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Análise das dimensões de um destino turístico inteligente: um estudo em Natal/RN (Brasil)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TURISMO

DAENE SILVA DE MORAIS LIMA

ANÁLISE DAS DIMENSÕES DE UM DESTINO TURÍSTICO

INTELIGENTE: UM ESTUDO EM NATAL/RN (BRASIL)

NATAL/RN 2019

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DAENE SILVA DE MORAIS LIMA

ANÁLISE DAS DIMENSÕES DE UM DESTINO TURÍSTICO

INTELIGENTE: UM ESTUDO EM NATAL/RN (BRASIL)

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Turismo, na área de Turismo, Desenvolvimento e Gestão.

Orientador: Luiz Augusto Machado Mendes Filho, Dr. Coorientadora: Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto, Dra.

NATAL/RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Lima, Daene Silva de Morais.

Análise das dimensões de um destino turístico inteligente: um estudo em Natal/RN (Brasil) / Daene Silva de Morais Lima. - 2019.

122f.: il.

Dissertação (Mestrado em Turismo) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Turismo. Natal, RN, 2019. Orientador: Prof. Dr. Luiz Augusto Machado Mendes Filho. Coorientador: Profa. Dra. Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto.

1. Turismo - Dissertação. 2. Destinos turísticos inteligentes - Dissertação. 3. Tecnologia - Dissertação. 4. Instituto

Valenciano de Tecnologias Turísticas (INVAT.TUR) - Dissertação. I. Filho, Luiz Augusto Machado Mendes. II. Barreto, Leilianne Michelle Trindade da Silva. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 338.48-4 Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

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ANÁLISE DAS DIMENSÕES DE UM DESTINO TURÍSTICO

INTELIGENTE: UM ESTUDO EM NATAL/RN (BRASIL)

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Turismo, na área de Turismo, Desenvolvimento e Gestão.

Natal/RN, 31 de maio de 2019.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Presidente da Banca

___________________________________________

Luiz Augusto Machado Mendes Filho, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Membro Interno

___________________________________________

Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Membro Interno

___________________________________________

Verônica Feder Mayer, Dra. Universidade Federal Fluminense (UFF)

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A vida me ensinou que agradecer é uma virtude de corações nobres, e assim me recordo de um versículo bíblico, escrito em I Tessalonicenses 5:18, que diz: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus”. Diante desse princípio, agradeço:

Primeiramente a Deus. A Ele toda honra e toda glória para sempre!

À minha amada família, por todo amor, incentivo e compreensão. Quero agradeço em especial ao meu esposo, Clenilson Lima, por compreender as minhas renúncias e apoiar com todo carinho e respeito as minhas escolhas. Meu coração é grato à Deus por vocês existirem! Pude contar com todo apoio desde do processo seletivo do mestrado, e no dia da minha defesa, tive a honra de compartilhar a concretização desse sonho ao lado de vocês.

Ao professor Luiz Mendes Filho, minha eterna gratidão! Sou grata por toda assistência durante o mestrado, por semear aprendizado, por me encorajar à prática docente, incentivar à produção acadêmica e me conduzir como orientador na construção desta dissertação. Todas as palavras são poucas para traduzir o meu agradecimento.

Aos meus amigos-irmãos que a vida me presenteou em vários ciclos da minha trajetória! Obrigada pelas mensagens, aúdios, e-mails, boas risadas, e principalmente pelo amor e cuidado que recebo de vocês!

À professora Leilianne Barreto (UFRN), por prontamente aceitar o convite em ser a minha coorientadora. Sou grata por todas as contribuições e assistência nos momentos que precisei!

À professora Verônica Mayer (UFF), pelas relevantes contribuições nas minhas bancas de Qualificação e Defesa.

Ao professor Mauro Lemuel Alexandre (UFRN), docente das disciplinas de Metodologia da Pesquisa e Análise Qualitativa de Dados. Muito obrigada por aceitar participar da minha banca de Defesa! Suas contribuições foram relavantes para qualidade da pesquisa.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Turismo (PPGTUR), pelo conhecimento compartilhado. Em especial, ao Professor Sérgio Marques, pela amizade e incentivo que se estende há quase uma década! Conheci o professor Sérgio Marques quando fui aluna especial da disciplina de Turismo e Meio Ambiente, e até hoje posso compartilhar expectativas profissionais e projetos acadêmicos com ele! Gratidão por tudo, meu amigo!

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À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Turismo (PPGTUR) por toda assistência.

À Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Turismo (PPGTUR) pela colaboração em todos os momentos que precisei. Agradeço de forma especial a servidora Juliane Medeiros, que foi secretaria do programa até 2017 (meu primeiro ano de mestrado), mas pude contar com a cooperação e altruísmo desde 2010, quando fui aluna especial do programa.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela oportunidade em cursar o mestrado com bolsa, no qual pude desenvolver as atividades acadêmicas com maior desempenho.

Aos gestores públicos e privados entrevistados, sou grata pela disposição em contribuir com esta pesquisa.

Ao meu primeiro e querido grupo de pesquisa, Estudos Organizacionais e Cooperação, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Em especial, as professoras-amigas do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, Marli Tacconi e Mônica Almeida, por todo incentivo acadêmico.

Aos pesquisadores do Grupo de Estudos em Gestão de Turismo (GESTUR) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Aos colegas de turma (Mestrado e Doutorado – 2017) por todo acolhimento e parceria. Aproveito para agradecer, de forma especial, aos amigos que ultrapassaram as barreiras da universidade, se tornando “parte da minha família”. A vocês a minha eterna amizade e gratidão! A todos que contribuíram para a concretização desse projeto: O meu sincero agradecimento!

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Fazemos planos para nossa vida, mas é o Senhor quem determina os nossos passos. (Provérbios 18:9, Versão Viva).

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RESUMO

Com a proposta de alavancar a atividade turística por meio da aplicação da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), o advento das tecnologias inteligentes corrobora com o desenvolvimento do conceito de Destino Turístico Inteligente (DTI). Nesse contexto, este estudo analisou os aspectos do destino turístico Natal (Rio Grande do Norte) como um Destino Turístico Inteligente. Para alcançar o objetivo da pesquisa foi utilizado o modelo espanhol da Comunidade Valenciana, o INVAT.TUR, que apresenta indicadores como Governança, Sustentabilidade, Conectividade, Sensorização, Sistema de Informação e Inovação. No que tange aos meios de investigação, mediante um roteiro semiestruturado, a pesquisa realizou entrevista com 10 (dez) gestores públicos e privados, relacionados com a atividade turística da cidade do Natal. A pesquisa é de caráter descritiva e exploratória, através de uma abordagem qualitativa, por meio da técnica de análise de conteúdo. Para auxiliar na análise dos dados utilizou-se o Software NVIVO (versão 12.0). De acordo com os dados analisados na pesquisa, na visão do modelo INVAT.TUR, Natal encontra-se na fase embrionária como Destino Turístico Inteligente. Na visão dos gestores entrevistados, apesar do grande potencial turístico, a ausência de estratégias e ações retardam o avanço do destino. A partir da pesquisa, concluiu-se que Natal ainda concluiu-se encontra num nível abaixo do que concluiu-se espera de um Destino Turístico Inteligente, sendo necessário estratégias para impulsionar o desenvolvimento do destino, por meio de um planejamento participativo dos atores da cadeia produtiva do turismo.

