Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário
Relatório de Estágio
Proposta de documento orientador para o ensino de basquetebol na escola
Mestranda: Liliana Carina Rodrigues Morgado
Orientadora: Professora Doutora Ágata Aranha
Vila Real, 2017
Relatório elaborado com vista a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, em conformidade com o Artigo 20º, alínea b) do Decreto-‐Lei nº79/2014 de 14 de maio, sob a orientação da Professora Doutora Ágata Aranha.
Índice
Agradecimentos ... V
Resumo ... VI
Abstract ... VII
INTRODUÇÃO ... 1
PARTE I ... 2
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO ... 2
INTRODUÇÃO ... 3
1º Período ... 3
2º Período ... 4
3º Período ... 4
Conclusões gerais ... 5
PARTE II ... 8
PROPOSTA DE DOCUMENTO ORIENTADOR PARA O ENSINO DE BASQUETEBOL NA ESCOLA 8
1.INTRODUÇÃO ... 9
2.
ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 10
3.
DIVISÃO DE CONTEÚDOS POR NÍVEIS DE ENSINO-‐APRENDIZAGEM ... 12
3.1 – Conteúdos do Nível Introdutório ... 12
3.2 – Conteúdos do Nível Elementar ... 13
3.3 -‐ Conteúdos do Nível Avançado ... 16
3.3.1 – 9º e 10º Ano ... 16
3.3.2 – 11º e 12º Ano ... 18
3.4 – Propostas de aplicação ... 23
4.
SINTESE E EXPECTATIVAS DE APLICAÇÃO ... 48
5.
REFERÊNCIAS ... 48
ANEXOS ... 49
•
Listagem de Exercícios ... 49
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 -‐ Correspondência entre Escalões, Idades e Anos de Escolaridade ... 11
Agradecimentos
À magnifica Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, pelas aprendizagens enriquecedoras ao longo destes 6 anos e pelas amizades que serão sempre recordadas com carinho e saudade.
À minha orientadora da UTAD, Professora Ágata Aranha. Sempre presente, sempre assertiva e prestável.
Ao meu orientador do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, Professor Carlos Pires. Foi um ano fantástico, recheado de momentos excecionais e de partilhas de conhecimento que certamente me darão a bagagem necessária para enfrentar qualquer desafio.
A todos os alunos que tive o prazer de ensinar. Espero que de qualquer forma os tenha marcado e ajudado não só a nível físico e desportivo, mas também a nível pessoal.
Aos meus pais, Manuel e Lurdes. Certamente sem eles não estaria onde estou nem seria o que sou. São o pilar fundamental da construção da minha vida e os responsáveis por todo este percurso. Serei eternamente grata pelas oportunidades proporcionadas e por todos os sacrifícios feitos para que um dia me tornasse naquilo que sempre sonhei.
Ao meu irmão e à minha cunhada.
Ao Joãozinho e à Mimi.
Aos meus avós, especialmente à Avó Alda que ainda se encontra entre nós.
À minha irmã Telma. Não de sangue, mas sempre de coração.
Aos meus amigos. Os da faculdade. Os de sempre. Os meus.
Ao meu namorado, Rui. Por toda a paciência e partilha diária ao longo destes 4 anos. Obrigada.
Dedicatória
Resumo
O presente relatório pretende expor o trabalho efetuado ao longo do estágio pedagógico, que se desenvolveu na Escola Secundária Morgado Mateus, em Vila Real, no ano letivo de 2015/2016. O núcleo de estágio foi composto por quatro alunos, finalistas do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, tendo como Orientador Pedagógico, o Professor Carlos Pires e como Orientadora Científica a Professora Doutora Ágata Aranha, que acompanharam todo o percurso e todo o trabalho realizado ao longo do ano letivo, procurando sempre potenciar o nosso desenvolvimento contínuo e integral.
Terminado agora um dos anos letivos mais marcantes de toda a minha formação académica, é tempo de expor e refletir acerca de todo o trabalho que tenho realizado desde setembro até junho. Aqui partilho as aprendizagens que fiz ao longo do ano, as dificuldades com que me deparei, os erros que cometi e todas as estratégias que utilizei e conselhos que segui para tornar melhor a minha intervenção como professora estagiária na escola que me acolheu, quer no âmbito da prática pedagógica na turma que me foi atribuída, quer no âmbito de todas as atividades extracurriculares, quer na relação estabelecida com toda a comunidade escolar.
Este relatório está dividido em duas partes: Parte I – Relatório de Estágio (parte dedicada a todas as atividades desenvolvidas em meio escolar e relativas à minha intervenção como professora estagiária) e Parte II – Proposta de documento orientador para o ensino de basquetebol na escola (projeto desenvolvido como complemento à obtenção do grau de Mestre em Educação Física).
A proposta de documento orientador para o ensino de basquetebol na escola surge como forma de dissipar algumas das dificuldades que foram aparecendo ao longo do ano letivo. Apesar de ser um documento com cariz meramente informativo e de opinião pessoal, será mais uma ferramenta de consulta para elaborar unidades didáticas e alargamento do leque de conteúdos e ideias para levar o ensino de basquetebol para fora do contexto habitual.
Palavras-chave: estágio pedagógico, professor, basquetebol, escola, ensino.
Abstract
This report aims to present the work done during the teaching practice, which has developed in high school Morgado Mateus, in Vila Real, in the academic year 2015/2016. The training group consisted of four students, Masters finalists in Physical Education Teaching in Primary and Secondary Education, with the Pedagogical Advisor, Professor Carlos Pires and as a Scientific Advisor Dr. Professor Ágata Aranha, who accompanied all the way and all the work carried out throughout the school year, always trying to enhance our ongoing and integral development.
Finished now one of the most important school years all my academic training, it is time to expose and reflect on all the work I have done from September to June. Here I share the learnings I did throughout the year, the difficulties I encountered, the mistakes I made and all the strategies that I have used and advice to follow to make better my intervention as a trainee teacher at school who welcomed me, either under the pedagogical practice in the group that was assigned to me, whether under all extracurricular activities, either in the relationship established with the whole school community.
