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Efeitos do Local, Período do Jogo e Equilíbrio das Equipas na Performance do Andebol de Alto Nível

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Academic year: 2021

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A

GRADECIMENTOS

Desejo expressar os meus agradecimentos às pessoas que se seguem, pois sem o seu contributo a realização deste trabalho não teria sido possível.

Ao Professor Doutor JAIME SAMPAIO, pela paciência, disponibilidade constante que demonstrou durante todo o processo. As suas orientações e sugestões foram cruciais para a realização deste trabalho.

À minha MÃE, põe ser uma pessoa maravilhosa que esteve sempre presente em toda a minha vida, ao meu PAI que já não se encontra entre nós, que me deu força para realizar este trabalho.

Ao meu IRMÃO, por ser uma pessoa amiga e por todo o incentivo e ajuda que prestou.

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________________________________________________________________________________ii

Í

NDICE DE

F

IGURAS

FIGURA 1.MODELO ESTRUTURAL DA INVESTIGAÇÃO CENTRADA NA VANTAGEM CASA

(ADAPTADO DE CARRON ET AL.2005) ... 6  FIGURA 2.GOLOS MARCADOS EM CADA PERÍODO DO JOGO EM FUNÇÃO DO LOCAL DO JOGO ... 16  FIGURA 3.VARIAÇÃO DOS GOLOS MARCADOS AO LONGO DOS PERÍODOS DO JOGO ... 17 

FIGURA 4.GOLOS MARCADOS EM CADA PERÍODO 5 MINUTOS EM FUNÇÃO DO EQUILÍBRIO DAS EQUIPAS ... 18 

FIGURA 5.GOLOS MARCADOS EM CADA PERÍODO DE 5 MINUTOS EM FUNÇÃO DO LOCAL E DO DESFECHO FINAL DO JOGO ... 19 

FIGURA 6.GOLOS MARCADOS EM CADA PERÍODO DE 5 MINUTOS EM FUNÇÃO DO DESFECHO

FINAL E DO EQUILÍBRIO DAS EQUIPAS ... 20  FIGURA 7.VARIAÇÃO DOS GOLOS MARCADOS AO LONGO DOS PERÍODOS DO JOGO EM

FUNÇÃO DO SEU LOCAL ... 21  FIGURA 8.VARIAÇÃO DOS GOLOS MARCADOS AO LONGO DOS PERÍODOS DO JOGO EM

FUNÇÃO DO LOCAL E DO DESFECHO ... 22  FIGURA 9.VALORES DE EFICÁCIA APRESENTADOS PELAS EQUIPAS NOS REMATES DA ZONA

DE 6 METROS EM FUNÇÃO DO LOCAL DO JOGO E DO EQUILÍBRIO DAS EQUIPAS ... 24 

Í

NDICE DE

Q

UADROS

QUADRO 1.RESULTADOS DA ANOVA PARA MEDIDAS REPETIDAS A QUATRO FACTORES

PARA OS GOLOS MARCADOS EM CADA PERÍODO DO JOGO ... 15 

QUADRO 2.RESULTADOS DA ANOVA PARA MEDIDAS REPETIDAS A TRÊS FACTORES PARA

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________________________________________________________________________________iii

Í

NDICE

G

ERAL

AGRADECIMENTOS ... i

ÍNDICE DE FIGURAS ... ii

ÍNDICE DE QUADROS ... ii

ÍNDICE GERAL ...iii

RESUMO ... 1

ABSTRACT ... 2

INTRODUÇÃO ... 3

MATERIAL E MÉTODOS ... 13

AMOSTRA ... 13

PROCEDIMENTOS E ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 13

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 15

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 25

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R

ESUMO

A vantagem casa contribui de forma clara para o desfecho final das competições desportivas. Este tema tem sido abordado de forma sistemática nos diferentes desportos, mas no Andebol os estudos são escassos. Assim sendo, o objectivo do presente estudo foi verificar a existência da vantagem casa no Andebol, em função do equilíbrio das equipas, identificar os períodos dos jogos onde as equipas marcam mais golos em função do local do jogo e por fim, identificar as estatísticas dos jogos associadas ao sucesso das equipas, em função do local do jogo. A amostra foi constituída por registos da estatística de 480 jogos pertencentes à fase regular da Liga ASOBAL (Liga de Andebol de Espanha) referentes às épocas desportivas 2007/2008 e 2008/2009. As variáveis foram analisadas em função dos períodos do jogo, divididos a cada 5 minutos e do equilíbrio das equipas, onde foram constituídos dois grupos, os JEQUI (jogos entre equipas equilibradas na classificação) e os JDES (jogos entre equipas desequilibradas na classificação). A vantagem casa no Andebol foi bem identificada no presente estudo, na medida em que as equipas da casa venceram 64% dos jogos. Quando confrontadas as equipas de acordo com o seu equilíbrio, nos JEQUI encontrámos valores superiores aos da vantagem casa global, ou seja, quando se defrontaram equipas de qualidade superior a vantagem casa foi de 71%, enquanto que nos JDES foi apenas 55%. As equipas vencedoras marcaram mais golos ao longo dos períodos dos jogos comparativamente às equipas derrotadas. Os períodos do jogo onde se marcaram mais golos foram entre os 25 e os 30 minutos e dos 55 aos 60 minutos, 6º e 12º período, respectivamente, com destaque para o último. No entanto, não identificámos nenhum período do jogo responsável pela vantagem casa. No que diz respeito à eficácia das equipas, apenas na finalização da zona dos 6 metros foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

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A

BSTRACT

The home advantage contributes in a significant way to the final outcome of sports competition. This subject has been systematic investigated in different sports, but in Handball, the studies related to this domain are scarce. Therefore, the aim of the present study was to verify the existence of home advantage in Handball, according to the team balance, to identify the game periods where the teams score more goals according to the game location and, finally, to identify the game statistics associated to the team’s successful according the game location. Archival data were obtained for the 2007/2008 and the 2008/2009 ASOBAL League (Spanish Handball League) season for all 480 regular season home and away games. The variables were analyzed according to the game periods which were divided in 5 minutes and the team balance, where cluster analysis was conducted to establish, according to the classification of teams at the end of each journey, two groups, the JEQUI (games between balanced teams in classification) and the JDES (games between unbalanced teams in classification). The home advantage in Handball was well identified in the present study. The home teams won 64% of the games. We found higher values in JEQUI (71%), that in global home advantage and lower in JDES (55%). Winning teams scored more goals in game periods compared to losing teams. The game periods where teams scored more goals were between 25 and 30 minutes and the 55 and 60 minutes, 6th and 12th period respectively, with special reference to the last one. However, we did not identify any period of the game responsible for the home advantage. Regarding the teams effectiveness, there were significant differences only in 6 meters shots.

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I

NTRODUÇÃO

A performance desportiva nos jogos desportivos colectivos está dependente de múltiplos factores e a sua melhoria é um dos principais objectivos dos clubes desportivos (Balduck et al., 2008). A procura incessante e identificação destes factores que influenciam o sucesso desportivo são do interesse dos treinadores, jogadores, e investigadores (Nevill et al, 2005). De uma forma consensual os autores consideram que o local do jogo é um dos factores que mais condiciona e influencia o sucesso desportivo (Polman et al., 2007; Madrigal & James, 1999; Courneya & Carron, 1992), dando origem a um fenómeno que se designa de vantagem casa. De facto, uma equipa quando realiza a competição nas suas instalações aufere de uma certa vantagem em relação ao adversário, ou seja, as equipas jogam melhor em casa do que fora (Watson & Krantz, 2003).

