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Uma Metodologia para a Elaboração de Cartas Desportivas Municipais: O Caso de Baião

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS - OS - MONTES E ALTO DOURO ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

UMA METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO DE

CARTAS DESPORTIVAS MUNICIPAIS: O CASO

DE BAIÃO

 

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM

ENGENHARIA CIVIL

JOSÉ LITO PINTO DA COSTA

Orientador

Professor Doutor Luís Manuel Morais Leite Ramos (Professor Associado da UTAD)

Co - Orientador

Eng. Ricardo Jorge e Silva Bento (Assistente convidado da UTAD)

 

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AGRADECIMENTOS

Os meus agradecimentos vão para todos que directamente ou indirectamente contribuíram para a elaboração desta dissertação.

Ao Professor Doutor Luís Ramos, orientador desta dissertação, pelo incentivo, pelo constante apoio, dedicação e confiança demonstrada nos diversos contactos, pelas enriquecedoras indicações e sugestões, pela sua disponibilidade e empenho constante em transmitir os seus vastos conhecimentos que contribuíram para a elaboração deste trabalho.

Ao Eng. Ricardo Bento, co-orientador desta dissertação, pelas sugestões dadas e constante apoio e apreciação evidenciados, pela indispensável ajuda em ultrapassar todas as dificuldades encontradas na utilização do programa ArcView, pelas suas criticas construtivas e comentários ao longo do desenvolvimento deste trabalho.

À Câmara Municipal de Baião, pela disponibilidade demonstrada, em fornecer todos os elementos necessários a elaboração deste trabalho.

Ao Eng. José Manuel e Doutora Susana Caetano, pela disponibilidade demonstrada em fornecer todos os elementos necessários a caracterizações dos equipamentos desportivos do concelho de Baião, bem como outros documentos úteis para a elaboração deste trabalho.

A todas as entidades responsáveis pelos equipamentos desportivos do concelho de Baião, aquando das deslocações para realizar a caracterização dos mesmos.

Ao meu avô Manuel (em memória), pela amizade, carinho, pela sua constante presença ao longo de toda a minha infância e pelos seus valiosos conselhos.

Aos meus avos paternos pelo carinho e apoio demonstrados nos momentos mais complicados e conselhos.

À toda a minha família, em especial, aos meus pais pelo constante apoio, irmãos e sobrinhos, pela amizade e carinho evidenciados nos momentos mais difíceis.

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A todos os meus amigos, pela amizade, apoio, carinho demonstrados em momentos complicados, em especial ao Filipe Peixoto, pelo constante apoio e ajuda em ultrapassar todas as dificuldades encontradas ao longo da realização deste trabalho, revelando-se um grande amigo.

Em especial, agradeço à Vânia, minha namorada, que desde o início me apoiou e encorajou, merecendo todo o meu carinho e admiração pela paciência, compreensão evidenciados nos momentos mais difíceis, ajudando-me a ultrapassa-los.

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RESUMO

Ao longo dos anos tem-se vindo a verificar um aumento significativo do número de equipamentos desportivos, bem como um forte aumento de investimentos em equipamentos desportivos. Mas apesar desse aumento da oferta e investimento de equipamentos desportivos, continuam a persistir desigualdades territoriais. Com o intuito de reduzir esses desequilíbrios territoriais, surgiu a Lei de Bases da Actividade física e Desporto, tendo como objectivos reduzir os desequilíbrios territoriais e garantir um melhor acesso a prática desportiva.

As cartas desportivas constituem um documento de apoio para operacionalizar a estratégica desportiva ao nível dos municípios, tendo como objectivo identificar a necessidade de infra-estruturas, oferta de instalações desportivas, o tipo de procura e o tipo de prática realizada nos municípios. A direcção regional do território e desenvolvimento urbano (DGOTDU), estabeleceu normas e critérios para programação de equipamentos desportivos, servindo de base para as entidades a nível central, regional e local avaliarem e aferirem sobre a realidade desportiva nos municípios.

Através da pesquisa realizada, constatou-se que dos critérios de programação apenas é avaliado um critério, a superfície desportiva útil por habitante, existindo outros critérios que deveriam ser tomados em linha de conta no processo de planeamento desportivo.

O principal objectivo desta dissertação é, com base nestes critérios, avaliara a rede de equipamentos desportivos do município de Baião e aferir sobre a sua adequação ao território, identificando níveis de acessibilidade, áreas de influência dos equipamentos, de modo a propor novas soluções de ordenamento, servindo de base para a elaboração das cartas desportivas municipais.

Para avaliar a rede de equipamentos desportivos do município de Baião, foi elaborado um Sistema de Informação Geográfica (SIG), utilizando a plataforma ArcView.

PALAVRAS-CHAVE: Cartas desportivas, Critérios de programação, Sistema de informação geográfica, Baião.

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ABSTRACT

Over the years has been verified a significant increase of the number of sports equipments, aswell as a strong increase of investments in sports equipments. But despite of that increase of offer and investment of sports equipments, still remains territorial inequality. In order to reduce that territorial instability emerged the Law of the Base of Physics and Sports Activity that aims to reduce territorial instability and insure a better access to sport's practise.