This report is divided into two parts: Part I - Training Report (part dedicated to all activities in middle school and concerning my intervention as a trainee teacher) and Part II - Proposal for guiding document for basketball teaching in school (project developed as a complement to the degree of Master of Physical Education).
The draft guidance document for basketball teaching in school appears as a way to dispel some of the difficulties that were appearing throughout the school year. Despite being a document merely informative nature and personal opinion, it will be a query tool to develop teaching units and expanding the range of content and ideas to take the basketball teaching out of the usual context.
Key Words: teaching practice, teacher, basketball, school, teaching.
INTRODUÇÃO
O presente documento está divido em duas partes distintas: Parte I - Relatório de Estágio e Parte II - Proposta de Documento Orientador para o Ensino de Basquetebol na Escola.
A Parte I deste documento apresenta detalhadamente como foi feita a organização de todo o processo do estágio curricular no Agrupamento de Escolas Morgado Mateus, bem como todos os procedimentos realizados durante o mesmo. Através da leitura desse capitulo, podemos esclarecer como foi feita a adaptação à escola e ao meio escolar, quais as expectativas que tínhamos no inicio do estágio e se realmente se revelaram reais, quais os métodos de trabalho utilizados e as estratégias de ensino postas em prática. Também está explicito o método de trabalho extra-aulas, tanto para a elaboração de documentos de ensino e definição dos seus prazos de entrega, bem como para organização de tempos de reunião obrigatórios.
Na Parte II deste documento é apresentada uma proposta de documento orientador para o ensino do basquetebol na escola. O documento está estruturado de forma a que a sua consulta seja objetiva e de fácil compreensão. São apresentados os conteúdos de todos os níveis de ensino e as propostas de exercícios, com a devida explicação do mesmo, para consequente aplicação.
Para que a consulta fique ainda mais facilitada, está também incluído um índice de conteúdos com nomenclatura idêntica à dos Programas de Ensino. (ver Anexos)
PARTE I
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO
INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio está divido em três momentos coincidentes com os três períodos escolares, com uma breve conclusão geral no final.
Neles estão descritos todos os procedimentos de planeamento de aulas e atividades, bem como reflexões dos momentos de lecionação e todas as reuniões de núcleo realizadas ao longo do ano.
Também se encontram reflexões sobre a adaptação à escola e ao meio escolar e algumas considerações sobre todo o processo no qual estivemos envolvidos.
1º Período
A adaptação à escola e ao ambiente não foi difícil. Todos os envolvidos neste processo de estágio, desde o Professor Orientador até às funcionárias do Pavilhão, foram extremamente acolhedores e deixaram-nos sempre à vontade para o que fosse necessário.
No inicio, as expectativas estavam elevadas. Os feedbacks de alguns colegas sobre a escola eram bons e sabíamos que não seria difícil enquadrar-nos no contexto escolar.
No início de setembro reunimos com o Professor Orientador e ficou logo esclarecido o método de trabalho bem como a calendarização de entrega de documentação e de atividades escolares. Prontamente se começou a trabalhar para que os prazos fossem cumpridos e neste aspeto não há nada negativo a registar.
Nessa primeira reunião, fomos também introduzidos à Direção Escolar que prontamente nos acolheu e deu as boas vindas e votos de bom trabalho.
Na semana seguinte, antes de iniciarem os trabalhos letivos, houve reunião de departamento e o Professor Orientador fez questão que estivéssemos presentes, tanto para ficarmos a par de assuntos relativos ao novo ano letivo bem como para sermos apresentados aos restantes colegas. Todos se mostraram recetivos e prontamente se disponibilizaram a ajudar no que fosse preciso.
Após este contacto inicial com a realidade escolar, as aulas iniciaram-se e durante as duas primeiras semanas o Professor Orientador conduziu as turmas e aos estagiários coube a missão de realizar os documentos que eram necessários, tais como Unidades Didáticas e Grelhas de Estruturação de conteúdos.
Importa referir que na primeira aula com cada turma, foram aplicados questionários aos alunos, que previamente haviam sido aprovados pelo Professor Orientador, que serviram de base à elaboração do Estudo de Turma, com prazo de entrega a 31 de Outubro de 2015.
Quando chegou a nossa vez de iniciar a prática pedagógica, e conforme estipulado inicialmente, foi-nos atribuída a turma C do 11º ano.
Ao iniciar o estágio com uma turma do 11º ano, esperávamos que as adversidades não fossem muitas, pois é uma turma que já vem de um ano letivo com o Professor Carlos e já sabe e tem presente as normas de funcionamento das aulas bem como a postura que devem adquirir a partir do momento que entram no Pavilhão.
Visto ser uma turma mais reduzida a nível de elementos, foi mais fácil controlar conversas cruzadas e manter os alunos motivados para as aulas. As modalidades iniciais eram mais apelativas e a nossa estratégia de ensino passava muito pela competição, sem esquecer a componente de transmissão de conteúdos, mas tentando sempre com que houvesse uma competição em todas as aulas, estimulando assim as capacidades físicas dos alunos e cativando-os.
Neste aspeto, correu tudo conforme planeado e a turma é de fácil trato e são empenhados.
2º Período
No 2º período, transitamos para a turma A do 10º ano. Ao contrário do que aconteceu no período anterior, esta turma nunca tinha tido contacto com o Professor Orientador, daí ser pertinente transmitir-lhes métodos de trabalho e regras de funcionamento. Com o desenrolar do período, os alunos melhoraram o seu comportamento e conseguimos perceber que tipo de estratégias funcionam na turma e de que maneira podemos e devemos lidar com os alunos. Foi extremamente desafiante ter que planear uma Unidade Didática de Rugby e Andebol para 24 alunos quando o espaço disponível é apenas 1/3 do Pavilhão, mas sei que fomos bem- sucedidos e isso está representado na evolução dos alunos.
