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Envelhecimento, tristeza e depressão.

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2011/2012

Ana Francisca Santos Costa

Envelhecimento, tristeza e depressão.

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Prof. Do

Trabalho organ

Ana Francisca Santos Costa

Mestrado Integrado em Medicina

Área: Psiquiatria e Saúde Mental

Trabalho efetuado sob a Orientação de: of. Doutora Lia Paula Nogueira Sousa Fernandes

rganizado de acordo com as normas da revista:

Envelhecimento, tristeza e depressão.

Acta Médica Portuguesa

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Envelhecimento, tristeza e depressão

Aging, sadness and depression

Francisca COSTA

Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental, Hospital São João/EPE

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

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Envelhecimento, tristeza e depressão

Resumo

O aumento sem precedentes da população idosa nas sociedades ocidentais despoletou um estudo ativo do mecanismo de envelhecimento, na tentativa de obter uma maior compreensão dos fatores envolvidos neste processo.

A depressão constitui um dos distúrbios psiquiátricos mais comuns nesta população. Mostrando-se frequentemente com uma apresentação e curso atípicos e sendo encarada, pela maioria dos profissionais de saúde, como parte integrante do processo natural de envelhecimento, a depressão no idoso é subdiagnosticada e subtratada.

As consequências da sintomatologia depressiva destes doentes, nomeadamente agravando doenças médicas concomitantes e a capacidade de exercício de atividades da vida diária fazem da depressão no idoso um problema de saúde pública, com elevados custos associados.

Tendo por base as várias dimensões do indivíduo, reconhecem-se fatores biológicos, psicológicos e sociais que podem explicar esta associação entre depressão e envelhecimento e que embora atuem por diferentes mecanismos, o seu impacto individual não pode ser dissociado dos restantes.

Fazendo uma revisão do conceito de envelhecimento e da depressão no idoso, procurou-se com este artigo compreender os diferentes fatores envolvidos no processo de envelhecimento, quer no que respeita aos determinantes de um envelhecimento saudável, quer nas situações patológicas inerentes a este sector etário.

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Com um melhor conhecimento do processo de envelhecimento e dos fatores envolvidos no desenvolvimento da depressão no idoso tornar-se-á possível uma maior atuação ao nível preventivo. Do mesmo modo, poder-se-á investir numa maior sensibilização por parte dos profissionais de saúde para um diagnóstico precoce e uma maior taxa de tratamento da depressão geriátrica.

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Aging, sadness and depression

Abstract

The unprecedented increase in the elderly population in Western societies sparked an active study of the aging mechanism, in an attempt to gain a greater understanding of the factors involved in this process.

Depression is one of the most common psychiatric disorders in this population. Often being seen by health care professionals as a normal part of aging and generally showing an atypical presentation or an atypical course, depression in the elderly is under diagnosed and undertreated.

The consequences of depressive symptoms in these patients, including worsening concomitant medical illnesses and daily life activities make geriatric depression a public health problem with high costs.

Based on the various dimensions of the individual are recognized biological, psychological and social factors that may explain this association between depression and aging and, although they acting by different mechanisms, their individual impact cannot be separated from the rest.

Reviewing the concept of aging and depression in the elderly, this article want to understand the different factors involved in the aging process, as the determinants on healthy aging or as in pathologic situations inherent in this age.

A better understanding of the aging process and the factors involved in the development of depression in the elderly will make possible a higher level of

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prevention. Similarly, will allow invest in a greater awareness by health care professionals for early diagnosis and a higher rate of treatment of geriatric depression.

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ÍNDICE

Introdução………1

Métodos……….2

Resultados Envelhecer com sucesso………...2

A depressão no idoso………4

Fatores de risco para a depressão no idoso………...5

Discussão/Conclusão………..12

Referências bibliográficas……….15

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Introdução

Tem-se assistido a um interesse crescente no estudo e compreensão dos mecanismos inerentes ao processo de Envelhecimento, graças ao aumento crescente e sem precedentes da população idosa nas sociedades ocidentais, particularmente em Portugal, onde a população com 65 ou mais anos atinge os 16,4%. Projeções recentes estimam que, em 2060, 32% da população portuguesa terá mais de 65 anos.1

Sabe-se que a população idosa está mais suscetível a experienciar vários problemas de saúde mental, nomeadamente distúrbios psiquiátricos. Embora a

depressão major afete unicamente 1-2% da população com mais de 65 anos, os

sintomas depressivos existem clinicamente em 8-20%.2 Quando olhamos para a

população deste grupo etário hospitalizada ou institucionalizada verificam-se números que podem ultrapassar os 40%.3

As consequências da sintomatologia depressiva, nomeadamente agravando doenças médicas concomitantes e a capacidade de exercício de atividades da vida diária fazem da depressão no idoso um problema de saúde pública, com elevados custos associados.4

Apesar da elevada prevalência, a depressão no idoso continua a ser pouco diagnosticada e incorretamente tratada. Assim, torna-se importante um estudo dos diferentes fatores envolvidos neste processo, quer no que respeita aos determinantes de um envelhecimento saudável, quer nas situações patológicas inerentes a este sector etário, de modo a ser possível atuar sobretudo a nível preventivo. Do mesmo modo, deve investir-se numa maior sensibilização por parte dos profissionais de saúde para um diagnóstico precoce e uma maior taxa de tratamento.4

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Com o presente trabalho pretende-se fazer uma revisão da bibliografia existente sobre o processo de envelhecimento e o desenvolvimento de depressão no idoso, tendo por base os artigos publicados na PubMed sobre o tema nos últimos cinco anos.