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ABSTRACT

With the proposal to leverage the tourism activity through the application of Information and Communication Technology (ICT), the advent of smart technologies corroborate with the development of the concept of Smart Tourism Destination (STD). In this context, this study analyzed aspects of the Natal tourist destination (Rio Grande do Norte) as a Smart Tourist Destination. To reach the objective of the research was used the Spanish model of the Valencian Community, INVAT.TUR, which presents indicators such as Governance, Sustainability, Connectivity, Sensorization, Information and Innovation system. The INVAT.TUR model was used to guide the research and it was adapted to the reality of the destination. Regarding the means of research, it was conducted interviews with 10 (ten) public and private managers, related to the tourist activity of Natal through a semi-structured script. The research is of a descriptive and exploratory nature using a qualitative approach through the technique of content analysis. To assist in data analysis, the NVIVO Software was used (version 12.0). According to the data analyzed in the survey, in the vision of the INVAT.TUR, Natal is in embryonic stage as a Smart Tourist Destination. In the view of the interviewed managers, despite the great tourist potential, the absence of strategies and actions delays the advancement of the destination. From the research, it was concluded that Natal is still at a level below what is expected of a Smart Tourism Destination and strategies are needed to boost the development of the destination through participatory planning of the actors of the tourism production chain.

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RESUMEN

Con la propuesta de aprovechar la actividad turística a través de la aplicación de la tecnología de la información y la comunicación (TIC), el advenimiento de las tecnologías inteligentes corroe el desarrollo del concepto de destino turístico inteligente (DTI). En este contexto, este estudio analizó los aspectos del destino turístico de Natal (Rio Grande do Norte) como un destino turístico inteligente. Para lograr el objetivo de la investigación se utilizó el modelo Español de la Comunidad Valenciana, el INVAT. TUR, que presenta indicadores como la gobernanza, la sostenibilidad, la conectividad, la sensorización, el sistema de información y la innovación. En cuanto a los medios de investigación, la investigación llevó a cabo una entrevista con 10 (diez) gerentes públicos y privados, relacionados con la actividad turística de natal, a través de un guión semi-estructurado. La investigación es de carácter descriptivo y exploratorio, a través de un enfoque cualitativo, a través de la técnica del análisis de contenidos. Para ayudar en el análisis de datos, se utilizó el software NVIVO (versión 12,0). Según los datos analizados en la encuesta, en la visión del modelo INVAT. TUR, Natal está en etapa embrionaria como un destino turístico inteligente. En opinión de los gestores entrevistados, a pesar del gran potencial turístico, la ausencia de estrategias y acciones retrasa el avance del destino. A partir de la investigación, se concluyó que Natal aún se encuentra en un nivel por debajo de lo que se espera de un destino turístico inteligente, y se necesitan estrategias para impulsar el desarrollo del destino, a través de la planificación participativa de los actores de la cadena de producción turística.

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ABAV ABEOC ABIH ABRASEL AENOR BID

Associação Brasileira de Agências de Viagens Associação Brasileira de Empresas de Eventos Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

Asociación Española de Normalización y Certificación

(Associação Espanhola de Normalização e Certificação) Banco Interamericano de Desenvolvimento

CGU DMO

Conteúdo Gerado pelo Usuário

Destination Management Organization

(Organizações de Marketing de Destino) DTI

DTI – CV

Destino Turístico Inteligente (Smart Tourist Destinations)

Destinos Turísticos Inteligentes da Comunidade Valenciana DTT

FECOMÉRCIO

Destino Turístico Tradicional

Federação do Comércio de Bens e Serviços e Turismo do Estado do Rio Grande do Norte

GVA

IFRN IMD

Generalitat Valenciana

(Instituições de autogoverno)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

Instituto Metrópole Digital INVAT.TUR

IUTT IDEMA

MTUR

Instituto Valenciano de Tecnologías Turísticas

(Instituto Valenciano de Tecnologias Turísticas

Instituto Universitario de Investigaciones Turísticas

(Instituto Universitário de Pesquisa Turística)

Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte

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OMT ONG OTA

Organização Mundial do Turismo Organizações não Governamentais

Online Travel Agencie

(Agência de Viagens Online) PDITS

PDN PIB

Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico Plano Diretor de Natal

Produto Interno Bruto PNIT

PRODETUR

Plano Nacional de Turismo Complementar (Espanha)

Programa de Ação Para o Desenvolvimento do Turismo do Nordeste SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEGITTUR Sociedad Estatal dedicada a impulsar la innovación y las nuevas tecnologías en el turismo

(Sociedade Estadual de Gestão de Tecnologias de Inovação e Turismo)

SETUR Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte SI

STRC

Sistemas de Informação

Smart Tourism Research Center

(Centro de Pesquisa de Turismo Inteligente) SEMURB

SPU TI

Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal

Superintendência do Patrimônio da União no Estado do Rio Grande do Norte

Tecnologia da Informação

TIC Tecnologia da Informação e Comunicação UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte WTTC

WTTR

World Travel & Tourism Council

(Conselho Mundial de Viagens e Turismo)

World Travel Trend Report

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Figura 1 – Fatores Favoráveis de uma Cidade Inteligente... 21

Figura 2 – Camadas Conceituais de Turismo Inteligente... 27

Figura 3 – Vantagens de um Destino Turístico Inteligente ... 33

Figura 4 – Fatores Favoráveis de um Destino Turístico Inteligente ... 38

Figura 5 – Modelo Sistêmico de Gestão de DTI-CV... 40

Figura 6 – Modelo INVAT.TUR... 43

Figura 7 – Síntese Metodológica do INVAT.TUR... 44

Figura 8 – Níveis da Rede DTI-CV... 47

Figura 9 – Peníscola - Praia Inteligente... 49

Figura 10 – Indicadores para Impactos Ambientais... 51

Figura 11 – Sistema de Sensorização... 53

Figura 12 – Nuvem de Palavras dos Problemas na Infraestrutura Turística...69

Figura 13 – Estrutura Analítica para Medir Governança de Destinos Turísticos... 70

Figura 14 – Nuvem de Palavras dos Principais Problemas Urbanos... 74

Figura 15 – Nós em Cluster por Similaridade de Codificação... 75

Figura 16 – Visit Natal: Guia de Turismo... 77

Figura 17 - Página do Instagram da Prefeitura do Natal... 78

Figura 18 - Página do Facebook da Prefeitura do Natal... 79

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Imagem 1 – Mapa da Espanha...29 Imagem 2 – Mapa da Comunidade Valenciana ...41

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Quadro 1 – Ranking Connected Smart Cities 2018...22

Quadro 2 – Conceitos de Cidades Inteligentes...24

Quadro 3 – Camadas Conceituais do Turismo Inteligente...28

Quadro 4 – Categorização e Conceitos para um Destino Turístico Inteligente...30

Quadro 5 – Pilares e Implementações do SEBRAE Nacional...34

Quadro 6 – Princípios Básicos de Governança...50

Quadro 7 – Descrição dos Entrevistados...59

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Gráfico 1 – Ranking Comparativo de Natal (RN) no Connected Smart Cities

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1 INTRODUÇÃO...10 1.1 Justificativa...14 1.2 Objetivos... 17 1.2.1 Objetivo Geral... 17 1.2.2 Objetivos Específicos...17 1.3 Estrutura da Dissertação...18 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS... 19 2.1 Destino Turístico... 19 2.2 Cidades Inteligentes... 21 2.3 Turismo Inteligente... 26

2.4 Destinos Turísticos Inteligentes... 29

2.5 Modelos de Destinos Turísticos Inteligentes... 36

2.6 Modelo Sistêmico INVAT.TUR... 39

2.6.1 Estratégias do Projeto Destino Turístico Inteligente da Comunidade Valenciana... 46

2.6.1.1 Rede de Destinos Turísticos Inteligentes da Comunidade Valenciana...46

2.6.1.2 Gabinete de Assistência Técnica: DTI – Comunidade Valenciana... 49

2.6.1.3 Praias e Espaços Naturais Inteligentes...49

2.6.2 Indicadores do Modelo INVAT.TUR...50

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 55

3.1 Caracterização da Pesquisa... 55

3.2 Universo e Campo da Pesquisa... 57

3.3 Coleta de Dados... 57

3.4 Resultado do Estudo Piloto... 60

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 65 4.1 Governança... 65 4.2 Sustentabilidade... 71 4.3 Conectividade e Sensorização... ... 75 4.4 Sistema de Informação... ... 80 4.5 Inovação... 82 5 CONCLUSÕES... 85

5.1 Análise Crítica da Pesquisa... 86

5.2 Considerações Finais... 88

5.3 Limitações e recomendações para futuras pesquisas... 89

REFERÊNCIAS... 91 APÊNDICES

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1 INTRODUÇÃO

O turismo é uma atividade de grande importância para o desenvolvimento do país, e vem se destacando pela expansão mercadológica, com o crescimento de novos postos de trabalho, contribuindo com o aumento de empregos e renda, impulsionando diversos setores da economia de forma direta e indireta, e assim, possibilitando um progresso socioeconômico. A atividade turística está concentrada no processo de mudanças estruturais decorrentes do advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e do surgimento de novos modelos de negócios. Nessa perspectiva, o turismo surge como atividade pós-moderna, fazendo uso constante da informação e do conhecimento como fonte de vantagem competitiva. Para Ramos, Mendes Filho e Lobianco (2017), a informação é o principal elemento do turismo, necessitando ser trabalhado de forma estratégica.

