UNTvERSTDADE
DE
Évona
Departamento de
Sociologia
Mestrado em Recurcos Humanos e Desenvolvimento Sustentável
Contributo para
a
caracterização
do
papel
do
Centro
Paroquial
de
Bem-Esúar
SocÍal
de
Ervidel
na
Qualidade de
Vida
da
população.
Um
estudo
de
caso
Dissertacão de mestrado de:
Maria Luisa da Costa Henriques Sardinha
Orientadora
Prohssora Doubra Maria da SaudadeBaltazar
Évora, Outubro de 2005 ttEsta
UNIVERSIDADE DE EVORA
Departamento de
Sociologia
Mestrado em Recurcos Humanos e
Desenvolvimento Sustentável
Contributo
para
a
caracterização
do
papel
do
Centro
Paroquiat
de
Bem-Esúar
Social
de Eruidel
na
Qualidade de
Vida
da
população.
Um
estudo
de
caso
Dissertacão de mestrado de: Maria Luisa da Costa Henriques Sardinha
VB
Orientadora
Professora Doutora Maria da Saudade Baltazar
Évora, Outubro de 2005
"Esta dissertação não inctui as criticas e sugestões feitas pelo júri"
Contíbuto para
a
caracterizaçãodo
rr1pdb
Cenfro Paroquid&
Bem Éstar SocÍaíde Erutde,l na qualldade de
vt&
da populaçtu. Umqtudo
&
c*o
AGRADECIMENTOS
A
Professora Doutora Maria da Saudade Baltazar pela sua disponibilidade, pelassuas
valiosas sugestóes, estímuloe
interesseque
manifestouao
longo
daorientação da dissertação. A direcção, trabalhadores e utentes do Centro Paroquial
de Ervidel, que se disponibilizaram para participar no estudo, pelas suas opiniões,
vivências e experiências que partilharam comigo.
Aos
meus colegasde
curso
e
amigospelos
conselhos, incentivo,afecto
eamizade.
A
minha família, pelo seu inestimável apoio, semo
qual seria impossível levar a cabo esta tarefa.)
Contibuto oara
a
caracbrtzaçãodo
papdb
Centro Paroquial de Bem EsÍâr Socíal de Eruidd na qualida& devida da população. Um*tudo
dec*o
Ser velho não significa ser inactivo e inútil, pelo contrário, ser velho significa, acima de tudo, experiência, sabedoria e dignidade'
'l
Contributo para
a
caracterização&
ppe/
b
Centrc furoquial&
Bem Éstar Sociaíde Eruidel na qualida& de vida da populaçtu. Um es,fitdo de caso
RESUMO
O
conceito
"Qualidadede
Mda',
decorre
dos
direitos
básicos
individuaisdesenvolvidos nos últimos três séculos e reiterados pelas Nações Unidas. Os seres
humanos inserem-se
numa
sociedade
estruturada,onde
existem
direitosfundamentais conespondentes a necessidades humanas de ordem material, social
e psicológica. O Desenvolvimento Local perfigura uma resposta à exclusão social e ao envelhecimento.
O
presente estudo visou correlacionara
actuação do Centro Paroquialde
Bem Estar Socialde
Ervidel; com as melhorias na qualidade de vidae
diminuição decenários de exclusão social das populações alvo O Centro Paroquial desdobra-se
em Centro
de
Dia,Apoio
Domiciliário e Lar de 3a ldade,e
a empregabilidade inerente permitea
fixaçãode
pessoas.A
condiçãodos
indivíduos perante o trabalho relaciona-se estreitamente com a inclusão ou exclusão social. Além dissotrabalha em parceria com outras instituições locais e serviços, contribuindo para o
desenvolvimento local da Freguesia.
Palavras
chave:
Qualidade de Vida, Envelhecimento, Exclusão Social, Pobreza,Desenvolvimento Local.
4 DísserÍagão de mestrado deffiarta Luisa da CosÍa Henrtques Sardtnha
Con1ptbuto pa'2
a
catwtertzação&
rr1pe/ do Cenír:o Paroquial&
Bem Estar Soctaí de Eruidel na guattdade de vlda da população. um agaúo decffio
ABSTRACT
Contribution
for
the charactertzafionof
Centro Paroquialde
Bem'Estar Socialde
Ervidet'srole in
populaüon's quality of life.A
case studvThe concept "Quality of life' comes from the basic individual rights developed over the last three centuries and approved by the United Nations. Human beings live in
structures societies where fundamental rights
are
relatedto
material, social andpsychological needs. Local devetopment is an answer to social seclusion an aging.
The
presentstudy aimed
to
correlatethe
actions
of
Centro
Paroquial withimprovements in the quality
of
life and reductionof
social seclusion scenarios of target population.The
Center comprehendsa
Day-time center, Home care Supportand
3'd Age Asylum andthe
job
offer
allows fixationof the
population. Social seclusion orinclusion is closely related to the attitude towards professional occupation.
The
Centerworks
in
partnershipwith other
locals
institutions contributing toFreguesia de Ervidel's Local Development.
Key
words:
Qualityof
life, Aging, Social Seclusion, Poverty, Local Development.5
\
Contibuto pa,6
a
caractertzaçãob
rr1pet do Centro Paroquial de Bem Estar Sosal de Eruidel na quattdae de vida da ppulação. umxtudo
&
casoINDICE
Resumo
4Abstract
5 lndice deTabelas
I
lndice deGráficos
10 Lista desiglas
12lntrodução
13I PARTE - Enquadramento
teórico
211
-
Exclusâo social ePobreza
221.1
-
lntegraçáo, inserção einclusâo
282 - Envelhecer uma realidade em
transformação
302.1 - O processo biologico e o fenómeno
demográfico
302.2 - O Alentejo e o envelhecimento no Concelho de Aljustrel e
na
36Freguesia de Ervidel
2.3
- Envelhecer: a emergência de um problemasocial
403
-
Envelhecercom
qualidade:o
desenvolvimento localuma resposta
54integrada e integradora
3.1
-
O
desenvolvimento:a
evoluSo
históricae
as
diferentes
54abordagens
3.2 - Crise do estado providência e o crescente interesse pelo
local
643.1 - Qualidade de vida: conceitos e
perspectivas
673.4 - Qualidade de vida e
cidadania
804 - Desenvolvimento e
associativismo
874.1 -
o
associativismo promotor do desenvolvimentolocal
874.2 - O Centro Paroquial de Bem
-
Estar Social de Ervidelinserido
93 numa persPectiva localll
PARTE - Principais PressupostosMetodológicos
955
-
Modelo deanálise
965.1
-
Contextualização dainvestigação
965.2 -Objecto de
investigação
1o45.3
-
Objectivos
1o4(r
Contibuto para
a
caractertzaçãodo
papd-&
CentroPawuial
&
Bem Estar Soclial de Erutddia
qualidade devtda da populaçtu. Um*tudo
&
caso6
-
Metodologia6. 1
-
Análise documental6.2-
Observação6.3
-
A entrevista6.3.1
-
Caracterização dos idosos entrevistados6.9.2
-
Caracterização dos trabalhadores entrevistados 7-
Procedimentos de análise de dados7.1
-
Análise de conteúdolll
-
PARTE Do Papel do GPBESE na Qualidade de Vida da População8-
Contextualização geográÍica ou espacial do objecto de estudo 8.1-
Caracterizaçâo do concelho de Aljustrel8.2 - Caracterização da freguesia de Ervidel
8.3 - Caracterização do Centro Paroquial de Bem
-
Estar Social deErvidel
9
-
Apresentação dos resultados9.
