DEPARTAMENTO DE
CIENCIAS
ECONOMICAS
CURSO
DE
GRADUAÇAO
EM
CIENCIAS.
ECONOMICAS
ANÁLISE
DA
COMPETITIVIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
CIVIL
DA
GRANDE
FLORIANÓPOLIS
f\
-
KARLA
SCHMITT
SILVÉRIO
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO-ECONOMICO
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
~ANÁLISE
DA
COMPETITIVIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
CIVIL
DA
GRANDE
FLORIANÓPOLIS
Monografia
submetida aoDepartamento
de CiênciasEconômicas
para obtenção de cargahorária
na
disciplinaCNM
5420
-
Mono
grafia.Por: Karla Schmitt Silvério
Orientador: Prof. José Antônio Nicolau
Área
de Pesquisa:Economia
IndustrialPalavras-chaves: l Indústria
da
Construção Civil2 Padrão de Concorrência
3 z Competitividade
Florianópolis, outubro de 2002.
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA CATAR1NA
CENTRO
SÓC1O-ECONÔM1CO
DEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
ECONÔMICAS
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
CIENCIAS
ECONÔMICAS
_ .44
A
Banca Examinadora
resolveu atribuir a notade
... _. à acadêmica KarlaSchmitt Silvério,
na
disciplinaCNM
5420
-
Monografia,
pela apresentação deste trabalho.V
Banca
Examinadora:E
~
fi
rf. JoséAn
nioNic
sz' ' - idente `
R
Ê)
\ , , xz
Prof' -z`.rÍ * - ”-1 : iasMembro
EK
Prof. Osvaldo G. Moritz
Em
primeiro lugar agradeço aDeus
pela oporttmidade concedida, pela vida, epor
me
ajudar a vencer cada obstáculoque
se erguia aminha
frente.Muito
obrigado!Aos meus
estimados pais, Carlos Schmitt eMaria
de Lourdes Schmitt,como
também
todaminha
família, quenunca
me
faltaramcom
amor, apoio e incentivo,me
acompanhando
em
todos osmomentos.
~Ao
meu
esposo Ivair e aomeu
filho Matheus, pelacompreensão
deminha
ausência, pois
sabem
o quanto foi esperado estemomento
-
a realização deum
sonho.Aos
amigos
e colegas que deuma
forma
ou
de outra, incentivaram e acreditaram naminha
capacidade de vencer maisuma
etapa, eem
especial aminha
arnigaCatia Regina
N.
S. Moreira pelo seu companheirismo e sua amizade ao longo de todocurso. ›
u
Ao
Prof. José Antônio Nicolau, pela sua dedicação e disponibilidade,participando
da minha
conquistana
realização deste trabalho.Aos
mestres deum
modo
geral,que
permitiram atravésdo
saberuma
formaçãocrítica e consciente.
Às
empresasdo
subsetor Edificaçõesda
Grande
Florianópolisque
sedisponibilizaram para as entrevistas solicitadas, contribuindo para
minha
pesquisa.'
À
Universidade Federal de Santa Catarina, seu corpo docente e funcional, pelaoportunidade e pelo apoio
que
prestaram paraminha
formação.SUMÁRIO
LISTA
DE
ANEXOS
VILISTA
DE
FIGURAS
LISTA
DE
QUADROS
|.|s'rADE
TABELAS
A VII VIII IXResumo
cAPiTu|.o
|o
PROBLEMA
.X
1 I-l 1.1 Problemática 1 .2 Objetivos 1.2.1 Geral: L›JU.)›-1 1.2.2 Específicos: 1 .3 MetodologiacAPíTu|.o
||ESTRUTURAS DE
MERCADO,
CONCORRÊNCIA
E
COMPETITIVIDADE
2.1 Estrutura de
Mercado
DJU)
5
U\UI
2.2
Padrão de Concorrência e Competitividade . SD2.3 Fatores Determinantes
da
Competitividade2.3.1 Fatores Empresariais
2.3.2 Fatores Estruturais
2.3.3 Fatores Sistêmicos
2.4 Síntese Conclusiva
do
CapítulocAPiTu|.o
u|SETOR
DA
CONSTRUÇÃO
CIVIL
NO
BRASIL
E
NA GRANDE
FLORIANOPOLIS
›-›-›-››-››-› \O\IU\-b›-l
20
20
3.1 Caracterização
do
Setorno
Brasil3.2
O
subsetor de Edificaçõesno
Brasil3.3 Financiamento -
20
25
313.4
O
Subsetor de Edificaçõesna Grande
FlorianópoliscAPíTu|.o
|vCOMPETITIVIDADE
DA CONSTRUÇÃO
CIVIL
4.1 Descrição
da
Indústria '35
40
40
40
4.2 Fatores de Competitividadeda
Construção Civil-
Subsetor Edificações naGrande
Florianópolis ~4.2.1 Gestão
45
4.2.2 Processo Produtivo49
4.2.3Inovação
A54
4.2.4Recursos
Humanos
_57
4.3 Fatores Críticos de Sucesso Competitivo para o Subsetor Edificações
na
Grande
Florianópolis p _59
cAPíTuLo v
Vsz
CONCLUSÃO
E
RECOMENDAÇÃO
62
5. 1 Conclusão , t62
5.2Recomendações
64
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
65
ANEXO
1 '67
LISTA
DE EMPRESAS
ENTREVISTADAS
67
ANEXO
2
69
Anexo
1-
Lista deEmpresas
EntrevistadasAnexo
2-
Questionário para Pesquisa deCampo
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1
-
Estratégias Competitivas de longo prazono
Nível das Firmas 10Figura 2
-
Fatores Empresariais 11Figura 3
-
Fatores EstruturaisE
12 Figura 4
-
Evoluçãodo
Setor de Construção Civil edo
Subsetor Edificaçõesno
Brasilde
1990
-
2000
30
Figura 5
-
Quantidade deEmpresas no
Subsetor Edificações por municípiosda
regiãoda Grande
Florianópolisem
1990 e2000
37
Figura 6-
Constituição dasEmpresas
nas Últimas QuatroDécadas
1 41Figura 7
-
Mercado
Geográfico do
Subsetor de Edificaçõesna
Grande
Florianópolis_
42
Figura 8-
Percentual deEmpresas
atuantesem
cadaSegmento
deMercado
43
Figura 9-
Quantidade deEmpreendimentos
construídos aomesmo
tempo
pelasConstrutoras _
44
Figura 10
-
Principais Fontes de Financiamento para aProdução
46
Figura 11-
Composição
dos Recursos utilizados pelasEmpresas
para aProdução
47
Figura 12-
Financiamento dos Imóveis Q48
Figura 13
-
Redução
dos Custos a partirda
Redução
dos Desperdícios50
Figura 14-
Adesão
das Construtoras aoPBQP-H
51 Figura 15-
Percentagem
Terceirizadaem
cada Etapado
Processo Construtivo52
Figura 16-
Produção
dos Imóveis VI
54
Figura 17-
percentual de Incidência de Inovaçãoem
cada Etapado
processoconstrutivo a cada
novo Empreendimento
55Figura 18
-
Investimentona
Capacitação dos RecursosHumanos
58
Figura 19-
Tipo de Investimento realizadoem
