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Caracterização petrográfica, análise e correlação de dados químicos e susceptibilidade magnética de uma seção geológica da Mina Bonfim - II, Lajes, Rio Grande do Norte

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UFRN – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE GEOLOGIA

KAIO GURGEL DOS PASSOS FREITAS

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA, ANÁLISE E CORRELAÇÃO DE DADOS QUIMICOS E SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA DE UMA SEÇÃO GEOLÓGICA DA

MINA BONFIM – II, LAJES, RIO GRANDE DO NORTE

Relatório de Graduação: 494. Natal – Rio Grande do Norte

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KAIO GURGEL DOS PASSOS FREITAS

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA, ANÁLISE E CORRELAÇÃO DE DADOS QUIMICOS E SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA DE UMA SEÇÃO GEOLÓGICA DA

MINA BONFIM – II, LAJES, RIO GRANDE DO NORTE

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Departamento de Geologia do Centro de Ciências Exatas da Terra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Geologia.

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ORIENTADOR: MARCOS ANTONIO LEITE DO NASCIMENTO

Natal/RN, ____ de _____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof. Dr. MARCOS ANTONIO LEITE DO NASCIMENTO Afiliações

________________________________________ Prof. Dr. DAVID LOPES DE CASTRO

Afiliações

________________________________________ Prof. Dr. HEITOR NEVES MAIA

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda - CCET

Freitas, Kaio Gurgel dos Passos.

Caracterização petrográfica, análise e correlação de dados químicos e susceptibilidade magnética de uma seção geológica da Mina Bonfim - II, Lajes, Rio Grande do Norte / Kaio Gurgel dos

Passos Freitas. - 2018.

146f.: il.

Monografia (Bacharelado em Geologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas da Terra, Departamento de Geologia. Natal, 2018. Orientador: Marcos Antônio Leite do Nascimento. Coorientador: David Lopes de Castro.

Coorientador: Heitor Neves Maia.

1. Geologia - Monografia. 2. Depósito auri-tungstenífero do Bonfim - Monografia. 3. Caracterização litológica - Monografia. 4. Análise química - Monografia. 5. Susceptibilidade magnética - Monografia. I. Nascimento, Marcos Antônio Leite do. II. Castro, David Lopes de. III. Maia, Heitor Neves. IV. Título. RN/UF/CCET CDU 55

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“O topo da inteligência é alcançar a humildade.” (Salomon Ibn Gabirol)

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IN MEMORIAM

Do Sr. Valdeci Ferreira de Lima (Sizinho),

pai de família, trabalhador e homem de boa-fé, funcionário da Mineradora Nosso Senhor do Bonfim vítima de um acidente fatal.

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AGRADECIMENTOS Inicialmente gostaria de agradecer a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por conceder a possibilidade de cursar a geologia no meu estado. Em seguida ao professor Marcos Antônio Leite do Nascimento por aceitar me orientar, e aos professores Heitor Neves Maia e o David Lopes de Castro. Este último agradeço também por disponibilizar seu tempo e auxiliar no uso do susceptibilimêtro magnético.

O presente trabalho é o produto final de uma caminhada longa e íngreme, onde em cada passo me tornei mais forte para executar o seguinte, e assim se formou o crescimento pessoal e profissional. Na realização dessa caminhada passei por alguns lugares que foram fundamentais para poder continua-la e contei com ajuda de indivíduos geológicos e não geológicos, que me deram total apoio, nem sempre.

A família funciona como o nosso embasamento, no Domínio Rio-Piranhas Seridó esse embasamento é o Complexo Caicó composto basicamente de rochas firmes que são os gnaisses. A postura firme dos meus familiares me auxiliando, aconselhando e pegando na minha mão quando foi preciso para continuar é o que me fez continuar. Deixando-me confortável para agir. Com isso, agradeço em especial a minha mãe Eusemice Penha dos Passos Freitas (dona nega), meu majestoso pai símbolo de humildade Manoel Gurgel de Freitas (Sr. Gurgel), Minha avó Eunice Penha dos Passos (Irmã Nicinha), Meu avô Josias Cassimiro dos passos. E os demais tios e tias, vocês foram importantes para chegar até aqui.

Assim como o Complexo Caicó alguns indivíduos eu não sei se são da família ou são outra unidade como a Suíte poço da Cruz, estou falando dos amigos que estão ao nosso lado para o que der e vier apoiando e auxiliando assim como a família. Citarei alguns nomes, mas a lista é grande e os que estão aqui presentes representam uma fase da minha progressão: Anderson Campelo (Andinho), Alex Santos (dadá), Romário Alves (Romário Dota), Igor Alexandrino Spino, Victor Bezerril (o gordo), Waldemir Bezerra (waldo), Alison Alves (o Doente), Cassius vinicius (Coquinho), Guilherme Almeida (Gui). Por último, e com uma importância fundamental nesses últimos anos a minha companheira, atualmente namorada, Myrla Mykaele de Melo Silva.

A Geologia entrou na minha vida em 2013, com essa turma maravilhosa de composição bem heterogênea em vários aspectos, e com cada um aprendemos coisas diferentes. Muitas discussões e brigas, porém antes da prova (o que simbolizou nossos

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momentos difíceis) a união, ou medo de reprovar, falava mais alto e então nos juntávamos e produzíamos conhecimento geológico. Durante a graduação passei por dois lugares muito especiais o Centro Acadêmico de Geologia, que despertou o interesse pela política e a respeitar a hierarquia dentro de uma instituição, assim como para conseguir as coisas temos que ralar seja principalmente quando se busca algo bom para uma comunidade. O outro foi o Laboratório de Geologia e Física Marinha e Monitoramento Ambiental (GGEMMA), lá aprendi muita geologia e saber respeitar a minha função o que foi fundamental para o meu crescimento profissional. Do GGEMMA agradeço a toda à equipe em especial a professora Dr. Helenice Vital pelos ensinamentos e humildade, ao Dr. André Giskard Aquino da Silva por ser um amigo e orientador paciente, sua disposição em ajudar o próximo é impressionante e inspiradora, ao Professor Dr. Moab Praxedes Gomes, Francisco Nicodemos (Junior), João Paulo e Andressa Lima.

Na geologia aprendi a trabalhar em equipe com os meus eternos parceiros de trabalho em grupo Carla Acácio (Giga), Cícero Rodrigo (Ciçu), Matheus Kann e Cézar da Costa. O Matheus Kann além disso citado anteriormente, é meu grande parceiro com ele dividi gestões de Centro Acadêmico e enfrentamos várias broncas e muitas festinhas também. Destacam-se alguns amigos da turma de 2013 como Lidyane Mayara (lidy), por ser mandona e defender seus amigos com unhas e dentes. Matheus Medeiros, pois nossos amigos não só aqueles que concordam com tudo que falamos. Derick Guerra, pela humildade. Marcella Samyla (txuca), pela sua simplicidade. Barbara Rapozo simplicidade e brilhantismo.

Na Mineradora Nosso Senhor do Bonfim começou a minha carreira como profissional de geologia. Na empresa aprendi muito sobre comportamento e profissionalismo. Sou eternamente grato a oportunidade que me foi concebida e destaco alguns nomes que foram essências durante o desenvolvimento do trabalho e aprendizado: Primeiramente a Fernanda Paulino Muniz minha eterna mentora e chefe, a Letícia Martins minha chefe pessoal que me fez pensar e agir de forma rápida e com capricho, ao Márcio Walcacer Tschiedel por me ensinar que se aprende com os erros e que tem que testar e enfrentar os problemas. Ao David Valentim e Jackson Alves por terem dividido a luta diária comigo, enfrentado e me questionando tudo , nossas discussões me tornaram um ser melhor.

