cENTRo
DE
c|ÊNc|As
DA SAÚDE
cuRso
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
AMAMENTAÇAO:
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UFSC ENF 0235 amen ação o me ho co neço ccsM
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TCC CB cc M ..- C/_ LL _*-' " EXU 'FLORIANÓPOLIS,
DEZEMBRO
DE
1994
CCSM TCC UFSC ENF 0235 E_ v¬ ><CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EiiíiENFERMAGEM-
AMAMENTAÇÃO:
o MELHOR
coMEÇo
PARA
A
v|DA
Trabalho
de Conclusão de Curso
apresentado
a Universidade Fede-
ral
de Santa
Catarina, Disciplina
En
magem
Assistencial Aplicada,
Flo-rianópolis
-SC
Autoras:
Janaina
Gonçalves
Margarida
FidélisMirela
Márcia
de
Azevedo
Nádia
Farias
Simon
Orientadora:
Evanguelia Kotzias Atherino
dos
Santos
Supervisoras: Eleusa
Ferreirade
Souza
Leal
Odete
Back
'À
Deus que
estásempre
presente, nos transmitindo força e sabedoria durante anossa caminhada, iluminando nossos caminhos e
amenizando
nossasdificuldades.~-.
Ao
binômiomãe
e filho pelacompreensão
e paciência para conosco, poissem
os quaisnão
teria sido possível a realização deste trabalho.À
orientadora Evanguelia Kotzias Atherino dos Santos pelo incentivo, apoio e porter assumido o compromisso de nos
acompanhar
na realização deste trabalho.,Às
supervisoras Eleusa F. deSouza
,Leal, Odete Back, Rita de Cássia Heinzen de Almeida Coelho pela liberdade e confiança depositadaem
nós durante o período deestágio.
À
Maternidade Carmela Dutra,em
especial às funcionárias do Posto I,Ambulatório, Berçário de Risco Normal e
Banco
de LeiteHumano
e CIAM..Aos
nossos queridos Pais:João
e Libera Gonçalves, Antônio e Maria Elza de Azevedo, José (ln memorian), e Juraci Fidélis, Danilo e Sonia Farias, pela nossaexistência e pelos ensinamentos
que
nosderam
a grande oportunidade depodermos
estar encerrando mais
uma
etapa importante de nossas vidas.1 -
|NTRoDuÇÃo
... .. 2 -oBJET|vos
... .. 3 -REVISÃO
DE
LITERATURA
... .. 3.1 - Puerpério ... _. 3.2 -Recém-Nascido
... .. 3.3 - Aleitamento Materno ... _. 4 -REFERENCIAL TEÓRICO
... _. 4.1 - Pressupostos da teoria ... ._ 4.2 - Pressupostos pessoais ... ._ 4.3 - Conceitos ... ._ 4.4 - Processo deEnfermagem
... .. 5 -METODOLOGIA
... ..97 5.1 - Local de estágio ... ._ 5.2 - População Alvo ... .. 5.3 - Plano de ação ... .. 5.4 -Cronograma
... .. 6 -RESULTADOS
... ._6.1 - Descrevendo o perfil das mulheres assistidas ... ..
6.2 - Relatando depoimento das pacientes sobre
amamentação
... ..6.3 - Descrição
do
processo deenfermagem
baseado no instrumento de7 -
coNs|DERAÇÓEs
F|NAis ... .. 1477.1 - Facilidades encontradas ... ._ 148
7.2 - Dificuldades encontradas ... .. 148
7.3 - Sugestões para a instituição ... .. 148
8 -
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... .. 150Este estudo consiste na implementação de
um
marco conceitualem um
processode
enfermagem
fundamentados na Teoria do Auto Cuidado de DorotheaOrem
eadaptado por Santos (1991), tendo
como
foco central o binômio mãe/filho. Para colocarem
prática este marco, foi utilizado a metodologia do processo deenfermagem
fundamentado
na Teoria de Orem, que divide-seem
três etapas: diagnóstico eprescrição (levantamento de dados); projeção e planejamento de sistemas de assistência
de
enfermagem
e provisão (controle da assistência).A
metodologia utilizada foi desenvolvidacom
60lpuérperas no período de 31 deagosto a
28
denovembro
de 1994, naMatemidade
Carmela Dutra,em
Florianópolis.assistência
de enfermagem
foi planejada e desenvolvida a partir dos déficits decompetência para o autocuidado identificados nas gestantes e puérperas de acordo
com
o marco conceitual.No
término deste trabalho as autoras consideramque
o marcoconceitual, propiciou a participação destas mulheres no desenvolvimento do
The
study deals with the development and implentation of a conceptual frameworkto a nursing process, having as its groudwork Dorothea Orem's Self-care Theory, such as
adapted by Santos (1991), and having as its central focus the mother/chil binomial.
To
give this framework a practical connotationa, the Nursing Process Methodology
was
utilized, founded also on Orem's theory, and divided into three stages: Diagnostic and
Prescription (data survey); extension
and
planning of the nursing assistance system; andprovision (assistance control). Assistance methodology
was
develloped havinh assubjects
60
puerperal mothers, from August 31 toNovember
28, 1994, at the CarmelaDutra maternity hospital, in the city of Florianópolis. Nursing assistance
was
planned and developed from a starting point of self-care deficits identified as existing next to expectantand puerperas within the guiding lines of the conceptual framework. ln closing their work, the authors believed the conceptual framework to have favored the participation of the studied
womem
in self-care and also in caring for their newborn children, rendering theseNos
últimosanos
muitos estudos realizadosem
várias partesdo
mundo
têm
evidenciado a importância e benefícios
do
aleitamento materno,não
só para asaúde
da
criançacomo também
para asaúde da mãe.
Mesmo
assim,inúmeras
pesquisas
têm
revelado índices alarmantesde
desmame
precoce, especialmentenos
paisesde
TerceiroMundo,
devido auma
variedadede
fatores.Em
decorrência disto,
órgãos
como
aOrganização
Mundialde
Saúde (OMS)
eFundo
das
Nações
Unidas
para a Infância(UNICEF)
se uniramna
lutaem
proldo
aleitamento
materno
com
o objetivode
reverter este quadro.Com
base
nisso foi idealizada a Iniciativa HospitalAmigo
da
Criançaque
visa apromoção,
proteçãoe apoio
ao
aleitamento materno. Esta Iniciativa foicompromissada
pelo Brasil na Declaraçãodo
Innocenti (veranexo
01) e elaborada durante o encontro realizado entre formuladoresde
políticasde
Saúde
de governos
ede
agênciasinternacionais
em
1990 na
Itália.A
idéiade
realizarmos onosso
Projetode Conclusão de Curso nessa
áreanasceu no
I° Encontro EstadualSobre
a Iniciativa HospitalAmigo
da
Criançarealizado
em
Florianópolis,em
abrilde
1994
(anexo 02).Em
seguida, aem
prática, entãonos
unimos
à equipe desta, pois jáestavam engajados na
adoção
dos dez passos
para osucesso do
aleitamento materno.O
títulodo
nosso
Projeto é“Amamentaçãoz
o melhorcomeço
para vida”. .Omesmo
foitema
da
semana
Mundialde
Amamentação
de 1994
e foi desenvolvidonas
unidadesde
internação Obstétricaque
funcionam
como
Sistema
Alojamento Conjunto (unidades IV e VIII) e ambulatório, no períodode
31.08.94 à 28.11.94, tendocomo
componentes
asacadêmicas
Janaina Gonçalves, Margarida Fidélis, MirelaMárcia
de
Azevedo
eNádia
Farias Simon,estando sob
orientaçãoda
professorae enfermeira Evanguelia Kotzias Atherino
dos Santos
e Supervisãodas
Enfermeiras Eleuza Ferreira
de
Souza
leal,Odete Back
e Ritade
CássiaHeinzen Almeida Coelho
Escolhemos
esta instituição para realizarmos o presente estudo devidoao
fato
de
já conhecê-la atravésde
estágios realizados anteriormente etambém
por esta estar ativamente
engajada
naadoção
dos
Dez
Passos
para osucesso
do
Aleitamento Materno.'
