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Listas nominativas e dinâmicas de mestiçagem: uma experiência metodológica para o estudo dos pardos em uma área rural (Campo Grande, Rio de Janeiro, 1720 – 1800)

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(CAMPOGRANDE, RIO DE JANEIRO, 1720 – 1800)1

Jerônimo Aguiar Duarte da Cruz2

Este texto procura problematizar o uso das listas nominativas tendo em vista o fenômeno da mestiçagem nos territórios da América Portuguesa. Especificamente, discute formas para identificar e analisar esses grupos populacionais cujas qualidades são bastante fluidas e constantemente apagadas na documentação. Para isso, apresenta a lista da freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, termo da cidade do Rio de Janeiro, escrita em 1797.

A produção desse documento é fruto de uma ordem do Vice-rei do Estado do Brasil, Conde de Resende. Ele encomenda descrições para as sete freguesias do Distrito de Guaratiba, a saber: Campo Grande, Jacarepaguá, Guaratiba, Marapicú, Jacutinga, Aguaçú e Itaguaí. São produzidas entre abril e agosto de 1797. Para o Rio de Janeiro, no mesmo ano são produzidas listas para o Distrito de Cabo Frio. Sublinha-se que esse tipo de fonte não foi comum para a Capitania do Rio de Janeiro da segunda metade do século XVIII e tem servido de material para uma série de trabalhos recentes (RODRIGUES, 2016; OLIVEIRA, 2016; CRUZ, 2018).

Ana Paula Rodrigues apresenta esse material em texto de 2016. Segundo ela:

Do total dos chefes de domicílio, poucos tiveram sua cor identificadas, em Guaratiba 36 foram nomeados por pretos ou pardos (2% do total) e em Cabo Frio apenas 6 (0,3%). Devemos ressaltar que as referências à cor envolvem mais complexidade do que a simples referência à cor da tez (RODRIGUES, 2016, p. 6).

Prossegue:

“Observamos que poucos chefes tiveram cor registradas pelo recenseador, o que nos faz pensar sobre a importância da referência à cor social, para estes casos específicos” (RODRIGUES, 2016, p. 6).

1

Trabalho apresentado no VIII Simpósio Nacional de História da População, realizado no Nepo/Unicamp, em Campinas, SP, entre os dias 16 a 17 de outubro de 2019.

2 Doutorando – PPGHIS/UFRJ. Bolsista CNPq. Este texto é fruto de discussões dos Capítulos 1 e 2

(2)

A autora identificava uma baixíssima presença de pretos e pardos entre os chefes de domicílio dos dois Distritos, sublinhando que, geralmente, os chefes não tinham cor. Como vemos acima, ao invés de asseverar que a maioria dos chefes é branca, Rodrigues indica que a ausência das cores não significa inexistência desse tipo de hierarquia social, mas sim a existência de um outro tipo de hierarquização que não via necessidade de apontar a cor para um grande contingente populacional – incluindo muitos descendentes de escravos ou mestiços. Ou seja, a cor seria uma referência ao lugar social dos agentes. Em outro texto sobre essas listas, Victor Oliveira faz apontamentos no mesmo sentido (OLIVEIRA, 2016).

Desta forma, procura-se identificar o lugar dos pardos na lista nominativa de Campo Grande, tendo em vista que pretos e pardos representam apenas 2% dos chefes de domicílio das listas de 1797, como apontado por Rodrigues. Mais especificamente, propõe analisar o papel dos pardos no interior dos domicílios e dinâmicas de hierarquização social na lista da pequena freguesia.

AS LISTAS NOMINATIVAS NA MONARQUIA PORTUGUESA: CLASSIFICAR AS GENTES

Segundo o historiador português Paulo Teodoro de Matos, no decorrer da segunda metade do século XVIII, a administração portuguesa é orientada para um maior controle e sistematização das informações sobre os vários domínios da Monarquia Lusa. É uma conjuntura sublinhada pela tentativa de compreender os diferentes modos de ocupação das conquistas – extensas, descontínuas geograficamente e diversificadas socialmente (MATOS, 2008).

