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5.1 Caracterização Petrográfica

5.1.7 Biotita xisto com granada lepidonematoblástico

Rocha escura com xistosidade bem definida apresentando camadas subcentimétricas, fina a média. A camada desse litotipo apresenta espessura média de 125 m, com relação ao início dos furos, se encaixando entre as cotas topográficas, com relação ao nível do mar, 315 à 190 m. Em média, nos primeiros 15 metros, a rocha apresenta uma granulação mais grossa em relação ao restante dessa litologia,

Freitas, K. G. P. Trabalho de Conclusão de Curso. DG/UFRN. 2018

34 possivelmente pelo efeito de intemperismo e águas meteóricas lixiviando os filossilicatos. Sendo assim, fazendo com que a rocha seja menos xistosa e passe a ser mais granular, pois os minerais que se destacam são quartzo e plagioclásio. O final dessa alteração marca o início da amostragem para análises químicas.

A mineralogia é dada por: biotita (55%), quartzo (20%), plagioclásio (15%), granada (5%), clorita (3%), enquanto que os minerais acessórios somam 2%, sendo representados por: calcita, pirita, calcopirita, pirrotita, magnetita, sericita, muscovita e anfibólio (tremolita-actinolita). Quanto às texturas metamórficas identificadas, foi possível caracterizar a orientação das biotitas atribuindo à rocha uma textura lepidoblástica. Além disso, a orientação dos cristais de anfibólio e, por vezes, do plagioclásio, confere o caráter nematoblástico, além de porfiroblastos de granada (Figura 5.7).

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35 Figura 5.7. Biotita xisto com granada lepdonematoblástico. A) SEB_193, Veio de quartzo com recristalização de biotita (Bt2) e granada. B) SEB_201, fratura preenchida por biotita associada a veiode quartzo, percebe-se também a ocorrência de epidoto associado as fraturas e clorita na matriz.C) SEB_201, fratura em alto ângulo preenchida por calcita. D) SEB_206, o tracejado em verde demarca

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36 zona com clorita. E) Matriz esverdeada no litotipo indica forte influência de clorita e epidoto, além de vênulas preenchidas por calcita. F) SEB_203, nódulos de pirita em veio de quartzo.

A biotita ocorre na forma de cristais pretos, placosos e submilimétricos que compõem a foliação e marcam o caráter xistoso dessa rocha. Além disso, observa-se a presença de uma segunda fase, denominada de biotita hidrotermal, na qual os cristais estão associados à veios de quartzo e fontes hidrotermais originadas a partir da passagem de um fluido mineralizante. Estas biotitas foram distinguidas não só pela associação com essas feições, mas por se apresentarem na forma de grãos milimétricos e com a cor que varia de dourado a bronze.

O quartzo é translúcido, granular submilimétrico a microcristalino. Ocorre predominantemente associado ao plagioclásio e nos primeiros metros dos furos compõe bandas espessas, de até 2 cm. Ocorre em mais duas formas, uma em frentes hidrotermais onde os cristais são milimétricos, e outra em veios de quartzo. Estes são geralmente centimétricos e concordantes com a foliação a medida que se aproxima do corpo mineralizado.

Posteriormente, aumentando a profundidade, os veios passam a ser mais espessos chegando a atingir 7 cm. Além disso, associados aos veios de quartzo, nas suas bordas, ocorrem biotitas hidrotermais, aglutinação de granadas e cloritização de biotitas. Por vezes, é possível encontrar veios com sulfetos como calcopirita, pirita e magnetita, conforme se aproxima da zona mineralizada (15 m) dos escarnitos. Em contrapartida, na faixa adjacente aos escarnitos nota-se um aumento e espessamento das faixas quartzosas, indicando uma possível interação com o fluído mineralizante e/ou proximidade com as rochas de maior temperatura, escarnitos, retrabalhando a mineralogia do xisto.

O plagioclásio é branco, granular, por vezes prismáticos, submilimétrico a microcristalino. Ocorre predominantemente associado ao quartzo ao longo da litologia compondo bandas finas a espessas, até 2 cm, nos primeiros 15 m de xisto. Ocorre também com maior intensidade em regiões onde se encontra a clorita associada ao

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37 preenchimento de fraturas que cortam a foliação em baixo ângulo e tem no máximo 1 cm de espessura.

A granada é rosa a avermelhada, euédrica hexagonal, milimétrica a centimétrica, podendo atingir até 1 cm configurando porfiroblastos. Ocorre ao longo do xisto dentro da foliação e é adensada quando associada a veios de quartzo, onde se tem associação com biotita hidrotermal. Não é comum ocorrer onde tem clorita.

A clorita é verde e microcristalina, ocorre compondo faixas cloritizadas que são identificadas como zonas de passagem de fluídos. Também ocorre de forma mais maciça próxima a veios de quartzo evidenciando processos de cloritização das biotitas, funcionando como uma borda de reação dos veios quartzosos.

Ocorrendo em bolsões associados à clorita, o anfibólio é verde escuro microcristalino e, de acordo com associação mineral do pacote, possivelmente se trata de um anfibólio da série tremolita – actinolita.

A muscovita é branca, placosa submilimétrica a microcristalina. Ocorre de maneira errática associada a veios de quartzo, e de maneira mais adensada compondo bandas de xistosidade juntamente com a biotita na porção mais quartzosa próximo aos escarnitos.

Ocorrendo como produto de um processo de desestabilização nos cristais de plagioclásios, a sericita apresenta-se na forma de cristais de coloração bege, anédricos e submilimétricos. No presente litotipo é identificada associada a muscovita quando mais próximo aos escarnitos.

A calcita é branca, microcristalina, maciça e preenche fraturas com espessura que variam de 2 mm até 70 cm de comprimento.

A calcopirita é amarelo metálico, maciça submilimétrica a microcristalina. É o primeiro sulfeto a ocorrer disseminado no xisto, principalmente em regiões cloritizadas ocorrendo, também, de forma disseminada. De outra forma, se apresenta associado a fraturas preenchidas por calcita. Quando associada a veios de quartzo sulfetados forma nódulos centimétricos.

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38 A pirita é branco-amarelada metálica, maciça submilimétrica a microcristalina. Apresenta-se associado à calcopirita e pirrotita, principalmente em regiões cloritizadas, ocorrendo de forma disseminada. É observado também associado a fraturas preenchidas por calcita. Quando associada a veios de quartzo sulfetados forma nódulos centimétricos.

A pirrotita é amarelo claro com brilho metálico, submilimétrica a milimétrica, apresentando interação magnética com imã. Sua ocorrência está associada aos veios de quartzo que se encontram próximos, ~15 m, aos escarnitos.

A magnetita é preta, tabular submilimétrica e ocorre pontualmente associada à pirrotita, calcopirita e pirita em veios de quartzo próximo aos escarnitos.

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