The sport letters constitute a support document to operationalize the sport strategy to the municipality's level, which purpose is to identify the necessity of infrastructure, offer of sport's instalation, the type of search and the type of practise performed in Municipality. The Regional planning and urban development (DGOTDU), established standards and criteria for planning of sports equipment, as the basis for the entities at central, regional and local levels to assess and benchmark the reality in sports cities.

The main objective of this thesis is based on these criteria, evaluate the network of sports equipments in the city of Baião and assess the adequacy to the territory, identifying levels of accessibility, catchment areas of the equipment in order to propose new solutions of planning, providing the basis for the development of municipal sport letters.

To evaluate the network of sport equipments of the municipal district of Baião, a System of Geographical Information (SIG) was elaborated, using the platform ArcView.

KEYWORDS: Sport letters, criteria programming, Geographical Information System, Baião.

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ÍNDICE GERAL 1.  INTRODUÇÃO GERAL ... 1  1.1 ENQUADRAMENTO ... 1  1.2 PROBLEMÁTICA ... 2  1.3 METODOLOGIA ... 3  1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ... 4 

2. PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS ... 6 

2.1 PLANEAMENTO DESPORTIVO EM PORTUGAL ... 13 

3. METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO DE REDES DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS ... 15 

3.1 METODOLOGIA ADOPTADA NA ELABORAÇÃO DO ATLAS DESPORTIVO DA LOUSÃ ... 15 

3.2 METODOLOGIA SEGUIDA PELO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM POLITICAS ECONÓMICAS DA UNIVERSIDADE DO MINHO ... 18 

3.3 FASES DE PLANEAMENTO DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS ... 20 

3.3.1 A OFERTA DE INSTALAÇÕES E ACTIVIDADES DESPORTIVAS ... 20 

3.3.2 DETERMINAÇÃO DA PROCURA ... 22 

3.4 CRITÉRIOS DE PROGRAMAÇÃO/ PLANEAMENTO ... 24 

4.  ANÁLISE E DIAGNÓSTICO DA REDE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS DO CONCELHO DE BAIÃO: METODOLOGIA BASEADA EM SIG ... 29 

O QUE É UM SIG? ... 29 

4.1  APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 31 

4.1.1 ESTRUTURA E DINÂMICAS DEMOGRÁFICAS ... 34 

4.1.2  PROCURA DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS DO CONCELHO DE BAIÃO ... 38 

4.1.3 OFERTA DE EQUIPAMENTOS NO CONCELHO DE BAIÃO ... 40 

4.1.4 ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE ACESSIBILIDADE A EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS ... 47 

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ÍNDICE GERAL

4.1.5 TEORIA DOS GRAFOS ... 48 

4.1.6 MODELO ARCO NÓ ... 48 

4.2 ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE ... 51 

4.2.1 PEQUENOS CAMPOS DE JOGOS ... 51 

4.2.2 GRANDES CAMPOS DE JOGOS ... 55 

4.2.3 PAVILHÕES DESPORTIVOS ... 58 

4.2.4 SALAS DE DESPORTO ... 61 

4.2.5 PISCINAS DESCOBERTAS ... 63 

4.2.6 PISCINAS COBERTAS ... 65 

4.3 SÍNTESE DOS RESULTADOS ... 68 

4.4  CENÁRIOS ACTUAIS E PROPOSTAS FUTURAS ... 69 

5.CONCLUSÕES ... 76 

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 78 

6.1 LIVROS, ARTIGOS E PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS ... 78 

6.2LEGISLAÇÃO ... 81 

ANEXO 1: Definições gerais ... 83 

ANEXO 2: População residente em 2001 por lugar das várias freguesias do concelho de Baião. ... 85 

ANEXO 3: ... 88 

Fichas de caracterização dos Equipamentos desportivos ... 88 

ANEXO 4: Quadros Diagnóstico para as várias tipologias de Equipamentos ... 130 

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ÍNDICE FIGURAS Figura 1 – Número de equipamentos desportivos por Nut III , Fonte: Instituto do Desporto de  Portugal (2008) ... 7  Figura 2 – Despesas com jogos e desportos por Nut II (Unidade em Milhares de euros), (2007)  ... 10  Figura 6 – Freguesias do concelho de Baião e rede viária ... 32  Figura 7 – Enquadramento do concelho de Baião ... 33  Figura 8 – Densidade populacional do concelho de Baião ... 37  Figura 9 – Distribuição geográfica da população ... 39  Figura 10 – Subsecções estatísticas do concelho de Baião ... 40  Figura 11 – Distribuição Geográfica dos Equipamentos Desportivos ... 43  Figura 12 ‐ SDU/Hab por freguesia ... 46  Figura 13‐ Representação de uma rede de Transportes (A) através de um Grafo (B) ... 48  Figura 14‐ Representação de um modelo Arco nó... 49  Figura 15 – Cálculo dos caminhos mínimos ... 50  Figura 16 – Áreas de Influência dos Pequenos Campos ... 53  Figura 17 – Áreas de influência dos Grandes Campos ... 56  Figura 18 – Áreas de influência dos Pavilhões Desportivos ... 59  Figura 19 – Área de influência da Sala de Desporto ... 62  Figura 20 ‐ Área de influência da Piscina Descoberta ... 64  Figura 21 – Área de influência da Piscina Coberta ... 66  Figura 22 ‐ Proposta para Grandes campos de jogos ... 70  Figura 23 ‐ Proposta para Pequenos campos de jogos ... 72  Figura 24 ‐ Proposta para Piscina Descoberta... 74

