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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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6º Ano Mestrado Integrado em Medicina

Orientador: Dr. Luís Pisco

Regente: Professor Doutor Rui Maio

Relatório Final

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

FILIPA FONTE RODRIGUES | 2013 205

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ÍNDICE

1. Introdução e Objetivos ... 2

2. Estágios Parcelares ... 2

a. Saúde Mental (10 de setembro a 4 de outubro de 2018) ... 2

b. Medicina Geral e Familiar (8 de outubro a 2 de novembro de 2018) ... 3

c. Pediatria (5 de novembro a 30 de novembro de 2018) ... 4

d. Ginecologia e Obstetrícia (3 de dezembro de 2018 a 12 de janeiro de 2019) ... 5

e. Cirurgia Geral (21 de janeiro a 15 de março de 2019) ... 6

f. Medicina Interna (18 de março a 17 de maio de 2019) ... 7

3. Elementos Valorativos... 8

4. Reflexão Crítica ... 9

ANEXOS ...10

a. Trabalhos desenvolvidos no âmbito dos estágios parcelares...10

b. Atividade Científica ...11

c. Atividade Associativa...12

d. Cursos e Congressos ...17

“QUANDO ENTRARDES DE NOITE NUM HOSPITAL E OUVIRDES

UM DOENTE GEMER, APROXIMAI-VOS DO SEU LEITO, VEDE O

QUE PRECISA O POBRE ENFERMO E, SE NÃO TIVERDES MAIS

NADA PARA LHE DAR, DAI-LHE UM SORRISO.”

José Tomás de Sousa Martins

Como citado em: Cordeiro, M. (2016). Príncipes da Medicina. 1ª Edição. Lisboa: Saída de Emergência, p.211.

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1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

O ensino médico pré-graduado tem como objetivo formar profissionais com competências e conhecimentos apurados, capacidade de auto-aperfeiçoamento, raciocínio crítico robusto que permita a evolução da Ciência e a humanidade necessária para manter a Arte. Após seis anos, o aluno de Medicina deverá concluir o seu percurso preparado para ver o que precisa o doente de forma autónoma e completa. Para esse efeito, o estágio profissionalizante de sexto ano é essencial, permitindo cimentar conhecimentos de áreas distintas da Medicina através da prática clínica.

A formação médica não se baseia apenas no desenvolvimento profissional, mas também no crescimento enquanto cidadão e elemento interventivo na sociedade, tornando-se essencial que esse percurso seja iniciado precocemente, através da aquisição de capacidades que possam ser usadas no futuro, permitindo a valorização e individualização do estudante de Medicina/futuro médico, numa sociedade cada vez mais competitiva e padronizada. Não obstante a responsabilidade pessoal de cada individuo trilhar o seu próprio caminho, os objetivos da educação médica encontram-se uniformizados de forma a garantir igualdade de oportunidades a todos os discentes, pelo que, no final do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), me proponho a: 1) aprofundar conhecimento teórico e aplicá-lo na prática clínica, efetuando anamnese individualizada e elaborando planos terapêuticos adequados; 2) aperfeiçoar competências práticas, especialmente no que diz respeito à realização de um exame objetivo, execução e/ou interpretação de exames complementares de diagnóstico; 3) treinar capacidade de comunicação com doentes, acompanhantes e equipa de trabalho, sendo clara e eficaz na transmissão de informação; 4) desenvolver relações médico-doente biunívocas, estáveis e saudáveis, integrando o contexto biopsicossocial, sempre que possível1.

Este relatório, tem como fim descrever, de forma sucinta, as atividades desenvolvidas durante o estágio profissionalizante, encontrando-se dividido em 3 partes: contextualização e discriminação de objetivos; exposição dos estágios parcelares e elementos valorativos; posicionamento crítico e conclusões. Por fim, em anexo, é possível consultar uma síntese dos trabalhos desenvolvidos assim como os certificados relevantes obtidos.