Desde cedo que os investigadores se sentiram atraídos a estudar a existência de vantagem casa, bem como a dimensão que esta assume (Nevill et al., 2005).

Courneya & Carron (1992) definiram que a vantagem casa no desporto se evidencia quando uma equipa ao disputar um calendário equilibrado vence mais de 50% dos jogos realizados em casa. O sistema de competição em que as mesmas equipas se defrontam duas vezes (por exemplo o sistema dos campeonatos nacionais) permite uma visão mais abrangente do desempenho das equipas nos jogos de Andebol (Ohnjec et al., 2008).

A vantagem casa transformou-se num fenómeno mundial real (Smith, 2005), bem evidente e documentado nas várias competições desportivas (Pollard, 2006a; Pollard, 2006b; Seckin, 2006; Koning, 2005; Bray & Widmeyer, 2000; Nevill & Holder, 1999), testado e comprovado nos desportos individuais e colectivos (Seçkin, 2006; Carron et al, 2005; Koning, 2005; Nevill et al., 1997), assim como nos desportos amadores e profissionais (Carron et al, 2005; Morley & Thomas, 2005), independentemente do género (Gómez et al., 2007), variando de país para país (Pollard, 2008), no sentido de que as equipas obtêm uma melhor prestação quando jogam em casa em relação aos jogos fora (Pollard & Gomez, 2009; Pollard, 2006b; Carron et al., 2005). Este facto assume uma preponderância significativa, de tal forma que os jornalistas dão maior destaque à dificuldade em vencer a equipa da casa do que qualquer outro factor (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005).

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_______________________________________________________________________________4 Em 1977, Schwartz e Barsky apresentaram a primeira apreciação detalhada em termos quantitativos relativamente à vantagem casa. Contudo, e apesar da literatura identificar um vasto leque de influências na performance das equipas que jogam em casa, permitindo deste modo o aumento das hipóteses de vencerem (Smith, 2005), os seus pressupostos concretos não estão bem determinados ou são pouco conhecidos (Pollard & Gómez, 2009; Pollard, 2008; Sampaio et al., 2008; Seçkin & Pollard, 2007; Smith, 2005; Balmer et al, 2001).

O desporto profissional é um negócio onde se aposta cada vez mais, e a performance das equipas afecta, directa ou indirectamente, os ganhos financeiros dos clubes. A obtenção de patrocínios lucrativos, bem como os lucros das transmissões televisivas e o merchandising estão bem dependentes da performance das equipas. De forma bem consensual, as equipas de melhor qualidade obtêm mais ganhos a este nível do que as equipas de qualidade inferior. (Balduck et al., 2008). Um facto inquestionável que apoia a existência de vantagem casa é o historial da performance da equipa, ou seja, a sua qualidade. Deste modo, a magnitude da vantagem casa que se pode esperar varia de acordo com a qualidade da equipa da casa e o seu oponente (Schwartz & Barsky, 1977; Madrigal & James, 1999). Perspectiva-se que as equipas da casa obtenham uma percentagem de vitórias mais elevada quando defrontam adversários de qualidade inferior, comparativamente a equipas de qualidade equiparável. Da mesma forma, se a equipa da casa for considerada superior, espera-se que derrote um adversário de qualidade inferior com mais facilidade e com uma margem mais ampla no resultado do que quando enfrenta uma equipa de qualidade similar (Madrigal & James, 1999). De acordo com Volossovitch: “Nos jogos desportivos a qualidade da performance de uma equipa e o seu resultado competitivo dependem invariavelmente das qualidades do oponente. Isso significa que determinados valores de eficácia ofensiva (ou defensiva) contra uma equipa fraca podem não ter o mesmo peso que os mesmos valores obtidos contra uma equipa forte (Volossovitch, 2008, p.58)”. Segundo Madrigal & James (1999) é mais válido estudar a performance das equipas de melhor qualidade de forma isolada das equipas de qualidade inferior, com base nas suas percentagens de vitórias num longo período de tempo. Assim sendo, obtém-se uma melhor compreensão da influência da qualidade das equipas relativamente à vantagem casa. Morley & Thomas (2005) para além de confirmarem

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_______________________________________________________________________________5 a existência da vantagem casa, também salientaram a influência da qualidade das equipas e da importância do jogo.

As teorias que procuram justificar e enquadrar a vantagem casa apoiam-se em factos biológicos, psicológico-sociais e cognitivo-sociais, correspondendo respectivamente às teorias da territorialidade, teoria da facilitação social e teoria da percepção do apoio social (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005). A teoria da territorialidade advém da ideia de que os jogadores quando jogam em casa identificam-se com o seu território e sentem necessidade de o defender (Smith, 2005), traduzindo-se no aumento de testosterona e consequentemente na melhoria da performance dos jogadores quando jogam em casa (Neave & Wolfson, 2003). A teoria da facilitação social procura identificar as alterações dos comportamentos dos indivíduos, quando estes são observados. Deste modo, procura-se explicar a vantagem casa através dos efeitos provocados pela presença do público nas competições desportivas (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005). Finalmente, a teoria da percepção do apoio social aborda este fenómeno através da percepção do apoio do público, ou seja, o facto de uma equipa jogar em casa provoca a percepção de um apoio bastante positivo (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005). No entanto, a literatura disponível revela que não existem factos concretos que comprovem a utilização exclusiva destas teorias (Sampaio & Janeira, 2005).

Courneya & Carron em 1992 sistematizaram o estudo da vantagem casa ao proporem um modelo teórico, “integrativo e estrutural constituído por 5 componentes fortemente inter-relacionadas” (Sampaio & Janeira, 2005). Este modelo serviu de referência para estudos realizados posteriormente, procurando fundamentar os factores associados ao fenómeno vantagem casa. Em 2005, Carron et al. fizeram uma revisão das componentes do modelo original, apresentando uma nova configuração (ver figura 1).

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_______________________________________________________________________________6 1 Local do Jogo Casa Fora 2 Factores do local do jogo Público Instalações Viagens Regras 3 Estados psicológicos e fisiológicos Jogadores Treinadores 4 Estados comportamentais Jogadores Treinadores 5 Performance Primárias Secundárias Terciárias

Figura 1. Modelo estrutural da investigação centrada na vantagem casa (adaptado de Carron et al. 2005)

Como ilustra a figura 1, este modelo contempla cinco componentes principais. O local do jogo (1ª componente) é representado por casa versus fora.