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Equipamentos desportivos existentes no País Fonte: Instituto do Desporto de

Portugal (2008) ... 8 

Quadro 2- Equipamentos desportivos existentes na região Norte, Fonte: Instituto do Desporto de Portugal (2008) ... 8 

Quadro 3 - Aptidão dos recintos e instalações desportivas ... 22 

Quadro 4 – Critérios de Planeamento e Programação de Equipamentos Desportivos ... 26 

Quadro 5 - critérios avaliados nas cartas desportivas ... 28 

Quadro 7 – População residente em 2001 por freguesia do concelho de Baião ... 38 

Quadro 8 – SDU/hab por freguesia ... 44 

Quadro 8 - População Servida e não servida por tipologia de Equipamento Desportivo no concelho de Baião actualmente ... 68 

Quadro 9 - População Servida e não servida por tipologia de Equipamento Desportivo no concelho de Baião (Proposta) ... 75 

Quadro 11 – População por lugar das freguesias de: Ancede, Campelo, Frende, Gestaçô e Gove  ... 85 

Quadro 12 – População por lugar das freguesias de: Grilo, Loivos do Monte, Mesquinhata, Ovil, Ribadouro, Santa Cruz do Douro, Santa Leocádia e Tresouras ... 86 

Quadro 13 – População por lugar das freguesias de: Santa Marinha do Zêzere, Teixeira, Teixeiró, Valadares, Viariz, Covelas e Loivos da Ribeira ... 87 

Quadro 14 - Quadro Diagnóstico para Grandes campos de Jogos ... 131 

Quadro 15 - Quadro Diagnóstico para Pavilhões Desportivos ... 132 

Quadro 16 - Quadro Diagnóstico para Salas de Desporto ... 133 

Quadro 17 - Quadro Diagnóstico para Piscinas cobertas ... 133 

Quadro 18 - Quadro Diagnóstico para Piscinas cobertas ... 133 

Quadro 19 - Quadro Diagnóstico para Grandes campos de Jogos (Cenário) ... 134 

Quadro 20 - Quadro Diagnóstico para Pequenos campos de Jogos (Cenário) ... 135 

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Evolução dos Equipamentos desportivos ... 6 

Gráfico 2 - Evolução das despesas com jogos e desportos Nut I Fonte: INE, anuários estatísticos. ... 9 

Gráfico 3 - Despesas com jogos e desportos por Nut II Fonte: INE, anuários estatísticos (2007)  ... 10 

Gráfico 4 - Variação da população do concelho de Baião entre 1991 e 2001 ... 34 

Gráfico 5 - Pirâmide etária do concelho de Baião de 1991 ... 35 

Gráfico 6 - Pirâmide etária do concelho de Baião de 2001 ... 35 

Gráfico 7 - Percentagem de população residente do concelho de Baião em 1991 por grupo etário  ... 35 

Gráfico 8 - Percentagem de população residente do concelho de Baião em 1991 por grupo etário  ... 36 

Gráfico 9 - Tipologias de Equipamentos Desportivos em Baião: Análise percentual ... 41 

Gráfico 10 - Estado de conservação Gráfico 11 - Nível de acesso ... 42 

Gráfico 12 - Percentagem de SDU/Hab por tipologia de equipamento desportivo... 45 

Gráfico 13 - Percentagem de População afecta aos Pequenos Campos ... 54 

Gráfico 14 - % de População servida e não servida pelos Pequenos Campos ... 55 

Gráfico 15 - Percentagem de População afecta as áreas de Influência dos Grandes Campos .... 57 

Gráfico 16 - % de População servida e não servida pelos Grandes Campos ... 58 

Gráfico 17 - % de População afecta as áreas de influência dos Pavilhões Desportivos ... 60 

Gráfico 18 - % de População servida e não servida pelos Pavilhões Desportivos ... 61 

Gráfico 19 - % de População servida e não servida por Salas de Desporto ... 63 

Gráfico 20 - % de População servida e não servida por Piscinas Descobertas ... 65 

Gráfico 21 - % de População servida e não servida por Piscinas Cobertas ... 67 

Gráfico 22 - População servida e não servida por Grandes campos de jogos (proposta) ... 69 

Gráfico 23 - População servida e não servida por pequenos campos (proposta) ... 71 

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INTRODUÇÃO GERAL

1. INTRODUÇÃO GERAL

1.1 ENQUADRAMENTO

Nas últimas décadas o desporto tem-se revelado parte integrante da vida da sociedade moderna. Com o passar do tempo as pessoas vão percebendo a importância do desporto para a qualidade das suas vidas.

