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Metodo de avaliação de aspectos ergonomicos em produto de consumo

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UFS C -B U 0 . 2 7 9 . 2 2 7 -5

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Marco A n ton io R égnier P ed roso

MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE ASPECTOS ERGONÔMICOS EM

PRODUTO DE CONSUMO

D isserta çã o su b m etid a à

U niversidade Federal d e S an ta Catarina

para o b te n ç ã o d o Grau d e M estre em E ngenharia

F lorian óp olis

Fevereiro d e 1 9 9 8

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Marco A n ton io R égnier P edroso

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do grau de

M estre em E ngenharia

Especialidade em Ergonomia e aprovada em sua forma final pelo

programa de Pós-Graduação

Banca Examinadora:

Prof3. Leila Amaral Qormjo, ura.

Orientadora

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Àqueles que acreditam , apoiam , choram e vibram com m eus passos:

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À Prof3. Leila Amaral Gontijo, pela orientação e am izade dem onstrada no decorrer d esta pesquisa.

À banca examinadora, Prof3. Alice Cybis Pereira e Frof. Miguel Fiod, pelo tem po dedicado à avaliação e ao enriquecim ento d este trabalho.

Aos professores e funcionários do Program a d e Pós-Graduação, pelo apoio dem onstrado no decorrer do curso.

À Multibrás S.A Eletrodomésticos, pelos recursos financeiros para a realização do curso.

Ao g eren te geral de design industrial da Multibrás S.A., Newton Gama Jr., pelo apoio e credibilidade depositados no trabalho.

Ao Fernando Pruner, p e lo su p o rte e m so ftw a re p a ra elab o ração d e s ta dissertação.

À e q u ip e d e d e sig n in d u stria l d a M ultibrás S.A., p ela c o la b o ra ç ã o e com prom etim ento n a aplicação prática d esta pesquisa.

À D enise Maria W. Fedroso, m inha esposa, pelo auxílio n a redação d esta dissertação e pelo contínuo apoio à busca do saber.

À Sandra Mara W. Barreira, pelo incentivo amigo. Ao Allan Pedroso, m eu filho, pela com preensão. A Deus.

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L ista d e F ig u ra s R esu m o A b s tr a c t 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. Justificativa... 1 1.2. O bjetivos...2 1.3. H ip ó te se s... 3 1.4. M etodologia... 3 1.5. Estrutura da D issertação... 4 2 . CONCEITUAÇÃO... 5 2.1. O P ro d u to ... 5 2.2. O D e sig n ... ...9 2.3. A E rgonom ia...13 2.4. A Q ualidade...15 2.5. O Desenvolvimento d e P ro je to ... 17 2.5.1. A G ênese de um P ro d u to ...17

2.5.2. O Desenvolvimento d e Projeto na M ultibrás...20

2.6. Ferram entas Aplicadas no Desenvolvimento de P ro d u to s...23

2.6.1. O Desdobram ento da Fünção Q u alid ad e... 24

2.6.2. Análise Funcional...25

2.6.3. U sabilidade... 29

2.6.4. Qualidade A p aren te... 30

2.7. C o n clu são ... 31

3 . MÉTODO PROPOSTO... 32

3.1. Descrição do Método P ro p o s to ... 32

3.1.1. Passos do M étodo... 33

3.2. C onsiderações G e ra is... 43

4 . APLICAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO...44

4.1. Aplicação no Projeto Condicionador de A r...44

4.1.1. Atividade do Q FD ... ... 44

4.1.2. Atividade de Análise Funcional...45

4.1.3. Atividade de Análise Preliminar de Ergonomia e Usabilidade .. 47

4.1.4. Atividade de Auditoria Ergonômica d e P ro d u to ...53

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5 . CONCLUSÕES... 60

5.1. S ugestões para TTabalhos Fluturos... ... 60

ANEXOS... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...67

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Figura 2.1 - Funcionalidade e estética em produtos d e c o n su m o ...6

Figura 2.2 - R epresentação gráfica do conceito C 2 C ... 21

Figura 2.3 - Matrizes do QFD ... 25

Figura 2.4 - Diagrama FAST do aparador de á g u a ... 26

Figura 2.5 - Modelo 1 ... 27

Figura 2.6 - Modelo 2 ... 28

Figura 2.7 - Modelo 3 ... 28

Figura 2.8 - Modelo 4 ... 29

Figura 3.1 - Fluxograma do Método p ro p o sto ... 33

Figura 3.2 - Exemplo do desdobram ento da exigência do co n su m id o r... 34

Figura 3 .3 - Exemplo d e Análise Morfológica aplicada a um re frig erad o r... 35

Figura 3 .4 - Exemplo do FAST aplicado à função "abrir a p o rta " ...36

Figura 4.1 - Análise Morfológica da qualidade exigida "ter fácil acesso ao s c o n tro le s ... 46

Figura 4 .2 - D iagram a FAST d a função "direcionar o a r " ... 46

Figura 4 .3 - Check-list de Usabilidade aplicado n a Análise Preliminar d e Ergonomia e Usabilidade no projeto condicionador d e a r ... 48

Figura 4 .4 - Com plem ento d a Análise Preliminar d e Ergonomia e U sabilidade.. 49

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Figura 4.7 - C om plem ento d a Análise Preliminar d e Ergonom ia e U sabilidade.. 52

Figura 4.8 - Check-list aplicado na Auditoria Ergonômica d e Produto no projeto condicionador de a r ...54

Figura 4.9 - C om plem ento da Auditoria Ergonômica d e P ro d u to ...55

Figura 4.10 - Com plem ento da Auditoria Ergonômica d e P ro d u to ...56

Figura 4.11 - Com plem ento da Auditoria Ergonômica d e P ro d u to ...57

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RESUMO

O uso d a ergonom ia no desenvolvim ento de projetos se faz necessário, um a vez que se trata d e u m a ciência multidisciplinar com enfoque no se r hum ano. Sua prática co n siste e m em itir ju íz o s d e valor so b re o d e se m p e n h o global de determ inados sistem as hom em /tarefa ou produto/usuário.

No desenvolvim ento d e projeto d e produto d e consum o, encontram -se etapas que englobam análises com o conceito formal, características, funções, conceito d e uso, viabilidade técnica, processos, en tre outros. D entro d essas e ta p a s existe a necessidade d e co n stan tes avaliações ergonôm icas, seja na determ inação de funções, seja no conceito d e u so e determ inação do lay-out do produto.

A proposta de desenvolver um m étodo d e avaliação d e aspectos ergonôm icos em produto de consum o procura seguir um a m etodologia de análise q u e aten d a aos requisitos d e usabilidade, segurança e qualidade; te m com o objetivo a busca constante d a m elhoria d a qualidade d e vida.

Com intuito d e validação, o m étodo p roposto foi aplicado na Multibrás S.A. Eletrodom ésticos, e m desenvolvim ento d e projeto d e produto. Tal aplicação comprovou a validade do m étodo.

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ABSTRACT

The use of ergonom ics in projects developm ent is necessary, since ergonom ics is a multidisciplinary science which focuses the hum an being.

In practical te rm s, it consists in evaluating m an/job or p ro d u ct/u ser system s performance.

There are many ste p s in analysing th e consum er products project developm ent, such as: formal concept, features, functions, u se concepts, technical feasibility an d manufacturing processes, am ong others.

And there is a n eed for constant ergonom ics evaluation in each o n e of th e s e steps. Those evaluations are necessary for function, concept of use an d lay-out definition. The proposal of developing a m ethod for ergonom ics evaluation in consum er products is driven by a methodology of analysis which considers usability, safety an d quality requirem ents, aim ing th e quality of life im provem ent.

For validation, th e proposed m ethod was applied in product d evelopm ent at Multibrás S.A. Eletrodomésticos. Such application confirmed th e m eth o d validity.

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CAPÍTULO 1 . INTRODUÇÃO

Na história da civilização, p o d e-se observar que o hom em sem pre procurou facilitar a su a vida, m ediante o uso de algum objeto.

C om o a v a n ç o te c n o ló g ic o , e s t e s o b je to s , q u e a n te s e r a m fe ito s artesanalm ente, e exclusivos para a p e n a s um usuário, passaram a se r produzidos em série para um consum o maior, p o r diferentes usuários.

Esta evolução, do artesanal p ara o industrializado, ou seja, d o individual para a produção em série, não alterou o motivo d a existência d e um objeto ou produto. Se e ste objeto ou produto não aten d er às expectativas d e q u em o utiliza, perde o sentido de su a existência.