Métodos

Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica de artigos publicados nos últimos cinco anos, utilizando a base de dados MEDLINE, através do motor de busca

PubMed. As palavras-chave usadas foram depression e aging, ambas termos MeSH. Foram incluídos 24 artigos, publicados em língua inglesa na PubMed entre janeiro de 2007 e outubro de 2011.

Resultados

Envelhecer com sucesso

Há muito que se preconizam esforços para compreender como promover a longevidade com sucesso. Com o aumento da esperança média de vida e o subsequente aumento da população geriátrica nas sociedades atuais tornou-se indispensável a procura de um maior conhecimento dos processos envolvidos no envelhecimento, com vista a novas abordagens que promovam a prevenção da doença psiquiátrica e a promoção da saúde mental.5

O conceito de envelhecimento tem sofrido várias transformações ao longo do tempo. Existem aqueles que consideram a terceira idade um produto do desenvolvimento inicial, enquanto outros a assumem como um período de crescimento contínuo e de novos conflitos que têm que ser negociados.5

Nas décadas de 70 e 80 começaram a surgir os primeiros modelos do envelhecimento com sucesso. Rowe e Kahn (1987) admitiram que o envelhecimento

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com sucesso envolvia três componentes: a) liberdade de doença e incapacidade, b) elevado funcionamento cognitivo e físico e c) envolvimento social e em atividades produtivas. Baltes (1997) descreveu-o com base em trajetórias de desenvolvimento ao longo da vida, focando-se na adaptação comportamental e psicológica às perdas. Outros estudos epidemiológicos têm sido realizados com base na frequência e nos fatores preditivos deste envelhecimento, mas não há ainda acordo na definição e nos fatores que determinam o envelhecimento com sucesso.5

Dada a dificuldade em definir e atribuir critérios específicos a este conceito de envelhecimento com sucesso, torna-se impossível estimar a sua frequência. Com base em vários estudos de revisão, acredita-se que permanece nos 35%. No entanto, em alguns estudos com base na opinião subjetiva do idoso obtêm-se taxas mais elevadas.5

Vários mecanismos são já aceites como relacionados positivamente com este processo, tais como: o envolvimento social, os estados psicológicos positivos (como otimismo, bom humor, atitude positiva) e a sabedoria. Investiga-se atualmente o papel da genética neste processo, com vários genes identificados: APOE, GSTT1, IL6, IL10, PON1 e SIRT3. Outro mecanismo largamente estudado é o papel da inflamação e do stresse oxidativo.5

Todos estes determinantes são afetados negativamente pelas alterações do humor, particularmente pela sintomatologia depressiva. A depressão está associada a diminuição da realização de exercício físico, má nutrição, isolamento social, menor envolvimento em atividades produtivas e pensamentos negativos em relação ao futuro e a si mesmo. Estas relações são bidirecionais, ou seja, um idoso deprimido vai isolar-se e o isolamento social vai agravar a depressão. Verifica-se que as intervenções feitas ao nível dos comportamentos que visam melhorar o estilo de vida e o envolvimento social,

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acabam por ter um efeito antidepressivo no idoso. Deste modo, torna-se importante alargar os tratamentos psiquiátricos de modo a incluir as intervenções no estilo de vida.5

A depressão no idoso

A depressão é das perturbações mentais mais comuns no idoso. Nos países industrializados, estes números variam entre os 11.2% e os 13.3% nos idosos integrados em comunidade, atingindo-se os 40% naqueles hospitalizados ou institucionalizados.3, 6

A apresentação inicial e o curso da depressão apresentam-se muitas vezes de forma atípica. Geralmente o humor depressivo constitui o primeiro sintoma. Seguem-se os pensamentos pessimistas, a diminuição da verbalização e por fim surgem os sintomas somáticos. Curiosamente durante a recuperação, estes sintomas desaparecem em ordem contrária. Da mesma forma, os sintomas são frequentemente mascarados nos idosos e podem sugerir primariamente um défice cognitivo ou serem a apresentação inicial de uma doença crónica. O desenvolvimento de alucinações e de outras características psicóticas é igualmente frequente neste grupo etário.7

Por vezes torna-se difícil o diagnóstico diferencial com a demência, uma vez que em alguns pacientes a depressão é a sua manifestação inicial.7

A depressão na população geriátrica é muitas vezes erroneamente aceite como parte integrante do processo de envelhecimento, tornando a depressão nesta população subdiagnosticada e subtratada.4

A depressão geriátrica apresenta um prognóstico pobre, sendo mesmo pior do que aquele associado às doenças crónicas.3 Está associada a um maior risco de morte e a

tendências suicidas. Este grupo apresenta mesmo as taxas de suicídio mais elevadas de todos os grupos etários.4

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As projeções para 2020 apontam a depressão como a segunda maior causa de doença no Mundo, contabilizada em termos de anos com qualidade de vida.4 Desta

forma, o expectável aumento das taxas de utilização dos serviços de saúde e os extraordinários gastos associados tornam essencial o investimento futuro em melhores formas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Fatores de risco para a depressão no idoso

Os fatores que se associam ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva no idoso podem ser subdivididos em 3 dimensões: biológica, psicológica e social.8

