• Nenhum resultado encontrado

Zero, 1990, ano 8, n.5, out.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Zero, 1990, ano 8, n.5, out."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

s

E

M

A

N

A

L

CURSODEdORNALISMODA UFSC.

FLORIANÓPOLIS,

24 A 31 DEOUTUBRO DE 1990

Mastemem a

morte,

sempre detocaia

p3

Saibaquem

pretende

istolendoa

p7

,

I)

(2)

2

ZERO

Para

ler

o24':

Congresso

Nacionaldos Jornalistasque inicia dia 31,

quarta-feira

Ie seestende até 4de novembro)jácomeçacom uma"batata

quente":

aameaça do governo"collorido"em im­

plodir

a

vinculação

dos

regis­

tros

profissionais

aoMinistério do Trabalho.Aquestãoé

polê­

micae.dividea

categoria,

não só entre

jornalistas-patrões

e

jornalistas-empregados

como

questiona

outras

categorias

en­

volvidas. Portrás, porém,sur­

ge, outravez,oespectrodeum

governo que sósepreocupacom otopoda

pirãmide

social. Estas linhasservem de alerta para

profissionais

e

aspirantes

e um

bomcomeço éotextodacontra­ capa.Leiae vamosdiscutirno

Congresso,

noCursoeonde for

necessário. Conversar é

preci­

so.Maisquenunca.

'ZERO

***

Me/hor

Peça

Gráfica

/,

/I e 11/

Set

Universitário

Maio

88

Setembro 89

Setembro

90 Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina

Colaboração:

Pedro Melo

Diagramação:

Nilva Bian­

co, Vivian de

Albuquerque

Edição

e

supervisão:

Pro­ fessor Ricardo Barreto

(MTb

2708

RS)

Edição:

Ivaldo Brasil

Jr.,

Josiane

Laps,

Kátia Scar­

duelli,

Nelson

Lo�nz,'

Pe­

dro

Saraiva,

RafaelMaseli,

Raquel

D'Avila.

Fotografia:

Alessandra

Meinicke,

Cláudio

Toldo,

Christiane

Balbys,

Lauro

Maeda,

Pedro

Melo,

Ra­

quel

Eltermann, Vivian de

Albuquerque

Laboratório

fotográfico:

Pedro Melo

Textos: Ana Cláudia Me­

nezes, Christiane

Balbys,

CristinaGallo,Fabiano Me­ lato, Ivaldo Brasil

Júnior,

Jeanine Bellini, Luciana Carvalho, Márcia Dutra, MarianaBaima, Nilva Bian­

co, Pedro

Saraiva,

Rosane Porto, Simone

Pereira,

Sô­ nia Bridi.

Acabamento e

impres­

são:

Imprefar

Redação:

Campus

Univer­ sitário s/ns,

CCE-COM,

Trindade, CEP 88045, Flo­

rianópolis,

SC Telefones:

(0482)

31-9215,31-9490 Telefax:

(0482)

334069

Distribuição gratuita

Circulação

dirigida

Debate

comedido

não

evidenciou

a

chapa

que

venceria

a

eleição

Em

Branco

ganhou

o

C.A.

Jaques

recebeumaisataquesde Gustavo Ide óculos!

Ivaldo estava confiante

ocupada pelo

CA,

a

arrecadação

de fundos para a entidade. As

respostas

das

chapas

foram pa­ recidasparatodas

questões:

na­ da de

concreto,

apenasapromes­

sadequetudoseráfeito da me­ lhor maneira

possível.

Osrepre­ sentantes da

"Balanço

Bruxóli­ co"e"EmBranco"têmum

mes-dencial,

trata-se de uma econo­ mia

disfarçada,

pois

é tão sutil quenão

chega

a causardiferen­

ça na conta de luz no final do mês.

Criado

pelo

cientistae

político

norte-americano

Benjamin

Franklinem 1784,

quando

resi­ diaem

Paris,

ohorário deverão visa

alongar

o

período

solar do

dia,

representando

economia de

energia

elétrica. Ele foi

implan­

tadono

país

em

1931,

nogoverno deGetúlio

Vargas,

tendo

vigora­

do,

de forma

aleatória,

mais 14 vezes. Foi

recuperado

em 1985

epassoua sercontínuo. Astrônomos afirmamque

pa-e mo

objetivo:

o melhor para os � alunos. Elesestão somente tra­

çando

caminhosdiferentesenão

sederamcontadisso. Estátudo

nasanta

paz!

Aquestãomaispo­

lêmicado debateficouporconta &! da

mudança

denome do Centro

Acadêmico. AdelmoGenroFilho � ou Raimundo Caruso? Eis a

questão.

De

resto,

quemfoipara verconflitoou

divergência

ficou a vernavios.

oresultado

-Apesar

desua

denominação,

a

chapa

Em Bran­

covenceu as

eleições

paraoCen­

tro

Acadêmico.do

Curso de Jor­ nalismo totalizando 45 votos

contraos36da

chapa

rival,

Ba­

lanço

Bruxólico. Dos 103 votos

totalizados,

quatro

foram em brancoe 18foram considerados nulos. A

chapa

vencedora tem Ricardo

Jacques

na

liderança

e urn staff formado par Jeanine

Bellini,

Viviane

Sommer,

Cris­ tiano

Prim,

Suzana

Naspolini,

JefersoneMaria Paula. Os elei­ tores esperam agora que sua gestãonãopasse"embranco".

Horário de

verão

dura

120

dias

Tucanos decidem

domingo

fusão

com

PDT

AnaCláudia Menezes

Santa Catarina

pode

assistir brevemente à

formação

de um novo

partido político,

caso se confirme a uniãoentre oPSDB e o

PDT,

originando, inclusive,

uma nova

sigla.

O

convite,

feito

pelo

PDT na semana

passada

através da

imprensa,

vaiserdis­ cutidona reunião da executiva estadualdo

PSDB,

que serárea­

lizadano dia'27 com a

partici­

pação

das

lideranças

tucanasno estado como os

deputados

fede­ rais Francisco Küster e Vilson Souza e o senador Dirceu Car­ neiro.

ParaavereadoraClair Casti­

lhos,

favorável à

coligação,

isto

pode

dar ao PSDB um

perfil

"mais de

esquerda",

oque

faltou,

segundo

ela,

desdea suafunda­

ção,

duranteostrabalhos da As­ sembléiaConstituinteem 1988. "OPSDBéum

_partido

quenas­ ceu dentro do

Congresso

Nacio­

nal,

com as

grandes

estrelas,

de­

pois

do racha que houve com o

PMDB",

admite. O outro seg­ mentoque não aderiuaos tuca­

nos,formouo

Centrão,

frentepo­

lítica constituída porsenadores e

deputados

conservadores que tentaram barrar

conquistas

im­

portantes

paraostrabalhadores naConstituinte.