A n e c e ssid a d e d e g e ra r p ro d u to s d e aco rd o co m a s expectativas d o consumidor é prem issa básica no processo de desenvolvimento de produtos. Aliada ao aum ento significativo de competição, no que diz respeito à qualidade do produto, am bos os fatores tornaram -se decisivos para a sobrevivência d as organizações que, dia ap ó s dia, colocam no m ercado produtos d e consum o.

Em m uitos produtos, as características d e satisfazer a s necessidades do consum idor, e possuir qualidade, e s tã o m uito longe d e se re m atingidas. O insucesso d esses produtos se dá pela falta de planejam ento adequado do processo d e desenvolvim ento do projeto, o n d e n ão são consideradas a s necessidades do usuário.

Os m éto d o s para tal existem , m a s são talvez m uito restrito s n as su as possibilidades d e utilização, o q u e dificulta su a aplicação a sistem as de projetação contínua, com o no caso de projetos d e produto de consum o.

1.1. Justificativa

"Por m a is im p o rta n te q u e s e ja a d e p e n d ê n c ia d o P la n e ja m e n to e D esenvolvim ento d e Produtos d o P lanejam ento E m presarial, p o r exem plo, a em presa dificilmente terá sucesso com seu s produtos e serviços se e ste s não forem um a b o a solução para algum problem a relevante, atual ou futuro d e seu s clientes atuais ou potenciais." (Sell, 1997).

A te n d e r a s n e c e s s id a d e s d o c o n s u m id o r, n u m c e n á r io o n d e a competitividade cada vez m ais acirrada é pano d e fundo, faz com que a s em presas utilizem m etodologias e ferram entas q u e garantam o sucesso dé seu produto no mercado.

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A busca c o n sta n te da qualidade não m ais e s tá restrita a q u e stõ e s d e resistência e durabilidade do produto, m as tam bém está voltada ao uso e à interface que o usuário te m com o produto.

Além de g o star do produto, por valores estéticos, o usuário te m de sentir prazer, conforto e satisfação ao usá-lo.

Tbdo produto q u e aten d e a determ inada necessidade possui u m a função. Esta função, por su a vez, para aten d er b em à necessidade do usuário, tem de possuir valores q u e identifiquem a su a p resença no produto.

Criar produtos que possuam a característica d e funcionalidade requer o uso d e um a m etodologia que utilize ferram entas para o auxílio d e ste processo de criação, ferram entas esta s que avaliem constantem ente as qualidades funcionais e de uso propostas ao produto.

Assim, p ro p õ e-se um Método q u e auxilie o desenvolvim ento d e projetos de produtos; co rretam ente aplicado, traduz-se na eficiência d a interface produto / usuário e na satisfação do consum idor em possuir tal produto.

O d e s e n v o lv im e n to d o M étodo s e ju s tif ic a p e la c o la b o r a ç ã o e m co m p lem en tar a m eto d o lo g ia d e desenvolvim ento d e p ro d u to s aplicada na Multibrás S.A. Eletrodom ésticos, em p resa representada no m ercado pelas m arcas Brastem p e Consul.

1.2. Objetivos

O p resente trabalho visa a elaborar um m étodo d e avaliação d e aspectos ergonôm icos d e produtos de consum o para suporte d e projeto dos m esm os.

No sentido d e se r alcançado o objetivo geral, o s objetivos específicos são o s seguintes:

a) analisar as ferram entas aplicadas a o desenvolvim ento de projeto d e produto;

b) identificar o processo de desenvolvim ento de projetos na em p resa escolhida a fim de viabilizar o desenvolvim ento do método;

c) desenvolver u m Método que auxilie a equipe d e projeto de produto a atender as necessidades do consum idor;

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1.3. Hipóteses

A aplicação d e conhecim entos ergonômicos n o desenvolvimento de produtos contribui para satisfazer o s desejos do consumidor.

As hipóteses d e trabalho são:

a) a aplicação d e análise funcional auxilia na definição d as funções do produto para aten d er a seu objetivo;

b) a definição dos requisitos ergonôm icos te m po r finalidade informar à equipe d e projeto sobre to d o s os asp ecto s ergonôm icos q u e o produto deva possuir;

c) a aplicação d e check-list e m determ inadas e ta p a s d o projeto garante q u e sejam atingidos os objetivos definidos com o requisitos ergonôm icos.

1.4. Metodologia

Rara alcançar o s objetivos propostos, a m etodologia aplicada n este trabalho seg u e os seguintes passos:

1. Desenvolver um estudo bibliográfico para conhecer os m étodos e ferram entas aplicadas no desenvolvim ento d e projeto de produto;

2. E laborar u m m é to d o p a ra d esen v o lv im en to d e p ro d u to s co m e n fo q u e ergonôm ico, d e acordo com o s fatores selecionados na pesquisa bibliográfica referente à s avaliações de projeto de produto.

3. Aplicar o m étodo proposto para verificar su a validade com o ferram enta d e suporte a projetos d e produtos d e consumo.

1.5. Estrutura da Dissertação

Esta dissertação a p resen ta os seguintes capítulos, descritos a seguir: Capítulo 1. Neste capítulo é apresentado, d e m an eira geral, a problem ática

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d ecorrente d a falta d e um m éto d o para desenvolvim ento d e projeto d e produto d e consum o com enfoque ergonôm ico.

C apítulo 2. E stu d o c o n c e itu a i d o p ro d u to d e c o n su m o e d a s a tiv id a d e s desenvolvidas para alcançar bons resultados e m projetos d e produtos;

Capítulo 3. ríeste capítulo é proposto o Método, com o resultado d a pesquisa, onde são descritas todas as ferram entas aplicadas, agrupadas em atividades dentro de um fluxograma d e projeto.

Capítulo 4. Piara validação do Método, bem com o das ferram entas nele propostas é apresentada, neste capítulo, a aplicação de tal Método em um projeto d e produto de consum o, a se r produzido pela Multibrás S.A. Eletrodomésticos.

Capítulo 5. rieste capítulo encontram -se descritas a s conclusões e a s su g estõ es para trabalhos futuros.

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CAPÍTULO 2 . CONCEITUAÇÃO

Muitas atividades desenvolvidas pelo hom em são im possíveis de serem realizadas se m o auxílio de objetos. O produto existe para proporcionar facilidade d e ação, conforto, segurança e bem -estar; portanto para desenvolver produtos deve-se ter com o prem issa o domínio destes fatores e sua relação com o ser hum ano.

Tbdos o s dias, o ser hum ano se depara com inúm eros produtos que, via de regra, deveriam aten d er a algum a função determ inada com o objetivo d e facilitar su a vida; porém m uitos d esses produtos não têm com o foco principal a satisfação do consum idor usuário (quem com pra e usa o produto): m uitas vezes e ss e s produtos existem para aten d er ao s interesses internos de um a organização.

O d e s e n v o lv im e n to d e p ro d u to s v e m p a s s a n d o p o r u m a fa s e d e reestruturação, q u e visa a a ten d er novos anseios e interesses, sejam eles internos ou externos à organização, ten d o com o foco principal o consum idor usuário e seu meio.

Projeto d e produto é o processo de criação ou melhoria d e produtos para p e s s o a s u s a re m . As p rim e ira s c o n sid e ra ç õ e s s ã o função, c o n fiab ilid ad e, usabilidade, aparência e custo (Cushman, 1991).

2.1. O Produto

Um objeto só pode se r definido com o utensílio, segundo Perreira (1975), se possuir qualidade de ser útil ou te r serventia. Este utensílio p assa a te r finalidade quando se torna usual, ou seja, aquilo que se usa habitualm ente, q u e é com um , freqüente, usado (do latim, usuale).

Vários utensílios podem aten d er a um a função de m aneiras diferentes; o qu e os distingue uns dos outros é definido com o qualidade d e uso, ou seja, usualidade.

Nesta dissertação será considerado o term o usabilidade. Cham a-se a atenção para o fato do term o usabilidade ser de origem inglesa; vem da palavra usability (indicada com o palavra p a ra o s adjetivos u sa b le ou u sea b le, n o dicionário W ebster's, 1996), diferente do term o usualidade, utilizado na língua portuguesa.

Além d e su a finalidade e razão, o produto / objeto necessita se r possuído ou desfrutado pelo direito de uso: surge a figura do usuário.

De m aneira geral, ao englobar tais definições conclui-se q u e o utensílio possui um a utilidade, e é usual quando atende à s necessidades do usuário.

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Dorfles (1978) m enciona que todo o produto deve possuir um elem ento simbólico definido com o funcional (ver figura 2 .1 ), cuja razão de ser primordial é funcionar e cham ar a atenção do consumidor m ediante as suas qualidades formais específicas.