Ainda durante o 2º período, havia um elemento da turma que estava inserido num programa de ensino especial direcionado para alunos com Necessidades Educativas Especiais. Este aluno apenas tinha que se apresentar nas aulas de Educação Física não sendo obrigatória a participação a nível físico.
A nossa estratégia de inclusão deste aluno passou por torna-lo nosso ajudante, atribuindo-lhe tarefas de organização durante as atividades. Além disto também lhe explicávamos individualmente todos os exercícios que eram executados nas aulas para que, pelo menos teoricamente, estivesse instruído desportivamente.
3º Período
No 3º e último período, após discussão com o Professor Orientador, ficou estipulado que a última Unidade Didática que iriamos lecionar, seria uma atividade diferente do habitual. A
calendarização estipulada pelo Grupo de Educação Física previa que a primeira parte do 3º período seria uma opção de cada docente e a escolha recaiu nas Atividades de Natureza, Recreação e Lazer. Dentro deste tema foram escolhidas as atividades de cordas, nomeadamente nós, rappel, tirolesa e paralelas. Foi também introduzida a temática da Orientação, recorrendo à técnica do polegar, realizada dentro do recinto escolar. No que diz respeito ao desenrolar da atividade, não houve nenhum tipo de problema a registar. São atividades que a maior parte dos alunos nunca tinha vivenciado e foi uma excelente maneira de lhes proporcionar novas experiências e até ajudá-los a ultrapassar alguns receios que tinham.
As estratégias para esta Unidade Didática passavam por proporcionar o máximo de tempo possível de prática. Na primeira aula de cada atividade distinta, era utilizado o tempo que fosse considerado necessário para explicar aos alunos os procedimentos de montagem de vias e utilização do respetivo material, visto que o ponto principal destas atividades é a segurança. Nas aulas seguintes, quando os alunos chegavam ao espaço destinado à atividade, já o material estava montado e pronto a ser utilizado. Desta forma, conseguimos que os alunos ficassem com a instrução necessária à montagem de todos os tipos de vias utilizados, bem como o contacto com todo o tipo de materiais ao mesmo tempo que lhes era permitido realizar todas as atividades mais que uma vez. É de realçar que antes de recorrer a qualquer tipo de ponto de ancoragem, todos os materiais foram testados para que a premissa segurança não fosse quebrada.
Também é importante salientar que a escola não está equipada com todos os materiais necessários para lecionar a UD, tendo nós que recorrer à UTAD, nomeadamente ao Prof. Quaresma do Departamento de Desporto a fim de requisitar algum material, que ele possui, para realizar as tarefas.
A instabilidade das condições climatéricas condicionou algumas aulas levando à execução de planos de aula alternativos, previamente elaborados, que assentavam em atividades pré- desportivas.
Conclusões gerais
Em todos os períodos letivos, as reuniões na escola com o Professor Orientador, mantiveram- se com periodicidade semanal, sempre realizadas à quarta-feira no período letivo entre aulas. Ficou estipulado no inicio do ano que estaríamos encarregues pela atividade do Clube Morgado. Realizou-se semanalmente e passava pela promoção de atividade física, nomeadamente o Ténis de Mesa, a todos os alunos da escola que não se encontrassem em tempo letivo obrigatório. A atividade teve lugar na sala de expressões, à sexta-feira de manhã,
Ainda no âmbito das atividades extracurriculares, o nosso Núcleo ficou responsável pela organização e execução da Taça Morgado e Morgadinha. A atividade teve a duração de quatro dias, realizando-se todas as quartas-feiras do mês de maio, das 16h até às 18h15. Nas semanas que antecederam a atividade tivemos que elaborar toda a documentação implícita à mesma bem como divulgar a atividade através de cartazes e de um vídeo promocional que passava em loop no plasma que está situado no bar dos alunos. Ainda antes do inicio da atividade foi elaborada uma escala de serviço, distribuindo assim tarefas a todos os elementos do núcleo, facilitando a execução das mesmas e especificando o que era responsabilidade de cada um para que não houvesse qualquer tipo de falha.
No final do mês de maio realizou-se o Caça ao Tesouro que é uma atividade anual da escola, realizada no Parque Natural do Alvão, e que esteve a cargo do núcleo 2 e do Prof. José Pires. Ao nosso núcleo coube a tarefa de lançar a partida dos alunos, disponibilizar-lhes todas as informações necessárias para iniciarem a atividade e encaminhá-los no espaço. Numa segunda fase, ficámos responsáveis por um posto de controlo, tendo que fazer a marcação dos tempos para controlo do percurso e fazer a verificação da resposta do quebra-cabeças que daria acesso ao ganho de uma moeda para o sorteio do vencedor do prémio final. No que diz respeito às condições de trabalho, não há nada negativo a registar. O Professor fez questão de nos colocar à vontade para dispor de todos os recursos existentes na escola e nunca se opôs a ouvir a nossa opinião e nunca nos impediu de pôr em prática os nossos métodos de ensino. Todos os conteúdos trabalhados nas aulas bem como toda a documentação entregue aos alunos foi previamente aprovados pelo Professor e só depois distribuída.
A escola encontra-se extremamente bem equipada a nível desportivo e sempre tivemos todo o material ao nosso dispor. O recinto desportivo é composto por um Pavilhão Gimnodesportivo, um campo exterior em alcatrão e um campo exterior em terra.
No início do ano letivo ficou estipulado pelo Professor Carlos que o nosso estágio terminaria no final de abril e que até ao final de maio apenas teríamos que nos apresentar semanalmente para as atividades extracurriculares como a Taça Morgado e Morgadinha e o Caça ao Tesouro.
A conjetura atual, na qual a educação física está inserida, obriga-nos a fazer um exercício mental superior ao que faríamos há alguns anos atrás. Não é tarefa fácil motivar os alunos e mantê-los interessados quando, como eles dizem muitas vezes, “a Educação Física não conta para nada”. Penso que seria interessante, por quem de direito, tecer uma reflexão e apurar se as modalidades propostas nos programas, vão de encontro ao que os alunos procuram;; se serão as mais indicadas para conseguir cativas e prender os alunos à educação física e se será mesmo este o caminho a seguir.