Avaliando o resultado das

eleições,

Clair Castilhos acha

que o PSDBera um

partido

pe­

queno e o novo "demais" para

bancarumacandidatura

majori­

tária. "Nós nunca

poderíamos

tersaído

sozinhos",

diz

ela,

refe­ rindo-se ànão adesão à Frente

Popular,

que

lançou

Nelson We­

dekinaogoverno. Emoutroses­

tados,

o

partido

também amar­

gouaderrotanasurnas,mesmo em São

Paulo,

Minas Gerais é

Paraná,

ondeoPSDB tinhacon­

dições

de

chegar

ao

segundo

tur­

no. "Isto éuma

conseqüência

do

bipartidarismo",

avaliaaverea­

dora,

que

segmentou

"demais"e dividiu o eleitorado entre

e'3-querda

edireita.

O PSDB querdar continuida­ de ao que

vem sendo desen­ volvidonaCâmara

Municipal

de

Florianópolis,

onde os vereado­ res do

PDT,

PC do

B,

PVe PT formam umabancada de

oposi­

�ão

aos

políticos

conservadores. 'Vamos

partir

dozero ecomeçar

a crescer, formando bancadas

fortes",

avalia Clair. Mariana Baima

O debate ocorrido no último dia 18entreas

chapas

que

dispu­

tamoCentro Acadêmicodo Jor­

nalismo, conseguiu alcançar

o recorde deaudiência doano: cer­ ca de

quinze

pessoas se manti­ veram nasala

pelo

tempo,

tam­ bém

recorde,

de

quarenta

minu­

tos. Nem as assembléias para discussão donovocurrículocon­

seguiram

tal proeza.

O

fato,

deumamaneiraoude

outra,

significou

um"certointe­ resse" por

parte

dos alunos de estareminformados sobreonovo destino do Centro Acadêmico. Mascomtantorecordeodebate acabounão

alcançando

seu

prin­

cipal objetivo:

colocaremdiscus­

sãoasmetasdecada

chapa.

As duas concorrentes

apresenta­

ram suas

propostas,

que apesar de

aparentarem

divergências,

acabam

convergindo

noquediz

respeito

às

prioridades

do CA. A

chapa

"Em Branco" constituí­ da por sete

alunos,

definiu seus

pontos

prioritários:

Sema­ na

cultural, promoção

do 3� Set

Interno,

de

festas,

de um infor­ mativo

quinzenal;

de um noti­ ciáriode rádio interno também

quinzenal

e a

participação

em

encontros estudantis e congres­

sos.Seus

rivais,

a

chapa

"Balan­

ço

Bruxólico",

com três vetera­

nos no

comando, apresentou

co­ mo

propostas

primeiro

ouvir"as

massas",

mudar o nome do CA

esindicalizarosalunos. Durante adiscussão foramle­ vantadas

questões

importantes

como a

posição

de cada

chapa

em

relação

ao Zero à Rádio Livre 107 a

participação

do CA nas

eleições

noDiretório Central dos

Estudantes;

aameaçade extin­ çãodo

registro

de

jornalista

pro­

posta

pelo

Ministro do

Trabalho,

a

"privatização"

ou nãoda sala

Fabiano Melato

A

partir

da meia-noite do últi­ mo

sábado,

dia

20,

ohorário de

verãovoltoua

vigorar

no

Brasil,

estendendo-se até 17 defeverei­

ro. Com exceçãodos estados do NorteeNordeste(menos

Bahia),

todos osoutros estados tiveram de adiantarem umahoraos seus

relógios.

Ano

passado,

ohorário de verão envolveu 22 estadose

proporcionou

uma economia de 225 milhões de

quilowatts,

ou

1,2%,

equivalente

ao consumo

deumacidadecomoBrasília du­

rantequatromeses.A nível

resi-ra se

atingir

umaeconomia

real,

ohoráriodeveriaterentradoem

vigor já

no início do mês e se estenderatéfim demarço. Mas

por

enquanto

vão ser 120 dias mais

longos,

onde todososhorá­ rios

-de

serviços

públicos

a

vôosinternacionais- continua­

rãoos mesmos; se um estabele­ cimento abria suasportas às 8

horas,

elecontinuaráabrindo a essahora. Eem 17de

fevereiro,

quando

os

relógios

deverão ser atrasados em uma

hora,

osuni­ versitários

poderão

também

aprontar

seumaterialescolar:o horáriodeverãoterminaumdia

antesdo início dosemestreletivo daUFSC.

(3)

Julgamento

simulado

na

UFSC

condena

os

assassinos de

sindicalista

A revanche

de

Chico

Mendes

Nilva Bianco

Os

assassinos

de

Chico Men­

des foram sumariamente con­ denados. Ao menos foi o que aconteceu no Tribunal Chico

Mendes,

uma

simulação

do

jul­

gamento real,

previsto

para o dia 12 de dezembro em

Rio

Branco. Asessão aconteceuna

quarta,

dia

18 e

foi

promovida

gelo

Movimento Estudantil e Centro

Acadêmico

XI de Feve­

reiro,

do curso de Direito da

UFSC. Várias entidades

apoia­

ram, entreelas a OAB e a Fe­

naj.

Ao criar o Tribunal Chico

Mendes,

os

estudantes de

Direi­ toabriramespaço paradebates

sobre

temas como

direitos

hu­

manos, reforma

agrária,

ecolo­

gia.

Além

disso,

lembraram que o casode Chico ainda não está

resolvido

e

divulgaram

a, causados

seringueiros.

Chico

Mendes

foi

assassina­ do no dia 22 de dezembro de 1988 em

Xapuri,

no Acre.

Sua

militância

junto

aos

seringuei­

rosepovos da floresta incomo­ douos

grandes

fazendeirosque

tinham

interesse em

explorar

a área.

Sindicalista,

lutou por umaforruamenos

selvagem

de

exploração

da floresta amazô­

nica,

através da

criação

deuma

reserva extrativista para uso

Xapuri.

Moreno,

traços

indíge­

dos

seringueiros,

que cuida- nas,

Gumercindo

fala

de Chico.

_ riam de sua

preservação.

No Fala de sua luta

pela

preser­

dia

22,

às19

horas,

Chico

abriu

vação

dos

seringais,

da

perse­

a

porta

dasua casa.

Carregava

guição

sofridapor

parte

degen­ uma

toalha

no

ombro

e uma te como

Darli Alves

da

Silva

lanternanamão. Ia tomar ba- e seus

filhos,

DarcieOloci. Fa­

nho,

masnão

conseguiu

ir

além

mília de

matadores

fugidos

do

da

porta.

Acercade 16metros ParanáeMinas

Gerais,

quese

dali,

escondido

atrásdeum co-

estabeleceram

no

Acre,

onde

queiro,

Darci Alves da Silva esbarraramna

organização

dos

apontou

a

espingarda

calibre

seringueiros,

liderados

pelo

20,

atirou e

fugiu.

Chico Men" sindicalista.

des

caiu,

commais de 40

perfu-

Gumercindo fala

da

"opera-rações

pelo

corpo.

ção caracol",

executada

pela

fa-As 9h30min do dia

18,

oherói

mília Alves

eseu

bando de

ma­

caiucomestrondo sobreotabla- tadores- mais de 30

-para do

do auditório da

reitoria,

in- aterrorizaros

seringueiros.

