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Testemunhos do património: memórias da Casa do Guarda

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Testemunhos do Património:

Memórias da Casa do Guarda

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM COMUNICAÇÃO E MULTIMÉDIA

TÂNIA MARGARIDA PEREIRA PINTO

Orientador: Professor Doutor João Sousa Coorientadora: Professora Doutora Tânia Rocha

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Agradecimentos

A concretização desta dissertação marca o fim de uma importante etapa da minha vida. Posto isto gostaria de agradecer a todos aqueles que contribuíram, de forma decisiva, para a sua concretização.

Gostaria de deixar aqui expresso o meu agradecimento a diversas pessoas que, ao longo do percurso deste trabalho, me apoiaram de diferentes formas e a vários níveis.

Aos meus pais, pela paciência, compreensão, persistência e motivação e por não me deixarem desistir desta etapa. Agradeço-lhes, ainda, por todo o investimento na minha formação porque sem eles não teria chegado onde cheguei até hoje nem seria quem sou. Este momento só foi possível por causa deles.

Aos meus orientadores Professor Doutor Joaquim João Sousa e Professora Doutora Tânia Rocha agradeço a disponibilidade para a orientação desta dissertação, pelo contínuo acompanhamento, pela ajuda que me deram em todo o processo de trabalho, pela sabedoria transmitida e pela paciência que tiveram comigo.

Ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, em especial ao seu Diretor Eng.º Rogério Rodrigues, à Eng.ª Cristina Camilo, ao Eng.º Henrique Pereira, à Eng.ª Ana Paula, ao Sr. Machado e ao Sr. Higino pelo apoio incondicional prestado na logística, nas deslocações, na paciência, nos conhecimentos transmitidos sobre o tema. Pelas histórias contadas, pela oportunidade de conhecer pessoas fenomenais e pelos ensinamentos adquiridos. Sem eles grande parte deste trabalho não teria sido realizado.

Ao Mestre Salvador, ao Mestre Miguel e ao Mestre Fernando pela disponibilidade demonstrada, por toda a paciência e espera no registo das suas memórias para a posterior realização deste documentário, por toda a sabedoria, ensinamentos e histórias partilhadas. Novamente, sem eles este documentário não serial possível.

À Joana Basto que mesmo longe esteve e está sempre presente com a sua amizade, carinho, apoio, força e ajuda nas dúvidas que foram surgindo ao longo desta etapa.

À Joana Garcia pelo carinho e amizade incondicionais, pela força para não desistir, pelo apoio e acompanhamento diário nesta etapa trabalhosa, pelo ombro amigo nos momentos mais difíceis e por toda a ajuda prestada quer a nível de trabalho como a nível pessoal.

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À Filipa Silva pela amizade, pelo apoio, pelo incentivo, por toda a ajuda prestada na realização deste trabalho e por me ensinar mais sobre a ferramenta utilizada para a redação desta dissertação.

À Sandra Baptista e ao Ricardo Azevedo pela ajuda prestada e por disponibilizarem o seu espaço para me auxiliarem neste trabalho.

À Ana Serapicos pela amizade, pela paciência e por todo o auxilio prestado nos momentos mais trabalhosos.

Ao Carlos Cortinhas pela disponibilidade mostrada e prontidão imediata em ajudar.

Ainda aos meus amigos Rita Soares, Pedro Macedo, Élsio Afonso, Luís Vieira, Cristiano Moura, pela preocupação e compreensão mostrada e por tudo o que se deixou de fazer nestes últimos tempo, fruto das longas noites e dias de reclusão para trabalhar.

A todos os que me ajudaram e que de uma maneira direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho, o meu sincero obrigada.

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Resumo

As casas dos guardas florestais tiveram uma importância fundamental na preservação da floresta ao longo dos últimos séculos. Contudo, o passar do tempo e o correspondente desenvolvimento tecnológico levaram a que o legislador introduzisse alterações na organização orgânica das instituições responsáveis pela proteção das florestas, implementando novas formas de proteção, culminando com a desativação das casas e das respetivas funções, exercidas pelos guardas florestais. Grande parte destas casas encontram-se, atualmente, abandonas e vandalizadas, outras foram reconvertidas para outras finalidades e outras, ainda, foram vendidas estando, agora, muitas delas ao dispor das pessoas para turismo de habitação.

A presente dissertação reflecte sobre a importância da floresta, dando especial enfoque aos guardas florestais e às suas casas. A presença destes guardas teve um grande impacto no culto e no zelo das florestas. A estes era atribuído um perímetro dentro da mata, para se instalarem com as suas famílias em casas com tipologias específicas. Era também necessário terem noções e conhecimentos técnicos sobre as várias funções que estes iriam exercer, tais como exploração, plantações, espécies florestais, medidas de prevenção de incêndios, fiscalização, entre outros.

Reflecte-se, ainda, sobre as vivências e as memórias dos guardas florestais, o que originará o documentário que faz parte integrante deste trabalho. Aqui serão relatadas as histórias e as memórias daqueles que já foram em tempos os guardiões das nossas florestas, e da perceção do estado das suas casas atualmente. Este trabalho tem como principal objetivo perpetuar a memória destas casas, tanto ao nível de arquitetura como das funções para as quais foram criadas.

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Abstract

During the last centuries, the forest guard’s houses had a paramount importance on the forest preservation. However, along the years and the corresponding technological development led the legislator to introduce changes in the organic organization of the institutions responsible for the forest protection, implementing new measures of protection, culminating with the deactivation of the guardhouses and its respective functions performed by the forest guards. Nowadays, the majority of these houses are abandoned and vandalized, others were reconverted for other ends, and others were sold, some of these are now available to people for multiple purposes including tourism.

This dissertation reflects about the importance of the forest, giving a special emphasis on the forest rangers and their houses. The presence of the guards had a great impact on the reverence and zeal of the forest. A perimeter inside the woods was assigned to the guards, for them to install themselves with their families in houses with specific typologies. Additionally, they need to have concepts and technical knowledge about the multiple functions they would exercise, such as exploration, plantations, forest species, fire preventing measures, inspection, among others.

A reflection will be made on the experiences and memories of the forest guards, which will lead to the creation of a documentary that is a vital part of this dissertation. Here the stories and memories of those who once were the guardians of our forests will be described, as well as the state of their houses presently. This work has as a main objective to perpetuate the memory of these houses, both for the architecture level and the functions for which they were built.