Nos tempos modernos em que se fala muito da qualidade de vida das pessoas, devemos promover a actividade desportiva, fazer com que esta faça parte da vida dos cidadãos, que faça parte do seu dia-a-dia, embora muitas das vezes devido ao stress, falta de tempo, falta de recursos materiais e humanos não seja possível a prática desportiva regular de acordo com as nossas necessidades.

Nos dias de hoje isso já não acontece, os municípios promovem a prática de actividades de desporto bem como o desenvolvimento pelo seu gosto. Este facto pode-se confirmar pela existência de um pelouro do desporto a cargo de um vereador na maioria das Câmaras Municipais (Vaz, 2002).

Nos últimos anos foram construídos um elevado número de equipamentos desportivos e tem-se vindo a constatar que ainda há muito a fazer e o que foi feito não foi feito da melhor forma (Oliveira, 2006).

As redes de equipamentos desportivos têm de ser programadas de forma a abrangerem o território nacional, regional e local evitando assim erros de dimensão e programação para tentar reduzir os custos de construção e manutenção. É necessário construir os equipamentos desportivos nos locais onde se encontram as pessoas para dar satisfação as necessidades das mesmas (Oliveira, 2006).

É verdade que as Câmaras Municipais começaram a elaborar as Cartas Desportivas mas estas nem sempre foram feitas da melhor maneira. Com a elaboração das cartas desportivas pretende-se ter um conhecimento aprofundado da realidade desportiva existente nos concelhos, o que muitas das vezes não é conseguido por muitas das cartas desportivas, pois estas não avaliam critérios essenciais como as áreas de influência, população base, critérios de programação e critérios de dimensionamento necessários para a avaliação da situação existente nos municípios.

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INTRODUÇÃO GERAL

A Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU) publicou um conjunto de critérios para ajudar as entidades relacionadas no processo de planeamento, nomeadamente as câmaras municipais, mas estas em geral na elaboração das suas cartas desportivas, analisam apenas a superfície útil por habitante.

Este trabalho enquadra-se, sobretudo nos problemas causados pela falta de planeamento dos equipamentos desportivos e as consequências que dai advêm.

1.2PROBLEMÁTICA

Ao longo dos anos tem-se vindo a verificar um forte aumento do parque desportivo em Portugal, verificando-se este aumento principalmente na segunda metade do século XX. Em 1961 o número de equipamentos desportivos era de 1287 equipamentos desportivos, aumentando de tal forma que em 2008 o número de equipamentos desportivos era de 10163.

É um facto que o valor de equipamentos desportivos é bastante elevado, mas a sua distribuição no território não é equilibrada, existindo assim fortes desequilíbrios entre as várias regiões do território.

Assim como o aumento de equipamentos desportivos, tem-se vindo a verificar um aumento significativo do investimento em equipamentos desportivos, verificando-se mais uma vês o desequilíbrio entre as várias regiões, pois o investimento não tem sido feito de igual forma.

As cartas desportivas têm vindo a surgir na tentativa de ajudar a resolver os desequilíbrios observados constituindo documentos de apoio para operacionalizar as estratégicas desportivas municipais. Mas as metodologias adoptadas pelos municípios para a elaboração das suas cartas desportivas nem sempre são as mais adequadas. Das cartas desportivas analisadas, a larga maioria não avalia critérios importantes necessários à avaliação da rede de equipamentos desportivos dos municípios. O critério mais utilizado na elaboração das cartas desportivas é a análise da superfície desportiva útil por habitante,

Esta dissertação tem como objectivo avaliar a rede de equipamentos desportivos do município de Baião e aferir sobre a sua adequação ao território, identificando níveis de acessibilidade, áreas de influência dos equipamentos desportivos, de modo a propor

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INTRODUÇÃO GERAL

novas soluções de ordenamento. Servindo de base para uma metodologia de elaboração das cartas desportivas municipais.

1.3 METODOLOGIA

A primeira fase da elaboração desta dissertação passou pela recolha de informação, pesquisa bibliográfica e leitura sobre as várias temáticas relacionadas com as metodologias de elaboração de cartas desportivas. Nesta fase foi avaliado ate que ponto os critérios existente foram aplicados pelas cartas desportivas.

Para identificar os principais erros cometidos na elaboração das cartas desportivos, tornou-se necessário identificar os critérios aplicados para a programação e caracterização de equipamentos desportivos. Os critérios analisados foram os critérios compilados pela DGOTDU recolhidos junto das entidades responsáveis pela promoção dos equipamentos desportivos. Depois de conhecer os critérios necessários para avaliar a rede de equipamentos desportivos foram analisadas algumas cartas desportivas, para verificar quais os critérios analisados por estas.

Para analisar a situação existente do parque desportivo do município de Baião foi desenvolvido um SIG, na plataforma ArcView, permitindo identificar níveis de acessibilidade e áreas de influência.