2. ESTÁGIOS PARCELARES

a. Saúde Mental (10 de setembro a 4 de outubro de 2018)

O estágio teve a duração de 4 semanas e decorreu no Pavilhão 29 R/c do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob orientação da Dra. Cátia Moreira. O estágio centrou-se no internamento, com a observação de um total de 14 doentes com perturbação afetiva ou do espectro da esquizofrenia, tendo realizado uma história clínica de um dos casos de perturbação bipolar do tipo I (Anexo 1). Regularmente, acompanhei a evolução clínica desde o momento de admissão até à alta, o que me permitiu ganhar uma compreensão

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global do doente com patologia do foro mental. A consulta externa possibilitou uma extensão desse entendimento, com a acompanhamento de 23 consultas, que expuseram as dificuldades que os doentes enfrentam no quotidiano, nomeadamente na gestão de medicação crónica, superação do estigma social e exacerbação da própria doença. Todavia, com o apoio clínico e familiar adequados não são raros os casos de sucesso, em que persevera o individuo acima da patologia. Uma das grandes mais-valias deste estágio foi a observação de entrevistas a familiares dos doentes, o que me permitiu, compreender o papel central que a família ocupa na transição para a alta e, na avaliação dos progressos e retrocessos em ambulatório. A colaboração do núcleo familiar permite criar uma rede de apoio que se torna a ponte entre o doente e os seus objetivos a curto, médio e longo prazo, ajudando a ultrapassar as dificuldades supracitadas.

Evidentemente, o reverso da medalha também é visível, especialmente, em doentes que não têm estruturas de apoios estáveis, sendo que a insuficiência do apoio social dos organismos públicos se torna clara e aumenta a pressão emocional e financeira sobre as famílias.

Uma das limitações do estágio foi a participação reduzida em contexto de urgência no Hospital de São José, devido à elevada afluência por parte de todos os colegas, contudo, consegui observar episódios de agudização da doença crónica ou de manifestações de patologia de novo, onde a entrevista clínica se revelou essencial na compreensão do quadro, por forma a estabelecer um plano terapêutico para doentes que, frequentemente não colaboram, não se identificam e/ou desconhecem os seus antecedentes pessoais.

Globalmente cumpri os objetivos propostos, tomando contacto com as perturbações psiquiátricas mais comuns, avaliando o doente como um todo, com enfase no seu contexto social e nas suas capacidades funcionais, com a preocupação de identificar e reconhecer situações de risco associadas à patologia, procurando para os casos mais evidentes os locais de apoio e ajuda social.

b. Medicina Geral e Familiar (8 de outubro a 2 de novembro de 2018)

O estágio teve duração de 4 semanas e decorreu na Unidade de Saúde Familiar (USF) Conde da Lousã, na Damaia, sob orientação da Dra. Leonor Prata. A nível teórico, saliento a importância da Unidade Curricular (UC) de Medicina Geral e Familiar de 5º ano, que me proporcionou as bases teóricas fundamentais da medicina baseada na evidência, úteis para a realização deste estágio. Tive oportunidade de observar mais de 270 doentes com idades compreendidas entre os 4 meses e os 91 anos, em contexto de Consulta de Saúde de Adultos, de Hipertensão e Diabetes Mellitus, Aberta, Saúde Materna e Infantil e de Planeamento Familiar, onde após a discussão dos casos clínicos observados, propunha exames complementares de diagnóstico e/ou opções terapêuticas. Após a primeira semana, iniciei a observação autónoma de doentes, em duas vertentes: ora realizava a observação autonomamente e decidia, face aos conhecimentos, qual o diagnóstico e a terapêutica, ora na presença da Dra. Leonor assumia a condução da consulta, avaliando, deste modo, cerca de oito a dez doentes por semana. Ademais, tive oportunidade de proceder à auscultação do foco fetal e realizar várias colpocitologias. Estes momentos foram determinantes para cumprir os objetivos propostos

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pela Unidade Curricular, e assim, praticar a abordagem centrada na pessoa, individualizando a anamnese e o exame objetivo, tendo em consideração o contexto biopsicossocial, promovendo a articulação dos diversos recursos de saúde na comunidade. De acordo com o Registo Nacional de Utentes, a USF Conde da Lousã serve uma população com cerca de 17 mil utentes, sendo que, 28.2% dos mesmos têm idade superior a 65 anos, com comorbilidade significativa e que dependem dos cuidados de saúde primários para manutenção da saúde. Salienta-se, ainda, a prevalência de população adulta, com uma pirâmide etária bastante homogénea com afilamentos na base e no topo.2 Segundo a observação efetuada durante o período de estágio, uma parte significativa deste grupo populacional é imigrante e proveniente dos PALOP’s, pelo que a barreira linguística raramente se coloca. Contudo, os baixos níveis de escolaridade, as situações socioeconómicas precárias, as crenças e diferenças culturais, prontamente emergem no decorrer da entrevista clínica, e não devem ser descurados na abordagem ao doente, tanto em contexto de patologia aguda, crónica ou na prevenção de doença. A heterogeneidade populacional não se observa apenas no consultório. Uma das grandes vantagens deste estágio, foi a possibilidade de realizar várias visitas domiciliárias, acompanhando a Dra. Leonor Prata ou o Enfermeiro Gilberto Quinteiro, com a missão de observar doentes com capacidade de mobilidade reduzida, temporária ou permanente, e que, por esse motivo, estão privados de deslocar-se à USF. Enalteço que a vivência destas experiências foram enriquecedoras, tanto a nível pessoal como profissional, e não posso deixar de destacar que dificilmente serão repetidas noutro contexto, que não em Medicina Geral e Familiar.