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Índice Agradecimentos ... iii Resumo ...vi Abstract ... viii 1. Introdução ... 1 1.1 Objetivos ... 1 1.2 Estrutura da dissertação ... 2

2. Caracterização do estado de arte ... 4

2.1 História da evolução da floresta ... 4

2.2 Importância das casas de guarda na gestão florestal ... 9

2.3 Decisões e alterações relativas às casas de guarda florestal ... 13

3. Breve introdução ao cinema documental ... 17

4. Fundamentação estética ... 19

5. Elementos da composição fílmica ... 20

6. Dossier de Pré-Produção ... 22 6.1 Ideia/Conceito ... 22 6.2 Sinopse ... 22 6.3 Guião de Intenção ... 23 6.4 Guião Técnico ... 45 6.5 Orçamento ... 61 6.6 Material ... 61 6.7 Promoção e Divulgação ... 62 6.8 Repérage ... 65 7. Conclusão ... 69 Referências Bibliográficas ... 71 Anexo 1 – Storyboard ... 72 Anexo 2 – Autorizações ... 111

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Índice de Figuras

Figura 1: Chapas de metal usadas nos chapéus dos guardas florestais ... 6

Figura 2: Uniforme de guarda introduzido em 1847. Fonte: Arala Pinto, 1938 ... 7

Figura 3: Projetos tipo dos anexos das casas. Fonte: Inês Pereira, 2004/2005 ... 10

Figura 4: La Sortie de l'usine Lumière à Lyon, Louis Lumière, 1895 ... 17

Figura 5: Nanook, Robert Flaherty, 1922 ... 18

Figura 6: Cartaz oficial de promoção do documentário ... 63

Figura 7: Capa da caixa do DVD que contém o documentário ... 64

Figura 8: Sticker do DVD ... 64

Figura 9: Posto de Vigia da Serra do Marão ... 65

Figura 10: Casa de guarda do Covelo, Aboadela ... 65

Figura 11: Casa de guarda do Covelo, Aboadela ... 66

Figura 12: Casa de guarda do Covelo, Aboadela ... 66

Figura 13: Casa de guarda de Fridão, Fridão ... 66

Figura 14: Anexo da casa de guarda do Covelo, Aboadela ... 67

Figura 15: Janela da casa de guarda de Fortunho, São Tomé do Castelo ... 67

Figura 16: Janela da casa de guarda de Fortunho, São Tomé do Castelo ... 67

Figura 17: Casa de guarda de Paredes, Paredes ... 68

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1. Introdução

Quase dois séculos depois de inúmeros investimentos do Estado no setor florestal, em áreas do Estado ou geridas por este, num total de cerca de 8% do território florestal do País, foram igualmente implantadas no território centenas de casas florestais que “guardam memórias” dos seus habitantes e das funções que possibilitavam, naqueles tempos.

A maioria destas casas encontram-se, nos nossos dias, abandonadas, perdidas no espaço, mas envolvidas pela beleza do património natural, embora “entristecidas” pela perda de importância a que os novos tempos obrigam.

Além das casas de guarda florestal, foram realizadas diversas obras de plantação e gestão florestal, para além da vasta rede de caminhos florestais, que hoje constituem a grande maioria das principais ligações entre aldeias no interior do país, e de outras infraestruturas, como pontes, muros, aquedutos, barragens, etc..

Com este trabalho pretende-se contribuir para a preservação deste património de valor irrefutável, encontrando testemunhos de quem melhor o conheceu e ocupou, saber das memórias e histórias daqueles que, isolados do mundo, estavam determinados a cumprir uma missão.

Os tempos passaram, mas a memória destas gentes não se esgotou.

1.1 Objetivos

A presente dissertação de mestrado, constituída por um documentário e uma memória descritiva do mesmo, tem como objetivo principal ser um repositório de memoria histórica, sublinhando a necessidade e a importância de um registo das memórias de um povo, especificamente ao nível da floresta e das casas de guarda, com a criação deste produto audiovisual.

Através de todo o trabalho desenvolvido, pretende-se, também, colmatar a falta de visibilidade destas casas e mostrar o valor de todo o trabalho da população envolvida, incluindo tarefas de apoio na divulgação das potencialidades deste património tão rico.

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No caso particular deste trabalho, produção de conteúdos audiovisuais, nomeadamente o documentário, servirá para dar a conhecer as histórias das casas de guarda florestais bem como as histórias dos seus ocupantes, evitando, desta forma, que estas memórias se percam no tempo.

O trabalho destes guardas tem sido fundamental ao longo dos anos para a melhoria do bem-estar das populações, e para o desenvolvimento económico, contribuindo também, para uma gestão sustentável dos recursos naturais.

Focada nos aspetos acima mencionados, esta dissertação visa apresentar uma forma de mostrar o quão útil é a existência de casas de guarda florestais ativadas nas suas principais funções, de modo a dar continuidade aos trabalhos necessários para garantir a preservação de todo o património florestal nacional e, consequentemente, dar entrada à procura turística. Existe, também, um interesse em colocar frente-a-frente os tempos áureos com os tempos atuais, e dar a conhecer as diferenças que foram ocorrendo com o passar dos anos, visto que estas casas foram sendo desativadas ao longo do tempo e, posteriormente, mostrar que os trabalhos realizados pelos seus ocupantes envolviam-se de grande importância para o património florestal.

Estas funções esquecidas com o passar dos anos, necessitam ser resgatadas, sendo preciso valorizá-las e apoiá-las, através do reforço da colaboração dos guardas florestais na construção e beneficiação de caminhos florestais e rurais, na produção de plantas em viveiro, no fomento da arborização no setor público e privado, na gestão e valorização de parques florestais e na gestão da pastagem baldia.

1.2 Estrutura da dissertação

A estrutura da dissertação dividir-se-á em vários capítulos. No segundo capítulo será feita uma abordagem teórica da história da floresta e do aparecimento e ocupação das casas de guarda florestal, e as funções que vieram a desempenhar junto das comunidades locais.

O terceiro capítulo caracteriza-se pela a fundamentação teórica relativa ao cinema documental e as opções estéticas.

No quarto capítulo, o trabalho dividir-se-á em três fases: pré-produção, produção, pós-produção e redação.

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A primeira fase, incidirá sobre a planificação do trabalho onde será criado o dossier de produção com toda a pesquisa e levantamento de informação (incluindo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas - ICNF); ideia/conceito, sinopse, guião (intenção e técnico) e storyboards, contactos e autorizações de entidades relevantes.

Na fase de produção, será feita a criação do produto audiovisual em formato documental: aqui será realizada a captura de imagem, como também a edição e o tratamento de imagem.

Na terceira fase, pós-produção, serão desenvolvidas ações de promoção e divulgação do produto audiovisual nos meios digitais.

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2. Caracterização do estado de arte

Neste capítulo faz-se uma breve descrição da história e da evolução da floresta ao longo dos tempos, centralizando-se de forma mais específica nas casas de guarda florestal. São abordadas várias componentes, a histórica, a social, a política e a ambiental.

Com vista a incentivar a preservação deste património e a manter as memórias que estas casas guardam intactas, é feita uma análise ao longo das várias componentes as quais nos remetem para uma maior sensibilidade e atenção acerca do tema. Demonstra-se desta forma a importância que as casas exerceram aquando do seu período de ativação, bem como dos seus ocupantes.

Este capítulo caracteriza-se essencialmente pela abordagem aquando do aparecimento das casas e os trabalhos que vieram a desempenhar, a sua importância ao longo dos anos e as mais valias para a sociedade e, por fim, o abandono dos guardas e posterior degradação do património.