Fig. 2.1- Funcionalidade e estética em produtos de consum o (catálogo Confortec, 1996)

Para Marzano (1994), a utilidade do produto se refere às características primárias que o produto proporciona ao usuário. A utilidade proporcionada pelo produto deve corresponder à tarefa especificada e focalizada: conhecer o usuário é conhecer su a tarefa.

A função é d eterm in ad a pela forma: m uitos produtos p ro m etem algo m ed ian te su a form a, p o rém nada oferecem m ediante su a função, g eran d o frustração no usuário.

"Habitamos hoje num a galáxia de objetos. Como um a segunda natureza, eles estão à nossa volta com suas formas, suas cores e, principalmente, seu rol de funções, oferecendo-nos serviços sem os quais não podem os mais passar. Dos autom óveis aos gram peadores, dos móveis às roupas e eletrodom ésticos, nosso cotidiano é um diálogo incessante com objetos fabricados em série". (Gama, 1993).

Fiara que haja entendim ento neste diálogo citado por Qama, há necessidade de que esta relação produto / usuário ocorra em perfeita sintonia. O atendim ento das necessidades, ótica do usuário, pelas funções, ótica do produto, determ ina o ciclo de relacionam ento produto / usuário.

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hoje, o panoram a m aterial d a vida cotidiana, não existiam há ap en as vinte anos. Alguns são inteiramente novos e satisfazem às necessidades criadas pelo progresso: televisão, a r condicionado, an tib ió tico s, m até ria -p lá stic a , fibras sin té tic a s, d e te rg e n te s , filtros d e cigarro, g e la d e ira s, etc. O u tros a te n d e m d e fo rm a m odernizada à s necessidades perm anentes, m as q u e foram m elhoradas, seja na concepção, seja no aspecto, seja na form a de se r usad a ou no seu desem p en h o (perform ance): alim entação elaborada ou congelada, relógios à prova d e choque ou anti-m agnéticos, im perm eáveis, veículos, aviões.

Esta multiplicação é espetacular; o fenôm eno, em bora d e origem recente, vive um processo de constante aceleração, sobretudo a partir da última guerra.

Vive-se a civilização do efêm ero, e esta m orte p erm an en te do produto g era conseqüências: ela modifica, pouco a pouco, o com portam ento do consum idor, q u e se to rn a cada vez m ais ligado a o uso do produto do q u e à sua propriedade.

S egundo Alvin Tbffler (apud Leduc, 1986), a produção total d e b en s d e c o n su m o , n a s s o c ie d a d e s a v a n ç a d a s , d o b ra d e q u in z e e m q u in z e a n o s , aproxim adam ente, e e ste lapso d e tem p o diminui cada vez mais.

As dificuldades d e prever o futuro são muitas, segundo Cobra (1987), m as a habilidade d e sentir e instituir o consum ism o, o s estilos d e vida e a s evoluções tecnológicas, a s restrições econôm icas e políticas, entre outras, podem se r a chave do sucesSo em um m ercado cada vez m ais competitivo. Para ele, o m ercado é influenciado pelo contexto am biental sob três aspectos:

1. implicações econôm icas e políticas;

2. meio am biente demográfico, cultural e social; 3. meio am biente ecológico e tecnológico.

O m ercado pode se r segm entado, ou seja, se r sep arad o em grupos d e consum o de acordo com as diferenças demográficas, econôm icas, políticas, sociais e culturais. Estes fatores são responsáveis pela definição/diferenciação dos hábitos e atitudes relacionados ao consum o e m cada segm ento.

A elevação da capacidade m édia do poder de com pra, n a opinião d e Leduc (1986), é reforçada pela m udança acelerada nos hábitos d e vida: a diminuição do tem po de trabalho e o correspondente aum ento do tem po d e lazer, a modificação dos horários e cada vez m ais generalizado expediente contínuo, o êxodo rural, a m ultiplicação e o aperfeiçoam ento d o s m eios d e com unicação, a c rescen te mobilidade dos indivíduos, a elevação do nível m édio de instrução, etc., tudo isso gerou modificações d as n ecessidades de produzir, isto é, o desejo d e produtos que satisfaçam melhor a escalada do consumo.

Segundo Leduc (ibidem, 1986), os produtos industriais são com o o s seres vivos: eles nascem , desenvolvem -se, envelhecem e m orrem . Mas, ao contrário

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dos hom ens, a expectativa d e vida dos produtos te n d e a diminur. O avanço da técnica, n este caso, tem efeitos contrários aos da medicina: abreviam a existência d e num erosos produtos, inflingindo-lhes um destino que se pode resum ir e m duas palavras: renascer ou m orrer.

Esta definição transform a o com portam ento d a s indústrias. Enquanto ainda recentem ente se procurava vender o que se produzia, hoje é preciso produzir o que o consum idor procura; m ais ainda, é necessário descobrir o que ele vai precisar am anhã. Leduc (1986) afirma q u e a indústria não é m ais um processo de produção d e bens: ela tornou-se um processo de satisfação d o consumidor.

Magrath (1997) cita q u e m uitas em presas cresceram nos an o s 90 com o lançam ento d e produtos que, d e certa forma, simplificaram a vida do consumidor.

Piara Lovelock (1995), produtos são com prados, evidentem ente, p elo s benefícios que o s clientes esp eram que eles ofereçam .

Segundo T heodore Levitt (1983), as pesso as com pram furos d e um quarto d e polegada e não furadeira d e um quarto d e polegada.

Do ponto d e vista comercial, segundo Leduc (1986), produto é tudo aquilo q ue um consum idor recebe quando faz um a compra. Quanto à noção de novidade, p o d e -se dizer q u e resid e n a diferenciação do p ro d u to e m relação a o s s e u s concorrentes.

Novidade n e m sem p re é aquilo que, técnica ou objetivam ente, é novo. O que importa é que, concretam ente ou não, a novidade seja reconhecida, e apreciada com o tal, pelo consum idor. Novo é aquilo que é reconhecido novo por q u em o utiliza e não necessariam ente por quem o produz, (op. cit.,1986).

Leduc (1986 ) afirma q u e o s hom ens tê m a idade de su as artérias. A idade d e um a em presa está na juventude dos seus produtos. Da renovação deles depende a su a saú d e tanto para produtos com o para a em p resa que o produz.

D essa forma, o vigor e o dinam ismo de um a em p resa não dependem n em d a su a tradição, n e m d a su a im portância, m as d a idade m édia d a linha d e fabricação. O b arô m etro d e su a p rosperidade p a ss a a orien tar-se pelo q u e representam os produtos m odernos, os produtos jovens, no m ontante dos negócios e na capacidade d e renovação.

A multiplicação dos produtos, hoje vivenciada, foi alavancada pelo avanço tecnológico: a busca por novas técnicas de projeto e m anufatura d e produtos. A explicação d o fato, d e a c o rd o com Leduc (1986), é b a sta n te co n h ecid a e freqüentem ente m encionada: basta recordá-la rapidam ente e sublinhar que a proliferação dos novos produtos é a conseqüência indireta e o resultado final do processo que, utilizando as grandes descobertas, levou a hum anidade a entrar num a era de abundância nunca antes atingida.

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A conjuntura social e a econom ia mundial vivem, atualm ente, um período d e rápidas m udanças, diferente d e tudo q u e ocorreu no passado, encontrando-se a cam inho d e um a nova era. Tais m udanças p odem se r explicadas, segundo Akao (1990), p ela transform ação d a e stru tu ra industrial d e c o rre n te d a revolução tecnológica, intemalização das em presas e intercâm bio entre indústrias do m esm o setor.

Diversificação do m ercado, alteração d e valores, m udanças d e preferências dos consum idores, fazem com q u e o desenvolvim ento de novos produtos adquira im p o rtân cia ca d a vez maior. A g era ç ã o d e novos p ro d u to s p a s s a a s e r d e fundam ental im portância na sobrevivência d as em presas.

Ha d écad a de 70, segundo Gama (1997), q u estõ es técnicas exerciam total domínio sobre a s decisões d a indústria. O foco e ra a fábrica; a em p resa fazia o produto q u e era fácil de fabricar. Ao longo dos an o s 80, o foco foi se deslocando para q u estõ es mercadológicas. Forçadas por m udanças no m ercado, a s em p resas p assaram a se preocupar com o s desejos e as expectativas do consumidor.