Com base na pouca, mas forte, experiência vivenciada este ano letivo, sentimos que os alunos se interessam mais em atividades novas e pouco usuais, como as Atividades de Natureza e o Corfebol. Mesmo quando eram solicitados para exercícios de cariz lúdico e pré-desportivo, o interesse e a motivação era totalmente diferente (para melhor), do que quando solicitados para um qualquer jogo de futsal ou basquetebol. A curiosidade é uma característica das populações jovens e quando confrontados com novos desafios, as respostas serão certamente melhores e as vivências mais proveitosas para o seu crescimento pessoal.
PARTE II
PROPOSTA DE DOCUMENTO ORIENTADOR PARA O ENSINO DE
BASQUETEBOL NA ESCOLA
1. INTRODUÇÃO
Com a entrada no segundo e último ano de Mestrado, iniciava-se uma etapa com grande relevância na formação de um profissional de Educação Física. Associada à aprendizagem vem também a dúvida e começaram-se a notar as lacunas existentes na área, no que diz respeito a documentação específica.
Com esta necessidade surgiu também a vontade de inverter a situação e contribuir para que cada vez mais estejamos mais bem informados e documentados. Daí ter nascido a ideia de elaborar o presente documento que certamente será uma ferramenta de informação, não só para professores estagiários, mas para todos os profissionais da Educação Física.
A escolha da modalidade de basquetebol prendeu-se com vivências pessoais. A formação desportiva da estagiária foi no basquetebol e desde cedo houve o interesse em saber mais. Após a conclusão a licenciatura, fez o nível I do curso de treinadores de basquetebol e conduziu treinos de minibasquete durante dois anos.
O basquetebol é uma modalidade coletiva que tem como particularidade a forma como se joga: apenas com o uso das mãos. Sendo uma modalidade com regras muito específicas e um pouco complexas, torna-se desafiante destruturar a maneira como é ensinada atualmente, adaptando as estratégias à realidade encontrada nas escolas: pouco espaço, poucos recursos materiais e muitos alunos.
Tendo em conta todas estas premissas, surgem neste documento algumas sugestões de exercícios simples, que rapidamente se podem tornar complexos, através de pequenas alterações de objetivos ou condicionantes, quer espaciais, quer humanas.
Assim, e após uma análise dos Programas de Ensino do Ministério da Educação, foi feita uma divisão de conteúdos por níveis de ensino-aprendizagem, ao contrário do que já foi feito. Com esta divisão pretende-se que um mesmo exercício, com as devidas variantes e com diferentes níveis de dificuldade, se aplique em todos os alunos de modo a que toda a turma passe pelos mesmos desafios, tendo sempre em consideração as capacidades e limitações dos alunos. O documento está estruturado de forma a que a sua consulta seja objetiva e de fácil compreensão.
Para que a consulta fique ainda mais facilitada, está também incluído um índice de conteúdos com nomenclatura idêntica à dos Programas de Ensino.
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O basquetebol está divido por escalões etários. Dentro do Minibasquete encontramos os Sub- 8 (idades compreendidas entre 6 e 7 anos), Sub-10 (8 e 9 anos) e Sub-12 (10 e 11 anos). No escalão de Sub-8 e Sub-10 a competição é feita com regras adaptadas à idade das crianças e as suas capacidades físicas. Os cestos estão mais baixos, a bola é mais pequena (tamanho 5), o tempo de jogo é encurtado (normalmente, em concentrações regionais, para 6 períodos de 8 minutos corridos) e a composição das equipas também sofre alterações: os Sub-8 jogam no formato de 3x3 e os Sub-10 em 4x4. Não existe um calendário de jogos definidos. Cada Associação tem a obrigação de realizar o calendário consoante as equipas existentes e, eventualmente, fazer as Concentrações em conjunto com outras Associações. Nos Sub-12 inicia-se a preparação para o jogo formal. Apesar de o tempo de jogo ser similar aos Sub-8 e Sub-10, já se joga no formato 5x5, podendo as equipas, consoante o tipo de competição e o local onde se realizam, ser mistas ou apenas para um dos géneros.
Nos três escalões as regras são aplicadas com maior rigor consoante a idade das crianças. Utilizam-se as regras oficiais, mas não são exatamente seguidas à risca, podendo haver situações em que, por exemplo, a regra dos apoios seja quebrada, mas o árbitro, recorrendo ao bom senso que se exige e à compreensão que idades tão tenras merecem, deixam passar em branco e não assinalam a respetiva infração. Os três escalões partilham a não existência de 24 segundos.
Ainda na temática do Minibasquete, importa referir que a sua filosofia privilegia o bem-estar das crianças à necessidade das vitórias e assegura que todos os elementos da equipa tenham oportunidades iguais de jogar, desenvolvendo as suas capacidades ao mesmo tempo que se divertem.
A partir de Sub-14 (Iniciados), as equipas são compostas apenas por um género. Não existem equipas mistas.
Nos escalões de Sub-14 e Sub-16 (Cadetes) existe um regulamento técnico-pedagógico que tem de ser cumprido. Esse regulamento realça que no escalão de Sub-14 os 24 segundos não são obrigatórios;; a equipa deve apresentar-se com o mínimo de 10 jogadores inscritos no boletim de jogo e a defesa durante o jogo deve ser HxH. Para o escalão de sub-16, o mesmo regulamento indica que para competições nacionais, as equipas devem apresentar pelo menos 8 jogadores no boletim de jogo.
Em ambos os escalões as regras são claras: todos os atletas inscritos no boletim de jogo devem jogar pelo menos um período;; quem jogar no 1º período, deve descansar no 2º período. Nos restantes dois períodos (3º e 4º), a opção de quem entra ou descansa, recai
sobre o treinador. No caso de uma equipa Sub-16 apresentar só 8 ou 9 atletas, cada um deve descansar no mínimo um período.