c. Pediatria (5 de novembro a 30 de novembro de 2018)

Este estágio teve duração de 4 semanas e decorreu na Unidade de Nefrologia, inserida no serviço de Pediatria 5.2 do Hospital Dona Estefânia (HDE), sob orientação da Dra. Raquel Santos e com contacto adicional com outros serviços e subespecialidades médicas. Destaco este estágio pela positiva em vários níveis, desde já, pela preocupação constante da Dra. Raquel Santos em não limitar o estágio, apenas, à vivência da Nefrologia Pediátrica, dado o facto de o HDE ser um centro terciário, facultou a possibilidade de assistir e interagir em consultas de outras subespecialidades, como a Pneumologia, Desenvolvimento, Neurologia, Pediatria Geral e Imunoalergologia, permitindo a observação de cerca de 33 doentes, com idades compreendidas entre 10 meses e 17 anos. Nesta experiência, para além da variedade de patologias observadas nas restantes consultas, saliento a de Desenvolvimento, que me permitiu seguir crianças com diferentes níveis de compromisso cognitivo e onde, para além do acompanhamento clínico, se coordena a abordagem multidisciplinar necessária, tendo em vista o futuro da criança ou adolescente, que pode passar por terapia da fala e/ou apoio escolar e em casos extremos, dinamizar a candidatura a instituições de apoio diferenciado. No internamento tive oportunidade de acompanhar um caso de síndrome nefrótico idiopático inaugural, desde a admissão até à alta, sistematizando conhecimentos através da realização de uma história clínica (Anexo 1). Por fim, a frequência semanal no Serviço de Urgência (SU) do HDE, permitiu-me sistematizar

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a abordagem às patologias agudas urgentes e emergentes mais frequentes na idade pediátrica. A elevada afluência de crianças durante o período de Inverno tem vantagens e desvantagens, por um lado, permite contactar com uma grande variedade de apresentações clínicas, mas, por outro lado, o tempo disponível para a apresentação de contextualizações teóricas, necessária para os estudantes de 6º ano, é escasso.

Neste estágio, destaco como mais-valia, a realização do trabalho “Usar o corpo para tratar o corpo | Exercício Físico no Tratamento da Anorexia Nervosa”, tema que, para além de ter sido objeto de avaliação em seminário (Anexo 1), foi também apresentado numa reunião do Serviço de Pedopsiquiatria, proporcionando a troca de ideias com vários profissionais que têm contacto com esta realidade, com destaque para pedopsiquiatras, psicólogos e fisioterapeutas. A formação teórica foi aprofundada, quer pelas temáticas versadas nas Jornadas de Formação da UCF, sob o tema “À Conversa com a Fisiatria e o Desenvolvimento” (Anexo 10), quer pelos temas ministrados no Curso de Formação em Saúde Infantil (Anexo 11), quer ainda, pelas reuniões diárias de Pediatria Médica bem como, pelos temas apresentados nas sessões clínicas e nas Sessões de Formação para Internos semanais (SOFIA).