2.1 História da evolução da floresta

O estado atual das florestas é o resultado de um longo e complexo processo que decorreu durante milhões de anos, tendo sido, o Homem, o principal responsável pelas alterações dos espaços florestais, tanto a nível de extensão como em termos de matéria. A História do ser humano e a história das florestas teve, desde sempre, uma forte ligação, de onde resultaram práticas, conhecimentos e doutrinas e de onde as paisagens se içaram e se moldaram de forma poderosa, fazendo da floresta um importantíssimo património histórico e cultural. O poder pernicioso do Homem nunca foi exercido com tão grande amplitude como no legado natural, o processo de arborização e desarborização foi estigmatizado desde tempos remotos um pouco por todo o património florestal mundial. Vieira (2000) comprova a importância das florestas no panorama cultural referindo que “As florestas são um espaço de vida, de diversidade, rico de formas, cores, luzes, movimentos e cheiros que se transforma ao longo do dia e das estações do ano e que o Homem, através dos seus cinco sentidos, pode captar, colecionando sensações que associa para uma percepção intensa e complexa da floresta”. A

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relação existente, desde então, entre o Homem e a floresta, manteve-se até aos dias que correm, sendo que a floresta serviu, desde sempre, como um apoio ao Homem. De lá recolhemos o primeiro alimento e as primeiras armas e ferramentas. De lá surgiram as construções navais – que possibilitaram ao Homem a descoberta do mundo – e a construção de símbolos religiosos, que simbolizam a miséria e a riqueza deste mesmo mundo atual. A floresta está, indissoluvelmente ligada ao ser humano e, fez surgir em nós, possivelmente, o primeiro sentido estético.

Os nossos reis sempre reconheceram as potencialidades e a importância das nossas florestas, produzindo legislação para proteger o património florestal e cinegético. A 1ª dinastia foi marcada pela concessão de coutadas e doação de matas a particulares e ordens religiosas, com o principal objetivo de defender a caça grossa e a proteção da mata contra fogos e cortes excessivos (Vieira, 2000).

Em 1605 já existiam 24 guardas florestais encarregados da vigilância do Pinhal de Leiria, que guardavam as matas do estado e também as particulares. Havia esta necessidade devido à escassez de madeiras para as construção naval, que já se ia notando, bem como de animais para a prática da caça, atividade desde sempre ligada à nobreza. A missão do guarda florestal não se limitava à vigilância, pois já lhes eram exigidos conhecimentos técnicos que tinham a ver com a manutenção florestal. Em 1790, o Ministro Martinho de Melo e Castro, devido a abusos cometidos por alguns guardas, elaborou um novo regulamento, em que foram criados vários cargos onde cada um deles tinha uma função específica. O guarda florestal passou, então, a residir nos perímetros florestais, sendo-lhes feitas mais exigências no local de residência.

Em 1824 foi criado um regulamento, uma vez que já era atribuída uma remuneração pelos seus serviços, e, com o passar do tempo, era cada vez mais exigido um maior conhecimento técnico. Por esse motivo, e por uma necessidade de uma preparação mais específica para desempenhar o cargo de guarda florestal, propôs-se, em 1836, a criação de uma escola florestal na Marinha Grande.

Existindo já a distinção entre os guardas, em 1837, faz-se então uma maior diferenciação com o fornecimento de chapas de metal amarelo aos primeiros guardas, para serem colocadas nos chapéus (Figura 1).

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Figura 1: Chapas de metal usadas nos chapéus dos guardas florestais. Fonte: Arala Pinto, 1938

Com o avançar dos anos os guardas passaram a ter acesso aos quadros e com o Regulamento de 1847 foi decidido o uso de uniforme (Figura. 2) “para serem reconhecidos e respeitados no exercício das suas obrigações”, mas apenas em 1856 é que passam a usar fardamento, do qual constava “calça de briche avivada a verde, para inverno, e de lona crua para verão; gravata preta; boné (Képi) com as iniciais G F de metal amarelo; camisola de zuarte azul, aberta sobre o peito; polaina curta de couro branco, por cima da calça, no inverno, e de lona crua no verão; sapato de tacão raso; bolsa de couro suspensa a tiracolo, tendo na frente, sôbre o peito uma chapa de metal amarelo com as armas reaes e a inscrição ‘Administração Geral das Matas’; o armamento é igual ao que usa a artilharia” (Arala Pinto, 1938).

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Figura 2: Uniforme de guarda introduzido em 1847. Fonte: Arala Pinto, 1938

Em 1824 criou-se também a Administração Geral das Matas do Reino, no âmbito do Ministério da Marinha, dando início ao Portugal Florestal Moderno, uma época notável do desenvolvimento florestal no nosso país. Esta foi uma fase marcante na criação de “legislação, proteção, fomento, introdução da técnica no ordenamento e gestão das matas, organização dos serviços, publicação de trabalho de vulto e a criação do Ensino Superior Florestal (1865)” (Vieira, 2000).

Segundo Mendonça (1961), os trabalhos de recuperação e arborização das zonas mais necessitadas tiveram início no século XIX, sendo que os encargos foram iniciados na zona litoral e na zona do interior de forma a gerar um acréscimo da área florestal e incentivar a importância desta mudança, de forma a criar um maior povoamento nas zonas mais necessitadas. Assim, foi criada uma “lei apresentada pelo Governo à Câmara dos Deputados em 5 de Março de 1857” (Mendonça, 1961).

O século XX caracteriza-se por um aumento significativo da área florestal, resultante de uma ação sistemática de arborização. O Regime Florestal, criado no início desse século, tinha como objetivo dar resposta à carência de arborização em grandes extensões, especificamente nas dunas e nas serras, mas também impedir a rápida degradação dos recursos florestais e

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evitar a erosão provocada por uma má utilização dos baldios serranos (Sá, 2004). Embora a submissão de terrenos ao Regime Florestal tivesse sido processada desde a sua criação no princípio do século, foi com o Plano de Povoamento Florestal de 1938 implementado em larga escala e a em ritmo mais intenso, que se impôs um forte crescimento e autonomia dos Serviços Florestais do Estado, sendo que só os baldios mais indicados para a cultura florestal, eram reconhecidos pelos serviços oficiais a serem submetidos ao regime florestal (Mendonça, 1961). Este Plano foi criado para vigorar durante 30 anos e estavam previstas a criação de várias administrações florestais e possíveis infraestruturas, tais como 1000 casas de guarda, 26 casas de administração, 140 postos de vigia, 2455 km de estradas, 1159 telefones e 5800 km de rede telefónica. Um dos motivos para a entrada em vigor deste plano foi a problemática da desarborização e do sobrepastoreio, o que resultou na erosão extrema dos solos. A resolução para este problema só seria possível com trabalhos de arborização e desenvolvimento de melhores pastagens. No entanto, a implementação deste plano nem sempre foi pacífica, gerou conflitos ao nível de escassez de matos, lenhas e estrumes, problemas económicos das povoações face à redução da agricultura nos baldios e a agregação de terrenos particulares nos perímetros florestais. Ainda assim, todos estes elementos, ocorridos frequentemente, geraram ondas de revolta, conflitos judiciais e fogos postos, que conduziram a várias deficiências verificadas, em especial junto das povoações.

