O
DESEJO
DE
SABER
A
arte
de
aprender/ensinar
fazendo
Ademilde
Silveira SartoriDissertação apresentada
como
exigência parcial para obtençãodo
título de
MESTRE
EM
EDUCAÇÃO,
na linha de investigação:Educação
e Ciência,do
Curso de Mestradoem
Educação, da Universidade Federal de Santa CatarinaOrientador: Prof. Dr. Maurice Bazin Co-Orientadora: Prof. Dr. Maria
Oly
Pey
CENTRO
CIÊNCIQS
F'F<OGF<AHffa [IE F'óS-"-GPU-\I!UâCÃO
EH
EIIUCACÃO
CURSO
[IE HEE`›TF\'(¿\l§IOEH
EDUCAÇÃO
O
DESEJO
[IESABER FQZER
AARTE
DE
AF'REl*~1[lEF</ENSINAR
FAZENIIO
v
Dissertação submetida
ao
Colegiado
do
Curso
de
Mestrado
em
Educacão
do
Centro
de
Ciências
da
Educacão
em
cumprimento parcial
para
aobtenção
do
titulo
de
Mestre
em
Educacão.
ri\F'R0'~)‹~äII(l“‹ F'EL¢\
COMISSÃO
EXAMINAIIORA em
18/ii/93
F'ro‹I~`.
Dr.
l'1auriceBazin (Orientador)
øgfzä
~V-
F'ro.|ݑ.
ürâ.
Maria
Ola Peg
(CQ---Q\'ientado¡'a)~
~
Prof. H.Sc. Higuel
Cantanhede Sette
eCâmara (Examinador
'/
v
I
‹¡
/ F'ro-!*. lllr.
Osvaldo Casonato
(E›‹am1nador)
QZQÁ)
Pro-F. lllr.
José
ílwndre' F'ere‹:›rímgotti
(Suplente)
f-HIEHILIIE SILUEIFIFI
SÀRTORI
Florianópolis, Santa Catarina
Novembro/1993
Este relato/reflexão consiste de três capítulos.
No
primeiro, esboço certas relações entre educação, arte, escola e vida. Descrevo e analiso as práticas pedagógicas dosMuseus
Interativos Exploratonium
(EUA)
eEspaço
CiênciaViva
(Rio de Janeiro) procurando suas contribuições para o ensinono
espaço formal. Relaciono esta elaboração do saber-fazercom
a proposição de alfabetização técnica deMaurice
Bazin.O
segundo capítulo trata da práticadesenvolvida por
mim
no
espaço formal de ensino,no
qual façouma
reflexão sobre algumas propostas importantes baseadasno
ensino de conceitos.O
terceiro capítulo refere-se a práticano
espaço não formal. Neste caso, procuro recuperar os sentidoscomumente
atribuídos ao termo “oficina” e abordo questões referentes ao processo de construção/vivência daOficina
de Alfabetização Técnica: “Entendendo o “click” damáquina
fotográfica”.O
conjunto destessegmentos refere-se à prática/reflexão vivenciada
no
períododo Mestrado
em
Educação
e Ciência e diz respeito aum
desejo de construir o saber que se efetiveno
aprender fazendo, transformadoem
saber poder.This report/reflection consist of three chapters. In the first chapter, I discuss the
relation
amount
education, art, school and life. I describe and analyze pedagogical practice ofthe Interactive
Museum
of Art and Perception-
Exploratorium(CA-USA)
andEspaço
CiênciaViva (RJ-BR)
searching for their contribution to the formal teaching. Also, I discussthe relation
between
technical literacy,by Maurice
Bazin, andknow-how. The
second chapteris about
my
formal teaching practice and conceptual teaching of Physics.The
third chapter isabout informal space of education, mainly the development of a
workshop
called “Technical LiteracyWorkshop”. The
assembler of this chapters refers to the practice I had as a master degree student andmy
desire to build the effectiveknowledge
whileleam
doing things. This way, toknow
became
power.Capítulo 1 ... ..
Em
que sentido secaminha
... ..Museus.
De
onde
vêm?
... ._Um
Novo
Paradigma
em
Museu:
o Exploratoriumum
pouco
de sua história e filosofiaEspaço
CiênciaViva
... ..Alfabetização Técnica: o sentido
do
saber fazer ... ..Uma
Reflexão
sobre as Práticas Pedagógicas dosMuseus
Interativos ... ..Capítulo II ... ._
Aspectos Preliminares à Prática
no Espaço
Formal ... ..A
Construção deum
Programa
de Estudo Alternativo:A
Turma
1001 ... ..Turma
2001 -A
Reconstruçãodo
Desejo de Saber ... ..Sobre os Estudantes ... ..
Sobre as Aulas ... ..
A
Trajetória para o Estudo:Turma
3001 ... ..A
Reconstruçãodo
Conceito de Estudo ... ..O
Estilo deuma
Prática ... ..A
Prática deum
Estilo ... ..Alfabetização Técnica
como
contextualizaçãodo
assunto estudado ... ..A
Construção de Conceitos Científicos e os Processos Vivenciadosem
Sala de Aula....Conceitos Nominalísticos e Conceitos Operacionais ... ..
O
Ensino eAlgumas
Propostas a partir dos Conceitos ... ..Capítulo III ... ..
Oficina:
uma
modalidade educativaem
movimento
... ._A
Prática deOficinas do Espaço
CiênciaViva
... ..Uma
Recuperação dos Sentidosdo
Termo
Oficina ... ..Oficinas
desenvolvidasno Núcleo
de Alfabetização Técnica(NAT/CED/UF
SC)
... ..Se fosse possível concluir ... ..
Capítulo
lEm
que
sentido
se
caminha
Formei-me no
oficio de ensinar Física para o nível secundário.Cabia-me
o ensino deste fascinantemundo
do
conhecimentohumano. Realmente
fascinante. Explicava as coresdo
céu ao entardecer, por que certos insetosconseguem
caminhar sobre a água,como
seforma
o arco-íris nas gotículas de chuva,como
osom
damúsica que
é tocadaem
um
gravador chega a nossos ouvidos.Enfim,
um
sem número
de coisas relacionadascom
omundo
natural ecom
omundo
tecnológico envolvidosem
nossas vidas.Após
quase dois anos de trabalhocom
alfabetização de adultos, estréiocomo
professora de Físicanuma
escola secundária notuma. Salas cheias de trabalhadores assalariados cansados de sua jornada diária. Rostoscomprimidos
pelo sono e pelodesânimo
frente ao fiacasso escolar,
desânimo
frente às coisas ditas para elesou
escritasnum
quadro, fonte de dados aserem
anotados ememorizados
até o dia da prova.Que
fazer diante desta realidade? a resposta individual imediatadada
pelos professores seresume
em
"explicar tudo direitinho”, "devagar”, "fazer bastante exercícios", “resolvê-losno
quadro","quem
sabemandar
ir até o quadro...". "Laboratórios?Ah!
Não?
A
escolanão
tem
espaço para laboratório. Sabecomo
é, escola pública...".Porém,
em
algumas escolas encontramos laboratórios razoavelmente equipados.Mas
o que são nossos laboratórios de ensino?Não
são para pesquisa.Nenhuma
pesquisa se fazcom
roteiro pronto de fatos a observar e contas a fazer.Tampouco
são de fato para o ensino deFísica, pois o que os estudantes
aprendem?