Essa política se estende na gestão dos dados sobre as populações, finanças e questões militares. Nesse contexto, ocorre um intenso levantamento estatístico das populações dos territórios lusos, um pouco mais organizado e rico de informações do que até então. Tais dados passam a ser pensados como instrumentos de ação do Estado português, documentados pela necessidade de identificar e contar os habitantes alistáveis para fins militares ou os desenvolvimentos agrícolas nas várias paragens ultramarinas3.

3

A autora propõe uma periodização para as fontes de natureza demográfica: 1) fase pré-estatística: do início da colonização até a metade do século XVIII; 2) fase proto-estatística: a partir da segunda metade do século XVIII até o primeiro recenseamento nacional de 1872; 3) era estatística: a partir de 1872. Para mais informações sobre essas classificações, ver: Marcílio (2000) e Costa (1977, p. 32-33).

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Devemos destacar que censos populacionais mais ou menos do mesmo tipo são feitos nas colônias espanholas no mesmo período e, segundo Matos, também na França e Inglaterra (MATOS, 2008), como bem exemplificam Meriño e Perera (2011, p. 17-21) para a América Espanhola, com o caso de Cuba na transição do século XVIII e XIX.

Algumas cartas populacionais foram feitas na primeira metade dos Setecentos, mas a partir da década de 1770 há uma tentativa de padronização dos dados, além de uma maior regularidade no levantamento das informações. Açores, por exemplo, recebe instruções para produzir tais documentos ao fim de cada mês de janeiro. Diversos presídios de Angola também possuem levantamentos estatísticos no mesmo período, assim como São Tomé (MATOS, 2008, p. 7).

Para a América Portuguesa, muitos trabalhos de história demográfica, econômica ou social utilizam os mapas populacionais ou listas nominativas produzidas a partir da segunda metade do século XVIII. Destacamos muitas pesquisas deste tipo para regiões de São Paulo, devido a maior incidência de fontes, mas também para algumas áreas dos atuais territórios de Minas Gerais ou mesmo de Pernambuco – os últimos em menor escala4

.

No caso do Rio de Janeiro, as descrições populacionais aparecem para as freguesias da cidade, em 1799, contando as gentes entre livres e escravos, e diferenciando-as por cores (branco, pardo, preto)5. Há também descrições mais detalhadas para a região do atual norte fluminense, Campos dos Goytacazes, que divide a população por família, enumerando-as e nomeando o chefe de cada domicílio (FARIA, 1998). Além das listas acima mencionadas para os Distritos de Cabo Frio e Guaratiba (RODRIGUES, 2016; OLIVEIRA, 2016).

São documentos muito detalhados que ao invés de dividir a população por grupos de idade e/ou qualidade apresentam-nos uma organização por família, realçando o nome de cada chefe de domicílio, descrevendo a composição familiar e a produção no ano de 1797.

Destacamos que na América Portuguesa existem cartas populacionais, que apresentam a soma de habitantes, divididos por grupos de idade, gênero, condição

4

Trabalhos clássicos: Marcílio (2000; 1986) e Costa (1977). Alguns trabalhos mais recentes: Rodarte (2008); Oliveira (2016); Guedes (2008); Luna (2005); Lima (2005) e Silva (2003).

5

IBGE. População do Rio de Janeiro, 1799-1900. Disponível em http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/RJ1799_1900.pdf. Acesso em 30 set.15.

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jurídica, cor, etc., tal qual o Resumo Total da População das freguesias da cidade do Rio de Janeiro de 1799, acima citado. E encontram-se também as listas nominativas que nomeiam cada chefe de domicílio. As últimas são muito mais frutíferas, numa perspectiva de cruzamento onomástico ou de feitura de fichas por razões óbvias: as primeiras só trazem números, as segundas trazem também os nomes dos habitantes.

A despeito da crescente centralidade da cidade do Rio de Janeiro na segunda metade do século XVIII, tais listas foram encontradas apenas para o ano de 1797 e não incluem importantes freguesias do Recôncavo da Guanabara. Restringem-se ao Distrito de Guaratiba, nomenclatura que se refere à organização militar dos corpos auxiliares de localidades que distavam mais de 50 quilômetros do centro da cidade.