O
nosso
interesseem
prestar assistência à puérpera eao recém
nascidono
sistema alojamento conjunto adveio
de
ser esteum
sistemaque
oferece anosso
ver
grandes vantagens
para amãe
e o bebê,como
porexemplo ao
possibilitarpermanência do
bebê
junto àmãe
24
horas por dia, privilegiar apromoção,
proteção e apoio
ao
aleitamento materno, favorecer o contato intimo entremãe
e filho e permitir a prestação
de
todos os cuidados assistenciais,bem como
aorientação à
mãe
sobre asaúde
do
binômio mãe/filho incluindo o autocuidadoMINISTÉRIO
DA
SAÚDE,
1992).Tantas
e tãoacentuadas são
asvantagens do
aleitamentomaterno que
a primeira vista, poderia parecer desnecessário seresse
tema
tratadocom
tantoênfase. Observa-se,
no
entanto,que apesar do reconhecimento
universalda
superioridade
desse
alimento para o lactente, aindanão
se conseguiu elevar satisfatoriamente o percentualde
mulheresque
amamentam
seus filhos porprazo
adequado.
Até cerca
de 50
anos, praticamente todas as criançaseram
amamentadas
pelas
mães.
A
partirda
década
de
30, e principalmenteapós
a2a Guerra
Mundial, ocorreuum
acentuado
declíniodessa
prática ocasionado, entre outrosfatores, por
um
falso conceitode “modernismo”
ede
“praticidade”do
aleitamento artificial.A
plano tão secundário foi relegado o aleitamentomaterno que
até hoje,apesar de
todas ascampanhas desencadeadas
com
o intuitode
incrementarseu
emprego,
a maioriadas
mães
não
aleita, ou o faz por curto prazo.Atualmente
o aleitamentomaterno
é prática usualapenas
em
população
rural,de
hábitostradicionais, e
em
áreas pobresde
paisesem
desenvolvimento.Nas
áreasurbanas
ainda é praxe odesmame
precoce,havendo
trabalhosque mostram
sero
tempo
de
aleitamento médio,em
São
Paulo, cercade
um
mês.(VlTlELLO,
1984, P. 712)
Sem
dúvida,além de
fatores sociais,como
omodismo,
o trabalhodas
mães
fora
do
lartambém
contribue para odesmame
precoce.É
importante frisarque
asociedade não tem
seaparelhado
para favorecer a mulher no exercícioda
amamentação,
pelo contrário,ao
mesmo
tempo
que
a culpabiliza pornão
amamentar,
interferebruscamente
sobre o partocom
procedimentos ou
medicamentos,
cria estruturas hospitalares antiaproximação mãe-bebê, não
criaou
não
respeita leis trabalhistas para oamparo
à maternidade, libera ascompanhias
produtorasde
substitutos do leitematerno de
qualquercompromisso
não
capacitaseus
profissionais paradarem
apoio e teremconhecimentos
necessários para conciliar a
mãe
que
amamenta.
Apesar de formalmente
convencidos das vantagens
existentesno
aleitamento materno,poucos são
osobstetras
que
se dedicam, durante o pré-natalou no
pós-parto imediato, aesclarecer e informar gestantes e puérperas. Por outro lado, os pediatras
(com
raras e
honrosas
exceções)não tem
a paciência e dedicação necessárias parareforçar
esse
ideal e, às primeiras objeções damãe,
preferem porcomodismo
ceder e prescrever substitutos comercializados (VITIELLO, 1984, p. 713).
Procuraremos
aqui reforçar o conceitode
ser o aleitamentomaterno
a formaideal
de promover
o crescimento e desenvolvimento normaisda
criança.Dentre as várias alternativas
optamos
em
realizarnosso
trabalhona
áreamaterno-infantil, visto
que
em
conjunto decidimos ser este o assuntoque
nosinteressa e
nos
incentiva a iniciaressa caminhada,
pois a realidadenos
mostraum
índice bastantepreocupante
de
morbimortalidadede
criançasmenores
de
um
ano
que
não foram
amamentadas,
tendoem
vista a situaçãoeconômica que
opaís atravessa.
É
de
grande
importância a práticado
incentivoao
aleitamentomaterno
devido àsvantagens
nutricionais eeconômicas que
o leitehumano
proporciona.Para
reverter a situação (morbimortalidade)nos
mobilizaremos juntoà equipe
da Maternidade Carmela
Dutrana
iniciativa HospitalAmigo
da
Criançado
UNICEF
(Fundo das
Nações
Unidas para a Infância) eOMS
(Organização Mundialda Saúde) que
considera HospitalAmigo
da
Criança aquela instituiçãoque
segue
osdez passos
para osucesso do
aleitamento materno.A
OMS
e oUNICEF
acreditam que, entre os muitos fatoresque afetam
ainiciação e o estabelecimento normal
do
aleitamento materno, as práticasde
destacam-.qr
se
como
uma
das maneiras
mais promissorasde aumentar
a prevalência e aduração da
amamentação.
Os
motivos para isso incluem a predisposiçaode agentes de
saúde, parapromoverem
comportamentos que favoreçam
a saúde, a própria natureza efunção
dos
estabelecimentosde
saúde, e o fatode que são
necessáriospoucos
recursos adicionais,
além da
boa
vontade, paramanter
ou introduzir rotinas eprocedimentos
adequados,
como
pré-natais e peri-natais prestadosem
ambulatórios e enfermarias obstétricas, período crítico para o êxitoda
iniciação emanutenção
do
aleitamento.É
neleque
a interação entre o pessoalde saúde
e asmulheres
é maispróximo, e
quando
as rotinasde
cuidadosde
saúde tem
a maior influência sobre as atitudesdas
mães
paracom
aamamentação
e assuas percepções
sobre aspróprias
capacidades de
amamentar.