RecursosHumanos
5 8LISTA
DE
QUADROS
Quadro
1-
Principais Inovações ocorridas nos últimos 10 anosno
SubsetorLISTA
DE TABELAS
Tabela 1- Indicadores
Econômicos da
Indústriada
Construçãono
Brasil 1998 -2001
22
Tabela 2
-
Dados
Gerais dasEmpresas
de Construçãono
Brasil segundo osGrupos
e-
Classes
de
Atividades ~24
Tabela 3
-
Distribuiçãodo
N°Vde Estabelecimentos edo
N°
deEmpregos
por subsetorda
Indústriada
Construção Civilem
2000
25
Tabela 4
-
Déficit Habitacional brasileiro segundoGrandes
RegiõesGeográficas
28
Tabela 5
_
Evolução do
Setor de Construção edo
Subsetor Edificaçõesno
Brasil de1990
-
2000
30
Tabela 6
-
Brasil: Crescimentodo
N°
deDomicflios
e Financiamentos Habitacionaisem
Lmidades eem
R$
mil de dez/9432
Tabela 7
-
Contratações de Recursos para a Construção Civil realizadasno
exercíciode
2001
V34
Tabela 8
-
'Fontes e Recursos utilizados pelasEmpresas do
Setor de Construção Civil(%)
'
35
Tabela 9
- Número
de Estabelecimentos eEmpregados no
Subsetor Edificaçõesna
Grande
Florianópolisem
2000
,37
Tabela 10
-
Responsáveis pelo Planejamentodo
Empreendimento
nasEmpresas
_í
46
Tabela ll
-
Razões que
estimulam a Terceirização '53
RESUMO
Tendo
em
vista o constante processo de transformação porque
passa aeconomia
global e nacional, e as alteraçõesno
padrão tecnológico e organizacionalprovocadas por tais transfomiações, e sobretudo
no
ambiente competitivo das empresas, opresente estudo centra seu foco de análise
no
estudo dos fatores responsáveis pelo sucesso competitivo das empresasda
Construção Civil, subsetor Edificaçõesna
região daGrande
Florianópolis.
E
para tanto utilizou-se de pesquisa decampo
em
um
determinada amostra.A
partir dessa pesquisa constatou-seque
os fatores responsáveis pela competitividade dasempresas dessa determinada amostra referem-se à qualidade
do
empreendimento, e osCAPÍTULO
1O PROBLEMA
1.1
Problemática
Desde o
segundo pós-guerra, aeconomia
mundialvem
sendomarcada
porrápidas e profundas transformações, que
provocaram
significativasmudanças no
modo
deprodução
(processos e fomias de produção) das indústrias,como também
na
distribuiçãode bens e serviços.
O
fator fundamentalque
promove
estas transformações sedeve
principahnente à introdução de inovações tecnológicas, novas tecnologias,
como também
mão-de-obra
mais qualificada. Esse processo provocauma
alteraçãono
padrãotecnológico, e conseqüentemente,
mudança
na competição.A
partir de então, e principalmente a partirda
intemacionalização das indústrias, o fator inovação tecnológica,dada
a recorrênciacom
que
esta surge e é absorvida pelas indústrias,vem
alterando osfatores determinantes
da
competitividade das empresas.Com
basena compreensão
destasmudanças
e transfomiações, percebe-seque
aestrutura das indústrias tende sofier alterações, exigindo das empresas inseridas nestas
um
processo de ajustamento ao
novo
ambiente competitivo, de forma a manter-se e conservar-se
no
mercado.As
empresasdevem
recorrentemente, rever suas estratégias competitivasem
consonânciacom
suas capacitações, as quaisrefletem
o seudesempenho na
indústria.Paralelamente, avaliar os fatores de sucesso que lhes
conferem
a competitividadena
indústria. _
A
Visto
que
a competitividade das empresas apresentafimdamental
importânciapara a sua própria sobrevivência
no
mercado
etambém
para o desenvolvimentoda
indústria, trataremos neste estudo sobre a competitividade
da
Indústriada
Construção Civilna Grande
Florianópolis,no segmento
de edificação habitacional,com
a finalidade deidentificar os fatores de sucesso competitivo das empresas. ^
A
Indústriada
Construção Civil deum
modo
geral é de fundamentalimportância para of desenvolvimento
do
país devido à sua magnitude social e econômica.O
alta capacidade de geração de emprego, principahnente absorvendo parcela significativa
da
mão-de-obra
menos
qualificadada
população; por produzirum
produto de primeira necessidade para ohomem,
fazendo frente ao elevado déficit habitacional existenteno
Brasil; por contribuir para o desenvolvimento
das
cidadesno
processo de urbanização;como
também,
por ser consumidora de urnaenorme
gama
de materiais, equipamentos eserviços especializados, desencadeando assim o crescimento e desenvolvimento de
uma
série de indústrias,
fonnando
omacrocomplexo da
Construção.Na
Grande
Florianópolis a Indústriada
Construção Civil encontrou solo fértilpara seu crescimento e desenvolvimento.
Por
se tratar deuma
regiãoonde
se encontra aCapital
do
Estado-
a sededo
Govemo
Estadual e a Administração Pública -,universidades e, nas últimas décadas constituir-se pólo turístico, fez
com
que
a procurapela região estimulasse o investimento imobiliário.
Além
desses fatores, a regiãotem
atraído pessoas de outros Estados e Municípios
que
buscam
a qualidade de vida. Essesfatos
fizeram
e ainda fazem,com
que
ademanda
por imóveis residenciais aumentassemuito nesta região, atraindo muitos empresários que passaram a investir nesta indústria,
atendendo a
demanda
com
imóveis de diversostamanhos
e padrões, sendo ofertados adiferentes classes sociais.
A
partir desta evoluçãoda
indústria, presume-seque
o graude
concorrência seja acirrado, devido ao
número
de empresas hoje existentesno
setor ena
Grande
Florianópolis.A
partir desse pressuposto cabe-nos identificar quais os fatores desucesso competitivo mais utilizados pelas empresas
da Grande
Florianópolis para enfrentara concorrência.