Globalmente penso que todos os objetivos propostos foram alcançados, enquanto participante neste estágio parcelar, destaco como valências adquiridas, a capacidade de realizar entrevista clínica a doente e acompanhantes, o aperfeiçoamento de exame objetivo pediátrico, assim como, o apuramento de capacidades de comunicação.

d. Ginecologia e Obstetrícia (3 de dezembro de 2018 a 12 de janeiro de 2019)

Este estágio teve a duração de 4 semanas e decorreu na Maternidade Alfredo da Costa, com a vertente de Ginecologia, orientada pela Dra. Carla Leitão e, de Obstetrícia, a cargo da Dra. Nádia Charepe. Relativamente à Ginecologia, participei em consultas de Ginecologia Geral, que me permitiram treinar exame objetivo em doentes de diferentes faixas etárias e, ainda, ter contacto com as patologias mais prevalentes. Tive também oportunidade de participar em consultas de Ginecologia Infantil e da Adolescência, Climatério e Uroginecologia, que me possibilitaram aprofundar os conhecimentos nestas áreas. Para além das 46 consultas observadas, presenciei a realização de várias ecografias ginecológicas e histeroscopias. Como vantagem de realizar o estágio neste centro de referência, para além da variedade de patologias observadas e subespecialidades disponíveis, relevo o facto de estar a decorrer durante o estágio, um ensaio clínico fase III, randomizado, com dupla ocultação e controlo com placebo, para avaliar a eficácia e segurança de um novo fármaco, antagonista RnGH, no controlo de dor moderada a grave em doentes com endometriose. Tive oportunidade de seguir o estudo de perto, acompanhando o processo de seleção de doentes e procedimentos associados a este projeto de âmbito global (Anexo 2). Observei algumas cirurgias, porém, não tantas como as que desejava, devido à falta de elementos necessários para a realização das mesmas.

No que tange a Obstetrícia, o estágio dividiu-se entre a Consulta Externa e o Serviço de Medicina Materno-Fetal. Em regime de ambulatório, foram observadas 33 doentes que permitiram, por um lado,

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cimentar conhecimentos sobre situações de baixo risco após referenciação dos cuidados de saúde primários e, por outro, acompanhar gravidezes de alto risco, por patologia crónica prévia ou complicações da própria gravidez. Nestas, aperfeiçoei técnicas de medição de altura uterina, auscultação do foco fetal, avaliação ginecológica com espéculo e pesquisa de Estreptococos do tipo B, através de zaragatoa vaginal e ano-rectal. No internamento, observei 13 doentes, avaliando a sua situação clínica e executando tarefas como a interpretação de cardiotoracografias e execução de colheita de exsudados vaginais. Observei ainda 2 doentes após interrupção voluntária da gravidez (IVG) medicamentosa.

No bloco operatório, observei 3 cesarianas eletivas e uma IVG por vácuo controlada ecograficamente. Não posso deixar de referir que um dos aspetos negativos deste estágio foi a falta de oportunidade de participar em atividades de bloco, dado o elevado número de alunos e internos da formação geral e específica, simultaneamente presentes na instituição. Tive por fim, oportunidade de acompanhar semanalmente, a atividade no serviço de urgência, que me proporcionou contacto com 24 casos, que pelas suas especificidades, me permitiram formatar a realização de uma anamnese eficaz para as patologias agudas mais prevalentes e assim, revendo ações lógicas terapêuticas a aplicar no imediato ou no domicílio. Ainda no SU, observei 3 partos eutócicos, nos quais foi administrada anestesia epidural, procedimento ao qual assisti.

e. Cirurgia Geral (21 de janeiro a 15 de março de 2019)

Este estágio teve a duração de 8 semanas e decorreu no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sob orientação do Dr. Pedro Amado, e encontra-se organizado da seguinte forma: duas semanas de aulas teórico-práticas sobre diversos temas, uma semana dedicada à dinâmica do Serviço de Urgência, quatro semanas de Cirurgia Geral em que fomos integrados nas vertentes de bloco operatório, enfermaria e consulta externa, e, finalmente, duas semanas em regime de opção, que no meu caso, foi de Gastroenterologia. Das duas semanas dedicadas a revisões, enfatizo a ministração do curso TEAM – Trauma Evaluation and Management (Anexo 12), onde tomei contacto com a abordagem ao doente politraumatizado grave, e ainda, a simulação de técnicas, como a inserção de catéteres centrais/periféricos, linha arterial, entubação oro-traqueal, sutura, entre outras competências. Seguidamente, acompanhei vários profissionais nas diferentes valências do SU do HBA, nomeadamente, Postos de Estadia Curta (PEC), Trama/Pequena Cirurgia (PC) e Serviço de Observação (SO). Apesar de ter sido uma experiência impactante devido à organização distinta do SU em relação a outros hospitais, o facto de ter acompanhado profissionais de Medicina Interna durante a maior parte da semana, resultou num contacto, que se reporta de escasso, com urgências cirúrgicas. No que diz respeito à Cirurgia Geral, é minha convicção que tive a oportunidade de vivenciar, e por isso destaco, duas mais-valias: a primeira foi a possibilidade de observar e intervir diretamente no bloco operatório, o que me permitiu assistir a 14 cirurgias, 2 delas com participação ativa; e a segunda, foi a camaradagem e entreajuda no seio da equipa do Dr. Pedro Amado, que permitem numa relação simbiótica médico-doente, alcançar os objetivos almejados conjuntamente, seja em contexto de internamento, consulta externa ou bloco