Aos

terpretado

porumaluno de Ar- poucos,um a um,foramassas­ tes

Cênicas da Udesc.

A

floresta

sinados

vários,

até

chegar

avez

silenciosa

e os

amigos

quezela- de

Chico,

o mais

importante.

vamporsuavida choraramen- \. Ele sabiaqueestava

Jurado

de

tre cantosde

pássaros

emitidos morte e que os matadores de por um

gravador.

O

auditório

Darli estavamse

reunindo

para esta

cheio,

ocupado

por estu- decidir_

quando

e como seria o

dantes

ecâmeras. crime. Numa tentativa

de

con-seguir justiça,

foi atéUmuara­ ma, no

Paraná,

e

conseguiu

o mandado

de

prisão

queháanos havia sido

expedido

contra Dar­ li Alves da Silva.

Gumercindo:"agente

precisa

continuar vivo"

Operação

caracol Mas entre as

simulações

da

morte e do

julgamento,

houve o

depoimento

reale

emocionado

de

Gumercindo

Rodrigues,

companheiro

de

Chico Mendes

eatual

presidente

doSindicato dos

Trabalhadores

Rurais de

Denúncia

Voltando

ao

Acre,

Chico

foi

diretamenteaoentão

Superin-tendente da

Polícia Federal de

Xapuri,

Mauro

Spósito

- atual

chefe de

gabinete

de

Romeu Tu­ ma.

Apresentou

carta

precató­

ria,

exigindo

providências.

Na­

da foifeito e dois mesesantes de sua

morte, Chico mandou

uma carta ao

juiz

de

Xapuri,

Adair José

Loguini,

denuncian­ do a

situação

e dando o nome de todososque

planejavam

seu

assassinato.

Responsabilizou

o

magistrado

pelo

que

pudesse

2 viraacontecer. Maisuma vez,

nada foi

feito. Gumercindo

Ro­ �

drigues,

em seu

depoimento,

questiona

a atitude

da

polícia

til edepessoascomoJoão

Branco,

ex-presidente

da

UDR

noAcre.

Branco é sócio do

jornal

Rio

""

Branco,

que

dias

antes da

mor-te de

Chico

Mendes noticiou que

uma

"bomba"

estava para

explodir,

trazendo

conseqüên­

cias

nacionais

e

internacionais.

Gumercindo também leutre­

chos do

depoimento

de

Darci Alves da

Silva,

que cinco dias

após

o assassinato

entregou-se

à

polícia.

Mais

tarde,

Darli Al­

ves

da Silva

e

Jandir,

matador

que morava com a família Al­ ves,

entregaram-se,mas

não confessaram sua

participação.

Foi

Darci

que confirmoua

cul­

pa do

pai,

afirmando que não fazia

nada

sem sua

ordem

eque estehavia ditoao

ordenar

ocri­ me. "Vocêtem que merecer os

doismetrosdepano queusa". Entre os

seringueiros,

não existe nenhuma dúvida deque Darci

tenha sido

oexecutor do assassinato. Durante o traba­ lho

de

reconstituição,

ele mos­

trou conhecer cada detalhe de terreno quecerca acasade Chi­ co Mendes eda cena do crime.

Suspeita-se

que

naquele

mo­ mentoJardeiro

acompanhasse.

Por mais

de

um

mês,

antes do

crime,

eles revesaram-senato­ caia

da

casa.

Gumercindo

ques­ tiona: por que

depois

de estar

foragido

cinco

dias,

Darci

entregou-se

à

polícia?

A única

resposta, segundo ele,

é a de que Darci estava

protegendo

pessoas mais

importantes

en­ volvidas no caso. No final de

sua

exposição,

Gumercindo

Ro­

drigues grita

emocionado,

pe­ dinde

ajuda:

"A

gente

querficar

Mais

um

seringueiro ameaçado

O

seringueiro

elíder sindical ManoelPereirada Silvaestá

escondido. Desdea última semana, conforme noticiou a im­ prensa nacional no

sábado,

dia

20,

ele

fugiu

deRio

Branco,

capital

do

Acre,

para escaparda"morte

anunciada"

porfazen­ deiros e madeireirosda

região

da Reserva Extrativista Ca­ choeira.

OConselhoNacionalde

Seringueiros

aconselhou ManoelPe­ reirada Silvaa seescondere oComitê Chico Mendes denun­ ciou queosfazendeiros encomendaramsuamortea

pistoleiros

de

aluguel.

Manoel Pereira da Silva é diretor do Sindicato dos Serin­

gueiros,

Pequenos

Agricultores

eAssalariados Rurais de Rio Branco

(Sinpasa)

eanimador das Comunidades Eclesiais de Base.

Segundo

o

Comitê,

a"morte anunciada" do

seringueiro

estáassociadaaofato dele ter

impedido

quedoismil hectares de florestas da fazenda

Paloma,

situada ao lado da Reserva

Cachoeira,

fosse

queimado.

O comitê denuncia ainda que

pistoleiros

e madeireiros dentro da reserva

ameaçando

os

seringueiros.

.

ViVOI

a

gente

precisa

continuar

vivo!".

o

tribunal

O

julgamento

simulado só aconteceu à

tarde,

das 14 até às 18

horas.

Como

juiz,

estava Jacinto Nelson de Miranda

Coutinho,

Procurador do esado

do Paraná. Ele

apoiou

ainicia­

tiva

dos estudantes

de Direito da

UFSC,

afirmando:

É

neces­

sário

quea

Justiça

se

afaste dos

textos/e se

aproxime

do

povo".

A

acusação

foi feita por Luiz Buenode

Aguiar,

de São

Paulo,

e

Luís

Carlos

Fritzen,

de

Flo­

rianópolis.

O trabalho dospro­ motores foi

baseado

nasprovas

contra Darci e na sua

própria

confissão.

Jáo

trabalho

de

defe­

sa,omais difícildadaaclareza

dos

fatos,

foi

desempenhado

pe­ lo

advogado

José Soar "Jara­

guá",

de

Florianópolis.

Numa excelente

atuação,

repleta

de bom

humor,

o

advogado

argu

-mentou queasprovaseramin­

suficientes

e

protestou

contrao abuso de secondenar

três.pes­

soas,

quando

apenasumahavia confessadoo

crime

etinha

algu­

ma

evidência

contrasi.

Depois

da

teatralização

feita

pelos

advogados,

foi a vez dos

jurados

votarem. Uma um, os

representantes

da

OAB,

Sindi­

catodos

Jornalistas,

Movimen­ to

Ecológico,

Movimento dos

Estudant§,s

de

Direito,

Movi­ mento dos

Sem-terra,

UFSC,

Seminário sobre Universidade eMeio Ambiente e

Pastoral

da Terravotaramnominalmentee

justificaram

o voto. Se

depen­

desse

deles,

os

acusadosjá

esta­ riam na

prisão, cumprindo

de

12 a30anos.