Este trabalho é relevante
na medida
em
que
contribui para amelhor
compreensão do
ambiente competitivoda
Indústriada
Construção Civil naGrande
Florianópolis, e para
uma
atuação mais eficiente das empresasque
acompõe,
atémesmo
sinalizando
o caminho que
as empresas de micro epequeno
portedevem
seguirou
1.2
Objetivos
1.2.1 Geral:
Este trabalho
propõe
a análiseda
competitividadeda
Indústriada
ConstruçãoCivil
da
Grande
Florianópolis,com
baseno modelo
de competitividade a partir da análisedas firmas. Pretende-se verificar os fatores
que determinam
a competitividade dasempresas nesta indústria, e
que
possibilitam o crescimento e a conservação destasno
mercado, entre os anos de
1990
e 2000.1.2.2 Específicos:
a) Apresentar as características gerais
do
setor de Construção Civilno
Brasil, abordando sua importância e magnitude
econômica
e social;b) Analisar a estrutura
do
subsetor Edificaçõesno
Brasil e naGrande
Florianópolis, observando o relevante destaque
que ocupa na
Indústriada
Construção Civil;c) Analisar os 'fatores de competitividade das empresas
do
subsetorEdificações
da Grande
Florianópolis, visando contribuir para omelhor
desempenho
competitivo destas, a partirdo
investimentoem
estratégiaspautadas nos fatores de sucesso competitivo identificados.
1.3
Metodologia
A
metodologiaempregada
parao
desenvolvimentodo
presente trabalho serábasicamente dividida
em
três partes distintas. Primeiramente, na exposiçãodo modelo
deanálise
que
irá nortear a pesquisa. Estemodelo
trata-se deuma
base teóricafimdamentada
nos Estudos
da
Competitividadeda
Indústria Brasileira.A
segunda parte, refere-se à coletade dados, tanto secundários,
em
instituições específicas, revistas especializadas e algunssites específicos;
como
também
de dados primários, através de entrevistas realizadasem
uma
detemiinada amostra de construtorasda
Grande
Florianópolis.A
utilização de dados secundários proporcionou oembasamento
teóricoespecífico necessário para a descrição e análise
da
referida indústria, tanto a nível nacionalcontribuíram para a melhor descrição
do
subsetor Edificaçõesna
região daGrande
Florianópolis e para a identificação dos fatores determinantes
da
competitividade dasconstrutoras inseridas nesta região neste
dado
momento,
tendo-seem
vista o carátertemporal de tais fatores
em
função dasmudanças
internas e externas ocorridasno
ambienteno
qual estão inseridas, as quaisprovocam
alterações nos referidos fatoresque determinam
a competitividade. .
A
amostra investigada caracteriza-secomo
amostragem
não-probabilística,entretanto, foi definida aleatoriamente, evitando a escolha intencional dos elementos
da
amostra, sendo
que
a amostra investigada perfazum
total de dezesseis construtoras.O
método
utilizado foi o analítico-descritivo,como
forma
de caracterizar aIndústria nacional e regional
da
construção civil, abordando sua performance e, destafomia, avaliar a partir
da
pesquisa decampo
os referidos fatores de sucesso competitivo.A
terceira e última parte, consistiráda
aplicaçãodo modelo
de análise dotadona
referida indústria
da
Construção, verificando os fatores determinantesda
competitividadeCAPÍTULO
IIESTRUTURAS DE
MERCADO, CONCORRÊNCIA
E
.
COMPETITIVIDADE
`
O
presente trabalho contacom
urna revisão bibliográficada
literaturadisponível sobre os conceitos de estruturas de mercado, padrões de concorrência, competitividade e fatores determinantes de competitividade.
2.1
Estrutura de
Mercado
`Nesta
seção, abordar-se-a os diferentes padrões de concorrênciaou
as diferentesestruturas de
mercado
existentesem
diferentes estruturas industriais. Para tanto,inicialmente,
devemos
definiradequadamente
os conceitos demercado
e de indústria.Segundo
Pindyck e Rubinfeld (1994, p. 13) omercado
caracterizá-se pela interação entrecompradores
e vendedores,com
possibilidade de troca (intercâmbio) entre estes.E
aindústria
como
um
grupo de empresasque
comercializam omesmo
produtoou
produtoscorrelatos. Portanto, a indústria representa o lado
da
ofertano
mercado.ç
Guimarães
(1982) apresenta a classificação dasestruturas de
mercado
associadas à existência e utilização de diferentes
mecanismos
de competição: competiçãopor preço e competição por diferenciação. Assim, têm-se as indústrias competitivas e as
indústrias oligopolistas.
As
indústrias competitivas caracterizam-se por não apresentarbarreiras à entrada aos
pequenos
produtores, asfirmas
marginaisoperam
com
taxas delucro zero
ou
ligeiramente superiores e são responsáveis por parcelas significativasda
oferta nesta indústria.
A
concorrência via preço nesta indústriaprovoca
o equilíbrio entreoferta e
demanda.
Já nas indústrias olígopolistas observam-se características inversas,como
a presença de significativas barreiras à entrada, diferenciais de custosque refletem
economias de escala e a presença de fomias marginais que
operam
com
custos maiselevados,
mas
queconseguem
auferir taxas de lucros significativamente maiores que zero,apresentando assim certa resistência financeira. Neste tipo de indústria entende-se
que não
há
concorrência via preço, sendo isto acordado táticaou
explicitamente pelos produtores.Quando
se considera a coexistência de doismecanismos
de competição-
competição por preço e por diferenciação
do
produto-
Guimarães
(1982, p. 40)propõe
uma
classificaçãoem
quatro classes: indústria competitiva, indústria competitivadiferenciada, indústria oligopolista diferenciada e, por último, indústria oligopolista
ou
oligopólio
homogêneo.
Um
outro elemento importante dentro das várias estruturas demercado
é, portanto, a expansão dasfirmas
dentrode
suas respectivas estruturas demercado
(ibid., p. 45).a) Indústria Competitiva
-
esta estrutura demercado
caracteriza-se pelaconcorrência via preços, assegurando o equilíbrio entre oferta e
demanda.
Num
contexto decrescimento
da
demanda
omovimento
ao equilíbrio poderá ocorrerde
três formasdistintas,
dependendo da
relação existente entre o potencial de crescimento dasfirmas
e aexpansão
da demanda, no
momento
em
que
esta última se revela.Quando
o potencialde
crescimento das
finnas
coincidecom
o crescimentoda demanda,
asfirmas
existentesexpandem
sua capacidade produtiva atendendotambém
este acréscimo.Dessa
fonna,aumentará o grau
de
concentração relativada
indústria, vistoque
não haverá entrada denovas
firmas
enem
saída de pequenas, e assim, asfirmas
maiores crescerão maisrapidamente.