A
obedecer rotinas e repetir procedimentoscarentes de sentido para obtenção de
números
carentes de significados.Na
medida
em
que os equipamentos de laboratório são pensados especificamente para demonstrar os princípios físicos, o resultado da experiência é determinado.Funcionando
assimcomo
corroboradoresda
verdade enunca
como
fonte de descobertas.A
autoridade de saberdo
professor fica, então, justificada.provoca o afastamento das pessoas.
Os
estudantes nãotem
familiaridadecom
os equipamentos e esta vai sendo construídacom
realizações de experiências que,no
entanto,tomam
familiar o equipamentomas
não ofenômeno
como
um
todo.Ao
serviremcomo
meros confirmadores
da "teoria", a serventia dos equipamentos delaboratório é a da
comprovação do modelo
teórico enão
o de recuperar "(...) o sentidodo
saber
como
uma
buscapermanente
” nas palavras de Paulo Freire(FREIRE,
1979252). Assim, o conhecimento justifica-se pelo conhecimento, que pairano
ar (ouno
quadro negro)como
produto de mentes prodigiosas e enquanto verdade, provada e comprovada, à qual a maiorianão
pode
ter acesso, por sua "própria incapacidade".Acrescente-se a isto a dicotomia entre aulas "teóricas" e aulas "práticas" e
temos
como
resultado,
além do
afastamento,uma
visão mítica e dogmática da Ciência. Esta é concebidacomo
fruto de pessoas especiais: gênios!O
sentimento geradono
estudante é a convicção de sua mediocridade intelectual e criativa, resultandonuma
admiração mitificante paracom
osnomes
da Ciência.Como
senão
bastasse isso, o aspecto estético geral das escolas é dos mais deprimentes.O
prédio escolartem
pouquíssima conservação. Pinturas irreconhecíveis de tão velhas. Carteiras quebradas. Iluminação insuficiente.O
aspecto é de abandono.É
um
abandono
só:do
prédio e dos sereshumanos
que ali estao.Talvez a convicção de alguns professores de que
um
pouco
de conhecimento a respeitodo
mundo
ajude os estudantes a entenderem sua situaçãono mtmdo, ou
simplesmente pela necessidade de cumprir sua função de professor, fazcom
que, diariamente, a sala dos mestres assista ao desfile dos detentoresdo
saber de nossa sociedade. Figuras importantes!Só
perdem
mesmo
para os cientistas - os verdadeiros produtores dos conhecimentos que, tãodisciplinadamente, serão repassados aos alunos.
Esta situação repete-se ano-após-ano-após-ano,
nmna
agonia interminável. Insana e insanável.Sempre moribunda
mas
sempre viva.As
aulas são quase impossíveis - se estamos pensandoem
qualidade.Alunos
com
-
"Que
é isso, professora?"Resolver equações que exijam divisão
com
casas decimais lhes parece absurdo. Oraçõessem
sujeito.Quem
precisa de concordância verbal?É
o professorquem
sabe!É
o
professorquem
pensa, logo é o professorquem
fala por eles: "a senhora sabe o que querodizer ".
Não
porquenão
tenham
oque
dizer,mas
porqueuma
coisa é o quetêm
a dizer e outrao que lhes é exigido dizer - os jargões científicos. Pasteurizadas pílulas de "conhecimento"
em
forma de fórmulas indegustáveis-intraduzíveis. Frases
sem
reisnem
majestade, apenas palavras rigidamente agrupadas descrevendo ocomportamento do mundo. São
suas LEIS: a cada ação correspondeuma
reação de igualmódulo
e direção,mas
de sentido contrário. Por que essa leinão
vale para a avaliação? Por que a avaliaçãodo
professor feita pelos alunosnão
tem
efeito? Falhas da natureza?Sim,
mas
não
da naturezado
mundo
fisico,mas
do
mundo
pedagógico.É
a educação bancária que se caracteriza por:"a)
O
educador é o que educa; os educandos, osque
são educados;b)
O
educador é oque
sabe; os educandos, osque
não sabem;
c)
O
educador é 0que
pensa; os educandos, os pensados,'d)
O
educador é o que diz a palavra; os educandos, osque
a
escutam docilmente;e)
O
educador é o que disciplina; os educandos, os disciplínados;j)
O
educador é oque
opta e prescreve sua opção; os educandos,os
que
seguem a
prescrição;g)
O
educador é oque
atua; os educandos, osque
têma
ilusão deque atuam,
na
atuaçãodo
educador;h)
O
educador escolhe o conteúdo programático; os educandos,jamais
ouvidos nesta escolha, seacomodam
a
ele;i)
O
educador identifica a autoridadedo
sabercom
a
autoridadefuncional, que
opõe
antagonicamenteà
liberdade dosO
professor representa a autoridade de conhecimento e demando.
Ao
estudante cabeseguir a rotina, submeter-se à autoridade
na
realização eno
julgamentoquando do
recebimentoda
nota.O
estudante recebe o formulário eum
roteiro que indicacomo
executar tarefas determinadas, colher dados e responder aum
questionário. Ora, subjacante à realização destasn n f ^ ' \ ~
etapas esta a obediencia dos estudantes as
normas
estabelecidas previamente, nas quaisnao
tiveram participação enão
têm
como
questioná-lasou
mesmo
causar qualquer alteração.A
submissão. Eis o maior aprendizado que os estudantes tiramda
maneiracomo
as aulas "teóricas" e as "práticas" são concebidas e encaminhadas.O
aprendizado da submissão acontece mediante o recebimento de ordens a cumprir, sendo que a seqüência e relevância das questões são determinadas pela autoridade.Com
a obediência às rotinasvemos
omero
"fazer" substituir o "saber fazer". Estemero
fazer implica/pressupõe que a certas pessoasnão
é necessário sabernem
criar. Estastarefas são típicas das pessoas "inteligentes", dos "lideres", dos
"bem
sucedidos".A
escola, dafonna
como
atua,toma
"normal", portanto aceitável, que haja aqueles aquem
devemos
obediência e veneração, e aqueles a
quem
resta obedecer e venerar.A
visão demundo
resultante desta "aprendizagem" processadana
escola -não
apenasna
escola,mas
na
família, local de trabalho e meios decomunicação
também, difimde
uma
estéticaonde
o senso da harmonia, de equilíbrio, de beleza, de criatividade e de conforto passa pela concepção de mérito, isto é,desfiutam do
conforto edo
belo aqueles quemerecem.