í
Em relação aos trabalhadores9.2 Em relação
aos
idosos 9.2.1 Apoio Domiciliário 9.2.2 Centro de Dia 9.2.3 Lar de 3a ldade Conclusão Bibliografia AnexosAnexo n.o
í
-
Mapa com a localiza$o do concelho de Aljustrel e Freguesia de ErvidelAnexo n.o
2-
Guiáo de entrevistas Anexo n.o 3-
Grelha de análiseAnexo n.o 4
-
Documentos do Centro ParoquialAnexo n.o
5-
TabelasAnexono6-PEDAL
105 107 107 108 110 113 120 126 118 119 120 126 142 152 152 153 153 155 155 161 166 178 179 181 187 202 223 234 ,| DÍsserÍagâo de mesÍrado deffiarta Luisa da CosÍa Henrtques Sardinhaconlributo pan
a
caractertzação&
pap-dP
*rm.turofluial
&
Bem Eç,ía/r socÍal aéeiiae
na qualidade de viãa da população' Um es,tudo&
casoINDICE DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição de |doso por cada Valência do
CPBESE
94 Tabela 2: População residente com 15 ou + anos, segundo acondição
123 e perante a actividade económicaTabela 3: Comparação do Total
e
dao/o da População da freguesiaem
1271971,1981, 1991 e 2001
Tabela 4: Resumo da análise de
resultados
160Tabela
5:
Distribuiçaodos
idosospor
género, estadocivil
e
grupo
224 etárioTabela
6:
Distribuiçãodos
trabalhadores entrevistadospor
género,
224 estado civil, grupo etário e nível de escolaridadeTabela
7:
Distribuiçãoda
população desempregada segundogrupos
225etários
Tabela 8: Distribuição da população desempregada segundo o nível
de
225instrucção
Tabela 9: Distribuição da população da freguesia de Ervidel por
grupos
226etários em 2001
Tabela 10:
Distribuiçãoda
populaçãoda
Freguesiade
Ervidelpor
226grupos etários em 1991
Tabela
í1:
Compara$o
da
população da freguesiade
Ervidel
em
2271981 e 2001 Por grupos etários
Tabela
í2:
Grupos Funcionais e Índices Resumo para a Freguesiade
227 Ervidel 1991-
2001Tabela
13:
Distribuiçâoda
populaçãoda
Freguesiade
Ervidelpor
228grupo profissional
Tabela 14: Distribuição da população da Freguesia de Ervidel por
local
2223de trabalho
Tabela 15: Distribuiçâo da população da Freguesia de Ervidel por
tipo
223de trabalho
Tabela
í6:
Distribuiçãoda
populaçãoda
Freguesiade
Ervidelpor
229vínculo profissional
e
ConÚtbuto
Fn
a
caracterlzaçãob
papdtb
Ç9nto-Paqutal
de Bem EçÍar Sociale; Éi1dd
ia
quatida& deviA
da população. Um estudo dec*o
Tabeta
í7:
Duração dos contratos detrabalho
229Tabela
í8:
Distribuição dos reformados segundo a profissãoexercida
229na vida activa
Tabela
í9:
Local do emprego anterior da população desempregada Tabela 20: Motivo do desempregoTabela 21: Duração do desemprego
Tabela 21: Duração do
desemprego
230
Tabela 22: Meios de subsistência durante o
desemprego
230Tabela 23: Local de
habitaçâo
231Tabela 24: Condiçôes da
habitaçâo
231 Tabela 25: N.o de divisões porhabitação
231Tabela
26:
Comparaçãodo
n.o
de
trabalhadoresadmitidos
no
231 CPBESETabela
27:
Comparação dos trabalhadoresdo
CPBESEpor
grupos
232 etáriosTabela 28: Comparação do nível de escolaridade dos trabalhadores
do
232 CPBESE segundo o géneroTabela 29: Distribui@o dos utentes do CBPESE por
valência
232Tabela
30:
Distribuiçãopor
utentesdo
centrode
diapor
géneroe
232grupo etário
Tabela
3{:
Distribuição por utentes do apoio domiciliário por géneroe
233 grupo etárioTabela
32:
Distribuição por utentes do Larde
3a ldade por géneroe
233 grupo etárioTabela 33: Habilitações literárias da população da freguesia de
Ervidel
233 230 230 230q
Conffibúo
Fn
a
caractertzaçãodo
rr1rrl,do
Çento Paroquial&
Bem Eçtar Social de Eruidd àa quatidade devicta da populaçtu. Umstudo
&
casoTNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico
í:
Distribuiçao dos utentes por géneroGráfico 2: Distribuição dos idosos por estado civil
Gráfico 3: Distribuição dos idosos por grupos etários
Gráfico 4: Distribuiçao dos trabalhadores por género
Gráfico 5: Distribuiçao dos trabalhadores por grupos etários
Gráfico 6: Distribuiçao dos trabalhadores por nível de escolaridade
Gráfico 7: População desempregada segundo o grupo etário
Gráfico 8: Distribuição da população residente desempregada segundo o nível de instrucção
Gráfico 9: População da freguesia de Ervidel em 2001
Gráfico
í0:
População Masculina da freguesia de Ervidel em 1991Gráfico
í1:
População Feminina da freguesia de Ervidel em 1991Gráfico
í2:
Comparação da Freguesia de Ervidelem 1981 e 2001 Gráficoí3:
Grupos funcionais em 1991 e 2001Gráfico
í4:
Distribuição dos Grupos Funcionais em 1991 e 2001 Gráfico 15: lndices de resumo para a Freguesia de Ervidel em 1991e 2001
Gráfico 16:
Habilitações literáriasda
populaçáoda
freguesia deErvidel
Gráfico 17: Distribuição da População por Grupo Profissional
Gráfico 18: Distribuição da População por local de trabalho
Gráfico 19: Distribuição da população por tipo de trabalho
Gráfico 20: Situação como trabalhador
Gráfico 21: Duração dos contratos de trabalho
Gráfico
22
Distribuiçâodos
reformados segundoa
profissão exercida na vida activaGráfico 23: Local do emprego anterior Gráfico 24: Motivo do desemprego
Gráfico 25: Duração do desemPrego
Gráfico 26: Meios de subsistência durante o desemprego
111 111 112 113 114 114 124 125 128 128 129 129 131 131 132 133 133 134 135 135 136 136 137 138 138 139
DisseÉagão de
m*trado
deffiarta Luisa da CosÍa Henriqux SardinhaConffibuto para
a
caracterizafiob
ppe,
do Cen*o ParoWial&
Bemffir
SoclãI de Erutdd na qualidade de vttta da população. Um ostudp.&
casoGráfico 27: Lcrrrl de habitação
Gráfico 28: Condições da habitaçáo Gráfico 29: N.o de divisões por habitação
Gráfico 30:
Comparaçãodo
n.ode
trabalhadores admitidos no CPBESEGráfico
3í:
Comparação dos trabalhadores do CPBESE por gruposetários
Gráfico 32: Comparação do nível de escolaridade dos trabalhadores do CPBESE segundo o género
Gráfico 33: Distribuição dos utentes do CPBESE por valência
Gráfico
34: Distribuição por utentes do centro de dia por género egrupo etário
Gráfico 35: Distribuição por utentes do apoio domiciliário por género
e grupo etário
Gráfico 36: Distribuição por utentes do Lar de 3a ldade por género e
grupo etário 139 140 140 145 146 147 149 150 150 151
Dissertação de mestrado deMarta Luisa da CosÚa Henrtques Sardinha
Cantribúo para
a
cancbrtzação&
rr4pei. do Cento Parcquial de Bem EsÍar Soeralde Erutdel na qualida& de
vl&
da populaçtu. Umstudo
dec*o
LISTA DE SIGLAS AD CPBESE DL rPss ICESR PEDAL ONU QV QVO QVS Apoio Domiciliário
Centro Paroquial de Bem-Estar de Ervidel Desenvolvimento Local
lnstituição Particular de Solidariedade Social
Gonvenção lnternacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Gulturais da ONU
Programa Estratégico de Desenvolvimento do Concelho de Aljustrel
Organização das Nações Unidas
Qualidade de Vida
Qualidade de Vida Objectiva
Qualidade de Vida Subjectiva
DrisseÉagão de mestrado de Maria Luisa da GosÍa Henriqu* Sardinha
Contibttto pan
a
caracbrtzação&
papet&
Centro Paroquial&
BemHar
SocÍaí de Eruiddia
qualidade devl&
da populaçtu. Um*tudo
&
casoTNTRODUçÃO
Os
Seres humanospassam
por
períodosem
que
são
dependentes, não autónomos, com oS Seus direitos aparentemente diminuídos.Nestas situações, seja como indivíduos, seja como grupos, necessitam de recorrer
a
maisdo
que um sentido de justiça,a
mais do que um respeito formal pelosdireitos humanos. O que é preciso é um novo humanismo, promovendo os direitos
nâo apenas em termos de garantias legais mas em termos de dignidade humana plena
e
inteira.O
cuidadodo
outro pode
ser, na
verdade,a
base
para tal humanismo-
porque todos nós sabemos que as leis não são suficientes para asalvaguarda e promoçâo dos direitos humanos.