As regras do jogo em vigor para estes escalões são as deliberadas no documento oficial elaborado pela FIBA, entidade internacional que rege o basquetebol.
A partir de Sub-16 é obrigatório o uso da regra dos 24 segundos. Se não estiver disponível o aparelho de contagem, esta será feita manualmente pela mesa de jogo.
A partir de Sub-16, os escalões diferenciam-se consoante o género dos atletas. No caso do género feminino, o escalão que se apresenta a seguir é o de Sub-19 (Juniores). É um escalão com alguma discrepância de idades, visto que engloba atletas de 16, 17 e 18 anos. O último escalão definido para o sexo feminino é o escalão de Sénior.
No caso dos atletas do sexo masculino, a divisão de atletas é mais uniforme. Existe um escalão intercalar que não existe no caso feminino. Dividem-se, então, os atletas em Sub-18 (Juniores B), Sub-20 (Juniores A) e, por fim, Seniores.
Escalão
Idade
Ano de Escolaridade
Sub-8 (M/F) 6 e 7 anos 1º e 2º anos, 1º Ciclo Sub-10 (M/F) 8 e 9 anos 3º e 4º anos, 1º Ciclo Sub-12 (M/F) 10 e 11 anos 5º e 6º anos, 2º Ciclo Sub-14 (M/F) 12 e 13 anos 7º e 8º anos, 3º Ciclo Sub-16 (M/F) 14 e 15 anos 9º (3º Ciclo) e 10º (Secundário)
Sub-19 (F) 16, 17 e 18 anos Secundário
Sub-18 (M) 16 e 17 anos Secundário
Sub-20 (M) 18 e 19 anos
Tabela 1 -‐ Correspondência entre Escalões, Idades e Anos de Escolaridade
A tabela acima mostra como é feita a correspondência entre os escalões existentes no basquetebol, as idades dos atletas e o ano de escolaridade que, normalmente, deveriam frequentar. Note-se que esta correspondência não é linear uma vez que podemos ter atletas inseridos em determinado escalão, única e exclusivamente pela sua idade, podendo até frequentar um ano de escolaridade abaixo do previsto.
De seguida, serão apresentados exercícios para todos os tópicos explícitos nos programas de ensino. Estes estão divididos em três categorias: nível introdutório, nível elementar e nível avançado. Estes níveis correspondem somente ao nível de ensino-aprendizagem em que o aluno se enquadra, nada tendo a ver com o seu ano de escolaridade. Importa referir também
que qualquer exercício pode ser aplicado em cada um dos três níveis, fazendo pequenos ajustes no que diz respeito a condicionantes, variantes e objetivos específicos do exercício. Estes exercícios são antecedidos por todos os tópicos que, cada nível distinto, propõe.
3. DIVISÃO DE CONTEÚDOS POR NÍVEIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
1
3.1 – Conteúdos do Nível Introdutório
O aluno:
1- Coopera com os companheiros, quer nos exercícios quer no jogo, escolhendo as ações favoráveis ao êxito pessoal e do grupo, admitindo as indicações que lhe dirigem e aceitando as opções e falhas dos seus colegas.
2- Aceita as decisões da arbitragem e trata com igual cordialidade e respeito os companheiros adversários evitando ações que ponham em risco a sua integridade física, mesmo que isso implique desvantagem no jogo.
3- Conhece o objetivo do jogo, a função e o modo de execução das principais ações técnico-táticas e as regras: a) formas de jogar a bola, b) inicio e recomeço do jogo, c) bola fora, d) passos, e) dribles, f) bola presa, g) faltas pessoais, adequando as suas ações e esse conhecimento.
4- Em situação de jogo 3x3 (meio-campo) e 5x5 (campo inteiro):
4.1 – Recebe a bola com as duas mãos e assume uma posição facial ao cesto (enquadra-se ofensivamente) tentando ver o conjunto da movimentação dos jogadores e, de acordo com a sua posição:
4.1.1 – Lança na passada ou parado de curta distância, se tem situação de lançamento (cesto ao seu alcance, em vantagem ou livre de defesa)
4.1.2 – Dribla, se tem espaço livre à sua frente, para progredir, no campo de jogo e ou para ultrapassar o seu adversário direto, aproximando a bola do cesto, para lançamento ou passe a um jogador (preferencialmente em posição mais ofensiva).
4.1.3 – Passa com segurança a um companheiro desmarcado, de preferência em posição mais ofensiva.
4.2 – Desmarca-se oportunamente criando linhas de passe ofensivas (a frente da linha da bola), mantendo uma ocupação equilibrada do espaço.
4.3 – Quando a sua equipa perde a posse de bola, assume de imediato uma atitude defensiva marcando o seu adversário direto, colocando-se entre este e o cesto (defesa individual).
4.4 – Participa no ressalto, sempre que há lançamento, tentando recuperar a posse de bola.
5 – Realiza com oportunidade e correção global, no jogo e em exercícios critério as ações: 1) receção, 2) passe (de peito e picado), 3) paragens e rotações sobre um apoio, 4) lançamento na passada e parado, 5) drible de progressão, e, em exercício critério 6) mudança de direção e de mão pela frente.
3.2 – Conteúdos do Nível Elementar
O aluno:
1- Coopera com os companheiros, quer nos exercícios, quer no jogo, escolhendo as ações favoráveis ao êxito pessoal e do grupo, admitindo as indicações que lhe dirigem, aceitando as opções e falhas dos seus colegas e dando sugestões que favoreçam a sua melhoria.
2- Aceita as decisões da arbitragem, identificando os respetivos sinais, e trata com igual cordialidade e respeito os companheiros e os adversários, evitando ações que ponham em risco a sua integridade física, mesmo que isso implique desvantagem no jogo.
3- Conhece o objetivo do jogo, a função e modo de execução das principais ações técnico-táticas e as regras: a) formas de jogar a bola, b) início e recomeço do jogo, c) bola fora, d) passos, e) dribles, f) bola presa, g) faltas pessoais, h) três segundos, adequando as suas ações a esse conhecimento.