Por meio destas listas podemos conhecer a produção e exportação de gêneros agrícolas, a renda adquirida com tais vendas, o consumo para subsistência de cada agrupamento familiar, o tamanho das famílias, um cadastro rudimentar da propriedade fundiária, quantidade de escravos por fogo, perfil demográfico da área, etc. (MARCÍLIO, 2000, p. 47-48).

Como dito até aqui, nota-se um lento esforço régio no estímulo à feitura desses documentos, o que proporcionaria a comparação das características dos territórios. Entretanto, era dificílimo promover um consenso quanto à discriminação dos grupos que compunham a população. Em todo o Império, alguns censos diferenciavam as gentes por suas cores ou condições jurídicas, outros as dividiam por taxionomias de caráter religioso, outros nem um, nem outro (MATOS, 2008, p. 10). O consenso reside no fato de que havia uma pluralidade de classificações dos agentes e esta incidia na produção dos documentos.

Desta maneira, devemos tomar precauções com as informações sobre a classificação social nestas fontes. Daí a necessidade de compreender que tais listas nominativas ou mapas populacionais podiam ser produzidas de acordo com as especificidades das classificações costumeiras locais. Em cada conquista ultramarina, os documentos possuem especificidades, diferindo de lugar para lugar, não só quanto às idiossincrasias de seus grupos e populações, mas por caprichos dos agentes que produziam tal documentação (MATOS, 2008, p. 10). Em outras palavras, embora motivadas por determinações do Reino, do ponto de vista dos indicativos de qualidade dos personagens, essas fontes parecem ter sido elaboradas

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de acordo com as organizações costumeiras locais. E a posição hierárquica que o personagem ocupa na sociedade e no interior de um domicílio poderia funcionar como um indicativo de sua qualidade, muitas vezes, reforçando ou camuflando suas origens (GUEDES, 2008, p. 107).

Talvez, por isso, alguns mapas apontem o alto nível de agregados pardos ou pretos e o baixo nível proporcionalmente de pardos e pretos entre os chefes de domicílio – ser agregado significa estar submetido ao chefe do fogo, a princípio, uma posição subalterna. 6 Tal qual a lista nominativa de Campo Grande que, como veremos, apresenta um baixo número de chefes com qualidade de cor, em torno de 5%. Por outro lado, demonstraremos que a qualidade de cor podia ser silenciada quando o sujeito chefiava um fogo.

Todavia, devemos salientar que, ao contrário de alguns trabalhos sobre regiões de São Paulo, não contamos com mapas populacionais para vários anos, o que impossibilita análises mais precisas sobre as mudanças na chefia dos domicílios ou alterações nas classificações sociais dos personagens analisados. Por isso, somamos informações retiradas de registros paroquiais como os batismos e/ou livros de casamento. Além disso, a documentação não é tão rica quanto àquelas descobertas em outras regiões. Em listas de Minas Gerais, por exemplo, discriminam-se também o nome das esposas, filhos, agregados e suas respectivas idades (PAIVA; RODARTE, 2015). Em Campo Grande, tais informações não constam. Abaixo apresento um exemplo de como as informações nos são apresentadas na fonte:

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Agregados seriam ex-escravos, pardos e pretos, geralmente. Como demonstra Machado, remetendo a textos clássicos, como Oliveira Vianna em Populações Meridionais, ou à própria documentação (MACHADO, 2008). Guedes relativiza a brancura dos chefes dos domicílios de Porto Feliz, ver: Guedes (2008, p. 105-108). Para Samara, os agregados seriam mestiços, majoritariamente (SAMARA, 2005, p. 120).

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IMAGEM 1 – Trecho do Mapa descritivo das populações do Distrito de Guaratiba de 1797

Fonte: Mapa descritivo das populações do Distrito de Guaratiba, 1797. AHU_ACL_CU_005, Cx. 163, Doc. 12203.