Segundo
FRAGA
(1991, p. 15),“O leitehumano
ésabidamente
omelhor
alimento para o
recém
nascido.Além
das vantagens
nutricionais, imunológicas,enzimáticas e hormonais, proporciona ainda
um
fortalecimentodos
laços afetivosda
mãe com
seu
bebê".Segundo
PIZZATO
(1985, p. 23),“O valordo
leitehumano
na
alimentaçãodo
recém
nascido e lactente édo conhecimento de
todas asmães, de
leigos eprofissionais
da
saúde. Entretanto,comumente
encontramos
crianças,mesmo
recém-nascidos,
sendo
alimentadoscom
leitede
vaca e industrializado.Em
contraste
com
o elevadodesenvolvimento
sócio-econômico cultural mundial, a alimentaçãoao
seiovem
declinando e as taxasde
morbimortalidade infantis,estão
assustadoramente aumentando,
principalmentenos
paísesem
desenvolvimento”. 'Segundo
SANTOS
(1989, p. 25) “As características bioquímicas eimunológicas
de
espécie, especificidade própriasdo
leitehumano
conferem
uma
composição
ideal eincomparável
a qualquer outro tipode
leite:bacteriologicamente é
seguro
eimunologicamente
apresenta fatoresde
proteção ede
defesa contra infecções, especialmente as gastrointestinais.Do
ponto de
vista nutricional, o leite
humano
écapaz de
suprir todasas necessidades
alimentares
da
criança durante os seis primeirosmeses
de
vida.Os
beneficios psicológicos serevestem
de
igual importância,uma
vezque
atravésda
amamentação
se estabeleceuma
profunda relação entre o binômiomãe
e filho,determinada por
um
processo
de
interação e transação proporcionadospor
fortesestímulos sensoriais, auditivos, táteis visuais e emocionais.
Além
desses
aspectos
aamamentação como
método,pode
ser considerada tecnicamentenatural,
de
fácilaprendizagem,
higiênica e práticaeconomicamente
barata,praticamente isenta
de
custos”.O
nosso
trabalho estende-setambém
ao
ambulatórioquando
noscomprometemos
em
orientar gestantesde Zas
a4aS
feirasno
períododa
manhã
e às
ôas
feirasno
períododa
tarde, para o cuidadocom
asmamas,
paraque
depois
do nascimento
a criançapossa
seramamentada sem
maiores problemas. Para nortear este trabalho, utilizamos a declaração conjuntaOMSIUNICEF
“Proteção,
promoção
e apoioao
aleitamento materno:O
papel especialdos
serviços
materno
infantis” (1989), Declaraçãode
Inocenti (1990)Norma
Brasileirapara a Comercialização
de
Alimentos para Latentes (1992) eescolhemos
osOptamos
por esta teoria, pois durante as experiências vivenciadas no decorrerdo
cursosempre
nos identificamoscom
amesma,
que tem
como
foco central oauto-cuidado.
Acreditamos
ser este trabalhode grande
importância para onosso
aprendizado
etambém
um
instrumento valioso para asoma
de
esforçosna
promoção,
proteção e apoioao
aleitamento materno.2.1 - Objetivo Geral:
Prestar assistência
de
enfermagem
ao
binômio mãe-filho, incentivando aprática
do
aleitamento materno,com
base na
teoriado
auto cuidadode Dorothea
Orem.
»2.2 - Objetivos Específicos:
1 - Identificar os déficits
de competência
para o auto cuidado da puérpera egestante
no que
se refere àamamentação
e aos cuidadoscom
RN.2 - Estabelecer
um
plano assistencialde
enfermagem
juntamentecom
amulher,
com
base nos
déficitsde competência
identificados.3 -
Implementar
um
plano assistencial respeitando aspectos éticos.4 - Avaliar a assistência prestada.
5 -
Aprofundar conhecimentos
teóricos referentes asaúde da
gestante,da
6 - Realizar diariamente palestras às gestantes
que frequentam
o pré-natalna Maternidade Carmela
Dutra,abordando
otema
aleitamento materno,conforme
roteiro elaborado pelo serviço(Anexo
03).7 - Incentivar às gestantes e puérperas a prática
do
aleitamento materno,Serão abordados neste capítulo os temas referentes ao puerpério, recém-nascidos, aleitamento materno, alojamento conjunto.
3.1 - Puerpério
3.1.1 - Puerpério Normal:
Segundo
Ziegel (1985) o puerpério é o períodoque
tem início após o parto etermina
quando
a fisiologia materna volta ao estado anterior, ou seja, aproximadamenteseis
semanas
depois.z.
O
puerpério é subdividido em:- imediato do 1. ao 10 dia pós-parto
-tardio do 10 ao
45
dia pós-parto- remoto do
45
dia após partoem
diante.3.1.2 - Pós-parto imediato;
_
Prevalecem os
fenômenos
catabólicos e involutivos das estruturas hipertrofiadas daprenhez, notadamente das
que
obrigam o concepto, ao lado das alterações gerais e sobretudo endócrinas,quase
todos atenuantes à regressão das modificações3.1.3 - Pós-Parto tardio
É
o período de transiçãoonde toma
impulso a recuperação genital, e por último acrise nos dias da fase anterior.
É
circuito biológicoonde
todos as funçõescomeçam
serpela lactação
(REZENDE,
1993).O
útero continua regredir,porém
muito lentamente até seis semanas.A
cavidadeuterina encontra-se inteiramente epitelizada ao cabo do 25. dia de pós parto.
O
corrimento loquial prosseguecomumente
atémeados
de pós parto tardio,passando de serosanguinolento a seroso.
O
posterior comportamento do endométrio difere consoante a presença de lactação.Nas
mulheresque
nãoamamentam,
apesar da regressão miometrial mais lenta, tende o miométrio a proliferar no término do pós parto tardio, estado semelhante a fase proliferativa do ciclo mestrual.Nas
nutrizes tudo se passacomo
se os estímulosreguladores endócrinos se encontrassem
em
recesso ocasional.A
crise vaginal, objetivada pela decomposição do epitélio, reduzido àscamadas
profundas alcança sua regressão
máxima
em
tomo
de 15. dia pós parto; daí por diantecomeçam
a esboçar-se as primeiras manifestações regenarativas. Até acercar-se o 25.dia,
embora
haja grandes variações individuais, é dificil a distinção entre casoscom
lactação ou
sem
ela, no envolverda
recuperação vaginal.O
comportamento no entanto,vai seguir padrões e
rumos
diferentes haja ou não aleitamento.Nas
mulheres queamamentam
a citologia mostra aceleração do processo vaginal evolutivo, apreciadoem
relação as nutrizes.(REZENDE, 1993)
3.1.4 - Pós-Parto
Remoto
É
o período de duração imprecisa, a variarcom
a presença ou nãode
lactação.Nas
ao contrário
do que
se pensava, precedida da ovulação.Nas
lactentes os prazosdependem
da duração do aleitamento.(REZENDE,
1993).Neste período ocorrem os
fenômenos
puerperaisque
são subdivididos em: a -Fenômenos
involutivos ou regressivosa1 - involução uterina;
a2 - Ioqueação
b -
Fenômenos
evolutivos:b1 - Lactação (ver capítulo aleitamento materno)
a1. - lnvolu@"o uterina
Imediatamente após a dequitação, o corpo uterino forma
um
tumor muscular duro,que fica a meio caminho entre a cicatriz umbilical e a sínfese púbica.