4- Em situação de jogo 5x5, coopera com os companheiros para alcançar o objetivo do jogo o mais rápido possível:
4.1 – Logo que a sua equipa recupera a posse de bola, em situação de transição defesa-ataque:
4.1.1 – Desmarca-se oportunamente, para oferecer uma linha de primeiro passe ao jogado com bola e, se esta não lhe for passada, corta para o cesto.
4.1.2 – Quando está em posição de linha de segundo passe e o colega da primeira linha cortou para o cesto (ou na sua direção), oferece linha de passe ao portador da bola.
4.1.3 – Durante a progressão para o cesto, seleciona a ação mais ofensiva:
- Passa a um companheiro que lhe garante linha de passe ofensiva ou,
- Progride em drible, preferencialmente pelo corredor central (utilizando, se necessário, fintas e mudanças de direção e ou de mão, para se libertar do seu adversário direto), para finalizar ou abrir linha de passe.
4.2 – Ao entrar em posse de bola, enquadra-se em atitude ofensiva básica, optando pela opção mais ofensiva:
4.2.1. – Lança, se tem ou consegue situação de lançamento, utilizando o lançamento na passada ou de curta distância de acordo com a ação da defesa.
4.2.2 – Liberta-se do defensor (utilizando se necessário fintas e drible), para finalizar ou, na impossibilidade de o fazer, passar a bola com segurança a um companheiro.
4.2.3 – Passa, se tem um companheiro desmarcado em posição mais ofensiva, utilizando a técnica mais adequada à situação, desmarcando-se de seguida na direção do cesto e repondo o equilíbrio ofensivo, se não recebe a bola.
4.3 – Se não tem bola, no ataque:
4.3.1 – Desmarca-se em movimentos para o cesto e para a bola (trabalho de receção), oferecendo linhas de passe ofensivas ao portador da bola.
4.3.2 – Aclara, em corte para o cesto:
- se o companheiro dribla na sua direção, deixando espaço livre para progressão do jogador com bola,
- se na tentativa de receção não consegue abrir linha de passe.
4.3.3 – Participa no ressalto ofensivo procurando recuperar a bola sempre que há lançamento.
4.4 – Logo que perde a posse de bola, assume de imediato atitude defensiva acompanhando o seu adversário direto (defesa individual), procurando recuperar a posse da bola o mais rápido possível:
4.4.1 – Dificulta o drible, o passe e o lançamento, colocando-se entre o jogador e o cesto na defesa do jogador com bola.
4.4.2 – Dificulta a abertura de linhas de passe, colocando-se entre o jogador e a bola, na defesa do jogador sem bola.
4.4.3 – Participa no ressalto defensivo, reagindo ao lançamento, colocando-se entre o seu adversário direto e o cesto.
5 – Realiza com correção e oportunidade, no jogo e em exercícios critério, as ações referidas no programa Introdução e ainda: a) fintas de arranque em drible, b) receção-enquadramento, c) lançamento em salto, d) drible de progressão com mudanças de direção pela frente, e) drible de proteção, f) passe com uma mão, g) passe e corte, h) ressalto, i) posição defensiva
pernas e por trás das costas, m) lançamento com interposição de uma perna e n) arranque em drible (direto ou cruzado).
3.3 - Conteúdos do Nível Avançado
3.3.1 – 9º e 10º Ano
O aluno:
1 – Coopera com os companheiros, quer nos exercícios, que no jogo, escolhendo as ações favoráveis ao êxito pessoal e do grupo, admitindo as indicações que lhe dirigem, aceitando as opções e falhas dos seus colegas e dando sugestões que favoreçam a sua melhoria.
2 – Aceita as decisões da arbitragem, identificando os respetivos sinais e trata com igual cordialidade e respeito os companheiros e os adversários, evitando ações que ponham em risco a sua integridade física, mesmo que isso implique desvantagem no jogo.
3 – Adequa a sua atuação, quer como jogador quer como árbitro, ao objetivo do jogo, à função e modo de execução das principais ações técnico-táticas e às regras do jogo.
4 – Em situação de jogo 5x5, coopera com os companheiros para alcançar o objetivo do jogo o mais rápido possível:
4.1 – Na reposição da bola em jogo ou na recuperação da bola pela sua equipa no seu meio-campo defensivo:
4.1.1 – Desmarca-se de imediato, abrindo linhas de passe ofensivas, contribuindo para o equilíbrio ofensivo (ocupação racional do espaço de jogo) da sua equipa e finalização rápida, em vantagem numérica e/ou posicional.
4.1.2 – Se é portador da bola, opta pela forma mais rápida de progressão: 4.1.2.1 – Passa rápido, utilizando a linha de passe mais ofensiva. Após passe, desmarca-se garantindo a progressão da equipa em equilíbrio ofensivo.
4.1.2.2 – Dribla progredindo rapidamente pelo corredor central para finalizar debaixo do cesto ou, na impossibilidade de o fazer, e se não tem linha de passe imediata, procura, enquanto dribla, uma linha de passe que aproxime a bola do cesto.
4.1.3 – Explora situações de 3x2 ou 2x1, conjugando as suas ações com a dos companheiros para uma finalização rápida, optando por passe ou drible consoante a posição dos defesas e utilizando a técnica de lançamento mais adequada à situação.
4.2 – Se a equipa não finaliza rapidamente tirando vantagem de situações em superioridade numérica ou posicional, ocupa uma posição que permita o ataque em cinco abertos dando continuidade às ações ofensivas da sua equipa.
4.2.1 – Sem posse de bola, conforme a posição dos companheiros e dos defesas e segundo critério de maior ofensividade, desmarca-se abrindo linhas de passe:
- nos espaços aclarados pelas movimentações dos companheiros, - em corte, para a bola ou para o cesto,
- aclarando em movimento rápido.