Na fonte, o campo “chefe das famílias” é o único que traz informações referentes aos nomes dos personagens da freguesia. Além disso, é o único que possui registro de idade. Destaca-se ainda o estado matrimonial dos moradores livres. Os outros componentes do domicílio não são mencionados pelo nome, mas por números. Em relação aos cônjuges, filhos, escravos ou agregados indica-se apenas a quantidade por fogo a partir dos parâmetros macho maior, menor; fêmea menor, maior (categorias da fonte). Desta maneira, é impossível identificar relações de parentesco no interior do domicílio, o nome dos agregados e suas qualidades, a naturalidade dos chefes e muitas outras perguntas.

Este texto se concentra em apresentar caminhos metodológicos possíveis para driblar essas nuances da fonte.

A DESCOBERTA DE UMA POPULAÇÃO EGRESSA DA ESCRAVIDÃO

O mapa populacional da freguesia apresentou quase todos os lavradores como livres e sem cor. Impõe-se uma advertência: em todos os documentos da região, quando o sujeito era classificado como branco não havia menção nenhuma ao lado de seu nome. Era como se sua brancura fosse evidente, logo, não havia cor. Isso ocorria tanto nos registros de batismo, como nos de casamento e na lista nominativa.

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De todos os 357 domicílios, apenas 23 foram classificados com qualidade de preto (6,4%). Todos os outros 334 eram sem cor, logo, brancos.

Em texto recente de caráter metodológico, Fragoso orienta que se mescle o manejo de fontes paroquiais com listas nominativas. Além da identificação de séries estatísticas, propõe a organização de genealogias de famílias para que a partir disso se apreenda mudanças sociais, comportamentos demográficos da população, etc. (FRAGOSO, 2014, p. 28-29).

Num cenário de maior disponibilidade de fontes, Amorim desenvolve um método de cruzamento de dados que possui como eixo a biografia de todos os indivíduos de uma dada paróquia. A base de dados é cruzada com qualquer tipo de documentação que permita vincular o indivíduo a suas ligações geracionais (AMORIM, 2016). Segundo a autora, sua proposta metodológica supera a ideia de reconstituição de famílias, já que sua meta não se restringe à análise demográfica. Desta maneira, desenvolve o que ela chama de reconstituição de paróquia, que busca reconstituir todos os dados possíveis para todos os residentes possíveis de uma dada área (AMORIM, 1991).

Em parte, a proposta de Amorim é semelhante à de Jacques Dupâquier sobre a necessidade de expandir o método de Louis Henry. Segundo ele, havia necessidade de que o método de reconstituição de famílias utilizasse toda sorte de documentação. Henry reagruparia apenas as informações das páginas dos livros paroquias (DUPÂQUIER, 1977, p. 311).

Fato é que no seu manuel brésilien, Henry afirma a necessidade de adaptar a análise à diversidade de situações. Neste texto, inclusive, propõe associar a investigação dos registros paroquiais com listas nominativas. Apesar disso, se detêm em orientar métodos para alcançar indicadores demográficos (natalidade, nupcialidade, fecundidade, etc.), sem o apego ao aspecto genealógico (HENRY, 1977).

Ainda que Henry não tenha a preocupação genealógica, o seu trabalho nos é útil quanto à proposição de fichas familiares7. Como se sabe, estes cadastros agrupam informações como nome, residência, estado civil, nome dos cônjuges, as datas de nascimento, casamento e morte ou mesmo a profissão. Consiste na ideia

7

Amorim também propõe a elaboração de fichas familiares, mas com eixo nos indivíduos e não nos casais, como propunha Henry (AMORIM, 1991).

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de que os dados dispersos poderiam ser reagrupados, reconstituídos (HENRY, 1977, p. 55).

Do mesmo modo, Pierre Goubert orienta a feitura de fichas familiares. O autor alerta para uma demografia social diferenciada, ou seja, tal método pode elucidar comportamentos populacionais diferentes de acordo com o grupo social (GOUBERT, 1973, p. 266).

