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Práticas do Ensino Aprendizagem: Relacionando Teoria e Prática

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Academic year: 2021

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Carine Leal Fraga Paivaa*; Karla Monteiro Guimarãesa

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar práticas docentes de ensino e aprendizagem e relação teoria prática. Nele é feito um estudo da ótica de alguns autores sobre tais temas e é discutida a mudança no ensino e o desafio docente atual, que necessita não somente saber, mas também saber fazer. A mudança no ensino decorrente do enfoque das universidades estarem no mercado de trabalho e sua demanda. Preparar profissionais capacitados tornar-se facilitador e não mais doutrinador fazem parte das características necessárias dos novos docentes. Palavras-chave: Didática. Teoria Prática. Ensino e Aprendizagem.

Abstract

This work has as objective to analyze practical professors of education and learning and relation practical theory. In it a study of the optics of some authors on such subjects is made and is argued the change in education and the current teaching challenge, that not only needs to know, but also to know to make. The change in the decurrent education of the approach of the universities to be in the market of work and its demand. To prepare able professionals to become facilitador and doutrinador they are not part of the necessary characteristics of the new professors.

Keywords: Didactics. Practice Theory. Teaching and Learning.

Práticas do Ensino Aprendizagem: Relacionando Teoria e Prática

Practical Learning School: Linking Theory and Practice

aFaculdade Anhanguera de São José, SP, Brasil

*E-mail: carine.fraga@aedu.com

1 Introdução

Observações, estudo e experiência, nos levam a pensar sobre as práticas atuais de ensino aprendizagem por ferramentas e abordagens fundamentalmente práticas. Este estudo analisa as possibilidades de trabalhar teorias e práticas nos cursos da área de negócios da Universidade Anhanguera e as conseqüências geradas por tais abordagens.

Muito se tem discutido e escrito sobre a relação teoria e prática, mas pouco avanço acorreu no que tange a pedagogia.

Com as mudanças no mundo do trabalho, temos uma demanda por competências cognitivas, que seriam as habilidades de comunicação, tomada de decisão, dinâmica, equipe, ou seja, a capacidade de viver em sociedade.

Existem muitas formas de ensinar que já estão ultrapassadas, o campo educacional esta cada vez mais pressionado a mudanças, pois a educação é o caminho para alcançar e suprir as necessidades do mercado, além de possibilitar uma sociedade mais justa.

O objetivo é fazer com que as aulas se tornem mais atraentes, o aprendizado mais fácil e que desta forma consigamos formar profissionais capacitados para atuarem no dia a dia das organizações, utilizando conhecimentos teóricos na prática com maior facilidade, sendo assim, este artigo abordará as práticas de ensino e aprendizagem e o desafio do docente em unir teoria e prática.

2 Desenvolvimento 2.1 Metodologia

O presente artigo é de natureza descritiva, fundamentando-se em uma vasta revisão bibliográfica sobre o assunto, fazendo-se uso de dados coletados em livros, revistas, sites e periódicos relacionados ao tema.

Segundo Munhoz (1989) os estudos descritivos “transmitem uma constatação, enriquecida muitas vezes com cruzamento de informações, de modo a que se possa visualizar um campo mais amplo de observação”.

2.2 Práticas de ensino-aprendizagem

A humanidade vem há muitos anos desvendar o enigma sobre aprendizagem, como as pessoas apreendem? O que de fato é importante para que o ensino e aprendizagem ocorram? Para Hilgard (1986), a aprendizagem é um processo no qual uma atividade ou teoria tem origem ou modificação em uma situação encontrada, ou seja, o autor relaciona a aprendizagem com uma mudança.

Uma mudança no pensar ou agir, que pode ocorrer devido a associação da teoria dada em sala de aula com seus dia-a-dia no trabalho, o aluno ao associar as duas coisas, passa a ter uma mudança em suas atitudes, que facilitarão seu dia a dia.

Para Sanches (2006), quando o professor acredita que o ensino e aprendizagem é o mesmo processo, este tende a

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acreditar que ao final só existem duas possibilidades, a de o aluno aprender ou não aprender. Diferentemente disso, o docente deve perceber que o ensino aprendizagem é algo mais complexo e que cada aluno utiliza seus recursos e vivências, logo, podemos perceber que ultrapassamos o simples fato de aprender ou não aprender.