O design industrial surge com o fator estratégico para atender tal necessidade m ercadológica, pois segundo Pruner (1997), o design industrial assim ila to d as as inform ações oriundas de ou tras á re a s da em presa; m arketing, assistência ao consum idor, m anufatura e tam b ém a s utiliza para definir, por exemplo, requisitos d e ergonom ia e usabilidade.

De acordo com Carlos Roberto Aurélio (1996), para sobreviver num m ercado competitivo, além de tecnologia, será necessário q u e o produto ten h a um design q u e transm ita evolução e m odernidade.

E ntende-se por design o equilíbrio d as características form ais e funcionais presen tes no objeto ou produto.

2.2. O Design

Um bom design é, no mínimo, igualm ente im portante, do ponto de vista comercial e estético, para os itens do dia-a-dia (Peters, 1997).

"Você j á guardou um a salada na geladeira e quando tentou com ê-la, no dia seguinte, ela estava totalm ente em papada? ... não s e pode m udar a s leis da física, ou talvez possa. A tigela circular q u e com prei ... te m um p equeno disco, com p ern as d e seis milímetros, q u e se encaixa no fundo. O m olho se acum ula por baixo do disco e a salada e stá (quase) com o nova no dia seguinte", (ibidem, 1997).

O design industrial surgiu da necessidade d e aten d er ao projeto d e peças que, an tes produzidas artesanalm ente, passaram a se r produzidas e m série, após

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a revolução industrial.

Historicam ente, o em prego do term o design, aplicado à produção indus­ trial, rem ete a 1848, d ata e m q u e H. Cole, de Londres, fundou o Journal o f D esign, para prom over a idéias q u e o bom design é igual a "bons negócios"(Quarante, 1984).

De m aneira geral, o início d a história do design foi por volta do século XVIII, com o aparecim ento d a m áquina a vapor. Em 1777, a primeira ponte d e ferro de Coalbrookdate, na Inglaterra, foi o ponto de partida. Isto corresponde ao início da produção industrial (idem, 1984).

Q uarante (1984) cita fichas históricas, redigidas a respeito d o s m ovim entos que se p o d em considerar com o origem ou a influência do design contem porâneo. a) A com unidade d o s Shakers (final do século XVIII a o XIX e início do século XX): B aseados no coletivismo creta, os Shakers tinham um ideal d e igualdade, fraternidade e antiviolência.

Os Shakers representavam a sacralização d o valor d e uso. A utilidade é a beleza; a sim plicidade é a pureza e a unidade. As cores são codificadas, im postas pelas construções com unitária. As produções dos Shakers são um a vontade de adequação en tre a função e a forma.

b) O m ovim ento A rts and Crafts (de 1861 a 1900):

F ortem ente influenciado p elas idéias d e J. Ruskin, W. Morris p reg a um socialismo entusiasta, que perm ite à classe baixa te r acesso à alegria pelo trabalho e pela beleza dos objetos do cotidiano.

c) O A rt N ouveau (de 1890 a 1910):

O A rt n o u vea u , acusado de ornam ental pelos funcionalistas é, n a ralidade um a tentativa d e prom over o em prego da m áquina na produção industrial, na arquitetura e nas a rte s aplicadas, sem rejeitar a arte e o indivíduo, m as sim, tentar reunir a arte e a técnica.

d) O D eutscher (de 1907 a 1934):

Ao retornar à Alemanha, d e um a m issão oficial a Londres, a respeito da indústria e d a produção artesanal, e fortem ente influenciado pelas idéias de J. Ruskin e W. Morris, H. Muthesius fundou, em 1907, a D eutscher W erkbund de Munique.

A associação reunia artistas e em presas d e produção industrial e artesanal, e favoreceu a abertura d e ateüers de criação industrial.

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A W erkbund introduziu o conceito de criação industrial, e o designer indus­ trial E Behrens foi o primeiro designer artista consultor d e um a grande em presa: a AEG. Ele foi encarregado d e projetar um program a com pleto d o s produtos d a em presa: objetos, arquitetura e tipografia. Em 1934 a s atividades da D eutscher W erkbund foram interrom pidas pelo Nazismo.

e) O De Stijl (de 1917 a 1931):

Movimento holandês e nom e d a revista publicada po T. Van Doesburg. O movimento De Stijl e a revista que o concretizou foram frutos do reencontro do pintor Mondrian e do artista, pintor e escritor T. Van D oesburg.

Ta\ m o v im e n to foi o n e o p la s tic ism o , o n d e s o m e n te o s c u b o s e o s paralelepípedos são reconhecidos. Som ente são perm itidas linhas d e ângulo retos. As trê s cores prim árias são utilizadas. O De st(jl e a vontade d a construção geom étrica influenciou d ire ta m e n te o s alu n o s d a B auhaus, e a a rq u ite tu ra contem porânea.

f) O Construtivismo (de 1917 a 1927):

O movimento construtivista é representado na pintura e n a escultura pelas personalidades com o C. Malevitch, A Rodchenko e L. Moholy Nagy, q u e introduziria as idéias na Alemanha e na Bauhaus.

No urbanism o o período é m arcado por duas te s e s divergentesna resolução dos problem as d e m oradia e da criação d e novas cidades: o s urbanistas e o s não- urbanistas.

g) A Bauhaus (de 1919 a 1933):

A arquitetura não deveria m ais se im por de m aneira arbitrária, m as n ascer da unidade fundamental subjacente a todas as ramificações d a criação. A arquitetura é o reflexo d e um a sociedade; dep en d e do trabalho coletivo e d a criatividade d e cada um.

Em 1919, a Staatliches Bauhaus, a "casa da construção" é a reunião d e duas escolas. Belas Artes e Artes Aplicadas, da qual, pela iniciativa d e H. Van d e Velde, W. Qropius aceitou se r diretor.

Os ensinam entos da Bauhaus, organizados em form a d e ateliers, correspondia a um a técnica particular (m arcenaria, m etal, cerâmica).

Numerosos artistas e arquitetos foram m estres n a Bauhaus, entre eles W. Kandinsky, F. Klee, W. Wagenfeld e M. Breuer.

Com Dessau, a partir d e 1929, a Bauhaus aceita pouco a pouco, o com ando d a municipalidade e d a indústria. Protótipos em série foram realizados.

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Ao contrário dos sectários do m ovim ento d e artes e ofícios na Inglaterra e na Europa, q u e voltaram su a s costas p ara os questionáveis padrões d e produção e m série, o grupo alem ão d a B auhaus procurou com preender a s possibilidades únicas da m áquina e buscou su a capacidade específica de produzir objetos que in c o rp o ra s s e m u m a nova c o n c e p ç ã o d e b eleza. O d e s ig n e r in d u strial se transform ou no artesão d o s tem pos m odernos, e a palavra design adquiriu um novo significado: a adaptação de um produto à produção em série (Dondis, 1991).

Piara o autor a filosofia da B auhaus contribuiu e m m uito para resgatar o objeto produzido em série da cópia d e m au gosto do objeto manual: inspirou produtos sim ples e funcionais, d e estilo m oderno.

Ho início de abril d e 1935, e m função da perseguição d a polícia nazista, alguns professores em igraram p ara o s Estados Unidos, onde criaram o Instituto d e Design New Bauhaus.

Há m uitas tendências em d esen h o industrial para a produção e m série de m óveis, ro u p as, autom óveis, eq u ip am en to s d om ésticos, ferram en tas, etc. A abordagem m ais com um é a p uram ente funcionalista, que expõe os elem entos d a estrutura visual básica com o o te m a visual predom inante.

^ A p r á tic a d o d e s ig n e s t á d ir e ta m e n te lig a d a a q u e s t õ e s d e contem poraneidade; criar e desenvolver produtos q u e se enquadram no tem po e espaço, definindo por ten d ên cias d itad as p o r e s s e s m e sm o s desig n s. Estas q uestões n ão referem -se a m odism os.

Para desenvolver belos designs d e m áquinas e artefatos e m série è preciso desenvolver tam b ém um delicado equilíbrio entre a capacidade da técnica e o am or à beleza.

O fator m ais questionável do m oderno desenho industrial é a obsolescência, a natureza perecível de su a aparência, q u e nele j á se projeta, tendo em vista um a constante renovação da produção. Contribua ou não para um a qualidade inferior d o s produtos, e ssa prática realm ente cria um clima favorável ao s m odism os passageiros, n o que diz respeito à aparência dos objetos criados; isto exige um núm ero cada vez maior d e designers com idéias novas (Dondis, 1991).

Essa incessante transform ação p õ e à prova a força criativa do designer. Para se r bem -sucedida, su a obra não deve perder de vista a noção do lucro; deve conceber su a s criações com o um elem ento a m ais n a produção econôm ica de um produto vendável.