Já definido o objecto de estudo tornou-se necessário a obtenção da cartografia planimétrica do município de Baião, constituída pelo edificado e pelos eixos viários. Com base na cartografia fornecida, foram georreferenciados ao seu respectivo centro geométrico todos os equipamentos alvo de análise neste trabalho. Foram igualmente obtidos junto do INE, através dos Censos 2001, os dados alfanuméricos referentes à população residente do município de Baião, dados esses desagregados ao nível da subsecção estatística. Para efeitos deste trabalho e como hipótese do modelo de análise implementado considerou-se que a população do município se encontra concentrada no ponto central de cada lugar existente no município, sendo portanto necessário agrupar os dados das subsecções e associá-los aos respectivos lugares constituídos. De modo a permitir uma análise de redes na plataforma SIG, a rede viária foi topologicamente tratada.

Para cada equipamento identificado foi feita uma caracterização desenvolvendo-se para tal uma ficha-tipo de levantamento. Esta caracterização foi feita através de

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INTRODUÇÃO GERAL

levantamentos in situ e consultando as entidades responsáveis pelos equipamentos desportivos.

Depois do devido tratamento da informação, procedeu-se ao cálculo das distâncias dos locais de residência (lugares) aos equipamentos desportivos, recorrendo para tal a ferramentas disponibilizadas no SIG criado através da extensão Network Analyst, avaliando-se posteriormente os níveis de acessibilidade

Depois do cálculo dos níveis de acesso, foi feita a análise dos valores obtidos através da elaboração de quadros diagnósticos com indicação da população servida para os vários intervalos de distância, respectiva percentagem e valores totais.

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta Dissertação é constituída por seis capítulos e cinco anexos.

O primeiro capítulo apresenta uma introdução geral, constituída por Enquadramento, Problemática, Metodologia e estrutura da Dissertação.

No segundo capítulo é apresentado a evolução do número de equipamentos desportivos aos longos dos anos, bem como a evolução do investimento feito nesta área. Este capítulo é ainda subdividido em três subcapítulos: o planeamento desportivo a nível nacional, regional e municipal, verificando quais os critérios avaliados em cada um deles. A nível municipal verifica-se quais os critérios avaliados nas cartas desportivas municipais, tomando como exemplo algumas cartas desportivas e verificando quais os critérios avaliados por elas.

No terceiro capítulo são apresentadas duas metodologias de planeamento de equipamentos desportivos: a metodologia seguida pelo Atlas Desportivo da Lousã e a metodologia apresentada pelo Núcleo de Investigação da Universidade do Minho. É apresentado as fases de planeamento de instalações desportivas, como se deve proceder para o levantamento da oferta de instalações desportivas, como caracterizar as instalações desportivas, como apurar a procura e quais os critérios de caracterização e programação de equipamentos desportivos a considerar no processo de planeamento.

O quarto capítulo refere-se ao estudo de caso, onde é feito uma breve apresentação do concelho de Baião, levantamento da procura e oferta de equipamentos desportivos do concelho de Baião. É feito o diagnóstico da oferta do actual parque

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INTRODUÇÃO GERAL

desportivo. É também, apresentada a metodologia seguida, para análise da rede de equipamentos desportivos do concelho de Baião. Neste mesmo capitulo foram desenvolvidos cenários, face às carências identificadas.

No quinto capítulo são apresentadas as conclusões retiradas com a realização desta dissertação.

No anexo 1 são apresentadas algumas definições relacionadas com o planeamento de equipamentos desportivos. No anexo 2 é apresentada a população residente em 2001por lugar das várias freguesias do concelho de Baião. No anexo 3 são apresentadas as fichas de caracterização dos equipamentos desportivos. No anexo 4 são apresentados os quadros diagnósticos referentes as várias tipologias de equipamentos. Por fim no anexo 5 são apresentados, os quadros diagnósticos elaborados a partir das propostas equacionadas.

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

2. PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Ao longo dos anos tem-se verificado um aumento significativo do parque desportivo em Portugal. Esse aumento verificou-se principalmente na 2ª metade do século XX, como se pode ver através do gráfico 1. Este facto pode ser observado através dos valores divulgados por João Roquette no Congresso do Desporto (Lisboa, Janeiro de 2006), onde se pode verificar esse mesmo aumento de equipamentos desportivos entre 1961 a 1998. Em 1961 o valor de equipamentos existentes no País era de 1287 e em 1971 os equipamentos existentes já eram de 3015. No período entre 1971 e 1998 foi o período onde o aumento do número de equipamentos foi bastante significativo, aumentando de 3015 para 12500 equipamentos desportivos.

No inicio século XXI a oferta de equipamentos desportivos diminuiu. Entre 1998 e 2008 verifica-se uma diminuição de 12500 equipamentos desportivos para 10163 equipamentos. Esta diminuição pode ter sido originada pelo ajustamento face às alterações da procura, envelhecimento demográfico, imigrações e falta de capacidade económica para manter os equipamentos em funcionamento.