O
útero involuisegundo
a bibliografia, 0,7 a 1,5cm
por dia, apesar de, na prática, constatar-se ser esta involução mais rápida.Nos
dias subsequentes ao parto, o útero diminui rapidamente detamanho
demodo
que
no 10 dia, já não se palpa omesmo
acima da sínfese púbica, atingindo seutamanho
normalem
5 ou 6 semanas.O
peso uterino após o parto é de 1000mg,uma
semana
de500
mg. e, no fim do puerpério de 40 a 60 g.A
involução uterina é devida aum
processo de autólise do constituinte protéicouterino,
que
é absorvido e eliminado pela urina.A
separação da placenta ocorre na porção externa dacamada
decídua e ainvolução na
zona
de inserção placentária ocorre pelo crescimento do tecido endometrialvizinho, por baixo da zona de inserção.
Após
o parto, o local de implantação da placentaApós
asegunda
semana, essa área está reduzida a 3 ou 4cm
de diâmetro, e no fimdo
puerpério, a 1 a 2 cm.Os
transtornos do restabelecimento normal nessa regeneração conduzem, às vezes, auma
subinvolução uterina e a hemorragias puerperais tardias, constituindo patologias puerperais(REZENDE,
1993).a2 -
Logueago
A
produção e eliminaçãode
considerável quantidade de exsudatos e transudatos,misturados
com
elementos celularesdescamados
e sangue, eque
oescoam
pelo tratogenital dá-se o
nome
de lóquios.Os
lóquios são sanguinolentos nos primeiros 3 a 4 dias pós parto, depoistomam-se
serossanguinolentos até aproximadamente o 7. dia e por fim serosos.
A
quantidade defluído loquial eliminado
tem
sido objeto de numerosasmensurações
de volume,sem
que
se chegasse a
um
consenso.Os
lóquiospossuem
odor característico. Qualquerpatologia
do
endométrio, colo e vagina altera as características dessa secreção na cor, quantidade e odor.Processos infecciosos conferem-lhe caráter purulento
com
odor fétido.A
loquimetria(represamento de lóquio), é situação clinica temerosa, predispondo a infecção puerperal.
(REZENDE,
1993).3.1.5 - Modificações
no
período pós-partoModificações locais:
- Vagina: a vagina requer algum
tempo
para se recuperar da distensão que sofreu,raramente voltando a condição de nulipara.
As
rugas reaparecem ao fim da terceiraconverte-se nas carúnculas mirtiformes, características de nulípara.
O
esfregaço vaginalmostra-se atrófico.
- Cérvix: a cérvix é o
segmento
uterino inferior,que
imediatamente após o partotoma
a forma deum
canal colabado e mole, contraindo-se lentamente.O
espaçoexistente no canal cervical, imediatamente após o parto, permite a introdução de
uma
mão
logo após o parto, de doisdedos
após alguns dias e deapenas
um
dedo
ao finalde
uma
semana.As
pequenas
lacerações surgidas na cén/ix durante o trabalho de parto cicatrizam-se no puerpério,
porém
a cén/ixnão
retornará-a situação de pré-parto .O
orifício externopassa
de
uma
abertura redonda e regular auma
fenda ligeiramente irregular etransversa.
- Vulva e períneo 1
também
involuem rapidamente quase readquirindo as suascaracterísticas primitivas ,desde
que
eventuais lacerações do partotenham
sidoconvenientemente suturados.
Assoalho pélvico:
embora
a musculatura dessa região readquira seu tônus normal,quando
há lacerações, principalmente dos músculos elevadores do ânus, podepermanecer frouxo,
podendo
predispor a ocorrência do prolápso uterino.(REZENDE,1993).
Modificações Gerais
- Sistema sanguíneo:
Não
hámudanças
da série vermelha próprias do puérperio e nota-se na branca,após o parto, leucocitose de 10.000 a 20.000 glóbulos, à custa principalmente dos
metade
nas primeiras48
horas,e ao cabo do 5. ou 6. dia o quadro retoma às taxashabituais.
A
velocidade de eritrossedimentaçâo acelerada na gravidez, sofre novo incrementono puerpério, regularizando-se
somente
entre a 5. e 7. semana. Estáaumentada
a tendência à coagulação no puerpério.(REZENDE,
1993).- Sistema Cardiovascular:
O
rendimento cardíaco estáaumentado
na primeira hora pós-parto (10%)
, assimpermanecendo.
A
pressão venosa dosmembros
inferiores, elevada durante a gravidez normaliza-se imediatamente.As
varizes caso presentes, atenuam-se e osedemas
desaparecem
(REZENDE,
1993).Sistema endócrino:
Vencido o parto, verifica-se o desaparecimento rápido dos teores
de
HCG
e de HPL, enquanto as gonadotropinas hipofisáriasascendem
no plasma e excreta-se pela urinaem
níveis muito elevados, superiores as taxas normais para mulheres não-grávidas.Os
estrogêniosmostram
queda
súbita ligada implicidamente ao desaparecimento daatividade da placenta.
A
fisiologia da lactação e suas referências namudança
doscomponentes
dos hormônios influem diversamente na função ovariana.(REZENDE, 1993)- Sistema urinário:
A
conta do acentuado relaxamento do diafragma urogenital, consignado após oparto, a parede anterior da vagina tende a prolabar entre os grandes lábios, sobretudo
conservando ainda as faculdades de expansão estruturais
que
a embebição lheproporcionará ,
aumenta
muito sua capacidade .A
diurerse, inicialmente é escassa ,em
razão da desidratação no trabalho de parto.Do
2. ao 6. dia estabelece-se abundante excreção urinária,que
elimina aágua
acumulada
durante a gestação(REZENDE,
1993)Sistema digestivo:
Com
o esvaziamento uterino retornam as vísceras abdominais, vagarosamente, às disposições anatômicas.Há
redução da motilidade intestinal.A
constipação da púerpera,indefectivel nas pacientes
que
semantinham
no leito deuma
a duas semanas, é hojeexcepcional
com
o levantar precoce, e observada unicamente nasque
têm obstipaçãocrônica.
É
o funcionamento fisiológico dos intestinos habitualmente restaurado no 3. ou4. dia
(REZENDE,
1993)A
peleAs
estriações doabdomem
e dasmamas, quando
presentes,perdem
a corvermelho-arroxeada e ficam pálidas, transformando-se,
em
algumas semanas,nasestrias branco-arroxeradas. Regridem as modificações
do
tipo de implantação dos pêlospubianos , as hiperpigmentações da pele do rosto, do
abdômem
e dasmamas
(REZENDE,
1993)O
peso:Habitualmente há perda acentuada nos primeiros dez dias, por motivo dá
transformação ovular, da maior diurese, da secreção Iactogênica e da eliminação loquial.