Esse conjunto de proposições nos foi útil, ainda que não pudéssemos seguir à risca nenhum dos métodos, devido às lacunas da nossa documentação. Em vista disso, construímos uma metodologia possível, fundada na lista nominativa de 1797 e nos registros de batismo e casamento referentes ao período 1720 e 17998.

A ideia foi desenhar fichas individuais para todos os chefes de domicílio da freguesia, com ênfase na reconstituição de informações básicas, possíveis a partir do nome dos cabeça de fogo9: 1) nome do chefe, 2) estado matrimonial, 3) indicativo de qualidade do chefe, 4) naturalidade do chefe, 5) nome do cônjuge, 6) indicativo de qualidade do cônjuge, 7) naturalidade do cônjuge, 8) nome dos pais, sogros, 9) indicativo de qualidade e naturalidade dos pais e sogros, 10) relação genealógica entre os domicílios, além dos dados das listas como 11) quantidade de escravos, 12) quantidade de agregados, 13) quantidade de filhos e 14) forma de acesso à terra.

TABELA 1 – Quantidade de chefes de domicílio identificados a partir do cruzamento de

dados (1750-1800)

Chefes de domicílio Quant. %

Identificados 251 70%

Não identificados 106 30%

Total 357 100

Fonte: Mapa descritivo das populações do Distrito de Guaratiba, 1797. AHU_ACL_CU_005, Cx. 163, Doc. 12203.

Como se vê acima, a partir deste cruzamento de dados preenchemos fichas para 70% dos domicílios da freguesia de Campo Grande em 1797, ao menos com o nome do cônjuge, naturalidade e indicativo de qualidade do chefe e cônjuge. Deste total, identificamos redes de parentesco consanguíneo para 179 domicílios citados

8

Ocasionalmente, alguns destes personagens foram encontrados em escrituras públicas e requerimentos sesmariais.

9

(9)

no mapa populacional (52% dos 343 lavradores):10 seus sogros e pais, primos, etc. Com isso, pudemos reconstruir genealogias e teias de parentesco entre os domicílios e ter indícios das fluidas qualidades que permearam a vida daqueles personagens. Note que fizemos uma ficha para cada chefe de domicílio da região, somente quando sua identidade podia ser confirmada de forma inequívoca.

Abaixo podemos observar a representação gráfica do conjunto de chefes de domicílio tal qual a disposição da fonte. O capitão de milícia que produz a documentação indica que 85% dos homens e mulheres são livres e sem cor, enquanto 6% foram classificados como pretos.

GRÁFICO 1 – Distribuição original dos indicativos de qualidade dos chefes de domicílio em

1797 – Freguesia de Campo Grande

Fonte: Mapa descritivo das populações do Distrito de Guaratiba, 1797. AHU_ACL_CU_005, Cx. 163, Doc. 12203.

Obs.: Os casos que aparecem com 0% referem-se a situações que não alcançam 1%.

Após a construção das fichas familiares, o perfil dos chefes de domicílio sofreu grave transformação. Optamos por apontar os indicativos de qualidade dos agentes para que se possa ter uma ideia de que entre 1750 e 1800 tais personagens circularam por alguns lugares sociais na comunidade estudada, indo de pardos

10

De um total de 357 domicílios, em 164 casos não foi possível identificar parentesco, e em 179 casos foi possível identificar algum nível de parentesco. Em 14 casos, os chefes de domicílio são senhores de engenho.

[NOME DA CATEGORIA]

6%

Alferes sem cor 1%

Tenentes sem cor

1% Capitães sem cor 2%

Padres sem cor 3%

Capitão preto forro 0% Alferes preto forro

0% Donas 1%

Livres, sem cor, sem título

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forros a personagens livres e sem cor, por exemplo11. Era isso, ou ignorar a complexidade daquelas famílias.

GRÁFICO 2 – Distribuição dos indicativos de qualidade dos lavradores chefes de domicílio

em 1797, após a elaboração das fichas familiares – Freguesia de Campo Grande

Fonte: Fichas populacionais baseadas no Mapa descritivo das populações do Distrito de Guaratiba, 1797. AHU_ACL_CU_005, Cx. 163, Doc. 12203.