4.2.2 – Ao entrar na posse da bola, enquadra-se ofensivamente numa atitude de tripla ameaça:
4.2.2.1 – Desenquadra o seu adversário direto (1x1) para finalizar e, na impossibilidade de o fazer, mantém o drible ou passa a um companheiro em corte em posição mais ofensiva.
4.2.2.2 – Se a penetração em drible é interrompida pela ação de um defesa, e não tem condições favoráveis ao lançamento, passa rápido e oportunamente a um companheiro.
4.2.2.3 – Após passe, corta para o cesto para abrir nova linha de passe, repondo o equilíbrio ofensivo, se não recebe a bola durante o seu movimento.
4.2.3 – Participa ativamente no ressalto ofensivo, sempre que há lançamento, procurando recuperar a bola. Se a recupera, lança novamente se tem condição favorável, ou passa a um companheiro desmarcado para finalizar ou dar continuidade às ações ofensivas da sua equipa.
4.3 – Logo que perde a posse da bola, assume uma atitude defensiva, dirigindo-se de imediato ao seu adversário direto, colocando-se entre a linha da bola e o cesto, procurando recuperar a posse da bola ou dificultar as ações ofensivas:
4.3.1 – Na defesa do jogador com bola, coloca-se entre a bola e o cesto (enquadra-se), dificultando o passe, o drible e o lançamento.
4.3.2 – Se é ultrapassado pelo jogador em drible, recupera o enquadramento defensivo.
4.3.3 – Na defesa do jogador sem bola, procura intercetar o passe e/ou dificultar a abertura de linhas de passe colocando-se entre o jogador e a bola.
4.3.4 – Se o companheiro é ultrapassar pelo seu adversário direto, ajuda-o tentando dificultar a ação ofensiva do atacante (entreajuda).
4.3.5 – Ao lançamento, coloca-se entre o adversário direto e o cesto para participar com vantagem (em antecipação) no ressalto defensivo.
5 – Realiza com correção e oportunidade no jogo e em exercícios critério, as ações: a) drible, b) passe-receção, c) lançamento, d) ressalto, e) fintas, f) enquadramento ofensivo, g) posição básica defensiva, h) enquadramento defensivo, e ainda i) deslizamento e j) sobremarcação.
3.3.2 – 11º e 12º Ano
O aluno:
1 – Coopera com os companheiros, quer nos exercícios, quer no jogo, escolhendo as ações favoráveis ao êxito pessoal e do grupo, aceitando as indicações que lhe dirigem, bem como as opções e falhas dos seus colegas, e dando sugestões que favoreçam a sua melhoria.
2 – Aceita as decisões da arbitragem, identificando os respetivos sinais e trata com igual cordialidade e respeito os companheiros e os adversários, evitando ações que ponham em risco a sua integridade física, mesmo que isso implique desvantagem no jogo.
3 – Adequa a sua atuação, quer como jogador quer como árbitro, ao objetivo do jogo, à função e modo de execução das principais ações técnico-táticas e às regras do jogo.
4 – Em situação de jogo 5x5, coopera com os companheiros para alcançar o objetivo do jogo o mais rapidamente possível:
4.1 – Na reposição da bola em jogo ou na recuperação da bola pela sua equipa no seu meio campo defensivo:
4.1.1 – Desmarca-se de imediato, abrindo linhas de passe ofensivas, contribuindo para o equilíbrio ofensivo (ocupação racional do espaço de jogo) da sua equipa e finalização rápida, em vantagem numérica e/ou posicional.
4.1.2 – Se é o portador da bola, opta pela forma mais rápida de progressão:
4.1.2.1 – Passa rápido, utilizando a linha de passe mais ofensiva. Após passe, desmarca-se, garantindo a progressão da equipa em equilíbrio ofensivo.
4.1.2.2 – Dribla, progredindo rapidamente pelo corredor central para finalizar debaixo do cesto ou, na impossibilidade de o fazer, e se não tem linha de passe imediata, procura, enquanto dribla, uma linha de passe que aproxime a bola do cesto.
4.1.3 – Explora situações de 3x2 e 2x1, conjugando as suas ações com a dos companheiros para uma finalização rápida, optando por passe ou drible consoante a posição dos defesas e utilizando a técnica de lançamento mais adequada à situação.
4.2 – Se a equipa não finaliza rapidamente, tirando vantagem de situações em superioridade numérica ou posicional, ocupa uma posição que permita o ataque em cinco abertos, dando continuidade às ações ofensivas da sua equipa:
4.2.1 – Ao entrar na posse da bola, enquadra-se ofensivamente numa atitude de tripla ameaça:
4.2.1.1 – Desenquadra-se, se necessário, o seu adversário direto (um contra um), podendo beneficiar do bloqueio de um companheiro para:
- finalizar, utilizando a técnica de lançamento adequada;;
- penetrar em drible, ganhando posição favorável ao lançamento ou, - passar com oportunidade a um companheiro em posição mais ofensiva.
4.2.1.2 – Após passe que aproxime a bola do cesto (penetrante), corta para o cesto para abrir linha de passe que lhe permita finalizar, ocupando de seguida um espaço aclarado, se não recebe a bola durante o seu movimento.
4.2.1.3 – Após passe de apoio (não penetrante), desmarca-se, podendo, na sua movimentação, de acordo com a posição da bola e dos companheiros, oferecer um bloqueio direto ou indireto a um companheiro (de preferência para este o aproveitar em corte para a bola ou penetrar para finalizar perto do cesto).
4.2.2 – Sem posse de bola, conforme a posição dos companheiros e dos defesas e segundo o critério de maior ofensividade, desmarca-se procurando abrir linhas de passe:
4.2.2.1 – Nos espaços aclarados pelas movimentações dos companheiros ou aproveitando (com ofensividade) eventuais bloqueios que os colegas lhe proporcionem.
4.2.2.2 – Em corte, para a bola ou para o cesto, pela frente ou nas costas do defensor (conforme a reação deste), para abrir linha de passe mais ofensiva, e, se possível, finalizar.