O
termo
exclusão,no
sentidoque lhe
é
dado
pela sociologia(ela
tambémrelativamente jovem),
é
bastante recente, maso
estado queo
conceito exprimeencontrava-se
em
numerosas sociedadesde
outros tempos,sob
a
forma, por exemplode
exílio,do
ostracismo ateniense,da
proscriçãoou do
desterro em Roma,e
noutras partes, dacondiso
de pária na civilização hindu, ou do gueto, desdea
ldade Média.A
maior parte destas rejei@es consistiaem
separar umindivíduo ou um grupo da comunidade ordinária, salvo no caso do pária, que nascia
e
permanecia rejeitado, desprezadoe
privado do "contacto" com os outros. Tudo somado, verificamos quea
maior parte das sociedades históricas estabeleceramuma distinção entre os membros de pleno direito e os membros com um estatuto à parte. A exclusão tazia parte da normalidade das sociedades, sem levantar casos de consciência moral ou política, a náo ser quando suscitasse a misericórdia sob o
signo da virtude da caridade. As sociedades modernas, desde o momento em que foram sacudidas pela ideologia revolucionária, alteraram completamente as antigas
estruturas mas, sob
o
pretexto de pôr fim às exclusôes, reabilitaram-nas de uma outra maneira. Prometiam eliminá-las em nome da igualdade, que seria o princípio das novas sociedades sem classes.É neste contexto que a sociologia Íez da exclusâo um dos seus temas de combate,
moralizando contudo,
o
problemae
visando justificara
nova sociedade, após ter feito o inventário dos vícios de que sofriam as sociedades antigas. Na realidade aDissertação de mestrado de Maria Luisa da CosÍa Henrtques Sardinha
Contributo para
a
car*tertzaÉo
do papd do Cento Parcquial de Bem Esíalr Social de Eruldel na qualldaoru-devl&
da população. Umstudo
&
casoideologia não fez mais do que manter a exclusão, mas limpando hipocritamente a sua própria consciência.
A pobreza, esse ataque estrondoso à dignidade humana, tem muitas faces. lmplica baixos rendimentos, mas vai mais além: a pobreza significa também má nutrição,
persistente má saúde, carência de educaçâo, má habitaçâo. Significa desemprego crónico
ou
sub-emprego;falta
de
acessoaos
serviços sociais,aos
serviços jurídicos e de informação e incapacidade de defender ou afirmar os direitos legais ou políticos próprios. Na verdade, aos pobresé
muitas vezes negado o acesso àcompensaçâo legal ou política .
A
pobreza aparece de outras maneiras: falta de controle sobrea
própria vidae
oproprio futuro,
a
humilhação de não ter nenhum poder, e os efeitos corrosivos dodesespero, do cinismo
e
da falta defé
no futuro.A
pobreza pode significar nãoapenas um breve episodio de privação repetida ou continuada.
A
maior parte das vezes são as mesmas pessoas que sofrem de várias (ou de todas as) privaçôes.Assim, a pobreza é sinonimo de Qualidade de Vida (QV) pobre, qualidade incapaz de garantir os padrões mínimos aceitáveis.
A
pobreza existe tanto em países emdesenvolvimento,
como
nos
paÍses
industrializados.
Nas
regiões
emdesenvolvimento a pobreza não é um fenómeno temporário. Pelo contrário, tem-se
tornado
um traço
estrutural persistenteno
processode
desenvolvimentoaprisionando as pessoas pobres dentro dos países pobres.
E hoje consensual que a pobreza e exclusão são consequência de vários factores
e
que, por isso, tocam todosos
sectoresda
sociedade, comoo
económico, osocial,
o
cultural,
o
ambiental, devendo
para
os
combater
eficazmente,compatibilizar-se
e
articular-se todas as políticas sectoriaise
todos os esforços a nível local, regional e nacional.É
no bcal que
os
problemas aconteceme
terá de ser
lá
que
deverâo ser encontradasas
soluçôes paraos
resolver,de
forma integradae
ajustada aoindivíduo
ou
família,
envolvendo
todas
as
entidades
que
actuam
numacomunidade. Sáo
os
vários serviçosda
administraçâo local,e
as
organizações privadas,que
deverão duma forma sistemática actuarem
conjunto. Promover parcerias de terreno, quede
uma forma articulada, possam contribuir para uma uniãode
esforços,para
resolverou
encaminharos
problemas individuais ou1A
Contributo pa.,a
a
caradertzaçãodo
papel do Centro Paroqulal&
Bem ÉsÍalr Socnlde Eruidet àa quatidade de vida da população. Um
*firdo
&
casofamiliares,
é
certamenteuma
forma
de
conseguir
uma
actuação
efic€.2,contribuindo para
o
diagnosticodas
necessidades locaise
o
planeamento de acções futuras, tendo em vista o Desenvolvimento Local (DL).A
vida apresenta-se para todosos
seres humanos como algo quea
príoi
estâ estabelecido e determinado pois, enquanto não se descobrir no domínio da ciênciao elixir da imortalidade, os Homens, reduzem-se a uma simples máxima: todos os
seres humanos nascem, vivem, reproduzem e morrem.