3.1.6. Assistência
de
Enfermagem
no
Puerpériol - Assistência de
Enfermagem
durante o Puerpério Imediato;1 -
Acompanhamento
da involução uterina medindo a altura uterina.2 - Controlar lóquios, observando a cor, quantidade ,odor e aspecto dos
mesmos,
para diagnóstico de retenção de restos placentários ou endometrite e da subinvolução
uterina.
3 - Verificar a temperatura
de
6em
6 horas, para diagnóstico de infecção puerperal.4 - Controlar a frequência cardíaca
, verificando o pulso de 6
em
6 horas, poisum
pulso elevadopode
significar trombose profunda, principalmente se coincidecom
temperatura
pouco
elevada.5 - Verificar a pressão arterial de 6
em
6 horas, para diagnóstico precocecomo
hipovolemia, hemorragia, choque, eclâmpsia pós-parto e outras.
6 - Estimular a
deambulaçäo
precoce nas primeiras 12 ou24
horas, para profilaxiade tromboses, embolias e da constipação intestinal.
7 - Realizar a lavagem externa asséptica e curativo perineal 3 vezes ao dia
com
antisséptico de
mucosa
( iodo aquoso) , para profilaxia de infecçãoe
deiscência desutura.
8 - Controlar diurese, solicitando a micção precoce e espontânea , registrar
quantidade, cor, odor e aspecto da urina .Para evitar atonia vesical, profilaxia da
infecção urinária e controle do balanço hidroeletrolítico, função renal, diagnóstico precoce
da
lesão vesical.9 - Controlar a função intestinal para avaliar tendência à constipação intestinal.
10 - Orientar a puérpera sobre cuidados
com
asmamas
epega
correta durante aamamentação,
para prevenir fissura mamilar, engurgitamentomamário
e outras11- Orientar a puérpera sobre o cuidado
com
o recém-nascido para promover asaúde e
bem
estar damesma
(ZIEGEL, 1985)Il - Assistência
de
Enfermagem
no
Puerpério Tardio1 - Orientar para
que
a puérpera faça repouso relativo, evitando esforços intensopara prevenção de distopias uterinas, deiscência de sutura.
2 - Falar à puérpera sobre a importância da dieta rica
em
proteínas,vitaminas e ferropara profilaxia das anemias ferroprivas e deiscência de sutura.
3 - Orientar a puérpera sobre a abstinência sexual durante os primeiros 20 dias.
4 - Alertar a puérpera sobre a anticoncepçäo durante o período de
amamentação.
5 - Aconselhar a puérpera para fazer ginástica puerperal (principalmente abdominal
e perineal) , para profilaxia das diásteses dos músculos reto abdominais e da
incontinência urinária de esforço.Orientar a puérpera para executar 4 a 5 vezes ao dia,
20 vezes cada exercício de contratura do esfincter anal,para colocar
em
funcionamento os músculos elevadores do ânus, principalmenteem
casos de parto normal (ZIEGEL,1985).
lll- Assistência
de
Enfermagem
no
PuerpérioRemoto
Durante o puerpério imediato , a puérpera deve ser orientada quanto aos seguintes cuidados
que
deverá ter no puerpério.1 - Procurar
um
ginecologista para ser examinada verificando-se a integridade doperíneo e da musculatura perineal, a epitelização do colo uterino e outros
que
se fizeremnecessários .
2 - Orientar para
que
leve o recém-nascido ao pediatra para consulta de puericultura3.1.7.
Exame
Físicoapós o
partoSegundo
Ziegel (1985), o propósito doexame
físico após o parto é reunirinformações sobre alterações involutivas, sobre o conhecimento da
mãe
a respeitodessas alterações e sobre a sua necessidade de educação e assistência de enfermagem.
Roteiro de
exame
físico:- Observações gerais,durante o
exame,a
enfermeirapode
obsen/ar discretamente apostura da
mãe
na cama., a facilidade ou a dificuldade facial e a sua aparência.Todosesses são fatores
que
indicam o nível de energia, de disposição e a de sensação debem
estar geral ou de doença.- Sinais Vitais-
podem
ser verificados na ocasião doexame
físico ou na rotina do dia. -
Mamas- ambas devem
ser palpadas a partir das axilasem
direção aos mamilos,incluindo os quatro quadrantes.O volume ou grande ingurgitamento é determinado pela consistência das
mamas,bem como
pela presença de leite e outras informaçõessubjetivas da mãe. inspecionar
também
os mamilos para verificar a existência derachaduras.
-
Abdomem:
a palpação irá determinar qualquer área sensível ou a presença deflatulência.
- Útero- o
tamanho
do úteropode
ser facilmente determinado por palpação atravésdos músculos
do
abdomem,
que
estarão moles e distendidos.Coloca-se a palma damão
ao nível
do
umbigo,movimentando-a lentamente para baixo.Pressiona-se gentilmente oabdome
atéque
o fundo do útero seja percebidocomo
uma
massa
muscular uniforme.Otamanho
do útero é medidoem
relação ao umbigo;por exemplo: diz-seque
o útero está- Bexiga: a bexiga ,se cheia
,
pode
ser palpada e por algumas vezes percebidavisualmente, devido às condições de flacidez dos músculos abdominais.
É
muito importante avaliar a distensão da bexiga durante as primeiras 24 a 48 horas após oparto,
quando
a vontade de urinarpode
estar entorpecida.- Períneo: Episiotomia manter a incisão limpa e seca
; verificar diariamente a cor,
odor aspecto e quantidade da Ioqueação.
- Lóquios- anotar a cor,odor e quantidade da perda vaginal (ZIEGEL, 1985)
3.1.8. - Orientações
de
Enfermagem
para Altada
Puérpera.- Relembrar a puérpera para
que
procureum
ginecologista cerca de 40 dias,pararevisão pós-parto.
- Alertar a puérpera para
que
ela utilize algummétodo
contraceptivo que seja idealpara o período
que
ela iráamamentar
e depois deste.- Orientar a paciente para
que
na medida do possível procure descansar nas trêssemanas
após a alta.- Relembrar a puérpera para
que
após a alta procureum
posto de saúde parainiciar o
esquema
de
vacinasdo
recém -nascido etambém
para fazer o teste do pezinho.- Reforçar a importância e
vantagem
do leite materno para o recém-nascido e paraa puérpera e relembrar os cuidados
com
asmamas
durante aamamentação
.- Orientar a paciente sobre a importância e valores nutritivos dos alimentos.
- reforçar os cuidados
com
o recém-nascido. (ZIEGEL, 1985).3.1.9 -
Complicações
do
PuerpérioPuerpério patológico são alterações
que
ocorrem durante o periodode
regressão erecuperação
do
organismo materno, impedindo que este período se dê fisiologicamente, dentro dos padrões normais(REZENDE,
1993)A
seguir citaremos duas complicações que mais incidem no puerpério:- Infecção Purperal:
Segundo
Ziegel (1985) , a infecção puerperal decorre da entrada de bactérias patogênicas na trato genital antes ou durante o trabalho de parto e no puérperio. Paracaracterizar-lhe o quadro febril é indispensável que a temperatura atinja no mínimo
38.c , durante dois dias consecutivos,nos primeiros 10 dias de puérperio, excluídas as 24 horas iniciais.