O uso desta metodologia nos aproximou do perfil populacional encontrado para a população de mães nos livros de batismo (30% das mães livres e forras eram pardas na década de 1790).

O cruzamento de dados trouxe à luz um grupo significativo de chefes e famílias que eram classificados como pardos forros em distintos momentos na freguesia. Além disso, conseguimos identificar familiares que nunca tiveram menção à qualidade de cor entre 1740 e 1800. Por outro lado, 31% dos chefes não puderam ter indicativos de qualidade identificados, devido à existência de homônimos ou a sua inexistência nas fontes consultadas.

Entre os 343 domicílios de lavradores, mais de 20% eram chefiados por personagens que transitavam pela qualidade de cor parda. Caso restringirmos a proporcionalidade apenas para as 237 fichas construídas, aquelas 82 famílias de pardos e pretos representam 34,5% dos lavradores. Como não temos outro mapa

11

Além de Donas e/ou capitães que não eram assim mencionados em fins do século, mas que já o tinham sido entre 1750 e 1800.

Pardos forros 15% Pretos 7% Donas 1% Capitão 1%

Patente militar preto forro 1% Alferes 1% Tenente 2% Padre 3% Livre, sem cor, sem

título 37% Não identificado 31% Crioulo-forro 1%

(11)

populacional para detectar possíveis mudanças nos indicativos de qualidade dos chefes de domicílio preferimos não os tratar como simplesmente “livres e sem cor”12

, demonstrando que esses personagens aparecem com outras qualidades no período que vai de 1750 a 1800.

A expansão da produção açucareira e o crescimento populacional que caracterizam a segunda metade do século XVIII culminam em um significativo contingente de forros e/ou famílias pretas e pardas com acesso à terra, dentre eles lavradores de cana.

LEGITIMIDADE E MESTIÇAGEM ENTRE LAVRADORES PARDOS

A descoberta dessa população de forros entre os chefes de domicílio tem uma série de repercussões analíticas. Detêm-se aqui sobre a população de pardos, até então apagada da lista nominativa, tendo em vista a dimensão da legitimidade matrimonial e seus desdobramentos nas dinâmicas de mestiçagem e acesso à terra. Não custa lembrar que as pardas e pretas são constantemente associadas à ilegitimidade. As pardas livres e escravas teriam altos índices de ilegitimidade ao gerarem filhos de pais incógnitos. Em outros casos manteriam relações consensuais gerando filhos naturais fruto de amasiamentos. Além disso, destacam-se como chefes de domicílio com cônjuge ausente, em momentos que são abandonadas por seus parceiros. Ou mesmo como mães solteiras, cuidando de seus filhos e, não raro, escravos. Inclusive, trabalhos recentes têm apontado o importante papel dessas mulheres nas atividades econômicas das cidades em várias partes da América Portuguesa13.

A ilegitimidade e a variedade de formas familiares não seria exclusividade da América Portuguesa, sendo discutida também para áreas da América Espanhola (MERIÑO; PERERA, 2011, p. 30-31). ou mesmo Portugal. No Reino, tanto Brettell e Metcalf, quanto Scott questionam se o respeito às normas eclesiásticas estava

12

Marcílio já indicava que a classificação de cor nas listas nominativas deve ser relativizada, já que o branqueamento de indivíduos se confundia com formas de ascensão social (MARCÍLIO, p. 117).

13

Este tema, destacado na obra de Gilberto Freyre, tem grande repercussão na historiografia brasileira. Segundo Freyre, havia uma multidão de filhos ilegítimos no Brasil. Inclusive, destaca a existência de filhos ilegítimos da elite, dos senhores de engenho ou mesmo dos padres (FREYRE, 2003, p. 525-531). Sobre concubinato, Samara (2005, p. 148). Sobre a tendência de que as forras são as que mais geram filhos ilegítimos, ver: Capítulo 5 de Machado (2008). Sobre a tendência de que a ilegitimidade era mais frequente em áreas urbanas do que rurais, ver: Faria (1998, p. 57) e Marcílio (1986, p. 148-149). Sobre as concubinas e mães solteiras: Corrêa apud Faria (1998, p. 47).