"O design pode transform ar qualquer item, d e 25 centavos a 25.000 dólares, porém poucos fabricantes p arecem en ten d er isso, estão jo g an d o fora aquela que p o d e s e r a o p o rtu n id ad e n ú m ero u m p a ra diferenciar s e u p ro d u to trivial." (Peters,1997).

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Dorfles (1978), a o discorrer so b re o simbolism o do objeto industrial, refere- se à propriedade pela qual o objeto é levado, e m esm o destinado, d e sd e a fase de projeto, a significar su a função d e um m odo perfeitam ente evidente, m ediante a sem antização d e u m elem ento plástico, capaz de colocar e m relevo o g ênero de figuratividade que, d e quando em quando, serve para indicar a função específica do objeto.

Os hom ens d e negócios s e conscientizam cada vez m ais d e q u anto um design b em sucedido é capaz de au m en tar a s vendas. O ideal seria q u e o designer e o hom em de negócios ch egassem a u m equilíbrio. Walter Qropius (apud Dorfles, 1978) expressou m uito bem essa necessidade, em 1919, nos com entários que fez sobre os objetivos da Bauhaus: "Mossa am bição era resgatar o artista criativo desse outro m undo e m que ele e stá sem p re situado, reintegrá-lo a o m undo das realidades cotidianas, ao m esm o tem p o am pliando e hum anizando a m entalidade rígida e quase exclusivam ente m aterial do hom em de negócios".

Ao definir a m issão do design dentro d a em presa. G am a (1997) baliza o p a p e l e sp e c ífic o d o d e s ig n e r d e n tr o d e u m a e q u ip e m u ltid isc ip lin a r d e desenvolvim ento d e p ro jeto s d e produto: "desenvolver p ro je to s d e d esig n adequando os produtos às necessidades do consum idor, n as q u estõ es relativas à ergonom ia, à identificação estética, à usabilidade, à explicitação d a qualidade e à contem poraneidade social, política e econôm ica, prom ovendo a satisfação na com pra e na utilização cotidiana".

D esta forma, a importância d a aplicação da ergonom ia no desenvolvim ento d e projetos de produtos fica evidente dentro d e um a em p resa q u e te m com o foco o consumidor.

2.3. A ergonomia

Alain Wisner (apud Santos, 1995) define ergonom ia com o "o conjunto dos conhecim entos científicos relativos ao hom em e necessários para a concepção de ferram entas, m áquinas e dispositivos q u e possam ser utilizados co m o máximo d e conforto, de segurança e de eficácia".

Hendrick (apud Moraes, 1991) ressalta: a única e específica tecnologia da ergonom ia é a interface hom em -sistem a. A ergonom ia com o ciência trata de desenvolver conhecim entos do desem p en h o hum ano que se relacionam com o projeto d e interfaces en tre indivíduos e outros com ponentes do sistem a.

rio sentido etim ológico do term o, ergonom ia significa estu d o d a s leis do trabalho. É conveniente aprofundar e sta definição e o objeto que ela designa: o

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trabalho. Isto é necessário para determ inar o cam po de estudo d a ergonom ia e as relações q u e ela m antém com o conhecim ento científico e com a realidade social.

Ttoda a atividade desenvolvida p ara atingir algum objetivo pode se r cham ada d e trab alh o : se ja trab alh o com esfo rço físico o u in telectual, s e ja trab alh o rem unerado ou lazer, seja trabalho coletivo ou individual.

C onsoante Wisner (apud Pedroso, 1993), a palavra trabalho, do ponto de v ista etim o ló g ico , c o m p o rta to d o u m p a n o d e fundo d e so frim e n to e d e constrangim ento. Este sentido vem d o latim popular "tripalium", q u e e ra um aparelho destinado a constranger, um instrum ento de tortura. Da m esm a forma, o verbo "trabalhar" vem do latim popular "tripaliare", que significa torturar com "tripalium".

Já os greg o s utilizavam duas palavras diferentes para designar o trabalho: "p o n o sf que faz referência ao esforço e à penalidade, e "ergon", q u e designa a criação, a obra d e arte.

A diferença entre trabalhar no sentido de penar Cponein") e trabalhar no sentido d e criar ("ergazom ai") deve se r u m a d a s primeiras tarefas de alguém que pretende desenvolver produtos com a finalidade d e facilitar o trabalho doméstico, ou ainda, produtos com o objetivo d e m elhorar a qualidade d e vida.

No desenvolvimento de projeto d e produto em design, encontram -se etapas que englobam a s seguintes análises: conceito formal, funções, conceito de uso, viabilidade técnica, processos, featu res, en tre outros. Vale dizer q u e fea tu res é um term o aplicado n o meio mercadológico p ara definir características específicas a serem exploradas com o argum ento d e venda do produto.

D entro d e s s a s e ta p a s existe a n e c e ssid a d e d e c o n sta n te s avaliações ergonôm icas, seja na determ inação d e fea tu res e funções, seja no conceito de uso e determ inação do lay-out do produto.

A incorporação da ergonom ia no projeto te m sido debatida com o um a questão organizacional e gerencial no projeto, e não som ente com o u m a questão d e com o to rn ar disponível inform ação técnica. Tam bém se considera q u e o especialista d a em presa (expert in-house) é u m requisito para a incorporação de ergonom ia na função de projeto.

D esta form a, segundo Marzano (1994), haverá um adequado entendim ento da parte técnica e teórica; em função disso a estrutura organizacional deve ser desenvolvida d e form a satisfatória. Os especialistas (experts) podem ser assistidos po r c o n su lto re s e x tern o s q u e a ju d a m e m q u e s tõ e s esp ecíficas. O m elh o r aproveitam ento dependerá de que o grupo d e pesso as dentro da em p resa tenham a capacidade d e incorporar de form a rápida esta s consultorias e d e que saibam interpretar o s se u s resultados.

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A efetiva aplicação d e ergonom ia d ep en d erá fundam entalm ente d e cultivar um a sensibilidade d e ergonom ia entre o time de projeto. Uma avaliação sistemática d e com o o usuário s e relaciona com o produto criado é relevante.

A estratég ia d a atividade d e ergonom ia aplicada ao projeto te m com o requisitos:

1. ser direcionada pelo consum idor: definir a necessidade do consum idor, seus anseios e desejos, e seu m eio-am biente.

2. increm entar qualidade no produto: constituir program as que colocam toda a em p resa direcionada p ara o mercado.

3. a p re se n ta r inovação: definir p rodutos com inovação e valor ag re g a d o é fundam ental para proporcionar e m anter vantagem competitiva.

Boas qualidades ergonôm icas não podem se r acrescentadas ao produto a posteriori. Pela introdução d e aspectos ergonôm icos no processo d e projeto de produtos, d e sd e o início d o planejam ento, alcan ça-se m elhor o objetivo de configurar ergonom icam ente o s produtos, preferível à s adaptações posteriores no m esm o. No prim eiro caso trata-se de ergonom ia conceptiva, prospectiva; no segundo, de ergonom ia corretiva, m enos racional e m ais onerosa.

2 .4. A Qualidade

Há alguns an o s vem ocorrendo aum ento significativo d e com petição no q u e diz respeito à qualidade do produto.

ríeste período, fatores d e competição, tais com o tem po, custo e qualidade, não m udaram ; porém atribuíram -se novos conteúdos a estes fatores. Por exemplo: enquanto que tradicionalm ente o custo de fabricação do produto era o único custo q u e interessava, considera-se hoje relevante tam b ém o custo d e operação ou o custo decorrente do uso do produto por p arte do consum idor, ou seja, um a avaliação m ais am pla d o custo do produto. Q uanto à qualidade, a alm ejada satisfação do cliente d ep en d e cada vez mais d a segurança e d a qualidade de vida no trabalho e fora dele, para a s quais o p roduto e su a s características contribuem (Sell, 1997).

Para Feigenbaum (1994) a reputação atribuída à qualidade é o resultado direto das políticas d e u m a em presa.

Do ponto d e vista comercial, o controle d a qualidade é discutido e m term os d e liderança no m ercado, produtividade e custo. J á com respeito às atividades de m arketing e vendas, é revisto desd e a identificação da qualidade pelo m ercado a té as expectativas d o s consum idores (idem, 1994).

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O sucesso da im plem entação d e determ inados program as de qualidade d epende, quase que exclusivamente, de q u e sejam respeitados certos requisitos do consumidor.