Entretanto, as coisas começaram a ter melhores dias e com o tempo, e com os benefícios da arborização, que entretanto se fizeram sentir, os ânimos acalmaram e apenas permaneceu o resultado, a conclusão do revestimento das dunas e a submissão ao Regime Florestal de 350000 ha de baldios, tendo sido arborizados na sua maior parte através do Plano de Povoamento.

Com a submissão do Regime Florestal houve um reforço significativo por parte dos Serviços Florestais, foram intensificados os recursos financeiros bem como os meios humanos, houve um aumento do corpo de guardas florestais com o objetivo de haver mais práticas das normas técnicas e proteção das áreas submetidas (Sá, 2004).

Contudo, o planeamento florestal acabou por nunca ser compreendido como sendo uma prioridade a nível nacional, constatou-se uma falha no que toca à investigação científica feita nesta área. Os diversos planos de ordenamento florestal tiveram assim uma consecução que ficou muito abaixo do que seria esperado, e as consequências deste problema foram evidentes, notou-se um continuo aumento dos incêndios florestais, provocados pela ineficácia do Sector

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Florestal, e a ausência de politicas de exploração de recursos florestais que se traduzisse numa aplicação sustentável e lucrativa (Coelho, 2003).

2.2 Importância das casas de guarda na gestão florestal

No inicio do século XIX, e devido à contínua desarborização que se fazia verificar, a preocupação do Estado em volta desta problemática foi aumentando. Foi esta questão que deu origem à criação, da, anteriormente referida, Administração Geral das Matas, em 1884. Com a chegada do Regime Florestal esta legislação levou à submissão de diversas áreas, “este processo vai-se alastrando a todo o país e toma um grande impulso em 1938, com a Lei de Povoamento Florestal e respectivo Plano de 1939” (Jorge, 2003).

No decorrer do processo de arborização dos Perímetros Florestais, os terrenos particulares deveriam ser arborizados pelos seus proprietários, seguindo os planos dos Serviços Florestais, caso contrário o Estado tomava posse desses mesmos terrenos.

No entanto, a entrada em vigor do Regime Florestal não foi tão calma como se previa, em especial nas áreas serranas, tanto pela dimensão, como pela falta de matos, incorporação dos terrenos particulares e pelo abuso do pessoal florestal, o que originou diversas vezes o uso da força, ameaças e perseguições políticas para ordenar a desapropriação dos baldios (Sá, 2004).

Em 1834, iniciou-se a criação de um corpo de guardas que habitava num determinado perímetro florestal. A estes era concedido uma área especifica designada como cantão. Entre 1888 e 1973, o Estado dá início à construção de diversas casas (Figura. 3) seguindo projetos-tipo (Jorge, 2003), onde os Serviços florestais pretendiam responder às necessidades locais, recorrendo aos seus técnicos particulares com formação especifica para o efeito.

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Figura 3: Projetos tipo dos anexos das casas. Fonte: Inês Pereira, 2004/2005

O objetivo destas casas não passava apenas pelo simples abrigo dos guardas e das duas famílias, pois a criação das mesmas está associada ao aparecimento do Regime Florestal, integrando um importante mecanismo jurídico que possibilitou a intervenção do Estado de acordo com o interesse público no fomento florestal do País (Corte-Real de Sousa Oliveira, 2010).

Quando era promulgado um perímetro florestal, era juntamente determinado um conjunto de permissões ao respetivo agregado, como por exemplo levar o gado a pastar e vigia-lo, o tratamento do mato, os resíduos das limpezas, lenhas secas, aproveitamento e abastecimento de água, bem como “a manutenção de serventias indispensáveis para o trânsito de pessoas, veículos e gados, etc.”. Os guardas florestais, perante todas estas permissões, estavam sujeitos a uma vigilância contínua de modo a manter as boas-práticas dos trabalhos de arborização. “A casa florestal era vista como uma escola da floresta e o guarda florestal como o seu principal professor”, (Sá, 2004).

A assistência do Estado como forte empregador das povoações locais não se ficava apenas pelas atividades de arborização, pois várias atividades foram um forte contributo para a fixação das populações. Esta mudança teve origem na abertura de estradas florestais, construção de pontes e casas de guarda florestal, aceiros e posteriormente obras de desbaste e resinagem (Corte-Real de Sousa Oliveira, 2010).

A construção das casas vai muito além de uma mera habituação, tornou-se referência para a história do Estado, com o próprio desenvolvimento arquitetónico ao longo dos anos, a sua conceção foi antecedida de várias experiências de habitação, de forma a estabelecerem um programa-base definindo o que seria fundamental numa casa a ser construída em espaço florestal. Contudo, as primeiras casas a serem construídas tinham apenas como objetivo o

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abrigo do pessoal que lá residia ou que apenas para quem precisava de um alojamento provisório (Sá, 2004).

O programa previsto antevia construções de custos controlados e orçamentos reduzidos, mas com as condições básicas e necessárias para poderem ser habitadas. A casa, inicialmente com dois pisos, era composta por um espaço que contava com um edifício principal e diversos anexos, sendo uns para habitação e outros para arrumos. O tamanho das divisões era bastante reduzido, se compararmos com as dimensões de casas de campo para a altura, dado o extenso espaço existente. A estética era considerada de extrema importância, sendo implementadas em locais de extrema beleza natural, embora desconsiderassem esses aspetos caso não houvesse orçamento para os critérios estéticos. Contudo, um dos fatores fundamentais na sua construção era a escolha dos materiais que deveriam obedecer a critérios de durabilidade e segurança, mesmo que para tal implicasse custos de construção elevados.

Ao longo de várias décadas os conceitos básicos na construção destas casas mantiveram-se inalterados, sendo definido pela experiencia dos Serviços Florestais a fixação destes princípios. A zona de execução, a quantidade de divisões e a estrutura das casas vão-se manter praticamente inalteradas ao longo de 80 anos. A estrutura das habitações usufruía de uma cozinha, casa de banho (ou apenas lavatório e retrete), três quartos e um escritório, que era considerado uma divisão indispensável, de acordo com o serviço administrativo que o guarda estava encarregado de executar. Era responsável pela preservação de documentação, preenchimento de folhas de jornais, folhas de medições, talões de venda, levantamento de autos, entre outras atividades administrativas. Esta dependência restituía, assim, um elemento fundamental para que a documentação das atividades estivesse longe do alcance dos filhos, e de forma a que o guarda não tivesse que trabalhar na cozinha. “O escritório possuía uma porta exterior e assumia tal importância que se encontrava na fachada principal do edifício, tendo sido, aquando da revisão do projecto de 1948, o ponto de maiores criticas uma vez que o acesso a um dos quatros dependia da passagem por esta divisão” (Jorge, 2003).