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operatório. A observação de um total de 50 casos, permitiram o cumprimento dos objetivos propostos, especialmente, o reconhecimento das síndromes cirúrgicas mais frequentes e das complicações pós-operatórias mais comuns, através da realização de anamnese e exame objetivo individualizados. Tive, ainda, oportunidade de acompanhar doentes na sala de tratamento, assistindo à lavagem e desinfeção de feridas operatórias, assim como a realização de pensos. No âmbito da opcional de Gastroenterologia, destaco a realização de um estágio abrangente, com contacto com a consulta externa, técnicas endoscópicas e internamento. Por último, realizei ainda um trabalho intitulado “Quisto do Colédoco | Será quisté um problema?”, apresentado no seminário de Cirurgia Geral, com outros trabalhos de colegas de 6º ano.

f. Medicina Interna (18 de março a 17 de maio de 2019)

Este estágio teve a duração de 8 semanas e decorreu na Enfermaria do sexo feminino da Unidade Funcional 2.1 do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, sob orientação da Dra. Filipa Quaresma.

No que diz respeito à formação teórica, destaco os seminários que decorreram na NMS|FCM durante o período de estágio, todavia, não posso deixar de salientar a necessidade de uma abordagem mais interativa entre os intervenientes. Na senda desta sugestão, sugiro, também, a inclusão de uma componente de prescrição terapêutica que, na minha avaliação, é essencial para o sucesso que se preconiza alcançar com os estágios parcelares. Refira-se ainda que as sessões clínicas realizadas nesta Unidade, no âmbito das quais, apresentei o trabalho “Doença Hepática Crónica e Complicações” (Anexo 1), suscitam a curiosidade e formação de estudantes e profissionais presentes.

No que diz respeito à observação de doentes, destaco a autonomia dada, embora sujeita a discussão posterior, quer em situações de internamento, quer de urgência. Esta prática, permite não só a correção de erros, como o aumento de confiança, requisitos fundamentais na evolução de profissionais de saúde. Na enfermaria, observei 14 doentes, 2 das quais foram sujeitos a reinternamento por agravamento de comorbilidade, que me permitiram a elaboração de diários clínicos e proposta de plano, que era sujeita a debate entre os elementos que integram a equipa. Com base na avaliação clínica do doente, desde o momento em que deu entrada no SU até ao momento da alta, elaborei 3 notas de alta. Foi-me dada, ainda, oportunidade de redigir 6 histórias clínicas com os diferentes diagnósticos que se apresentam no Anexo 1, com base nas quais, foi possível rever vários temas teóricos, desenvolver agilidade na anamnese de vários tipos de doente, sistematizar o exame objetivo por sistemas e órgãos, e ainda, desenvolver o raciocínio clínico de uma forma organizada e sequencial, de maneira a conseguir expô-lo eficazmente, tanto de forma escrita como oral. No SU, observei 38 doentes, 18 dos quais de forma autónoma, realizando registo clínico que incluí anamnese, exame objetivo e abordagem do doente com exames complementares de diagnóstico e/ou terapêutica adequada. Destaco que a passagem pelo SU constituiu um momento crucial na minha formação, pois permitiu desenvolver raciocínio clínico relacionado com a patologia urgente aguda de novo e agudização de situações crónicas, percecionando critérios de gravidade, internamento e referenciação de diferentes

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casos. Por fim, foi em contexto de urgência que tive oportunidade de contactar com doentes em fim de vida, particularmente, um caso de morte cerebral após acidente vascular cerebral (AVC) da artéria basilar e doente com adenocarcinoma do pulmão estadio IV, com fibrilhação auricular em resposta ventricular rápida. Refiro dois casos, distintos entre si, que permitiram por um lado, observar o processo de declaração de morte cerebral e por outro, discutir medidas paliativas, desde a terapêutica até à abordagem da família.