O
merecimento
énegado
pelas práticas hierárquicas, autoritárias, dogmáticas, repressoras e disciplinadoras da escola, as quaiscondenam
ao insucesso, portanto ao desmerecimento, a maioria dos alunos.Este
problema
nos é postocomo
educadores queatuam na
área cientifica e tecnológica(em
verdade, diz respeito a todos os educadores).Com
cada tecnologia inventada surgeuma
nova
estética eum
novo
padrão deconsumo
e estesacabam
por invadir o dia-a-dia das pessoas. Esta estética se manifestaem
padrões de comportamento, assumidosou
assimilados, eem
manifestações da sensibilidade relacionadacom
a concepção demundo
e de vida queenvolvem
o fazer, o saber e o criar.Com
o' distanciamento dos "cidadãoscomuns"
ao saberfazer destas tecnologias é gerada
uma
dependência cuja mutilaçãoda
criatividade eimpedimento
da auto-detemrinação são fatores facilmente identificáveis. Istopode
serobservado nos consumidores de vídeo-cassetes,
máquinas
fotográficas efomos
de micro- ondas, paranão
nos determosem
muitos exemplos.O
saber fazer a queme
refiro aquinão
significa o saber construir esses equipamentos,o que seria
uma
proposição descabida.O
saber fazer referido aqui é Luna perdado
medo
detentar, de buscar entender, de buscar o controle desta tecnologia
no
sentido de pô-la a seuserviço,
motivo
pelo qual ela foi adquirida, pô-la a serviço da criatividade servindo de instrumento enão
defim
em
simesma,
da recuperação da auto estima eda
autoimagem
daspessoas
como
seres capazes de fazerem, de criarem, principalmente, de querer fazer/criar.Assim, adquirir
um
vídeo-cassetecom
um
programa
que permitaque
o usuário grave programas, os quais deseja assistir enão pode
naquelemomento,
passa a ser algo que faz parte realmentedo
seu cotidiano,não
como
"status" de ter adquirido o aparelho "maismodemo"
mas
de ter adquirido aquele que atende às suas necessidades.Ao
invés deuma
pessoa solicitarno
balcão“uma
máquina
fotográfica que opere sozinha", que adquirauma
que pennita tirar suas fotos preferidas, aquelas que leve à satisfação da obtenção deimagens
quelhe agrade aos olhos.
Enfim,
éum
saber fazer que gera auto-confiança,que
gera a segurança deque
todas as pessoaspodem
entender aquilo de que necessitam equerem
entenderdo
mundo
que as rodeia epossam
nele realizar seus desejos.~
É
destaforma
que secompreende
neste trabalho a desmistificaçao da ciência: que o entendimento dos princípios tecnológicos que possibilitam o funcionamento de run artefato tecnológico possibilite o seumelhor
uso, que possibilite a resolução de problemas cotidianos,II) Q\
que
possibilite a realização dos desejos das pessoas. Esse entendimento, acredito, é possívelquando
se vivenciaum
processo de construçãodo
conhecimento,ou
seja, se aprende “fazendo coisas”.O
aprender fazendo mantém/recupera/inauguraum
espaço para criar, para omomento
onde
as pessoas envolvidas realizam a síntese da cultura que asinformam
e setomam
autoras, geradoras de sua própria identidade na relação inter-pessoal de troca, de significaçãomútua
através de
uma
linguagemcomum,
cujo entendimento é geradono
trabalho efetivadoem
conjunto.possível.
É
saber dos princípios científicos que o infonnaram, dos pressupostos ideológicosque
o propuseram,da
intenção política que o veiculara, da necessidadeque
otomara
bem
deconsumo.
A
partirdo não
uso edo não
acesso, entender qual a essência da sociedadeem
quese vive.
Uma
das principais conseqüências desta essência é a perda da sensibilidade.Fomos
tomados
seres insensíveis para poder suportar nossa sensação de impotência. "Carandirú" e "Candelária"tomaram-se
símbolos dos nossos desejos mais íntimos de vingança contra a violentação diária das nossas almas atormentadas pela faltado
responsável,do
culpado.Matamos
o primeiro que estiver ao alcance de nossas mãos, via de regra outro miserávelcomo
nós.Vemos
perder-seno
horizontedo
poente o sentidoda
palavra solidariedade.Vemos
erguer-seno
horizontedo
nascente, ao invésdo
Sol, a brutalidade.Como
falarem
sensibilidade,em
criatividade?Está absurdamente dificil viabilizar
em
sala de aulauma
prática pedagógica cuja veia,ou
melhor, cuja artéria seja o respeito à outra pessoanum
momento
onde
as singularidades seperdem
em
massasanônimas
e amorfas.Massas
de desempregados,massas
de analfabetos,massas de abandonados, massas assassinadas, massas trancadas
em
salas de aulas.A
quebrado
imobilismo petrificado que o cientificismo nos legoucomo
mortalha éexatamente a recuperação daquilo que ele exilou - apenas
do
discurso, e nós exilamos daprática -
da
práticado
discurso referido à prática -O
sentimento! Pois aemoção,
a paixão, aafetividade e a sensibilidade estão sendo execradas, esquecidas, ignoradas, reprimidas,
mas
nunca foram
nem
serão suprimidas ao serhumano.
Uma
concepçao de educação na qual o princípio é a arte de aprender fazendo,a
recuperação da poieses é a devolução da paixão aos "cidadãos comuns", hoje somente permitidas aos “artistas” cuja arte éuma
atividade instituída e reconhecidacomo
tal pela esferado
discurso competente - o discurso sobre objetos artísticos, dos críticos de arte, dosatores, dos escultores, pintores, cantores, cineastas.
A
artecomo
transformaçãoda
matérianestes casos
ou
se refere à matéria bruta transformadaem
"objetosem
utilidade prática" - apeça”
ou domínio
da expressão, seja ela escrita, oral, corporalou
daimagem,
mas
nunca
como
transformaçãodo
próprio dia-a-dia, damassa
de trigotomada
pão,do
choroda
criançatomado
riso,do
carretel de linhatomado
brinquedo, da lata vaziatomada
câmara
fotográfica.Todos
estes são atos da paixãohumana,
paixão pelo alimento, paixão pelo ser, paixão pelobrincar, paixão pelo ensinar, paixão pelo saber.
Herbert
Read
nos forneceuma
conceituação maisampla
de expressão quecomporta
todas as dimensões citadas anteriormente."A arte é
uma
atividade primária que seocupa
de darexpressão a nossos sentimentos e intuições. Neste
contexto, entendemos
por
“expressão"uma
forma
fisicaque
podemos
perceber e apreenderA
arte é a linguagem elementarda
comunicação, articulando 0fluxo sem forma
da
experiência sensível ".(READ,
I986:100)Na
mesma
página,Read
continua, citando Croce, que: "as obras de arte são paixões aque se dá
forma
expressiva”.Esta paixão precisa ser devolvida aos brutalizados pela desesperança nossa de cada
dia, inflacionada pelo descaso e pelo desrespeito,
com
os quais os educadores precisam deixarde colaborar
com
seuspequenos
atos de tirania, seja da arrogância de se julgar "o que sabe" seja da inocência da convicçao de que "eles nãosabem
o que émelhor
para eles".Esta postura de "donos
do
saber" ou, dizendo de outra maneira, de nos considerarmos, enquanto professores, já acabadosem
nosso processo de formação - desaparecendo assim aprópria
noção
de processo - de nos considerarmos já educados, é a base de toda dificuldade dedesenvolver
uma
prática pedagógica que proporcione aos altmos situações nas quaispossam
se desenvolver
como
pessoas criativas, criticas, artísticas,ou
sejacom
senso estético. Eis aforça da defesa da educação pela arte de Herbert Read.
Toda
tentativa demudanças
sociais efetivas através de métodos educacionais está sujeita auma
dificuldadequase insuperável: o fato de que nós, a maioria adulta
da
comunidade, já nos consideramos educados.