No início da vida, o corpo humano
é
composto por cem mil biliôes de células' A primeira nasce da união entre um espematozóidee
de um óvuloe
vive apenas algumas horas dividindo-se,em
seguidaem
duas
células, depoisem
quatro,depois
em
seis,
e
assim
sucessivamente.À
medida
que
se
assiste
aodesenvolvimento humano, também
o
número de células vai aumentando. Assim, numa pessoa idosao
número de células nascidas da 1aé
enorme. Contudo, porvolta da meia idade as 'fábricas" celulares reproduzem células alteradas, isto é,
células diferentes
da
primeira célula,o
que explicaem
parte,o
fenómeno do envelhecimento, nomeadamente a nível físico e cognitivo. Logo, o envelhecimentoé
um
processoque
começadesde
a
concepçãoe
acarreta
modificaçôescaracterísticas
da
espécie, conduzindonos
últimosanos
de
vida,
segundoBernardo (1983), a uma diminuição da adaptação do indivíduo ao meio.
Envelhecer faz parte da vida humana e todas as espécies têm duração limitada. No entanto, ser velho náo significa apenas ter um conjunto de células alteradas. Pelo contrário, este fenómeno apresenta-se como sendo complexo
e
multidimensional,que
se
repercutena
pessoa idosa. De facto,'há
60 anos envelhecerera,
na maioria dos casos um mero problema psicológico, pessoale
familiar, hojeé
um problema social.' (Brize,1985:3) - que remete para a questão da construSo socialda
velhiceao
longo dos tempos. Actualmente, sabe-seque
o
envelhecimentopopulacional
é
um
fenómenoque
caracterizaas
sociedades industrializadasapresentando
"(...)ritmos
e
evoluções diferentes
de
país para
país"(Fernandes;1998:16) com tendência para a generalização mundial.
Portugal, por um lado, enquanto país da União Europeia, não fica alheio
a
estefenómeno, apresentando de acordo com Nazareth (1993), "(...)cerca de 1,5milhões
de pessoas idosas num total de 10 milhôes de habitantes". O envelhecimento é um
15
Confiibuto para
a
caractertzação do papel do Centrc Paroquial&
BemHar
SocÍalde Ervtdel na qualidade devida da população. Um estudo
&
casoprocesso em expansão resultante, entre outros factores, do aumento da esperança
média de vida e do controlo voluntário da fecundidade. Por outro lado, na medida
em que algumas localidades
de
Portugal não oferecem condições de fixação de pessoas, bense
serviços, assiste-sea
fenómenosde
migraçãopara
grandesurbes,
contribuindo
assim
para
que
certas
localidadessejam
povoadas maioritariamente por cidadãos idosos.O
Alentejo,entre outras
regiões,é
um
exemplo
bemclaro desta
realidadeineversível
e
inelutável. Aliadoao
processode
desertificação, assiste-se, nesta regiâo,a
um
processode
envelhecimento demográficocuja
origem reside na diminuição da população jovem devido à atracção económica exercida por outrasregiôes. Também o concelho de Aljustrel, de acordo com um estudo elaborado pelo lnstituto Nacional
de
Estatístical revelater
uma diminuiçãoda
percentagem da população jovem em primazia do crescimento da população idosa, sendo esta aprojeção até ao ano de 2020.
A
Freguesiade
Ervidel
área
geográfica correspondenteao
trabalho
deinvestigação
-
enquanto Freguesia do Concelho de Aljustrel, não fica alheia a estarealidade. Manifesta
ter
uma
estrutura
etária
que
tende
para
o
duploenvelhecimento2
e
diminuiçâoda
natalidade com tendência paraa
estagnação, representando em 1991, 41.7o/o da população total (Censos 2000) do Concelho. Noentanto, nâo se pode ignorar ou remeter para segundo plano estas localidades em
primazia dos grandes pólos de atracçâo da população, e por isso, surgem algumas
iniciativas por parte
de
instituições locaisque
promovem actividadesde
modo a quebrara
solidãoe
o
isolamento dos idosos,tal
comose
consagrano
no1 doarto72o da Constituição da República Portuguesa "(...)as pessoas idosas têm direito
(...) ao (...) convívio familiar
e
comunitário que evitam e superemo
isolamento e marginalização social". Deste modo de acordo com llhéu (1992), o isolamento e a solidão constituem um dos principais problemas das pessoas idosas, justamentepor
o
avançona
idade
proporcionar condições favoráveisà
solidáo
que
se' Cademos -gerações - sárie de estudo no83 -1999- lnstituto Nacional de Estatística
2 Traduz-se no eumento da população idosa (envelhecimento no topo da pirâmide etária e diminuigão da populaçáo jovem (envelhecimento na base da pirâmide etária)
16
Contrtbúo para
a
caracÍrertzação do rr1pet do Centrc Paroquial&
Bem Éstar Socraíde Eruidel na qualida& de vida da poPulação. Um esfirdo de caso
justificam
em
parle, pelas
perdas
veriÍicadasnos
objectos
relacionais dasdiferentes redes de sociabilidade.
A
população idosa não apresenta necessariamente um conjunto de características homogéneas, mas,ao
invés,a
heterogeneidade está bem patente neste grupo social, precisamente por se registarem diferenças significativas, nomeadamente, a classe social a que pertence, ao meio físico-rural ou urbano onde se insere.Perante
a
multiplicaçãode
situa$es
-
problema queo
envelhecimento implicaque,
a
sociedade providênciaface
à
crise que
atravessa,não
consiga dar respostas adequadas3. Face a este problema, as solidariedades formais assumemuma
grande
importânciaao
minoraros
probletnas sentidose
vividos
pelapopulação idosa, na medida em que podem contribuir, através
da
promoção deactividades, para o desenvolvimento pessoal e social dos idosos. Assim, é possível
promovêr uma melhoria da QV, pois aquando da entrada na velhice, torna-se vital
o
relacionamento com os demais,a
valorização pessoale
social, assim como aparticipação
e
integraçãodo
idoso na comunidade, num grupoe
na família, de modoa
evitaro
sentimentode
exclusão.É
atravésda
actuaçáodo
Centro Paroquial de Bem Estar Social de Ervidel (CPBESE)-
através das suas valências-
abrangendo um totalde
101 idosos da Freguesia, com idades compreendidas entre os 55 e os95 anos de idade, proporcionando-lhes uma melhor QV. O impactoda actuação deste na população da freguesia é o alvo do trabalho de investigação.
Segundo Bernardo
(1983)
o
idoso
deve
conservar-seactivo
e
inserido nacomunidade, pois irá exercer efeitos benéficos
e
inegáveisa
nível físico, mental esocial, além de participar activamente na melhoria da QV.
Muitas vezes, QV é entendida como
o
acessoa
uma habitação,à
informação, àocupação
de
tempos livres, enfim... relaciona-se comos
aspectos materiais e objectivos. Mas, reduzir o conceito de QV apenasa
estes itensé
ignorar que ele também tem um lado subjectivo intrínseco a cada pessoa e, no caso concreto dosutentes
do
CPBESE
e
seus
trabalhadores,QV
pode
ser
sinónimo
de desenvolvimento pessoal e social.t
Esta é definida por Santos (1993:315) como "(...)as redes de relações de inter reconhecimento, de reconhecimento múiuo e de entre ajuda baseades em laços de parentesco e vizinhança alrevés das quais pequenos grupos sociais lrocam bens e serviços numa base não mercantil e com uma lógica de reciprocidade."17
Confributo pan
a
caracterização do papel do Centro Paroquial&
Bem Estar SocÍaí de Eruidel na qualidadedevi&
da população. Umxtudo
&
cas,oTodavia,
é
bom não esquecer quea
QV passa também pela plena efectivação e realização de direitos sociais. Apesar de se tratar de uma população envelhecida,esta não deixa
de
beneficiare
usufruir daquiloa
quetem
direito
porque oscidadãos
mais
idosossão
portadoresde
direitose
deverescomo
os
demaiscidadãos. Contudo, em alguns casos, a falta de informaÉo e esclarecimento sobre
os direitos e deveres a esta camada da população é um factor que pode conduzir à
exclusáo social, pois
a
ignorânciaé
uma palavra aliada da exclusão. lnformar as pessoas idosas sobreos
seus direitosé,
na
perspectivade
Guimarães (1999),fornecer instrumentos
de
auto
-
defesa
mais eficientese
os
propulsores deintegração social mais eficientes.