As
outras duas formas, referem-se à diferença entre o potencial decrescimento
da
indústria e à taxa de crescimentoda
demanda.Sendo que
nestes casosexiste mais probabilidade de entrada de novas grandes
firmas na
indústria, expulsãoou
vendas das
firmas
pequenas,que
conseqüentemente levarão 0mercado
ao equilíbrio e àconcentração mais acentuada
da
indústria. Acrescentando a esses fatores o uso contínuodo
progresso técnico pelas grandes firmas, verifica-se
uma
tendênciaà concentração crescenteda
indústria competitiva, resultando possivelmentena
transformaçãoem
estruturaoligopolista.
b) Oligopólio
Homogêneo -
nesta estrutura a competição por preço não exercea fiinção de reguladora entre a oferta e a
demanda
como
na
indústria competitiva.O
processo de crescimento das
firmas
em
decorrênciado aumento da
demanda
é lento,em
função principalmente
do
tamanho
das plantas produtivas. Assim, somente ocorreráequilíbrio entre oferta e
demanda
após a 'expansãoda demanda,
se o potencial decrescimento
da
indústria coincidircom
esta última, fazendocom
que a utilização plenada
capacidade instalada supra
também
o acréscimo de demanda.Em
decorrência disso, asfirmas
mais eficientes terão a sua fatia demercado
acrescida, visto que essas apresentameficientes. Neste caso, existe
pouca
probabilidade de entrada de novas finnas.No
entanto,quando
a taxa de crescimentodo mercado
excede o potencial de crescimentoda
indústriatem-se a possibilidade
de
entrada de novasfirmas
e, conseqüentemente,menor
graude
concentração
da
indústria.Mas,
os produtoresda
indústria oligopolistareagem
a entrada denovos
produtores, não aceitandoo
decréscimo de sua fatia de mercado.Dessa
forma, asfinnas
já estabelecidasna
indústria procurarão responder o mais rápido possível aoacréscimo de mercado, antecipando a expansão de sua capacidade produtiva, para
que
possam
atender mais rapidamente ao acréscimoda demanda,
garantindo oaumento
de suafatia de mercado. e
'
c) Oligopólio Diferenciado
-
neste tipo de oligopólio,como
a própriadefinição sugere,
o
padrão de crescimento é atravésdo
processo de diferenciaçãodo
produto, o qual implica
em
contínuo processo' de inovação e, conseqüentemente,em
empenho
da
firma
na
atividade deP&D,
com
objetivo de garantirum
fluxo
constante deinovações
de
produto. Nota-se, portanto que,o
crescimentoda
demanda
éum
fatorendógeno, pois o processo de diferenciação
do
produto praticadono
oligopóliodiferenciado
tem
a
capacidade de influir sobre o ritmo de crescimentoda
demanda.Assim
sendo, o processo de diferenciação consegue afastar a situação
em
que
o potencial decrescimento
da
indústria seja maiordo
que a taxade
crescimentodo
mercado, pois induzocrescimento deste último e reduz o crescimento
do
primeiro devido aoaumento
dos custoscom
a atividade deP&D,
equilibrando a oferta e ademanda.
Ressalta-se que esta práticanão é garantida
no
longo prazo.Quando
o potencial de crescimentoda
indústria formenor
do
que a taxa de crescimentodo
mercado, a tendência é que asfinnas
reduzam o
lançamento de
novos
produtos e as atividades deP&D,
redirecionando seus recursos paraofinanciamento e planejamento
da
expansãoda
sua capacidade produtiva. Nestemomento
poderá ocorrer a entrada de
novos
produtores, reduzindo as fatias demercado
dasfirmas
jáestabelecidas. ~
d) Indústria Competitiva Diferenciada
-
nesta indústriaquando
o potencialde
crescimento das
finnas
excede a taxa de crescimentoda demanda,
asfirmas
podem
atuaratravés de diversos
mecanismos
de competição: cortes de preço,aumento
dos esforços devenda
etambém
intensificando a diferenciação ode produtos;provocando
as expulsãode
finnas
marginais.De
outro lado,quando
o potencial de crescimentoda
indústria formenor
do
que a taxa de crescimentoda
demanda, ocorrerá a prática deaumento
dos preços,provocando novamente
o equilíbrio entre oferta edemanda. Cabe
ressaltar a possibilidadede a indústria competitiva diferenciada transformar-se
em
oligopólio diferenciado, a partirda
aceleraçãodo
ritmodo
processo de diferenciação de produtos pelos grandes produtores,fazendo
com
que
ospequenos
produtores nãoconsigam
acompanhar,como
também,
apartir
da
lealdadedosconsumidores
às marcas existentes. çUma
outra classificação das principais estruturas demercado
é definida porPossas (1990, p.l71), segundo os princípios de
que
devem
caracterizar prioritariamente aestrutura técnico-produtiva e o processo competitivo destas,
como
também,
a clareza e aessência
do
conceito.Configurando
a seguinte classificação: Aa) Oligopólio Concentrado
-
caracteriza-se pela ausênciade
diferenciação dos produtos, conseqüência
da
natureza essenciahnentehomogênea
destes; eidentifica-se a alta concentração técnica. Descartando-se
também
a competição por preços,a disputa pelo
mercado
vai ocorrer,quando
for necessária, via investimentos, atravésda
inserção denovos
processos, objetivando a redução de custos, a expansãoda
produção ea melhorana
qualidade dos produtos.Em
funçãoda
existência de economias de escalaque
criam importantes barreiras à entrada, o elevado montante de capital inicial, e
o
domíniode
tecnologias e matérias-primas, observa-se a elevada concentração.
Nos
oligopóliosconcentrados encontram-se os fabricantes de insumos básicos industriais e de bens de
capital
com
um
graumínimo
de padronização que exijam economias de escala.g b) Oligopólio Diferenciado
-
a principalforma
de competição nestaestrutura de
mercado
é a diferenciação de produto.O
esforço competitivo dasfirmas
concentra-se nas despesas de publicidade e comercialização de produtos,
como também
nos gastos
em
pesquisa e desenvolvimento,na
busca constante denovos
produtos,modelos, desenhos, qualidade e preços.
As
barreiras à entrada estão aqui associadas àseconomias
de
escala de diferenciação, que estão ligadas à persistência de hábitos emarcas
e, portanto, o
volume
elevado e prolongado de gastosque
sefazem
necessários para aconquista de
uma
faixamínima
de mercado. Estão associados a este tipo de oligopóliocertos bens de
consumo
durávelou
não-durável. Vc) Oligopólio Diferenciado-Concentrado
-
concentradoou
misto-
estetipo de oligopólio
combina
características dos dois tipos de oligopólio explicados acima.Assim, caracteriza-se pela diferenciação de produtos
como
forma
de concorrência,mas
associa
também
requisitos de escalamínima
eficiente,em
funçãoda produção
de bensmercado
encontra-seno
intervalo entre o grau de concentraçãodo
oligopólio diferenciadoe o grau de concentração
do
oligopólio concentrado.Em
decorrência deste fato, asbarreiras à entrada associam tanto economias de escala técnicas
como,
as, economias deescala de diferenciação.
As
estratégias de concorrênciaque
também combinam
esses doisaspectos condicionam o ritmo e o
modo
de expansão destes mercados.d) Oligopólio Competitivo
-
este tipo demercado
caracteriza-se pela~ ~
concentraçao relativamente alta
da
produçao, e pela competição via preços. Atravésda
competição via preços as empresas melhor situadas
procuram
ampliar suas fatias demercado,_
em
virtudeda
coexistência de empresas marginais,que
ocupam
um
espaçoconsiderável
no mercado
e são relativamentepouco
resistentes à elirninação. Este tipo demercado
é encontradoem
muitas atividades de bens deconsumo
não-duráveis, cujadiferenciação de produtos é eliminada. ›O nível de barreiras à entradas é restringido
em
funçao
da
inexistência de economias de escala, técnica e de diferenciação, e ainda apresença de tecnologias muito díspares. '
e)
Mercados
Competitivos-
caracterizam-se pela falta de concentração.O
processo de concorrência configura-se basicamentena
competição via preço-
em
que
sereduz a
margem
de lucro aum
mínimo
aceitável, ena
inexistência de barreiras à entrada.2.2
Padrão
de
Concorrência
eCompetitividade
'A
competitividade das empresaspode
ser expressa através de dois conceitosexistentes de competitividade.