O estudo dos factores do local do jogo (2ª componente) é determinado por quatro pressupostos que assumem um papel importante no seu desfecho final (público, instalações, viagens e regras). Por sua vez, estes factores vão influenciar os estados psicológicos, fisiológicos e comportamentais (3ª e 4ª componente), quer positiva ou negativamente, dos principais intervenientes nas competições desportivas (jogadores e treinadores). Assim sendo, o local do jogo e os factores que daí advêm bem como os estados psicológicos, fisiológicos e comportamentais dos jogadores e treinadores vão influenciar de forma directa os três níveis da performance das equipas (5ª componente). Estes três níveis são a performance primária, secundária e terciária. No que concerne à performance primária, sendo este o nível fundamental, estão incluídos os indicadores que revelam a realização de determinadas execuções, como é o caso das estatísticas dos jogos (Sampaio & Janeira, 2005). A performance secundária, tratando-se do nível intermédio, inclui os indicadores que definem o desfecho final dos jogos, tais como os golos marcados e sofridos. Por fim, a performance terciária refere-se à medida tradicional que estabelece o desfecho final dos jogos, isto é, vitória ou derrota.

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_______________________________________________________________________________7 Os principais factores do local do jogo responsáveis pela vantagem casa interagem entre si (Morley & Thomas, 2005) e têm sido abordados de formas distintas (Sampaio & Janeira, 2005). Para muitos autores, o factor com maior responsabilidade na vantagem casa e consequentemente no desfecho final dos jogos é o apoio do público (Wolfson et al., 2005). Se por um lado o apoio do público afecta positivamente a performance da equipa da casa (Madrigal & James, 1999; Carron et al., 2005) e é considerado como o principal responsável pela ocorrência da vantagem casa, o contrário também acontece, ou seja, a manifestação do público contra a equipa visitante afecta de forma negativa a sua prestação (Strauß & Bierschwale, 2008; Wolfson et al., 2005). No entanto, também existem estudos onde não foram identificadas diferenças na estatística do jogo evidenciadas pela presença ou ausência do público (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005). O impacto do apoio do público verificou-se tanto nos desportos individuais (Nevil et al., 1997) como nos desportos colectivos (Bray & Widmeyer, 2000). O número de espectadores e a sua densidade, bem como o seu comportamento podem variar conforme a modalidade em questão. No entanto, independentemente da quantidade, existe sempre público a assistir às competições desportivas, de tal forma que o seu contributo influencia os factores inerentes à vantagem casa (Pollard, 2006b). Existem evidências que permitem afirmar que o público pode afectar as decisões do árbitro, seja pelo barulho ou pela percepção por parte do árbitro de que está a ser observado (Downward & Jones, 2007).

As evidências presentes na literatura permitem afirmar que a familiaridade com as instalações onde decorre a competição desportiva contribui para a vantagem casa (Pollard, 2008), os próprios jogadores afirmam beneficiar da vantagem de actuar num espaço que lhes é familiar, em condições que já conhecem (Pollard, 2008; Smith, 2005). De tal forma que a familiaridade com as condições climatéricas locais e a altitude favorece a equipa da casa (Smith, 2005; para refs ver Pollard, 2008). No futebol, o tipo e o tamanho do campo influenciam a vantagem casa, consequentemente, as equipas que jogam em relvas artificiais beneficiam de uma certa vantagem (para refs ver Neave & Wolfson, 2003). Após a interrupção causada pela 2ª Guerra Mundial verificou-se uma redução da vantagem casa no desporto mundial, principalmente em Inglaterra. Os autores sugerem a falta de familiaridade com as instalações como uma das possíveis causas deste facto (Pollard & Pollard, 2005). Existem também estudos que demonstram que a familiaridade com as

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_______________________________________________________________________________8 instalações não tem um papel muito influente no desfecho final dos jogos, onde duas equipas universitárias foram obrigadas a disputar alguns jogos fora dos seus recintos e a vantagem casa manteve-se (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005).

Os investigadores tentam perceber se os efeitos das viagens afectam a performance das equipas, quer no aparecimento da fadiga ou na quebra da rotina dos jogadores (Carron et al., 2005; Sampaio & Janeira, 2005; Smith, 2005; Neave & Wolfson, 2003). As viagens, especialmente entre locais com fusos horários diferentes, ou percorrendo grandes distâncias, aparentam ter influência no desempenho dos jogadores (Smith, 2005). Assim como, a vantagem casa não é tão evidente nos jogos disputados entre equipas próximas, onde não necessitem de efectuar deslocações significativas (Pollard, 2008). Contudo, os estudos disponíveis na literatura referentes a esta matéria apresentam resultados contraditórios. Segundo alguns autores, os efeitos causados pelas viagens influenciam o desempenho dos jogadores e consequentemente o desfecho final dos jogos (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005; Bray & Widmeyer, 2000), para outros não existe qualquer tipo de associação entre estes factores (para refs ver Neave & Wolfson, 2003; Courneya & Carron, 1992).

Apesar de existirem vários factores que interligados contribuem para uma maior vantagem de uma equipa sobre a outra, esta pode ser incrementada através das crenças dos jogadores e treinadores (Pollard, 2008). Ou seja, o que ocorre nas suas mentes, antes e durante o jogo, determina as suas acções e influencia o desfecho final do jogo e a vantagem casa (Pollard, 2008; Neave & Wolfson, 2003). Quando os jogos decorrem nas instalações que lhes são familiares os jogadores revelam estar menos ansiosos, com maior motivação e concentração (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005).

Relativamente aos treinadores, estes consideram que as equipas que jogam em casa apresentam maiores percentagens de êxito relativamente às estatísticas dos jogos comparativamente às equipas forasteiras (Fartura, 2000). Num estudo referente às estratégias utilizadas e as decisões tácticas de treinadores de Hóquei no Gelo os treinadores revelaram que mudavam as estratégias em função do local do jogo (para refs ver Carron et al., 2005).

As investigações referentes aos estados comportamentais dos intervenientes nas competições desportivas centram-se na agressividade expressa pelos jogadores e nas decisões dos árbitros (Sampaio & Janeira, 2005). Os resultados dos estudos

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_______________________________________________________________________________9 neste âmbito são diversificados. Nalguns estudos, os jogadores das equipas da casa tendem a ser mais agressivos em relação aos visitantes, noutros estudos acontece o contrário e ainda há estudos que demonstram não haver qualquer associação entre o local do jogo e a agressividade dos jogadores (Courneya & Carron, 1992). No entanto, é de salientar que quando se manifestam índices elevados de agressividade por parte dos jogadores, o desfecho final do jogo tende a favorecer a equipa da casa (Courneya et al., 2005).

Os estudos no âmbito da vantagem casa em jogos desportivos colectivos são numerosos, mas quase omissos na modalidade de Andebol. Silva & Andrew (1987) analisaram 420 jogos de Basquetebol, pertencentes à National Collegiate Athletic Association (NCAA) durante 10 épocas desportivas durante as quais tentaram verificar se existiam alterações na performance das equipas de acordo com o local do jogo. Puderam constatar a presença da vantagem casa, de tal forma que as equipas quando jogaram em casa venceram 65,79% dos jogos.