Paraos

iniciados

em

Direito,

o Tribunal Chico Mendes ser­ viu também como um

impor:

tante

espaço

de

questionamen­

to

do SIstema

Judiciário no Brasil. Jacinto Coutinho levan­ touaindaoutra

questão,

basea­

danabrilhante defesa feitapor

Jaraguá:

a da relatividade da verdade. E alertou parao fato dequeno

julgamento oficial,

os

jurados

serão

outros,

com ou­ trosinteresses.

Na

verdade,

denuncia Gu­

mercindo

Rodrigues,

apesar da

morte de Chico

Mendes,

pouca coisa

mudou

noremotoeaban­ donado Norte

(veja

textoaola­

do).

O

sindicalista

afirma que é muito

provável

que elee vá­ rios de seus

amigos

não che­

�em

vivos atéo final doano.

'Mas,

se nospegarem, vai ser dentro da

luta".

(4)

ZERO

A

região

carbonífera

atinge

hoje

20

municípios,

o que

corresponde

a 10% do território

do

Estado. E um

negócio

que sóem89pagou

3,5

mi­

lhões de cruzeiros

em

impostos.

O

Sindicato dos Mineradores

não di­

vulga

o

faturamento

global

das

em-�

p-resas,que têmmaisde 100minas. Masem

todos

os

municípios,

"distri­

buição

de renda"nãoéumaexpres­ são

conhecida.

O carvão catarinense é de

péssi­

ma

qualidade.

Detudo

o que é ex­

traído,

apenas 30%é

transformado

em carvão

pré-lavado,

usado

nas

usinas

termoelétricas

Jorge

Lacer­

da

I,

IIe

III,

da

Eletrosul,

comsede

emTubarãoeparaa

siderúrgica

de

Volta Redonda

no Rio de

Janeiro.

Osoutros70% são

rejeitos piritosos

I

(rochas

com

alta

concentração

de

enxofre),

que são

depositados

acéu

aberto. Na

região,

são 400

hectares

de terra cobertos com

rejeitos,

que

emcontatocom o

sol

queimam,

libe­

rando

gás

de enxofre. Esses gases

sofrem

uma

transformação

na

at-Sônia Bridi mosferaevoltamemchuvas de áci­

do sulfúrico.

As

conseqüências

da

chuva ácidasão

doenças

de

pele,

cor­ rosão de

prédios

e casas e a morte das poucas

florestas

nativas que

ainda

existem na

região.

Maisgrave

ainda

é a

poluição

do ar, que os metais

precipita.

O com­

plexo

de usinas

Jorge

Lacerda e as

coquerias (que

transformam

o car­

vão em coque,

matéria-prima

para

siderurgia)

jogam

na

atmosfera

200 mil toneladas degases,cinzase me­ tais

pesados

porano.A

falta

de

cui­ dadocom o

isolamento

dos

depósitos

de

rejeitos

e a

inexistência de

lagoas

de_decantação

para a

água

usada na

lavagem

do

carvão,

contaminam todos os rios da área. A cidade de

Criciúma,

a

principal

do sul

do

esta­

do,

com250mil

habitantes,

estána eminência deum

colapso

nosistema de abastecimento de

água.

A popu­

lação

dobrou

nos

últimos

10 anos

e não existem

alternativas

para a

captação

de

água.

No meio rural a

situação

éainda

mais grave. A

mineração

no

subsolo

provoca uma

reacomodação

no

len­

çol

freático.

A

água

escorre para

dentro

das minasede lá é

bombeado

para fora. Pelo menos 2 mil poços

artesianos em

propriedades

rurais

secaram

deixando

os

agricultores

na

dependência

dos

caminhões-pipa

da

prefeitura

de

Criciúma.

Os que

utilizam

a

água

para o arroz

irriga­

do,

viram

a

produtividade

cair em

40%nos últimos 15anos.

Deserto

Negro

O

município

de

Siderópolis,

a 10

quilômetros

de

Criciúma,

é uma

ilhanomeioda

devastação.

A

cida­

de estáemcima

de

um

depósito

de

pirita. Nesse

município

a

mineração

e

feita

a ceu

aberto

pela

Companhia

Siderúrgica

Nacional-

CSN.

Houve

festaem

Siderópolis

25anospara comemorar a

chegada

da

dragline

Marion,

uma

máquina

de

fabricação

americanacom

capacidade

para

fa­

zer

sozinha

o

trabalho de

200 trato­ res.

Na

época,

os

jornais

estampa­

ram o

fantástico

poder

da

draga:

Fotos: Claudio Toldo Zera

A

descoberta

de

uma

gran­

de

reserva

de

carvão

mineral

no

subsolo de

Criciúma,

há 50

anos,

veio

acompanhado

de

uma

euforia

coletiva.

O "ouro

" ..

.-negro

enriquecia

a

regiao,

aumentaria

a

oferta

de traba­

lho,

deixaria

os

pobres

ricos

e os

ricos

milionários.

Meio sé­

culo

depois,

a

oferta de

empre­

gos

chega

a

40

mil

e os

ricos

estão

incrivelmente

mais ri­

cos.

Os

pobre

estão

miseráveis

e a

maior

conseqüência

da

ex­

tração

de

carvão,

que não

es­

tava

nos

cálculos

dos

pionei­

ros,

é

uma

poluição

assusta­

dora

que

faz milhares de víti­

ma

todos

os anos.

Depois

do trabalho da

dragline

Marion, sobraapenasodesolado

lago

negro

das áreas

mineradoras

éde 500ve­ zes o valor da terra

nua",

informa Vladimir

Ortiz,

superintendente

da Fatma

(Fundação

de

Amparo

àTec­

nologia

e

Meio

Ambiente).

Esse

nú­ mero

explica

a resistência da CSN

emrecuperaraárea.

A

transferência da Marion para o

Rio Grande

do

Sul

é o

exemplo

mais claro

da

política

de

exploração

do carvão no

sul

do estado. O fim

das atividades

aa

estatal deixam

ummunicípio

devastado,

sem

possi­

bilidade de trabalho

agrícola

ecom 60% da

população

sem emprego. "Passei minha infãncia andando de

bicicleta

por

aí,

buscando

bergamo­

ta nas

colônias",

diz, desanimado,

o

jornalista

Ricardo

Fabris,

27,

que conclui:

"agora

nãohá mais colônias e os

agricultores

estã nas

favelas

com

subempregos

ou debaixo das minas".

Síndromes do carvão. Anen­

cefalia

é um tabu para os médicos de Criciúma. Estatísticas extra-ofi­ ciaisdão conta do nascimento de 30

crianças

sem cérebro no

município

em8£. Mas

ninguém

comentao as­ sunto. Os

médicos

convencem os

pais

quea

anomalia

foi causadapor

problemas genéticos.

"Os

pais

se sentem

culpados

efazem de tudopa­ raabafaro

assunto"iexplica

o secre­

tário

da saúde

Wa mor de

Lucca,

que é de de Criciúma. Ao assumir o cargo, ele anunciou que a notifi­

cação

compulsória

à saúde

pública

dos

nascimentos

de

crianças

anor­ mais seria uma de suas

primeiras

ações.

Já passouum ano e a anence­ falia continua

desconhecida

pela

po­

pulação.