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I RESUMO

A Mina Bonfim II é parte constituinte do depósito auri-tungstenífero do Bonfim, localizado na porção leste do Domínio Rio Piranhas-Seridó, Província Borborema, NE do Brasil. Os litotipos estão inseridos no Grupo Seridó em especial as formações Jucurutu e Seridó. O presente trabalho teve como foco a caracterização petrográfica e correlação química de 32 elementos em rocha total, e física com a susceptibilidade magnética, de testemunhos que formam uma seção que intercepta o nível 170 da Mina Bonfim II. Para isso foi realizado os referidos estudos em rochas dos furos de sonda da MNSB SEB_193, 201, 203 e 206. Os dados levantados possibilitaram caracterizar os diferentes litotipos e correlacionar quimicamente, fisicamente com relação às unidades geológicas regionais. A Formação Seridó é representada por biotita xisto com granada. A Formação Jucurutu é composta por mármores, escarnitos, anfibolitos e xistos. Dois tipos de mármores foram identificados um é o calcita mármore com flogopita e o outro biotita flogopita calcita mármore com tremolita. Este último além de apresentar uma mineralogia mais complexa apresenta valores mais elevados de Mg. O hornblenda tremolita anfibolito é maciço apresenta uma modal expressiva de sulfetos, principalmente de Cu, o que acarreta em altos teores neste elemento. O biotita xisto com flogopita é muito parecido com o xisto Seridó, porém apresenta ausência de granada e forte presença de flogopita e epidoto o que resulta em teores elevados de Ca e Mg, o que corroborou na distinção desses xistos. Os escarnitos caracterizados foram o diopsídio escarnito com epidoto e plagioclásio, este apresentou teores elevados de Au-Bi-W e o Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto, que apresenta caráter xistoso. Ambos apresentam teores elevados de Cr identificados mineralogicamente pela uvarovita. Anomalias positivas de susceptibilidade magnética delimitam a zona de ocorrência dos escarnitos. Isso mostra um importante guia prospectivo, na caracterização de novos alvos. Com base na pesquisa realizada pode se observar um detalhamento do pacote Bonfim, e assim subsidiar estudos no entendimento de escala regional.

Palavras-chave: Depósito auri-tungstenífero do Bonfim, Caracterização litológica, Análise química e susceptibilidade magnética.

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II ABSTRACT

Bonfim Mine II is a constituent part of the Bonfim auri-tungsteniferous deposit, located in the eastern portion of the Rio Piranhas Seridó domain, Province of Borborema, NE Brazil. The lithotypes are part of the Seridó Group, especially the Seridó and Jucurutu Formation. The present work focused on the lithological characterization and chemical correlation of 32 elements in total and physical rock with the magnetic susceptibility of testimonies that, together, form a section able to intercept the level 170 of the Bonfim Mine II. The lithotypes are part of the Seridó Group, especially the Seridó and Jucurutu Formations. The present work focused on the lithological characterization and chemical correlation 32 elements in total and physical rock with the magnetic susceptibility, of testimonies that form a section that intercepts level 170 of the Bonfim II Mine. For this purpose, the macroscopic petrographic description of the MNSB probe holes SEB_193, 201, 203 and 206 was carried out with the aid of magnifying glass of 20x, magnet and hydrochloric acid. Parallel to the chemical characterization, samples were delimited and, after, sent to the SGS Geosol laboratory for analysis of ICP-32 elements and, the acquisition of magnetic susceptibility data, was performed using the portable equipment KT-10 Terraplus. The data collected allowed to characterize the different lithotypes and to correlate chemically and physically with respect to regional geological units. The Seridó Formation is represented by Biotite schist with garnet. The Jucurutu Formation is composed of marbles, skarns, amphibolites and schists. Two types of Marbles were identified, one of them Calcite marble with phlogopite, and the other the biotite phlogopite marble calcite with tremolite. The latter, in addition to presenting a more complex mineralogy, presents higher values of Mg. The Hornblende tremolite amphibolite is massive and presents an expressive modality of sulfides, mainly of Cu, which causes high levels of Cu. The schist biotite with phlogopite is very similar to the Seridó schist, but it presents an absence of garnet and a strong presence of phlogopite and epidote which results in high Ca and Mg contents, which corroborated in the distinction of these schists. Os skarns characterized, for theops of the diopsidium skarn with epithet and plagioclase which presented high levels of Au-Bi-W ando of clinozoisit diopsídium skarn com epithet, which featured schists. Both have high levels of chrome mineralogically identified by uvarovita. Positive anomalies of magnetic

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III susceptibility delimit the zone of occurrence of the escarnitos. This fact shows an important prospective guide in the characterization of new targets. Based on the characterization carried out it was possible to observe a detail of the Bonfim package, and thus to subsidize studies in the understanding of regional scale.

Keywords: Bonfim auri-tungsteniferous deposit, Lithological characterization, Chemical analysis and magnetic susceptibility

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IV

Sumário

RESUMO ... I ABSTRACT ... II LISTA DE FIGURAS ... V LISTA DE TABELAS... VIII LISTA DE ABREVIAÇÕES ... IX 1 Introdução ... 1 1.1 Apresentação e Justificativas ... 1 1.2 Objetivos ... 2 1.2.1 Objetivos gerais ... 2 1.2.2 Objetivos específicos ... 2 1.3 Localização e acessos ... 2 2 Materiais e Métodos ... 4 2.1 Planejamento ... 4 2.2 Levantamento de dados ... 5 2.2.1 Petrográficos ... 5 2.2.2 Susceptibilidade Magnética (SM) ... 6 2.2.3 Análise Química ... 7

2.3 Análise Interpretação e Confecção do Relatório ... 8

3 Geologia regional ... 9

3.1 Província Borborema ... 9

3.2 Domínio Rio Piranhas-Seridó ... 9

3.3 Grupo Seridó ... 11

3.4 Magmatismo Neoproterozoico ... 14

(13)

V

5 Resultados ... 18

5.1 Caracterização Petrográfica ... 19

5.1.1 Hornblenda tremolita anfibolito ... 19

5.1.2 Biotita xisto com flogopita lepidonematoblástico ... 21

5.1.3 Calcita mármore com flogopita granoblástico ... 24

5.1.4 Biotita ± flogopita calcita mármore com tremolita lepidonematoblástico... 25

5.1.5 Diopsídio escarnito com epidoto e plagioclásio maciço ... 28

5.1.6 Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto xistoso ... 31

5.1.7 Biotita xisto com granada lepidonematoblástico ... 33

5.1.8 SEB_193 ... 38

5.1.9 SEB_201 ... 40

5.1.10 SEB_203 ... 42

5.1.11 SEB_206 ... 45

5.1.12 Dados Litoquímicos e físicos ... 48

6 Discussões ... 57

7 Considerações finais ... 60

Rerefências bibliográficas ... 62

ANEXO – A – Tabela de informações geológicas dos testemunhos analisados. 66 ANEXO – B – Tabela de DADOS DE SUCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA dos testemunhos analisados. ... 73

ANEXO – C – Tabela de DADOS GEOQUÍMICOS dos testemunhos analisados. 105 ANEXO – D – SEÇÃO GEOLÓGICA NÍVEL 170 MINA BONFIM ii. ... 128

LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Mapa de localização e vias de acesso a área do Projeto Bonfim. ... 3

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VI Figura 2.2. Etapas da descrição dos furos. A) Análise petrográfica. B) Metragem dos furos e delimitação de contatos. Procedimentos analíticos de caracterização petrográfica macroscópica. Análise com lupa de aumento de 20x. (B) Verificação de minerais com propriedades magnéticos com imã. (C) Identificação de minerais carbonáticos através de ataque ácido HCl à 10% (D). ... 6

Figura 2.3. Aquisição do dado de susceptibilidade magnética. A) primeiro marcação ao ar livre, para calibração. B) segunda aquisição, com a superfície do equipamento em contato com a rocha. C) segunda marcação ao ar livre, para calibração. ... 7

Figura 3.1. Localização da Província Borborema e seus domínios. (Medeiros et al., 2017). ... 11 Figura 3.2. Litoestratigrafia do Grupo Seridó, proposta por Jardim de Sá (1994). ... 13 Figura 4.1. Variação do empilhamento litoestratigráfico da região do Bonfim. Modificado de Barbalho (1992). ... 16