Nevill, Newell & Gale (1996) analisaram os dados referentes à época 1992-1993, concluindo que a vantagem casa se evidenciou nas oito divisões principais das ligas de Futebol Inglesas e Escocesas. Bray (1999), à semelhança dos autores citados anteriormente, também comparou a performance de equipas mediante o local do jogo, desta vez no Hóquei no gelo. No seu estudo, verificou que a maioria das equipas na National Hockey League (NHL) venceram grande percentagem dos jogos efectuados em casa. Madrigal & James (1999) ao confrontarem os dados que englobaram uma década (1982/83-1991/92), relativamente ao campeonato de Basquetebol feminino Big Ten, verificaram que as equipas ao jogarem em casa alcançaram uma média de percentagem de vitórias de 60,9%. Neste estudo, os autores diferenciaram as equipas de acordo com a sua qualidade e, nos jogos entre equipas de qualidade superior, a vantagem casa atingiu valores de 70%.

Sampaio (2000) analisou 367 jogos referentes à fase regular da Liga Portuguesa de Basquetebol, concluindo que as equipas que jogaram em casa apresentaram melhores percentagens na eficácia no que diz respeito aos indicadores do jogo, na defesa e consequentemente no ataque. Clarke (2005) investigou a vantagem casa durante 19 épocas referentes à Australian Football League (AFL), onde as equipas da casa venceram cerca de 60% dos jogos. Morley & Tomas (2005) examinaram os jogos de Cricket pertencentes à English one-day cricket league. Os autores confirmaram a vantagem casa, dado que as equipas da

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_______________________________________________________________________________10 casa obtiveram uma percentagem de vitórias de 57%. Utilizando o modelo de regressão lógica, encontraram evidências importantes que apontam para outros factores como é o caso da qualidade das equipas e a importância do jogo.

Sampaio et al. (2007) estudaram a influência do local do jogo na performance dos jogadores de Basquetebol de acordo com os postos específicos. Os autores analisaram os resultados da Liga Europeia referentes à época 2004-2005 na qual as equipas que jogaram em casa venceram 66% dos jogos. Seckin & Pollard (2007) investigaram 12 épocas alusivas à Super Liga Turca. Mediante a sua análise, do total de pontos obtidos 61,5% foram ganhos pelas da casa. Resultados apontados pelos autores como sendo similares aos da English Premier League. Marcelino et al., (2009) tentaram identificar a probabilidade de vencer cada set de Voleibol de acordo com o local do jogo. O seu estudo permitiu verificar que as equipas da casa beneficiam de uma vantagem no primeiro set e nos últimos dois. As equipas da casa têm mais probabilidade de vencer o jogo do que as equipas visitantes.

Poulter (2009) investigou a vantagem casa no Futebol, mediante os registos de seis épocas pertencentes à Liga dos Campeões. No seu estudo os autores verificaram que as equipas da casa venceram 67,7% dos jogos. Pollard & Gómez (2009) confirmaram a existência de vantagem casa, também no Futebol, desde o início das ligas profissionais de França, Itália, Espanha e Portugal.

No Andebol, a pesquisa na literatura aponta para um único estudo relativo à vantagem casa. Strauß & Bierschwale (2008) realizaram um estudo com o objectivo de averiguar alguns dados sobre a vantagem casa, no Andebol de sete, relacionando-os com o índice de espectadores. Os autores recolheram os dados inerentes a estes factores e pertencentes à 1ª liga Alemã de Andebol, desde a época 1977 até 1999/2000, concluindo que durante as 23 épocas houve 66,26% de vitórias das equipas da casa. No entanto, não se provaram correlações relevantes entre os resultados e a proporção de espectadores. Os autores referem ainda que, a maior vantagem casa mundial pertence à Liga Alemã de Andebol, com um número absoluto de vitórias em casa de 66.2%, comparável com a do Basquetebol.

Os jogos desportivos colectivos são desportos complexos tendo em conta as múltiplas interacções entre os elementos do jogo, revelando-se um processo dinâmico (Lames & McGarry, 2007; Volossovitch, 2008). No estudo dos jogos existem diversos tipos de complexidade (para refs ver Volossovitch, 2008), das quais destacamos a complexidade estática e dinâmica. A complexidade estática

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_______________________________________________________________________________11 pressupõe que o sistema não sofre alterações ao longo do tempo, permitindo que a sua análise possa ser feita num determinado momento (e.g. fotografia). Nos jogos desportivos colectivos os estudos com base nesta perspectiva são de carácter descritivo e comparativo, confrontando os padrões da performance das equipas com o seu êxito obtido. “Os padrões neste caso são representados por diversos indicadores de performance (dados acumulados por jogo ou por competição) que são analisados fora do contexto dinâmico do jogo” (Volossovitch, 2008, p. 16). Esta perspectiva não considera as alterações do sistema ao longo do tempo, descurando o contexto sequencial do jogo (Lames & McGarry, 2007). Por sua vez, a complexidade dinâmica acrescenta a dimensão do tempo ao estudo dos sistemas complexos, como se de uma fotografia passássemos para um filme. O enquadramento temporal revela-se determinante na estimativa do impacto dos acontecimentos que decorrem durante o jogo no seu desfecho final (Volossovitch, 2008). O Andebol está inserido no grupo de modalidades complexas (Vuleta et al., 2005).

McGarry et al. (2002) salientam a importância dos indicadores usados na observação do jogo e que estes sejam enquadrados contextual e temporalmente, de forma a conjugar a interacção dinâmica entre as acções dos jogadores. De facto, “A análise do jogo segundo a abordagem dinâmica recorre a um quadro conceptual e modelo de análise distintos dos estudos que lidam exclusivamente com os dados acumulados no final da partida” (Volossovitch, 2008, p. 3). A análise do jogo deve aproximar-se dos pressupostos da abordagem dinâmica, de forma a explicar e interpretar da melhor forma a sua realidade complexa (para refs ver Volossovitch, 2008). “Tradicionalmente esta abordagem é utilizada com a intenção de identificar os indicadores mais relevantes para a construção do resultado final” (Volossovitch, 2008, p. 37).

A análise da interacção do resultado das equipas de acordo com evolução do marcador permite identificar os aspectos chave da eficácia das equipas, possibilitando, deste modo, diferenciar as fases de maior e menor sucesso das equipas (Lames, 2006).

Segundo Volossovitch (2008, p.3): “Basicamente, através da abordagem dinâmica tenta-se perceber “como” se constrói o resultado, em vez ou para além do “porquê” da vitória ou derrota. As teorias dos sistemas dinâmicos fornecem uma

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_______________________________________________________________________________12 perspectiva que se torna apropriada para a compreensão da estrutura dos jogos desportivos (Lames & McGarry, 2007).

Apesar da sua importância na área da análise do jogo, no Andebol são muito escassos os estudos deste âmbito. No sentido deste enquadramento conceptual, os objectivos do presente estudo são: (1) Identificar a vantagem casa no Andebol em função do equilíbrio das equipas; (2) Identificar os períodos dos jogos onde as equipas marcam mais golos em função do local do jogo; e (3) Identificar as estatísticas dos jogos associadas ao sucesso das equipas, em função do local do jogo

(16)

_______________________________________________________________________________13

M

ATERIAL E MÉTODOS

Amostra

A amostra do presente estudo foi constituída por registos da estatística de 480 jogos pertencentes à fase regular da Liga ASOBAL (Liga de Andebol de Espanha) referentes às épocas desportivas 2007/2008 e 2008/2009. Em cada época, foram analisadas as estatísticas dos jogos entre as 16 equipas constituintes da Liga ASOBAL, onde cada equipa disputou 60 jogos. As estatísticas dos jogos foram retiradas do sítio da ASOBAL (http://www.asobal.es).