É neste sentido, que o objecto de estudo deste trabalho de investigaçâo se centra em torno dos utentes
-
idosos do CPBESE e do grupo de trabalhadores pois sãoeles que mais beneficiam do impacto da actuação do mesmo, que indirectamente
contribui para o DL da Freguesia.
Dada
a
complexidade do conceitode
DL, este suscita de imediato uma série de interrogações uma vez que lhe são subjacentes várias questôes diferenciadas. Aideia
de
desenvolvimentoesteve,
durante décadas associada
à
ideia
de crescimento económicoe
industrialização criando, segundo Roque Amaro (1993), alguns dos mitos do desenvolvimento. Pode ser um DL baseado exclusivamente no ecomicismo,ou
pode ser baseado no tecnologismo. Nestas duas perspectivas oDL,
apresenta-se como'(...)
um
processo segmentadona
abordagemdo
SerHumano não articulando
as
suas dimensões individual, sociale
ambientale
na consideraçãodas
suas
áreasde
observaçâo (portanto,não
interdisciplinar eintegrado)" (Amaro; 1993:17). No entanto, analisando
a
actuaçãodo
CPBESE,pode dizer-se que a
defini$o
que melhor se ajusta àquela,é
ade
Roque Amaropois defende um desenvolvimento
GtocaÍ
.Assim, em função do
que
anteriormentefoi
referido, delineeios
objectivos da investigação, inicialmente de modo mais latoe
posteriormente particularizando aanálise, decompondo o objectivo geral em vários objectivos específicos de menor
a
Para Amaro, Glocal, é resultante da junção entre as palavras global e local, justamente por se ter em
consideraçáo a colectividade em si mesma inserida numa rede de relaSes de âmbito local, regional ou nacional.
I8 DisserÍaçáo de mestrado de Maria Luisa da CosÍa Henriques Sardinha
Confiibuto para
a
caracÍertzaçãob
Wpdb
Centrc Parqulal&
Bem Estar SocÍalde Eruidd na qualldade de vida da população.
llm
ogtudo&
casoenvergadura, mas não menos importantes, uma vez que permitem compreender o
primeiro.
Obiectivo Geral
Analisar
o
contributoda
actuaçãodo
Centro Paroquialno
desenvolvimento da Freguesia de Ervidel e em particular na melhoria da qualidade de vida dos idososda Freguesia e dos trabalhadores do mesmo.
Obiectivos específicos
Compreender
o
contributoda
actuaçãodo
Centro Paroquial, atravésdas
suasvalências, para a melhoria da qualidade de vida do idosos da Freguesia de Ervidel e dos trabalhadores do Centro.
ldentificar as principais influências da actuação
do
Centro Paroquial na inclusão social da populaSo da Freguesia de Ervidel e em particular dos seus benefaciáriosdirectos.
Finalmente,
e
relativamenteà
estruturado
presente trabalho, considerou-seimportante dividi-lo em três partes. Na primeira delas, têm lugar quatro capítulos. O primeiro capítulo denominado excuusÃo soctAl E POBREZA, remete-nos para uma análise destes conceitos. Considera-se Exclusão Social como "um fenómeno que
provoca desigualdades no que se refere ao acesso ao mercado de trabalho, a uma
pensão de reforma que permita a subsistência de quem a aufere, a um rendimento
suficiente para cobrir todas as despesas essenciais, a uma habitaçáo condigna e
com o mínimo considerável de condiçôes' (Amaro; 2001'.27\.
Para definirmos pobreza teremos de saber qual
o
limiarde
rendimentoa
ter
emconta, como Íazer a selecção da unidade de análise e, por último saber quais as
fontes estatísticas de maior confiança
-
teremos para definir "pobreza' de recorrerao nível mínimo de rendimento que o indivíduo necessita para ter acesso às coisas essenciais à vida.
O
segundo capítulo,
denominado
"ENVELHECERUMA
REALIDADE EMTRANSFoRMAçÃo', aborda
o
fenómenodo
envelhecimento enquanto processobiológico, fenómeno demográfico
e
problema social, reportando-oao
Alentejo,nomeadamente ao Concelho de Aüustrel
-
Freguesia de Ervidel, uma vez que é nesta região que se realtza a presente investigação.DrlsseÉaçáo de mestrado de Maria Luisa da CosÍa Henrtqu* Sardinha
Contibuta para
a
carací*ização&
papd do Cgnto Paroquial&
Bem E'star Socíal de Eruidd áa qualida& de vida Aa populaçtu. Um estudo de caçoNo terceiro capítulo, denominado'ENvELHEGERcotrll QUAUDADE: O DESENVOLVIMENTO LocAL UMA REsPosTA INTEGRADA E INTEGRADORA", fAZ.SC UMA AbOTdAgEM SObTE A
evoluçâo histórica e sobre as diferentes abordagens do DL. De seguida, refere-se a importância do Estado Providência e do crescente interesse pelo local. Sendo o Íim
último
do
DLa
melhoria da QV das populaçôes, será conceptualizada, no ponto seguinte, a evolução e diferentes abordagens teóricas sobre a QV.Como
a eV é
um direito consagrado na Constituição Portuguesa, considerou-se importante relacionar a QV e a cidadania.perante
os
problemas resultantes deste fenómeno envelhecimentoe
exclusãosocial,
é
urgente pensar no contributo quea
sociedade pode dar no sentido de minorartais
problemas;por isso
as
lnstituiçôes Particularesde
SolidariedadeSocial (IPSS) são imprescindíveis para fomentar a participação das populações de modo
a
envolver as mesmas na construçãodo
seu bem-estar. Deste modo, no Quarto Capítulo designado por "DESENVOLVIMENTO E ASSOCIATIVISMO", aborda-se a importânciadas
IPSS, como factor
vital
e
dinamizadordas
vidas
locais, contribuindo, assim para uma melhoria da QV.Na segunda parte
é
referidaa
metodologia aplicada, começando por descrever o tipode
estudo (estudo de caso), que caracteriza esta investigação, as técnicasutilizadas para
a
recolha de dados, que considero seremas
mais adequadas aos objectivos do trabalho, foi utilizada a análise de conteúdo e elaborada a respectiva grelhade
análise (anexo n.o03).
Na terceira parte procedoà
contextualização geográficaou
espacialdo
objectode
estudo, pelo que termino como
capítulo dedicado à análise de dados.para terminar
o
trabalho, sâo apresentadas as considerações finais inerentes ao estudo. Nesta parte da investigação, confrontam-se as ideias teóricas dos autores utilizadosno
decorrerda
investigação,com
os
dados recolhidosna
realidadeconcreta. Pretende-se realizar uma articulação coerente que permita espelhar da
melhor forma a realidade estudada.