1. Biológicos

Com o envelhecimento, observa-se uma diminuição dos níveis cognitivos, estimando-se que atinja 20% da população com idade igual ou superior a 65 anos e 45% com 90 anos ou mais. Existe evidência que a taxa de sobrevida diminui à medida que a cognição é afetada.9 Sabe-se que o défice cognitivo está associado com a depressão e

pode ser um fator de risco para esta, mas a associação e o risco só podem ser demonstrados em estádios avançados, como na demência.3

As doenças crónicas são comuns nos idosos. Algumas doenças, como por exemplo a doença cardíaca, a diabetes mellitus e a artrite, apresentam mecanismos biológicos que podem causar diretamente depressão. Este papel deve-se ao enorme impacto que provocam na capacidade funcional e no aparecimento de dor, afetando invariavelmente a autonomia nas atividades de vida diária.6

Outra questão importante relacionada é a necessidade de polimedicação. As benzodiazepinas são uma classe de fármacos muito prescrita nesta população, estimando-se que a prevalência de uso atinja os 25 a 32%. Nestas idades os fármacos

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são metabolizados menos eficazmente, levando a alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Assim, nos idosos, as benzodiazepinas podem ter um efeito sedativo mais potente, bem como efeitos laterais mais graves, resultando em alterações psicomotoras e diminuição da memória. Demonstrou-se igualmente que o seu uso nesta faixa etária está associado a sintomatologia depressiva, através da diminuição da produção e libertação de serotonina, noradrenalina e dopamina. Torna-se deste modo, indispensável que os clínicos monitorizem a sintomatologia depressiva nestes idosos. 10

Atualmente sabe-se ainda que a depressão no idoso está associada a fatores vasculares. Há muitos anos que se estuda a relação entre a doença cerebrovascular e a depressão, tendo surgido o conceito de “depressão vascular”. Este conceito baseia-se na conceção de que as alterações vasculares decorrentes do envelhecimento podem levar à interrupção dos circuitos neuronais normais, essenciais à manutenção do humor.11 São

encontradas especificamente na depressão geriátrica, lesões isquémicas periventriculares e entre o estriado e o lobo frontal.7

As limitações físicas são outro dos fatores determinantes da vivência do idoso. A incapacidade funcional define-se como uma diminuição ou limitação para realizar tarefas básicas que são essenciais para uma vida independente em comunidade. Existem evidências de que está associada com o aumento de sintomas depressivos no idoso.12

Por outro lado, a realização de atividade física está inversamente associada ao desenvolvimento de problemas mentais no idoso, nomeadamente a fadiga, a solidão e a depressão. Um estudo com seguimento de dois anos demonstrou que uma caminhada diária está associada a menor prevalência de sintomas depressivos.13

Um possível mediador deste efeito depressivo é a perda do suporte social. A limitação funcional pode levar a restrições na mobilidade e criar dificuldades na

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manutenção da independência, impedindo o envolvimento em relações sociais e o desempenho dos habituais papéis sociais. O suporte social pode ser visto de uma forma objetiva, levando em conta o tamanho da rede social, a quantidade de contacto e interação e o suporte recebido, e de uma forma mais subjetiva, baseando-se na satisfação com a quantidade e qualidade do suporte. Sabe-se que o suporte subjetivo constitui a dimensão mais potente do suporte social, sendo deste modo a que está mais relacionada com a sintomatologia depressiva. Outro mediador desta associação é a diminuição da sensação de controlo e da autoestima. Como resultado das dificuldades físicas, os idosos experienciam habitualmente uma diminuição do controlo das situações da sua vida, levando naturalmente a uma perda da autoestima.12 Assim, as intervenções

médicas podem ser mais efetivas se tiverem também como alvo a prevenção destes mecanismos mediadores.

Outra questão estudada foi a da associação entre incapacidade funcional e sintomatologia depressiva, face ao efeito de género. Os estudos mostraram que no homem a incapacidade grave está associada a sintomatologia moderada ou grave, enquanto que nas mulheres esta incapacidade leva a sintomatologia depressiva grave.14

Reconhece-se também o papel da saúde subjetiva, ou seja da saúde como é percecionada pelo indivíduo, nesta população. Parece ser um fator importante na saúde física, com impacto no bom funcionamento e na mortalidade. Mostrou-se que idosos otimistas apresentavam melhores índices de saúde física e mental, aderiam melhor ao exercício físico e apresentavam melhor sobrevida do que aqueles realistas. Contrariamente, os pessimistas apresentavam pior saúde mental e tinham mais hospitalizações.15

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2. Psicológicos

O tipo de personalidade pode associar-se ao desenvolvimento da depressão geriátrica. O modelo de dimensão da personalidade mais usado é o “Big Five model”. Neste são incluídas cinco dimensões da personalidade: Neuroticismo, Extroversão,

Abertura para novas experiências, Amabilidade e Conscienciosidade. O neuroticismo

reflete a tendência para vivenciar experiências negativas, denotando instabilidade emocional. A extroversão associa-se à procura intensa de interações interpessoais e de emoções positivas. A abertura para novas experiências manifesta valorização da experiência para o seu próprio bem. A amabilidade reporta-se á orientação das atitudes levando em consideração os outros. A conscienciosidade revela-se como a organização, motivação e persistência em atingir objetivos.16

Embora com o avançar da idade se espere uma menor influência da personalidade, é interessante reconhecer o papel de cada uma das dimensões. O risco de recorrência de depressão só se mostrou aumentado na personalidade de tipo neurótico, possivelmente pela grande sensibilidade aos estímulos negativos, experienciando comummente medo, ansiedade, tristeza, depressão, culpa e insatisfação pessoal.16