Minaacéuaberto da

Companhia Siderúrgica NacionallCSN1,

em

Siderópolis.

Na

paisagem

lunar,apenas o

eucalipto

sobreviveaosolo ácido

gasta

a

energia

equivalente

ao con­ sumo deuma

cidade

com20mil

ha­

bitantes;

consegl}e

cavar at50 me­ trosde

profundidade

(o

equivalente

a um

prédio

com15

andares);

ereti­ ra 50

toneladas de

terraacada vez que desce a

caçamba,

onde cabem 3

fuscas.

O que não se

imaginava

eraque

hoje

um

vereador

precisasse

recorrer à

justiça

para

abrigar

a

CSN a manter a

draga

no municí­

pio.

O

presidente

da

Câmara

Munici­

pal

de

Siderópolis,

Ademir

Motta,

está com uma

ação

na

justiça

para

garantir

o

cumprimento

do

Artito

255,

parágrafo segundo,

da Consti­

tuição Federal,

segundo

o

qual

as

empresasmineradoras devemrecu­ perar o local

explorando

comater­

raplanagem

do terreno. A Marion é a

responsável

pela

formação

da

''paisagem

lunar": seis mil hectares deterraondenão

resistem

nemmi­

croorganismos.

Na

paisagem

lunar,

osburacos de onde foi

extraído

ocar­ vão formam

lagos

vermelhos com até 50 metros de

profundidade

e os montesde

rejeitos

chegam

a35me­ tros de altura. O

deserto

se

forma

porquea

mineração

acéuaberto in­ verte as

camadas

do

solo:

a terra ficapor

baixoi

e na

superfície

ficam

rochas

com a to teor de

-enxofre.

A única

planta

que

se

adapta

àrecom­

posição

da paisagem é o

eucalipto,

capaz de

suportar

solos

muito áci­ dos.

dever de governo federal dei­ xar a

máquina

emnosso

município

por mais dois

anos",

reivindica o

prefeito

de

Siderópolis,

José Antô­

nio Périco. "Ocusto

de recuperação

A Marion fazotrabalho de200 tratorese.causa umestrago

proporcional

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

(5)

·CICERONE

PARABÓLICA

Eventos internacionais

movimentam

a

primavera

em

Florianópolis

Congresso

- XI

Congresso

Bra­ sileiro de

Relações

PúblicaseXIX

Congresso

InteramericanodeRe­

lações

Públicas. O eventoserea­

lizade

quarta

atésábadonoHotel Castelmarcompresençade confe­ rencistas nacionais e

estrangei­

ros.

Destaque

para as conferên­ cias

"Imprensa:

O

Compromisso

com o Consumidor" com o om­ budsman do

jornal

"FolhadeSão

Paulo",

CaioTúlioCostaàs 14ho­ rasdo dia

25;

e"AClassePolítica

r e o

Respeito

à

Opinião

Pública"

com o

jornalista global

Alexandre

Garcia,

às 9h30min do dia 27. A solenidade de encerramentoserá às 12h35minno auditório

princi­

pal

do

Castelmar,

eàs 21h30min

acontece a festa

"Destaques

do

Congresso".

Centro de Conven­

ções

do Hotel

Castelmar,

RuaFe­

lipe

Schmidt, 200,

fone:22-3228.

1� Semana das

Nações

- O

evento que abriuna

segunda-foi­

raprosseguecomapresentaçãode

vídeos,

danças,

canções

e

pales­

trassobreos12

p�íses envolvidos.

Duranteamanhade

quinta-feira

haverá

a_presentaç_ões

sobre Suri­

name,Trmidade

Tobago,

Guiana

e Barbados.

A tarde,

continuam

as

apresentações

sobreestes

paí­

ses emais

Panamá,

HaitieChina. Na sexta-feira continuam as ex­

posições

sobre

Moçambique,

An­

gola

e Costa do Marfim durante

a

manhã,

eàtardeéa vezdaGui­

né-Bissaue do

Senegal.

Oencer­

ramento será às18 horas dasex­

ta-feira e o "I Baile das

Nações"

será às23 horasna Boate

Dizzy.

A "1'.' Semana das

Nações"

serea­ liza 110 Auditório da

Reit09ia

da

UFSC.

RADIO

Fique ligado:

rádios

transmitem

programas

esons

alternativos

Rádio"Rádio. lOT'- Rádio.

pirata

que

transnuteapartirdas 10 horas damanhã

enão temhorário fixo paraencerramento.

Todososestilos musicais. Podesersintoni­ zadanos bairrosTrindade,Saco dos Li­ mões.

Pantanal,

Córrego

Grande, Agronô­

nuca.

Serrinha,

Carvoeirae

imediações

da Beira-MareItacorubi. l07MHz. "Verde Ambiente"

-Programa

sobreeco­

logia apresentado

porFernando Boeira.To­

dasas

segundas,

quartasesextas às18h40 min. RádioUnião

FM,

96.lMHz.

"Freqüência

Urbana"- Toda

segunda-fei­

raàs 22

horas,

narádio União FM.

Progra­

ma

humorfstico-musical

apresentado

por umaequipemuitoloucaque

parodia

pro­

gramas radiofônicosetelevisivosnoestilo

besteirol. Rádio UniãoFM,96.lMHz. "Sincronia Total"- Sob

ocomandodePena

eZeca. oprograma ésobre rockeafins.

De

t�rça-feira

a

domingo,

às 22horas.Rá­ dIOLniào

FM,

96.lMHz.

ARTE

Nu artístico dá

o

tom

de

curso nas

oficinas

de

artes

do

CIC

Curso- "Oficinade Modelo Vivo".

Orientação

de FernandoLindote

inscrição

nasecretaria das

Oficina�

de Arte do CICem horário comer­ cial. Ocursocusta15BTNspormês einiciacom ummínimode dez fre­

qüentadores.

O horárioserádas 19 às 21 horas todas as

terças-feiras.

CIC,

Av.

Beira-Mar,

5.000, fone:

34-2166,

ramal 147.

BARBADA

Liq_uidação

- Livraria da

FEESC,

do Centro de

Convivência,

está dan­ dodescontos de 50%. Apromoçãovai até dia9 denovembro. Abertadas 8até às18horas. Fone:34-0746.

CINEMA

Cult movies

superlotam

cinema do CIC

e

são

a

melhor

opção

na

cidade

Cinema- "Celeste"

(Percy

Adlon 1981,

1h45min).

Filme alemão

d�

mesmodiretor de

"Bagdá

Café" so­ breorelacionamentoentreo

escritor

francês Marcel Prouste suagover­

nantaCeleste Albaret. Filme basea­ donolivro "Monsieur

Proust",

onde Celeste testemunhaseusnove anos servindooescritor..

Cópia

16mm,

co­

re�,

lege�dado,

ingressos

a100cru­ ZeIrOS.Dias

24,

25e26(19h30min) edia 28(17h30min).

CIC,

Av. Beira­

mar,

5.000,

fone 33-2166.

"O

Cozinheiro,

o

Ladrão,

suaMulher e o Amante" (Peter

Greenaway

1989,

2

horas).