A
infecção durante o puerpério localiza-se mais frequentemente no útero e ,quando
leve,é
uma
endometrite ou inflamação do revestimento uterino.Ela causa calafrios levesseguidos de febre e pulso rápido .O útero pode estar
um
tanto relaxado e sensível.A
infecção
pode
se manter limitada ao útero.Hemorragia Pós-parto :
O
termo hemorragia pós-parto inclui todo sangramento excessivoque
ocorre desdeo
momento
do nascimento da criança até o final do puerpério,seissemanas
depois.Diz respeitoem
primeiro lugar a hemorragia que ocorre imediatamente após a separação daplacenta ou durante as primeiras duas horas do pós-parto.
Mulheres saudáveis geralmente
perdem
cercade 300
ml desangue
duranteum
parto normal.Se é feita
uma
episiotomia,ou se ocorreuma
laceração perineaI,a perdapode
ser acrescida de 100 a 150ml.Uma
perda maiorque
500 ml desangue
éconsiderada hemorragia. Aflperda de
sangue
antes da separação da placenta deve serminima,
com
um
pequeno
jato durante a separação.Seguindo-se a eliminação daplacenta,a contração uterina deve ser imediata,com o fluxo sanguíneo diminuindo para
uma
quantidade aproximadamente igual a deum
grande fluxo mestrual durante asSegundo
REZENDE
(1993), as hemorragias que ocorrem no puerpériopodem
serprecoces
quando
incidem nas primeiras 24 horas , e tardias,apÓs esse período.Hemorragias precoces
Em
90%
das vezes,a causa imediata da hemorragia no pós-parto é a hipotoniauterina.
O
restante é representado pelas Iacerações do trajeto: vulva, vagina, colo,incisão de episiotomia.
A
hipotonia uterinapode
ser consequente à anestesia gerai,parto prolongado,útero sobredistendido ( polidramnia, gemeiaridade) infecção urinária anterparto echoque
hipovoiêmico.
Hemorragias tardias
Ocasionalmente,apÓs as primeiras 24 horas do parto,ou decorridos alguns dias,
pode-se observar perdas sanguíneas que,por vezes se tornam graves.São as hemorragias puerperais tardias,tendo
como
causas mais importantes:-Restos Ovulares- os remanescentes da placenta e de
membranas
quepodem
permanecer após a dequitação,representam a causa maiscomum
das hemorragias puerperais,impedindo a involuçâo uterina normal.- infecção Puerperai- configuram a forma hemorrágica da infecção puerperal,onde
surgem
perdas sanguíneas e febre entre o oitavo e o vigésimo dia dosobreparto,habitualmente
sem
arestos piacentários.- Sobredistensão uterina - é decorrente de polidramnia e de prenhez múltipla torna
mais
demorada
a involuçâo normaldo
útero determinando, ocasionalmente, perdassanguíneas acentuadas e lóquios hemorrágicos,que persistem até vários dias após o
- Subinvolução uterina- constitui outra causa de hemorragia.O orgão conserva
volume superior ao esperado, os Ióquios se
mantém
vermelhos,com
o canal cervicalentreaberto.
-
Hematoma
Puerperal - maiscomuns
os vulvoperineais,vaginais,pós-episiotomia esubperitonais.Ocasionalmente,o
hematoma
pode se infectar surgindo febre(REZENDE,
1993).3.1.10 -
Fases
Psicológicasdo
Puerpério:Enquanto o puerpério é definido fisiologicamente
como
as seis primeirassemanas
após o parto,o desenvolvimento e ajustamento psicossocial necessitam de 3 a 4
meses
após o nascimento.AIguns autores
chamam
essa época de quarto trimestre. Duranteesta fase, a mulher passa por
uma
adaptação gradual da situação de grávida para a de não grávida emâe.O
bebê
continua a crescer e faz suas adaptações físicas e decomportamento à vida de famíIia.Toda família responde às expectativas,
responsabilidade e rotinas (ZIEGEL, 1985).
A
mãe, devido ao seu envolvimento biológicoem
geraruma
criança e suainterdependência física subsequente
com
o filho durante a lactação, experimenta esseperíodo de
uma
formasem
paralelos.Essa vivência variaem
cada mulher conforme onúmero
de filhosque
tenha tido,sua própria infância,sua relaçãocom
seus pais, aexperiência da gravidez,o nível de relacionamento
com
o pai da criança,seu conceito próprio,os padrões gerais e muitos outros fatores.As enfermeiras estão familiarizadascom
esses padrões gerais epodem
fazer uso delescomo
diretrizes para a avaliação,daNo momento
do nascimento,surgeum
alívio imediato da dor, e a maioria das mulheres experimentauma
sensação de paz e excitamento.A alegria é grande,porqueambos,mãe
e filho,sobreviveram à longa espera demedo
e trabalho.Habitualmente,existe
uma
urgênciaem
ver e tocar obebê
,e o desejo de estar juntocom
alguém
significativo e de dividir a alegria do momento.Durante as primeiras horasapós o parto,a mulher que foi
pouco
medicada tende a falar muito.Quase sempre,revê oseventos recentes do parto.Se surge
uma
oportunidade, inspeciona e acaricia a criança ,epoderá dar início à
amamentação.Mãe
e filhopodem
juntar-seao
pai para telefonemasde participação do nascimento a seus parentes e amigos (ZIEGEL, 1985).
Tarefas
de
desenvolvimento:Entre os primeiros 5 e 7 dias do pós-parto, a mulher defronta-se
com
varias tarefasque
terão continuidade e deverão ser trabalhadas durante os próximos quatro trimestres.Para
algumas
mulheres, determinadas tarefas poderão ir além desse período. Essastarefas incluem;:
. Obter alguma resolução ou conclusão sobre gravidez, trabalho de parto e parto; _ Reconciliar o verdadeiro
bebê
com
aimagem que
dele se fazia durante agravidez;
_ Continuar o processo
de
conhecimento e de ligação afetiva ao filho; . Recuperar as energias físicas e psíquicas;_ Aprender a cuidar da criança
. Restabelecer a vida e o relacionamento familiar, incluindo o novo filho
como
O
puerpériocompreende
duas fases pisicológicas: (ZIEGEL, 1985)Fase de Reabastecimento
Os
primeiros dias após o parto são caracterizados poruma
possessividade e dependênciaem
nada
diferentes dado
último trimestre de gravidez.As
mulheresrecebem
alimentação, atenção e cuidados físicoscom
evidente alegria.Elas
absorvem
cada detalhe do seu filho e do ambienteem
torno.É
como
se após asesgotantes experiências
do
trabalho de parto, houvesse a necessidade dereabastecimento para terem condições' de "dar" ao filho dependente.
Os
elementos paraessa necessidade de atenção e educação continuam através
do
puerpério e,provalmente, por toda a maternidade.