Caso o aluno não consiga fazer a associação com suas vivências, cabe ao docente facilitar este processo, pois muitos alunos não aprendem por falta de aplicabilidade, ou seja, não conseguem visualizar o processo, desta maneira, o ensino aprendizagem segundo o autor, transpassa o fato de aprender ou não aprender.

Botomé (1981) escreve sobre a relação ensino aprendizagem e a relação existente entre comportamento do professor e comportamento do aluno, o que o autor chama de ensinar e aprender. O uso de tais substantivos para o processo de ensinar e aprender não deixa claro, pois tais palavras referem-se a coisas fixas e não a um processo, pois segundo a língua portuguesa, ensinar significa dar instruções, doutrinar. Paulo Freire (1971) criticou tais expressões e as definiu como “concepção bancária”, ou seja, não permitem que a educação tenha uma prática adequada e que exerça seu papel de desenvolver o sendo crítico do indíviduo e sua atuação como cidadão capaz de formar suas próprias ideias.

A relação ensinar e aprender parte do professor, segundo Bushell (1973), não existe ensino sem aprendizagem, a explicação para o fracasso da aprendizagem se dá pelo fracasso do ensino, pois ensinar defini-se pela aprendizagem do aluno, deste modo não é possível separar a ação de ensinar e aprender, elas estão interligadas.

Outro aspecto são de extrema importância, é que o educador deve facilitar o processo de formação de cidadania, ele deve contribuir para que os alunos produzam idéias, produtos, serviços, enfim, que possam ser isufruidos pela comunidade onde vivem. Para que este processo ocorra, Botomé (1981) acredita que o docente deve ter claro algumas questões:

1) Qual resultado os alunos deverão produzir depois de formados?

2) Quais aspectos fazem parte da realidade dos alunos, e quais eles terão que lidar depois de formados para produzirem resultados?

3) Os alunos precisaram estar aptos a lidar com quais situações e realidade para produzirem resultados? 4) O que os aprendizes necessitarão estar aptos a fazer

para lidar com esses aspectos da realidade de forma a produzirem resultados que sejam significativos para a própria vida e para os demais?

Para sermos mais claros, o ensino precisa ser planejado com base nas necessidades de produção e a realidade a qual o aluno terá contato, neste caso, não estamos nos referindo à produção de coisas, ou objetos, mas sim, no sentido de ensino, ou seja, produções científicas, intelectuais, conhecimento para uso direto, imediato e de possível implantação nas

organizações e comunidades.

Piaget (1995) escreve sobre sua teoria de valores de troca qualitativa, esta teoria nos fala sobre o impacto que as regras sociais, leis, determinam o equilíbrio moral, econômico e logo, interferem na aprendizagem, ou seja, para que se tenha um ensino e aprendizagem é necessário haver troca, logo, o professor, não possui o papel de centralizador e doutrinador como no passado, que tinha a postura de “tudo sei”, o docente, assume hoje o papel de facilitador e deve tanto ensinar como aprender com seus alunos e estes devem aprender e ensinar o docente, desta maneira, temos o sistema de trocas, onde experiências individuais e coletivas facilitam o processo de entendimento e aplicabilidade de teorias.

Desta forma, o professor, passa de acadêmico e pesquisador, para pesquisador e atuante do mercado de trabalho, onde necessariamente este não precisa atuar, mas tem obrigação de estar a par da realidade das organizações, suas exigências, seu cotidiano, pois desta forma poderá exercer com maior facilidade seu papel de facilitador, o qual irá fazer a relação teoria e prática, juntamente com os alunos, ao quais irão relatar suas experiências e conhecimentos associando a teoria proposta e discutida em sala de aula.

A aprendizagem ocorre segundo Gómez (2000), quando ocorre uma mudança de comportamento do indíviduo, esta mudança ocorre durante toda a vida. O autor acredita em duas teorias existentes:

1) Associacionista: Refere-se a todas as teorias que associam estímulos e respostas, que são provocadas por estímulos externos, é um processo de condicionamento; 2) Mediacionista: Refere-se a teorias que associam

processos internos do indivíduo associado a processos externos.

Os processos educacionais estão voltados para teoria mediacional, mas não podemos esquecer que cada indíviduo é único, logo diferente e seu processo de aprendizagem também será único e diferente. Diversos fatores interferem na aprendizagem. No campo cognitivo: competências intelectuais e a criatividade. Não podemos esquecer que idade, sexo, motivação, ambiente, memória, também refletem na aprendizagem, e estes são desafios enfrentados pelo docente.