  Gráfico 1 – Evolução dos Equipamentos desportivos

Como se pode verificar na figura 1, o número de equipamentos desportivos existentes no território Português não é equilibrado. Na região Norte é onde se verifica um maior número de equipamentos desportivos, ao contrário do Algarve que é a região com menor número de equipamentos desportivos. Este elevado número de equipamentos desportivos na região norte, pode ser consequência da dispersão da população verificada no norte do país.

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

  Figura 1 – Número de equipamentos desportivos por Nut III , Fonte: Instituto do Desporto de Portugal (2008)

Relacionando o número de equipamentos desportivos existentes em 2008 com os valores de população residente estimada pelo INE para 2007, verifica-se que a relação entre o número de equipamentos e a população residente não é homogénea. As regiões do Algarve, Alentejo e Centro apesar de serem as regiões com menor população residente são as regiões com maior número de superfície desportiva útil por habitante (SDU/Hab.), encontra partida as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte são as regiões com maior número de população residente e menor valor de superfície desportiva útil por habitante.

A região do País com maior superfície desportiva útil por habitante é a região do Alentejo e a menor é a região de Lisboa e Vale do Tejo.

Como já foi referido atrás o norte é a região do território com maior número de equipamentos desportivos, cerca de 32 % dos equipamentos desportivos existentes no território. Este elevado número de equipamentos desportivos na região Norte deve-se ao facto de ser a região do País com maior número de população residente, mas também pode ter origem na dispersão dos aglomerados populacionais originando uma dispersão dos equipamentos, ou seja, como os aglomerados populacionais são dispersos estes precisam de maior número de equipamentos desportivos, o que não seria necessário se os aglomerados fossem mais concentrados, pois seria mais fácil para as populações chegarem até esses equipamentos desportivos não percorrendo grandes distâncias.

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Equipamentos desportivos a nível Nacional

   População Residente 2007 Grande campo Pista de Atletismo Pequeno campo Campo de Ténis Sala de Desporto Pavilhão desportivo Piscina coberta Piscina descoberta Total Área Total de Equipamentos (m2) SDU/Hab. (m2/Hab.) Alentejo 760933 264 8 204 72 72 69 33 59 781 1922837 2,53 Algarve 426386 82 3 298 256 139 25 6 24 833 979182 2,30 Centro 2385911 748 16 913 205 173 220 77 96 2448 5796760 2,43 Lisboa e vale Do Tejo 2808414 556 22 1014 305 512 254 115 51 2829 5010999 1,78 Norte 3745236 1066 10 1081 252 328 318 124 93 3272 7090214 1,89 Total 10082154 2716 59 3510 1090 1224 886 355 323 10163 20799992 2,06

Quadro 1 - Equipamentos desportivos existentes no País Fonte: Instituto do Desporto de Portugal (2008)

Lisboa e Vale do Tejo são a segunda região do território com maior número de equipamentos desportivos, com cerca de 28% dos equipamentos existentes no território. As regiões do território com menor número de equipamentos desportivos são a região do Algarve e Alentejo com cerca de 8% dos equipamentos existentes no território Português.

Os pequenos campos são a tipologia dominante no território Português, este facto pote ter como explicação de o investimento em pequenos campos ser menor e a maioria dos aglomerados não tem população mínima que justifique a criação de outro tipo de equipamento desportivo.

Atendendo que a região Norte é a região do território com maior número de equipamentos desportivos é de interesse verificar a sua distribuição territorial.

Equipamentos Desportivos na Região Norte

População Residente 2005 Grande campo Pista de Atletismo Pequeno campo Campo de Ténis Sala de Desporto Pavilhão desportivo Piscina coberta Piscina descoberta Total Área Total de Equipamentos (m2) SDU/Hab. (m2/Hab.) Alto Trás-os-Montes 216245 142 1 72 26 22 23 8 17 311 816680 3,78 Ave 524057 143 1 144 22 32 25 14 8 389 870034 1,66 Cávado 411327 167 1 126 21 25 24 13 11 388 918875 2,23 Douro 212170 152 1 169 28 29 42 13 22 456 1037556 4,89 Entre Douro e Vouga 287665 24 0 39 9 9 8 5 7 101 175207 0,61 Grande Porto 1281424 135 3 296 111 150 126 43 10 874 1280613 1,00 Minho - Lima 251676 84 2 113 16 23 26 12 7 283 682427 2,71 Tâmega 560672 219 1 122 19 38 44 16 11 470 1308822 2,33 Total 3737791 1066 10 1081 252 328 318 124 93 3272 7090214 1,90 Quadro 2- Equipamentos desportivos existentes na região Norte, Fonte: Instituto do Desporto de Portugal (2008)

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

A Nut III da região Norte com maior número de equipamentos desportivos é o Grande Porto, com 27% dos equipamentos existentes na região norte. Em contra partida a Nut III da região Norte com menor número de equipamentos desportivos é entre o Douro e o Vouga, com 3% dos equipamentos desportivos existentes na região Norte.