Os mecanismos de coping utilizados podem ser focados no problema ou focados na emoção. O coping focado no problema é aquele que procura informação, formas e planos para resolver os problemas. O coping focado na emoção é aquele que evita as situações causadoras de stresse.17

Com o avançar da idade existe a tendência de utilizar o mecanismo de coping focado na emoção. No entanto, o seu uso excessivo é fator de risco para depressão. A autossuficiência é relativamente imune à idade, levando o idoso a socorrer-se também

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dos mecanismos de coping focados no problema. Verifica-se que o suporte social altera os mecanismos de coping.17

O bem-estar no idoso é caracterizado pelo sentimento de sentir-se útil, esperançado e com um propósito de viver. Existem vários fatores que podem afetar este bem-estar: a idade, o estado civil, fatores socioeconómicos, saúde, depressão, religião e o controlo.18

Existem algumas diferenças entre géneros. As mulheres mostram maior impacto da idade, religião e voluntariado. Os homens referem o estado civil. Em ambos, é importante a depressão e a saúde subjetiva.18

3. Sociais

A solidão é definida como um estado emocional experienciado subjetivamente, relacionado com a perceção de ver insatisfeitas as necessidades íntimas e sociais de cada um.19

Segundo Weiss (1973) existem dois tipos de solidão, a social e a emocional. A solidão social é a que surge na falta de integração social, como nos casos de isolamento social. A solidão emocional desenvolve-se na ausência de uma figura segura, como um parceiro. Contrariamente à solidão social que é facilmente resolvida com a aquisição de novos contactos, a solidão emocional é muito difícil de compensar.19 Apesar de

existirem indivíduos mais vulneráveis que outros, depreende-se que estes dois tipos de solidão sejam bastante prevalentes na população geriátrica. De facto, a perda de amigos e familiares faz parte do processo de envelhecimento e é notória a dificuldade em encontrar compensação pela grande dificuldade em obter novos contactos.19

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Num estudo levado a cabo no Reino Unido, verificou-se que a prevalência de solidão na população idosa variava entre os 5 e os 16%. Embora pareça existir uma prevalência maior no sexo feminino, desconhece-se se esta diferença advém da maior dificuldade por parte dos indivíduos do sexo masculino em admitir que se sentem sós. Parece existir uma associação positiva entre o casamento e a solidão, mostrando-se o casamento protetor contra esta perturbação. O luto apresenta-se como um fator de risco major para o desenvolvimento da solidão.19

Sabe-se que existe associação entre a solidão e a depressão, reconhecendo-se a atuação sinérgica destas na diminuição do bem-estar do idoso. Reconhece-se também o efeito da solidão no estado físico, estando associada a hipertensão arterial, distúrbios do sono e respostas anormais ao stresse. Do mesmo modo, a solidão associa-se a um grau maior de diminuição cognitiva.19

Sabe-se que o envolvimento religioso pode aumentar a integração social, sendo percebido muitas vezes como um suporte emocional. Admitem-se mesmo taxas de suicídio mais baixas para idosos envolvidos em atividades religiosas.20

É conhecido que nos homens o envolvimento religioso está associado negativamente com sintomas depressivos e positivamente com o otimismo e a autoestima. Nas mulheres este envolvimento está associado a níveis menores de ansiedade. No entanto, chegou-se à conclusão que os benefícios de um envolvimento religioso são superiores no sexo masculino. Estes resultados provavelmente surgem pelo facto de as mulheres apresentarem uma rede de relações sociais mais ampla, não dependendo exclusivamente do envolvimento religioso. Por outro lado, muitas vezes o envolvimento na vida religiosa pelos homens surge como uma compensação do término da carreira, permitindo manter um papel na vida social.20

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Os amigos e a família constituem as duas fontes mais importantes de suporte social para os idosos.21 Os idosos viúvos tornam-se mais dependentes da família,

principalmente dos filhos, do que quando estavam casados. Quanto maior a união familiar, menor vai ser a prevalência de depressão.21 Da mesma forma, constatou-se que

as mulheres procuram mais frequentemente os amigos para obterem suporte emocional em situações de stresse.22 As relações de amizade desempenham uma ação moderadora

entre o estado civil e os sintomas depressivos. Idosos casados que recebem pouco suporte por parte dos amigos vão desenvolver maior sintomatologia depressiva. Mesmo com bom suporte emocional por parte das relações de amizade, os viúvos apresentam maior prevalência de depressão. Assim, conclui-se que mesmo uma extensa rede de amigos não compensa a falta do parceiro.21

A diminuição do suporte emocional pelo parceiro está associada principalmente nas mulheres, a aumento da sintomatologia depressiva. Mas o suporte elevado pelo parceiro está associado a diminuição da sintomatologia em ambos os géneros.22

Embora os estudos se apresentem contraditórios, mostrou-se que existe menor depressão em meio rural, embora quando ajustado para outros fatores esta diferença seja diminuta. 23

Os estudos mostram ainda que há uma associação positiva entre a exposição precoce ao stresse e o desenvolvimento de depressão no idoso. Os principais fatores de stresse são: o luto, os problemas familiares e o stresse conjugal.24

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DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

O processo de envelhecimento adquiriu um interesse crescente com o aumento da população idosa nas sociedades atuais. Apesar dos vários estudos existentes, não existe ainda acordo relativamente á definição e aos fatores que determinam o envelhecer com sucesso. A prevalência média de envelhecimento com sucesso atinge os 35%, embora estudos com base na opinião subjetiva dos idosos exibam prevalências superiores.5