Em
um
primeiro conceito, a competitividade émedida
através
do
desempenho, é achamada
competitividade revelada. Essapode
ser identificadaatravés
da
participaçãoque
uma
firma
possuino mercado
em
mn
dado
período de tempo.Assim, a competitividade é
uma
variável ex-post, pois é conhecida somente apóso
enfrentamento das
firmas no
mercado.Num
segundo conceito, a competitividade é vistacomo
eficiência, é achamada
competitividade potencial.Aqui
a competitividade émensurada
atravésda
relação insumo-produto praticada pela firma,ou
seja, é a capacidadedesta
de
transformar insumoem
produtocom
maior eficiência.Dessa
forma, acompetitividade é
um
fenômeno
ex-ante, pois odesempenho no mercado
será resultado deuma
decisão prévia relativa a capacitaçãoda
empresa.g
Os
conceitos de competitividade expostos acima-
competitividade revelada e potencial-
apresentam-secomo
limitados, pois são estáticos, vistoque
analisam apenas 0comportamento
passado dos indicadores,sem
elucidar as relações causais quemantêm
com
a evoluçãoda
competitividade. Procurando darum
caráter mais dinâmico ao conceitode competitividade, os autores Ferraz, Kupfer e
Haguenauer
(1997)definem
competitividade
como:
“a capacidadeda empresa
formular e implementar estratégiasconcorrenciais,
que
lhepermitam
ampliarou
conservar,de forma
duradoura,uma
posiçãosustentável
no mercado”
(p.3). Este conceito procura avaliar a competitividade a partirdo
processo concorrencial,
ou
seja, a partir das relações estabelecidas entre capacitaçãoacumulada, estratégias adotadas e o
desempenho
alcançadono
mercado
pelas empresas, de acordocom
o
processo concorrencial e omeio
ambiente econômico.Assim, conclui-se que a competitividade não é
um
conceito inerente aum
produto
ou
a' firma,mas
como
um
conceito de maior amplitude,que
diz respeito aoconjunto de
fimras que
constituem a indústria e o mercado;(,entë1íd,i'glÍ›‹cgr`i1o¿eLes,p31ço_¿_de-›coneofinciafirfiicapitãlišta)/está rela'c'ionadofi›zpadfãé defconcorrêíacziawfišenterëm cada¬
Z
g__/ `2
9 'L/
2
«-1 7"
í
A,me§/cadoͧpec'íLÍÂ:oq/Considera-se portanto,
que
o elemento central de análise é a empresa, quepromove
as relações entre capacitação, estratégia e desempenho, através de suas quatro áreas de competência: gestão, inovação, produção e recursoshumanos,
qesquematizadasna
Figura l. F I I¶
í
Capacitações Inovaçao Estratégias Recursos Humanos Inovação Produção ' Recursos HumanosL
Produção Inovação Recursos Humanos Produção DesempenhoFonte: Ferraz, et. al, 1997, p. 06.
E
-
O
desempenho no mercado
e a eficiência produtiva alcançados pela
empresa
são resultado
da
relação estabelecida entre a capacitaçãoacumulada
pelaempresa
e asestratégias adotadas por essa.
As
capacitações e odesempenho
competitivo deuma
empresa
édado
em
um
detenninadomomento,
sendoque
odesempenho
obtido éresultante das capacitações acumuladas pela
empresa
em
cadauma
de suas áreas decompetência.
As
capacitaçõesda empresa
mudam
constantemente, visto que novascapacitações são acumuladas a partir das estratégias competitivas adotadas
num
momento
anterior.
Dessa
forma, observa-se a dupla relação existente entre capacitação e estratégia,em
função deque
as estratégias são adotadas pelas empresascom
o objetivo de ampliar suas capacitações e, de outro lado, as capacitações acumuladasimpõem
limites à adiçãode
estratégias, visto
que
as empresas só poderão adotar estratégias para as quaispossuem
competência (capacitação acumulada). Assim, as estratégias
têm
o objetivo de capacitarmelhor a
empresa
com
vistas à alcançar odesempenho
desejado por esta,mas
estas sãotambém
limitadas pelas capacitações já acumuladas.' f
“E, ortanto,
P
noP
rocesso de decisão das estrate'8
iasem
P
resaríaís fl ue se deve buscar oselementos analíticos centrais de compreensão da competitividade”. (Ferraz, et. al, 1997, p. 5)
Para tanto, ao se determinar a competitividade deve-se conhecer as origens das vantagens competitivas,
ou
seja, conhecer os fatores relevantes para o sucesso competitivo,sendo
que
estes variam de setor para setor, de acordocom
o pêdrãofde
concorrênéiàvigente. Assim, atinge-se
uma
abordagem
dinâmicado desempenho
competitivoda
empresa, conjuntamente à análise de seus fatores determinantes.
2.3
Fatores
Determinantes
da Competitividade
'
S_er_1,do .a .competitividade deterrniiiada
por
ÇQ1}jy1!1I9 ÇÍÇ ÍÍ2..llQI¢S99€
ultrapassam o nível
da
firma, e estando estestambém
relacionados à estruturada
indústriae
do
mercado, e ainda, ao sistema produtivocomo
um
todo, obtém-.se .a definiçãode
trêsgrupos de fatores, sendo eles: fatores empresariais (intemos à firma), fatores estruturais
(referentes à indústria/complexo industrial) e os fatores sistêmicos (Ferraz, et. al., 1997,
p.10).
Os
Fatores Empresariais são aquelesque
estão sob total domínio e controleda
ampliação desses recursos adotadas pela
empresa
dentro de quatro áreas de competência,as quais são: Eficácia
da
Gestão (marketing, serviços pós-venda, finanças, administração e planejamento); Inovaçãoou
Capacitação Inovativa (produto, processo e transferência detecnologia); .Produção
ou
Capacitação Produtiva (atualização de equipamentos, técnicasorganizacionais e qualidade) e ainda Recursos
Htunanos
ou
Controleda
Qualidade e Produtividade dos RecursosHumanos
(produtividade, qualificação e flexibilidade).Inovação: 0 Produto 0 Processo 0 Transferência de Tecnologia Gestão: 4 Recursos Humanos: Marketing 0 Produtividade
Serviços pós-venda 0 Qualificação
Finanças 0 Flexibilidade Administração Produção: V Planejamento 0 Atualização de equipamentos 0 Técnicas de organização 0 Qualidade '
Fonte: Ferraz, et. al, 1997, p. ll.