Construído em

u�

prólogo

etrêsatos,ofilmedesenvol­ ve-se num

período

de dez dias sob

osimbolismo dascores ebaseadono

número sete. Do mesmodiretor de

.

"Afogando

emNúmeros"e"A Bar­

riga

do

Arquiteto".

Atédia 26 às

21h30min,

dias 27 e 28 às 19h30 min. CIC.

"Bagdad

Café"

(Percy Adlon, 1987,

Ih30mm). Gorda

burguesaalemãao

serabandonada

pelo

maridonode­

serto

d�

Mojave

acaba encontrando

umcafe de beira de estrada.Comé­

dia "cult" alemã de

grande

sucesso

mundial. A

partir

de dia27às 21h30

min.ClC.

Autor critica

o

medo das

pessoas,

o

conservadorismo

eos

analistas

burgueses

Freire

divulga

a

Somaterapia

em

SC

no

evento

de

Capoeira

SimonePereira

"Nós

anarquistas

sempre luta­

mos

pelo

voto em braco enulo.

Felizmente o povo tomou cons­ ciência de que nãodeve escolher o menos

pior.

Estánahoradees­ colhermoso

melhor",

afirmao es­ critore

psicanalista

Roberto Frei­ re. Ele veioa

Florianópolis parti­

cipar

demesa redonda queabriu aprogramaçãodo 3? Batismo Pal­ maresdo Sul.Freiredefendeque a

evolução

do ser humano não

vemdosofrimentoesimdo apren­ dizado. Por

isso,

seuslivrossem­

prepregaram "umamor sempos­

se, semusoe semabuso".

Para

ele,

a

esquerda

eadireita têm o mesmo autoritarismo, en­

quanto

amídiaexecutaumtraba­ lho de

alienação

dopovo,pregan­ do umafalsa liberdade quecom­

promete

ademocracia.Seu traba­ lho tem basenavisão deum

mun-dosem

partido

-um socialismo libertador- contra

qualquer

ins­

tituição

ou

poder.

Freire conta que abandonoua

psicanálise

por s�ruma

terapia

conservadoraque VIsa

adaptar

oindivíduoaosiste­ ma."Os analistassão

burgueses,

queremser efazerosoutros"con­

testa.

Fundador da

Somaterapia,

uma

anti-terapia,

que

surgiu

nadéca­ da de60paraenfrentarosistema neurótico

implantado

com adita­

dura,

afirma que sua

proposta

nasceuparamilitantes revolucio­

nários, já

queaexistenteerabur­

guesa.

Foi

preciso

criar

algo

de novoquemcorporassenaspessoas o seu

potencial

criativoequedis­ solvesse acouraçadesnecessária.

Uma.

psicologia

de homem

livre,

nascidadeumaforma clandestina eàmargemdosistema.

A

somaterapia

usavários mé­ todos técnicos-corporaise é

aber-Freire (debranco) antesdesua

palestra

tamente

política.

O

objetivo

dessa

terapia

élevarapessoaanãoacei­

tarnenhuma forma de

sujeição,

ser oqueela realmente ée lutar

pelo

queacredita. Por issotema

capoeira

como uma

grande

aliada da

somaterapía,

porser umadas

poucas armas culturais que se

temnoBrasil.Dentrodessavisão

terapêutica

quevisacolocarpara

fora as neuroses

incorporadas

do sistema,existeo

princípio

deque

é necessário libertar otodo (não

apenas a mente) através do uso dos sentidos contraaloucura.

Livros como "Sem Tesão Não Há

Solução"

e "Amee DêVexa­

me",

fazem desse revolucionário uma

figura

nacionalmenteconhe­ cida e.de

grande

prestígio.

Sua

carrerra de escritor começou

�uando

escreveuapeçadeteatro ,

Quarto

de

Empregada",

em

1959. Mas,somenteem 1964,pu­

blicou seu

primeiro

romance,

"Cleoe Daniel". Suas obras pre­

gam queviver éamar eparaamar

é preciso revolucionar. O amor

não é

sacrifício,

o amor éprazer.

A liberdade é a chave de todo o

trabalho do

terapeuta

que vê na

mentalidade

burguesa

sua maior adversária. Ele dizestar consta­

tando,

atravésdesuas

pesquisas,

queaspessoas

preferem

serdomi­ nadas

pelo

medo de arriscar.

Freireescreveuhá

algum

tem-2.0 o livro "Soma 1, a Alma e o

Corpo",

que trata da fundamen­

tação de sua

terapia

e que em

março

pretende

lançar

olivro "So­

ma2,A Armaéo

Corpo

- Soma

e

Capoeira",

queiráabordar toda

a

relação

dasomacoma

capoeira.

A

somaterapia

foi

implantada

em Santa Catarina há

aproximada­

menteseismeses.

Lacerda) à

esquerda

cristã

(AlceuAmorosoLima).

Independemente

da

posi­

ção

política

dos autores e do

tom

gradiloqüente

dostextos, "Clássicos do Jornalismo Brasileiro" é fundamental

para quem quer entender os caminhos da

imprensa tupi­

niquim

neste século.

AlceuAmoroso Lima foi o

primeiro

dosautoresreedita­ dosapreocupar-secom ques­

tõestécnicas do trabalho

jor­

nalístico. O

próximo

volume

a ser editado, de Danton Jo­

bim,

aprofunda

essa tema e

éde

grande importância prá­

ticaparaosnovos

jornalistas

pela

atualidade dos assuntos

tratados.

MEMÓRIA

USP reedita

clássicos

do

jornalismo

Os livros da

coleção podem

ser

comprados

com 30% de desconto nas livrarias do

campusdaUSP.Pedidos

pelo

correio

podem

serenviadosà

ComArte/Edusp

- Av. Prof.

Luciano

Gualberto,

Travessa

J, 137,

6�

andar,

CidadeUni­ versitária, São

Paulo,

SP, CEP 05508..

A Universidade de São Paulo está realizandoumres­

gate

de reflexões sobrea ati­

vidade

jornalística

noBrasil.

O

trabalho,

"arqueológico",

chama-se "CláSSICOS do Jor­ nalismo Brasileiro"e

reedi­

tou livros de Barbosa Lima

Sobrinho,

Carlos

Lacerda,

Rui

Barbosa,

AlceuAmoroso

Lima,

todos fora de

circulação

há décadas.

A

reedição

estásendocoor­ denada porJosé

Marques

de

Melo,

diretor da Escola de Co­

municaçào

e Artes da USP. Os volumes estão sendo pu­

blicados

pelas

editoras

Edusp

e

ComArte, ligadas

à univer­ sidade.

Ideologicamente,

os

autores vãoda direita(Carlos

AImprensaeoDeverdaVerdade,

de Rui Barbosa. 88páginas. Tiragem

de 460exemplares. Cr$720.00.

A Missão daImprensa, de Carlos Lacerda. 88 páginas. Tiragem de1.2

milexemplares. Cr$ 800.00.

O JornalismocomoGêneroliterá­

rio,de Alceu Amoroso Lima. 81 pági­

nas. Triagemde 1,2milexemplares.

Cr$ 800,00.