As novas abordagens de planejamento e gerenciamento são fatores que impulsionam a competitividade dos destinos turísticos. (Bernabeu et al., 2005). Diante do atual cenário, o turismo é um dos principais setores, e assim, surgem variáveis para aumentar a vantagem competitiva dos destinos turísticos. (Castells, 2003; Montanari & Giraldi, 2013). A vantagem competitiva é um conjunto de características que são agregadas e criam valor nos produtos e serviços, e assim, possibilita a participação como um destino competitivo diante dos demais concorrentes, através do posicionamento estratégico. Desenvolver estratégias competitivas para a atividade turística, contribuí com a divulgação de destinos, tornando-o um destino atrativo. (Santos & Ribeiro, 2016).

O setor de Viagens e Turismo é um dos principais setores econômicos e de geração de renda no âmbito mundial. De acordo com o World Travel and Tourism Council (WTTC), em 2017, o setor obteve crescimento econômico de 4,6% mais rápido, quando comparado com à economia global de outros segmentos, que cresceu de 3%. O turismo gerou US$ 8,3 trilhões do PIB mundial (10,4%) e 313 milhões de empregos, o que permite ser considerado uma representação relevante para economia. Dados de um estudo econômico elaborado pela Oxford

Economic para o World Travel and Tourism Council (WTTC), apresentou que o turismo

alcançou 3,2% do total do PIB brasileiro em 2016, equivalente a 7,9% do PIB brasileiro no ano de 2017, o valor absoluto é 7% maior que o obtido em 2016, contemplando um capital de US$ 152,2 bilhões. (Ministério do Turismo, 2018; WTTC, 2019; WTTR, 2019).

A prospecção do estudo realizado pela Oxford Economic, apresentou um crescimento econômico da atividade turística nos próximos 10 anos. O estudo é analisado com base na

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atividade econômica gerada por empresas do segmento turístico, como a hotelaria, agências de viagens, companhias aéreas, alimentos e bebidas, entre outros meios de articulação com a atividade turística. A previsão é de um aumento em torno de 2,5% do PIB em 2018, com a perspectiva de chegar a 8,2% em 2028. Portanto, uma contribuição direta e relevante para a economia do país, correspondendo a 273,3 bilhões de reais. (Ministério do Turismo, 2018; WTTC, 2018).

Em relação a empregabilidade impulsionada de forma direta pela atividade turística, de acordo com estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC, 2017), a empregabilidade, atingiu cerca de 2 milhões e 500 mil pessoas empregadas no Brasil em 2016, totalizando cerca de 2,8% do total de empregos. Em relação ao ano de 2017, o turismo foi responsável por 6,59 milhões de empregos. Atualmente, o Brasil ocupa a 117ª posição quando avaliada com a contribuição do setor para o PIB. Estima-se um crescimento de 1,8% para o ano de 2018, quando o número de empregos poderá chegar a 8 milhões. (Ministério do Turismo, 2018). Ainda segundo dados do estudo elaborado pela Oxford Economic para o WTTC a entidade propõe um crescimento anual de 3,8% para cada década. Ainda segundo o estudo, 1 em cada 10 empregos está ligado à atividade turística, que também corresponde por 10,4% do PIB global, o equivalente a US$ 8,3 trilhões. (Ministério do Turismo, 2018; WTTC, 2018).

Cooper et al. (2007) afirmam que três pontos são estratégicos para o desenvolvimento da atividade turística. O primeiro ponto apresentado é em relação ao desenvolvimento sustentável da atividade, uma vez que o turismo tem apresentado resistência a condições políticas e econômicas que tendem a contrapor o desenvolvimento da atividade. O segundo ponto, refere-se as organizações internacionais que apoiam o desenvolvimento da atividade turística, por considerar que o desenvolvimento do turismo é relevante, por contribuir com a paz mundial, intercâmbio de povos e culturas. E o terceiro ponto apresentado, é em relação a contribuição da tecnologia no desenvolvimento da atividade turística, através do uso da Internet no processo de organização de viagens, sendo uma ferramenta na busca de informações sobre destinos turísticos.

Beni (2017) cita que poucos outros setores econômicos consistem de parcerias para estreitar a cooperação na prestação de produtos e serviços, através da produção, geração de resultados, processamento, aplicação e comunicação para a operação do cotidiano, como é para o setor das viagens e turismo. O’Connor (2001) afirma que a informação é uma das principais

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matérias-primas dos dias atuais, em uma era altamente tecnológica, sendo relevante para o desenvolvimento da atividade turística.

O setor turístico vem se adequando às mudanças tecnológicas. A Internet é uma tecnologia de informação que proporciona o dado de forma ágil e rápida, por ser acessível e de baixo custo, que possibilita disponibilizar amplamente a informação. (Vicentin & Hoppen, 2003). De acordo com Beni (2017), a operacionalização e a utilização da internet abrem espaço para o mundo exterior, do mesmo modo que facilita a interatividade entre as organizações em nível global, por meio da troca de ideias, produtos e serviços.

Diante dessa inovação tecnológica, surgem as Cidades Inteligentes (Smart Cities), que são compreendidas como cidades que utilizam os Sistemas de Inovação e as TICs. (Gretzel, Werthner, Koo, & Lamsfus, 2015; SEGITTUR, 2016). Silva e Mendes Filho (2016), relacionam o conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities), com grupos congêneres como Cidades Virtuais ou Comunidades Inteligentes (Smart Community). As Cidades Virtuais são caracterizadas por possuírem redes digitais e aplicações eletrônicas que interligam as informações na cidade, sendo também chamadas de cidade digital, cidade da informação, fio da cidade, telecidade, cidade baseada no conhecimento, comunidades eletrônicas, espaços comunitários eletrônicos, cidade flexível ou cyberville. Comunidades Inteligentes (Smart

Community), são denominadas como cidades que apresentam características que transcende as

cidades virtuais, pois a tecnologia é utilizada para melhorar a qualidade de vida da comunidade. Enquanto as Cidades Inteligentes buscam melhorar a qualidade de vida dos residentes, o Destino Turístico Inteligente (Smart Tourism Destination) tem como foco melhorar a experiência do turista, através da integração e utilização dos Sistemas de Inovação e TICs nos destinos turísticos. (Gretzel et al., 2015; SEGITTUR, 2016; Silva e Mendes Filho, 2016). A tecnologia vem contribuindo com a atividade turística, por eixos das tecnologias inteligentes, que auxiliam na gestão das cidades e dos destinos, tornando-os em Cidades Inteligentes e Destinos Turísticos Inteligentes. (INVAT.TUR, 2015).

Nessa perspectiva, importante citar o conceito do Turismo Inteligente, que advém de um sistema global de apoio ao turista, por meio da prestação de serviços de informação, através de uma tecnologia abrangente, em que são disponibilizados serviços de informações aos turistas, durante a estada no destino turístico. (Gretzel et al., 2015). O turismo inteligente é apresentado por Gretzel, Sigala, Xiang e Koo (2015) como uma integração de esforços para um destino turístico, de modo a contribuir com os dados que são resultantes de aspectos como

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infraestrutura física, conexões sociais, órgãos governamentais, organizações relacionadas com a atividade turística, com a participação de indivíduos em combinação com o uso de tecnologias avançadas, contribuindo assim, em transformar dados em experiências.