Os pequenos campos são a tipologia dominante na região Norte, com 1081 pequenos campos, seguindo-se os grandes campos com 1066 grandes campos. A tipologia menos dominante é a pista de atletismo com apenas 10 equipamentos desportivos.

A Nut III da região norte com maior superfície desportiva útil por habitante é Alto Trás-os-Montes, e a Nut III com menor superfície útil por habitante é entre o Douro e Vouga.

É de relativa importância relacionar o número de equipamentos desportivos existentes com o investimento feito nesta área. Para tal foi consultado junto do INE as despesas totais com jogos e desportos. Estas despesas totais são relativas a: actividades desportivas, associações desportivas, construção e manutenção de recintos e outras actividades. Os valores consultados, referem-se a despesas entre 1999 até 2007.

Através da análise do gráfico 2 verifica-se um aumento significativo das despesas em jogos e desportos entre 2000 até 2003. Entre 2003 e 2004 as despesas sofreram uma redução de 369 548 000 para 320 838 000 euros. Em 2005 regista-se o maior valor de despesas de jogos e desportos, 370 831 000 euros. Desde de 2005 as despesas com jogos e desportos diminuíram.

  Gráfico 2 - Evolução das despesas com jogos e desportos Nut I Fonte: INE, anuários estatísticos.

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

  Figura 2 – Despesas com jogos e desportos por Nut II (Unidade em Milhares de euros), (2007)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

As despesas com jogos e desportos em todo o território Português foram de 290 192 904 euros. Dessas despesas ocorridas no território 39% são despesas relativas a região norte, sendo assim a região com maior número de despesas com jogos e desportos. A região do Alentejo é onde ocorre o menor valor de despesas com jogos e desportos, apenas 10% das despesas totais. Tal como o número de equipamentos a região norte é a região com maior valor de despesas com jogos e desporto.

  Gráfico 3 - Despesas com jogos e desportos por Nut II Fonte: INE, anuários estatísticos (2007)

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Depois destas considerações é importante colocar a seguinte questão:

O aumento da oferta de equipamentos desportivos e aumento do investimento desportivo resultou em melhores condições de acesso ao desporto?

Apesar do aumento da oferta de equipamentos desportivos e do investimento desportivo, continuam a persistem desigualdades territoriais. Um dos objectivos da Lei de Bases da actividade Física e do Desporto é corrigir as desigualdades territoriais. Referindo no seu artigo 4º, os princípios da coesão e da continuidade territorial e no ponto 2 a necessidade de corrigir essas desigualdades territoriais.

Atendendo à distribuição territorial dos equipamentos referida anteriormente, constata-se que a distribuição territorial não é correcta, muito provavelmente devido à ausência se planeamento.

Um dos problemas abordados no Congresso do Desporto foi a desigualdade de oportunidades no acesso a equipamentos desportivos e a prática desportiva. A carta europeia do desporto tem como um dos seus objectivos dar a cada indivíduo a possibilidade de praticar desporto (Carta Europeia do Desporto). Assim como a lei de bases da actividade física e do desporto que diz no seu artigo nº2 que todos devem ter direito ao desporto enquanto elemento indispensável ao desenvolvimento da personalidade, (lei nº5/2007 de 16 de Janeiro).

A localização e tipologia desadequadas às práticas desportivas realizadas são mais um dos problemas citados no congresso do desporto. A lei de bases da actividade física e desporto refere no seu artigo nº 4 a necessidade de corrigir desequilíbrios originados pelo afastamento e pelo isolamento, para garantir a participação dos praticantes e clubes regionais, assim como promover a actividade física. A falta de qualidade dos equipamentos desportivos é mais um dos problemas associados a falta de planeamento, causada por tipologias desadequadas. A lei de bases da actividade física e desporto diz no artigo nº 8 que o estado deve desenvolver políticas em colaboração com as regiões autónomas e autarquias no sentido de melhorar a rede de infra-estruturas e equipamentos desportivos tendo como objectivo criar uma rede de equipamentos desportivos diversificado e de qualidade, (Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, 2007).

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Os problemas identificados no Congresso do Desporto pressupõem uma nova atitude de planeamento, baseado em princípios base de universalidade e oportunidade de acesso mas orientados/balizados por critérios de eficácia e sustentabilidade.

António Marques referiu no Congresso do Desporto, (Santarém, Dezembro de 2005) que o desenvolvimento do sistema desportivo deveria ter por base três exigências essenciais:

 Não é possível que todos possam ter tudo;  Alguns precisam mais do que outros;

 O acesso a actividade físico – desportiva é um direito de todos;

No primeiro ponto, não é possível que todos possam ter todas as tipologias e em grande número. Deve-se dar prioridade ao funcionamento em rede, compatibilizar os interesses das populações com a eficiência económica da gestão dos equipamentos desportivos.

