estatuto por ausência de má-fé, acatando na integra as razões constantes do Relatório Conclusivo da Comissão Processante.

Itororó-BA, 19 de fevereiro de 2018.

ADAUTO DE OLIVEIRA ALMEIDA Prefeito Municipal

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