De acordo com Boes, Buhalis & Inversini (2015), os destinos turísticos inteligentes podem ser percebidos como locais que utilizam os recursos tecnológicos, ferramentas e técnicas disponíveis para permitir demanda e oferta para co-criar valor, prazer e experiências para o turista e riqueza, lucro e benefícios para as organizações e os destinos. Assim, pode-se citar que as TICs promovem um território de inovação, cooperação e criação de oportunidades.

A contribuição da tecnologia para o turismo é de grande relevância, partindo do processo do planejamento da viagem, a influência no processo de decisão da escolha do destino, durante a viagem em que o turista manifesta através das mídias sociais a experiência vivenciada durante todo o processo cíclico da viagem. (AENOR, 2016). Portanto, a proposta de um DTI é promover a integração em três etapas: antes, durante e após a viagem, mediante o processo de interação, enriquecendo a experiência vivenciada dos turistas e visitantes durante a estada no destino. (SEBRAE, 2016).

O objetivo de um DTI é proporcionar estruturas turísticas por meio do uso de recursos e tecnologias inovadoras. (SEBRAE, 2016). A tendência mercadológica é que as organizações ligadas de forma direta e indireta com a atividade turística, adotem medidas criativas e inovadoras para melhorar as relações dos turistas e visitantes, uma vez que os atores envolvidos no processo, buscam conectividade e experiências em tempo real. (SEBRAE, 2016). Conforme o Ministério do Turismo (MTUR, 2015), a tecnologia tem se destacado como grande motor de inovação, tendo como relevância o surgimento de aplicativos para impulsionar ainda mais as informações sobre viagens, que comparam preços e alertam sobre promoções.

No Brasil, o projeto DTI é fomentado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE, que tem como proposta o desenvolvimento de estratégias de inovação para fortalecer a atividade turística local. Em 2017, setenta projetos de Destinos Turísticos Inteligentes foram aprovados, sendo três desses projetos implantados no Estado do Rio Grande do Norte, direcionados para os seguintes polos turísticos: Polo Costa das Dunas, Polo Costa Branca e o Polo Seridó. Ainda segundo o SEBRAE (2017), o investimento para implantação do projeto à nível nacional corresponde a R$ 93 milhões, incentivando pequenas empresas do setor de turismo, destacando os segmentos da hotelaria, das agências de viagens e

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receptivo, que essas organizações adotem a tecnologia como estratégia para fortalecer a atividade.

A referida pesquisa de dissertação do mestrado em Turismo, utilizou como ferramenta de estudo o modelo espanhol do Instituto Valenciano de Tecnologias Turísticas, o INVAT.TUR, para analisar os aspectos o destino turístico Natal/RN (Brasil) como um DTI. Para transformação de um destino turístico tradicional em um Destino Turístico Inteligente, autores como Jurin (2008), Sanchez (2014) apresentaram algumas metodologias para impulsionar o desenvolvimento desses destinos. Porém, segundo pesquisa realizada por Sousa

et al. (2016), ainda não há um modelo de DTI consolidado e validado na literatura acadêmica.

Destarte, esse estudo compreende uma pesquisa com abordagem qualitativa, através de uma análise de indicadores do modelo INVAT.TUR, como Governança, Sustentabilidade, Conectividade e Sensorização, Sistema de Informação e Inovação, que foram desenvolvidos para Comunidade Valenciana implementar o destino como um Destino Turístico Inteligente. Dessa forma, cada indicador será um recurso metodológico para avaliar o destino turístico da pesquisa, com a finalidade de mensurar quais os aspectos que necessitam de implementações para o desenvolvimento local como um DTI.

Um diagnóstico realizado em 2016, sob a perspectiva da Cidade do Natal como um DTI, concluiu que a cidade ainda está dando os primeiros passos rumo a inteligência, sendo ainda necessários esforços de vários atores, como a comunidade, os centros de formação, os setores governamentais para constituir um ambiente colaborativo, por meio do auxílio das TICs para a gestão e sustentabilidade. (Silva & Mendes Filho, 2016). Portanto, o estudo busca compreender o seguinte problema de pesquisa: Como são percebidas as dimensões de um DTI por

gestores em cidade turística (Natal/RN, Brasil)?

1.1 Justificativa

O turismo tem se posicionado como uma atividade rentável para os destinos turísticos. Pike (2008), apresenta em suas pesquisas, que o posicionamento estratégico de um destino turístico à nível internacional, depende de um conjunto de decisões que representam uma fonte de vantagem competitiva sobre outros destinos concorrentes. Portanto, para alcançar resultados favoráveis a todos os envolvidos no processo é favorável a integração dos produtos e serviços turísticos, e diante dessa ideia, o destino turístico não deve ser visto apenas como um lugar que

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agrega serviços e atrativos. O produto turístico deve ser resultado final dos serviços e equipamentos que são agregados aos recursos disponíveis para satisfazer as necessidades de uma demanda específica. (Morais et al., 2014; Buhalis, 2000; Fyall, 2011; Beni, 2006).

Atualmente o SEBRAE Nacional, desenvolve a fomentação dos DTIs no Brasil. O investimento no Estado do Rio Grande do Norte foi de 1,3 milhões de reais (SEBRAE, 2019). O Estado está dividido em cinco polos turísticos, denominados como: Polo Agreste/Trairí, que é formado pela região sudeste do Estado e que faz fronteira com a Paraíba; Polo Costa das Dunas, que é formado por todo o litoral sul e norte; Polo Costa Branca, que é formado pelo litoral norte até a fronteira com o litoral do Ceará e seguindo pelo interior do Estado; Polo Serrano, que é formado pelas cidades da região meridional do Estado; e por fim, o Polo Seridó, que é formado pelas cidades ao sul do Estado. (SETUR, 2017; RN Cidades, 2017).

O desenvolvimento de estratégias competitivas contribui com o turismo, e atualmente o Estado do Rio Grande do Norte vem passando por um processo de transformação de um Destino Turístico Tradicional em um DTI. O projeto vem sendo desenvolvido pelo SEBRAE Nacional, e no Estado do Rio Grande do Norte, o projeto será implantado no Polo Costa das Dunas, no Polo Costa Branca e no Polo Seridó. (SEBRAE, 2017).

A referida pesquisa foi realizada no destino turístico Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. O estudo tem como proposta analisar os aspectos de um DTI, através de uma análise em um destino que é considerado um marco econômico, pelo grande potencial turístico do destino. A escolha pelo estudo ser realizado na Cidade do Natal, justifica-se pelas iniciativas que já vem sendo desenvolvidas neste destino turístico, possibilitando assim uma ascensão por meio dos resultados alcançados, contribuindo com melhorias para a competitividade do destino, impulsionando o processo de consolidação como um DTI.

O destino turístico Natal é um dos destinos mais procurados da região Nordeste do Brasil, e anualmente recebe 2 milhões de visitantes de todos os lugares do mundo. O destino turístico destaca-se por suas belezas naturais, são 400 quilômetros de Costa Atlântica, composto por praias, dunas e lagoas. Conhecida como a Cidade do Sol, é ainda palco de muitas festividades e riqueza cultural, trazendo como marco histórico a colonização holandesa e portuguesa, como também um referencial militar na II Guerra Mundial. (SETUR, 2017; RN Cidades, 2017).

Atualmente, o projeto de inovação tecnológica vem sendo desenvolvido pelo Instituto Metrópole Digital (IMD), que é um órgão vinculado a Universidade Federal do Rio Grande do

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Norte (UFRN) em parceria com a Prefeitura Municipal do Natal (Rio Grande do Norte). O Instituto Metrópole Digital tem como proposta a profissionalização do capital humano, através da formação de conselhos municipais, favorecendo o processo de inovação colaborativa, num intuito de realizar leituras consistentes das informações oriundas das Tecnologias da Informação e Comunicação. (Freitas & Mendes Filho, 2017).

