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Pragas da cultura de milho (Zea mays, L.) e seu inimigo natural Doru sp. na região de Guaíra-SP. - Portal Embrapa

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PRAGAS DA CULTURA DE MILHO (Zen mays, h.) E SEU 'WHIG° NATURAL Dewu sp. NA REGTAID IM GUA IRA, SP .

M.A. WATANABE J.M.C. FERRAZ 1 : C. YOSHIT - ; R.V. MORSOLETn 1 R. C. STIPPJ.

TNTRO CAC)

0 milho 6 uma das culturas de major expresso econOmica na regino d Guaira, SP. Essa cultura é conduzida• em monocultivo, corn uso de irrigao via pivo central e aplic.aQdo intensiva de agrotoxi(7.,os r-nmo Clorpirif6s, Lnmhdacyhalothrin e r,!Arbofuran.

A lagRrta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (3.E. Smith, 1797)

considernda uma das pragas-chaves da cultura de milho (REIS et

al., 1960; CRUZ & TURPIN, 1962; CRUZ et al., 1983: REIS, et al., 1999) e induz nas condicries do Brasil perdas de 15 a 34% na produciio (CARVALHO. 1970). As lagartas recem-eclodidas alimentam-se raspando - as folhas de milho; quando macs desenvolvidas fazem orificios nas folhas, ocasionando em ataques

severos destruiciAo completa do cartucho (CRUZ et al., 1993; GALLO

et al., 198e). especies de parasitaides so reconhecidas

;77omo inimigos naturals da lagarta-do-cartucho coma Campoletis

grioti (Blanchard, 1939),

Apanteles marainiventri6 (Cresson,

1

EMBRAPA-CIMMA, Caixa Postal 69,

13 0(00 Jasuariumt , Sp.

(2)

19e5). Archytas incertus (Macquart, 1851), Lesperia sp.),

Eplectrus n. sp. (LtJCCHINI & ALMEIDA, 1990), Trichogramma pretiosum (SA, 1991). Alum de parasit6ides. a lagarta-do-cartucho

6 atacada pelo predador Dorn luteipes (CRUZ et al., 1990) e Doru sp. (FERRAZ. 1991).

Outra praga importante na cultura de milho 6 a lagarta da espiga Helicoverpa zea (Boddie, 1850). segundo REIS et al. (1990); CRtJZ et al. (1983) e GALLO et al. (1988). Essa praga ocasiona redugAo da produgAo de 8,38% conforme CARVALHO (1977), pelas seguintes maneiras: a) atacando as estilo-estigmas das espigas, impede a fecundagAo que angina falhas nas espigas;

h) destruicAo dos grAos de milho novas: a) as orificios feitos pe3a lagarta nos grAos leitosos servem de porta de entrada de patAgenos e pragas dos graas coma o caruncho do milho Sitophilus zeamais (Mots, 1865) e a traga Sitotroga cerealella (Oliv., 1819)

(REIS et al.. 1980; CRUZ et al., 1983; GALLO et al., 1988). 0 himeneptero Trichograrnina pretiosum (Riley, 1879) 6 um eficiente

parasitoide de ovos da lagarta-da-espiga no sendo adequado para lagarta-do-cartucho, (CRUZ et al., 1983; SA, 1991), a parasitismo em ovos de lagarta-da-espiga fai de 38% na CalifOrnia, EUA

(OATMAN, 1966, citado par SA, 1991) e 64% em Seto Paulo em cnndlgr5es naturais (.A, 1991).

A importancia desses inimigos naturals se torna evidente guando nAo se tem no Brasil o hAbito de recomendar a pulverizaggio de cultura de milho apOs a espigamento (CRtJZ et al., 1993; 1990; SA, 1991), par ser essa pro:tics ineficiente (CRUZ et al.. 1990).