(6)

ZERO

7

"Semamor,

semprazer,

nãoháluta.Tem...

...quesabercomolutar.

A

arte

do

povo

livre

pode

virar

produto

da

indústria cultural

...A

Capoeira

P. a armadocorpoe damente livres"

j

)

J

Capoeira:

à

beira da

dominação

Luciana Carvalho

"Hoje

acapoeiraéumaindústria",estas sãoas

pala­

vrasdomestreJoão

Pequeno

que

participou

do 3':Batis­

mo de

Capoeira

Palmares Sul, realizadoentre 17e 20

de outubro. O evento foi

organizado

pela Associação

Culturalde

Capoeira

Ajagunã

Palmares Sulcomo

obje­

tivo de

divulgar

aculturaAfro,

principalmente

a

capoei­

ra,epromoveraconfraternizaçãodeseuspraticantes.

Além dasoficinasde

capoeira

edo"batismo"

propria­

mentedito,oeventoteve tambémduasmesas

redondas,

onde foram discutidos diversos assuntos relacionados

aotema. Aprimeiramesa

redonda

foirealizadanodia 18 e teve a participação do escritorRoberto

Freire,

da

mãe-de-santoIyaSumabéedosmestres BobóeNô. O MestreNô, fundadordo

Grupo

Palmares, do

qual

participa

aAssociaçãoPalmaresSul,falousobreainter­

nacionalização

da

dança-luta,

afirmando que muitos mestres estão indo para outrospaíses,onde

114

umgrau­

de interesse

pela capoeira. Segundo

Mestre NOa

capoei­

ra noBrasil"é muito

marginalizada

enãose

pode

sobre­

viver somentede suasaulas". Ele afirma que istonão quer dizerque no exterioros mestres

fiquem

ricos, ao

contrário, oque ocorre é que há um

grande

interesse em

aprender

acapoeiraecadavezmaismestrese

profes­

sores são

requisitados

para isso.

Alguns

são

manipu­

lados,como oMestreBobó,quefoi paraoexterior,gra­ vou um disco e não

ganhou

nenhum direito sobre as

vendas. Parao Mestre Bobó, quefalou sobresuaexpe­

riênciacomo

capoeirista,

acapoeira

pode

serinternacio­

nalizada, difundida cõmo uma parte da cultura brasi­ leira, "mas se agente facilitar elesvão tomar da mão

da

gente".

Umoutro assunto muitodiscutidofoi atransiçãoda

capoeira

de cultura paraesporte. Para omestre Nóos

professores

deEducaçãoFísicaquerem tornara

capoeira

umesporte,

exigindo

que os mestres tenham

diploma

universitárioecriandocompetiçõesque

proíbem

alguns

movimentos,limitandoaliberdade docapoeirista.Para

ele isto é um retrocesso

pois

a

capoeira

surgiu como umamanifestaçãocontraaescravidãoeagoraestásen­

doescravizada. Ele dizqueacapoeira

pode

ser umespor­

te,masdeve-se

respeitar

ofatodelaser ummovimento

popular.

Comoo MestreNó,

Iya

Sumabé, que também

parti­

cipou

damesa,entendeacapoeiracomoculturaeesporte ao mesmotempo.

Iya

afirma queacapoeira"écultura,

é graça, é beleza, é

poesia"

mas também a considera umesporte,sendo inclusiveumajuízadecapoeira. Ela

falou também sobre a relação da mulher e da

religião

com a

capoeira.

Conforme

Iya,

amulherencontramui tas

barreirasnacapoeiranãosóporpartedoscapoeiristas,

comodos maridosedasprópriasmulheresque

margina­

lizam asmais idosas. Ela ressaltou também onúmero,

muito

superior

aodo Brasil,de mulheres queestãojo­

gando

capoeira em outros países. Sobre a

religião

ela

Nô é ummestrequeluta

pela

liherdade

expôsa

proximidade

queháentreas

religiões

herdadas

daculturaafricana e acapoeira, jáqueambas fizeram

parte davidadosescravosnegros.

Paixão pela liberdade . E éjustamente na

relação

doescravo com a capoeiraquesefundamentaa teoria deRoberto Freiresobrea

utilização

da capoeirana so­ materapia. Freire esclareceuque o usoda capoeirana

terapia tem a função de libertar o corpo do homem,

e como os escravos usavam o seu corpo para lutar

pela

� liberdade. Para Freire "as pessoas se apaixonam

pela

capoeira porque se apaixonam pela liberdade". Ele

!l5 acrescenta que "neste momentodavida brasileiraé pos­

i

sívela

libertação

do povoseeles transformaremocorpo

" numaarma,porqueumpovo

pobre,

semamor,sempra­

� zer não

pode

lutar. Tem de sabercomo lutar, então a

.�

capoeira pra mim é uma arma

popular,

uma arma do

S: povoquenasceuparaa

libertação

etemdeestar

ligada

Q à

libertação popular.

Anossa

grande

esperança fo nosso

tl: corpolivre". Nasegundamesaredonda,queocorreu

dia 19,os

participantes

foramo

prof.

Dr. EleonorKunz, o

prof.

LuizCanabarroe osmestresJoão

Pequeno,

Fer­

reirinha e Curió. Novamente retomou-se a industria­

lização

dacapoeiraeEleonor Kunz frisouqueacapoeira

faz parte de uma cultura

popular "que

luta para não

sermassacradapelaculturaburguesa".Para elequando

"nãose consegue acabar com a cultura

popular

procu­

ra-sedomesticá-laeé oque stá acontecendo com a ca­

poeira".

Já o

professor

Luiz Canabarro afirma quepara que

se preserveacapoeira é

preciso

preservaromito. Sozi­

nha ela é somenteumjogoepa.aomestreJoãoPequeno,

que falou sobre a capoeira no

passado

e atualmente

"ela é uma coisa que nós não

podemos

dividir porque

a capoeiraé uma coisa que tána nossa vida, nonosso

corpo".

Doisoutros mestres tambémcomentaram asmudan­

çasqueaconteceramna

capoeira.

O mestre Ferreirinha

falou sobrea

perda

da cultura queenvolvia acapoeira e mestre Curió falousobrea mudança na música. Ele afirma que agora as pessoas somente tocam os instru­

mentos,não "sentemmais" oritmo.

Ooutro assuntododebate foio

surgimento

dacapoei­ ra. Foram feitas várias

pesquisas

para sabera sua ori­

gem masnãose

chegou

a nenhumaconclusão.

Alguns

acham queacapoeirafoi trazida

pelos

africanoseoutros

achamqueela foi

gerada

noBrasil

pelos

povos escravi­ zados. Mestre Nô, por

exemplo,

defende a tese de que

a capoeira surgiu na serra da

Barriga,

no

Quilombo

dosPalmares.

Nosábado, 20, aconteceu o"batismo" ondeo capoei­

rista,quejá

atingiu

umcertonível de

aprendizado,joga

com um mestre que-nãoé o seu e é derrubado. Antes deacontecero batizado,o

público,

que lotou a barraca

delonainstaladanoAterrodaBaiaSul,assistiuoBoi­

de-Mamão,o Cacumbi,a Puxada deRedeeduas apre­

sentações de

dança

afro.