Procedimentos e Análise Estatística

As estatísticas dos jogos foram introduzidas numa aplicação estatística (Statistica ver 8.0, Statsoft, Tulsa, USA) de acordo com as variáveis independentes local do jogo (casa/fora) e desfecho final (vitória/derrota). Alguns jogos apresentaram casos omissos nalgumas variáveis e outros foram identificados como outliers na variável diferença de golos no resultado final (acima de 3 desvios padrão). Estes casos foram eliminados da amostra (n=49 jogos).

Foi realizada uma análise de classificação automática (Rost, 1995, k-means cluster) para dividir a amostra em dois grupos em função das diferenças na classificação das equipas a cada jornada disputada. Por exemplo, se a equipa que lidera o campeonato defronta a equipa sexta classificada, este jogo foi pontuado com um valor (absoluto) de 5. Estes dois grupos foram designados de jogos entre equipas equilibradas (JEQUI, n=248 jogos, diferença de classificação média de 3,3±1,7 e variação entre 1 e 6) e jogos entre equipas desequilibradas (JDES, n=183 jogos, diferença de classificação média de 9,9±2,3 e variação entre 7 e 15) e foram utilizados como variável independente. Este tipo de diferenciação tem sido utilizado com frequência na literatura disponível (Gómez et al., 2008; Sampaio & Janeira, 2005; Madrigal & James, 1999).

As variáveis dependentes foram as seguintes: Eficácia do remate nas zonas de 6 metros, 7 metros, 9 metros e contra-ataques. Os valores foram calculados

(17)

_______________________________________________________________________________14 dividindo as oportunidades concretizadas pelas oportunidades tentadas. Estas variáveis foram também estudadas por Ohnjec et al. (2008).

Os valores dos resultados em cada cinco minutos de jogo foram obtidos através da subtracção do 2º período do jogo pelo 1º, o 3º pelo 2º e assim sucessivamente até chegar ao 12º período. A fiabilidade dos resultados parciais em cada período do jogo teve que ser obrigatoriamente perfeita. Nas restantes variáveis, a fiabilidade foi testada pela observação em vídeo de três jogos escolhidos aleatoriamente. Os valores do r-intraclasse (0,81-0,95) e dos coeficientes k (0,83-0,98) estiveram acima dos limites considerados aceitáveis (Safrit & Wood, 2001).

A percentagem de vitórias das equipas foi utilizada para calcular a vantagem casa em cada um dos grupos de equilíbrio (JEQUI e JDES) pelo recurso a tabelas de contingência. A análise da variação dos resultados parciais em cada período do jogo em função das variáveis independentes (local do jogo, equilíbrio das equipas, desfecho e parcial de golos) foi realizada pelo recurso a uma ANOVA para medidas repetidas a quatro factores (só o parcial de golos foi tratado como medida repetida). A análise da variação das eficácias de remate em função das variáveis independentes (local do jogo, equilíbrio das equipas e desfecho) foi realizada pelo recurso a uma ANOVA a três factores. Na necessidade de realizar comparações múltiplas foi realizado o teste post-hoc de Tukey HSD. O nível de significância foi estabelecido em 5%.

(18)

_______________________________________________________________________________15

A

PRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A vantagem casa da amostra estudada foi de 64%. No entanto, quando se considerou o equilíbrio das equipas, nos JEQUI a vantagem casa foi de 71% enquanto que nos JDES foi de 55%.

No quadro 1 encontram-se os resultados da análise inferencial. Foram identificadas diferenças nos golos marcados em função dos efeitos simples do desfecho, equilíbrio das equipas e períodos do jogo. Foi também identificada uma interacção entre Desfecho × Equilíbrio das Equipas.

Quadro 1. Resultados da ANOVA para medidas repetidas a quatro factores para os golos marcados em cada período do jogo

F p 2

Local Desfecho

Equilíbrio das Equipas Local × desfecho Local × cluster

Desfecho × Equilíbrio das Equipas Local × desfecho × Equilíbrio das Equipas Períodos do jogo

Períodos do jogo × local Períodos do jogo × desfecho

Períodos do jogo × Equilíbrio das Equipas Períodos do jogo × local × desfecho

Períodos do jogo × local × Equilíbrio das Equipas Períodos do jogo × desfecho × Equilíbrio das Equipas Períodos do jogo × desfecho × Equilíbrio das Equipas × local 1,01 403,09 9,22 1,43 0,00 20,69 1,34 6,15 1,42 0,64 1,12 0,92 1,25 0,85 0,90 0,315 0,000 0,002 0,233 0,998 0,000 0,247 0,000 0,155 0,792 0,337 0,522 0,249 0,586 0,543 0,00 0,32 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

A figura 2 apresenta a diferença entre os golos marcados em cada período ao longo do jogo em função do seu local, que não foi significativa.

(19)

_______________________________________________________________________________16 Casa Fora 2,35 2,36 2,37 2,38 2,39 2,40 2,41 2,42 2,43 2,44 2,45 2,46 Gol o s em c a d a p e rí odo d e 5 m inut o s

Figura 2. Golos marcados em cada período do jogo em função do local do jogo

A figura 3 representa a variação dos golos marcados ao longo dos períodos do jogo. A sua análise permite verificar que os períodos do jogo onde se marcam mais golos são os últimos 5 minutos de cada parte do jogo. Os períodos onde se marcam menos golos são o 1º (0 – 5 minutos) o 5º (20 – 25 minutos) e o 7º (30 – 35 minutos). De acordo com o teste de Tukey, foram identificadas diferenças entre o 1º período (0-5 minutos) e todos os restantes, exceptuando o 5º (20-25 minutos) e 7º (30-35 minutos). Adicionalmente, identificaram-se diferenças entre o último período e todos os restantes.

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_______________________________________________________________________________17 0' a 5' 5' a 10' 10' a 15' 15' a 20' 20' a 25' 25' a 30' 30' a 35' 35' a 40' 40' a 45' 45' a 50' 50' a 55' 55' a 60' Tempo de jogo 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 G o los em c a da perío d o de 5 m inu to s

Figura 3. Variação dos golos marcados ao longo dos períodos do jogo

A figura 4 identifica a diferença entre os golos marcados ao longo dos períodos do jogo em função do equilíbrio das equipas. A sua análise permite verificar que existe um contraste evidente no que diz respeito ao equilíbrio das equipas. Nos jogos entre as equipas menos equilibradas, a diferença de golos marcados ao longo dos períodos do jogo é superior quando comparada aos jogos entre as equipas mais equilibradas.