A depressão no idoso é um problema de saúde pública, quer pela elevada prevalência desta perturbação psiquiátrica nesta população, quer pela apresentação e curso atípicos, impedindo um diagnóstico e um tratamento efetivo.7 Assim, assiste-se a

uma tendência para a desvalorização da depressão geriátrica como fazendo parte do processo natural de envelhecimento, pelos profissionais de saúde.4

Associadamente ao reconhecimento dos elevados gastos (em recursos e serviços de saúde) envolvidos neste problema, surgiu a necessidade do aprofundamento do estudo dos fatores implicados no desenvolvimento da depressão na terceira idade, tendente à melhoria da prevenção, diagnóstico e tratamento.4

Tendo por base as várias dimensões do indivíduo, reconhecem-se fatores biológicos, psicológicos e sociais que podem explicar esta associação entre depressão e envelhecimento e que embora atuem por diferentes mecanismos, o seu impacto individual não pode ser dissociado dos restantes.8

Em termos biológicos, a diminuição da cognição normalmente inerente ao envelhecimento apresenta um impacto importante na sobrevida dos idosos, e ocorre geralmente em conjunto com a sintomatologia depressiva. A presença de demência

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constitui a associação mais forte com o desenvolvimento da depressão.6, 9 Da mesma

forma, o elevado número de doenças crónicas habitualmente presentes na última etapa da vida do indivíduo induzem um impacto significativo na capacidade funcional, bem como no bem-estar da vida diária, provocando uma diminuição da qualidade de vida e levando consequentemente ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva.6 A

limitação funcional é outro dos fatores com impacto no processo de envelhecimento e que mostrou ter relação com o desenvolvimento da depressão. Os possíveis mediadores para esta associação são a diminuição do suporte social bem como a diminuição da sensação de controlo e da autoestima do idoso.12 O uso excessivo de psicofármacos,

com destaque para as benzodiazepinas nesta faixa etária é outro dos problemas existentes, estando provada a sua associação ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva, o que alerta para a necessidade de uma maior monitorização por parte dos profissionais de saúde.10 Está também aceite atualmente o papel dos fatores vasculares,

principalmente da doença cerebrovascular, no aparecimento de depressão.11 Por fim, a

saúde percecionada pelo próprio idoso também se relaciona positivamente com a depressão, verificando-se que idosos pessimistas apresentam maior sintomatologia depressiva e tendem mesmo a apresentar menores taxas de sobrevida.15

Um dos fatores psicológicos estudados foi o tipo de personalidade. Embora se espere uma diminuição do impacto da personalidade com o avançar da idade, chegou-se à conclusão que apenas a personalidade do tipo neurótico está associada a recorrência da sintomatologia depressiva no idoso.16 Relativamente aos mecanismos de coping

sabe-se que com o envelhecimento se tende a usar o mecanismo focado na emoção, o que por si só aumenta o risco de depressão.17 O bem-estar do idoso mostrou ser um

ponto fulcral do processo de envelhecimento, sendo prejudicado por vários fatores. Algumas diferenças de género foram encontradas, mostrando-se as mulheres mais

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atingidas pela idade, religião e voluntariado, e os homens pelo estado civil. Para ambos os géneros, a depressão e a saúde subjetiva apresentaram impacto no bem-estar.18

Relativamente aos fatores sociais, a solidão apresenta-se como um dos determinantes mais fortes do desenvolvimento de depressão no idoso.19 Com o avançar

da idade é natural que existam vários processos de luto, com perdas de familiares ou de amigos. A rede social tende a diminuir e os laços vão-se tornando mais frágeis. O papel do parceiro no suporte emocional adquire um enorme valor, verificando-se uma maior prevalência de depressão em idosos viúvos, solteiros ou divorciados.21 A solidão

também apresenta impacto na saúde física e associa-se a um maior grau de diminuição da cognição. Por este facto, o envolvimento religioso surge nos idosos como um mecanismo de suporte emocional, sendo superior nos homens.20 Um estudo demonstrou

menor risco de desenvolver depressão em meio rural, mas com diferenças mínimas.23

Por fim, a exposição precoce a situações de stresse estão associadas ao desenvolvimento de depressão no idoso, principalmente situações de luto, problemas familiares e de stresse conjugal.10

Esta monografia pretende mostrar alguns dos avanços que já foram dados no estudo do processo de envelhecimento e de alguns dos fatores que têm impacto no idoso, podendo levar ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. Mais estudos serão necessários para uma melhor compreensão e aprofundamento dos mecanismos envolvidos no envelhecimento, permitindo uma melhor atuação da medicina na depressão geriátrica.

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1 www.actamedicaportuguesa.com

Edição

Acta Med Port 2011

Normas de publicação acta médica

portuguesa

25 de Outubro de 2011

Os artigos propostos não podem ter sido objecto de qualquer outro tipo de publicação. As opiniões expressas são da inteira res-ponsabilidade dos autores. Os artigos publicados ficarão propriedade conjunta da AMP e dos autores.

A AMP reserva-se o direito de comercialização do artigo enquanto parte integrante da revista (na elaboração de separatas, por exemplo). O autor deverá enviar com a carta de submissão a declaração de cedência de direitos de autor para fins comerciais. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative commons ‘Atribuição – Uso Não--Comercial – Proibição de Realização de Obras Derivadas (by-nc-nd)’.