Figura 2
-
Fatores Empresariais'
Os
Fatores Estruturais estão parciahnente sob a influênciada
empresa, vistoque, estão diretamente relacionados ao padrão de concorrência vigente
em
cada indústria.Dessa
forma, eles caracterizam o ambiente competitivo dasfirmas
deum
determinadosetor.
Os
fatores estruturais são agregadosem
três áreas competentes,que
são:o
Mercado
(tamanho e dinamismo, grau de sofisticação e acesso a
mercados
internacionais); aConfiguração da
Indústria(desempenho
e capacitação, estrutura patrimonial e produtiva earticulações
na
cadeia) e oRegime
de Incentivos e Regulaçãoda
Concorrência (aparatoMercado 0 Tamanho e dinamismo 0 Grau de sofisticação 0 Acesso a mercados internacionais
É
_"¶
0 Desempenho e 0 Aparato Legal
capacitação 0 Pol ítica fiscal e
0 Estrutura patrimonial e financeira
produtiva 0 Politica comercial
0 Articulações na cadeia o Papel dg Estado
Configuração da Indústria Regime de Incentivos e Regulação da Concorrência
Fonte: Ferraz, et. al, 1997, p. 12.
Figura 3
-
Fatores EstruturaisOs
Fatores Sistêmicos são osque
constituem externalidades slrictu sensu paraa
empresa
produtiva. Tais fatores afetam o ambiente competitivo epodem
ter importâncianas vantagens competitivas das
firmas
tantono
mercado
nacionalcomo
no
internacional.A
intervenção
da empresa
sobre estes fatores pode-se considerarpouca
ou
praticamente Anula.Os
fatores sistêmicospodem
ser de naturezas diversas,podendo
ser:Macroeconômicos
(taxa de câmbio, carga tributária, taxa de crescimento
do
produto intemo, oferta de créditoe taxas de juros, política salarial, entre outros); Político-Institucionais (política tributária,
política tarifária, apoio fiscal ao risco tecnológico, poder de
compra
do
governo); Legais-Regulatórios (políticas de proteção à propriedade industrial, de preservação ambiental,
de
defesada
concorrência e proteção ao consumidor, de regulaçãodo
capital estrangeiro);Infra-Estruturais (disponibilidade,- qualidade e custo de energia, transportes,
telecomunicações, insumos básicos e serviços tecnológicos); Sociais (sistemas
de
qualificação
da
mão-de-obra, políticas de educação e fommação de recursoshumanos,
trabalhistas e de _seguridade social) e ainda Intemacionais (tendências
do
comérciomundial,
fluxos
internacionais de capital, de investimento de risco ,e de tecnologia, relaçõescom
organismos multilaterais, acordos intemacionais).2.3.1 Fatores
Empresariais
a) Gestão Competitiva
As
estratégias das empresasdevem
ser adequadas ao Padrão de Concorrênciavigente
na
indústriaem
que estão inseridas.E
para tanto deve-se investir nas capacitaçõescorrespondentes e assegurar
que
odesempenho
seja coerentecom
os fatores críticos desucesso.
As
empresas competitivastêm
apresentado, _atuahnente,uma
evoluçãoem
seusformatos de organização,
no
sentido de diminuir onúmero
de níveis hierárquicosenvolvidos nos processos decisórios; delegando poderes
também
no
interior das cadeias decomandos; aumento do fluxo
de informações horizontais; e atuando muitas vezescomo
parceira de seus fomecedores e clientes, garantindo o desenvolvimento conjunto
de
produtos, troca de informações tecnológicas,
fluxos
de entregaque
estoques,garantia assegurada de qualidade e estabilidade nos contratos. Essa evolução
tem
contribuído para a competitividade das empresas. ›
b) Capacidade Inovativa
A
capacidade de inovar coloca-secomo
fator central para as empresascompetitivas, 'tanto
com
o objetivo de ampliaro
mercado
em
que atuam
atravésdo
lançamento
de novos
produtos, reduzir lead times,ou produção
com
o
máximo
aproveitamento dos insumos.
Dessa
forma, a inovação tecnológica é de fundamentalimportância para a competitividade das empresas.
A
realização das atividades deP&D
vem
se transformando, sendo que estas se apresentam,
além da forma
clássica deP&D
in house,na fonna
de alianças tecnológicas e outras formas de associação para a inovação.c) Capacidade Produtiva
Como
resultado das transformações tecnológicas ocorridasna
indústriamundial, tem-se a revelação de
um
novo
paradigma produtivo onde, segundo Ferraz, et.al., 1997, a qualidade
do
produto, a flexibilidade e a rapidez de entrega,como também
aracionalização dos custos de produção,
passam
a constituir alavancas básicasda
competitividade das empresas. Assim,surgem
inovações organizacionais, as quais sãoutilizadas intensivarnente na atualidade, e
que
podem
ser divididasem
três gruposem
ftmção
do
objetivo perseguido:métodos
deeconomia
detempo
e de materiaiscomo
o just-in-time, kanban, e redução de lotes;
métodos
de organizaçãodo
processo de trabalhocomo
celulização, grupos semi-autonômos
ou
círculos de controle de qualidade; emétodos de
qualidade total e
programas
zero-defeito.Dessa
forma, as empresasconseguem
eliminarfontes de ineficiência relevantes, alcançando
no
longo prazo ganhos sustentados deeficiência e qualidade.
d) Recursos
Humanos
Em
funçãoda
perda de competitividade sofrida pelas empresasque
organizavam-se
em
hierarquias verticais rígidas, observa-se profundas reformulaçõesno
relacionamento
com
a força de trabalho.As
empresas estão adotandoum
novo
padrão derelações de trabalho, o qual apóia-se
no
tripéformado
pela estabilidade, participação nosprocessos decisórios e compartilhamento dos
ganhos do aumento da
_eficiência. Assim,prevalece a multiftmcionalidade,
em
decorrênciada
necessidade de conhecimento de todoprocesso produtivo,
como
também,
é valorizada a capacidade de resolução de problemas.Neste processo é fundamental o investimento permanente
em
treinamento de toda força detrabalho.
2.3.2 Fatores Estruturais
a)
Mercado
u
O
crescimentodo mercado
-
tanto em, termos quantitativos quanto qualitativos-
constitui-seum
dos principais fatores de competitividade,em
função de estimular osinvestimentos das empresas, assegurando
uma
taxa de renovação de equipamentos emétodos
deprodução
que,somados
à economias de escala e escopo praticadas pelas empresas,promove
o
crescirnento sustentadoda
produtividade industrial. Dessa ifomia,observa-se a elevação
do
conteúdo tecnológico dos produtos, os quais são lançadoscom
objetivos de
um
lado, de dinamizarmercados
com
sinais de saturação, e de outro, reforçara capacitação tecnológica e utilizá-la
como
vantagem
competitiva.Um
outro fatorque
induz a competitividade é a atuação
no
mercado
internacional, cujas característicasfavorece processos de aprendizado e ampliação
da
capacidade de ajustamento às transformações dos padrões deconsumo.
b)
Configuração da
Indústria'
A
partirdo
final dos anos 70, a indústria mundialtem
adequado-se aonovo
organização
da
produçãoprovocada
pela introduçãoda
microeletrônica e dosnovos
métodos
gerenciais, aliada ao aprofundamentoda
integração financeira e comercialem
nível global. Desse
modo,
assiste-se as amplas reestruturaçõespromovidas
pelas diversasindústrias.