Figura 4.2. Mapa geológico da região do Bonfim, (Cavalcante et al., 2016). ... 18 Figura 5.1. Hornblenda tremolita anfibolito. A) SEB_203, fratura preenchida por calcopirita. B) SEB_203, litotipo com plagioclásios expressivos e bolsões de sulfetos (pirrotita e calcopirita). C) SEB_203, Fraturas preenchidas por calcopirita. D) SEB_203, Fratura preenchida por pirrotita. ... 20

Figura 5.2: Biotita xisto com flogopita lepidonematoblástico. A) SEB_201, contato entre o litotipo e o Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto xistoso. percebe-se que a rocha apresenta maior influência de quartzo em sua composição modal. B) SEB_203, visão geral do litotipo. C) SEB_193, Veio de quartzo cortando xisto percebe-se que a matriz é mais esverdeada possível influencia de epidoto. D) SEB_206, veio de calcita cortando em alto ângulo o litotipo percebe-se que a matriz apresenta-se com uma tonalidade bronze, resultado da influência da flogopita em sua composição modal. ... 22

Figura 5.3. Calcita mármore com flogopita granoblástico. A) SEB_201, visão geral do litotipo, com fratura vazia. B) SEB_206, Mármore com níveis rosa. ... 25

Figura 5.4. Biotita ± Flogopita calcita Mármore com tremolita lepdonematoblástico. A) SEB_201, visão geral do litotipo. B) SEB_193, bolsões de biotita. C) SEB_206, níveis de altos valores na susceptibilidade magnética associados a ocorrências de magnetita e pirrotita. D) SEB_201, Veio preenchido por calcita cortando em alto ângulo o litotipo. Colocar as abreviações na legenda. ... 27

(15)

VII Figura 5.5. Diopsídio escarnito com epidoto e plagioclásio maciço. A) SEB_201, visão geral do litotipo. B) SEB_203, ocorrência de bismuto. C) SEB_203, ocorrência de sulfetos de cobre (calcopirita e bornita) bordejados por pirrotita. D) SEB_203, Sulfetos de cobre bordejados

por pirrotita, pirita e molibdenita. Colocar abreviações na legenda. ... 29

Figura 5.6.Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto xistoso. A) SEB_193, visão geral do litotipo. B) SEB_203, ocorrência de bismuto associado a clinozoisita. C) SEB_203, Relação de plagioclásio com clnozoisita e sericita envolvendo cristais de uvarovita, hornblenda ocorre associada a diopsídio e epidoto. D) SEB_203, Fratura preenchida por bismuto cortando litotipo. Colocar abreviações na legenda. ... 32

Figura 5.7. Biotita xisto com granada lepdonematoblástico. A) SEB_193, Veio de quartzo com recristalização de biotita (Bt2) e granada. B) SEB_201, fratura preenchida por biotita associada a veiode quartzo, percebe-se também a ocorrência de epidoto associado as fraturas e clorita na matriz.C) SEB_201, fratura em alto ângulo preenchida por calcita. D) SEB_206, o tracejado em verde demarca zona com clorita. E) Matriz esverdeada no litotipo indica forte influência de clorita e epidoto, além de vênulas preenchidas por calcita. F) SEB_203, nódulos de pirita em veio de quartzo. ... 35

Figura 5.8. Perfil geológico SEB_193. ... 39

Figura 5.9. Perfil geológico SEB_201. ... 41

Figura 5.10. Perfil Geológico SEB_203. ... 44

Figura 5.11. Perfil geológico SEB_206. ... 47

Figura 5.12.Gráficos destacam o background dos elementos estudados e da susceptibilidade magnética estudados. ... 52

Figura 5.13. Log SEB_193. ... 53

Figura 5.14. Log SEB_201. ... 54

Figura 5.15.Log SEB_203. ... 55

(16)

VIII LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1. Coordenadas, Profundidade máxima e ano de sondagem para cada furo selecionado. ... 4

Tabela 4.1. Resumo das mineralogias progracionais e retrogradacionais associadas a escarnitos derivados de mármores e xistos, apresentada por Souza Neto et al. (2008). Convenções: Px – piroxênio, Ttn – titanita, Ap – apatita, Wo – wollastonita, Anf- anfibólio, Pl – plagioclásio, Grt – granada, Mnz – monazita, Clz – clinozóisita, Zo – zóisita, Ser – sericita, Bt – biotita, Ep – epidoto, Chl – clorita, Ms – muscovita, Ves – vesuvianita, K-f – K-feldspato. ... 17

Tabela 5.1. Síntese estatística dos dados químicos e físicos por litologia. Convenções: Min - Mínimo, Max -Máximo, Média - Média aritmética, n – número de amostras geoquímicas e s- número de aquisições de susceptibilidade magnética. ... 50

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IX LISTA DE ABREVIAÇÕES

PMS – Província Mineral do Seridó DPS – Domínio Rio Piranhas-Seridó MDE – Modelo Digital de Elevação

MNSB – Mineradora Nosso Senhor do Bonfim DMB – Distrito Polimineral do Bonfim

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação e Justificativas

A região do Seridó é conhecida pelo seu grande potencial mineral sendo denominada por Cavalcanti et al. (2016) como Província Mineral do Seridó (PMS), onde se tem conhecimento de mais de 700 corpos pegmatíticos mineralizados em Ta-Nb, Be, Li e gemas (Souza Neto et al., 2008), além dos depósitos ferríferos como o da região de Saquinho (Cruzeta), scheelitiferos como em Bodó e Brejuí (Currais Novos), Auríferos como São Francisco (Currais Novos) e Simpático (São Fernando) e Auri-Scheelitífero como o distrito de Bonfim (Lajes).

O distrito de Bonfim pode também ser facilmente denominado Distrito Polimineral do Bonfim (DPB), tendo em vista que além dos depósitos Auri-Scheelitífero associados à skarns tem também columbita-tantalita e berilo (água-marinha) (Barbalho, 1992) e depósito de esmeralda (Cavalcanti Neto e Barbosa 2007). Barbalho (1992), ainda destaca a viabilidade econômica de mármores para cal e a ocorrência de trabalhos garimpeiros para ouro associados a zonas de cisalhamento.

Nos dias atuais, o trend Auri-Scheelitífero da Bonfim, está sob a responsabilidade da Mineradora Nosso Senhor do Bonfim. A empresa já explorou ouro e scheelita em duas minas subterrâneas (Bonfim I e II) e atualmente desenvolve atividades de exploração em geologia na região.

Com base na sua relevância econômica o DPB vem sendo estudado por autores desde a década de 80 até os dias atuais. Os primeiros trabalhos seguiram uma linha de caracterização geológica regional, já os mais recentes focaram mais no minério, skarn, e suas propriedades químicas e petrológicas (Salim, 1979; Barbalho, 1992; Jardim de Sá, 1994; Souza Neto et al., 2008). Existindo ainda uma lacuna de conhecimento associada à caracterização petrográfica e estudos geofísicos do pacote que contém o minério, suas encaixantes, ou seja, a litoestratigrafia do trend Bonfim. Com base nisso, o presente trabalho visa preencher essa lacuna e corrobora com a evolução do conhecimento acerca do Distrito Polimineral do Bonfim.

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

2

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos gerais

O objetivo desse trabalho é a caracterização petrográfica macroscópica de furos de sondagem da Mina Bonfim II que interceptam o nível 170, correlacionando com dados químicos e de susceptibilidade magnética.

1.2.2 Objetivos específicos

 Caracterização petrográficas com base em descrição macroscópica;  Caracterização química e física (susceptibilidade magnética);

 Contribuir para adoção de novas diretrizes prospectivas para novos alvos.

1.3 Localização e acessos

A área do Projeto Bonfim está localizado a 110 km de Natal na porção central do Rio Grande do Norte, zona rural do município de Lajes, Fazenda Bonfim. O acesso a partir de Natal é feito pela rodovia asfaltada BR-304, na altura do Km 212 encontra-se uma estrada não pavimentada que leva ao longo de 17 km ao sul a sede do projeto (Figura 1.1).