A Acta Médica Portuguesa segue um rigoroso processo de revisão por pares (externos à revista). Os manuscritos recebidos serão enviados a peritos das diversas áreas, os quais deverão fazer os seus comentários, incluindo a sugestão de aceitação, aceitação condicionada a modificações ou rejeição.

Estipula-se para esse processo o seguinte plano temporal:

• Após a recepção do artigo, o Editor-Chefe, ou um dos Editores Associados, enviará o manuscrito a, no mínimo, dois revisores.

• No prazo de um mês, o revisor deverá responder ao editor indicando os seus comentários relativos ao manuscrito sujeito a revisão, e a sua sugestão de quanto à aceitação ou rejeição do trabalho.

• O Conselho Editorial tomará, num prazo de 15 dias, uma primeira decisão que poderá incluir a aceitação do artigo sem modificações, o envio dos comentários do(s) revisor(es) para que os Autores procedam de acordo com o indicado, ou a rejeição do artigo.

• Os Autores dispõem de um mês para submeter a nova versão revista do manuscrito, contemplando as modificações recomendadas pelos peritos e pelo Conselho Editorial.

• O Editor-Chefe ou um dos Editores Associados, dispõe de 15 dias para tomar a decisão de rejeitar o artigo na sua nova versão, aceitar o artigo na nova versão, ou submeter essa nova versão a um ou mais revisores externos, que poderão, ou não, coincidir com os que já fizeram a primeira revisão.

• Caso o manuscrito seja reenviado para revisão externa, os peritos dispõem de um mês para o envio dos seus comentários e da sua sugestão quanto à aceitação ou recusa para publicação do manuscrito.

Atendendo às sugestões dos revisores, o Editor Chefe poderá aceitar o artigo nesta nova versão, rejeitá-lo ou voltar a solicitar modificações. Neste último caso, os Autores dispõem de um mês para submeter uma versão revista, a qual poderá, caso o Editor Chefe assim o determine, voltar a passar por um processo de revisão por peritos externos.

No caso da aceitação, em qualquer das fases anteriores, a mesma será comunicada ao Autor principal. Num prazo inferior a um mês, o Conselho Editorial enviará o artigo para revisão dos Autores já com a formatação final, mas sem a numeração definitiva. Os Autores dispõem de 5 dias para a revisão do texto e comunicação de quaisquer erros tipográficos. Nesta fase, os Autores não podem fazer qualquer modificação de fundo ao artigo, fora das correcções de erros. Não são permitidas, nomeadamente, alterações a dados de tabelas ou gráficos, alterações de texto, etc.

Após a resposta dos Autores, ou na ausência de resposta, após o decurso dos 5 dias, o artigo considera-se concluído, e será dis-ponibilizado como [ahead of print] no site da Acta Médica Portuguesa.

Quando recepcionarem a comunicação de aceitação, têm os autores que remeter de imediato, por correio o formulário de cedência de direitos que se encontra no site da AMP, devidamente preenchido e assinado por todos os autores.

Na fase de revisão de provas tipográficas, alterações de fundo aos artigos não serão aceites e poderão implicar a sua rejeição posterior por decisão do Editor.

1. iNtrodução

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www.actamedicaportuguesa.com

Normas de publicação Acta Médica Portuguesa , Acta Med Port. 2011

A submissão de qualquer tipo de artigos à AMP deve ser feita exclusivamente por correio electrónico, seguindo com atenção as normas indicadas de seguida.

Deverão ser enviados num único correio electrónico apenas os seguintes ficheiros, utilizando estas designações no nome do ficheiro: • Submissao

• Texto_principal

• Figura (tantos ficheiros quantas as figuras)

No e-mail deverão os autores indicar caso não desejem ser incluídos na base de dados de revisores da AMP para futuros contactos.

Normas gerais a) submissão

O ficheiro «Submissao» tem que ser remetido através do preenchimento do formulário que se encontra disponível no site e que inclui o seguinte conteúdo:

- Folha de título - lista de autores - check list - Folha de título

A Folha de Título deve indicar o tipo de artigo e a razão da submissão (a mais-valia resultante da respectiva publicação). O envio da folha de título implica a Declaração de Responsabilidade que certifica que o artigo não foi submetido a outra entidade e que todos os autores contribuíram de forma significativa para a sua elaboração. A Folha de Título confirma de forma inequívoca que todos os autores têm conhecimento da presente submissão e com ela concordam.

A Folha de Título contém o título do artigo, o tipo de artigo (ver os tipos de artigo permitidos pela AMP e respectivas normas), identificação do autor que ficará responsável pelo contacto com a revista e prestação de informações aos co-autores; deverá igualmente indicar e referir o número de palavras do artigo, o número de palavras do resumo, o número de referências, de tabelas e de figuras. Estas informações, incluindo a autoria, não podem ser referidas em mais nenhum local do artigo.

Título: o título do artigo (independentemente da sua tipologia) deve ser conciso e não deverá exceder os 120 caracteres. Não se aconselha a utilização de subtítulos. Deverá ser claramente identificativo do conteúdo do texto e não deverão utilizar-se títulos alegóricos ou metafóricos.

Agradecimentos: os agradecimentos deverão ser colocados apenas na folha de título. Caso a pesquisa tenha usufruído de pa-trocínios externos, este facto deverá ser referido nos agradecimentos. Caso tenha sido recebido financiamento público, deverá indicar-se a referência completa do projecto financiado.

Conflito de interesses: os autores deverão comunicar na folha de título a existência ou inexistência de laços financeiros/conflitos de interesse com a instituição que patrocinou a pesquisa. Caso não existam quaisquer conflitos, deverão incluir a seguinte afir-mação: Os autores declaram a inexistência de conflitos de interesse.