2.3 O desafio do docente: teoria e prática

Todos sabem que o conteúdo aprendido no decorrer da vivência, seja na escola, curso livre ou na universidade é de suma importância para melhoria da interação do indivíduo com o mundo. Interação neste caso, não se refere à adaptação, mas sim, de diálogo, a interação possibilita uma participação social consciente. As ciências estão presentes em nosso dia a dia, e quando apresentadas em uma sala de aula muitas vezes perdem seu poder atrativo, pois passam a serem vistas como meras teorias, reduzindo desta forma a relação com o mundo e nosso cotidiano, fazendo com que a teoria fique apenas no ambiente sala-de-aula.

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Para Bruner (1984), o ensino trabalha com um conhecimento, cuja relevância não esta clara para os professores e muito menos para os alunos, pois esta embasado basicamente em teorias, as quais na maioria das vezes não possuem aplicabilidade prática, desmotivando tanto docentes como discentes.

Mas não podemos esquecer que a teoria é importante, como escreve o autor Vergnaud( 1996), sobre a teoria, ele diz que o campo conceitual é a pedra que fundamenta a aprendizagem cognitiva, logo, o autor acredita que a atenção voltada a conceituação em sala de aula é de suma importância , pois possibilita que os estudantes apliquem estes conceitos em seu dia a dia. O autor critica a utilização de práticas exageradas e de metodologias de motivação, as quais segundo ele, dispersam o foco da aprendizagem e que em longo prazo não levam a nada.

No entanto, esta teoria não deve somente ser conceitualizada e distante, mas sim, uma teorização real, a qual possibilite ao aluno a curiosidade de investigação, o autor acredita na prática, mas afirma que esta deve ser fundamentada e deve estar interligada ao conteúdo estudado e não algo solto com a impressão de “matar tempo”, ou falta de conhecimento ou preparo de aula por parte do professor.

A conceitualização possibilita que o aluno desenvolva seu pensamento teórico, e ao mesmo tempo esta tem a oportunidade de ter contato com conceitos científicos, esta aprendizagem segundo o autor, irá organizar o ensino aprendizagem além de proporcionar ferramentas para a vida profissional, pois quando se sabe fazer algo, tendo aprendido este por meio de conceitos, nos permite saber o porquê é assim que se faz, e não somente fazer porque sempre se fez assim.

Para Candau e Lelis (1999), a relação teoria e prática é manifestada por nossa formação social, a qual visa dividir o trabalho intelectual do trabalho braçal, por consequência a separação foi e é feita automaticamente, pois desta forma a sociedade é dividida automaticamente em pessoas que mandam e pessoas que obedecem, logo quem manda é que possuem o conhecimento, os trabalhadores intelectuais.

O termo teoria, deriva do grego e possui o sentido de observar, analisar, contemplar, refletir, enquanto a palavra prática vem da palavra grega “práxis”, que esta relacionada com agir, fazer, daí se dá a divisão, pois socialmente somos educados para acreditar que existem dois tipos de indivíduos, os que mandam e os que executam.

Segundo os autores, a relação teoria e prática, podem ser fundamentadas de duas maneiras:

1) Visão dicotômica: Nesta a separação entre teoria e prática é bastante clara e definida, pois nela existe uma visão extremista, onde teoria e prática são componentes isolados e até mesmo opostos. Logo, os teóricos pensam, elaboram, refletem e planejam e os práticos executam, fazem tendo sua lógica própria. A prática só tem relevância se esta for uma medida fiel a teoria, já

que a inovação se dá no polo teórico.

2) Visão de unidade: Nesta a teoria e prática são indissolúveis da “práxis”, definida como atividade teoria e prática, ou seja, possui um lado ideal, teórico, estudado, analisado e um lado material, totalmente prático, onde é impossível a separação. Esta relação não é direta e nem imediata, mas sim evolutiva e esta evolução pode se dar tanto do campo prático para o teórico como vice-versa.

A sociedade tem passado por diversas modificações, novas tecnologias e novos hábitos levam o indivíduo a novas necessidades. Com o passar do tempo, a população precisa se adaptar a digitar, ser dinâmico, pró ativo, desenvolver capacidades cognitivas e sensoriais, para fazer parte do mercado de trabalho, para fazer parte do mundo.