O número de quartos era bastante limitado para os paradigmas da época, nunca tendo havido um propósito de restringir este número, para que não acontecessem situações consideradas desagradáveis como a cozinha servir de dormitório. Sendo assim, um dos quartos era designado para o guarda e a sua esposa, e dos restantes, um para os filhos e o último para as filhas. As divisões para arrumações eram importantes e para estas existiam espaços próprios, estavam destinadas aos pertences pessoais dos guardas e abrigo dos adornos das atividades.

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A princípio a zona de arrumos de todos os seus bens estava desvinculada da habitação, passando mais tarde a fazer parte do edifício principal.

Estas casas, dada a sua localização, estavam preparadas para servir os seus habitantes, tendo nos anexos um forno e um galinheiro que lhes proporcionaria uma independência citadina. As primeiras casas construídas tinham apenas o objetivo de acomodar quem lá residia e muitas vezes foram, mais tarde, aproveitadas para reconstrução.

Os primeiros projetistas foram engenheiros silvicultores e desenhadores com formação de condução de obras públicas. Erguiam edifícios com um ou dois pisos, casas de alvenaria de pedra ou de madeira, grandes telhados inclinados e casas unifamiliares, coletivas ou geminadas. Pode-se constatar que os edifícios construídos refletiam quem os projetava. Com o passar dos anos, chegou-se à conclusão que era necessário estas casas serem construídas segundo um modelo único, que possibilitasse um controlo de custos, albergando o corpo de guardas pelos perímetros florestais de todo o país. É então a partir do último quartel do século XIX, que se inicia a construção de casas-tipo. Nesta altura o Estado investe em arquitetos que idealizassem um modelo de casa capaz de ser construído em qualquer zona do país, recorrendo a diversos tipos de materiais, organizando assim um programa de base com alguma complexidade e a um custo reduzido.

Com o decorrer dos anos a supervisão das casas era contínua tendo sido diversos os modelos que deram origem a alterações com o objetivo de resolver algumas irregularidades, a nível de construção e organizacional. Foi sendo necessário aprimorar pequenas falhas com vista ao aperfeiçoamento dos modelos. Verificou-se que as instalações sanitárias foram as que sofreram mais transformações em termos de localização, acesso e acabamentos (Jorge, 2003).

A construção das casas de guarda teve um grande impacto na cultura do país, construídas próximo das povoações e por vezes com a falta de vias de comunicação, muitas delas eram auxiliadas por estradas florestais que serviam também as comunidades locais. Por sua vez, as redes telefónicas eram escassas nas povoações, sendo o telefone instalado nas casas de guarda fundamental para proceder a comunicações relevantes, embora estas comunicações não fossem diretas, pois a ligação à Administração Florestal da Zona instalada em áreas dotadas

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de telefone para o exterior, permitia suprir algumas necessidades, dado que a chamada era recebida internamente e a mensagem requerida era transmitida externamente.

O escritório da casa servia também para efetuar o pagamento de salário aos jornaleiros que, eram, por vezes, recrutados entre as povoações locais, e eram pagos ao final do dia (Sá, 2004).

O sucesso do trabalho dos guardas para atingirem os objetivos nas suas atividades, passava muito pela boa escolha dos locais na hora da construção das casas, tendo em conta as características do perímetro, superfície e vias de comunicação. As condições de salubridade e os matérias usados eram também tidas em conta na construção das casas.

Com o passar do tempo, o melhoramento dos acessos e dos meios de transporte, dá-se então início ao processo de abandono dos guardas e das suas famílias para os centros urbanos (Jorge, 2003).

2.3 Decisões e alterações relativas às casas de guarda florestal

Com a chegada do 25 de Abril, tiveram início as alterações na Direcção Geral de Florestas, o que deu origem ao abandono das políticas da floresta impostas até então, desde o corpo técnico, às administrações e às áreas florestais, e com um investimento técnico e financeiro cada vez menor. Esta problemática originou o abandono das casas e estas ficaram expostas à decadência natural e ao vandalismo (Jorge, 2003)

A criação dos Serviços Florestais vieram normalizar a floresta nacional de modo a garantir a sua gestão e conservação. Nesta época, a ocorrência de incêndios era consideravelmente reduzida, devido à menor quantidade de combustível produzido, tornando os matos e a lenha uma mais-valia. Os guardas florestais e os mestres mostram-se, assim, como os principais representantes da floresta, praticando as suas atividades de fiscalização, vigilância, proteção e combate de incêndios, aquando da ocorrência de algum incêndio, estes rapidamente se uniam com o resto da população com o objetivo de o extinguir.

Liliana Bento (2012) evidencia as afirmações de Lourenço (2005), dizendo que foi a partir da década de 60 que se fez notar um maior êxodo rural e emigração da população agrícola,

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devido à modernização da agricultura e à política de arborização do Estado, baseada na monocultura de pinheiro bravo. Todas estas problemáticas deram origem a uma floresta mais desprotegida e foi a partir desta época que os incêndios atingiram dimensões devastadoras (Bento, 2012)

Grande parte das casas de guarda florestal encontram-se atualmente em estado de degradação e de destruição, sendo que apenas algumas delas ainda estão ao abrigo da Direcção Geral das Florestas para fins diversos, “algumas foram cedidas a outras instituições, nomeadamente ao Instituto de Conservação da Natureza, associações de caça e pesca, Corpo Nacional de Escutas, etc” (Jorge, 2003), mas na sua grande maioria encontram-se ao abandono.

No início do ano 2000, o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, propôs a concurso cerca de 300 casas de guarda florestal, num contrato de 20 anos, onde estas iriam sofrer obras de melhoramento e garantia de conservação e manutenção. As funções de atribuição dos edifícios ficaram a cargo de várias entidades, entre elas os órgãos de administração dos baldios, organizações não governamentais do ambiente, proprietários florestais, entre outros. Contudo, as últimas eleições legislativas vieram alterar todas estas propostas, devido às mudanças políticas sucedidas (Jorge, 2003).

Ainda com o 25 de abril, devido à desorganização de algumas instituições públicas, as competências dos serviços florestais são diminuídas, deixando marcas consideráveis no coberto florestal nacional, “esta situação tem reflexos muito negativos ao nível da defesa e combate aos incêndios, pois a área de intervenção dos Serviços Florestais é extensa para além da gestão dos espaços florestais públicos e comunitários” (Gama, 2007), o que fez com que fossem declaradas leis que devolvessem os baldios às comunidades locais.

Com o problema da superabundância de madeira queimada, nos anos 80 o pinhal sofre uma severa desvalorização. As populações que tinham acesso à eletricidade e ao gás reduzem então o consumo de lenha e a floresta deixa aqui de ser uma fonte de produtividade. Para piorar a situação, os proprietários deixam as terras para trás, desenvolvendo um maior risco e afluência dos incêndios (Gama, 2007).

No entanto, dado que as casas deixam de servir os interesses dos Serviços Florestais, é necessário saber que destino lhes conceder. O destino dos edifícios estava reservado, principalmente, para várias associações, as de baldios, caçadores e pescadores.

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Contudo, estas associações estavam limitadas e a capacidade para realizarem obras de manutenção nos imóveis era escassa. Atualmente, estes encontram-se em mau estado, tal como se encontravam quando estavam ao abrigo do Estado.