O projeto Destino Turístico Inteligente abrange uma perspectiva sistêmica, desenvolvida em categorias e eixos (SEBRAE, 2017), e como já exposto anteriormente, optou-se em estudar o modelo espanhol, já consolidado na Comunidade Valenciana, deoptou-senvolvido pelo Instituto Valenciano de Tecnologias Turísticas, o INVAT.TUR.

Diante dessa concepção do INVAT.TUR, os indicadores deste modelo são utilizados como norteadores para analisar o destino turístico em estudo. A proposta de avançar no desenvolvimento do destino turístico Natal, por meio de uma análise nos aspectos que estão diretamente relacionados ao conceito de destino turístico inteligente, através das estratégias de inovação, propondo pontos de melhoria para a continuidade do desenvolvimento do destino.

As categorias analisadas no destino turístico Natal (Rio Grande do Norte) são baseadas no modelo INVAT.TUR. O modelo INVAT.TUR dispõe de categorias definidas como Governança, Sustentabilidade, Conectividade e Sensorização, Sistema de Informação e Inovação. (INVAT.TUR, 2015). Desse modo, mensurar indicadores no processo de implementação de um Destino Turístico Inteligente contribui para a elaboração de um planejamento turístico sustentável e alcançável.

Importante ressaltar, o que justifica a escolha do modelo INVAT.TUR, pelo mesmo ter sido elaborado para uma região litorânea, na Espanha, denominada como Comunidade Valenciana (Comunidad Valenciana), que corresponde a três províncias, localizados no litoral do mar mediterrâneo, denominadas Alicante, Valência e Catellón. Na Comunidade Valenciana, o turismo é considerado como um marco econômico, do qual é impulsionado para receber um grande número de turistas. (Guia Viagem, 2017). Trazendo essa justificativa para a realidade do destino turístico Natal, considera-se um modelo mais direcionado para a realidade local, quando comparado com outros modelos de Destino Turístico Inteligente.

Para Lamsfus et al. (2015), o destino turístico é considerado como inteligente quando se faz uso intensivo da infraestrutura tecnológica, proporcionando uma melhor experiência turística dos visitantes, personalizando e tornando-os conscientes de serviços e produtos turísticos disponíveis no destino. Ainda segundo os autores, a capacitação humana é essencial

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para as instituições públicas e privadas ligadas à gestão do destino, contribuindo assim, na tomada de decisão e realização de ações baseadas nos dados produzidos, administrados e processados por meio da infraestrutura tecnológica no âmbito do destino. A transformação de um destino turístico exige uma análise específica para avaliar os benefícios e custos que serão envolvidos para torna-se um destino turístico inteligente, sendo essencial avaliar as contribuições e limitações, bem como identificar a adequação e viabilidade em diferentes espaços turísticos. (Rebollo & Baidal, 2017).

A pesquisa tem como contribuição acadêmica o crescimento estudos no campo da Gestão de Tecnologia no Turismo, bem como na temática de Tecnologia da Informação Aplicada ao Turismo, de forma a cooperar com futuras pesquisas, através da construção da literatura e dos resultados que serão alcançados.

O referido estudo tem como contribuição social analisar o destino turístico Natal (Rio Grande do Norte) como um Destino Turístico Inteligente, de forma a vislumbrar um crescimento desenvolvimento de estratégias competitivas no turismo. Nessa perspectiva, é necessário que se contribua problematizando o assunto e investigando respostas possíveis para elucidar dúvidas, apontar problemas e soluções dentro da temática. Partindo dessa ideia, despertou a motivação em pesquisar DTI, uma temática que se encontra em fase de consolidação à nível mundial, não sendo diferente no Brasil. Portanto, pode-se considerar sendo essa contribuição prática do estudo, tendo a pretensão em cooperar como turismóloga e pesquisadora no desenvolvimento da cidade do Natal.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral: Analisar o destino turístico Natal/RN (Brasil) na perspectiva de um

Destino Turístico Inteligente.

1.2.2 Objetivos Específicos:

a) Descrever as dimensões de um Destino Turistico Inteligente à luz do modelo do INVAT.TUR;

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b) Compreender o destino turístico Natal como um Destino Turistico Inteligente à luz do modelo da INVAT.TUR;

c) Averiguar a percepção de gestores públicos e privados sobre o conceito Destino Turístico Inteligente relacionada à Natal.

1.3 Estrutura da Dissertação

A dissertação está estruturada em 5 capítulos. O capítulo 1 abrange a Introdução da pesquisa, apresentando de forma sistemática em subcapítulos, partindo da Contextualização, da Problemática, da Justificativa, dos Objetivos (geral e específicos) que direcionou o estudo.

O capítulo 2 é composto pelo Referencial Teórico, por meio de um embasamento da literatura sobre Destino Turístico, Cidades Inteligentes, Turismo Inteligente, Destinos Turísticos Inteligentes, Modelos de Destinos Turísticos Inteligentes e o Modelo Sistêmico INVAT.TUR, que foi utilizado na pesquisa para analisar o destino turístico Natal (Rio Grande do Norte). Dentro do tópico do Modelo INVAT.TUR, foram descritos os indicadores analisados no estudo, como Governança, Sustentabilidade, Conectividade, Sensorização, Sistema de Informação e Inovação.

No capítulo 3 foram apresentados os procedimentos metodológicos utilizados no estudo, como a Caracterização da Pesquisa, o Universo e Campo da Pesquisa, Resultado do Estudo Piloto, Plano de Coleta de Dados, Técnicas de Análise dos Dados e o Quadro Metodológico.

Dando continuidade a estrutura da dissertação, no capítulo 4 é apresentado a Análise e Discussão dos Dados Coletados. Posteriormente, no capítulo 5, as Conclusões da Pesquisa. E por fim, as Referências Bibliográficas utilizadas na pesquisa, Apêndices e Anexos.

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2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1 Destino Turístico

Destino Turístico é uma temática que está em constante evidência, por meio de inúmeros estudos que vem sendo desenvolvidos por americanos, europeus e latinos. (Pearce, 2014; Framke, 2002; Saraniemi & Kylänen, 2011; Santos et al., 2016). De acordo com Dias (2013), um destino turístico pode ser denominado como uma localidade, uma região ou um país que recebe visitantes por um determinado período, enquanto para Vignati (2012) o destino turístico pode ser tradicionalmente uma zona geográfica, uma região, uma ilha ou uma cidade.

Em conformidade com as dimensões estabelecidas, o sucesso de um destino turístico está alinhado a indicadores e a relação dos residentes com os turistas, inovação, comunicação, cooperação, colaboração, conhecimento, experiência, dentre outros âmbitos de caráter regional e local, em que o destino pode ser caracterizado como um fragmento sustentado por produtos e serviços. (Ritchie & Crouch, 2005; Buhalis, 2000; Fyall, 2011; Santos & Gândara, 2016).

A construção e articulação de um produto turístico pode ser caracterizado como uma cadeia de valor, sendo uma oportunidade estratégica para aumentar a vantagem competitiva do mercado de turismo, do mesmo modo que busca qualidade nos produtos e serviços, como também tem como incentivo aproximar os atores envolvidos. O SEBRAE Rio Grande do Norte (2017), com o intuito de promover a integração com Stakeholders, vem realizando Eventos,

FamTours, Reunião de Negócios, entre outras ações para aproximar os atores envolvidos na

promoção do destino turístico.