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_______________________________________________________________________________18 JDES JEQUI 2,32 2,34 2,36 2,38 2,40 2,42 2,44 2,46 2,48 2,50 G o lo s em c a da p e rí o d o d e 5 m in u to s

Figura 4. Golos marcados em cada período 5 minutos em função do equilíbrio das equipas

A figura 5 ilustra a diferença entre os golos marcados durante os períodos do jogo, em função do local e do seu desfecho final. Mediante a sua análise podemos verificar que existem diferenças entre o local do jogo e o seu desfecho final, na medida em que as equipas vencedoras marcam mais golos ao longo dos períodos do jogo, quando comparadas com as equipas derrotadas, quer nos jogos fora, quer nos em casa. Nas equipas vencedoras, o número de golos marcados ao longo dos períodos do jogo superioriza-se nos jogos em casa em relação aos jogos fora. No que diz respeito às equipas derrotadas passa-se o contrário, o número de golos marcados ao longo dos períodos do jogo é superior nos jogos fora.

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_______________________________________________________________________________19 Vencedores Derrotados 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 G o lo s em c ada p e rí o d o d e 5 m in u to s Jogo Casa Jogo Fora

Figura 5. Golos marcados em cada período de 5 minutos em função do local e do desfecho final do jogo

A figura 6 mostra a diferença entre os golos marcados nos períodos do jogo em função do seu desfecho final tendo em conta o equilíbrio das equipas. Como seria de esperar, as diferenças entre vencedores e vencidos são mais próximas quando o equilíbrio entre equipas é maior. Note-se no entanto que a maior variação surge nas equipas vencedoras que marcam mais golos quando em confrontos mais desequilibrados.

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_______________________________________________________________________________20 JDES JEQUI 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 G o los em ca da per íodo d e 5 m inut os Vencedores Derrotados

Figura 6. Golos marcados em cada período de 5 minutos em função do desfecho final e do equilíbrio das equipas

A figura 7 mostra a diferença de golos marcados ao longo dos períodos do jogo, de acordo com o local do jogo. Podemos classificar os primeiros períodos de cada parte dos jogos (0’ – 5’ e 30’ – 35’) como os menos produtivos, em termos de golos, tanto nos jogos em casa como nos jogos fora, com predominância nos jogos fora. Os últimos períodos de cada parte (25’ – 30’ e 55’ – 60’) são os mais produtivos, com superioridade dos últimos 5 minutos no que diz respeito aos jogos fora.

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_______________________________________________________________________________21 0' - 5' 5' - 10' 10' - 15' 15' - 20' 20' - 25' 25' - 30' 30' - 35' 35' - 40' 40' - 45' 45' - 50' 50' - 55' 55' - 60' Tempo de jogo 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0 Go lo s em c ada p e rí o d o de 5 m inut os Jogo Casa Jogo Fora

Figura 7. Variação dos golos marcados ao longo dos períodos do jogo em função do seu local

A figura 8 reflecte a diferença de golos marcados ao longo dos períodos do jogo, de acordo com o local do jogo e o seu desfecho final. Analisando o gráfico das equipas derrotadas facilmente identificamos que são as que marcam menos golos em todos os períodos do jogo, exceptuando o último (55 – 60 minutos) e para os jogos fora.

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_______________________________________________________________________________22 Vencedores 0' - 5' 5' - 10 ' 10' - 1 5 ' 15' - 2 0 ' 20' - 2 5 ' 25' - 3 0 ' 30' - 3 5 ' 35' - 4 0 ' 40' - 4 5 ' 45' - 5 0 ' 50' - 5 5 ' 55' - 6 0 ' 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 G o lo s e m c ada p e rí odo de 5 m in u to s Derrotados 0' - 5' 5' - 10 ' 10' - 1 5 ' 15' - 2 0 ' 20' - 2 5 ' 25' - 3 0 ' 30' - 3 5 ' 35' - 4 0 ' 40' - 4 5 ' 45' - 5 0 ' 50' - 5 5 ' 55' - 6 0 ' Jogo Casa Jogo Fora

Figura 8. Variação dos golos marcados ao longo dos períodos do jogo em função do local e do desfecho

No quadro 2 encontram-se os resultados da análise inferencial para os valores das eficácias aos 9m, 6m, 7m e CA. Foram identificadas diferenças nestas eficácias em função dos efeitos simples do desfecho e somente na interacção Local × Equilíbrio das Equipas para a eficácia aos 6 m

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_______________________________________________________________________________23

Quadro 2.Resultados da ANOVA para medidas repetidas a três factores para as eficácias aos

9m, 6m, 7m e CA.

9m 6m 7m C.A.

Efeito F p 2 F p 2 F p 2 F p 2

Local 0,8 0,383 0,00 2,0 0,159 0,00 1,3 0,256 0,00 0,0 0,987 0,00 Desfecho 72,8 0,000 0,08 83,8 0,000 0,09 16,9 0,000 0,02 11,5 0,001 0,01 Equilíbrio das Equipas 0,3 0,591 0,00 0,2 0,680 0,00 0,7 0,400 0,00 0,9 0,346 0,00 Local × Desfecho 3,0 0,084 0,00 0,0 0,921 0,00 0,1 0,796 0,00 0,0 0,911 0,00 Local × Equilíbrio das

Equipas 0,5 0,469 0,00 4,9 0,027 0,01 0,2 0,667 0,00 0,0 0,919 0,00 Desfecho × Equilíbrio

das Equipas 0,6 0,443 0,00 0,1 0,817 0,00 0,0 0,903 0,00 0,0 1,000 0,00 Local × Desfecho ×

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_______________________________________________________________________________24 A figura 9 realça os valores de eficácia apresentados pelas equipas, mediante o seu equilíbrio e de acordo com o local, relativamente à finalização da 2ª linha ofensiva (zona dos 6 metros). A sua análise identifica que nos jogos em casa são obtidos valores de eficácia mais acentuados nos confrontos entre as equipas mais desequilibradas. Nos jogos fora acontece exactamente o contrário, os valores de eficácia superiores são alcançados nos jogos que opõem as equipas mais equilibradas. JDES JEQUI 60% 61% 62% 63% 64% 65% 66% 67% 68% 69% Va lo re s da ef ic ác ia no s r e m a te s na z o n a de 6 m e tr os ( %

) Jogos em casa Jogos fora

Figura 9. Valores de eficácia apresentados pelas equipas nos remates da zona de 6 metros em função do local do jogo e do equilíbrio das equipas

(28)

_______________________________________________________________________________25

D

ISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O propósito do presente estudo foi verificar a existência da vantagem casa no andebol de alto rendimento, uma vez que nesta modalidade são poucos os estudos que abordam este fenómeno, recorrendo às estatísticas dos jogos.