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atrelado ao estatuto social e indicam que a prática era mais comum nos grupos pobres14, embora a ilegitimidade dentro da elite não fosse menos comum15.

Este texto preocupa-se em relativizar essa correlação direta entre legitimidade e pardos ressaltando que o cruzamento de dados permite descobrir clivagens internas aos contingentes classificados como pardos. Notamos acima que embora a maioria dos chefes não tivesse cor, muitos deles foram classificados como pardos em várias situações da freguesia. Desta forma, tentamos indicar que esses agentes estavam situados em um lugar social que lhes permitia circular entre a menção à origem escrava, quando são classificados como pardos-forros, e à vida em liberdade quando simplesmente não lhes é atribuída menção à qualidade de cor nem à condição jurídica.

Esses personagens fluidos possuem a qualidade pardo forro reiterada ou apagada. Na condição de lavradores de cana são livres sem cor. No entanto, são classificados como pardos em alguns casamentos, batismos de filhos, escrituras públicas, etc.

Descobrimos que aqueles lavradores de cana que chefiam fogo em 1797 e que possuíam a qualidade pardo em outras fontes da freguesia apresentam altíssimas taxas de legitimidade. Nesse sentido, o estudo da prática da legitimidade torna-se elemento fundamental na compreensão das dinâmicas rurais de uma área produtora de açúcar nas bordas da cidade do Rio de Janeiro de fins do século XVIII, tendo em vistas possibilidades de alcançar nuances da transmissão patrimonial, sucessão, construção das hierarquias costumeiras e dos direitos de propriedade locais16.

Assim, buscaremos demonstrar as relações entre a prática da legitimidade matrimonial e mestiçagem. As estratégias e tensões daí evocadas colaboram para

14

A literatura a este respeito é vastíssima. Para uma introdução ao tema, ver: Scott (1999, p. 213). Comparando com outras partes da Europa Ocidental, Portugal e Espanha possuíam altas taxas de ilegitimidade (BRETTELL; METCALF, 2003, p. 132).

15

Sobre os filhos ilegítimos na elite, ver Freyre (2003). Sobre filhos ilegítimos em famílias da elite fluminense, ver: Oliveira (2014).

16

Sobre as diversas formas de organização familiar e sucessão patrimonial ver Burguière (1996). Sobre o parentesco enquanto esquema de valores na reprodução camponesa, ver: Woortmann (1995). Segundo Serrão, o conceito de propriedade se refere a direitos socialmente reconhecidos entre os indivíduos sobre determinada coisa, fugindo da noção exclusivista de propriedade ver (SERRÃO, 2014, p. 7).

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compreensão das dinâmicas de hierarquização num processo macro de expansão das mestiçagens culturais e biológicas e/ou de pluralização das qualidades sociais17. Na última década do século , crianças são atizadas e registradas no livro de livres e forros da freguesia essas, possuem mães pardas , do total ado que demonstra a marcante presença dos pardos na população livre No quadro abaixo notamos a distribuição da legitimidade por tipo de mãe da freguesia ta a de legitimidade é pu ada pra ai o pelas mães pardas e pretas, que são as que mais geram filhos fora do casamento, corro orando as teses citadas acima sobre esse contingente populacional. Ou seja, enquanto as mães sem cor (socialmente brancas) somam quase 90% de legitimidade dos seus nascimentos, as pardas e pretas ficam na faixa dos 60%-70%.

TABELA 2 – egitimidade nos atismos da freguesia de ampo rande – déc

1790

Indicativo de qualidade Legítimos Ilegítimos % de legitimidade

Livre, sem cor, sem título 275 34 88,9

Dona 53 0 100 Parda Forra 163 72 69,3 Preta Forra 46 25 64,7 Outros - - - Expostos 0 67 0 TOTAIS 537 198 73%

Fonte: Livro de batismos de Livres e Escravos da freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, 1780-1799. Banco de dados do grupo de pesquisa Antigo Regime nos Trópicos.