A
literatura sobre "maus-tratos ã criança"sugere claramenteque
asmães
que
nãorecebem
apoio afetivo de outras pessoas estão maissujeitas à inadaptação à
matemidade
(ZIEGEL, 1985)Fase de
ParticipaçãoGradualmente, a mulher passa de
um
estado de predominante dependência paraum
de predominante independência.A
duração dessa transiçãodepende
de cada mulher,bem
como
de suas vivências.A
mulher cuja gravidez é clinicamente complicada,cujo parto é particularmente longo,
que
tenha sido submetida auma
cesariana ouprocedimento pós-operatório geralmente
aumenta
suas necessidades de dependênciapor
um
período maior.As
multíparasque
gozam
boasaúde
eque
vêem
suas gestaçõescomo
experiências positivastendem
a tornarem-se independentes rapidamente.Em
média, isso acontece de 2 a 3 dias após o parto, e coincidecom
oaumento
dobem-
estar físico.
Nessa
ocasião, os traumatismos musculares resultantes do trabalho de partojá desapareceram.
As
funções da bexiga e do intestino já estão restabelecidas, oingugirtamento das
mamas
regrediu, a fadiga é discreta, eem
geral a recuperação físicatornando familiar, e a mulherjá
começa
a fazer planos para retomar ao lar e a reassumirsuas responsabilidades.
Assistência
de
Enfermagem
na
Promoção
do
AfetoMãe
e Filho.As
rotinas de hospitais ,que
visavamem
primeiro lugar à eficácia e à conveniênciade médicos e enfermeiras,durante muitos anos prejudicaram as famílias.Os pais têm
sido separados
um
do
outro durante o trabalho de parto,na ocasião do nascimento, eem
grande parte do puerpério.Osbebês eram
tradicionalmente isolados nos berçários,paraserem
vistos por suasmães
somente
durante a alimentação,e por seus pais através deuma
janela envidraçada.Com as reformas atuais,como o alojamento conjunto,espera-seque
os paispossam
permanecerjuntosquando
desejarem,eque possam
ter livre acessoa seus filhos a qualquer hora.As informações resultantes da prática
de
saúde tem sidouma
força de valor napromoção
de modificações tão necessárias à assistência prestadaà famílias de recém-nascidos.Muitos profissionais experientes estão , ultimamente,
trabalhando de forma sensível e criativa no sentido
de
promover afeto e proteção ao ambiente familiar,além de tecnologias médicas modernas.O
relacionamento saudável entre pais e filhos deve ser incentivado na assistênciapré-natal ou
mesmo
antes, e terá continuidade através dos profissionais de saúdeque
acompanham
a mulher no pré-parto e no parto.A
parturiente estarábem
preparada para dedicar-seao
filho se procurarmos aumentar a sua auto-estima.É
preferívelque
amãe
esteja acordada durante o parto,eque
ela e o pai participemativamente no nascimento
da
criança.É importante ,em qualquer circunstância,que ospais
tenham
a oportunidadede
ver ou tocar o filho o mais cedo possível após o nascimento.Nos
animais, existeum
período crítico e sensitivo para a afeição materna; é curtoperíodo
de
tempo,quase sempre
menos
deuma
hora imediatamente após o parto,durante a qual o animal
tem que
ter contatocom
a cria, senão a abandonará.Obviamente, o ser
humano com
a sua capacidade de racionalizar, fecundar e pensarnão
abandonará
seu filho se não estiverem
contatocom
ele nas primeiras horas de vida.Contudo, há evidência de
que
a separação nessa fase inicial contribui para amá
adaptação à paternidadeem
indivíduos que estãoem
risco devido a outros fatores.IguaImente importante é o fato de que amãe
e filho estejam psicológica efisiológicamente
em
ótima disposição de iniciaruma
ligação afetiva,logo após o parto .Sóem
circunstâncias extremamente raras e especiais será necessária a separação,que deve ser efetivada paraque
seja facilitado o desenvolvimento da relação pais e filho.Segundo
CHODOROW
( 1990) , os analistasem
geralacham
que
as mulheresobtêm
satisfaçãoem
cuidar do filho porque elas vivenciamuma
identidadecom
seu filhoou porque o sentem
como
uma
extensão de simesmas.A
base para a maternidadeótima é a "empatia maternal"
com
seu filho, advinda da total identificaçãocom
eIe,e não (mais intelectual) "compreensäo do
que
é ou devia ser verbalmente expresso "sobrenecessidades infantis.
O
importante éque
amãe
saiba,através da identificação de simesma
com
o filho,oque
este deve sentir e ,portanto,esteja apta a dar quase exatamente oque
o filho preciseno referente ao
amparo
e oferecimento deum
ambienteem
geraI.Sem essa identificaçãoacho
que
elanão
é capaz de suprir o que a criança precisa no começo,que
éuma
adaptação viva às necessidadesda
criança _3.2 -
Recém-Nascido
3.2.1-
Considerações
geraisA
gestaçãohumana
duraem
média40 semanas,embora tenhamos
casos de pré epós-maturidade,com duração de
28
a46
semanas,respectivamente.Ao
nascer,opequeno
ser se encontraem
um
meio totalmente novo. Ele troca deambiente,tipo de -
respiração,circulação e ocorrem até alterações anatômicas e
funcionais.
Todo
recém-nascido normal tem capacidade de funcionar independentemente e dedenunciar suas necessidades aos outros.Estâo preparados para vir
ao mundo,embora
necessitem de cuidados e proteção.
Segundo
PIZZATO
( 1985), "Recém-nascido a termo é toda criança nascidaviva,independente do peso ao nascer,com idade gestacional de 37 a 42
semanas
e que possua as características anátomo-fisiológicasque
permitam sua perfeita adaptação ao meio intra-uterino.3.2.2 - Classificação
do
recém-nascido:LUBCHENCO
citado por Pizzato ( 1985) classifica os recém-nascido de duasformas:
Quanto
à idade gestacional:Recém-nascido pré-termo :
com menos
de 37 semanas.Recém-nascido a termo: entre 37 e 42 semanas. Recém-nascido pós-termo: mais de 42 semanas.
Quanto ao
peso:AIG
:adequado
para idade gestacional GIG: grande para idade gestacional3.2.3. - Características
do
Recém
nascido a termo.- Características anatômicas:
As
particularidades anatômicas do recém nascido representam especificamente,processos intra-uterinos,
bem
como
os de adaptação à vida extra-uterina.Na
exploração destas particularidades, didaticamente, procura-se seguiruma
ordem
sequêncial nosentido céfalo-padálico, a fim
de
se obteruma
sistematização de avaliação e descrição, evitando-se omissão.Aspecto geral e atitude são as primeiras características a serem observadas e dão
uma
impressão geral sobre vitalidade, normalidade, morfologia e postura.O
recém
nascido apresentauma
mobilidade incoordenada:move
os braços epernas, vira-se, torce-se e treme.
No
sono,cessam
todos esses movimentos. Choraativamente
quando
estácom
fome
e na presença de estímulos externos.Atitude
A
atitudedo
recém nascido lembra a posição fetal intra-uterinaCabeça:
-
Volume
- do crânio se destaca por suas proporçõesem
relação ao restante docorpo.