-lista de autores

Inclui o nome e filiação profissional de todos os autores. A normalização dos nomes é essencial para a indexação nas bases de dados, especialmente nas estrangeiras.

Os autores deverão identificar-se sempre: com um nome (apenas um e apresentado em minúsculas), um segundo nome (opcional, mas apenas um e que deverá igualmente ser apresentado em minúsculas) e um apelido (que deverá ser escrito em maiúsculas). Exemplo: João A. COSTA ou João António COSTA

Se o autor quiser utilizar dois apelidos (não se aceitarão mais do que dois apelidos), deverá colocar os dois em maiúsculas. Exemplo: João A. COSTA SILVA ou João António COSTA SILVA

O uso de partículas no apelido (de, da, e) não é aconselhado. No entanto, se algum autor desejar utilizá-las, deverá considerá-las como parte do apelido e escrevê-las em maiúsculas.

Exemplo 1: João A. COSTA DA SILVA Exemplo 2: João DA COSTA

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3 www.actamedicaportuguesa.com

Normas de publicação Acta Médica Portuguesa , Acta Med Port. 2011

- check list

Deve preencher sempre a check list e submeter o artigo apenas quando cumpra todos os requisitos constantes da mesma.

b) texto principal

Num ficheiro, chamado ‘texto_principal’, que começa com o título do artigo (o mesmo título em português e em inglês), deverá ser enviado o resumo em português (máximo: 350 palavras), e a sua versão em inglês (tem que corresponder a uma tradução fidedigna do resumo em português), e o texto do artigo, sem figuras (que são enviadas à parte) mas incluindo, no final, as tabelas. A AMP não usa palavras-chave.

Referências bibliográficas: de acordo com as Normas para uniformização dos Manuscritos submetidos a Revistas Biomédicas

do ICMJE, e seguindo o estilo da U.S. National Library of Medicine. As referências deverão numerar-se pela ordem de apare-cimento no texto, e devem ser colocadas no fim do ficheiro texto_principal pela mesma ordem da numeração. Não deverão ser incluídos na lista de referências quaisquer artigos ainda em preparação ou observações não publicadas, comunicações pessoais, etc., tais inclusões só são permitidas no corpo do artigo (ex: P. Andrade, comunicação pessoal).

Legendas das figuras: Após as referências bibliográficas, ainda no ficheiro «texto_principal», envie uma legenda detalhada

(sem abreviaturas) para cada figura, referencie a figura no texto e indique a sua localização aproximada no corpo do texto com o comentário “Inserir Figura nº 1… aqui”.

Tabelas: É obrigatório o envio das tabelas a preto e branco no final do ficheiro «Texto_principal». As tabelas devem ser elaboradas

e submetidas em documento word, em formato de tabela simples (simple grid), sem utilização de tabuladores, nem modificações tipográficas. Todas as tabelas devem ser mencionadas no texto do artigo e devem ser numeradas pela ordem que surgem no texto. Indique a sua localização aproximada no corpo do texto com o comentário “Inserir Tabela nº 1… aqui”. Neste caso os autores autorizam uma reorganização das tabelas caso seja necessário.

Abreviaturas: não é permitido o uso de abreviaturas idealizadas pelos autores, limitando-se o seu uso às abreviaturas

comum-mente aceites na literatura biomédica (SIDA, OMS, etc..) As abreviaturas utilizadas devem ser objecto de especificação anterior.

Símbolos e unidades de medida: deverão utilizar-se as unidades incluídas no Sistema Internacional de Unidades (S.I.Units, the

SI for Health Professions, WHO, 1977). Os números de um a dez devem ser escritos por extenso, excepto quando têm decimais ou se usam para unidades de medida. Números superiores a dez são escritas em algarismo, salvo no início de uma frase.

c) Figuras

Os ficheiros «figura» podem ser tantos quantas imagens tiver o artigo. Cada um destes elementos deverá ser submetido em ficheiro separado, obrigatoriamente em versão electrónica, pronto para publicação. As figuras (fotografias, desenhos e gráficos) não são aceites em ficheiros word.

As legendas têm que ser colocadas no ficheiro «texto_principal».

Caso a figura esteja sujeita a direitos de autor, é responsabilidade dos autores do artigo adquirir esses direitos antes do envio do ficheiro à AMP.

Só são aceites imagens de doentes quando necessárias para a compreensão do artigo. Se for usada uma figura em que o doente seja identificável deve ser obtida e remetida à AMP a devida autorização.

Fotografias

Devem ter uma das seguintes extensões: tiff, jpeg, psd. O tamanho dos ficheiros terá de ser no mínimo de 300 dpi’s ao tamanho real da publicação (mínimo 80mm de largura – correspondente ao espaço de uma coluna).

Desenhos e gráficos

Os desenhos e gráficos devem ser enviados com uma resolução mínima de 600 dpi. Estas figuras deverão ser enviadas prefe-rencialmente numa das seguintes extensões: AI (adobe ilustrator), EPS, CDR (Corel Draw). As fontes devem ser transformadas em curvas ou enviadas à parte.

Permite-se o envio de desenhos e gráficos com extensão fotográfica (tiff, jpeg, psd). Neste tipo de ficheiro o tamanho terá de ser no mínimo 300 dpi ao tamanho real da publicação (largura mínima: 80 mm, correspondente a uma coluna), ou em PDF (de alta qualidade com as fontes embebidas ou convertidas em curvas).