Nesse contexto, um exemplo a ser citado, é o modelo de cadeia de valor proposta por Michael Porter (Porter, 1989; 1999), observa-se uma perspectiva de posicionamento, uma vez que esse modelo contribui para analisar atividades específicas, e possibilita que os atores envolvidos na atividade turística criem valor e vantagem competitiva, por impulsionar o desenvolvimento de processos organizacionais através da implementação dos produtos e serviços que serão oferecidos aos turistas e visitantes, uma vez que essas atividades determinam os custos, bem como afetam os lucros. (Serafim, 2013; Rezende, 2015; Santos & Gândara, 2016).

O processo de análise das atividades representativas de Porter (1989), propícia que as atividades de apoio devem contribuir para a realização de atividades primárias. Porter relaciona como atividades primárias, aquelas que estão diretamente relacionadas com o ambiente físico,

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vendas, manutenção e suporte de produtos e serviços. Essas atividades estão relacionadas ao suporte de implementação do destino, englobando aspectos como logística, em relação aos processos de entrada e saída de turistas e visitantes, Ações, Marketing e Vendas. Essas atividades primárias estão relacionadas com atividades de apoio, como Infraestrutura, Gestão de Recursos Humanos, Desenvolvimento Tecnológico e os processos necessários para o desenvolvimento turístico local. (Serafim, 2013; Rezende, 2015).

Os destinos estão sujeitos a ciclos de crescimento e declínio internos, como também podem sofrer conflitos e forças externas. Enquanto as forças internas são desencadeadas por mudanças que afetam a economia, essas forças podem prejudicar os atrativos do destino. As forças externas podem influenciar diretamente a atratividade do destino, sendo as três principais forças externas caracterizadas como as rápidas mudanças tecnológicas, a concorrência mundial e as transições no poder político. Os fatores externos podem exercer ou não controle, o que causa risco para o destino turístico. (Kotler et al., 2006; Porter, 1999).

O planejamento turístico deve ser uma prioridade no poder público, tendo como proposta incentivar o desenvolvimento do destino por meio de ofertas competitivas. (Vignati, 2012). Nos últimos anos, de acordo com o Ministério do Turismo (2014), os destinos turísticos brasileiros vêm se adequando ao mercado globalizado, por meio de um esforço conjunto com as entidades de fomento do trade turístico, através dediretrizes e estratégias competitivas para o desenvolvimento do destino.

O propósito de se transformar em um Destino Turístico Inteligente resulta em uma estratégia para progressão do destino, com o aumento da competitividade, a melhor utilização dos atrativos naturais, históricos e culturais, da valorização dos recursos existentes, da elaboração de recursos inovadores, que contribuam com o desenvolvimento sustentável, do processo de interatividade do turista e visitante ao destino. (AENOR, 2016). Para Gretzel, Werthner, Koo & Lamsfus (2015), Destino Inteligente é como um ecossistema inteligente, que é representado por um conjunto de tecnologias e cidades inteligentes, construção de propostas de negócios turísticos, com foco na eficiência, sustentabilidade e experiência vivenciada por atores envolvidos na cadeia turística.

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2.2 Cidades Inteligentes

O conceito Destino Turístico Inteligente (Smart Tourism Destinations) estará relacionado com o conceito de Cidade Inteligente (Smart City). A proposta da Cidade Inteligente é focada na gestão urbana, através de estratégias e aplicações de conceitos, que envolve a Competitividade (Smart Economy), o Capital Humano e Social (Smart People), a Participação (Smart

Governance), a Mobilidade (Smart Mobility), os Recursos Naturais (Smart Environment) e

a Qualidade de Vida (Smart Living) dos residentes. (Miskalo-Cruz & Gândara, 2016; SEGITTUR, 2016; INVAT.TUR, 2015).

As características de uma Cidade Inteligente são divididas em seis grupos, podendo citá-las como Economia, Sociedade, Governança, Mobilidade, Meio Ambiente e Qualidade de Vida, com subdivisão em 31 fatores e 74 indicadores. (Giffinger et al., 2007). Diante do exposto, serão apresentados na Figura 1, os Fatores Favoráveis de uma Cidade Inteligente, adaptados com base bibliográfica da SEGITTUR (2016), INVAT.TUR (2018) e Giffiger et al. (2007).

Figura 1: Fatores Favoráveis de uma Cidade Inteligente

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A nível internacional, pode-se citar Málaga como protótipo de Cidade Inteligente e modelo de gestão sustentável. Málaga fica localizada no sul da Espanha, e de acordo com o site

Málaga Information, é considerado um dos destinos turísticos mais importantes da Espanha, e

vem com a proposta de posicionar como a cidade mais inteligente, através da sustentabilidade econômica, social e ambiental. (INVAT.TUR, 2015; Silva & Mendes Filho, 2016).

No Brasil, nos últimos anos, vem sendo realizado pela Urban Systems, em parceria com a Sator, um estudo sobre cidades inteligentes do Brasil. O estudo analisou 700 municípios, com o objetivo de posicionar as cidades mais inteligentes do Brasil. Foram analisados 70 indicadores de 11 áreas de gestão pública, como Economia, Educação, Empreendedorismo, Energia, Governança, Meio Ambiente, Mobilidade, Planejamento Urbano, Saúde, Segurança e Tecnologia e Inovação. (Urban Systems, 2018).

O Ranking Connected Smart Cities, edição 2018, foi apresentado na cerimônia de abertura do Connected Smart Cities, em 04 de setembro de 2018, em São Paulo. O resultado aponta Curitiba (Paraná) como a cidade mais inteligente do País, resultante de um estudo com mais de 700 cidades. A capital paranaense conquistou o 1° lugar no Ranking Geral. No Ranking por indicadores, a cidade de Curitiba ficou posicionada em 1º lugar em Governança, 1º lugar na categoria por Faixa Populacional com mais de 500 mil habitantes da Região Sul, 2º lugar em Empreendedorismo e Urbanismo, e 3º lugar em Tecnologia e Inovação. No Quadro 1 será apresentado o Ranking Connected Smart Cities 2018. O histórico das quatro edições da Classificação Geral Connected Smart Cities, encontra-se no Anexo II.

Quadro 1: Ranking Connected Smart Cities 2018

1st. Curitiba (PR) 2º. São Paulo (SP) 3º. Vitória (ES) 4º. Campinas (SP) 5º. Florianópolis (SC) 6º. Rio de Janeiro (RJ) 7º. Belo Horizonte (MG) 8º. Porto Alegre (RS) 9º. Santos (SP) 10º. Niterói (RJ)

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Dentre as 100 cidades que entraram no ranking, na edição de 2018, Natal (RN) pontuou na Tecnologia e Inovação (21º lugar), Empreendedorismo (14º lugar), Educação (30º lugar) e Governança (50º lugar). Os dados avaliados no ranking de 2018, foram comparados com os dados do ano de 2017. Em 2017, Natal não pontuou nas categorias Governança e Educação. E na categoria Tecnologia e Inovação, a cidade teve um declínio na edição de 2018, uma vez que em 2017, ocupou o 18º lugar, conforme apresentado no Gráfico 1:

Gráfico 1: Ranking Comparativo de Natal (RN) no Connected Smart Cities (2017/2018)

Fonte: Elaborado pela autora com dados da Connected Smart Cities (2018)

Ainda que os estudos de Cidades Inteligentes não sejam centrados na atividade turística, é importante destacar que entre os diversos serviços oferecidos por uma cidade, o turismo é relevante de forma social, por meio da experiência vivenciada pelos visitantes. Portanto, serão apresentados no Quadro 2, alguns conceitos de Cidades Inteligentes (Smart City), que auxiliará na compreensão deste capítulo.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 GERAL TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EMPREENDEDORISMO EDUCAÇÃO GOVERNANÇA

RANKING COMPARATIVO DE NATAL (RN)

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Quadro 2: Conceitos de Cidades Inteligentes

Autor Ano Conceito

Hall et al. 2000

São aquelas que monitoram e integram as condições de operações de infraestruturas críticas da cidade, atuando de forma preventiva.

Kanter & Litow 2009

São aquelas capazes de conectar de forma inovadora as infraestruturas físicas e de TICs, de forma eficiente e eficaz, para melhorar as condições de sustentabilidade e de qualidade vida da população.