DísserÍagâo de
m*trado
deWaria Luisa da CosÍa Henrtqu* SardinhaContribúo para
a
candertzafio
&
papeldo
Centro Paroquial&
Bem Estar Socíaí de Ervtdd na gualidade devida da populaçb. Umstudo
&
c*o
I PARTE -
ENQUADRAMENTO
TEORICO
Disseftação de mestrab de iúarta Luísa da CosÍa Henriqux Sardinha
Contributo
Fn
a
cancterização do papelh
Centro Paroquial&
Bem Éstar SoctãIde Ervidel na qualidade de vtda da população. Um esfitdo
&
c*o
{
-
EXCLUSÃO SOGIAL E POBREZA
O conceito de exclusão é recente, mas, tem subjacente um conjunto de.sentidos e contra sentidos"
que
o
revestem duma enorme complexidade. Neste sentido,Roque Amaro (2001) considera exclusão
social,
essencialmentecomo:
uma situação defalta
de acesso às opoÉunidades oferecidas pela sociedade aos seus membros.Desse modo,
a
exclusão pode implicar "pivação, falta de íecur§os ou,de
umafOrma mais abrangente, ausência
de
cidadania, Sê,por
esta, Se entender aparticipação plena
na
sociedade, aos diferentes níveis em que esfa se organiza ese expime: ambiental, cultural, econÓmico, político
e
social" (Amaro; 2000 :33). Daí quea
exclusão social seja necessariamente multidimensional e se exprima naqueles diferentes níveis (ambiental, cultural, económico, políticoe
social), não raramente sendo cumulativa,ou
seja, compreendendo vários delesou
mesmotodos.
De outra forma, segundo
o
mesmo autor, pode-se dizer que a exclusão social seexprime em 6 dimensôes principais do quotidiano real dos indivíduos, ao nível:
Do SER, ou seja da personalidade, da dignidade
e
da auto-
estima e do auto -reconheci mento individual;Do ESTAR, ou seja das redes de pertença social, desde
a
família, às redes devizinhança, aos grupos
de
convívioe
de
interacção sociale
à
sociedade maisgeral;
Do FAZER, ou seja das tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a
forma
de
emprego remunerado
(uma
Yez
que
a
forma
dominante
de reconhecimento social assentana
possibilidadede
se
auferirum
rendimento traduzível em poder de compra e em estatuto de consumidor), quer sobre a forma de trabalho voluntário não remunerado;Do CRIAR, ou seja da capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de definir
e concretizar projectos, de inventar e criar acçôes, quaisquer que elas sejam.
Do SABER, ou seja do acesso à informação (escolar ou não, formal ou informal),
necessária
à
tomada fundamentada de decisões,e
da capacidade crítica face àsociedade e ao ambiente envolvente;
DisserÍaçâo de mestrado de Marta Luisa da CosÍa Henrtqux Sardinha
Contributo palra
a
caractertzação do papel do Centro Paroquial&
Bem Esírar Soclaí de Eruidel na qualidade de vida da população. Um*tudo
dec*o
Do
TER,ou
sejado
rendimento,do
poderde
compra,do
a@ssoa
níveis de@nsumo médios da sociedade, da capacidade aquisitiva" incluindo
a
capacidade de esfaôelecer pioridades de aquisíçãoe
consumo" (Amaro,2OQ1:2).A
exclusão socialé
segundoesta
|eitura, umasitua$o de
não
realização dealgumas ou de todas estas dimensôes.
Êo"não
sel', o "não estat, o"não fazef', o"não criaf', e/ou o "não tef ."EsÍa
formulação permiteainda
estabelecera
relação entrea
exclusão social,entendida desfa forma abrangente, e a pobreza, que
é
basicamente a privação derecuísos (exprimindo-se nomeadamente ao nÍvel
da
exclusão social do fazer, dociar,
do
saber e/ou do ter,ou
seja uma das dimensôes daguela" (Roque Amaro; 2001:3).O agravamento de situações de exclusão social no mundo, tornou-se de tal forma evidente, que nos últimos anos, se
têm
multiplicado os sinais preocupantes porparte dos responsáveis de grande número de países.
"Uma daS
maiores
ameaças
ao
desenvolvimentohumano
e à
paz
éreconhecidamente
o
problema da pobrezae
da exclusão social, pelo queo
Séc. XXI teve início coma
Declaração do Milénio da Organização das Naçôes Unidas(ONU), Declaração de solidariedade e determinaçáo sem precedentes de combate à pobreza mundial" (Baltazar; 2004:1 18)
Os conceitos de pobreza e de exclusão social sâo muitas vezes confundidos entre
si,
e
um dos factores poderá estar ligado comos
aspectos relacionaisque
oscaracterizam, que tornam árdua a sua delimitação conceptual.
A
pobrezaé
manifestada como um conjunto de carênciasa
vários níveis, quer a nível material, quer a nível simbólico, como por exemplo a participação na vida dasociedade. Estas carências podem acontecer num ou em vários níveis ao mesmo
tempo.
Por isso se afirma que a pobreza
é
um fenómeno multidimensional, e os que sãocarenciados, pobres, são todos quantos se encontram excluídos da possibilidade de ter acesso
a
um determinado padrão de vida, apresentando um baixo nível de bem- estar mínimo. Geralmenteo
conceitode
pobrezaé
classificadopor
duasabordagens distintas: pobreza absoluta ou pobreza relativa:
a
primeira aborda a pobreza segundo as necessidades elementares do ser humano, mas à medida que )1,Contributo
Fn
a
carac'brtzaçãodo
pa@&
Centro Paroquial de Bem Estar Soctalde Eruidd na qualida& de
vt&
da populaçtu. Umxtudo
&
c*o
se toma por referência padrões de vida dominantes na sociedade,
a
abordagemtorna
-se
relativa.Ao contrário do conceito de pobreza absoluta, para o conceito de pobreza relativa, o principal critério não é a subsistência, mas sim a diferença (Towsend; 1979)'
Outra forma de analisar
a
noção de pobreza respeita à identificação da pobreza, istoé,
seé o
próprio indivíduoa
avaliaras
suas condiçõesde
vida-
pobrezasubjectiva
-
ou se pelo contrário,a
sua opiniâo não é relevante para ser ou nãoconsiderado pobre
-
pobreza subjectiva.O
processo de globalizaçáo verificado no mundo actual, originouo
aparecimentode
novas formase
manifestaçõesde
pobreza,em
especial nas economias dos países mais desenvolvidos. Novas formas de expressões de pobreza relacionadas com fenómenos de exclusão social podem ser traduzidas por processos de solidão e abandono dos idosos, o aparecimento dos sem-abrigo, toxicodependência, etc..As
desintegrações dos sistemas de empregoe
de relaçôes sociais, associado àfalta de laços fortes familiares,
e à
não participação na vida comunitária, podem estar intimamente relacionados com o pro@Sso de exclusão social.Na generalidade
dos
casos,os
fenómenosde
pobrezae
exclusâo verificam-se conjuntamente, mas tal não significa que quem esteja num processo de exclusãosocial
seja
pobre. Emboraa
exclusãose
estabeleça fundamentalmente, porsituações de pobreza, ela não se resume unicamente a estes factores.