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

3 Figura 1.1: Mapa de localização e vias de acesso a área do Projeto Bonfim.

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

4

2 Materiais e Métodos

O presente relatório compõe uma parte da etapa final de um trabalho que percorreu três etapas que serão descritas nesse capitulo, são elas: Planejamento, Levantamento de dados, Análise interpretação e confecção do relatório.

2.1 Planejamento

Inicialmente se fez o apanhado bibliográfico para a compreensão da geologia regional, além de estudos relacionados a depósitos com mineralizações auríferas e scheelitiferas associadas ou não com escarnitos em outras regiões.

Em seguida foram selecionados os furos que comporiam uma seção para melhor representar a sequência Bonfim. Somado a este fator os furos selecionados compunha uma seção geológica que intercepta o nível 170 da mina Bonfim II, o qual foi mapeado concomitantemente a descrição petrográfica com enfoque na caracterização litoestrutural, visando o confronto de informações. Além desses fatores, o nível em questão estava sendo lavrado.

Foram selecionados os furos apresentados na Tabela 2.1. Estes foram são verticais realizados pela equipe de sondagem da Mineradora Nosso Senhor do Bonfim no ano de 2011, durante o período exploratório da Mina Bonfim II. Na Figura 2.1 é possível ver o contorno da mina e a disposição dos furos.

Tabela 2.1. Coordenadas, Profundidade máxima e ano de sondagem para cada furo selecionado.

Furo

X

Y

Z

Profundidade

Máxima

Ano de

realização

SEB_193

818350 9354722

317,508

151,5

2011

SEB_201

818330,9 9354730

317,272

142,43

2011

SEB_203

818387 9354706

316,714

166,4

2011

SEB_206

818405,6 9354697

314,013

190,5

2011

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

5 Figura 2.1. Mapa de localização dos furos que compõe a seção tipo da Mina Bonfim II.

2.2 Levantamento de dados

Inicialmente os furos são estendidos em bancadas. Em seguida os mesmo foram medidos, de metro em metro, com auxilio de trena graduada e pinceis atômicos de cor preta com atenção para o percentual de recuperação da sondagem, com auxilio de calculadora. Este passo se faz necessário, pois viabiliza de forma mais rápida o processo de localização das feições descritas.

2.2.1 Petrográficos

Após medido, inicia-se o processo de caracterização petrográfica (Figura 2.2) . O primeiro passo é marcar os contatos litológicos com pincel atômico de cor azul.

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

6 Posteriormente é utilizado uma lupa (aumento de 20x), riscador de rocha, imã e HCl à 10%. Os testemunhos são descritos quanto à composição mineralógica e texturas. As fichas usadas para descrição estão em anexo A.

Figura 2.2. Etapas da descrição dos furos. A) Análise petrográfica. B) Metragem dos furos e delimitação de contatos. Procedimentos analíticos de caracterização petrográfica macroscópica. Análise com lupa de aumento de 20x. (B) Verificação de minerais com propriedades magnéticos com imã. (C) Identificação de minerais carbonáticos através de ataque ácido HCl à 10% (D).

2.2.2 Susceptibilidade Magnética (SM)

Os dados de susceptibilidade magnética foram adquiridos através do susceptibilímetro magnético portátil modelo KT-10 da Terraplus. O método de aquisição é dado por uma medida ao ar livre, uma na rocha e outra ao ar livre. Com base nisso o

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Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

7 equipamento faz uma média do campo magnético e fornece o campo magnético aparente da rocha (Figura 2.3). A aquisição foi realizada a cada 50 cm a partir do solo, os valores dados em 10-3 SI são anotados em uma planilha graduada.

Figura 2.3. Aquisição do dado de susceptibilidade magnética. A) primeiro marcação ao ar livre, para calibração. B) segunda aquisição, com a superfície do equipamento em contato com a rocha. C) segunda marcação ao ar livre, para calibração.

2.2.3 Análise Química

O intervalo selecionado para amostragem se dá quando se percebe o contato da rocha sã sem marcas de alterações superficiais. A amostragem é realizada de metro em metro, exceto quando se identifica alguma feição de destaque ou os corpos escarníticos. Nestes casos as amostras podem chegar a atingir uma espessura mínima de até 30 cm. A demarcação dos intervalos e numeração das amostras são escritos nas caixas com pincéis atômicos de cor vermelha. Depois de selecionado o intervalo, os testemunhos são serrados ao meio e amostrado a metade da direita. O material selecionado é etiquetado, logo após armazenado em sacolas plásticas devidamente numeradas e encaminhadas para o laboratório da MNSB para preparação física. Lá é realizado a britagem e pulverização das amostras. Em seguida, as amostras são encaminhadas para o laboratório da SGS GEOSOL, onde foram realizadas análises ICP-MS para 37 elementos (Ag, Al, As, B, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, P, Pb, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Th, Ti, Tl, U, V, W, Y, Zn, Zr) e Au Fire Assay.

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2.3 Análise Interpretação e Confecção do Relatório

A descrição dos furos, a separação das unidades litológicas e a confecção dos perfis geológicos de cada furo, foi realizado na escala 1:600, pois esta foi a que mais adequou-se ao nível detalhe necessário para a exposição dos dados aqui interpretados.

Após o levantamento dos dados, os mesmos foram digitalizados em planilhas para cada tipo de dado na plataforma EXCEL-2010. Em seguida, os dados são validados e transferidos para o banco de dados da empresa que é organizado na plataforma ACCESS-2010.

A atualização do modelo ocorre através do software SURPAC 6.3.2. Para o presente trabalho como foi tratado apenas análise 2D, foi utilizado o GOLDEN STRATER 5.0, com este foi possível confeccionar perfis, logs e seções geológicas. Algumas imagens e fotografias foram trabalhadas no software COREL DRAW X8 com a finalidade de atribuir feições gráficas.

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3 Geologia regional

3.1 Província Borborema

Levando em consideração suas dimensões continentais e sua complexidade geológica Almeida et al. (1977) dividiu o Brasil em 16 grandes unidades estruturais, dentre elas na porção nordeste do país foi caracterizada a Província Borborema. Esta é limitada a leste e a norte pelo oceano atlântico, a oeste pela Bacia do Parnaíba e a sul pelo Cratón São Francisco. A Província Borborema corresponde a um pacote litológico de sequências metassupracrustais, depositadas sobre um embasamento gnáissico arqueano a paleoproterozoico que foi subsequentemente intrudido por corpos graníticos de idade brasiliana/ediacarana (Dantas et al., 2013).

De acordo com Angelim et al. (2006) diversos autores ao longo do tempo e com a evolução do conhecimento tentaram encaixar divisões para a Província Borborema, em domínios tectônicos (Neves, 1975), estrutural/geocronológico (Neves et al., 2000). Em sete domínios estruturais de acordo com Jardim de Sá (1994). Vinte terrenos tectonoestratigráficos de acordo com Santos (1996) e dezoito por Ferreira et al. (1997). Van Schmus et al. (1997) dividiram a Província Borborema em três domínios tectônicos fundamentais, os quais estão limitados pelas zonas de cisalhamento brasilianas de trend leste-oeste: Domínio Norte, ao norte do cisalhamento Patos, Domínio Central, tendo os cisalhamentos Patos, a norte, e Pernambuco, a sul, como limites e o Domínio Sul, compreendido entre o cisalhamento Pernambuco, a norte, e o Cráton São Francisco, a sul. Esses três domínios foram posteriormente renomeados, respectivamente, como Subprovíncia Setentrional, Subprovíncia Zona Transversal e Subprovíncia Meridional, por Delgado et al. (2003).

3.2 Domínio Rio Piranhas-Seridó

Foi proposta por Angelim et al. (2006), como um domínio tectonoestrutural inserido na subprovíncia Setentrional, de Delgado et al. (2003). O Domínio Rio Piranhas-Seridó se localiza na porção central do estado do Rio Grande do Norte,

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10 limitado a oeste com o Domínio Jaguaribeano, através da zona de cisalhamento Portalegre e a leste com o Domínio São José do Campestre, através da Zona de cisalhamento Picuí-João Câmara (Figura 3.1).