Segundo Perrenoud (1994), a universidade deve auxiliar no desenvolvimento de competências mais do que transmitir conhecimento. Uma parte dos estágios de formação é essencialmente teorias e métodos, conhecimento que surge da exposição e de procedimentos vivenciados, que compõe as competências profissionais.

Seguindo esta ótica, dez campos de competência foram desenvolvidos conforme mostra a Figura 1.

Figura 1: Campos de Competência

Fonte: Fundação Carlos Chagas (1994).

Cada campo é composto por um número de competências específicas, estas possuem tem como objetivo demonstrar os ciclos de aprendizagem como mostra Figura 2. Os quatro primeiros quadros dizem respeito a aspectos pedagógicos e didáticos, o restante refere-se à relação existente entre adultos, ou seja, a relação em equipe, tão exigida pelas empresas nos dias de hoje. O quadro da Figura 2 demonstra diversos aspectos importantes os quais auxiliam o docente, como por exemplo o conhecimento prévio da disciplina, trabalhar a heterogeneidade da sala de aula, e fazendo com que este aspecto agregue valor ao aluno, e que este consiga perceber a relação do convívio em sala de aula com as diferenças existentes no trabalho.

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Figura 2: Ciclos de aprendizagem

Fonte: Fundação Carlos Chagas (1994).

Engajar o aluno em projetos de pesquisa e evolução do conhecimento, trabalhar o ensino aprendizagem a partir dos erros e dificuldades dos alunos.

Para Paiva (1993), o quadro de transformações sociais envolve educação e qualificação profissional, ou seja, a instituição de ensino passa do campo da ciência para o campo de ciência e capacitação. O processo produtivo, impacta diretamente no perfil dos novos trabalhadores e na formação universitária.

Libâneo (1996), mostra que é possível ter um ensino de qualidade com critérios que atendam as necessidades de mercado e principalmente, que supere a desigualdade social, pois antes, tínhamos esta preparação somente para poucos, os detentores do capital.

Para compor este cenário, o autor sugere que alguns passos sejam desempenhados pelas instituições:

1) Preparação para o mundo de trabalho: A escola se organiza a ponto de atender as demandas do mercado de trabalho e as demandas econômicas, visando possibilidades alternativas para o processo produtivo, além de trabalhar a adaptação do trabalhador. Trata-se de uma escola voltada para formação geral, ou seja, que

consiga unir o conhecer e o agir, ou seja, que associe teoria e prática.

2) Formação para cidadania crítica: Formar cidadãos trabalhadores, capazes de transformar e criticar a realidade e não apenas profissionais que possam executar tarefas. As universidades devem despender tempo parta que o aluno aprenda e exerça a arte de questionar, a serem críticos e a lutarem pela justiça social.

3) Preparação para participação social: Preparar o aluno para ser atuante em movimentos sociais, envolvimento em interesses comunitários. Para que isso ocorra é fundamental que o docente desenvolva atividades em grupo e que aflore a liderança nos alunos.

4) Formação ética: Trazer valores importantes tanto por meio de atitudes como por meio de atividades escolares. Trata-se de formar valores e atitudes ante o mundo. Para que estas modificações e objetivos sejam alcançados, é fundamental que os docentes exerçam uma nova postura. Onrubia (1999), algumas práticas devem ser adotadas pelos docentes que são elas:

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exclusivamente verbal, e transmissor de mera informação não existe mais, o que não significa abandono da teoria, mas sim agregação do conhecimento do aluno, ou seja, a valorização das experiências de seu dia a dia. Desta forma o professor passa de “chefe de classe” a facilitador, onde com os conhecimentos prévios e experiências dos alunos, os questiona e dá sentido a teoria. O docente exercita o aluno a questionar, a expressar pensamentos, a trazer a aula para sua realidade.

2) Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma escola e uma prática interdisciplinares: As disciplinas são integradas entre si, e deve levar em conta o tempo de aprendizagem dos alunos. Os alunos devem ser expostos a diversos campos do conhecimento. O docente deve fazer com que o aluno não conheça por conhecer, mas sim que este faça a relação contínua de teoria e prática.

3) Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinara aprender a aprender: A idéia de ensinar a pensar esta ligada diretamente com os esforços dos educadores em promover meios do aluno construir seu pensamento. Desta forma, é correto afirmar que a tarefa de ensinar requer dos professores conhecimento do conteúdo teórico e a prática de sua aplicação. O professor precisa antes do aluno aprender a aprender, se este é incapaz disso, é impossível ajudar o aluno a desenvolver suas capacidades cognitivas.