Factores macro: sâo
de
natureza estrutural,na
sua grande maioria,e
estãorelacionados
com
o
funcionamentoglobal
das
sociedades:tipo
de
sistemaeconómiCo,
regras
e
imposições
do
sistema financeiro,
modelo
dedesenvolvimento,
estrutura
e
características
das
rela@es
económicasinternacionais, estratégias transnacionais, valores e princípios sociais e ambientais dominantes, paradigmas culturais, condicionantes do sistema político, atitudes e comportamentos
face
à
natureza, modelosde
comunicaçõe
de
informação,processos de globalizaçáo, etc.
Factores meso:
são de
natureza estrutural, mas também podem resultar deincidências conjunturais.
São
normalmentede
âmbito local, situando-seno
quadrodas
relaçõese
das condiçõesdas
proximidadesque
regulam
e
interferemno
quotidiano
dos )4Contibuto pan
a
cancterizaçãodo
papdfu
Centro Paroquial&
Bem Estar Soclal de Erutdel na qualida& de vlda da população. um esfitdo&
c*o
indivíduos. Podem ter origem em áreas tão diversas como: políticas autárquicas
(se
discriminatórias,no
sentido negativo), característicasdo
mercado local de trabalho, modelos de funcionamento localizado dos organismos desconcentrados da administração pública, preconceitos sociais, normase
comportamentos locais, estratégiasde
exclusãode
actores
locais
(incluindo associaçôese
outrasorganizações, etc...)
Factores micro: situam-se ao nível individual e familiar e dependem de lacunas e fragilidades exprimentadas nos percursos pessoais, de capacidades frustradas ou não valorizadas, de incidências negativas, etc..
Enquanto
os dois
primeirostipos
de
factores (macroe
meso), referem-se àsoportunidades oferecidas
(ou
negadas)pela
sociedade,o
último centra-se nas capacidades e competências individuais e familiares.Existem certas categorias em Portugal, que estâo mais vulneráveis a encontrarem problemas de exclusâo social: (i) idosos, (ii) pequenos agricultores, (iii) indivíduos com fraca qualificaSo profissional, (iv) minorias étnicas, (v) desempregados, (vi) indivíduos com integração precária no mercado de trabalho, (vii) dependentes por doença ou deficiência, (viii) reclusos e (ix) novos pobres'
Um indivíduo que esteja num processo de exclusão social pode pertencer
a
mais que uma categoria acima referida, e se isso acontecer, a sua situação ficará cada vez mais agravada e difícil de ser travada e resolvida.ldosos: as
fracas contribuições paraa
Segurança socialque esta
populaçãoefectuou, traduzem-se nas fracas reformas que a generalidade da população idosa
em Portugal recebe.
por
outro lado,a
inexistência de um serviço de saúde acessívele
adequado àssuas necessidades, contribui também para as condiçôes precárias vividas por este
grupo
populacional,já
que
as
despesasde
saúde ocupamum
peso bastanteelevado no seu parco orçamento.
pequenos Agricultores: com a entrada na União Europeia a concorrência ao nível
da
agricultura também afectou gravementea
situação de muitos agricultores quenão
conseguiram suportaros
níveis europeus. Grande partedos
agricultores)5
Confiibuto
pn
a
carwterizaçãoh
rr1pet&
Centro Paroquial&
Bem Éçtar Sociaíde Eruidd na qualtda& devida da populaçb. Um
*tudo
&
c*o
portugueses trabalha
em
regimede
subsistência, sendo bastante vulneráveis a siutuaçôes de pobreza ede
exclusâo social .lndivíduos com
integraçãoprecária
no
mercado detrabalho:
devidoà
fracaqualificação profissional de que esta população dispõe, as situa@es de ilegalidade,
o tipo de trabalho desenvolvido, e a crise de emprego que se tem vindo a registar, são alguns factores que têm vindo
a
contribuir para a precarização das condiçõesde
trabalho. Nestes casos, quanto maiorfor
a
vulnerabilidadedo
indivíduo a situaçôes de pobreza e de exclusáo social, maior será a precarização do trabalhoexercido.
Dependentes por
doença
ou
deficiência:
As
populaçõesque
se
englobam dentro destas característicastêm
uma integraçãono
mercado de trabalhoe
na sociedade bastante dificultada. Para além de terem de combater as suas limitaçõesfísicas e, por vezes mentais,
o
apoio por parte do Estado nestas situações aindanão está muito desenvolvido. Mesmo assim, estas pessoas limitam-se, na maioria das vezes, a (sobre) viver dos baixos níveis de subsídios fornecidos pelo Estado.
Reclusos: A sua maioria dispõe de fracas qualificações e trás consigo
o
estigmade
já ter
passado por uma instituição penal. Em muitos casos, estas populaçõesrecorrem à economia informal, dispondo de rendimentos incertos, precarização das
formas de trabalho e marginalização social.
Novos pobres:
Resultantesdo
processo de evolução da sociedade moderna, oqual
se
traduz, nestes casosem
situaçõesde
despedimentode
um
posto detrabalho que possuíam
e
que lhes garantia um certo nívelde
vida. Vivem estasituação
de
forma
inéditae
inesperada, apresentando-se muitasvezes
uma pobreza'envergonhada"."É
possívet
considerar como excluídos,fodos
aquelesque
o
sâono olhar
dosactores ocidentais.
O
excluído seria, pois, aquete queé
reieitado parafora
dosnossos
êspaços, dos nossos
mercados materíais e/ou simbolicos, para fora dosnossos valores' (Xiberras; 1996:22)
)6 DrisserÍagâo de mestrado de Maria Luisa da CosÍa Henrtques Sardinha
Confiibuto pa',a
a
caractedzaçãodo
papelb
Cenlro Paroquial&
Bem Ésílalr Socíalde Eruide{ na qualtdade de
vi&
da populaçfu. um estudo&
casoA
exclusãonão
é
um
estado;e
um
processopelo
qual oS
humanos são deserdados, desapossadosdos
direitos básicos
que
ajudam
a
constituir
a dignidade. Estes direitos pertencema
cada membro da sociedade. Contudo, os diferentes aspectosde
uma qualidadede vida
pobre sobrepõem-se porque a pobreza, nas suas diferentes formas, leva as pessoas e os seus filhosa
ficarem agrilhoados a umasitua$o
de que é difícil escapar'"No n?ês de Sefembro
de
2OOO,na
cimeirado
Miléniodas
Nações Unrdag osdirigentes mundiais decidiram reduzir para metade a percentagem de pessoas 6!m
um rendimento inferior
a
um dolarpor
dia,a
percentagem de pessoas que em 2OOO, ainda são vítimas da fomee
a
percentagem das pessoas quenão
têmacesso
a
água potávetou
nãotêm
capacidade económicapara
dispôr dela eresolveram fazer tudo isto ate 2015.
A
históriajulgará
esta geração, peto que tiver feito para cumprir esta promessa. Jutgará os líderes dos países êír? desenvolvimento em função, de terem ou não permitido gueo
seu povo apanhasseo
comboiode
uma economia global em transformação,e
de terem vetado para que Íivessempelo
menos algum espaÇopara viajar de pé, se nâo fosse possível disporem
de
lugares senÍados. E iulgará todos os oufros peto que tivermos feito para apanhar o comboio sem incidentes.O
êxitoern
assegurar
um
crescimento contínuo depende essencialmente deatargar
o
acessoàs
oportunidades da gtobatização. Os países que conseguiram um crescimento mais elevado, foram aquetes gue se integraram bem na economiagtob al e que atra í ram í nvesti mento estrange iro.