Somente
em
casos raros temos disposição
para
nos submeter aum
processo de reeducação.No
entanto,mesmo
existindorealmente esta vontade, subsistem fatores psicológicos,
modos
arraigados de responder,ou
ocorre, mais provavelmente, a petrificação dos próprios órgãosresponsivos, que
devem
ser atingidoscom
medidas especiais, técnicas especiais de ensino.Sao
esses os fatores inerentes à palavra 'adulto '.”(READ,
1986. 100)pesquisa/vivência
com
adultos trabalhadores queestudam no
períodonotumo.
Poiscomo
nosdiz
READ
(1980: 99):“Além
dos níveis gerenciais e burocráticos, existe todauma
plebe constituída de trabalhadoresnão
qualificados quenunca
tiveram a oportunidade de produzir algo detangível estão
ocupados
em
carregar coisas, recolher refugos e geralmenteatuam
como
intermediários entre os queproduzem
e os queconsomem.
Esse proletariado amorfo, que aautomação
irá tornar redundante, deveria ser nossa maiorpreocupação
em
qualquer revisãodo
conceito de educação de adultos, edevemos
ter issosempre
em
mente enquantoformos
desenvolvendo nossadiscussão.
Não
podemos
evitar aquele que éum
dosproblemas
centrais de nossa civilização e talvez a fonte primeira de sua fraqueza cultural:a
alienação de pelomenos metade da comunidade
em
relação a qualquer habilidade prática, a atividades concretamente formativas de qualquer tipo."A
contribuição possíveldo
trabalho desenvolvidoem
sala de aula para a transformação deste quadro passa pela recuperação das autorias.A
transformação e'um
ato deautoria.
A
autoria éum
processo de síntese que o ser realiza sobre o materialno
qual opera.Transformar é papel da arte.
Cada
um
é artista naquilo que faz.O
aprender fazendo de que falo neste relato/reflexão buscauma
autoriano
sentidocolocado por
PEY
(1988:33):“O
diálogo determinauma
exploração situadado
objetode estudo,
sem
rejeitar as categorias abstratas que melhor instrumentalizam este objeto. àmedida
que se vão construindo,no
processo, as condições quepermitem
que o estudante sejabom
intérprete e autor deum
conhecimento que,por
ser situadamente interpretado, o colocaem
condições de recriar,não
original,mas
autorna
reelaboração"_A
recuperaçãoda
sensibilidadeno
ensino passa pelo desenvolvimento das autorias eem
perceber a arteno
edo
ato de ensinar.Museus.
De
onde
vêm?
Os
museus fazem
parte da organização da culturaem
nossa sociedade. Coletam, selecionam, preservam eexpõem
peças relacionadas aos fatos considerados históricosou
peças de produções artísticas. Estes são,
em
geral, tidoscomo
lugares frios, estáticos,onde
sedeve andar devagar, falar baixo e apenas olhar, jamais tocar e, via de regra,
mostram
peçasdescontextualizadas
do
ambiente de sua produção e/ou utilização.Esta face dos
museus
se deve à sua formação históricacomo
instituição.Sua
origemremonta às épocas muito antigas
quando
objetos saqueados deuma
cidade que perdiauma
guerraeram
exibidoscomo
troféus.Os
grandes conquistadoressempre
traziam consigouma
coleção de grandevolume
de plantas omamentais, animais e obras de arte. AlexandreMagno
é
um
conhecido colecionador."Durante 0 Renascimento,
com
a expansãodo
mundo
ocidental e
com
o desenvolvimento das ciências edo
conhecimento, as coleções tendiam a proliferar e adiversificar. Junto
a
grandes obras de arte(especialmente
romanas
e gregas)aparecem
também
aves, répteis, animais embalsamados, minerais, conchasexóticas, cornos de unicórnios, objetos etnográficos de
polvos
recém
descobertos, etc. "(GOLDSCHMIED,
1986:9)
No
finaldo
séc.XVIII
e princípiosdo
Séc.XIX,
um
público muito seleto podia visitarcoleções de casas reais européias e de grandes viajantes,
mas
somenteno
fmaldo
séc.XIX
nascem
os primeirosmuseus
públicos.“(...) seja
por
aquisições que realizamalgumas
famíliasde suas coleções privadas,
em
geralcomo
maneira deimortalizar o
sobrenome ou
bem
por
queuma
coleção privada decide converter-seem
pública e se abre aquem
quiser entrar e olhar, exemplo disto são as casasmuseus
particulares.
O
museu, antes de ser público. foi domínio privado exclusivo deum
proprietário particular, deuma
universidade de,uma
igrejaou
outra instituiçãoO
museu
1
não
se havia criadonem
se havia organizadopensando na
possibilidade de que o utilizaria, deum
ou
de outro modo,um
público numeroso; foiuma
instituição destinadaa
círculos muito reduzidos de iniciados "
(GOLDSCHMIED,
1986: 10)Segundo
este autor,foram
os acontecimentos dos anos cinquenta e sessenta,como
a libertação de alguns países africanos, o triunfo daRevolução Cubana
e a teoria dadependência
como
modelo
de interpretação da realidade social (aquiGoldschmied
se refere aSUBERCASSEAUZ,
1986), quemodificaram
o papel dos museus:"Todas estas situações
vem
provocando
uma
mudança
de atitude nos países centraisque
exerciam o dominio colonial e quenão
estavam dispostosa
perder o controledo poder econômico
- político e ideológico - cultural. (..)Os
centros depoder
tem necessitado readequar as politicas culturais de acordo às novas circunstâncias detal maneira a
afiançar
e expandir seu domínio ideológico sobre oex-mundo
colonial, o que tem levadotambém
a
uma
mudança
no
papel dosmuseus
nas novas realidades políticas e sociais. Se incorporamao museu
as funções deeducação, conservação e proteção
do
patrimôniouniversal.
"(GOLDSCHMIED,
1986.' 12-13)O
museu
moderno
se constitui, então,como uma
instituição decomunicaçao
de massas,com
caráter educativo e de difusão cultural, desenvolvendo estafimção
em
locais adequados, nos quaisexibem
à população objetos selecionados. Esta seleção, retirando o objeto (a peça)do
seu contato de produção/ação, expropria o significado, difundindoum
padrão deUm
Novo
Paradigma
em
Museu:
o
Exploratorium
um
pouco
de sua
história
e
filosofia
"Considero nossa audiência
como
contemplaruma
árvore. Todos os Museus de Ciências descrevem-se
como
interativos, envolventes e "hand's on",
com
módulos
em
exposição. Mas, elesconfundem
as implicações dos termos que usam.Uma
árvorenão
tem botões de empurrar, manivelas, partes manipuláveis;mas
existem muitas maneiras de interagircom
ela.Alguém
pode olha-la, deitar-se embaixo dela, subir nela e senti-la.Alguém
pode observarum
broto defolha desdobrar-se, amadurecer do verde profundo ao laranjae
vermelho, até cair.
Alguém
pode estudar a casca, amudança
de camadas, os cabelos da raiz, extrair seiva, aprender sobrefotossíntese. Alguém pode ouvir 0 farfalhar e observar 0
balanço ao vento.