O embasamento é constituído por complexo de rochas metaplutônicas e metavulcanosedimentares de idade paleoproterozoica (Riaciana) que compõe o Complexo Caicó, com camadas de rochas metamáficas a metaultramáficas arqueanas datadas U-Pb de 3,4 Ga ±25 Ma (Ruiz et al., 2017). Ainda pertencente ao embasamento encontra-se uma suíte de augen gnaisse de composição quartzo monzonítica denominadas por Ferreira (1998) de suíte Poço da Cruz. A cobertura do domínio é constituída por rochas metasupracrustais do Grupo Seridó.

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11 Figura 3.1. Localização da Província Borborema e seus domínios. (Medeiros et al., 2017).

3.3 Grupo Seridó

O Grupo Seridó compreende uma faixa alinhada N-NE que se estende da porção central do estado da Paraíba, onde obedece a um trend E-W associado ao

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12 Lineamento Patos, e alinha-se para norte ocupando a porção central do estado do Rio Grande do Norte. É composta litologicamente por rochas metassedimentares associadas ao contexto orogênico brasiliano, formando um cinturão de dobramentos seguindo em discordância com o embasamento gnáissico-migmatitico, do Complexo Caicó.

O empilhamento estratigráfico do Grupo Seridó é alvo de muita discussão por diversos autores (Van Schmus, 2003; Hollanda et al., 2015; entre outros), mas no presente trabalho será adotado o proposto por Jardim de Sá (1994) (Figura 3.2), onde o mesmo, subdivide o Grupo em três formações, da base para o topo:

 Formação Jucurutu: Composta por paragnaisses e micaxistos intercalados por camadas de mármores e calcissilicáticas. Além de formações ferríferas, muscovita e fuchsita quartzitos e metavulcânicas a anfibolitos. As calcissilicáticas dessa formação são atribuídas os depósitos de scheelita do Domínio Rio Piranhas-Seridó.

 Formação Equador: Composto por muscovita quartzitos a quartzitos ferruginosos com níveis de metaconglomerados.

 Formação Seridó: Responsável por representar a maior porção aflorante do Grupo Seridó é composta por biotita muscovita xistos ricos em granada, siliminita, andalusita, cordierita e estaurolita. Em algumas regiões a Formação Seridó se apresenta como filitos.

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13 Figura 3.2. Litoestratigrafia do Grupo Seridó, proposta por Jardim de Sá (1994).

Jardim de Sá (1994) constatou que o arcabouço estrutural no Domínio Rio Piranhas-Seridó está associado a três eventos. O D1, responsável pelas deformações que atingem apenas o embasamento. O D2 que representa um evento compressional resultando em dobramentos recumbentes de escala regional. E o D3, o qual está diretamente relacionado com a Orogênese Brasiliana expressado através de zonas de cisalhamento transcorrentes dextrais alinhadas NNE-SSW com intrusões plutônicas.

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3.4 Magmatismo Neoproterozoico

O Domínio Rio Piranhas-Seridó é intensamente afetado por extensas zonas de cisalhamento brasilianas que favoreceram a formação de zonas de alívio crustal facilitando assim o alojamento de intrusões graníticas expressados em batólitos, stocks e diques. Este magmatismo foi organizado e subdividido em suítes inicialmente por Almeida (1967). Angelim et al. (2006) uniou as informações de diversos autores em suítes seguindo o proposto pelo autor anterior extrapolando para os demais domínios. Nascimento et al. (2015), compuseram a mais atual divisão das suítes magmáticas ediacaranas, aglutinando-as em seis, levando em consideração o contexto químico e petrológico: Suíte Cálcio-alcalina de Alto K Porfirítica, Suíte Cálcio-alcalina de Alto K Equigranular, Suíte Alcalina, Suíte Alcalina Charnockítica, Suíte Cálcio-alcalina e Suíte Shoshonítica.

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4 Geologia da Mina

Os depósitos de scheelita e ouro encontrado na Província Mineral do Seridó se situa no Projeto Bonfim, Lajes-RN. Estão inseridos nos escarnitos da Formação Jucurutu e são geneticamente relacionadas ao metassomatismo provocado pelo magmatismo neoproterozoico que ocorreu durante a Orogênese Brasiliana. Trabalhos como de Salim (1980), Barbalho (1992) e Jardim de Sá (1994) buscaram uma caracterização geológica de cunho regional onde se engloba a região do Bonfim. Os autores propuseram o empilhamento onde o Complexo Caicó representa o embasamento através de ortognaisses tonalíticos a granodioriticos bandados, com lentes anfibolíticas. A cobertura metassedimentar é composta pelo Grupo Seridó, com a Formação Jucurutu na base representada por muscovita a fuchsita quartzitos, metamáficas, biotita muscovita xisto, mármores, calcissilicáticas e paragnaisse. A Formação Equador representa a porção intermediária, não ocorrendo de maneira sistemática em todo o pacote, sendo representada por muscovita quarztitos esbranquiçados a mica xistos. Já no topo da sequência encontram-se micaxistos granadíferos ± aluminosos. A Figura 4.1 de Barbalho (1992) resume bem a estratigrafia da região do Bonfim, que é apresentada por Cavalcante et al., (2016) através de um compilação do mapeamento geológico realizado por autores e empresas que trabalharam na região.

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16 Figura 4.1. Variação do empilhamento litoestratigráfico da região do Bonfim. Modificado de Barbalho (1992).

Barbalho (1992) e Jardim de Sá (1994) definem que a região do Bonfim expõe um antiforme de face invertida, revelando a geometria recumbente das dobras F2, relacionadas ao evento D2, o que para Salim (1980) é o D1, descritas no capítulo anterior. Os autores relatam que ocorre uma inversão estratigráfica no Grupo Seridó, estando o micaxisto Seridó (unidade do topo) posicionado no núcleo da dobra, sobreposto pelos quartzitos da Formação Equador que, por sua vez, fazem contato com os litotipos da Formação Jucurutu, seguidos pelos gnaisses do embasamento, Complexo Caicó e Suíte Poço da Cruz. Neste contexto, os autores concluem que este antiforme foi gerado a partir do flanco invertido de uma mega dobra recumbente F2. O evendo D3 é representado pelas feições dominantes tanto na região do Bonfim quanto em outras regiões do Domínio Rio Piranhas Seridó. São observáveis em escala macroscópica as zonas de cisalhamento com trend NE-NNE.

Souza Neto et al. (2008) descreveram o pacote Bonfim associado aos escarnitos mineralizados em W-Au. Com isso, os autores idenficaram a presença de

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17 três rochas predominantes (i) mármores e escarnitos (Formação Jucurutu), (ii) quartzitos (Formação equador) e (iii) xistos (Formação Seridó). O mármore é branco a marrom, de minerais finos a médios, formando pacotes de 15 a 20 m de espessura intercalados no xisto, que na Mina Bonfim I podem apresentar cores cinza e laranja. O quartzito é branco a cinza claro com cristais médio a grossos formando lentes que podem atingir até 100 m de espessura intercalado nos xistos e mármores. O xisto, por sua vez, apresenta-se com cristais finos, contendo biotia e plagioclásio, como minerais principais, ocorrendo ainda como acessórios, em faixas de até 4m em ocorrências irregulares, granadas, sillimainita, andalusita, cordierita e estaurolita. Apresentam também flogopita e mais restrita ocorrência a fuchsita.

Souza neto et al. (1999) já traziam a tona a relação de escarnitos derivados de mármores e xistos, comparando as diferentes associações minerais. Com base nisso, Souza neto et al. (2008), caracterizaram os escarnitos progradacioanais e retrogradacionais tanto para os derivados de xisto como para os derivados de mármore (TTabela 4.1). Estes escarnitos foram datados de 525 ± 2 Ma, através do método Re-Os em molibidenita por Hollanda et al. (2012).