O
perímetro cefálicomede
mais oumenos 35cm
e é2cm
maior doque
operímetro torácico.
-
Forma
- é ovóide.Sua
morfologia sofre alterações ao passar pelo canal cervical,provocando acavalgamento. das tábuas ósseas.
São
observados três tipos de sutura napode-se contar a presença de bossa serossanguinolenta,
que
se forma sobre a partefetal vinda
em
primeiro lugar, durante o parto;Fontanelas ou moleiras - são encontradas através de palpação, as principais são
em
número de
duas: anterior ou bregmática e posterior ou iambdóide. Representam espaçoscartilaginosos entre as tábuas ósseas, facilitando o trabalho de parto, permitindo o
amoldamento do
crânio, conforme o canal vaginal, protegendo o cérebro do recém-nascido.
Além
desta,uma
segunda
função destes espaços cartilagenosos relacionam-seao desenvolvimento acentuado do cérebro fetal e ainda na fase pós-natal.
Face:
É
pequena
em
relação ao crânio,podendo
apresentar-se edemaciada,com
marcas emanchas
consequentesdo
parto, que regridemem
poucos dias. Assimétrica -apresentação desigual do rosto, ou seja,
um
lado da face maior doque
o outro.É
Permanecem
fechados, a maior parte do tempo.Nos
primeiros dias, aspálpebras apresentam-se frequentemente, edemaciadas.
As
conjuntivaspodem
apresentar
pequenos
pontos hemorrágicos,sem
significado clínicoOs
supercílios ecílios são
pouco
nítidos,de
fios curtos e delgados.O
estrabismo écomum
epode
permanecer até o sexto
mês
de vida;Orelhas -
São
móveis e moldáveis; sua inserção deve estar ao redorda
linhaocular.;
Nariz: Apresenta ponta arrendondada e a base achatada;
É
apresenta, normalmente, hipossalivação.. Tubérculo labial no meio do lábiosuperior,
bem
desenvolvido.As
gengivas são de coloração pálida e sua borda livrepode
ser serrilhada.
O
palato duropode
apresentar lesões erosivascom
halo avermelhado,ao fazer higiene bucal. Junto ao rafê mediano, observa-se,
em
alguns casos, acúmuloepitelial, designado pérolas de Epstein.
A
língua é lisa e as papiias filiformes estãopouco
desenvolvidas. Dentespodem,
estar presente ao nascer, geralmente malformados
com
tendência a caíremem
pouco tempo.Ee:
- Vérnix caseosa - produto
de
secreçãoque
recobre a pele do recém-nascido,protegendo-a contra
maceração
pelo líquido amniótico e favorecendo o deslizamento docorpo no ato da parturição.
-
Cor
- a coloração da pele é variável. Logo ao nascer, geralmente o recém-nascidoapresenta
uma
cor avermelhada, constituindo achamada
eritrodermia neonatal,provocada pela quantidade elevada de glóbulos vermelhos na circulação do neonato. Isto tende a diminuir nos dias seguintes, passando a pele a apresentar
uma
cor róseo-pálida.
As
extremidadesdo
recém-nascido, devido àmá
circulação periférica nosprimeiros
momentos
de vida, apresentam cianose, que desaparececom
aquecimento.-
Mancha
mongólica, de coloração azul-arroxeada,que
se localiza, geralmente, naregião sacrolombar representando para alguns a mistura de raças;
- Millium sebáceo -
pequenos
pontos brancos, localizadoscom
frequência nas asasdo nan'z.
Tende
a desaparecer dentro dos dois primeirosmeses
de vida;-
Descamaçâo
fisiológica -fenômeno
que ocorre nos primeiros quinze diasde
vida,podendo
estender-se até o finaldo
primeiro mês. Consiste nadescamação
da pele. -Lanugem
- consistenuma
pelugem
fina e longaque
aparececom
frequênciaem
recém-nascidos a termo e mais ainda
em
pré-termo. Localizada no dorso, face e orelhas,Unhas
-em
geral ultrapassam a ponta dos dedos.Pescoço: Apresenta-se curto e .com mobilidade.
Tórax:
É
simétrico e de forma, aproximandamente clíndrica, largo na sua base.O
perímetro torácico
mede
em
torno de 34 cm.Abdomem
-É
saliente e globosoColuna Vertebral:
É
reta,com
discreta cifose dorsal.,Genitais
Nos
meninospode
ocorreraumento
do escroto pela presença de líquido.O
pênis,
em
geral, apresenta aderências entre a pele do prepúcio e a glande.A
regressãoé espontânea,
em
poucos meses.Nas
meninas, os lábios vaginaispodem
apresentaredemas,
quando
se trata de parto pélvico.Os
pequenos
lábios são proeminentes etambém
o clitóris.Sangramento
ou secreção vaginal esbranquiçada e translúcida podeser observado,
cedendo
em
poucos dias.Membros:
São
curtosem
comparação
ao tronco.Peso:
O
recém-nascido pesa,em
geral, entre3000
e 3.500 gr.Comprimento:
Em
geral, o comprimento do recém-nascido se aproximade
48-50cm. (PIZZATO, 1985).
3.2.4 - Assistência
de
Enfermagem
ao Recém-Nascido
atenno
em
AlojamentoConjunto
A
partir domomento
em
que
o recém-nascido é colocado ao lado damãe
inicia-sede forma preponderante o trabalho de enfermagem. Inicia-se, então, os ensinamentos às
mães, orientado desde o cuidado
com
asmamas,
atécomo
trocar a roupa do recém-cuidados"
em
que
gradativamente amãe
passa deuma
participação passiva a agenteexecutante.
A
enfermagem
deve, porém, se manter alerta e à disposiçãosempre
quenecessário,
de
talmodo
que
o sistema de alojamento conjunto não se constitua apenasem um
método
para economizar pessoal de enfermagem.Cuidados
Pessoais: asmãos
são as principais fontes de contaminação, por issodevem
ser lavadas antes e após o manuseio de cada recém-nascido.As
jóias e relógiosdevem
ser retirados para possibilitar aremoção
da flora bacteriana patológica.As
unhasdevem
ser mantidas curtas e limpas.Limpeza dos
berços: a limpeza dos berços deve ser feita diariamente e, após a alta da criança,com
água
e sabão, ou desinfetante (conforme rotina da instituição), parase evitar a proliferação de microorganimsos e infecção cruzada, já que a flora bacteriana
de
um nem
sempre
o é para outro.Posicionamento no
leito: o recém-nascido deve ser mantidoem
decúbito lateral, para evitar aspiração de secreções de oro ou nasofaringe, oumesmo
vômito.Cuidados de
Higiene: a primeira higiene é realizadacom
o intutito de remover assujidades e excesso de resíduos sanguíneos.
O
vérnix caseoso não deverá ser retirado,pois será absorvido pela pele.
Normalmente
obanho
de imersão não é utilizado nas instituições hospitalares.Seu
uso
não
está contra-indicado,desde que
se utilizem as precauções para evitar o risco decontaminação do coto umbilical (bacia e