Piara Bob King (apud Mora, 1994), se pode diferenciar três tipos de qualidade nos produtos que são: a qualidade unidimensional, a qualidade esperada e a qualidade excitante. O utros au to res definem novos conceitos d e qualidade: qualidade atrativa, obrigatória, indiferente, reversa, entre outras.

1.Qualidade unidimensional: é rep resen tad a em casos ao n d e o s clientes dizem o que desejam . Se a s dem andas são cumpridas, obtém -se a satisfação dos clientes. 2. Qualidade esperada: é representada p o r itens que são esperados. É provável que o s clientes não falem d esses itens, m as se tais itens faltam, o s clientes tornam - se insatisfeitos.

3. Qualidade excitante é representada pelos itens que os produtores desenvolvem independentem ente de solicitações dos clientes. Estes itens p o d em se r satisfeitos ou n ão satisfeitos p o rq u e os clientes n ão os conhecem e, portanto, não são esperados. São produto d o talento do produtor.

Piara Noriaki Cano (apud Mora,1994), o elem ento da qualidade atrativa trata da característica que, quando plenam ente incorporada, conduz a um a satisfação plena. A qualidade obrigatória é um a característica que, q u an d o plenam ente incorporada, constitui u m a p resen ça óbvia, lá m b é m d e n o m id ad a qualidade com pulsória, sua ausência provoca um a insatisfação.

Ao desenvolver um produto, deve-se identificar a função d e ste produto, além d e estab elecer valores p ara e sta função e provê-la ao m enor custo total (Csillag, 1991).

Isto porque, para o autor função é a característica de u m produto que atinge as necessidades e desejos do usuário. É a finalidade ou motivo d a existência d e um produto ou parte dele.

Rara Marzano (1994) existe hoje g ran d e quantidade d e produtos e enorm e q u an tid ad e d e funções q u e sã o ab so lu tam en te irrelevantes. D eve-se, então, o b serv ar quais sã o as funções essenciais do produto, ou seja, quais sã o as realm ente necessárias, e a partir daí, centrar esforços no desenvolvim ento da qualidade destas funções.

Uma vez q u e existe u m a lacuna em ocional e n c o n tra d a n o s p ro d u to s m odernos e universais, chegar m ais perto q u e nunca dos consum idores, é ap en as um a p arte de um am plo objetivo (idem, 1994).

"A qualidade deve se r perseguida d esd e o projeto. Não é possível obter qualidade de um produto q u e tenha um projeto deficiente". (Menezes, 1993).

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organizações se utilizam d a atividade d e desenvolvimento de projeto de produtos, q u e se rá descrito n o item a seguir.

2.5. O Desenvolvimento de Projeto

Piara atingir se u s objetivos econôm icos e financeiros, a em presa utiliza o Planejamento e o Desenvolvimento d e Produtos com a finalidade d e gerar e projetar produtos ou serviços q u e ela possa vender.

2 .5 .1 . A Gênese de um Produto

Robert Leduc cita q u e "a descrição d a g ên ese d e um produto pode se r ap resen tad a de acordo com um plano biológico e s e articular em três grandes partes. Inicialmente, a concepção do produto, no curso d a qual serão estudados o s p ro b lem as d e p e sq u isa e se le ç ã o d o s g erm es. D epois, a gestação (ou desenvolvimento), onde s e exam inará o itinerário que percorre a idéia a té ir-se tornando, progressivam ente, realidade e adquirir su as características definitivas, e ainda o nascimento, isto é, o lançam ento do produto propriam ente dito". (1986)

Ha prática, o processo d e projeto consta de um a série d e fases que são seg m en tad as dentro d e eventos q u e definem a conclusão d e estágios ou etap as d e atividades, se ja dizer, m arcos (do inglês, m ilestones) n o s quais a sp ecto s específicos do program a d e desenvolvim ento devem estar finalizados a n te s d e p a ss a r ao estágio seg u in te. Os princípios "concepção", "desenvolvim ento" e "lançamento", já citados devem se r desenvolvidos consistentem ente dentro d e m ilesto n es. (Marzano, 1994).

Para Pedroso (1994), em se tratan d o de desenvolvim ento de projetos, o fator tem po to rn a-se crucial. Portanto, é com um que tarefas sejam divididas em fases q u e estabelecem a s seqüências a se rem seguidas, independentem ente da d em an d a de cada projeto.

Para Sell (1997), planejar e desenvolver produtos consiste d e passos e etapas d e síntese, intercaladas com análises e avaliações, que serv em tan to p ara a obtenção de m ais inform ações, com o p a ra a verificação e o controle do alcance d o s o b jetiv o s fix ad o s, o u re q u is ito s d e fin id o s n o início d o p ro c e s s o d e desenvolvimento.

Após a aceitação d a idéia d e desenvolvim ento de um novo produto, defini- se o grupo d e projeto q u e será responsável por este desenvolvimento, iniciando

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o s trabalhos pela fase d e concepção.

Esta fase de projeto tem com o objetivo definir todo o planejam ento do desenvolvimento do produto. São estabelecidas a viabilidade técnica, a viabilidade d e m ercado, a viabilidade do negócio; são desenvolvidos a especificação dos requisitos e o projeto preliminar.

O enfoque principal desta fase é o desenvolvimento d e conceitos inovadores d e produto, e n c o rajan d o -se a a ssu n ç ã o d e riscos. D urante a con cep ção , a viabilidade técnica do produto deve se r claram ente estabelecida e com provada através d e um protótipo, em bora não seja a intenção de projetar ou construir um protótipo com pleto do produto.

Este protótipo não-funcional tam b ém se faz necessário p ara pesq u isas clínicas d e m ercad o , o n d e sã o avaliadas q u e stõ e s relacio n ad as à s fu n çõ es propostas.

Uma vez concluída a fase d e exploração e análise preliminar, e estabelecido o cam inho a se r seguido, tem início a fase d e desenvolvim ento do produto, m uito sem elhante ao q u e é a gestação no plano biológico.

D urante esta fase, o que era projeto passa a ser objeto; o q u e e ra um a noção ainda vaga e irreal torna-se um artigo definido, prestes a se r fabricado e m série.

"Projeto d e produto é o processo d e criar novos e m elhores produtos para a s pessoas usarem . As considerações primordiais são: desem penho, confiabilidade, usabilidade, aparência e custo. O ergonom ista é responsável pela usabilidade do produto. A ergonom ia aplicada ao desenvolvim ento de produtos é um a tecnologia q u e visa a criar produtos que funcionem bem e m term os hum anos. Seu foco é o usuário d o produto e seu principal objetivo é assegurar que os produtos sejam fáceis d e usar, fáceis d e aprender, produtivos e seguros". (Moraes, 1993).

D esenvolver p roduto p ara u so próprio é sim ples; contudo q u a n d o se desenvolve um determ inado produto para um a classe, este desenvolvimento tom a- s e complexo devido à s inform ações necessárias que devem ser decodificadas e m aterializadas.

"Não im porta som ente o q u e o consum idor diz, m as a interpretação. O im portante é quem u sa o produto". (Zaccai, 1994).

"Produtos são projetados para serem usados por pessoas. São p esso as que o fabricam, o transportam , o instalam , o m antêm , o lim pam e finalm ente o sucateiam ou o reciclam. E pesso as têm características, capacidades, habilidades, aptidões e lim itações individualm ente diferentes, q u e variam no d eco rrer do tempo". (Sell, 1997).

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o necessário ou previsto, além d e insatisfação por parte do consum idor. Neste ponto, o critério de usabilidade é pré-requisito p ara qualquer ferram enta que venha a testar a s interfaces com o s usuários.

P ara o d e sen v o lv im en to d e p ro d u to s, s e ja m novos o u a d e q u a ç õ e s , especialistas desenvolvem pesquisas q u e p o d em n o s dizer o q u e o s clientes pensam que querem .

"Com pradores freqüentes de um produto familiar podem , geralm ente, nos dizer e x a ta m e n te o s benefícios q u e e s tã o p ro cu ran d o e o s q u e e le s e s tã o preparados para pagar a fim d e obtê-los. Eles tam b ém dirão, enfaticam ente, o que não querem . Clientes inexperientes ou com pradores e m potencial d e novos bens tê m m ais probabilidade d e te r problem as p ara articular su as necessidades. A consulta freqüentem ente d esem p en h a um papel vital em ajudá-los a esclarecer quais sã o as necessidades e o que pode constituir um a solução satisfatória". (Lovelock, 1995).

"O desenvolvimento d e u m produto inicia com a ordem d e desenvolvimento do produto, em itida pelo planejam ento d e produtos e aprovada pela direção da em presa". (Sell, 1993).