Toppeta 2010

São aquelas que integram as ferramentas das TICs e da Web 2.0 com os esforços organizacionais, de design e planejamento, para desmaterializar e acelerar os processos burocráticos, ajudando a identificar e implementar soluções inovadoras para o gerenciamento da complexidade das cidades.

Giffinger & Gudrun 2010

São aquelas de visão futurista em relação a várias aspectos, como economia, pessoas, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida, e são construídas sobre a combinação inteligente de atitudes decisivas, independentes e conscientes dos atores envolvidos.

Washburn & Sindhu

2010

São aquelas que usam tecnologias através do uso de computação inteligente para tornar os componentes das infraestruturas e serviços críticos mais inteligentes, interconectados e eficientes.

Dutta 2011

São aquelas que têm foco em um modelo personalizado, com visão moderna do desenvolvimento urbano e que reconhecem a

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crescente importância das TICs no direcionamento da competitividade econômica, sustentabilidade ambiental e qualidade de vida geral.

Harrison & Donnelly 2011

São aquelas que fazem uso sistemático das TICs para viabilizar a eficiência no planejamento, execução e manutenção dos serviços e infraestruturas urbanos.

Nam & Pardo 2011

São aquelas que têm por objetivo a melhoria na qualidade dos serviços aos cidadãos e que o estabelecimento de sistemas integrados baseados em TICs, através dos serviços disponibilizados e as informações são compartilhadas.

Fonte: Adaptado dos autores Weiss, Bernandes e Consoni (2014).

As cidades se tornam mais competitivas e complexas, e com o auxílio da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), muitas atividades e serviços poderão ser coordenadas, como também programadas, possibilitando mais conectividade aos cidadãos, deixando-os mais informados e comprometidos. (Buhalis & Amaranggana, 2014).

A Espanha foi um país pioneiro na gestão de Cidades Inteligentes e Destinos Turísticos. (Miskalo-Cruz & Gândara, 2016). Partindo dessa vertente, desenvolveu um sistema de indicadores para padronizar, medir e unificar critérios para implementação de Destinos Turísticos Inteligentes.

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2.3 Turismo Inteligente

Segundo Gretzel et al. (2015), o termo smart que traduzindo para o português significa inteligente, é uma nova expressão no turismo, que caracteriza e engloba conceitos sobre tecnologia, economia e desenvolvimento social, que são alimentados pelas tecnologias da comunicação e informação, promovendo conectividade e troca de informações.

O conceito Turismo Inteligente é uma tendência que vem sendo consolidada com o desenvolvimento de pesquisas, com a proposta de construir produtos, serviços ou tecnologias complementares e inovadoras. Atualmente, o Centro de Pesquisa de Turismo Inteligente (Smart

Tourism Research Center – STRC), vem desenvolvendo pesquisas nessa temática, com a

proposta de construir teorias e fornecer tendências globais para o turismo inteligente na Coréia, como também em outros destinos da Europa, Estados Unidos e Austrália. (STRC, 2013; Gretzel, 2017).

O STRC, é financiado pela Fundação de Ciências Sociais da Coréia (National Research

Foundation of Korea Grant) para promover um novo campo de investigação e uma nova

abordagem do turismo, com a perspectiva de expandir o mercado turístico através de uma realidade de competitividade e inovação. Do mesmo modo cria oportunidades para publicações de artigos de periódicos, cooperação na implementação do turismo inteligente, colaborando com a atividade turística, com os destinos, como também com partes interessadas, como o governo, parceiros corporativos e especialistas em Tecnologia da Informação, para apoiar os governos locais e, especialmente, as cidades na construção e implementação de agendas inteligentes de turismo. (STRC, 2013).

Gretzel (2017) definiu o turismo inteligente como um sistema de apoio ao turista, que oferece serviços de informação e tecnologia durante a estada no destino. O turista contemporâneo busca todas as informações disponíveis sobre o destino antes de viajar, sendo um turista mais interativo com as tendências globais, e assim esse turista pesquisa os atrativos turísticos, restaurantes, opções de lazer e entretenimento, entre outras informações que almeja usufruir durante a viagem.

O atual cenário tecnológico e inovador vislumbra iniciativa que estão sendo executadas para manter a competitividade do segmento e preparar os diversos ramos envolvidos no setor, com a proposição de atender de forma criteriosa o perfil desse turista. As mudanças estruturais na atividade turística reforçam a necessidade de novas perspectivas de planejamento e gestão,

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portanto as tecnologias mudaram o comportamento dos consumidores, aumentaram a transparência de mercado e facilitaram o comércio social. (Gretzel et. al, 2015; Gretzel, 2017). Diante dessa proposta, Gretzel (2017) apresentou cinco camadas conceituais do Turismo Inteligente, que descreve aspectos que um destino turístico precisa atender as expectativas do turista nos dias atuais, que será representada na Figura 2.

Figura 2: Camadas Conceituais do Turismo Inteligente

Fonte: Gretzel, 2017.

Estudos relacionados a temática Turismo Inteligente vem apresentando a predominância de aplicações das TIC´s como parte essencial do ecossistema turístico, conectando diferentes agentes do ecossistema turístico, com foco na melhoria nos serviços prestados, para fomentar o desenvolvimento regional e gerar novos modelos de negócios. (Gretzel et. al., 2015; Gretzel, 2017). Para melhor compreensão, será apresentado um quadro conceitual (Quadro 3), descrevendo a definição das cinco Camadas Conceituais do Turismo Inteligente de acordo com os estudos da autora, demonstrado na Figura 2.

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Quadro 3: Camadas Conceituais do Turismo Inteligente

CAMADA DEFINIÇÃO

Física Representa a infraestrutura do destino turístico

Tecnológica Envolve as tecnologias inteligentes, podendo exemplificar a Internet das Coisas como um fator de competitividade

Dados Todo o processo de captura, armazenamento, processamento, análise e compartilhamento de dados e informações

Empresarial Apresenta aspectos como inovação, agilidade, co-criação de valor, participação das Organizações de Marketing de Destinos (DMO’s)

Experiência O conjunto dessas camadas mencionadas, contribuem para a Camada Experiência, que é aprimorada através do uso da tecnologia.

Fonte: Adaptado Gretzel (2017)

De acordo com a Associação Espanhola de Normalização e Certificação (Asociación

Española de Normalización [AENOR], 2016), órgão responsável pelo desenvolvimento e

difusão das normas técnicas na Espanha, o mercado turístico encontra-se em um processo competitivo e em constante transformação, e diante desse cenário progressivo, utilizar-se de recursos de inovação, aliados com a sustentabilidade, a acessibilidade e o uso das tecnologias, contribuem para melhoria na competitividade dos destinos turísticos.

No Brasil, o SEBRAE vem desenvolvendo o programa Turismo Inteligente. A coordenadora Nacional do Turismo do SEBRAE, Graziele Villela, afirmou que a finalidade do programa é desenvolver o segmento no Brasil por meio de parcerias entre empresas privadas e governo, com o objetivo que o país acompanhe as tendências e mudanças do segmento turístico, como também possibilitando soluções integradas que envolvam tecnologia, sustentabilidade, aperfeiçoamento da experiência turística, capacitação e governança. (SEBRAE, 2016).

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2.4 Destinos Turísticos Inteligentes

O conceito Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) é de origem espanhola, e tem como parâmetro de formulação e metodologia, as categorias e os pilares construídos, desenvolvidos e implementados em cidades europeias. (SEBRAE, 2017). Para compreensão geográfica da Espanha, será apresentado na Imagem 1, o Mapa da Espanha.

Imagem 1: Mapa da Espanha

Fonte: Euro Dicas (2018).