4.2.2.3 – Se no seu movimento de receção não se consegue libertar do seu adversário direto (e abrir linha de passe vantajosa para a sua equipa):
- corta para o cesto (corte à sobremarcação), tentando abrir linha de passe ou deixando espaço livre para a eventual penetração do jogador com bola;; ou
- realiza um bloqueio (indireto) ao defesa de um companheiro, por forma a libertá-lo para abrir linha de passe em condições favoráveis.
4.2.2.4 – À penetração de um companheiro com bola, aclara saindo do lado contrário ou colabora na ação do companheiro oferecendo-lhe um bloqueio direto. 4.2.2.5 – Na sequência da realização de bloqueio direto ou indireto (à passagem do companheiro pelo bloqueio), abre de imediato linha de passe em corte para o cesto ou para fora (desfaz o bloqueio), de acordo com a posição dos defesas e do companheiro que aproveitou o bloqueio.
4.2.2.6 – Quando se encontra numa posição próxima do cesto/ linha de fundo (com a bola acima da linha de lance livre), corta para a bola, para a posição de poste alto (subida a poste alto), tentando receber a bola, enquadra-se com o cesto para finalizar, penetrar em drible ou passar a um companheiro em posição mais ofensiva.
4.2.2.7 – À subida a poste alto de um companheiro do seu lado, aproveita o espaço aclarado para cortar rápido para o cesto, nas costas do defensor (porta- atrás).
4.2.2.8 – Colabora na organização ofensiva da sua equipa, na reposição do equilíbrio ofensivo (se necessário), ocupando, em corte ou desmarcação, os espaços deixados livres pelos companheiros nas suas ações.
4.2.3 – Participa ativamente no ressalto ofensivo, sempre que há lançamento, procurando recuperar a bola. Se recupera a bola, lança novamente se tem condição favorável, ou passa a um companheiro desmarcado para finalizar ou dar continuidade às ações ofensivas da sua equipa.
4.3 – Na perda da posse de bola, assume uma atitude defensiva recuando para o seu meio-campo, mantendo a visão da bola, tratando-se de defender HxH em meio-campo, ou dirigindo-se de imediato ao seu adversário direto se se trata de defesa HxH todo o campo:
4.3.1 – Pressiona o jogador com bola mantendo, através de sucessivos deslocamentos, o enquadramento defensivo, impedindo ou condicionando a progressão (desviando-o para posições pouco ofensivas), o passe e a finalização (obrigando a passe não penetrante ou lançamento em situação desfavorável).
4.3.2 – Se é ultrapassado pelo jogador em drible, recupera rapidamente o enquadramento e posição defensiva básica.
4.3.3 – Na defesa de um jogador sem bola em linha de primeiro passe, sobremarca (fecha) a linha de passe;; na defesa do jogador sem bola do lado contrário (em linha de segundo passe), posiciona-se por forma a poder intercetar passes e a ajudar os seus colegas mais próximos nas suas ações defensivas.
4.3.4 - Dá um tempo de ajuda, impedindo ou dificultando as ações ofensivas do adversário, recuperando de seguida a defesa do seu jogador, se o companheiro é ultrapassado pelo jogador da sua responsabilidade.
4.3.5 - Ao aumento de pressão sobre o jogador com bola, fecha as linhas de passe (aumenta a pressão), colaborando na ação defensiva da sua equipa, tentando impedir ou dificultando o passe-receção.
4.3.6 - Na defesa dos cortes, tenta impedir o movimento do adversário pela sua frente, sobremarca e aumenta a pressão na linha de passe quando este se
aproxima da área restritiva, antecipando-se (ou reagindo de imediato) à iniciativa de corte.
4.3.7 - Quando o adversário direto beneficia de um bloqueio, reage à iniciativa do jogador que dá o bloqueio ou ao aviso do companheiro de equipa, assumindo de imediato uma posição que lhe permita dificultar a realização e o
aproveitamento do bloqueio, recuperando de imediato a defesa do seu jogador, se for ultrapassado.
4.3.8 - Na defesa do jogador que realiza o bloqueio, avisa oportunamente o companheiro, coloca-se em posição de facilitar a passagem no bloqueio e que lhe permita
dar, se necessário, um tempo de ajuda, recuperando de seguida a defesa do seu jogador (ao desfazer o bloqueio).
4.3.9 - Ao lançamento, coloca-se entre o adversário direto e o cesto para participar com vantagem (em antecipação) no ressalto defensivo, dificultando
e, se possível, impedindo a participação do adversário no ressalto (bloqueio defensivo).
5 - Realiza com correção e oportunidade, no jogo e em exercícios-critério, as ações técnicas: a) drible, b) passe-receção, c) lançamento, d) ressalto, e) bloqueio
direto e indireto, f) desfazer do bloqueio e g) aproveitamento do bloqueio, h) sobremarcação, i) enquadramento, j) desvio, l) pressão, m) defesa do bloqueio e n) bloqueio defensivo.
3.4 – Propostas de aplicação
Exercício 1
Receção de bola Passe e corte
Posição Básica Ofensiva
O aluno recebe a bola com as duas mãos e enquadra- se frontalmente com o cesto. Coloca-se em posição de tripla ameaça.
De seguida, corta para o cesto (sempre a olhar para a bola) e retorna ao local inicial.
Exercício 3 Lançamento na Passada (D/E)
Alunos agrupados em pares,, com uma bola. Um dos alunos coloca-se com bola dentro da área restrita e o outro aluno coloca-se junto à linha de 3 pontos. O aluno que não tem bola inicia a corrida em direção ao cesto e, ao mesmo tempo que coloca o primeiro apoio, agarra na bola, realiza o segundo apoio e eleva-se para o lançamento ao cesto.
Trocam de posições.
Exercício 2 Enquadramento Ofensivo Drible
Todos os alunos com uma bola, afastados uns dos outros, realizam drible. Quando ouvirem o apito do professor, interrompem o drible e viram-se para a tabela do meio campo onde se encontram, colocando-se em posição de tripla ameaça.