Dado o número elevado de interessados, a venda de edifícios a particulares seria o caminho mais fácil e lógico do ponto de vista económico, porque estaria adjacente uma valorização do património. No entanto, a pergunta impunha-se. Seria essa a melhor opção, tendo em conta uma possível degradação do património?

As casas estão munidas de uma forte potência turística, devido à sua localização e à paisagem natural que as envolve. No entanto, os estudos de viabilidade do turismo de natureza não deixam acordar esse tipo de exploração, devido ao número mínimo de habitações que é estabelecido para que o negócio seja sustentável. Em consequência disso, algumas casas passam por um processo de alienação e, algumas delas, sofrem profundas alterações. Estas alterações não podem permitir o descompromisso com o passado, para que não se perca a singularidade de cada edifício. A importância destes imóveis não pode ser julgada pelo seu desmantelamento ou pela sua adulteração mas sim como edifícios isolados que valem pela sua memória e pelo seu papel. Estes edifícios, ao pertencerem ao passado, tornam-se desajustados no ponto de vista funcional. O passado deles é-nos desconhecido e, por não termos esse conhecimento, pomos em risco o nosso património. No entanto, se olharmos para os 1500 exemplares como peças de um projeto com um enorme investimento, quer no ângulo financeiro, quer no ângulo de concepção, obteremos um ponto de vista diferente (Jorge, 2003).

Ricardo Portal (2013), com base nas afirmações de Afonso (2009), diz-nos que face à necessidade de colmatar as preocupações e imposições da sociedade relativas a assuntos do património natural e ambiental, e à falta de uma entidade que controlasse os problemas relativos à natureza, deu-se a criação, através de um protocolo entre os Ministérios da Administração Interna e do Ambiente, de uma entidade exclusiva designada para tratar de questões relacionadas com o ambiente de forma a responder às imposições feitas pela sociedade, designadamente, o SEPNA. Ricardo Portal (2013) refere ainda, com base nas palavras de Amado (2001), que um dos motivos que levou à criação desta entidade foi a falta de fiscalização ambiental, atividade a qual as organizações ambientais não conseguiam resolver. De acordo com a experiência europeia obtida pelas relações da mesma natureza, a

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GNR inicia-se nas questões ambientais com o objetivo de se atualizar segundo as pretensões da sociedade neste assunto.

A GNR passa assim a representar uma papel importante tendo em conta que esta entidade se encontra distribuída por todo o pais, podendo intervir de forma rápida num curto espaço de tempo, com o poder de executar certas atividades com uma grande eficácia.

Apesar do SEPNA ter sido criado em 2001, a sua atividade só foi iniciada em 2002 e só em 2006 é que se concretizou a consolidação institucional, no decurso da publicação em Decreto-Lei a 2 de Fevereiro, “este documento extingue na Direcção-Geral dos Recursos Florestais, o Corpo Nacional da Guarda Florestal e transfere para o quadro civil da GNR o seu pessoal e bens móveis, de acordo com o seu artigo 5.o e com o preâmbulo da Portaria n.º 798/2006, de 11 de agosto” (Portal, 2013).

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3. Breve introdução ao cinema documental

A definição de documentário segundo Alessandra Braga de Júlio (2008) baseada na obra de Bill Nichols, Introdução ao Documentário, é sempre relativa. Para Nichols, assim como o amor e a cultura adquirem significados contrastantes, o documentário é definido pela diferença entre a ficção e a não ficção. É um género cinematográfico que se distingue pelo compromisso com a compreensão da realidade, o que não significa necessariamente que represente apenas e só a realidade como ela acontece, “o documentário é para Nichols, bem como o cinema de ficção, uma representação parcial e subjectiva da realidade” (Braga de Júlio, 2008).

Nos primórdios do cinema, com o aparecimento dos irmãos Lumiére, é notável como as suas obras ficaram para a posterioridade com simples situações do dia a dia, como é o caso de A

Saída da Fábrica Lumière em Lyon (Figura 4). O simples procedimento de fixar a câmara

num local especifico de modo a captar o que se passava à sua frente, tornou-se parte do conhecimento histórico, dado que essas imagens possibilitavam uma analise de como era a realidade e o que tencionavam apresentar.

Figura 4: La Sortie de l'usine Lumière à Lyon, Louis Lumière, 1895. Fonte: www.cristinamello.com.br/?p=43004

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Foram vários os filmes pioneiros neste género cinematográfico, um deles foi o Nannook (Figura 5), com o objetivo de dar a conhecer a vida dos esquimós. Entre outros filmes, é notório que se originou aqui uma preponderância para outras gerações e abriu horizontes no mundo do cinema dentro do género do documentário (Martins, 2009).

O cinema documental, seguindo uma definição curta e simplista, é o registo do que acontece no mundo real. Com as obras de Flaherty o cinema documental passa a ser reconhecido como uma produção audiovisual que capta factos e situações do mundo real ou mundo histórico, sendo os protagonistas os “sujeitos da ação” (Lucena, 2012).

Podemos dizer que o cinema documental é uma narrativa formada por imagens acompanhadas de música, ruídos e falas, as quais procuramos sobre o mundo que nos rodeia, ou seja, estabelece afirmações sobre o mundo na medida em que o espectador as receba de forma assertiva (Ramos, 2008).

No caso deste documentário, este irá centrar-se numa narrativa composta por imagens acompanhadas de música, som ambiente e falas dos sujeitos da ação, de forma a captar factos do mundo real e dar a conhecer a realidade vivida pelos guardas florestais durante o seu legado, através das memórias dos mesmos.

Figura 5: Nanook, Robert Flaherty, 1922. Fonte:

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4. Fundamentação estética

Neste documentário pretende-se valorizar tanto a componente visual como a componente sonora, com base numa temática simples e acessível, formado por planos longos e com o objetivo de transmitir a sensação de vários sentimentos. Juntou-se a valorização da natureza e das paisagens com as memórias relatadas pelos protagonistas sobre acontecimentos do passado, acontecimentos esses que os levaram a passar por um misto de emoções, provocadas pelo sofrimento e as alegrias que foram suportando ao longo dos anos vividos na floresta de forma isolada.

A influência do realismo está presente desde os primórdios do cinema, com o aparecimento dos irmãos Lumière à procura do registo da realidade, desde cedo que houve uma necessidade de transportar para imagens em movimento as temáticas sociais e políticas.

A conciliação entre as imagens das paisagens e dos locais captados com a realidade que podemos constatar, tanto nas representações fílmicas como nos rostos dos entrevistados, integrado com imagens de puro abandono e degradação, estabelecem assim a estética deste projeto.

Com base no neo-realismo italiano, existe aqui também uma necessidade de mostrar a realidade de um povo e de uma sociedade que passaram por uma época difícil, uma época de maior sofrimento e menos condições, mas com a determinação e vontade de zelar pela defesa das florestas do país. Machado (2012), diz-nos que o neo-realismo em Portugal teve um papel importante no combate ao sofrimento do povo português, gerando a sua imputação. “Mais do

que a expressão de uma força política, o movimento neo-realismo foi a expressão de uma solidariedade, de uma tomada de posição perante o sofrimento agravado do povo português” (Machado, 2012).