A consulta externa, revelou-se um instrumento complementar às valências anteriores, permitindo-me acompanhar 19 doentes com patologia crónica controlada, ou que sofreram descompensação, estando a fazer seguimento após internamento ou recurso ao SU.

3. ELEMENTOS VALORATIVOS

Como mencionado na Introdução, as valências exigidas no exercício clínico da Medicina, vão muito para além do conhecimento técnico e científico, tornando indispensável que cada individuo no planeamento e desenvolvimento da sua carreira, agregue como formação complementar desígnios que irão ser indispensáveis no exercício da função profissional. Tendo presentes estes desideratos, no 2º ano do MIM candidatei-me à Crew do iMed Conference® (Anexo 3), motivada pela vontade de colaborar com colegas que se empenharam em trazer a Portugal grandes nomes do panorama médico-científico, promovendo para o efeito a realização de um congresso de reconhecida qualidade. Participei empenhada e afincadamente na construção deste projeto, o qual, me entusiasmou a que no ano seguinte, apresentasse a minha candidatura a colaboradora de Parcerias da Comissão Organizadora (Anexo 4) daquela que seria a oitava edição do congresso, tendo como missão angariar fundos para a realização do mesmo. No ano letivo 2016/2017, fui convidada para presidir à Comissão Organizadora da 9ª edição, utilizando todo o conhecimento adquirido nas experiências anteriores, que me permitiram gerir as diferentes secções envolvidas na organização. Em simultâneo, fui eleita vogal da Direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas (Anexo 7) por inerência do cargo anteriormente referido, deste modo tive uma participação ativa na implementação dos objetivos definidos para as duas entidades, contribuindo para a concretização de vários projetos da AEFCM, dos quais destaco a participação no Natal Diferente (Anexo 5), projeto de voluntariado conjunto com a Faculdade de Medicina de Lisboa, que tem como missão angariar presentes para crianças e adultos internados em diversos hospitais da área metropolitana de Lisboa, entregues na véspera de Natal.

Como complemento à formação oferecida pelo MIM, participei em vários congressos e palestras ao longo dos seis anos, entre os quais destaco os que assisti no presente ano letivo: iMed Conference® 10.0 | Lisbon 2018 (Anexo 8), Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental (Anexo 9) e Simpósio Dia Mundial da Tuberculose FFUL-SPP-SPDIMC (Anexo 13), para além daqueles referidos em contexto de estágio parcelar.

A terminar, sinto que a UC opcional de 6º ano, Medicina de Emergência e Catástrofe, proporcionou a possibilidade de adquirir conhecimento sobre realidades com que pretendo contatar no futuro.

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4. REFLEXÃO CRÍTICA

Terminada esta etapa, que resulta de uma precoce opção de futuro profissional, impõe-se a necessidade de reflexão sobre os conhecimentos e valências adquiridas ao longo deste percurso. A visão proposta pelo “O Licenciado Médico em Portugal” reflete-se no estágio profissionalizante e seus constituintes, isto é, uma abordagem integradora de todas as disciplinas médicas, de modo a desenvolver conhecimentos e competências que culminem num clínico capacitado, humano e crítico. Pediatria e Saúde Mental, pelas especificidades evidenciadas pelo doente pediátrico e mental, possibilitaram experienciar a relação médico-doente de forma plena, destacando a singularidade, mas igualmente a sua complexidade, permitindo também, como elemento fundamental na gestão da situação clínica do doente, o fortalecimento do contacto com a respetiva família. Cirurgia Geral, mostrou-me quanto é importante incluir o doente no processo de decisão, fazendo com que o mesmo integre a equipa de trabalho, num esforço conjunto para o objetivo comum, o seu bem-estar. Ginecologia e Obstetrícia, para além de possibilitar o treino e aplicação das valências supramencionadas, permitiu ainda a inclusão de investigação clínica no estágio profissionalizante, algo que escasseou durante o período formativo e que, pessoalmente, pretendo aprofundar futuramente. Saliento que Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar foram essenciais para este percurso e privilegiando a autonomia, possibilitaram a criação de estratégias próprias para a observação de doentes. As atividades extracurriculares em que participei contribuíram de forma decisiva para a minha conduta enquanto profissional de saúde e cidadã, através da aquisição de capacidades de liderança, comunicação e cooperação.