Tabela 4.1. Resumo das mineralogias progracionais e retrogradacionais associadas a escarnitos derivados de mármores e xistos, apresentada por Souza Neto et al. (2008). Convenções: Px – piroxênio, Ttn – titanita, Ap – apatita, Wo – wollastonita, Anf- anfibólio, Pl – plagioclásio, Grt – granada, Mnz – monazita, Clz – clinozóisita, Zo – zóisita, Ser – sericita, Bt – biotita, Ep – epidoto, Chl – clorita, Ms – muscovita, Ves – vesuvianita, K-f – K-feldspato.

Mármore

Xisto

Px+Pl+Grt+Anf+Ttn

+Ap+Mnz

K-f+Clz+Zo+Anf+

Ser+Bt+Ep+Chl+Ms+Ves

Mineralogia

`Progradacional

Retrogradacional

escarnito derivado de:

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18 Figura 4.2. Mapa geológico da região do Bonfim, (Cavalcante et al., 2016).

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19 Neste capítulo serão abordados os resultados levantados dos furos SEB_193, SEB_201, SEB_203 e SEB_206. Inicialmente será descrita a petrografia de cada litotipo identificado, bem como seu comportamento em cada furo, ressaltando as suas particularidades quando pertinente. Posteriormente será apresentada uma seção geológica interpolando as informações litológicas de cada furo. Por fim, serão apresentados os dados químicos e geofísicos, expondo seus valores médios, máximos e mínimos por litologia e os logs químicos por furo.

Devido a metodologia aplicada na descrição petrográfica macroscópica, os minerais de bismuto e o próprio elemento nativo, foram denominados apenas como bismuto, pois a escala macroscópica empregada na presente pesquisa, inviabiliza uma caracterização com grande acurácia, não sendo possível identificar todas as propriedades físicas e mineralógicas que permitiriam diferenciar os minerais.

5.1 Caracterização Petrográfica

5.1.1 Hornblenda tremolita anfibolito

Rocha verde escura, fina e maciça ocorrendo frequentemente na base da Sequência Bonfim, apresentando-se também intercalada com os mármores e escarnitos da Formação Jucurutu, unidade da qual o litotipo também faz parte. Além disso, caracteriza-se pela formação de camadas de 0,5 a 1 m de espessura, entre as profundidades de 145 m a 168 m, o equivalente ao intervalo de cota de 171 a 145.

Mineralogicamente, é composto por: tremolita-actinolita (60%), hornblenda (15%), plagioclásio (10%) e acessórios somam 15% expressos em sulfetação por pirrotita, calcopirita e bornita (Figura 5.1).

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20 Figura 5.1. Hornblenda tremolita anfibolito. A) SEB_203, fratura preenchida por calcopirita. B) SEB_203, litotipo com plagioclásios expressivos e bolsões de sulfetos (pirrotita e calcopirita). C) SEB_203, Fraturas preenchidas por calcopirita. D) SEB_203, Fratura preenchida por pirrotita.

A tremolita-actinolita é verde escura, euédrica acicular submilimétrica (até 0,1 mm). Compõe a matriz juntamente com a hornblenda que é preta, euédrica tabular submilimétrica.

O plagioclásio ocorre disseminado, com coloração branca, hábito granular e, por vezes, prismático, submilimétrico a microcristalino.

Observa-se que a sulfetação se dá tanto disseminada quanto associada ao preenchimento de fraturas que são caracterizadas por apresentarem espessura de 3 cm a 10 cm e compostas também por calcita. Nelas, os sulfetos formam nódulos

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21 centimétricos onde, por vezes, verificam-se bornitas disseminadas e nas bordas das calcopiritas. Ademais, tem-se que todos os sulfetos possuem como atributo principal o brilho metálico característico, sendo diferenciados principalmente pela cor, uma vez que a calcopirita é amarela, a bornita possui tons acastanhados e a pirrotita é amarela clara a esbranquiçada apresentando interação magnética com o imã.

5.1.2 Biotita xisto com flogopita lepidonematoblástico

A rocha é escura com xistosidade apresentando camadas subcentimétricas, fina a média, cuja sua caracterização é bem definida pela alternância de bandas escuras e claras. Este litotipo apresenta duas formas de ocorrência, uma como lentes de 0,5 a 5 m de espessura intercalados entre mármores, escarnitos e anfibolitos (zona mineralizada) e outra que segue abaixo da zona mineralizada até o final dos furos com espessura indefinida.

As bandas escuras são compostas por biotita (45%), flogopita (5%), clorita (3%) e epidoto (1%) (Figura 5.2). As bandas félsicas, por sua vez, apresentam quartzo (25%) e plagioclásio (20%). Os minerais acessórios juntos somam 1% e são representados por calcita, pirita, calcopirita, pirrotita, magnetita, anfibólio (tremolita-actinolita e hornblenda) e fuchsita. Quanto às texturas metamórficas identificadas, foi possível caracterizar a orientação das biotitas atribuindo a rocha a textura lepidoblástica. Ademais, a orientação dos cristais de anfibólio e, por vezes, o plagioclásio, confere o caráter nematoblástico também.

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22 Figura 5.2: Biotita xisto com flogopita lepidonematoblástico. A) SEB_201, contato entre o litotipo e o Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto xistoso. percebe-se que a rocha apresenta maior influência de quartzo em sua composição modal. B) SEB_203, visão geral do litotipo. C) SEB_193, Veio de quartzo cortando xisto percebe-se que a matriz é mais esverdeada possível influencia de epidoto. D) SEB_206, veio de calcita cortando em alto ângulo o litotipo percebe-se que a matriz apresenta-se com uma tonalidade bronze, resultado da influência da flogopita em sua composição modal.

A biotita é preta, placosa e submilimétrica. Ocorre predominantemente compondo a foliação e marcando o caráter xistoso da rocha. Também ocorre a biotita hidrotermal

O quartzo é translúcido, granular, submilimétrico a microcristalino e ocorre predominantemente associado ao plagioclásio ou nos veios de quartzo. Estes são geralmente concordantes a foliação e centimétricos. Associados aos veios de quartzo, nas suas bordas, tem-se biotitas hidrotermais e processos de cloritização e epidotização de biotitas e plagioclásio. Além disso, é possível encontrar veios com

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23 sulfetos como calcopirita, pirita e pirrotita. Na região adjacente aos escarnitos nota-se uma intensificação da sulfetação.

O plagioclásio apresenta cor branca, com hábito predominantemente granular e por vezes prismático, submilimétrico (até 0,1 mm) a microcristalino. Predominantemente, compõe finas bandas associadas ao quartzo em todo pacote rochoso. Ocorre também com maior intensidade em regiões onde se encontra a clorita associada a preenchimento de fraturas que cortam a foliação em baixo ângulo e atingem até 1 cm de espessura.

A flogopita é castanho amarronzada, placosa e se apresenta de maneira similar a biotita, diferindo apenas em sua ocorrência restrita às regiões onde se tem contato com os mármores e escarnitos, não sendo identificada em regiões mais distais da zona mineralizada. A fuchsita é verde, placosa submilimétrica e ocorre associada à biotita, abaixo dos pacotes com escarnito e mármores.

A clorita é verde e microcristalina, compondo fácies cloritizadas que são identificadas como possíveis zonas de passagem de fluidos. Também ocorre de forma mais maciça próxima a veios de quartzo evidenciando processo de cloritização das biotitas, funcionando como uma borda de reação dos veios quartzosos.

O epidoto é verde , ocorre associado à alteração de borda de veios de quartzo e a processos de epidotização em plagioclásio. Também se apresenta como faixas que truncam a foliação, possivelmente passagem de fluidos hidrotermais.

Há pelo menos dois tipos de anfibólio, sendo o primeiro de coloração verde escuro, tamanho microcristalino e que, de acordo com assembleia mineral do pacote, foi interpretado como um anfibólio da série tremolita – actinolita, ocorrendo em bolsões associados à clorita; o segundo, definido como hornblenda, é preto, prismático, submilimétrico a microcristalino, ocorrendo associado à tremolita-actinolita.