No entanto, o cen rio muda de figura quando analisamos o perfil matrimonial dos pardos lavradores e chefes de domicílio desco ertos nas listas nominativas e modo geral, dos chefes de fogo são casados viúvos No entanto, como vemos no gr fico a ai o, circunscrevendo a an lise so re os as pardos as lavradores as notamos que estes as são casados as em , dos casos chefes em um total de u seja, enquanto na população geral dos pardos geram filhos legitimamente, entre os lavradores esse número so e pontos percentuais e fato, parece tratar-se de um segmento mais adepto s pr ticas tidas como

17

Para uma inicial discussão historiográfica sobre o conceito de qualidade, ver: Rappaport (2009); Paiva (2015) e Guedes, (2008).

(14)

prestigiosas na comunidade, que deram seguimento aos altos custos dos autos de casamento em busca do status de ser casado nessa sociedade cat lica

– Perfil matrimonial da chefia de Fogo da Freguesia de Campo Grande – 1797

Fonte: Fichas populacionais baseadas no Mapa descritivo das populações do Distrito de Guaratiba, 1797. AHU_ACL_CU_005, Cx. 163, Doc. 12203.

Esses pardos eram casados ou viúvos, além de possuírem escravos, serem lavradores de cana (modalidade com certo prestígio) e muitos parentes na freguesia. O grau de inserção social e prestígio é muito significativo a nível local.

lém de outras tantas possi ilidades, a feitura das fichas nos permite ainda perce er esses agentes nas fronteiras sociais, nas suas relações com outros estratos, ressaltando modalidades de mestiçagem casamento pode ser um momento interessante para perce er essas questões ai o apresentamos os registros em que pardos aparecem se casando na região na década de om a ressalva de que os registros de casamentos podiam igualar as qualidades dos agentes, notamos um alto nível de relacionamentos mistos, metade dos cas rios dos pardos são com não pardos portugueses, pretos, rancos, etc sses matrim nios indicam homogamia, mas espaços para mestiçagem na população livre de cor da freguesia, 50% dos casamentos dos pardos se dão com não pardos

90,5 95,4 9,5 4,6 0 20 40 60 80 100 120

Pardos Sem Cor

P E R F I L M AT R I M O N I AL D A C H E F I A D E

F O G O - 1 7 9 7

(15)

TABELA 3 – Tipos de casal nos matrimônios da Freguesia de ampo rande – década de

1790

Tipo do Casal Qnt. %

Casal Pardo / Pardo Forro 12 50

Conj. Pardo (a) / não pardo (a) 12 50

Total 24 100

Casal Livre sem cor 71 83,5

Conj. Livre sem cor / conj. Com cor 14 16,5

TOTAL 85 100

Fonte: ivros de asamentos dos livres da reguesia de ampo rande - úria etropolitana do io de aneiro

ssa tend ncia aparece tam ém entre os lavradores p s o cruzamento de dados, identificamos o perfil dos casais ca eças de fogo em que um dos c njuges fosse pardo No quadro, vemos que a homogamia é mais alta do que entre os casais da população parda em geral No entanto, a tend ncia para relações com indivíduos de qualidades diferentes é astante razo vel, ressaltando o papel dos pardos nas din micas de mestiçagem da região, inclusive no acesso terra Isto pode ser aprofundado ao analisarmos trajet rias de algumas dessas famílias de pardos, identificando lógicas de formação de parentesco e seus impactos no acesso à terra.

TABELA 4 – ardos nos casais ca eça de domicílio – Fichas familiares da lista nominativa

de 1797

Tipo de Casal na chefia de fogo Qnt %

Casal Pardo 40 66

Casal Pardo / Conj. Não Pardo 20 34

TOTAL 60 100

Fonte: Fichas familiares baseadas no apa descritivo das populações do istrito de Guaratiba, 1797. AHU_ACL_CU_005, Cx. 163, Doc. 12203.

e mais s lido, podemos indicar que a associação direta entre pardos e ilegitimidade deve ser alanceada, j que os pardos lavradores de cana e chefes de domicílio possuíam, tendencialmente, altíssimas ta as de legitimidade avia segmentos mais prestigiados entre os pardos.

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