Os resultados obtidos permitiram-nos identificar que a vantagem casa no andebol de alto rendimento é inquestionável. As equipas da casa venceram 64% dos jogos efectuados, aproximando-se dos resultados do estudo de Strauß & Bierschwale (2008) que obtiveram uma percentagem de vantagem casa na Liga Alemã de Andebol de 66,2%. Courneya & Carron (1992), no seu estudo que englobou os principais desportos, obtiveram percentagens semelhantes para o Hóquei no Gelo (61,1%), Basquetebol (64,4%) e para o Futebol (69%). Apesar dos valores das restantes modalidades se revelarem inferiores, no Basebol (53,5%) e no Futebol Americano (57,3%), todos eles destacam a existência de vantagem casa. Silva & Andrew (1987) obtiveram 65,79% de vitórias das equipas da casa em jogos de Basquetebol, Seckin & Pollard (2007), assim como Poulter (2009) tiveram também resultados semelhantes no Futebol, com 61,5% e 67,7% de vitórias, respectivamente. Posto isto, inequivocamente o local do jogo influencia o sucesso desportivo (Polman et al., 2007; Madrigal & James, 1999; Courneya & Carron, 1992), verificando-se que as equipas beneficiaram do facto de jogar em casa, obtendo melhores prestações (Watson & Krantz, 2003). A familiaridade com as instalações contribui invariavelmente para a vantagem casa, onde os próprios jogadores revelam que jogar em casa constitui uma vantagem, uma vez que o espaço lhes é familiar (Pollard, 2008; Smith, 2005; Bray & Widmeyer, 2000), estando também subjacente a teoria da territorialidade, traduzindo-se num aumento da testosterona dos jogadores e consequentemente num aumento da performance das equipas da casa (Neave & Wolfson). Por sua vez, as equipas que jogam fora têm uma percepção clara que os seus adversários beneficiam da vantagem casa (Bray & Widmeyer, 2000).

No presente estudo, as equipas vencedoras marcaram mais golos praticamente em todos os períodos do jogo comparativamente às equipas derrotadas, reforçando a ideia de que as equipas derrotadas apresentam piores resultados nas estatísticas dos jogos (Sampaio & Janeira, 2003). Ainda assim, nas equipas vencedoras, o número de golos marcados ao longo dos períodos do jogo foi

(29)

_______________________________________________________________________________26 superior nos jogos em casa, ao contrário das equipas derrotadas que marcaram mais golos ao longo dos períodos do jogo, nos jogos fora, embora a diferença verificada seja mínima.

Com recurso a uma análise de classificação automática, dividimos os jogos em grupos de equilíbrio para diferenciar a qualidade das equipas, em função da sua classificação em cada jornada disputada. De forma bastante interessante, no que diz respeito aos JEQUI a vantagem casa assumiu percentagens de 71% de vitórias, valores acima da vantagem casa global, enquanto nos JDES verificaram-se valores mais baixos, na ordem dos 55% de vitórias, ainda assim relevantes. Em contraste com os resultados do estudo de Schwartz & Barsky (1977) e aproximando-se de forma inequívoca aos resultados obtidos por Madrigal & James (1999), a vantagem casa assume maior importância quando se defrontam equipas de qualidade superior. Salienta-se o facto de, nos jogos entre equipas equilibradas se marcarem menos golos ao longo dos períodos do jogo, comparativamente aos jogos entre equipas desequilibradas. As equipas de melhor qualidade têm melhores performances quando jogam em casa, comparativamente aos jogos fora enfrentando o mesmo adversário, beneficiando de uma vantagem por jogarem no seu território (Madrigal & James, 1999). Estas causas não estão bem determinadas, mas de acordo com as evidências de Madrigal & James (1999), de forma evidente, as melhores equipas tiveram os melhores resultados no que diz respeito à densidade de espectadores. Esta circunstância pode estar aliada ao facto de que as melhores equipas, ou seja, as que habitualmente costumam vencer os jogos em casa, atraírem espectadores com expectativas elevadas. O apoio do público, apontado por muitos como o principal responsável pela vantagem casa, assume um papel preponderante para o desfecho final dos jogos (Koning, 2005; Smith, 2005), onde os próprios adeptos se identificam como parte integrante do sucesso das equipas (Wolfson et al., 2005). A sua presença vai beneficiar a performance da equipa local, contribuindo consequentemente para a vantagem casa (Pollard, 2006b), afectando também as decisões dos árbitros (Downward & Jones, 2007), levando-os a favorecer a equipa da casa (Pollard, 2008). Os próprios jogadores referem que o apoio do público é crucial e influencia a performance da equipa (Bray & Widmeyer, 2000). Segundo alguns autores, o apoio do público tem um papel preponderante no desfecho final das competições, influenciando positivamente a prestação das equipas da casa (Madrigal & James, 1999; Carron et al., 1994), ou negativamente a

(30)

_______________________________________________________________________________27 equipa visitante (Wolfson et al., 2005), em conformidade com a teoria da facilitação social. Para outros, existem muito poucas correlações entre a proporção de espectadores e os resultados (Strauß & Bierschwale (2008) não se traduzindo num facto relevante para o desfecho final das competições (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005).

Segundo Volossocitch (2008, p. 105) “…o enquadramento temporal é crucial para a avaliação objectiva do impacto dos acontecimentos em campo no resultado final da competição. A reacção do treinador, do público e dos próprios jogadores perante a mesma acção competitiva não vai ser idêntica numa situação de marcador equilibrado a escassos minutos do fim do encontro e num contexto de desequilíbrio ou no início da partida.” Os indicadores usados na observação do jogo devem ser enquadrados no contexto e no tempo ligando a interacção entre as acções dos jogadores (McGarry et al., 2002).

Existem alguns estudos centrados na produtividade das equipas em diferentes períodos do jogo de andebol (Volossovitch, 2008). O presente estudo apresenta os golos marcados no decorrer do jogo, ao longo dos seus períodos, estando estes divididos a cada 5 minutos, à semelhança de estudos já realizados por diferentes autores que também escolheram este intervalo por se revelar o que capta de melhor forma as particularidades da performance e o ritmo do resultado (para refs ver Volossovitch, 2008). De acordo com o local do jogo, foram analisados os golos marcados ao longo dos seus períodos, uma vez que o sucesso das equipas é determinado pelos golos marcados no jogo, em diferentes períodos (Vuleta et al., 2005). Em casa, as equipas marcaram mais golos por cada 5 minutos comparativamente aos jogos fora, embora esta diferença verificada seja mínima. Em função do tempo de jogo, quando analisados os seus 12 períodos constituintes foi possível verificar que os períodos onde as equipas marcaram mais golos foram os últimos de cada parte, ou seja, entre os 25 e os 30 minutos (6º período) e dos 55 aos 60 minutos (12º período). Vuleta et al. (2005) obtiveram resultados semelhantes ao verificarem que as equipas marcaram mais golos na segunda metade da primeira parte e na segunda metade da segunda parte. No presente estudo, 12º período destaca-se de todos os outros como sendo o período onde se marcaram mais golos. Isto deve-se ao facto de se tratarem dos últimos 5 minutos de jogo, sendo intitulada por alguns como a zona de maior risco que exige uma atitude bastante ponderada (para refs ver Volossovitch, 2008). Noutros casos, o desfecho final do jogo poderá

(31)