Em
função destenovo
cenário competitivo internacional,que
gerou novasfontes de competitividade, o ajustamento das configurações industriais apresentaram
movimentos
diversificados.Nos
setores de elevada intensidade de capital ocorreram processos de re-centragem,ou
seja, a especializaçãoem
linhas de produtos,como
também,
as empresas
buscam
agregar valor a estes. Observa-se nestes setores, intensomovimento
~de fusões e absorçao entre empresas, sendo
que
nos anos90
as configurações industriaiscompetitivas tornaram-se mais enxutas, mais concentradas
em
termos patrimoniais e maisintegradas
em
tennos de linhas de produtos. Já nos setores demenor
intensidade de capital,ocorreu a formação de redes cooperativas horizontais,
em
funçãodo aumento
dos gastoscompetitivos
em
P&D,
formação de mão-de-obra, aperfeiçoamento gerencial, entre outros.Com
o objetivo de garantir atravésda
melhor divisãodo
trabalho, maior eficiênciaempresarial e disponibilidade de recursos produtivos essenciais para a operação
em
condições competitivas, visto
que
isoladamente as empresas não teriam acessos a essesrecursos.
A
formação de redes de empresas, que permite às empresas participantesenfrentar
oaumento
da
complexidade tecnológica e dos custos das atividades deP&D,
éum
movimento que
vem
se intensificando nos últimos anos.Outro fator de grande importância para a configuração das indústrias
competitivas
tem
sido a intensificaçãoda
cooperação vertical,ou
seja, a formaçãode
amplas parcerias que
envolvem
produtores, fomecedores, clientes e entidades tecnológicas,que
produzem
sinergias, e criam condições estruturaisna
indústria adequadas parao
aumento da
competitividade de todos os elosda
cadeia produtiva.c)
Regime
de Incentivos e Regulaçãoda
ConcorrênciaA
competitividade depende ainda de fatores estruturais relativos àscaracterísticas comportamentais das empresas. Portanto,
do
grau de rivalidade entreempresas,
que
resultarána
conduta destas.Sendo
assim, ambientescom
elevado graude
rivalidade entre empresas propiciam maior competitividade à indústria, pois nestas a
conduta das empresas é baseada
na
inovação de produtos emétodos
de produção, ena
competirem
nosmercados pode
ser reforçada atravésdo
regime de incentivos e regulaçãoda
concorrência vigente, ressaltando que, seja este eficiente.“Os incentivos visam aumentar a capacidade de resposta das empresas diante dos desafios
impostos pela economía e as regulações buscam condicionar as suas condutas
em
direções socialmentedesejáveis (Ferraz et. al, 1997, p. 23).
Quando
se analisa a indústriaem
seu conjunto, o referido regime de incentivos e regulaçãoda
concorrência passa a seruma
questão deordem
sistêmica, eque
promove
efeitos setoriais diferenciados, influenciando
na
determinaçãoda
competitividadedos
vários setores
que
fonnam
o tecido industrial.l
2.3.3 Fatores Sistêmicos
v
A
competitividade das empresas industriais dependetambém
do
ambienteeconômico
em
que
estão inseridas, e de suas alterações.A
a) Determinantes
Macroeconômicos
Como
determinantesmacroeconômicos da
competitividade, observa-se trêsgrupos: -
i)
Um
primeiro grupo referente ao regime cambial:em
que
o nível e avolatilidade
da
taxa de câmbio real efetiva exerce importante funçãona
determinaçãoda
competitividade de setores exportadores; V
. ii)
Um
segundo relacionado às políticas de regulaçãomacroeconômica
(políticas fiscal, monetária e de renda) e seus resultados
em
termos de nível e estabilidadedas taxas de inflação e de crescimento
do
produto intemo bruto: a estabilidademacroeconômica
intematambém
causa efeito sobre a competitividade das empresasindustriais. Assim, o controle
do
processo inflacionário e o crescimento contínuodo
produto interno bruto, propiciam às empresas industriais respectivamente,
custos e formular estratégias competitivas
com
horizontes de cálculoalém
do
curto prazo;como
também,
beneficiarem-se das economias de escala e de aprendizado provenientes demercados
internosem
permanente expansão, eaumento
dos investimentos e renovaçãoiii)
E
por último,que
se refere à natureza e característicasdo
sistemade
crédito
da
economia: implicatambém
no
controle inflacionário, e ainda a disponibilidade ecusto de financiamento de investimentos mais intensivos
em
tecnologia.b) Detemainantes Político-Institucional
Tais determinantes
da
competitividade constituemum
conjunto de instituições,políticas e práticas
com
as quaiso
Estado interage ativamentecom
o
setor industrial.Dentre os determinantes tem-se a política de comércio exterior e tarifária, a política
tributária, o uso seletivo
do
podercompra
do
governo e política científica e tecnológica, osquais
podem
causar efeitos positivosou
negativos sobre a competitividade,dependendo
das tendências
do
progresso técnico edo
quadroda economia
internacional prevalecenteem
determinados períodos.c) Detemiinantes Legais-Regulatórios
Estes se referem' às políticas de defesa
da
concorrência,do
consumidor edo
meio
ambiente, o regime de proteção à propriedade intelectual e de controle do capitalestrangeiro,
que
podem
afetar diretamente a competitividade industrial,em
funçãode
promover
e estimular certas estratégias, de controlar e de proibir outras.d) Determinantes Infra-Estruturais
Os
principais determinantes infra-estruturaisda
competitividade industrialreferem-se a disponibilidade e qualidade de energia, transporte e telecomtmicações.
Sendo
que
estes,além
de oferecerem custos baixos para as empresas,devem
ser recorrentementeatualizados através de investimentos
em
melhorias. -e) Determinantes Sociais
Z
As
condições de educação e qualificaçãoda
mão-de-obra, a natureza dasrelações trabalhistas e
o
padrãodevida
dos consumidores são determinantes sociaisque
influenciam a competitividade das empresas
que
estão inseridasno
contexto socialde
uma
Í) Determinantes Intemacionais
Os
determinantes internacionais,dizem
respeito ao impacto das principaistendências
da economia
mundial eda forma
de inserção internacionalda economia
local, ~tanto
em
sua dimensao produtivacomo
financeira.2.4 Síntese Conclusiva
do
CapítuloEm
suma, este capítulo enfatizou as diferentes estruturas demercado
existentese
o
padrão de concorrência verificadoem
cadauma. Sendo que
as principais estruturas demercado
~
oligopólio emercado
competitivo-
se subdividemem
estruturas derivadas destasem
decorrênciado
padrão de concorrência vigente (preço e/ou diferenciação deproduto) e de suas características técnicas e produtivas.