Alguém
pode desenhar ou fotografar aárvore, cavar iniciais nela, pó-la abaixo ou, deixando-a
em
pé, observar
a
luzdo
Sol difiatar-seao
redor das bordas das folhas.Alguém pode
atémesmo
aprender seunome"
(FrankOppenheimer)
Durante o ano
em
que trabalhouem
Londres,em
1965, FrankOppenheimer
explorou e estudouMuseus
Europeus
e convenceu-se de quemuseus
de ciênciaeram
vitalmente necessários para o públicoem
geral,como
um
suplemento paraum
currículoem
ciênciasem
todos os níveis.
Ao
retomar aos Estados Unidos, ele foi convidado para fazer o planejamento paraum
novo
departamento do Instituto Smithsonian (Washington, D.C.)mas
ele preferiu trabalhar naquilo que elechamava
"ProjetoSan
Francisco".Em
1986, o Palácio de Artes Finas deSan
Francisco, o último remanescente da Exposição Internacional Panamá-Pacífico,era
novamente
restaurado. Esta exposiçãocomemorava
a aberturado
Canaldo Panamá,
em
1915, e
também
a sobrevivência da cidade deSan
Francisco ao terremoto de 1906.O
Palácio, obrado
arquitetoBemert
R.Maybeck
quecombina
arquiteturaem
estiloromano
eomamentação
grega, abriga hoje oEXPLORATORIUM,
proposto por Frank Oppenheimer.Em
1969, abre suas portas ao público para mostrarmódulos
emprestados àNASA2.
O
Ex
P loratorium éum
museu
interativo "hands on" e"mind
on" .ue ex õe aopúblico
aproximadamente 700 módulos
interativos envolvendo ciência, arte e percepção2
Tradução e composição livre de trechos da edição especial The Exploratorium, Março 1985, especialmente dedicada a Frank Oppenheimer e Palace of Fine Arts, a brief history, publicação especial do Exploratorium.
humana.
Tem
como
fmalidade oferecer ao públicoum
lugar agradável,sem
regras, espaçoso e cheio de possibilidades de pesquisa, estudo e diversão,onde
a pessoaempreende
o seu próprio caminho."No
Exploratorium,não há
um
lugar corretopara
começar ou
terminar. Visitantes são encorajados a indagar,a
encontrar coisas por si mesmos.A
pessoapode
caminhar no
seu próprio passo e/ou permanecer tanto tempo quanto queira investigandouma
idéia".(DUESHVG,
1987).Frank
Oppenheimer
não acreditavaem
regras arbitrárias. Se criançasquerem
correr atoda velocidade pelo chão
do
museu, por que não deixá-las correrem? dizia. (The Exploratorium, 1985).As
expressões “hands on" e"mind
on" são expressões para designar o caráter participativo,ou
interativo, deste museu."Geralmente, participação ativa significa o processo de
permitir ao visitante mudar, explorar alguma das
características
do
fenômeno
exibido. Visitantes tornam-se envolvidosna percepção
visual demódulos no
Exploratorium atravésdo
uso de simesmos como
agentespara
a mudança.Observam alguma
coisa diferen- temente,fecham
um
olho.mudam
o ponto de vista,comparam
suapercepção
com
a
dos amigos.Exploram
alguma
coisapor
si mesmos, formulam, suas próprias questões e frequentemente tiram suas próprias conclusões sobre ofenômeno
que omódulo
apresenta. ”(DUESING,
1987)A
equipe,ou
pessoa, ao conceberum
módulo
interativo, está primeiramentepreocupada
em
que a pessoa, ao interagircom
omesmo,
não se vejacom
alguém
menos
inteligente
ou
menos
capaz.Seu
público são adultos e crianças, escolarizadosou
não, letradosou
não. Assim, são concebidosmódulos
com
os quais a pessoa se intrigue, se sinta desafiadaeao se fazer perguntas esteja fazendo-as a partir de Luna situação que esteja vivenciando.
Conforme
for conseguindo as respostas, seja por observação direta, seja pela leitura das explicações expostasno
folheto intitulado "W`hat's going on?" (o que está acontecendo?)"O
Exploratorium introduz as pessoas a ciência peloexame
do
que vemos, ouvimos, sentimos.A
percepção
é a basepara
0 quecada
um
de nós retirado
mundo
ecomo
interpreta isto - querfaçamos
diretamentecom
nossosolhos
ou
desenvolvamos ferramentas auxiliares, taiscomo
microscópios
ou
aceleradores de partículas, arte, poesiaou
literatura.” (Oppertheimer, inTHE
EXPLORATORIUM,
1985).Frank Oppenheimer, ao conceber o Exploratorium
como
um
museu
interativo,pretendia retirar o elemento estático típico dos
museus
históricosou
de ciências.Não
apenas osmódulos
são concebidos para serem tocados, manipulados, permitirem a ação da pessoa, exigiremuma
tomada
de decisão e execução dealgum
ato,mas
também
que o próprioprocesso de construção e
manutenção
deum
módulo
possa seracompanhado
Por esta razão, a oficinado
Exploratorium e as pessoas que nela estão trabalhando estão ao alcance das vistas das pessoas que o visitam.-A
Espaço
Ciencia
Viva
O
Museu
Espaço
CiênciaViva (ECV)
não se pareceem
nadacom
a idéia tradicional demuseu
que conhecemos. Está muito maispróxima
deuma
feiracom
seus ruídos, genteandando
para todos os lados à procura de coisas que lhes interessam, contendo diversos "produtos" para agradar aos mais variados gostos- Seus "produtos"dizem
respeito às ciênciasfísicas, biológicas, matemáticas e de percepção
humana.
Interagecom
a população visitanteatravés de
módulos
experimentais quepodem
ser manipulados, tocados, sacudidos,desmontados
e remontados.E
um
museu
diferenteno
qual encontramos, logo na entrada, oconvite:
"POR
FA
VOR,
MEXA
EM
TUDO!
"Fundado
em
1983, oECV
passa a funcionarem
1986num
terrenocom
galpão cedido por parte daCompanhia
Metropolitano, naAvenida
Heitor Beltrão, Tijuca, Rio de Janeiro.“Imaginemos
um
espaço que lembraum
galpão de fábrica Nele as pessoas encontramuma
corda de50m
esticada,mais adiante violões e cadeiras,
numa
parede
um
enorme
orelhão.Olhando para cima
elasadmiram
a
luz que entrapor
uma
janela e se dispersaem
várias direções e cores,formando
arco-íris mutantesa
passarpor
um
móbíle feitocom
prismas e espelhosMais
adiante,observam
o esqueleto deum
animal que está sendomontado por
um
mutirão de estudantes. "
(EC
V, 1987.' 9)Ainda
que estanão
seja a descrição fiel dosmódulos
que atualmente constamno
galpão
do
ECV,
a atmosfera continua amesma.