Contudo, para além de perseguir as oportunidades, é necessário também que as mesmas se afigurem de forma a serem aproveitadas, e nesse sentido, o facto de ter escolhido a NMS|FCM para a realização do MIM foi preponderante. Para além da formação curricular que privilegia a prática clínica, com um reduzido número de alunos por tutor, as oportunidades formativas que se configuram, quer em termos clínicos, quer em termos pessoais, permitiram que adquirisse conhecimentos, competências e métodos que me irão acompanhar, enquanto médica, cidadã, e mais importante ainda, como pessoa.

Após terminar o estágio profissionalizante, reitero duas lições que irei utilizar como esteira ao longo da minha vida. A primeira, que me foi dada pelos meus pais desde tenra-idade, é que devo permanecer fiel aos princípios que me guiam, seja qual for a etapa. Apenas permanecendo verdadeiro àquilo que nos define é possível encarar o desconhecido de cabeça erguida e sem receio. A segunda, despertada pelo percurso que se iniciou há seis anos e que agora termina, oferecida tanto pelos professores que me acompanharam como pelos doentes que segui, é que as perguntas vão sempre existir, e apesar de as respostas nem sempre serem imediatas, aquilo que nunca pode deixar de existir é o empenho em reuni-las. Afinal, enquanto procuramos, mesmo sem nada mais a oferecer, podemos sempre dar um sorriso.

Concluo, agradecendo a professores e tutores, aos meus pais, ao João e respetiva família, assim como a todos os amigos que partilharam comigo esta empolgante jornada.

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ANEXOS

a. Trabalhos desenvolvidos no âmbito dos estágios parcelares

Anexo 1 – Tabela sumária dos trabalhos realizados durante o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina

Título Autores

Saúde Mental História Clínica: Perturbação bipolar do tipo I Filipa Rodrigues

Pediatria

“Usar o Corpo para Tratar o Corpo | Exercício Físico no Tratamento da Anorexia Nervosa”

Filipa Rodrigues Grazielle Lima

Maria Felício Thaíza Malheiros História Clínica: Síndrome nefrótico idiopático inaugural Filipa Rodrigues

Ginecologia e

Obstetrícia “Lúpus Eritematoso Sistémico na Grávida”

Ana Filipa Ferreira Filipa Rodrigues Filipa Côrte-Real

Cirurgia Geral “Quisto do Colédoco

Será “quisté” um problema?”

Filipa Rodrigues Maria Felício

Medicina Interna

“Doença Hepática Crónica e Complicações”

Ana Filipa Ferreira Filipa Rodrigues Márcia Azevedo História Clínica:

1. Pielonefrite aguda

2. Lipotimia relacionada com a hiponatremia

3. Traqueobronquite aguda com descompensação de insuficiência cardíaca

4. Síncope associada a bradicardia sinusal

5. Descompensação de doença pulmonar obstrutiva crónica

6. Infeção do trato urinário com delirium hiperativo

Filipa Rodrigues Medicina de Emergência e Catástrofe “Varicela e Varíola” Camilla Perotti Filipa Rodrigues Margherita Vitale

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b. Atividade Científica

Anexo 2 – Declaração de colaboração em Ensaio Clínico | Controlo de Dor Moderada/Grave em Doentes com Endometriose

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c. Atividade Associativa

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Anexo 4 – Certificado de Colaboradora de Parcerias da Comissão Organizadora do iMed Conference® 8.0 |

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Anexo 7 – Certificado de Vogal da Direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM)

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d. Cursos e Congressos

Anexo 8 – Certificado de participação no “iMed Conference® 10.0 | Lisbon 2018” (3 a 7 de outubro de 2018)

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Anexo 9 – Certificado de participação nas “Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental” (19 a 20 de outubro de 2018)

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Anexo 10 – Certificado de participação nas “Jornadas de Formação da UCF – Vertente de Saúde da Criança e do Adolescente - À Conversa com a Fisiatra e o Desenvolvimento” (16 de novembro de 2018)

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Anexo 11 – Certificado de participação no Curso de Formação em Saúde Infantil (22 de novembro de 2018)

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Anexo 12 – Certificado de participação no Curso TEAM | Trauma Evaluation and Management (24 a 25 de janeiro de 2019)

(23)

Anexo 13 – Certificado de participação no Simpósio Dia Mundial da Tuberculose FFUL-SPP-SPDIMC (25 de março de 2019)

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