Logo

depois veio a Roda de

Mestresondeeles,além desuashabilidades,mostraram

toda a sua manha,

adquiridida

em uma vida dedicada à

capoeira. Depois

aconteceua apresentação doGrupo

Menores do Samba, o batismo e a Troca de Cordéis.

Foram batizadas 40 pessoase a Associação considerou'

.

oeventoum sucessoporque circularam nobatismo, du­

rante todoodia,cerca deduas mil pessoas.

jl

(7)

Projeto

de

lei elaborado

pelo

governo

ressuscita

uma

antiga

ameaça

o

fim

do

diploma

em

jornalismo

Pedro Saraiva

Na mesa de um desconhecido secretário da Comissão de

Desregulamentação,

Carlos Garcia, estáum

projeto

deleiquetraz novamenteàdiscussãournaconhecidíssima

polêmica:

a

exigência

ounãode

diploma

para

jornalistas.

Fazendo parte das medidas de

desburocratização

estuda­ das

pelo

governoCollor,o

projeto

determinaqueoMinis­

tériodo Trabalhodeixedese

responsabilizar pela

conces­

sãoecontrole de

registros profissionais

de diversascatego­

rias:

jornalistas, arqui

tetos,

sociólogos,

publici

tárioseeco­

nomistas, entre outras. No entanto, esta mesmalei não define quempassariaacuidar dos registros

profissionais

destasatividadese sequeresclarecese o

registro

perma­ nece como

condição

necessária para se trabalhar nestas

áreas.Assim.coloca-seem

cheque

a

exigência

de

diploma

paraas

profissões atingidas pelo projeto

-jáque,burocra­

ticamente,o

diploma

serveparaseobtero

registro

profis­

sional.

Entre os

jornalistas

a discussão sobre a necessidade ou lião do

diploma

não é umanovidade. Desdea

consti-.

tuinte, que decidiu

pela

obrigatoriedade

do

diploma,

os

debates sobreestaquestãosãobastante

polêmicos.

Tam­

bém nãoénovidadea

posição

da

Federação

Nacional dos JOrnalistas,

Fenaj,

dedefesaà

exigência

docurso

superior

para a

prática

da

profissão.

Exatamenteporisso,

quando

a

imprensa divulgou

aexistência doprojetodelei,Arman­ do

Rolemberg, presidente

da

Fenaj,

cancelouoscompro­

missos quetinhafora de Brasíliaepermaneceuna

capital

para tomar da

situação

e se preparar para

discutir

oassuntocom osocupantesdo PaláciodoPlanalto.

OrdemouConselho? Curiosamente,ofim dagerên­

cia

governamental

no

registro profissional

dos

jornalistas

éuma

reinvindicação antiga

da

Fenaj.

Porém,areinvin­

dicação

se

completa

com atransferência destaresponsa­ bilidadeparaosindicato,efoiexatamente estaaproposta

de

conciliação

que Armando

Rolemberg

apresentou ao

ministrodoTrabalho,Antônio

Rogério Magri.

Casoogo­ vernonão

esteja disposto

aentregaraossindicatoso con­

trole dos

registros,

a

Fenaj

sugere outra alternativa: a

formação,

numprazo de 180dias,deumaOrdemouConse­

lho dos Jornalistasdo Brasil, que

passaria

a cuidar dos

registros

profissionais

dacategoria.

Para

Rolemberg,

o ministro do Trabalho se mostrou

bastante

receptivo

aos seus argumentose

garantiu

que

nenhumaleiqueacabecoma

exigência

do

diploma

para

osjornalistas

seráelaboradasemqueseinicieum

diálogo

com as

categorias

envolvidas. Mas é bom lembrar que

Magri

nãoé exatamenteo nomemaisfortenacorte collo­

rida. E, além disto, noprojeto de lei não se mencionou

o fim do

diploma

para os

jornalistas,

simplesmente

não estáescrito que eleénecessário. Um mero

jogo

de

pala-vras,masque,comoenfatiza

Rolemberg,

"criariaum vá­

cuo na

legislação

que sóbeneficiariaasempresasdecornu­

meação.

Assim, comoseguromorreu de velho,o

presidente

da

Fenaj

resolveu expor suas idéias para outros membros do'governo. Na

terça-feira,

23,

Rolemberg

falou direta­

mente com osecretário da Comissão de

Desregulamen­

tação,CarlosGarcia, e

depois

colocouo

problema

ao novo

ministroda

Justiça,

JarbasPassarinho,quesubiuaomi­

nistério

carregado

porsua fama de bom

negociador.

No

mesmodia,

Rolemberg

teve uma audiênciacom o

presi­

dente interino Itamar Franco na

qual

expôs a questão ede quem procurou extrairumapromessadequeo

projeto

nãoseria baixadocomomedida

provisória.

Alémdoscontatoscom ogoverno,a

Federação

Nacional

dosJornalistasestáarticulando

junto

aos sindicatos dos

economistas, arquitetosedemais

profissões

incluídasno

projeto

de lei, um trabalho

conjunto

de resistência. Na

quinta-feira,

25,estava

prevista

a

realização

deuma reu­

niãoparadecidircomoserá estaatuaçãoembloco.

Atéofinaldasemana seespera queogoverno dêuma

resposta mais concreta quanto às propostas feitas

pela

Fenaj.

Resta saber se esta

esperada

resposta será uma

aceitação

das sugestôes feitas, uma contraproposta, ou

simplesmente

maisumadasnefastas medidas

provisórias

dogovernoCollor.

Fotos. Lauro MaedaZero'

Seqüênciade movimentosde Caxote: um botton-turn,uma batida de , front-side (acimaI easaídada batida. Uau

Flávio "Teco" Padaratz conquistouo

segundo lugar

na

últimaetapadocircuito

mundial,

disputada domingo

passado

naBarrada

Tijuca,

Rio. Com isto, Tecoé agorao

27':no

ranking

daASPe

pode

setornarum back-fourteen

Referências

Documentos relacionados

Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição repetida dados não disponíveis. Perigo de aspiração dados

 Para os agentes físicos: ruído, calor, radiações ionizantes, condições hiperbáricas, não ionizantes, vibração, frio, e umidade, sendo os mesmos avaliados

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

*-XXXX-(sobrenome) *-XXXX-MARTINEZ Sobrenome feito por qualquer sucursal a que se tenha acesso.. Uma reserva cancelada ainda possuirá os dados do cliente, porém, não terá

Neste artigo discutimos alguns aspectos característicos da sociedade a que Bauman denominou de “líquida”, a partir de As cidades invisíveis, de Italo Calvino –uma obra 6 por

Já os recursos acompanham as câmeras mais sofisticadas da marca, com 11 efeitos de simulação de filme da Fuji, 19 filtros de imagem, conexão Wi-Fi, Bluetooth 4.1, obtu-

A partir de 24 de julho de 2018, a apuração do resultado da análise do requerimento de isenção do pagamento do valor de inscrição será divulgada no Diário Oficial do