A ordem d e desenvolvim ento contém a tarefa, form ulada d e form a m uito aberta e genérica, e algum as inform ações (restrições, limitações), úteis para a definição dos requisitos técnicos, ergonôm icos, econôm icos, ecológicos e outros que o produto a se r desenvolvido deve preencher.

D esta forma, segundo Marzano (1994), o envolvimento d a ergonom ia nos estu d o s d e pré-desenvolvim ento e viabilidade (planejam ento), assim com o a avaliação d e produtos e m u so d e ponto d e vista ergonôm ico, é de particular importância. A intensidade d e ste envolvimento varia consideravelm ente de um a fase a outra, m as é crucial para o com pleto ciclo d e desenvolvim ento que os ergonom istas conheçam o desem p en h o do produto e m uso.

A elaboração d a lista d e requisitos em form ulários próprios é um a m aneira d e form alizar a s exigências, desejo s, a n se io s d o s clientes, m a s tam b ém a s limitações de projeto, provenientes do kn o w -h o w técnico disponível na em presa, da experiência do pessoal, da disponibilidade d e materiais, d a legislação, etc. Estas exigências e aspirações recebem o nom e d e requisitos, q u e podem se r classificados e m obrigatórios e desejáveis. (Sell, 1993).

A lista de requisitos d e produto, q u e tradicionalm ente contém requisitos técn ico s e eco n ô m ico s, re la c io n a d o s co m a s p e c to s d e fabricação, cu sto s, tran sp o rte, em b alag em , etc, deve co n ter ta m b é m requisitos ergonôm icos, relacionados com as interações hom em - produto, e m todas as fases de vida do produto, isto é, d e sd e a co n stru ção d e p ro tó tip o s a té a su a elim inação ou

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reciclagem.

Os req u isito s definidos no início do desenvolvim ento do p ro d u to são u tilizados d u ra n te to d o o p ro c e sso , d e n tro d e u m a e s tra té g ia d e p ro jeto ergonôm ico. Nesse processo, h á oportunidades p ara a detecção d e pontos fracos nas alternativas de produtos d e interesse da em presa. As alternativas d e solução concebidas e desenvolvidas n o decorrer do processo são classificadas quanto a seu atendim ento ao s requisitos desejáveis. Uma alternativa será tanto m elhor quanto m ais requisitos desejáveis preencher e/ou quanto m elhor preencher estes requisitos. Alternativas q u e n ão atendem ao s requisitos obrigatórios devem ser eliminadas.

Pâra definir o s req u isito s d e projeto, b e m com o a sse g u ra r o perfeito cum prim ento d esses requisitos, além de garantir a qualidade do produto, serão apresentadas, no item 2.6, ferram entas para o desenvolvim ento de projeto de produtos.

2.5.2. O Desenvolvimento de Projeto na Multibrás

Como visto no item anterior, o processo d e desenvolvim ento d e projeto de produto é dividido em etap as, ou fases, de acordo com o s interesses de cada em presa.

No caso da Multibrás S.A. Eletrodomésticos, fabricante d e produtos d a linha branca, que com preende refrigeradores, fireezers, lava-louças, lavadoras de roupas, secadoras, fogões, m icroondas e condicionadores d e ar, o n d e será realizada a aplicação p ara validação do Modelo proposto, j á existe um a m etodologia intitulada C2C, abreviatura de "Consum er to Consumer", ou seja, do consum idor para o consumidor.

Uma vez que o Método proposto será inserido num a metodologia já existente, seja dizer, a m etodologia C2C, cabe, neste m om ento, descrever o conceito d e C2C, b em com o ap resen tar su a representação gráfica.

A- Metodologia C2C

O desenvolvimento de u m novo produto é um trabalho de equipe, envolvendo pessoas d e diferentes departam entos; tal trabalho é m inuciosamente sistematizado num a série d e passos seqüenciais.

A d em an d a do consum idor é sem pre o ponto de partida para a elaboração de um novo produto que, por su a vez, estará totalm ente voltado para esse eventual

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usuário.

O processo C2C tam bém incorpora atividades que asseguram que o processo d e criação d e produtos será conduzido não ap en as pelo consum idor, m as tam b ém pelas estratégias e objetivos da em presa.

O desenvolvim ento d e projeto de produto na Multibrás só tem início ap ó s a

fase de planejamento, quando o s fatores externos ao p rocesso de criação de produtos estão claram ente definidos. São eles:

1) as necessidades d o s consum idores e revendedores, 2) as estratégias d a em presa, d as m arcas e d o s produtos, 3) as regulam entações,

4) a situação econôm ica nos países para o s quais serão vendidos os produtos, 5) os desenvolvim entos tecnológicos externos,

6) os planos e capacidades dos concorrentes.

T odo o p ro c e s s o C2C é d ire c io n a d o e in flu e n c ia d o p e lo s f a to r e s anteriorm ente citados. A partir disto é elaborada a especificação do projeto do produto; dá-se início a o processo de criação e desenvolvim ento d e produto.

O processo C2C possui um a abordagem disciplinada para assunção de riscos e divide o processo d e criação do produto e m três fases distintas: concepção, conversão e execução, apresen tad as na figura 2.2.

Concepção assumir riscos Desenvolvimento da concepção do produto Definição da concepção Idéias Conversão reduzir riscos Desenvolvimento avançado do produto Plano de negócio do projeto Requisitos do projeto Execução evitar riscos Desenvolvimento do produto final e lançamento Produto acabado

Fig. 2.2 - R epresentação gráfica do conceito C2C

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inovadores d e produto, encorajando-se a assunção d e riscos. O resultado principal da fase d e concepção é a definição do conceito do produto.

Durante a Conversão, a ênfase é reduzir riscos técnicos e de m ercado, m ediante o desenvolvim ento avançado do produto. O objetivo é entrar na fase de execução com poucos, ou nenhum riscos. Os resultados principais da fase de conversão são um plano d e negócio e a especificação dos requisitos d e projetos d e produto.

D urante a Execução, o enfoque é o desenvolvim ento com pleto do produto e su a implantação. E stas três fases encontram -se descritas no item B.

Ao longo do processo C2C existem alguns pontos d e decisão (tollgates) que são utilizados para avaliar o processo d e projeto e p ara determ inar a conveniência d e prosseguir, ou não, a té a próxima fase. Um d o s princípios fundam etais do processo C2C é que e ste s tollgates sejam pontos de avaliações rigorosas do projeto en tre cada fase. Assim, um a vez que a decisão ten h a sido tom ada em um tollgate, a s atividades su b seq ü en tes prosseguirão para o próximo tollgate, sem reavaliação.

B- Descrição das fases da Metodologia C2C FSase 1- Concepção

D urante a fase d e C oncepção d o processo C2C, a s idéias p ara futuros p ro d u to s são an alisad as, a fim d e d eterm in ar se u potencial d e au m en to de com petitividade d a em presa. Se um a idéia d e produto for escolhida, en tão é form ado um grupo d e desenvolvim ento d a concepção. A tarefa atribuída a esta eq u ip e é a d e desenvolver e verificar a co n cep ção do produto. E sta fase é caracterizada pela inovação e assunção de riscos.

Atividades do desenvolvim ento d a concepção: 1) análise prelim inar do m ercado

2) análise d e viabilidade técnica 3) análise prelim inar do negócio 4) definição prelim inar d o s requisitos 5) especificação prelim inar do projeto

Flase 2- Conversão

ria fase d e Conversão do p ro c e sso C2C, a s co n cep çõ es d e p rodutos aprovadas devem se r desenvolvidas m ais profundam ente. Para um a concepção ap ro v ad a, um g ru p o d e d esen v o lv im en to d e p ro je to é fo rm ad o e inicia o desenvolvim ento avançado do produto. Esta fase é caracterizada por atividades d e redução de risco: desenvolvim ento d as especificações do produto, verificação

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d a viabilidade de m ercado e planejam ento detalhado do negócio. Atividades do desenvolvim ento avançado do produto:

1) análise d e m ercado 2) planejam ento do negócio 3) definição dos requisitos 4) especificação do projeto

5) especificações prelim inares d e engenharia do produto e processo 6) seleção de fornecedores estratégicos

Fàse 3- Execução

Na fase d e Execução do C2C, o plano d e negócio do produto aprovado no tollgate anterior, deve ser com pletam ente desenvolvido. Rara o s planos aprovados, os recursos necessários são com prom etidos; o grupo de desenvolvim ento de p ro jeto inicia o desenvolvim ento d o p ro d u to final. S im u ltan eam en te, se rão form adas eq u ip es de m arketing e produção para planejar o lançam ento e a produção do produto.