A calcopirita é amarelo metálico, maciça submilimétrica a microcristalina. Ocorre disseminada no xisto, principalmente em regiões cloritizadas aparecendo, também, de forma disseminada. De outra forma, se apresenta associado a fraturas

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24 preenchidas por calcita. Quando associada a veios de quartzo sulfetados formam nódulos centimétricos.

A pirita é branco-amarelada metálica, maciça submilimétrica a microcristalina. Ocorre associada à calcopirita e pirrotita, principalmente em regiões cloritizadas apresentando-se de forma disseminada. É observada também associado a fraturas preenchidas por calcita. Quando associada a veios de quartzo sulfetados formam nódulos centimétricos.

A pirrotita é amarelo claro com brilho metálico, submilimétrica a milimétrica, apresentando interação magnética com imã. Por vezes, aparece preenchendo fraturas de até 1 mm de espessura que atingem até 15 cm de comprimento. Estas se desenvolvem tanto nos contatos com anfibolitos como com escarnitos mais profundos.

5.1.3 Calcita mármore com flogopita granoblástico

A rocha é predominantemente branca, mas também apresenta porções de coloração marrom associados a ocorrência de flogopita. Este litotipo exibe camadas que variam de 0,2 m a 5 m de espessura, ocorrendo entre as profundidades de 124 a 150 m o equivalente as cotas 192 e 123.

Sua mineralogia é dada por: calcita (95%), flogopita (5%) e traços de actinolita. A calcita apresenta textura grossa granular, conferindo a textura granoblástica a rocha (Figura 5.3).

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25 Figura 5.3. Calcita mármore com flogopita granoblástico. A) SEB_201, visão geral do litotipo, com fratura vazia. B) SEB_206, Mármore com níveis rosa.

A calcita se apresenta em arranjo granoblástico, conferindo a coloração branca a rocha, ocorre na forma de cristais com granulação grossa, em arranjo granoblástico, por vezes maciça, com forma euédrica, sublimilimétricos a milimétricos, ou como grãos de textura microcristalina fina.

A flogopita exibe coloração castanho amarronzada, placosa e ocorre formando níveis milimétricos compondo uma fina foliação que não ocorre de maneira continua ao longo da unidade. Sendo assim, não afeta a caracterização maciça da rocha.

A actinolita se apresenta de duas formas, a mais comum é verde escura microcristalina que se apresenta em níveis mais esverdeados e/ou associada a fraturas. A outra forma de ocorrência é quando a actinolita se exibe com coloração verde pálida, euédrica acicular a radial submilimétrica a milimétrica aparecendo de forma errática.

5.1.4 Biotita ± flogopita calcita mármore com tremolita lepidonematoblástico Rocha branca com níveis marrons e, por vezes, verde. Apresenta textura maciça onde se caracteriza um comportamento errático dos minerais com exceção da biotita e

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26 flogopita que se encontram orientadas, comportamento que também pôde ser observado nos cristais de epidoto. Além disso, a rocha ocorre como camadas que variam de 0,5 m a 15 m de espessura (Figura 5.4), ocorrendo entre as profundidades de 116 a 189 m, o equivalente às cotas 200 e 123, intercalado entre os litotipos da Formação Jucurutu.

Sua mineralogia é composta por calcita (60%), flogopita (15%), tremolita-actinolita (10%), biotita (7%), epidoto (5%), diopsídio (3%) e como acessórios compondo menos de 1% ocorre pirrotita e magnetita. A orientação das flogopitas e biotitas caracterizam a textura lepidoblástica, enquanto a orientação da zoisita confere o caráter nematoblástico.

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27 Figura 5.4. Biotita ± Flogopita calcita Mármore com tremolita lepdonematoblástico. A) SEB_201, visão geral do litotipo. B) SEB_193, bolsões de biotita. C) SEB_206, níveis de altos valores na susceptibilidade magnética associados a ocorrências de magnetita e pirrotita. D) SEB_201, Veio preenchido por calcita cortando em alto ângulo o litotipo. Colocar as abreviações na legenda.

A calcita é microcristalina e, na fácies rica em minerais verdes, ela é mais branca, enquanto que nas fácies mais claras a calcita tem uma coloração levemente amarronzada indicando presença de impurezas. Em algumas porções do mármore onde há o adensamento de minerais verdes (anfibólios, piroxênios e epidotos), a identificação da calcita só é possível a partir da reação ácida com HCl.

A flogopita é bronze amarronzado, placosa e apresenta-se formando níveis milimétricos compondo uma fina foliação que não ocorre de maneira continua ao longo da unidade. Por vezes, disseminada na matriz associada a calcita impura.

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28 A biotita é placosa, preta, submilimétrica a microcristalina. Ocorre formando níveis associado aos minerais verdes, frequentemente associa-se com a flogopita. Por vezes, se apresenta em bolsões de 5 a 10 cm de espessura e até 20 cm de comprimento. Nestes bolsões a biotita é mais desenvolvida chegando a ser centimétrica, caracterizando assim bolsões de biotita hidrotermal.

O epidoto é verde escuro com brilho vítreo, prismático e forma euédrica. Ocorre associado ao diopsídio e tremolita-actinolita compondo as faixas verdes. Por vezes é possível identificar cristais de epidoto orientados paralelos aos minerais micáceos.

A tremolita-actinolita ocorre de duas formas: a primeira e mais comum é verde escura microcristalina compondo os níveis mais esverdeados; a segunda apresenta-se na forma de cristais de coloração verde pálida, euédrica acicular a radial submilimétrica a milimétrica ocorrendo de forma errática.

O diopsídio ocorre como cristais microcristalinos, como coloração verde pálida, distribuindo-se pontualmente de forma errática em todo pacote rochoso.

A pirrotita é amarela clara a oxidada submilimétrica e maciça. Já a magnetita é preta euédrica prismática subcentímétrica, chegando a atingir até 2 mm. Ambas ocorrem disseminadas em conjunto, como uma faixa de 10 cm de espessura próxima a contatos com anfibolitos sulfetados.

5.1.5 Diopsídio escarnito com epidoto e plagioclásio maciço

A rocha apresenta coloração verde a verde pálido, também com faixas cor de rosa. Ocorre na zona mineralizada através de camadas que variam de 0,2 a 2 m, intercaladas entre os litotipos da Formação Jucurutu (mármores, xistos e anfibolitos), unidade a qual este litotipo está inserido. Nos intervalos de profundidade, essa rocha apresentam-se entre 115 a 180 m, o equivalente das cotas de 194 a 124 m.

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29 Sua mineralogia é dada por: diopsídio (50%), tremolita-actinolita (20%), epidoto (10%), plagioclásio (7%), quartzo (5%), clinozóisita (5%), hornblenda (2%). Os acessórios compõem 1% representados por: sericita, granadas (grossulária e uvarovita), calcopirita, pirrotita, molibidenita e bismuto. A rocha não apresenta uma orientação preferencial configurando uma textura maciça (Figura 5.5).

Figura 5.5. Diopsídio escarnito com epidoto e plagioclásio maciço. A) SEB_201, visão geral do litotipo. B) SEB_203, ocorrência de bismuto. C) SEB_203, ocorrência de sulfetos de cobre (calcopirita e bornita) bordejados por pirrotita. D) SEB_203, Sulfetos de cobre bordejados por pirrotita, pirita e molibdenita. Colocar abreviações na legenda.

O diopsídio é verde pálido, por vezes apresentam tonalidade verde escuro, subcentimétrico (até 1 cm) a centimétrico, com hábito prismático e forma euédrica. Por vezes, este mineral se aglutina em camadas de espessura de até 20 cm nas partes

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30 mais profundas das camadas escarniticas. Esta feição, em uma escala de maior detalhe, pode ser interpretada como um litotipo separado, denominado de diopsidito. Entretanto, no presente trabalho, levando em consideração todo o pacote, a caracterização e a escala adotada (1:600), não se viu a necessidade da individualização deste litotipo, sendo interpretado apenas como uma variação de facies composicional do diopsídio escarnito.