Entre os objetivos deste
museu
está colocar a ciência ao alcance da população deuma
maneira concreta, participativa e lúdica. Atividadescomo
experimentações e jogos são desenvolvidas visando aguçar a curiosidade das crianças e despertar o adulto. Oferecer o fazer ciênciacomo
atividade criativa e acessível a qualquer pessoa, possibilita a vivência deuma
situação
onde
a construçãodo
conhecimento éum
processo não mistificado,na medida
em
que o processo de fazer ciência setoma
familiar."O
embriãodo Espaço
Ciência Viva surgiuda
criaçãodo
projeto pioneiro de divulgação "Seis e
Meia
da
Ciência",da SBPC-Rio,
em
1981.A
partir daí o contato estabelecido então, dois anos depois,um
grupo
de pessoas quebuscavam
uma forma
de divulgação de ciências quelevasse as pessoas a experimentação
por
si mesmas, optoupela realização de eventos
em
praça
públicacomo
uma
forma
de atuação"(EC
V, 1987.' 14).A
atuaçãodo
grupo de teatro "Tána Rua"
dá otom
“arte-ciência”, ciência-arte" àsatividades a partir de 1984.
No
entanto, e equipe destemuseu
se pergunta a respeito da pertinência de seu trabalho."Mas
o que ficapara cada
participante, apósum
eventocientifico de
praça? Procuramos
dar às pessoaspossibilidades delas
mesmas
fazerem
ciência e, portanto,de atuarem
como
cientistas durantealgum
tempo. Neste trabalho vivemos constantementeuma
contradiçãoda
divulgação participativa: enquantoqueremos
que as pessoas vivam descobertaspor
elas próprias,somos
nós quefornecemos
o que elaspodem
fazer, e portanto,definimos
até certoponto
o que ébom
para
elas. Estacontradição se resolve
na
práticacom
sensibilidade erespeito.
Ao
mostrarmos,por
exemplo, asmanchas
solares e conversarmos
com
as pessoas sobre elas, avivência é real, o Sol é observado e
não
desenhado. as perguntassurgem
daquela observação direta. Atravésdo
microscópio deixamos quea
criança, o adulto, o jovem queali está, escolher o que quer ver, seja seu cabelo, seu
sangue, o girino que pegou no lago, as células de
uma
folhaou
o pólen dasflores do
canteiro "(EC
V; 1987: 21) - (grifoda autora).
A
sensibilidade e o respeito pelas pessoas, acima sublinhado, são oftmdamento
daprática pedagógica
do
ECV.
O
fato da experimentação ser feitacom
coisas reais, nãodesenhos abstratos
ou
leis a serem decoradas, fazcom
que"...a experimentação abra
caminho para
responderao
desconhecido. "Por
quê?
”,"Não
sei!"Como
desco-no
espaço deuma
aula formal, é muito frequenteno
Espaço
Ciência Viva. "(EC
V, I98
7: 21)Ao
se colocaremna
mesma
linhado
Exploratorium, oECV
desenvolve experimentos (oumódulos)
"... verdadeiramente participativos, nos quais o Qrocesso
de aprendizagem é tão importante quanto o resultado final
O
objetivonão
émemorizar
uma
lista de fatos históricosou
outras minúcias,mas
sentir e experimentar oporque
algo aconteceou
édo
jeito que é. (...)Sua grande
força éque os visitantes
não
aprendem
simplesmente sobrealguma
coisa; elesaprendem porque
eles fazemprovam
algopor
si mesmos. Elesganham
dominio deum
conceito através de sua experiência pessoalcom
omesma" (CLEA
VER, 1988) - (grifo da autora).Esta atitude
do
ECV
possibilita que a pessoa aprendano
seu ritmo. Para poderviabilizar essa intenção, principalmente se notarmos que atende pessoas de todas as idades, especialistas
ou não
escolarizados,desenvolvem
experimentos -ou módulos
- que aopossuírem alcance múltiplo,
envolvam
o lúdico, a possibilidade da descoberta das relações causais e acompreensão
e expansãodo
modelo
teórico.Se o aspecto lúdico garante, por
um
lado, que todospossam
passarmomentos
agradáveis apenas brincandocom
assuntos científicos, por outro lado, nãoimpede
que pessoas que desejem saber o"como"
e o "por que"venham
a obter visão mais globalizante.O
papeldo
monitor se faz essencial aqui."O
monitor éum membro
da
equipe que ficaao
lado deuma montagem
experimentalnão para
demonstra-laao
públicomas
para
estimula-lo a experimentar,mexer
naquilo, orientando-o nas manipulações, colocando perguntas
como
desafios, ajudando-o a descobrir suasrespostas. "
(EC
V
1987.' 29)O
monitor atuano
processo de luta contra a inércia etomada
de iniciativas por parteda pessoa,
como
orientadorquando
o experimento envolver atividades delicadas(como
manipular vidraria e reagentes químicos, por exemplo) e envolver a necessidade deum
sensibilidade são o fundamento, por vezes ocorre a inversão de papéis.
“É
importante notar que neste tipo de debate as posiçõespoderão
se inverter; e o visitante interessadopoderá
irmuito mais
fundo
nos seus questionamentosdo
que 0 sugerido pelo monitor, epassarem
os dois, monitor e visitantea
descobrirem as respostas juntos.Poderá
ocorrertambém
a situaçãoem
que o próprio visitante felizcom
o que descobriu ecom
o próprio processo de descoberta passará a "monitorar" outros visitantes”(ECV, 1987,30)
Os
experimentos participativos estão permanentemente à disposição do público.As
pessoas participam diretamente,mexendo,
experimentando a alteração dealgum
aspecto e verificando o resultado de sua intervenção.Um
exemplo
deste tipo de experimento é omódulo
das “luzes coloridas", consistindoem
uma
sala isolada da luz ambiente e contendo lâmpadas das cores verde, azul e vermelha.A
pessoatem
acesso ao painel de controle epode
testar as mais variadas situações de iluminação, projetando sombras coloridasem
uma
parede branca.Pode
observar o que acontececom
a cor dos objetosquando
iluminados por luzes de diferentes cores.Ao
lado deum
experimento, as pessoas encontramum
breve roteiro eum
monitor.O
roteirocontêm
algumas sugestões de coisas a serem testadas de forma ordenada, instigando ovisitante a encontrar seus questionamentos e suas respostas,
sem
fomecê-las.O
monitor éum
membro
da equipe que participou damontagem
do
experimento efica
ao lado para estimular os visitantesem
situação-problema proposto pelo módulo, para que a pessoa descubracom
a discussão sobre oproblema
e a ação dele próprio sobre o experimento, as relações existentes e hipóteses possíveis.Mesmo
sendo o "herdeiro brasileiro"do
Exploratorium,mantendo
vínculos profissionais estreitoscom
omesmo,
oECV
desenvolveuma
prática pedagógica própria,inspirada na prática educativa de Paulo Freire.