Deste modo, e neste contexto, o estado de abandono é confrontado com as memórias que teimam em permanecer na memórias de todos, em especial dos guardas.

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5. Elementos da composição fílmica

A linguagem cinematográfica sofre mudanças contínuas, suportam uma evolução através do aparecimento de técnicas modernas e o desenvolvimento das já existentes. Os realizadores beneficiam das suas qualidades criativas para oferecer o conhecimento e a informação tornando as imagens fílmicas mais atrativas ao espectador.

Entre os inúmeros elementos fílmicos existentes no panorama cinematográfico, salientam-se apenas os mais importantes para uma análise mais significativa: planos, movimentos de câmara, som e montagem.

Os planos cinematográficos dizem respeito à proporção em que as personagens, e não só, são enquadradas. O espectador pode ser influenciado emocionalmente pela escolha de plano. Os planos podem ser o intervalo existente entre dois cortes ou um conjuntos de imagens fixas. “Assim, a noção de plano por nós adoptada designa a unidade mínima da linguagem cinematográfica, isto é, um segmento ininterrupto de tempo e espaço fílmico, ou seja, uma imagem contínua entre dois cortes ou duas transições” (Nogueira, 2010). Posto isto, a escolha dos planos irá desenrolar-se entre os planos gerais, planos médios e planos aproximados. Os planos gerais têm um objetivo essencialmente emocional, prendendo-se em aspetos paisagísticos e de caracterização das casas, remetem-nos para o lugar em questão e faz-nos viajar. Existe também o objetivo de deixar o espectador refletir e respirar de forma calma e serena. Nos restantes planos, médios e aproximados, existe o propósito de deixar que as imagens falem por si, mas que deixem de igual forma o espectador pensar e refletir sobre a melancolia e a consternação de ver um património em grande parte destruído.

Acrescenta-se a técnica cinematográfica timelapse, pois é uma técnica extremamente útil para mostrar uma mudança no aspeto físico de um objeto, neste caso, uma paisagem, isto é, um processo em que cada frame é tomado a uma velocidade muito mais lenta do que aquela que será reproduzida. Tem como objetivo de mostrar a passagem do tempo com referência ou comparação ao esquecimento desta temática.

Os realizadores de filmes utilizam os movimentos de câmara para criar maior dinamismo e interação com o espectador, ajustando o seu significado. Nos primórdios do cinema, apenas

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existia a câmara fixa, ao longo do tempo a câmara passou a captar imagens em movimento. Desde logo criou-se uma pequena revolução na interação com as cenas e a exploração de uma linguagem que era impossível nas imagens estáticas. Foi então que surgiam alguns tipos de movimentos como o travelling e a panorâmica. Os movimentos de câmara no presente documentário são mínimos. Com o objetivo de se criarem longas memórias, os planos fixos foram usados na sua maioria para perpetuar e memorizar cada imagem deste documentário, acresce ainda o objetivo de deixar o espectador respirar emocionalmente. Numa pequena quantidade, mas ainda assim com importância, existem ainda o travelling e a panorâmica. Houve uma necessidade de introduzir pequenos apontamentos em movimento para dar a sensação de abandono e fuga.

A banda sonora de um filme contribui significativamente para uma boa perceção e compreensão da mensagem que se pretende passar. O som serve para fornecer ritmo às imagens em movimento, a sua junção é necessária para se complementarem, unindo-se de maneira a que a interação com o espectador seja absoluta e plena. O som deste trabalho tem uma forte influencia nos sons mais “curiosos”, com uma componente mística e com algum “suspense” à mistura. Permite sublinhar a calma e a nostalgia do tema. Assim este documentário tem três elementos essências relativamente à banda sonora, os diálogos e depoimentos das entrevistas dos mestres, a música pretende ser o ponto rítmico do documentário, e os sons ambiente para mostrar a mística da floresta. O som quase nulo paralelo aos quadros negros existentes no documentário, são intencionais. O intuito é que se faça uma breve pausa e uma reflexão acerca do que já foi visualizado até então, existe também uma necessidade de “respirar”. O uso da voz over remete-nos para o chamamento da memória de uma época agora parcialmente esquecida.

Em relação à montagem impôs-se alguma contenção para sublinhar o ponto de vista. Quanto as entrevistas e depoimentos deixou-se fluir o resultado do discurso com a óbvia escolha dos excertos mais pertinentes mas sem adulterar o sentido e o contexto em que são ditos. Também se pretendeu que a montagem fosse feita utilizando o espaço plano e profundo em coerência com os movimentos de câmara escolhidos, estes foram reduzidos ao mínimo prevalecendo os planos gerais e médios fixos. Como imagem sonora o silêncio desempenha um papel determinante para a reflexão da temática e significado profundo da sua poética.

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6. Dossier de Pré-Produção

6.1 Ideia/Conceito

A criação deste documentário tem como principal objetivo perpetuar a memória dos antigos guardas florestais bem como das suas casas, muitas destas abandonadas e vandalizas atualmente. Com este documentário, pretende-se mostrar o estado em que se encontram algumas das casas de guardas florestais espalhadas pela zona de Trás-os-Montes, demonstrando que este património está em grande parte ao abandono, existindo uma necessidade de conservação e criação de outros fins para estes locais. Pretende-se de igual forma dar a conhecer as memórias que preservam os guardas que nelas habitaram, as funções que exerciam e também as suas vivências. Irão ser feitos levantamentos de testemunhos de antigos guardas e de administrativos que irão relatar as histórias vividas há alguns anos atrás.

Género: Documental Duração: 18:14 minutos Público-alvo: Maiores de 13

6.2 Sinopse

Três gerações, três mestres, três memórias. Foram muitos os guardas florestais que desempenharam um papel com grande importância nas florestas nacionais. Hoje, tudo o que resta são apenas memórias e vivências dessa época.

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6.3 Guião de Intenção

Nesta fase vai ser planeado e estruturado todo o documentário, de forma simples e direta. É constituído por todos os aspetos visíveis e audíveis do documentário, as ações, as falas, os detalhes ambientais, etc. É composto pela forma sequencial como será visto o documentário no final.

Título: Testemunhos do Património: Memórias da Casa do Guarda Produção: Tânia Rocha

Ajuda à produção: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Comunicação e Multimédia - UTAD, Laboratório de Artes Visuais e Multimédia

Storyboard/Guião: Margarida Pinto e Joana Garcia

Direção de fotografia/Edição/Pós-edição: Margarida Pinto Sonografia: Guilhermino Martins

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GUIÃO “TESTEMUNHOSDO PATRIMÓNIO – MEMÓRIAS DA CASA DO GUARDA”

IMAGEM SOM

Cena 1

 Ecrã negro. Locução.

 Transição: corte direto.