O anfibólio da série actonilta-tremolita é verde escuro a verde pálido, microcristalino, com forma euédrica e hábito acicular radial, ocorrendo de forma errática. Já a hornblenda é preta, prismática, submilimétrica a microcristalina e se apresenta compondo as bandas verdes.

O epidoto é verde escuro com brilho vítreo, prismático euédrico. Já a clinozoisita é rosa, microcristalina maciça. Ocorre de maneira errática como nódulos que chegam a atingir escala centimétrica, associada à alteração de plagioclásio. Por vezes, é possível ver a alteração do plagioclásio para ela.

O quartzo é translucido microcristalino, granular ocorre disseminado na matriz frequentemente associado ao plagioclásio, que é branco microcristalino e granular. O plagioclásio apresenta alterações de saussuritização e epidotização alterando-se para clinozoisita e zoisita.

A sericita é bege, anédrica e tamanho submilimétrico, se apresentando sempre como alteração no plagioclásio. Já a clorita é verde e microcristalina, está associada ao plagioclásio e epidotos como produto de alteração dos plagioclásios.

A ocorrência de sulfetos é dada por duas fases: a primeira corresponde a uma disseminação de cristais submilimétricos de calcopirita e mais raro molibdenita; a segunda está associada a fraturas de espessuras de 2 mm atingindo até 5 cm de comprimento preenchidas tanto por calcopirita como principalmente por pirrotita. Todos os sulfetos apresentam-se como pequenos agregados maciços com brilho metálico, a calcopirita é amarela, a pirrotita é amarela claro com resposta magnética a presença de imã e a molibdenita é prata.

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31 Foram identificados dois tipos de granada, ambas com ocorrências raras e erráticas e apresentando cristais que atingem no máximo 3 mm de diâmetro caracterizando porfiroblastos no escarnito. Esse mineral foi diferenciado pela coloração, uma vez que a grossulária é laranja com brilho vítreo e hexagonal, enquanto que a uvarovita é verde com brilho vítreo e hexagonal.

Inclusos nas clinozoisitas ocorre pontos de bismutação. O bismuto, não é frequente encontrar, ocorre em pontos esféricos, submilimétricos cinza-azulados.

5.1.6 Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto xistoso

Rocha com aspecto xistoso expresso em bandas milimétricas a centimétricas com coloração variando nas cores branca, rosa e verde (Figura 5.6). Ocorre na zona mineralizada através de camadas que variam de 0,2 a 1,5 m intercaladas entre os litotipos da formação Jucurutu (mármores, escarnitos, xistos e anfibolitos), no intervalo de profundidade de 116 a 187 m o equivalente das cotas de 195 a 125 m. Souza Neto et al. (2008) denominaram a essa rocha a nomenclatura de escarnito xistoso, escarnito derivado de xisto.

Sua composição mineralógica é dada por: diopsídio (40%), plagioclásio (20%), clinozoisita (15%), epidoto (10%), quartzo (5%), tremolita-actinolita (5%), hornblenda (3%). Os acessórios compõem 2% representados por: clorita, sericita, calcopirita, pirrotita, molibdenita e bismuto. A rocha apresenta aspecto bandado a xistoso o que, de acordo com Souza Neto et al. (2008), caracteriza o escarnito derivado de xistos.

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32 Figura 5.6.Clinozoisita diopsídio escarnito com epidoto xistoso. A) SEB_193, visão geral do litotipo. B) SEB_203, ocorrência de bismuto associado a clinozoisita. C) SEB_203, Relação de plagioclásio com clnozoisita e sericita envolvendo cristais de uvarovita, hornblenda ocorre associada a diopsídio e epidoto. D) SEB_203, Fratura preenchida por bismuto cortando litotipo. Colocar abreviações na legenda.

O diopsídio é verde pálido, por vezes apresentam tonalidade verde escuro, subcentimétrico a centimétrico prismático euédrico, ocorre compondo as bandas verdes juntamente com os anfibólios e zoisita formando uma textura maciça.

A clinozoisita é rosa, a rosa esbranquiçada, podendo também ocorrer com tom alaranjado, possui forma anédrica e hábito amorfo. Sua ocorrência é associada à alteração de plagioclásio, interpretada no presente trabalho como sendo resultado da alteração do plagioclásio. A presente investigação baseou-se apenas em estudos de petrografia macroscópica, mas esta interpretação, bem como a classificação do mineral corroboram com o proposto por Souza Neto et al. (2008).

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33 Já o epidoto é verde escuro com brilho vítreo, prismático euédrico. Ocorre associado ao diopsídio e anfibólio compondo as bandas verdes maciças.

O quartzo é translúucido microcristalino, granular e ocorre associado ao plagioclásio, que é branco microcristalino e granular. O plagioclásio apresenta alterações de saussuritização e epidotização alterando-se para sericita, clorita, clinozoisita e epidoto.

O anfibólio da série tremolita-actinolita é verde escuro a verde pálido microcristalino, euédrica acicular a radial ocorrendo de forma errática e em conjunto com o diopsídio e o epidoto compõe as bandas verdes da rocha. Em contrapartida, a hornblenda é preta prismática submilimétrica a microcristalina e ocorre compondo as bandas verdes. A sericita apresenta-se da mesma forma que no litotipo anterior.

A sulfetação é dada por duas fases: a primeira corresponde a uma disseminação de cristais submilimétricos de calcopirita e, mais raramente, molibdenita; a segunda está associada a fraturas de espessuras que chegam a atingir 2 cm de espessura e no máximo 10 cm de comprimento, preenchidas tanto por calcopirita e principalmente por pirrotita. Além disso, é possível observar o preenchimento de fraturas por sulfetos formando, em algumas regiões, nódulos maciços centimétricos. Todos os sulfetos apresentam-se como pequenos agregados maciços com brilho metálico, no qual a calcopirita é amarela, molibdenita é prata e a pirrotita é amarelo claro com resposta magnética a presença de imã.

Apesar de não ser encontrado com frequência, foi possível observar pontos submilimétricos de coloração cinza azulada de bismutação inclusos nas clinozoisitas.

5.1.7 Biotita xisto com granada lepidonematoblástico

Rocha escura com xistosidade bem definida apresentando camadas subcentimétricas, fina a média. A camada desse litotipo apresenta espessura média de 125 m, com relação ao início dos furos, se encaixando entre as cotas topográficas, com relação ao nível do mar, 315 à 190 m. Em média, nos primeiros 15 metros, a rocha apresenta uma granulação mais grossa em relação ao restante dessa litologia,

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34 possivelmente pelo efeito de intemperismo e águas meteóricas lixiviando os filossilicatos. Sendo assim, fazendo com que a rocha seja menos xistosa e passe a ser mais granular, pois os minerais que se destacam são quartzo e plagioclásio. O final dessa alteração marca o início da amostragem para análises químicas.

A mineralogia é dada por: biotita (55%), quartzo (20%), plagioclásio (15%), granada (5%), clorita (3%), enquanto que os minerais acessórios somam 2%, sendo representados por: calcita, pirita, calcopirita, pirrotita, magnetita, sericita, muscovita e anfibólio (tremolita-actinolita). Quanto às texturas metamórficas identificadas, foi possível caracterizar a orientação das biotitas atribuindo à rocha uma textura lepidoblástica. Além disso, a orientação dos cristais de anfibólio e, por vezes, do plagioclásio, confere o caráter nematoblástico, além de porfiroblastos de granada (Figura 5.7).

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35 Figura 5.7. Biotita xisto com granada lepdonematoblástico. A) SEB_193, Veio de quartzo com recristalização de biotita (Bt2) e granada. B) SEB_201, fratura preenchida por biotita associada a veiode quartzo, percebe-se também a ocorrência de epidoto associado as fraturas e clorita na matriz.C) SEB_201, fratura em alto ângulo preenchida por calcita. D) SEB_206, o tracejado em verde demarca

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