E,
por sua vez, isso depe nde, em grande medida da qualidade de governaçâo da país. Os paísessó
podem competir no mercado mundialse os
seus cidadãosgozarem dos ôenefícios
do
estadode
direito,se
hottver instituiçõesdo
esÍado eficazes, transparência e responsaôilização no que se refere â gesfão de assunfospúblicos
e
respeitopelos
direitos humanos,e
se
as pessoas participarem nasdecrsões que afectam
a
sua vrda" (Koffi Annan, 2000: 11)Dissertação de mestrado de Maria Luisa da CosÍa Henriquas Sardinha
Conlributo
Fn
a
caradertzaçãodo
ppetA
gPrm-Paroquiat&
Bem ÉçÍar Social*
eruiaa àa qualida&devl&
da população. Um*tudo
&
c*o
{.í-
lurecRAçÃo,
INsERçÃo E lNcLUsÃoA enadicação da exclusão social, implica um duplo processo de interacção positiva entre
os
indivíduos excluídose a
sociedadea
que pertenceme
passa por doiscaminhos:
-
o dos indivíduos que se tornam cidadãos plenos;-
o da sociedade que permite e acolhe cidadania'Segundo Roque Amaro (2001) a este duplo processo chama-se INTEGRAçÂO (na sociedade), não no sentido de "assimilação"5 mas antes no entendimento da teoria
dos sistemas que permite considerar a integração como um processo de interacção
entre uma das partes e as outras partes de um todo e com este todo, assumindo
essa
interacção episodiosde
interdependênciapositiva
(solidariedade), mas também de tensão e confronto (conflitualidade)'Neste sentido,
a
integraSo
(social)é o
processoque
viabilizao
acesso às oportunidades da sociedade a quem dele estava excluído, permitindo a retoma da relação interactiva entre uma célula (o indivíduo ou a família), que estava excluída,e o
organismo (sociedade)a
que ele pertence, trazendo-lhe algode
próprio, de específicoe de
diferente, queo
enriquecee
mantendoa
sua individualidade e especificidade que a diferencia das outras células que compõem o organismo'Nestes termos,
a
integraçãoé
sempre uma oportunidadede
maisvalia
para a sociedade, através do seu enriquecimento pela diversidadeG.Como duplo processo que foi referido, a integração associa duas lÓgicas:
A
do indivíduo que passa a ter acesso às oportunidades da sociedade, podendo escolher sê as utiliza ou não (em última análise, ninguém pode ser obrigado a sairda situaSo de
exclusão social, apenasse
podendo viabilizarê
aumentar aspossibilidades de escolha)
-
a este pro6esso (se a opçao for pela positiva) chama-se de in-serção na sociedade;
5 Como em geral é entendido o conceito de integração pelos..cienlistas sociais em PoÍtugal' o que os tem conduzido a rejeitá{o e a substituí-lo, conforme ás'odgáns disciplinares, por conceitos' como "inserSo" e "inclusâo".
dOu"
àro
a Bíologia e a Ecologia mostram, é um dos factores decisivos daVida'
)R
Contributo pal,a
a
carrcbrtzaçãodo
papet&
Centro Paroquial&
Bemtrrar
Soeiaíde Ervidd na quallda&
&vi&
da Wrytlação. Um estudo&
casoA
da
sociedade quese
organizade
formaa
abrir as suas oportunidades paratodos, reforçando-as
e
tornando-as equitativas-
a
este processo chama-se de"ínclusão" e de sociedade inclusiva.
Remover ou, pelo menos, minimizar os factores micro e, sobretudo, promover as capacidades e competências individuais e familiares, o que faz apelo ao conceito de "rnseção" e de empowerment.
Quanto
a
este último aspecto,e
se se retomar as dimensões da exclusâo socialatrás apresentadas, estamos a falar da promoção
e
reforço das capacidades e competências a 6 níveis:-
Competênciasdo
SER,ou
seja competências pessoais: reforçoda
auto-estima e da dignidade, auto
-
reconhecimento, etc;-
Competênciasdo
ESTAR,ou
seja
competênciassociais
e
comunitárias: reactivação ou criação de redes e dos laços familiares, de vizinhança e sociais mais gerais, retoma ou desenvolvimento das interacçôes sociais, etc;-
Competênciasdo
FAZER,
nomeadamentecompetências
profissionais: qualificações proÍissionais, aprendizagem de tarefas socialmente úteis, partilhade saberes
-
fazeres, etc;-
Competências do CRIAR, ou seja o que podemos designar por competências empresariais: capacidade de sonhar e de concretizar alguns sonhos, assumir ris@s, protagonizando iniciativas, liderando projectos (mesmo os mais simples)de qualquer tipo, etc;
-
Competências do SABER, ou seja competências informativas: escolarização,outras aprendizagens
de
saberes formaise
informais, desenvolvimento de modelosde
leiturada
realidadee
de
capacidade crítica, fundamentação de decisões, etc;-
Competênciasdo
TER,
consubstanciadasno
que
se
poderia apelidar de competênciasaquisitivas:
acessoa
um
rendimentoe a
sua
tradução em poder de compra, capacidade de priorizar e escolher consumos, etc'A
exClUSãO SOCial é O "nãO Se/', O "nãA eltAf', O "nãO fazef', O "nãO CiAl', O "nãOsabe/' e/ou o "nãa tef .
)s
Contrtbuío para
a
carm,íartzafio&
papd do Centro Paroquial&
BemÉtar
Socíal de Érvidel na qualidade de vida da população. Umqtudo
&
casoEtimolqicamente,
os
@nceitos "integração", "inclusão", apresentamuma
raiz comum, inerente a um estado de "estar incluído" e "estar dentro de".Estar integrado não é apênas estar inserido num determinado contexto, pressupõe estar incluído no todo, ser aceite
e
assimilado pelo sociedadea
que pertence,independentemente
dos
traços pessoais(cor,
etnia, idade, sexo,etc..)
que
ocaracterizam.
Segundo
ainda
Roque Amaro (2001:718),os
factores económicos podem serdecisivos na explicação de grande parte da exclusâo social, consequentemente também a dimensâo económica da integração assume importância crucial, quer na pespectiva da inserçâo (processo assumido pelo indivíduo e famílias), quer na da
inclusão (mudança da sociedade que reforça e abre as oportunidades que oferece aos seus membros, torna-se mais democrática e equitativa e viabiliza a cidadania
de forma generelizada).
A inserção económica de populações desfavorecidas, entendida como a dimensão económica
da
inserção, assentana
ideiade que
a
cidadania plena também érealizada pelo acesso às oportunidades que a economia oferece aos membros da
sociedade: emprego,
criaçâo
e
desempenhode
actividades
económicas,rendimento, poder de compra, consumo!
2
-ENVELHECER: UltlA REALIDADE
EM
TRANSFORMAçÃO
2.1O
PROCESSO BloLÓGlcO E O FENÓII,IENO DEMOGRÁFIcO"O envelhecimento é (...) um prccesso biolÓgico,
con ce ptu a I izado cu ltu ra I mente, soci al me nte con stru íd o e
conju ntu ral mente defr nido" (llhéu ; 1 993: 35).
A
população estáa
envelhecere,
apesarda
velhice nãoser
um fenómeno do século XXl, nunca a sociedade havia sentido esta preocupaçâo com a intensidadecomo a que sente hoje.
10 DisserÍação de mastrado de Marla Luisa da CosÍa Henríqu* Sardinha