_______________________________________________________________________________28 estar decidido, através da diferença de golos alcançada por uma das equipas. Nestas situações as equipas permitem mais situações de finalização que o habitual, uma vez que está claramente definido o vencedor e o resultado final deixa de ser significante (Vuleta et al., 2005). Os períodos do jogo onde são marcados menos golos estão compreendidos entre os 0 e os 5 minutos (1º período), 20 e 25 minutos (5º período) e entre os 30 e 35 minutos (7º período). Salienta-se o facto de as equipas marcarem menos golos no 1º período da primeira parte e no 1º período da segunda parte. Tal acontecimento poderá justificar-se com o facto de os jogadores encararem estes períodos de adaptação aos adversários (para refs ver Volossovitch, 2008). Os instantes iniciais da segunda parte são considerados como um período “em aberto”, uma vez que o desempenho subsequente dos jogadores no tempo restante permite reduzir as consequências das acções mais arriscadas efectuadas após o primeiro intervalo (Volossovitch, 2008). As equipas vencedoras marcaram mais golos, em cada período do jogo, comparativamente às equipas derrotadas, com valores superiores nos jogos em casa. Tal facto vai de encontro aos resultados obtidos por Vuleta et al. (2005), onde no seu estudo as equipas vitoriosas marcaram mais golos do que as derrotadas em todos os períodos do jogo analisados. As equipas derrotadas, em concordância com os resultados de Vuleta et al., (2005), marcaram mais golos nos últimos períodos do jogo, isto para os jogos fora. No entanto, contrariamente ao que esperávamos, de acordo com os resultados obtidos, não encontrámos nenhum período do jogo onde a vantagem casa se evidencie. Isto significa que a vantagem casa não se associa a nenhum momento particular, ou seja, não existe um padrão que se possa identificar, existe sim variabilidade na forma de manifestação da vantagem casa. Seria de esperar que a vantagem casa se evidenciasse nos primeiros e nos últimos períodos do jogo, sendo estes, momentos muito particulares do jogo (para refs ver Volossovitch, 2008), uma vez que o efeito do público e a familiaridade com as instalações beneficiam a performance das equipas da casa e consequentemente o desfecho final das competições (Pollard, 2008; Carron et al., 2005; Madrigal & James, 1999).

No que diz respeito aos valores de eficácia das equipas, de acordo com a zona de finalização, encontrámos diferenças estatisticamente significativas nos remates efectuados na zona dos 6 metros. Pode depreender-se que as equipas utilizaram sistemas defensivos mais profundos, negando oportunidades de finalização aos jogadores da primeira linha atacante. Ohnjec et al. (2008)

(32)

_______________________________________________________________________________29 encontraram também diferenças nesta zona do campo para um dos grupos do seu estudo. Considerando que, os jogadores que actuam perto da linha dos 6 metros e finalizam preferencialmente desta zona são os pontas e os pivots, esta evidência poderá ser explicada com base na teoria da territorialidade, isto é, os defensores tendem a proteger essencialmente a zona central do campo, permitindo mais espaço e oportunidades de finalização para os pontas. Ohnjec et al. (2008) verificaram que, para um dos seus grupos de estudo, a variável relacionada com a eficácia dos pontas contribuiu com sucesso para o resultado final. Ao confrontarmos os grupos de equilíbrio os resultados obtidos revelaram-se antagónicos. Nos JEQUI, os melhores valores de eficácia foram obtidos nos jogos fora, enquanto que nos JDES os melhores valores foram alcançados nos jogos em casa. Os maiores valores de eficácia foram obtidos nos JEQUI, para os jogos fora e os valores mais baixos foram obtidos pelo mesmo grupo nos jogos em casa, contrastando os resultados de Madrigal & James (1999), que no seu estudo verificaram que as melhores equipas atingiram valores superiores na estatística dos jogos e são mais assertivas quando realizam a competição nas suas instalações comparativamente aos jogos fora. Esta diferença poderá ser explicada através da superiorização das defesas relativamente ao ataque, contribuindo deste modo para o desfecho final do jogo (Vuleta et al., 2005).

Em suma, a vantagem casa no Andebol foi bem identificada no presente estudo, na medida em que as equipas da casa venceram 64% dos jogos. Quando confrontadas as equipas de acordo com o seu equilíbrio, nos JEQUI encontrámos valores superiores aos da vantagem casa global, ou seja, quando se defrontaram equipas de qualidade superior a vantagem casa foi de 71%, enquanto que nos JDES foi apenas 55%. As equipas vencedoras marcaram mais golos ao longo dos períodos do jogo comparativamente às equipas derrotadas. Os períodos do jogo onde se marcaram mais golos foram entre os 25 e os 30 minutos e dos 55 aos 60 minutos, 6º e 12º, respectivamente, com destaque para o último. No entanto, não identificámos nenhum período do jogo responsável pela vantagem casa. No que diz respeito à eficácia das equipas, apenas na finalização da zona dos 6 metros foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

(33)

_______________________________________________________________________________30 Os treinadores devem estar conscientes da importância da vantagem casa, preocupando-se com a excelência no momento da preparação e controlo dos jogos. No âmbito dos resultados obtidos no presente estudo, tendo em conta os pressupostos da vantagem casa, os jogadores deverão ser melhor treinados no sentido de minimizar esses factores, tais como o barulho do público da equipa da casa (Pollard & Gómez, 2009), ou como tem sido sugerido, realizar sessões de treino nas instalações das equipas adversárias (para refs ver Sampaio & Janeira, 2005), atenuando o impacto da vantagem casa. Quando os jogos se disputam em casa, os adversários marcam mais golos preferencialmente no final da primeira e da segunda parte. Segundo estas evidências, o treinador tem a tarefa de sensibilizar os jogadores e apelar à sua concentração no sentido de melhorarem o seu desempenho defensivo. Uma boa gestão da equipa nestes períodos do jogo poderá revelar-se crucial para um desfecho final vitorioso. Nos jogos que opõem equipas equilibradas marcam-se menos golos, daí que o treinador deverá incentivar os jogadores para aproveitarem ao máximo todas as oportunidades de finalização. Uma vez que os períodos do jogo onde se marcam menos golos, tanto nos jogos em casa como nos jogos fora são os instantes iniciais de ambas as partes, o treinador pode arriscar estratégias mais ofensivas, utilizando um sistema defensivo mais profundo, como o 5:1 ou 3:2:1, que lhe permita a saída rápida para o contra-ataque, no sentido de adquirir uma diferença pontual no resultado ou, se for o caso, uma recuperação. Nos jogos entre equipas equilibradas as eficácias apresentadas pelas equipas nos remates efectuados na zona dos 6 metros são mais elevadas no jogos fora quando comparadas aos jogos em casa. O treinador, quando defronta uma equipa equilibrada, em sua casa, deverá estar prevenido para esta situação. A utilização dum sistema defensivo menos profundo, preferencialmente o 6:0, é uma solução prática, de forma a minimizar as oportunidades de finalização do seu adversário na zona dos 6 metros, não descurando a marcação do pivot. Nos jogos que opõem as equipas desequilibradas os melhores valores de eficácia são conseguidos nos jogos em casa, onde o treinador, quando joga nas instalações do adversário deve recorrer a situações semelhantes às apresentadas anteriormente. No entanto, os últimos 5 minutos são um período de maior produtividade por parte das equipas, onde os jogadores devem estar concentrados, mantendo uma boa atitude defensiva até ao apito final do jogo.

(34)

_______________________________________________________________________________31

R

EFERÊNCIAS

B

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Figura 1. Modelo estrutural da investigação centrada na vantagem casa (adaptado de Carron et  al
Figura 2. Golos marcados em cada período do jogo em função do local do jogo
Figura 3. Variação dos golos marcados ao longo dos períodos do jogo
Figura 4. Golos marcados em cada período 5 minutos em função do equilíbrio das equipas
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