(3)

-tesourinha - é considerado um eficiente predador de larvae e ovos

da lagarta- do - c.artucho (CRUZ at al., 1990; RFTS, mt al., 1988), sendo capaz de consumir 21 larvas/dia na fase adulta e mail de 3600 larvas durante todo esse estagio (REIS et al., 1988).

Esse predador consome na face ninfal entre 563 a 1301 ovos de lagarta-da-espiga; chegando a consumir durante todo o ciclo 7457 ovos, corn consumo di6rio de 42 ovos (CRUZ et al., 1990). Estudando a flutuacdo populacional de tesourinhas, CRUZ (1990) verificou que a major frequencia ciesses insetoc ocorre nos mesee ffriig

4uPnte.z do ano, ahegando a rer encontrAdo pello moo um

individuo em 70% das plantas de milho examinadas. Essepadrgo de flutuacgo populational foi observada tamhrm par FERRAZ (1.991).

FA, et al (1993) trabalhando corn nberaooes inundativas de Trichogramma pretiosum em campoe de cultura de milho para controle de H. zea

observaram que a melba!' controle da praga foi

obtida corn 100 pontos de liberaogo par hectare, e conforme SA & PARRA (1993) sPriam necessarios no minima 100.000 para it/Ades par hectare em cada liberaotio e que a parasitismo tende a aumentar corn a nUmero de liberaci5es.

Este trabalho teve coma objetivo avaliar a ocorrenoia de pragac e inimigos naturals da cultura de milho, na regigo de Guaira, SP.

MATERIAL E MiTODOS

Entre 28/09/93

e

09/02/94, foram amostrarlas na regigo de '31.1a1ra, SP 76 lavouras e em cada uma foram examinadas 50 plantas

(4)

quanto a presenca de pragas e inimigos naturais. Foram ob ervados artrf'podns S. frugiperda, H. zea, Deols flavopicta (Stal, 1854), Diabrotica speciosa (Germ., 1824). ce.rotoma sp.,

Rhr, paloriphum maidis (Fich, 185(3), Nods latipes (Guenee, 1825),

percevejos, Dorus sp., Crisopa sp.; Cycloneda sanguinea e araenideos.

c:om s ariota 5r de camp° (presenQa do inseto) foram

c15 peroentuais de ocorr6ncin de c-nda prnga. As

am ,-,mtrAAnt:1 fr, rnm segilnciel rtn de

idades: 0 ate 30 dias, mais de 30 ate 60 dias, mais de 60 ate 90 dias, mais de 90 dias ate 120 dias, mais de 120 dias ate 150 dias. Fsa classificag5.0 prAeria corresprJnder aproximadamente aos estAgios de desenvolvimento da plant de milho propostos por HANWAY (1971) citado por CRUZ & TURPIN (1982): 4-6 folhas 30 dias: 8-10 folhas 40 dias; 12-14 folhas - 50 dias; pendoamento -= 60

dias;

espigamento 70 dias, para as vnriedades, cultivares e hibridos plantados nas epocas e condigbes de Guaira, SP.

Os percentuais de ocorrencia de pragas foram relacionados corn a idade da cultura, use de agrotfticos e incidencia de inimigos naturals.

RESULTADOS E DISCUSSAO

Foram constatadas as presencas de lagarta

-

do

-

cartucho

S.

(5)

D. speolorm e Cerotoma sp., e'auvas, hicho capixaha Lagria villosa, lagarta rosca Agrotic ipsilon (Hufnagel, 1767), e dos inimigos naturais tesourinha Porus sp.. coccinelideo Cyoloneda sanguine. do hesouro Callida sp., do percevejo Geocori.F sp. e aracnideos. As pragas-chaves encontradas foram a legarta-do-cartucho e a lagarta-da-espiga, e como principal inimigo natural, as "tesnurinhas - (Figura 1).