4) Persistir no empenho de auxiliar os alunos: Buscar uma abordagem crítica do conteúdo, fazer com que os alunos questionem, critiquem e reflitam sobre o assunto estudado.

Nos cursos voltados para área de negócios, Freire (2000), nos fala sobre a importância do perfil do docente, pois ser professor de administração é muito mais que ser administrador, pois exige que além da prática este tenha a teoria e que além da teoria este tenha a prática. O docente deve ser preparado para formar profissionais, deve levar o aluno a pensar sistematicamente, capacitando este a ver processos em qualquer mudança.

Para Morim (2003), a teoria poderá ser aplicada a prática somente quando o professor levar a sala de aula estudos de caso, e possibilitar ao aluno a relação de suas experiências com a teoria estudada, para que isto ocorra a interação entre professor aluno deve ser grande, e o cenário deve ser de um grupo de debate com um facilitador que direciona assuntos e idéias para que se chegue a conclusões.

Ser docente de administração e suas ramificações exige uma educação continuada, para Alves (2004), esta educação proporciona ao docente uma reciclagem continua e o situa como facilitador e não como alguém que disputa lugar atenção e poder com os alunos.

O professor não pode mais usar o pedestal da indiferença e superioridade com o aluno, mas sim, se aproximar deste,

para que a interação entre o grupo surja com maior facilidade e riqueza de idéias e opiniões. Somente em um ambiente harmonioso e de debate, as pessoas se sentem à vontade para expor suas opiniões e ideias, os alunos precisam sentir segurança e confiança, para não serem expostos perante o grupo.

A prática se torna importante para o docente, pois não basta saber, tem que saber fazer, este processo o aproxima do grupo e o coloca como entendedor do assunto, não somente na teoria, mas também na prática, fazendo com que este torne-se referência para os alunos.

3 Conclusão

Os desafios docentes modificaram com o passar do tempo, e o saber divide lugar com o saber fazer, pois nossos alunos necessitam a formação não só acadêmica, mas também profissional, pois estes deverão atender a demanda exigida pelo mercado.

O ensino e aprendizagem tornam-se mais amplo, respeitando as diferenças e conhecimentos adquiridos ao decorrer da vida individual ou em grupo dos alunos.

O professor é peça-chave no ensino e aprendizagem, pois este possibilita que o aluno aprenda a aprender, e desenvolva suas habilidades e competências, direcionando estas para o mercado de trabalho.

Podemos finalizar considerando as mudanças educacionais e as exigências de mercado, a postura do professor e a participação contínua do aluno. A prática relacionada a teoria, a teoria sendo vista na prática.

O ensino aprendizagem para ser eficiente, deve partir dos erros, dificuldades e conhecimentos adquiridos por vivência do aluno.

Ensinar e aprender, prática e teoria, são desafios encarados diariamente por professores atuantes nos cursos voltados para área de negócios, pois nossos alunos possuem na maioria a vivencia de anos no mercado de trabalho, mas não possuem o conhecimento teórico e se este não for associado a conhecimentos já adquirido, teremos em sala de aula alunos não interessados e com dificuldade em aprender, que terão como objetivo somente a obtenção de um diploma e não de conhecimento, pois para estes a aprendizagem teórica torna-se sem aplicação e distante.

Estes desafios nos remetem a uma dúvida, se um dia alcançaremos tais exigências. Sabemos alguns passos que devem ser seguidos como criatividade em sala de aula, esta tornou-se fundamental, pois facilita a inserção de práticas. A confiança na instituição onde se trabalha, torna-se fato importante, pois esta confiança gera liberdade e confiança para que o docente ouse, arrisque em novas técnicas e principalmente se doe, pois somente em um ambiente seguro a doação ocorre por completo.

O trabalho não pode ser feito individualmente entre docentes, mas o ideal é que seja coletivo e que envolva diversas disciplinas, para que estas possam ser relembradas

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e citadas por outros docentes, mas para que isso ocorra é necessário um conhecimento do programa dos cursos como um todo e não somente da disciplina ministrada.

A educação encontra-se em estado de tensão, onde a reforma educacional exige reflexão e profissionalização do corpo docente.

Referências

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