Atividades do grupo de desenvolvim ento do projeto: 1) desenvolvim ento do produto final

2) suporte a introdução do produto 3) preparação do lançam ento do produto 4) planejam ento da produção

2.6. Ferramentas aplicadas no desenvolvimento de produtos

Existem inúm eras ferram entas destinadas a desenvolver produtos, com enfoque no consum idor. E stas ferram en tas co n sid eram a s n e c e ssid a d e s do consum idor com o requisitos d e projetos. Tódas elas, q u an d o b e m aplicadas, ap resen tam êxitos em su as conclusões, porém de forma isolada, com contribuição tímida.

O Método proposto, a se r ap re se n ta d o no capítulo 3, utilizar-se-á da aplicação d e algum as ferram entas j á conhecidas: D esdobram ento d a Flmção Qualidade (Q uality Function D eploym ent, ou QFD), Análise Funcional, Análise de Usabilidade e Avaliação d e Qualidade Aparente, organizadas d e form a a aten d er to d as a s fases d e projeto, onde ocorrem avaliações co n stan tes dos objetivos atingidos e investigações dos objetivos a serem atingidos.

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2.6.1. Desdobramento da Função Qualidade (QFD)

O conceito D esdobram ento d a Q ualidade, ju n ta m e n te com o conceito D esdobram ento d a Função Qualidade, constituem a filosofia do QFD. Esse visa garantir a qualidade d e fabricação e aq u ele consiste e m estabelecer a qualidade do projeto com b ase na qualidade exigida pelos usuários, por m eio d e um a rede d e sistem a que te m finalidade d e garantir qualidade, m esm o an tes d e iniciar a produção do novo produto desenvolvido.

"O QFD é o desd o b ram en to sistem ático que envolve to d a s a s relações existentes, a partir d a conversão d e exigências dos usuários e m características da q u a lid a d e , d e te rm in a ç ã o d a q u a lid a d e d o p ro je to d o p ro d u to a c a b a d o , determ inação d a qualidade d as peças funcionais, até o nível da qualidade de cada peça o u elem ento do processo". (Akao, 1990).

O QFD teve seu berço no Ja p ã o e foi divulgado rapidam ente para o s Estados Unidos e Europa com o um m étodo concreto para o desenvolvim ento de novos produtos.

P a ra A kao (1 9 9 0 ), s e u o b je tiv o é a s s e g u r a r b o n s r e s u lta d o s n o desenvolvim ento d e novos produtos.

A diversidade do m ercad o , a a lte ra ç ã o d o s v alo res, a s m u d an ças d e preferências dos usuários, causam um a verdadeira revolução no com portam ento dos consum idores. Tbm a-se difícil conhecê-los sem um sistem a integrado de inform ações q u e possa m ostrar a s relações d e todas a s exigências e desejos dos usuários.

Sua técnica consiste em estab elecer a qualidade d e projeto com base na qualidade exigida pelos usuários. R epassa todos os pontos prioritários em term os d e garantia d a qualidade no que se refere a com ponentes e fatores do processo, para cada segm ento da produção, m ediante rede d e sistem a da qualidade, com a finalidade de garantir a qualidade a n te s m esm o de iniciar a produção do novo produto desenvolvido.

A ferram enta básica do QFD é a matriz, que é usad a por representar dois conjuntos d e informação e por indicar com o eles se relacionam . Por exemplo, a matriz pode se r usada para relacionar a s atitudes d a em p resa com a s necessidades do consumidor. O uso de m atrizes requer, segundo fiarrell Jr. (1994), que a equipe d e desenvolvimento seja capaz d e identificar o que é necessário produzir e onde conseguir os insumos.

Para visualizar o desdobram ento e m todas as fases, a figura 2.3 apresenta a relação entre cada matriz e su a função.

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FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 Planejamento Desdobramento Planejamento Planejamento

d e Produto das Partes d o Processo d a Produção

requisitos da produção p la n e ja m e n to do pr ocesso

Fig. 2.3- Matrizes do QFD (American Supplier Institute, 1989)

Na primeira fase, o objetivo é definir o planejam ento do produto m ediante a definição d a qualidade projetada para aten d er a qualidade exigida, seja dizer, a s exigências do consum idor.

A segunda fase tem por objetivo desdobrar o produto em partes, definindo a s características d as peças a serem projetadas. Estas características sáo definidas p ara aten d er os requisitos d a qualidade projetada, definida n a primeira matriz.

Definidas a s características das partes, o próximo passo é planejar o processo d e m anufatura a se r aplicado e m cada com ponente. Esta atividade é desenvolvida m ed ian te a aplicação da terceira matriz do QFD.

O próximo passo, para garantir todo o processo da qualidade, é definir o s itens d e controles q u e serão adotados na m anufatura, seja dizer, no processo produtivo. A elaboração dos requisitos da produção têm com o objetivo garantir q u e o produto a se r produzido atenda as exigências do consum idor, definidas n a prim eira fase do QFD.

"O QFD asseg u ra a qualidade e m todos o s processos, a partir d a nascente, ou seja, a fase de desenvolvim ento e projeto". (Akao, 1990).

2 .6 .2 . Análise Funcional

As inform ações obtidas da especificação do produto (briefing), definem p o n to s a se rem a ten d id o s pelo futuro produto, alguns fe a tu re s e restriçõ es industriais. Estas inform ações não determ inam características d e um novo produto e m relação ao s já existentes no mercado. O q u e oferecer ao consum idor para q u e

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este novo produto seja diferente dos atuais?

A partir dos pontos-bases, ou seja, d as diretrizes d e projeto (comercial, industrial ou de produto), divide-se o produto em partes, com o auxílio da Análise Morfológica que consiste, de acordo com Csillag (1991), em estabelecer o problema e seu s objetivos e identificar dois ou três d e se u s asp ecto s considerados com o dim ensões básicas e críticas.

Esta técnica é m uito adequada no que diz respeito à Análise d o Valor para gerar idéias.

De acordo com a técnica citada, enum eram -se o s elem entos básicos do produto e descreve-se d e q u e form a estes elem entos poderiam s e apresentar. G e ra -s e u m g r a n d e n ú m e r o d e id é ia s a le a tó r ia s , q u e s ã o a g r u p a d a s posteriorm ente, possibilitando um grande núm ero d e soluções de problem as. O resultado obtido é um Diagrama d e Árvore.

Q uando o desdobram ento dos elem entos básicos d o produto, q u e podem ser cham ados de partes, chega no ponto em q u e a definição d ep en d e d a interface produto/usuário, p assa-se a analisar a s funções d estas partes, utilizando-se a Técnica d e Análise Funcional de Sistem as (Function A nalysis S y ste m Technic, ou FAST) q u e proporciona, segundo Csillag (1991), q u e to d as a s funções orientadas a o projeto sejam m ostradas d e um a m aneira organizada, tom ando compreensíveis su as relações e im portâncias relativas.

Um exem plo da aplicação do diagram a FAST é ap resen tad o na figura 2.4, q ue m ostra com o foi construído tal diagram a p ara se ter u m entendim ento mais am plo do problem a. Neste caso, foi aplicado num projeto d e aparador d e água, desenvolvido pela Consul (Csillag, 1991).

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A utilizaçáo da Análise Funcional (FAST) se justifica porque, às vezes, por questões técnicas, o fabricante introduz determ inado elem ento no produto, com o intuito de garantir um bom funcionamento. Contudo o consum idor decodifica e s te e le m e n to d e form a d ife re n te d a s u a real ou p rim ária n e c e s s id a d e , assim ilando e criando outra função para o referido elem ento. Q uando num desenvolvim ento de um novo produto, o fabricante insere este item no projeto para atender a função criada pelo consumidor, e não mais para atender a função básica do elem ento.

As figuras 2.5, 2.6, 2.7 e 2.8, ap resen tad as a seguir, são m odelos que ilustram a situação descrita no parágrafo anterior, ao m esm o tem po que deixam c la ra a e x is tê n c ia d e u m a ev o lu ção no q u e diz re s p e ito a o a s p e c to de contem poraneidade do produto.

rio m o d e lo 1 (ver figura 2.5), o elem ento "puxador" tem com o função primária auxiliar na abertura da porta; o apelo estético vem com o um a função secundária.

Fig. 2.5 - Modelo 1

Mo m o d e l o 2 (ver fig u ra 2 .6 ), o e le m e n to "p u x ad o r" so fre u m a transform ação formal, com o objetivo de melhoria da pega, caracterizando-a com o alça. O apelo estético tem seu valor, porém equilibra com a função.

Referências

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