O
que justifica todos os aspectos discutidos anteriormenteno
atendimentodo
público e nacompreensão
de seu ensino-divulgação da"Os
membros
do
Espaço
Ciência Viva aplicam opensamento
dePaulo
Freire. Elesfazem
uma
alfabetização técnica e cienttffica conscientizante. Eles
não
tem.
nada a
demonstrar,nenhum
espetáculoao
qualassistir sentados Ademais, os participantes estão
no
seupróprio terreno, livres
para
a possedo que
é oferecido, ese tornar
por
um
tempo, talvez curto,mas
verdadeiro, autores sujeitos de suas ações, de suas próprias descobertas.A
menina da
favelado
Salgueiro quetomou
posse deum
microscópio e mostroupara
seuscompanheiros os glóbulos sanguíneos correndo nas
artérias, os capilares e as veias
do cauda
deum
girino,conquistou sua capacidade de iniciativa
em
pleno solnum
domingo
depoisdo
meio-dia,no
canto deuma
quadra
de futebolonde
jogavam
osmembros
do grupo
queAlfabetização
Técnica:
o
sentido
do
saber
fazer
"Precisamos de
um
outromodo
de aprendizagem, deum
outromodo
decompreender
omundo,
o das técnicas e oda
vida social estreitamente ligadosum
ao
outro.Precisamos de sair
da
concepção "bancária" deeducação
que se limita aum
ato de depósito deum
conhecimento jáfeito
na
cabeça dos alunos dóceisUm
esboço de alternativa foiformulado por Paulo
Freire, o educadorbrasileiro que dirigiu as
campanhas
de alfabetização e consciencialização social entre oscamponeses do
Nordeste brasileiro antesdo
golpe de1964
Em
vez de considerar aqueles que estãoa
aprendercomo
simples receptores a alimentarcom
um
saber "neutro" e pré- estabelecido, Freire considerava-oscomo
verdadeiros atores que seapoderam do
seu própriomundo
e o julgam.A
sua metodologia tendea
eliminar a recepção passivapar
parte das pessoas,passando
estas, pelo contrário, a descobrir,por
elasmesmas
e,além
disso, atravésda
descoberta, a tomar posse de sua capacidade de descobrir e
a
servir-se delapara
transformar omundo
(ANDERSON
&BAZIN,
198 7: 100)Janeiro de 1973. Maurice Bazin licencia-se
do
seu cargo de professor universitário da Pontificia Universidade Católica doRio
de Janeiro-
PUC/RJ,
ecomeça
a trabalharnuma
fábrica de materiais de instalações de linhas elétricas,no
Chile. Esta fábrica erauma
entre tantas queforam
"tomadas", isto é, os trabalhadoresassumiram
o controle da produção e dadistribuição dos lucros.
O
fato depoderem
tomar as decisõesem
assembléia geral de trabalhadores nãoresolvia,
no
entanto, os problemas de gestão técnica.O
poder das decisões políticas eeconômicas só
tem
efeito se aqueles que controlam a fábricaforem
capazes de entender, avaliar emodificar
o seu funcionamento, não podendo, portanto, esbarrarem
dificuldades técnicas.A
compreensão
desta realidade fezcom
queMaurice
Bazin defendesse o quechama
de Alfabetização Técnica.
"...
um
programa
deformaçao
técnica de base dosoperários que lhes proporcione as' atitudes e as ferramentas intelectuais necessárias
para
julgar, avaliare decidirno
domínio técnico-cientzfico (.)Um
semelhanteesforço de
formação
deve,também
conscientemente, destruir o mitoda
inferioridade intelectual dos trabalhadoresmanuais
que a burguesia tem inculcado,desde
há
séculos,na
cabeça daqueles que explora."(BAZIN, 1977: 100)
Tal formação era
uma
prática desenvolvidacom
os trabalhadoresem
seu local detrabalho, colocando-se junto a eles
na
busca de soluções para os problemas encontradosno
que-fazer diário da produção. Maurice Bazin soube fazerdo
silêncio deum
“técnico estrangeiro", amola
que impulsionou operários a desvendar segredos técnicos incompreensíveis; soubetambém
com
sua fala de "companheiro" sentir o prazer de ouvirum
dos seus colegas dizer-lhe: "... nos outros dias produzimos,mas
hoje,para
lá disso, criamosqualquer coisa
(BAZIN,
l977:108)Aos
pés da Cordilheira dos Andes, a constatação da correspondência entre asdimensões de porcas e as dimensões das chaves fez
com
que medidas inglesas e medidasmétricas, expressas
em
marcas numéricas nas próprias chaves,fossem
desmistificadascomo
números; serviutambém como
momento
de desenvolvimento de auto-confiança,na medida
em
que o ato aparentemente simples da escolha deuma
chave adequada envolve conhecimento matemático quepode
ser aprendido por partedo
seu usuário.Descobrir juntos,
um
reforçar opensamento do
outro, criar coletivamente o que é impossível de se criar de maneira isolada, integrar grupos de pessoascom
tarefas diferentesmas
com mesmos
objetivos, desvelar a relação entre conhecimento e poder, desenvolver aauto-confiança nas pessoas. Eis a liçao
do
trabalho desenvolvidocom
os trabalhadores chilenos.Antes de vivenciar concretamente suas idéias
com
os trabalhadores daquela fábrica chilena,Maurice
Bazin já as havia expostoem
1972,numa
conferência sobre o imperialismona América
Latina. Parte desta conferência está publicadano
livro Ciência e (ln)depende'nciasob a
forma
de artigo, intitulado"O
Cientistacomo
Alfabetizador Técnico "(ANDERSON
&
BAZIN
1977)vez compartilhado
com
outros,pode
darum
certo poder sobre omundo. Podendo
viabilizarassim
uma
prática queabandone
teorias abstratasem
função da construção de atitudes quedesenvolvam
aptidões técnicas e científicas.Usa
o tenno alfabetização inspiradono
trabalho de Paulo Freire, para o qualalfabetizar não é a transmissão pura de
uma
técnica de ler e de escrever,mas
seu sentido é o de que o serhumano
possua emodifique
omundo, comprendendo-o
e exprimindo-se. Alfabetizar é desenvolverum
poder de análise intelectual das pessoas."Eu proponho, então, colocar
em
práticaminha
profundacrença de
que
todas as pessoas são perfeitamente capazes de entender 0mundo
naturalque
nos cerca.Eu
desejo oferecera
todos, maneiras de aprender ciência as quaispermitam
as pessoas sentir, fazendo ciênciapor
elasmesmas, que
podem
ser cientistas,que
podem
dominar
e entender 0mundo
natural e omundo
técnico, quepodem
ser verdadeiramente alfabetizadosem
ciência,no
sentido quePaulo
Freiredá ao
termo ". (BAZIN, 1992)Assim, os cientistas
podem
contribuircom
o desenvolvimento deuma
atitude maiscrítica, mais investigadora, mais apta a buscar a solução de problemas técnicos cotidianos.
Trata-se de
tomar
as pessoas aptas intelectualmente a tomar iniciativas e ter o controle próprio para estarem prontas a decidir sobre suas necessidades de qualquer ordem. Para tanto, é necessário construiruma
prática educativa que destrua os mitos, entre os quais, os ligados à ciência.Não
é levando telescópios à favela para que as pessoas se impressionemcom
o que estão a ver que destruiremos tais mitos.Ainda
que isto signifiqueum
acréscimoem
suasexperiências de vida, ver
fenômenos
sobre os quais nãopossuem
nenhuma
possibilidade deinvestigação, continua gerando/sustentando o sentimento de inferioridade intelectual, pois não
há
vivência dealgum
processo de construção de conhecimento.Ver
a luaem
ponto maior, nestes termos, é amesma
coisa que admirar qualquermáquina
modema
expostanuma
feira detecnologia,
ou
assistiruma
palestra dealgum
"expert"na
TV
ou
num
salão de universidade.Antes disso, aproveitemos o valor educativo das situações vividas pelas pessoas e retiremos delas os conhecimentos científicos.