Dessa
forma, dispõe-se deelementos essenciais para explicar
o
processo de crescimento e concentração dasfirmas
dentro de cada estrutura, a partir
da
dinâmica dos lucros e dos investimentos.Ressalta-se que este processo de crescimento e de concentração das
firmas
ocorrede forma
distinta entre setores, entre países e atémesmo
entre asfirmas
deuma
mesma
indústria. Observa-se, portanto, a presença de forças setoriais, forças empresariaiseforças sistêmicas.
No
casodo
oligopólio,em
virtude dasfirmas
auferirem maiores lucros e,portanto, maior capacidade de investimentos, pode-se observar
uma
maior velocidadeno
crescimento destas, conseqüentemente,um
grau mais elevado de concentraçãoda
indústria. Já nos setores competitivos, a velocidade de crescimento tende a ser
menor
e ograu de concentração das
finnas
mais baixo,mas
em
função da presença defirmas
dediversos
tamanhos
e defirmas
marginais, observa-se crescimentos díspares entre estas.A
partir das observações acima, verifica-se a presença de forças setoriais e empresariais,
afetando de
forma
diferenciadao
crescimento dasfinnas
e o grau de concentraçãoda
indústria.
Estas diferenças
também
podem
ocorrer entre setoresou
entrefirmas de
diferentes países, devido principalmente ao grau de desenvolvimento econômico, político,
tecnológico' e até
mesmo
social existenteem
cada país,conformando
a infra-estruturadisponível às
firmas
e aos setores industriais de cada país, possibilitando dinâmicas20
CAPÍTULO
111SETOR
DA
CONSTRUÇAO
CIVIL
NO
BRASIL E
NA
GRANDE
. .
FLORIANOPOLIS
A
3.1
Caracterização
do
Setor
no
BrasilO
setorda
Construção Civildesempenha
um
papel importanteno
crescimentodas «economias industriais e
em
países de industrialização recente.Sua
contribuição é bastante significativa devido à importânciaeconômica
e socialque
exerce._ '
A
contribuiçãoda
Construção Civil parao
crescimento e desenvolvimentoeconômico
se revelana
significativa participaçãodo
setorno
ProdutoIntemo
Bruto (PIB),que no
ano de1999
respondeu por8,7%
do
PIB
(IBGE,
Contas Regionaisdo
Brasil, 1999,p. 88).
Mas,
segundo Oliveira (1998, p. 25), este percentual eleva-se ao considerar aparticipação
do
Construbusinesslno
Produto Interno Bruto,que
éda
ordem
de13,5% do
PIB
nacional. Desta forma, sua importância econôrnica é reforçada aodemandar
ofornecimento de grande variedade de insumos, equipamentos e serviços especializados,
promovendo
o desenvolvimento e a articulação de diferentes setores industriais,formando
o que
sedenomina macro-complexo da
Construção Civil.Em
1999,do
consumo
de bens eserviços realizado por cada atividade
econômica no
Brasil, oda
Construção Civilrepresentou 7,03%,
ou
seja,59392
milhões de reais, perdendo somente parao
consumo
do
Comércio,
com
participação de 7,5%, e para a Administração Pública,com
7,09%, sendoque, os que se destacam
em
maior proporção são, respectivamente: produtos minerais não-metálicos (28,3%), outros produtos metalúrgicos (16,6%), produtos
da
construção civil(8,77%), material elétrico (7,73%), madeira e mobiliário (6,01%), artigos de plástico
(5,01%), tintas (4,8%), serviços prestados às empresas (4,36%) e outros (26,11%).
Movimentando
desta formauma
série de outras atividades econômicas(IBGE,
Sistema de Contas Nacionais Brasil 1998 - 2000, 2002, p. 154 - 162).“Em
razão dessa característica, ele se tornauma
poderosa alavanca para 0 desenvolvimentosustentado do País, provocando impactos na produção, nos investimentos, na inflação, na balança comercial
e no nível do emprego. Tem importante participação no PIB e
em
seus efeitos multiplicadores setoriais,1
Segundo Oliveira é: “o conjunto de atividades da indústria da construção, desde 0 seu efeito multiplicador a partir da
produção de materiais, até a entrega do produto final, lá na frente, somando todas as partes intervenientes do processo.” p.
possui grande capacidade de realizaçao de investimentos, a evoluçao de seu custo é compatível com a taxa
média de inflação, contribui para o equilíbrio da balança comercial e cria postos de trabalho, elevandoo
nível do bem-estar social (Oliveira, 1998, p. 27).
I
Socialmente, este setor
também
desempenha
um
importante papel, poiscaracteriza-se
como
grande gerador deemprego
e, principahnente de mão-de-obramenos
qualificada.
Segundo
oIBGE,
a Indústriada
Construção Civilempregou
6,6%
da
população
ocupada
em
1999 (IBGE,
Síntese de Indicadores Sociais 2000, 2001, p. 158).Ressalta-se que, estes dados consideram apenas os trabalhadores
que
possuem
vínculo empregatício e, portanto, este percentualpode
ser mais elevado, considerando que partedos trabalhadores atuantes nas obras de construção civil não
possuem
registros trabalhistase, desse
modo,
não participam nas estatísticas.E
ainda, segundo Oliveira, para cada 100novos
empregos
gerados pelo setor, são criados indiretamente mais62
(ibid.,) .~
Além
de sua contribuiçãoeconômica
esocial, segundo Castelo Branco, et. al.
(1995, p. 4), “a construção civil possui papel estratégico
no
processo de crescimento edesenvolvimento econômico”,
em
função das característicasque
apresenta: -1. Elevado Efeito Multiplicador
~
em
decorrênciada
natureza de suas atividades,estabelece interações
com
quase todos os setores econômicos, dinamizando-os a partirda
sua expansão.
2.
Reduzido
Coeficiente de Importação-
os requisitos de importação alcançamsomente
1%
de suademanda
total.Sendo
que, o crescimentoda
indústria da Construçãonão
pressiona a Balança Comercial e, conseqüentemente, o Balanço de Pagamentos.3. Baixa Relação Capital/Produto
-
esta está relacionada basicamente àscaracterísticas
do
processo produtivo, o qual apresenta reduzido investimentoem
capitalfixo
e absorve intensivamente mão-de-obra não-qualificada,4. Forte Impacto sobre o
Emprego
-
em
função de o processo produtivo serintensivo
em
mão-de-obra, a capacidade de geração de postos de trabalho é enorme.No
entanto, o setor
além
de absorver mão-de-obra não-qualificada,também
absorvemão-de-
obra qualificada, pois as necessidades de mão-de-obra variam
em
funçãodo
estágioda
obra,
em
que são realizadas tarefas específicas, requerendo diferentes graus de qualificaçãoda
mão-de-obra.5. Elevada Participação