Nos últimos anos a Espanha tem alcançado resultados significativos na atividade turística, e com intuito de manter o posicionamento no mercado, o país desenvolveu como estratégia competitiva o projeto DTI, que tem como propósito, satisfazer as necessidades atuais e futuras do mercado, dos turistas e dos visitantes, e assim, por meio da expansão tecnológica, possibilitando que os turistas vivenciem uma experiência enriquecedora em tempo real. (INVAT.TUR, 2015; Silva & Mendes Filho, 2016; SEBRAE, 2017, Muñoz, 2016).

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O projeto despertou a atenção de outros países, que vêm adaptando modelos existentes, à realidade do destino, desenvolvendo estratégias de transformação de um Destino Turístico Tradicional em um Destino Turístico Inteligente. Essa transformação do Destino Turístico, promove e impulsiona a competitividade por meio de competência inovadora, que tem um impacto na melhoria da percepção do destino, gerando qualidade de vida aos residentes. A nova proposta de inovação de um destino turístico, deve partir da intervenção do destino, através de ações integradas de gestão colaborativas e participava dos agentes locais. A partir da decisão de tornar o destino competitivo, incorpora-se os eixos da inovação, acessibilidade universal, tecnologia e sustentabilidade em todas as áreas da concorrência em relação ao turismo. (AENOR, 2016).

A proposta DTI iniciou-se em março de 2013, através da Sociedade Mercantil Estatal de Tecnologias de Inovação e Turismo (Sociedad Mercantil Estatal para la Innovación y las

Tecnologías Turísticas – SEGITTUR), um órgão espanhol, que integra o Ministério da Energia,

Turismo e Agenda Digital, vinculada a Secretária Estadual de Turismo, que tem como finalidade executar a promoção da inovação no setor turístico espanhol. Para melhor compreensão será apresentado um quadro conceitual, com a categorização e conceitos para um Destino Turístico Inteligente, apresentado no Quadro 4.

Quadro 4: Categorização e Conceitos para um Destino Turístico Inteligente

CATEGORIAS CONCEITOS

GOVERNANÇA

Reinvenção da gestão municipal do turismo com o objetivo de evolução do Destino Turístico Inteligente, com um plano de ação adaptado às necessidades de cada município.

SUSTENTABILIDADE TURÍSTICA

A sustentabilidade reforça o modelo de DTI, pois as ações nesta área são limitadas e às vezes associados a uma fraca sustentabilidade e a falta de uma gestão holística necessária para o desenvolvimento sustentável que não é suficientemente projetado para o mercado com o objetivo de tornar-se uma diferenciação para o destino.

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ACESSIBILIDADE

Acessibilidade é uma exigência para o DTI, para o desenvolvimento de um turismo acessível tanto físico quanto digital, sendo um ambiente turístico acessível.

CONECTIVIDADE / SENSORIZAÇÃO

São aspectos mais importantes de um DTI, relacionados a qualidade da internet disponibilizada, serviço turístico de qualidade, promoção e venda do destino turístico, comportamento do turista. A conectividade é uma prioridade do ponto de vista da gestão do turismo, tanto em termos de demanda, como para as empresas que utilizam a internet para competir em um ambiente de economia digital.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO E

INTELIGÊNCIA TURÍSTICA

O DTI deve se concentrar em um sistema de informação turística renovado, adaptado às novas condições de demanda e, em geral, o cenário do turismo atual. Os sistemas de informação têm que se adaptar a uma demanda renovada motivacional, buscando experiências únicas e personalizadas, com o objetivo de melhor satisfazer um turista mais exigente.

INOVAÇÃO

Os DTIs enfrentam grandes desafios para consolidar a inovação como um núcleo de competitividade. O modelo de DTI serve como impulso para que destinos promovam ambientes de inovação abertos que auxiliam clusters territoriais em municípios com mais experiências que possuem produtos similares.

MARKETING ONLINE

A ferramenta do marketing online de um DTI tem como objetivo oferecer aos turistas, serviços turísticos tecnológicos, adaptados às suas necessidades, através de canais alternativos que incluem redes sociais, sites experienciais, aplicativos móveis e vídeos inspiradores, sendo um ambiente que possibilita experiência aos turistas e visitantes.

Fonte: Adaptado INVAT.TUR (2015); SEGITTUR (2016); Santos e Gândara (2016)

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Os pilares de desenvolvimento estão baseados nas novas tecnologias de informação e no desenvolvimento turístico sustentável. (AENOR, 2016; SEGITTUR, 2016). O desenvolvimento deve estar associado com características que estão relacionadas com acessibilidade, competitividade do setor turístico, desenvolvimento sustentável, espaço turístico inovador, gestão eficiente dos recursos, interação e integração, qualidade da experiência turística e tecnologia avançada. (SEGITTUR, 2016).

Para a Sociedade Estadual de Gestão de Inovação e Tecnologias Turismo - SEGITTUR (2013), o destino turístico é inovador, quando é consolidado nos aspectos de infraestrutura tecnológica, que assegure o desenvolvimento sustentável do território turístico, que seja acessível a todos, facilitando a interação e integração do visitante com o meio ambiente e melhora a qualidade de sua experiência no destino.

Diante do atual cenário de expansão turística, torna-se necessário desenvolver estratégias competitivas para atrair novos turistas e visitantes aos destinos. Segundo Silva e Mendes Filho (2016), a tecnologia contribui como uma fonte de inovação, diferenciação estratégica e vantagem competitiva para a co-criação de experiências no futuro, sendo a tecnologia um instrumento-chave na co-criação de múltiplos espaços de experiência, múltiplos níveis de engajamento e redes de interação, possibilitando experiências e valor para o turista.

O método para desenvolvimento dos destinos, estimulou a formulação e definição de pilares para a implementação dos Destinos Turisticos Inteligentes e os requisitos necessários de um sistema de gestão dos DTIs, foi inicialmente elaborado pela SEGITTUR. Os padrões eram diretamente relacionados com quatro pilares: inovação, tecnologia, acessibilidade e sustentabilidade, por meio do desenvolvimento e implementação de uma política de gestão para o destino turístico e estabelecer objetivos, metas e planos de ação. (SEGITTUR, 2016).

No Brasil, o SEBRAE Nacional vem desenvolvendo o projeto Destinos Turísticos Inteligentes. No Rio Grande do Norte, o projeto tem apoio e desenvolvimento tecnológico do Instituto Metrópole Digital (IMD), que é um órgão vinculado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em parceria com a Prefeitura Municipal de Natal (Rio Grande do Norte). Os projetos serão desenvolvidos inicialmente no período de dois anos, com a implementação de ações e estratégias para transforma-los em destinos turísticos inteligentes. Nessa etapa, organizações públicas e privadas se unem com o objetivo de posicionar o destino inteligente. (Freitas & Mendes Filho, 2017; SEBRAE, 2017).

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As principais características dos Destinos Turísticos Inteligentes, são fundamentadas com base na inovação, competitividade e posicionamento do destino, definidas como Espaço Turístico Inovador, Tecnologia de Ponta, Valorização do Capital Humano, Desenvolvimento Sustentável, Gerenciamento Eficiente dos Recursos, Competitividade no Setor, Experiências de Qualidade aos Turistas, Integralidade, Interatividade e Acessibilidade. (SEBRAE, 2017; SEGITTUR, 2016; INVAT.TUR, 2015).

Os pilares do projeto Sebrae, adaptado do modelo da Sociedade Estadual de Gestão de Inovação e Tecnologias Turismo - SEGITTUR (2013), são baseados nas Novas Tecnologias da Informação e Desenvolvimento Turístico Sustentável. O projeto tem como finalidade gerar para os destinos envolvidos, Espaço Inovador, Experiência Turistica, Competitividade e Qualidade de Vida. Para melhor compreensão será apresentado na Figura 3, a ilustração das Vantagens de um Destino Turístico Inteligente (Benefícios e Pilares do Projeto SEBRAE Nacional), conforme projeto desenvolvido pelo SEBRAE Nacional, adaptado do modelo SEGGITUR.

Figura 3: Vantagens de um Destino Turístico Inteligente

Referências

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