Cena 2

 Ecrã negro. Título do documentário: “Testemunhos do Património – Memórias da Casa do Guarda”

Transição: fade

Cena 3

 Paisagem de Montalegre.

 Transição: corte direto

Cena 4

 Paisagem de Montalegre.

 Transição: corte direto

Cena 5

 Paisagem de Montalegre.

 Transição: corte direto

Cena 6 Plano 1

 Paisagem da Serra do Marão.

 Transição: corte direto

Voz over da D. Adelaide.

 Faixa “Onomatopeia da Floresta” do autor Guilhermino Martins

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Plano 2

 Paisagem da Serra do Marão.

 Transição: corte direto Plano 3

 Paisagem da Serra do Marão.

 Transição: corte direto

Cena 7

 Paisagem da Serra do Marão.

 Transição: corte direto

Cena 8 Plano 1

 Vista sobre uma casa de guarda na Serrão do Marão.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto Plano 3

 Interior de uma casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto Plano 4

 Interior de uma casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto Plano 5

 Interior de uma casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

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Plano 6

 Exterior de uma casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto Plano 7

 Casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto

Plano 8

 Casa de guarda florestal na Serra do Marão.

 Transição: corte direto

Cena 9

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 10

 Apresentação de um dos Guardas Florestais e interveniente no documentário, o Mestre Salvador.

 Transição: corte direto.

Cena 11

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 12

 Mestre Salvador a falar.

(40)

Cena 13

 Plano das árvores no exterior da casa de guarda florestal de Montalegre, onde ainda habita o Mestre Salvador.

 Transição: corte direto.

Cena 14

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 15 Plano 1

 Exterior da casa de guarda florestal de Montalegre, habitada pelo Mestre Salvador.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Roupa estendida nas traseiras da casa de guarda florestal de Montalegre, onde habita o Mestre Salvador.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Tanque, pertencente à casa de guarda florestal onde habita o Mestre Salvador.

 Transição: corte direto.

Cena 16

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 17

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

(41)

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 18

 Apresentação de um dos Guardas Florestais e interveniente no documentário, o Mestre Miguel.

 Transição: corte direto. Cena 19

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 20

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 21

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 22

 Apresentação de um dos Guardas Florestais e interveniente no documentário, o Mestre Fernando.

 Transição: corte direto.

Cena 23

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 24

 Mestre Fernando a falar.

Voz over do Mestre Salvador.

(42)

 Transição: corte direto.

Cena 25

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 26

 Floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

 Transição: corte direto.

Cena 27

 Floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

 Transição: corte direto.

Cena 28

 Árvore a ser marcada.

 Transição: corte direto.

Cena 29 Plano 1

 Floresta.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Folhas de uma árvore.

 Transição: corte direto.

Voz over do Mestre Fernando.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

(43)

Cena 30

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 31 Plano 1

 Floresta

 Transição: corte direto. Plano 2

 Floresta

 Transição: corte direto.

Cena 32 Plano 1

 Floresta

 Transição: corte direto. Plano 2

 Floresta

 Transição: corte direto.

Cena 33

 Mestre Fernando a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 34

 Plano de um funcionário do ICNF a trabalhar na floresta.

 Transição: corte direto.

Cena 35

 Plano de uma floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

(44)

Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

 Transição: corte direto.

Cena 36 Plano 1

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Plano das divisas usadas na farda de guarda florestal do Mestre Salvador.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Plano 4

 Plano do objecto metálico colocado na frente do chapéu de guarda florestal do Mestre Salvador.

 Transição: corte direto. Plano 5

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto. Plano 6

 Livro de orientação do Mestre Salvador.

 Transição: corte direto. Plano 7

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

(45)

Cena 37 Plano 1

 Casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Portas de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Interior de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 4

 Edifícios degradados, anexos de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 5

 Traseiras de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 6

 Plano de uns pormenores à entrada de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 7

 Janela de uma casa de guarda florestal, vista do interior.

 Transição: corte direto.

Cena 38

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

(46)

Cena 39 Plano 1

 Fachada principal de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto.

Plano 2

 Interior da casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Antiga cozinha da casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 4

 Antiga casa de banho da casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto.

Cena 40

 Mestre Fernando a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 41

 Plano dos pormenores do interior de uma casa de guarda florestal abandonada.

 Transição: Corte direto.

Cena 42

 Fonte próxima da casa de guarda florestal.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

(47)

 Transição: Corte direto.

Cena 43

 Interior de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto.

Cena 44

 Floresta

 Transição: corte direto.

Cena 45

 Paisagem na Serra do Alvão.

 Transição: corte direto.

Cena 46

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 47

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 48

 Casa do Mestre Salvador.

 Transição: corte direto.

Cena 49 Plano 1

 Aldeia de Montalegre.

 Transição: corte direto. Plano 2

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

(48)

 Aldeia de Montalegre.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Aldeia de Montalegre.

 Transição: corte direto.

Cena 50 Plano 1

 Floresta.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Floresta.

 Transição: corte direto.

Cena 51

 Mestre Fernando a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 52 Plano 1

 Plano de uma casa florestal.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Entrada de uma casa florestal.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Interior destruído de uma casa florestal.

 Transição: corte direto. Plano 4

 Fonte pertencente a uma casa florestal.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Fernando

(49)

 Transição: corte direto.

Cena 53

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto. Cena 54

Plano 1

 Paisagem sobre a Serra do Alvão.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Paisagem sobre a Serra do Alvão.

 Transição: corte direto. Plano 3

 Paisagem sobre a Serra do Alvão.

 Transição: corte direto.

Cena 55

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 56 Plano 1

 Plano de uma floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Plano de uma floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

(50)

 Transição: corte direto.

Plano 3

 Plano de uma floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

 Transição: corte direto. Plano 4

 Plano de uma floresta onde os trabalhadores do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) exercem a sua função.

 Transição: corte direto.

Cena 57

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto.

Cena 58

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 59 Plano 1

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 60

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

(51)

 Ecrã negro.

 Transição: corte direto. Cena 61

 Mestre Miguel a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 62

 Mestre Salvador a falar.

 Transição: corte direto.

Cena 63 Plano 1

 Vista de uma casa de guarda florestal ainda habitada por um dos intervenientes, o Mestre Salvador.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Vista de uma casa de guarda florestal ainda habitada por um dos intervenientes, o Mestre Salvador.

 Transição: corte direto.

Cena 64 Plano 1

 Vista sobre uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 2

 Parede em ruínas de uma casa de guarda florestal.

 Transição: corte direto. Plano 3

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Salvador

Imagem

Figura 1: Chapas de metal usadas nos chapéus dos guardas florestais. Fonte: Arala Pinto, 1938
Figura 2: Uniforme de guarda introduzido em 1847. Fonte: Arala Pinto, 1938
Figura 3: Projetos tipo dos anexos das casas. Fonte: Inês Pereira, 2004/2005
Figura 4: La Sortie de l'usine Lumière à Lyon, Louis  Lumière, 1895. Fonte: www.cristinamello.com.br/?p=43004
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