A ocorrencia da lagarta-do-cartucho mostrou tendencia de.r.reseente corn a idade da cultura. iniciando corn 56.8% (variacao entre 2.0 a 96,0%) e terminando com 5,2% (variacgo entre 0,0 a 16.0%) no final do ciclo. A presenca de )agarta-da-espiga comecou a ser observada em plantas com cerca de 60 dias de idade, corn incidencia inicial de 1,79% (.ariacAo entre 0,0 a 22,0%) atingindo a pico de 51,73% (variacKo entre 4,0 a 96,0%) em plantas com idade entre 90 e 120 dias. No final do ciclo a ocorrencia caiu para 45,6% (variac -do entre 30,0 e 56,0%). (Figura

1).

A acarrencia de - tesourinhas" no inicio do ciclo da cultura esteve em 16,8% (variacgo entre 0,0 a 76,0%), atingindo um pico de 2.62% (variaOlo entre 0.0 a 66.0%) e terminando o ciclo corn 25,6% (variaoKo entre 0,0 e 44,0%). (Figura 1).

Fade-se notar que no periodo mais susceptivel a lagarta-do-

cartucho gue é de cerca de 40 dias de idade (CRUZ & TURPIN

1982), a ocorrencia da lagarta-do-cartucho esteve em 47,44% (variac6o entre 2,0 a 80,0%) que ester acima do nivel de dano de 21,5% de plantas atacadas (CRUZ et al., 1983, citados par FERRAZ,

(6)

-tesourinhas - foi a mais balxa de todo o ciclo (6,68%). Parem,

pode-se nntar que nos esttigios seguintes & medida que a populacti.o de "tesourinhas - crescia, diminut a de lagarta-do-cartucho.

(Figura 1 ).

Segundo CARVALHO (1970) o periado de maior ocarrencia de lagarta-do-cartucho est& entre outubro e fevereiro, que foi pPriodo avaliado neste trabalho. Os resultados do presente trabaiho diferem dos de CARVALHO que observou major incidencia de

lagarta-do-cartucho em plantas com idade entre 40-55 dias; em nossos dados o periodo de maior ocorrencia foi para plantas

corn

idade entre 0-30 dias.

Apesar da presenpa das "tesourinhas - , qua sac) eficientes predadoras de ovos de lagarta-da-espiga, esta alcancou elevados niveis populacionais. A redupao de sua incidencia no final do ciclo rode ser devida ao endurecimento dos gr6-)s de milho, qua assim se tornam resistentes ao ataque da praga. e tambOm ao aumento da pcpulaggto de - tesourinhas - . E preciso ainda verificar c parasitismo de ovos de lagarta-da-espiga pelo himenoptero

Trichogramma pretioeum, eficiente inimigo natural dessa praga (SA, 1991).

Embora a aplicaQno de um produto prejudicial'as - tesourinhas" o clorpirifas (REIS et al., 1988) asses inimigos naturals estiveram presentes durante todo o ciclo da cultura. A reduzida incide„ncia de "tesourinhas" em plantas com idade compreendida entre 30 a 60 dias, quando esteve 6,68% (variacgo entre 0,0 a 62,0%) e provavelmente devida as aplicacOes de agrctOxicos prejudirAaip, e coincidem com o esttigio mais susceptive' do milho

(7)

Seriam recomendavPis liberac -oes inundati\,7as de T. pretiosurn pri m (7omp1Frnentar & acrlo do predrtdor Poriz sp. (SA et al., 1993; :774 & PARRA, 1.993.).

(8)

OCORRENCIA (%)

eC, e0) •tt • Is■ 00 ovz 00 LO pC:, o o Li) r-- .. te) c. VD 00

70

65 -

60 -

55 -

50

45 -

40 -

35

-I

30

25

20

15

-I

10,

5 -

0

LEGENDA

LAGARTA DO CARTUCHO LAGARTA DA ESPIGA TESOURINHA

30-60

60-90

90-120

120-150

IDADE (DIAS)

FIGURA 1. INCIDENCIA MEDIA DE PRAGAS DA CULTURA DE MILHO E DO

MINGO NATURAL TESOURINHA NA REGIAO DE GUAIRA, SP.

(9)

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Referências

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