Compreender
como
ocorrem
as fases da lua através daobservação sistemática
do
céuou
com
um
sistema terra-lua feitocom
bolas de isopor talvezcontribua muito mais para
uma
compreensão do
nossomundo!
"Cada
pessoapode
entender e se apropriar das palavrascientificas
por
que elasforam
escolhidaspor
sereshumanos sem
maisnem
menos
sensocomum
ou poder
de criação que outros seres humanos.Por
isso a perspectiva libertadora afirma, e demonstrana
prática, que o estudodo
mundo
físico estáao
alcance, inclusive linguístico, detodas as pessoas,
Cada
pessoa
é capaz de procederno
seuconstruir cientzfico a partir de suas vivências e de sua
experiência e de questionar
a
natureza. ” (BAZH\Í,' 1986).Nesta perspectiva, alfabetizar tecnicamente estaria muito mais
próximo do
desenvolvimento da capacidade de "mexer", de dominar, de
compreender
aspectos técnicos científicos a partir de problemas e/ou situações concretas,do
que da apreensao abstrata dosprincípios científicos por
meio
dememorização
e adestramento.Um
estudante estaria muito mais apto a empreender suas pesquisas se, ao invés dedecorar fórmulas e
nomes
importantes da história das ciências, aprendesse que oconhecimento é
uma
construçãohumana,
construindo-o, reconstruindo-o. Teria, assim, a necessária auto-confiança para aprender e verificar suas respostas."Deste
modo
contribui-separa
que o estudantedomine
alguns princípios técnicosem
vez de passar a respeitar esses princípiosno
abstrato.Receberá
a catálise inicialpara
aprender mais ainda. mantendo-se ligado á prática esem
se sentir alienado.E
evidente queum
semelhante "ensino" ligado a realidades locaispoderá
parecer correr o risco de ser caótico; de fato, porém,uma
semelhantereação
não passa do
reflexodo
nossocomplexo do quadro
negro euma
campanha
de alfabetização técnicanão
tem razõespara
ser mais caóticado
queuma
campanha
habitual de alfabetização. ” (BAZIN, 1977: 95)
A
educação bancária queMaurice
Bazin quer Verabandonada
é aquelaem
que oaluno:
toma
notas, aprende suas fórmulas, tem que passarno
numa
situação dependente das pessoas que as precederam. (..)Ninguém
faz experiências,ninguém
redescobre
por
simesmo.
Desenha-seum
pêndulono
quadro
negro;nada
oscila de verdade.Os
estudantes têm que acreditarno
que outrosfizeram.
(BAZIN, 1977: 83)Ao
defender a Alfabetização Técnicacomo
a dialogicidadeno
ensino de Física, a entendiacomo
uma
postura pedagógica que "não facilita memorizações de principios cientzficos,mas
possibilita a reflexão sobre as conexões" (Sartori inPEY,
1992: 35). Esta reflexão sobre asconexões permite/possibilita a apropriação
do
"saber relacionado ao que fazer, por quê ecomo
fazer” (Sartori in
PEY,
1992: 35),ou
seja, entender as conexões dos conhecimentos científicos entre si e destescom
os outros saberes, aqueles quepermeiam
a vida, quetecem
sua trama.Entender as conexões significa, inclusive,
compreender
que os conhecimentos científicos sãoapenas
um
dosfios
dessa trama,nem
maisnem
menos
importante que osfios
de outros saberes.A
dialogicidade pressupõe quebra da hierarquia entre educador e educando, a Alfabetização Técnica, enquanto prática da dialogicidade, refere-se ao que-fazerdo
professor, enquanto profissional que atuano
espaço escolar.E
aqui escolar se contrapõe a educativo.A
Alfabetização Técnica não se refere somente auma
maneira de possibilitar a interação estudante-conhecimento,mas
refere-setambém
à interação entre o profissionaldo
ensino e seu trabalho. Para Maurice Bazin, e seus companheiros de fábrica, os problemas diziam respeito á produção de bens materiais. Para o professor, trata-se da produção de bens morais, de pessoas e seus valores, acarretando problemas tão concretos quanto os da fábrica.Se, para
Maurice
Bazin, tratava-se de não deixar problemas técnicos nasmãos
deespecialistas, para o professor trata-se de não deixar "técnicos
em
educação"ou
"técnicosno
conhecimento" - os cientistas,
ou
semelhantes, decidir sobre aspectos de sua prática.E
a re-apropriação
do
fazerdo
professor pelo professor.O
pensar, o julgar, o avaliar, o decidir efetivamente relacionado ao fazerdo
professor lhe devolve o saber poder referente ao seu saber fazer, Saber fazer está relacionado ao estabelecimento de estratégias quebusquem
a possibilidadedo
ato educativo resistente ao ato escolar.Que
reconheça nos limites da escola, os limites à educação e crie,com
sua prática, pequenos espaços. Espaços de respiração muitomais que qualidade escolar, de manifestações, ainda que pequenas,
do
desejo de saber das pessoas envolvidas.Enfim,
um
saber fazer que não confunda educaçãocom
escolarização,Uma
Reflexão
sobre
as Práticas
Pedagógicas
dos
Museus
Interativos
A
reflexão sobre as práticas pedagógicas dosMuseus
Interativos Exploratorium eEspaço Ciência Viva (ECV) coloca
em
foco,num
primeiromovimento,
a prática da sala de aula.Tentarei, então, caracterizá-la rapidamente.
O
segundomovimento
é a explicitaçãodo
que foi captado pelaminha
percepção nos diversos contatos que tivecom
oECV,
ao longo destes quatro últimos anos edo
estágio que vivencieino
Exploratorium,em
agosto/setembro de 1992,quando
oNúcleo
de Alfabetização Técnica(NAT/CED/UFSC)
me
proporcionou a oportunidade de frequentar o curso de verão (Teacher Institute) que estemuseu
oferece aos professores das redes de ensino primária e secundária americanas.O
foco deuma
demonstração expositiva estariaem
conceitos eem
leis físicas,possuindo
uma
estrutura de pré-requisitosbem
determinada e cuja direçãodo
processo estariacentrada
no
professor.O
caráter demonstrativo é o de essencialmente ilustrar conceitosfisicos. Para poder captar a atuação de todo o grupo, frequentemente o professor necessita de
apelos espetaculares e divertidos, sendo a sua atividade contraposta a dos estudantes.
Em
relação às aulas de laboratório, o foco estariano
processo experimental-
habilidades de medição, técnicas experimentais e validação de leis já conhecidas.
A
experiência pessoal é ignorada, nãohá
atração nos equipamentos e o roteiro dita as atividadesque
devem
ser seguidas pelo estudante.A
esta maneira de colocar o estudanteem
contatocom
o conhecimento científico, o Exploratorium contrapõe osmódulos
interativos. Estestêm
como
foco não conceitos e leismas
fenômenos.A
interação se dá mediante a possibilidade de manipulaçãoou
alteração porparte da pessoa, a qual passa a ser agente, decidindo o que fazer, que questões levantar e
como
respondê-las.O
módulo
é construído de maneira tal quenao há
pré-requisitos. Qualquerpessoa