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www.actamedicaportuguesa.com

4. tipos de artigo e reQuisitos

editorial

Artigo elaborado pelo Conselho Editorial da revista ou a convite do mesmo, sobre tema específico; Deve conter 1200 – 1500 palavras e um máximo de 15 - 20 referências bibliográficas e só pode conter 1 tabela ou 1 figura. Um Autor que pretenda submeter para publicação um editorial não solicitado deve entrar em contacto previamente com o Editor-Chefe.

perspectiva

Artigos elaborados a convite do Conselho Editorial que podem cobrir grande diversidade de temas com interesse nos cuidados de saúde, problemas actuais ou emergentes, gestão e política de saúde, história da medicina, ligação à sociedade, etc. Um Autor que deseje propor um artigo desta categoria deverá remeter previamente ao Editor-Chefe o respectivo resumo, indicação dos autores e título do artigo para análise.

Deve conter no máximo 1200 palavras e um máximo de 10 referências bibliográficas e só pode conter 1 tabela ou 1 figura.

revisão

Os artigos de revisão são elaborados a convite do Conselho Editorial. Um Autor que deseje propor a publicação de uma revisão não solicitada deverá remeter previamente à AMP o respectivo resumo, indicação dos autores e título para análise.

Os artigos de revisão seguem os mesmos processos editoriais e de peer-review que os artigos originais.

Uma revisão não pode exceder as 3500 palavras e não tem limite do número de referências, com um máximo de 5 tabelas ou figuras (total).

original

Artigos originais não podem exceder as 4000 palavras, excluindo o resumo, um total máximo de 6 figuras ou tabelas, e até 60 referências.

Deve ser sempre subdividido em 5 secções:

introdução, material e métodos, resultados, discussão, e conclusão.

A introdução deve conter uma revisão do estado da arte que ajude a compreensão do estudo. No final da introdução, deverão ser declarados com clareza os objectivos do estudo.

Métodos: devem ser descritos de modo a que o leitor entenda como foi realizada a pesquisa. Em pesquisas com seres humanos,

é necessário informar a existência de consentimento informado, e da submissão à Comissão de Ética para a investigação ou à Comissão de investigação da Instituição dos Autores.

Resultados: devem ser apresentados de maneira coerente e estar ligados aos objectivos e métodos anteriormente descritos. Discussão: deve reiterar os principais resultados do trabalho, comentar aspectos negativos do mesmo, discutir e comparar a

importância e implicações dos resultados e referir as limitações ao estudo encontradas pelos autores.

Conclusão: o autor deve abster-se de deduções ou infe¬rências não baseadas nos resultados de seu estudo. caso clínico

Breves relatórios que apresentam uma avaliação crítica de determinado percurso clínico nos quais se pretende realçar alguns elementos específicos como associações clínicas, relatórios de reacções adversas ou outras associações relevantes.

Os casos clínicos não podem ter mais de 3 autores. O texto não pode exceder as 750 palavras, ter um máximo de 1 tabela ou 1 figura e até 5 referências.

imagens em medicina

Imagens de condições médicas. Estes artigos pretendem capturar a noção de potencial diagnóstico visual e de diversidade que os médicos experienciam na sua prática clínica.

Só são aceites fotografias originais, de alta qualidade, sem prévia publicação. Devem ser enviados dois ficheiros: um com a qualidade exigida para a publicação de imagens e outra que serve apenas para referência em que o topo da fotografia deve vir indicado com uma seta.

Deve incluir um título com um máximo de 8 palavras e um texto com um máximo de 150 palavras onde se dê informação clínica relevante, incluindo um breve resumo do historial do doente, dados laboratoriais relevantes, terapêutica, e condição actual. Não pode ter mais do que 3 autores e 5 referências.

Para informação sobre o envio de imagens digitais consultar as «Normas técnicas para a submissão de figuras, quadros ou fotografias»

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5 www.actamedicaportuguesa.com guidelines / Normas de orientação

As sociedades médicas ou os colégios das especialidades que desejem publicar na AMP recomendações de prática clínica, deverão contactar previamente o Conselho Editorial e submeter o texto completo e a versão para ser publicada. O Editor-Chefe poderá colocar como exigência a publicação exclusiva das recomendações na AMP.

Poderá ser acordada a publicação de uma versão resumida na edição impressa cumulativamente a à publicação da versão com-pleta no site da AMP.

cartas ao editor

Apresentação de comentários críticos sobre artigos publicados na AMP. Neste caso a carta só é aceite se enviada ao Editor em tempo de ser publicada numa das duas edições seguintes à da publicação do artigo e não pode exceder as 200 palavras. Outros temas de investigação com interesse na área da medicina. Neste caso o texto não ultrapassará as 400 palavras. Em qualquer dos casos, a contagem de palavras exclui o título, bibliografia, assinatura dos autores, tabela ou figura.

As cartas só poderão ter um máximo de 5 referências bibliográficas e uma tabela ou uma figura e só poderão ser assinadas por um máximo de 3 autores. Caso seja aplicável, as respostas dos autores devem ter as mesmas características.

errata

Após a publicação dos artigos (seja online, seja na versão impressa), apenas se efectuam alterações sob a forma de Errata, que incluirá indicação do URL do artigo.

Todos os tipos de artigo devem ser preparados de acordo com as normas internacionais do ICMJE. Artigos que não cumpram as normas editoriais serão recusados liminarmente pela redacção e não serão enviados para análise dos revisores.

Referências

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