O segundo ponto, refere que há populações que necessitam mais de equipamentos desportivos do que outras, ou seja, as populações que se encontram a uma maior distância dos equipamentos precisam mais do que aquelas que estejam mais próximas. Deve-se considerar a função social dos equipamentos desportivos, obrigando a que estes estejam próximos das populações para criar hábitos de prática desportiva contribuindo assim para a sociabilidade e coesão social. Este aspecto é um dos princípios da Lei da Actividade Física e Desporto, sendo o princípio da coesão e da continuidade territorial onde se prevê o desenvolvimento da actividade física e do desporto, com o objectivo de combater as assimetrias regionais e contribuir para inserção social e coesão nacional.

O terceiro ponto refere que a escola deve ser um elemento de referência para promover a prática desportiva e garantir o acesso equitativo a prática desportiva. Esta é uma exigência prevista também na Lei de Bases do Desporto, no artigo nº2 onde refere que todos têm direito ao desporto, enquanto elemento indispensável ao desenvolvimento da personalidade.

Segundo Bessa (2005), para atingir o equilíbrio entre os equipamentos existentes e a procura para evitar problemas já referidos atrás é necessário definir os equipamentos a projectar e a construir. Esta definição resulta da análise dos objectivos das actividades

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

desportivas que são: a quem queremos servir? O que queremos fazer? E como o queremos fazer? Estas três perguntas são perguntas indispensáveis a definição e projecção territorial dos equipamentos desportivos.

Uma questão importante é como conseguir o equilíbrio necessário para que a população em geral tenha acesso, gosto e necessidade pelas actividades físicas – desportivas?

Para atingir este equilíbrio é necessário definir uma estratégia de intervenção comum às diversas áreas e sectores desde o território ao associativismo desportivo, sem esta definição não será possível criar rotas para atingir os propósitos da necessidade e do equilíbrio territorial das redes de equipamentos desportivos.

A distribuição dos equipamentos no território deve ser feita de forma equilibrada recorrendo a um modelo de quatro níveis de redes sobrepostas mas não interpenetráveis e que se desenvolvam segundo propósitos, dimensões e escalas territoriais diferentes. Esses níveis são: rede de equipamentos desportivos de espectáculos: destinados a cobrir as necessidades territoriais de espectáculos desportivos articulados a nível nacional, rede de equipamentos desportivos especializados: abrangendo as modalidades com exigências funcionais particulares em que a articulação se estabelece em modelos nacionais, rede de equipamentos desportivos de base: constituídos pelos equipamentos fundamentais para a prática desportiva e de actividades físicas – desportivas e rede de equipamentos desportivos informais de proximidade: constituída por espaços destinados a actividades físicas – desportivas de utilização informal e o mais livre possível estando a sua escala articulada em unidades de vizinhança do território de agregados populacionais.

2.1 PLANEAMENTO DESPORTIVO EM PORTUGAL

A Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto (lei nº5/2007 de 16 de Janeiro), no artigo nº8, no ponto nº 2 refere que os instrumentos de gestão territorial devem prever a existência de infra-estruturas de utilização colectiva para a prática desportiva, com o objectivo de requalificar o parque das infra-estruturas desportivas o estado assegura a realização de planos, programas e outros instrumentos que regulem o acesso ao financiamento público para a realização de infra-estruturas desportivas.

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PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Surgindo assim as cartas desportivas necessárias para a obtenção de financiamento público para a realização de equipamentos desportivos.

A lei de bases da actividade física e do desporto determina a elaboração da carta desportiva nacional, a qual deve conter o cadastro, registo de dados e indicadores que permitam o conhecimento de factores de desenvolvimento desportivo, tendo como objectivo o conhecimento da realidade desportiva nacional. Este cadastro é feito pelas autarquias carregando os dados e indicadores necessários a elaboração da carta desportiva nacional.

A nível regional foi elaborado um estudo de avaliação das redes de equipamentos desportivos no Oeste e Vale do Tejo que tinha como objectivos: avaliar a cobertura populacional e territorial dos equipamentos, avaliar a adequação das redes de equipamentos a região do Oeste e Vale do Tejo, avaliar a conformidade entre as tipologias actuais definidas pelos sectores e os equipamentos existentes. Através da análise deste estudo pode-se concluir que os objectivos não foram atingidos, pois os critérios de avaliação considerados foram apenas: dotação funcional, dimensões úteis e população de base.

A nível municipal, as cartas desportivas, por seu turno, constituem um documento de apoio orientador para operacionalizar a estratégia desportiva ao nível dos municípios. O objectivo deste documento estratégico é identificar as necessidades de infra-estruturas, oferta de instalações desportivas, o tipo de procura e o tipo de prática realizada nos municípios.

Este documento engloba informações sobre três realidades:

Participação desportiva: realidade desportiva no concelho em termos de prática, ou seja, número de praticantes, actividades praticadas, procura, actividades mais praticadas, motivações para a prática desportiva;

Associativismo desportivo: informações relativas aos clubes, como contactos, situação desportiva, atletas;

Oferta desportiva: número total de instalações desportivas no concelho, referenciando a área, tipo de gestão, modalidades possíveis a praticar (Câmara Municipal de Guimarães.2009).

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METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO DE REDES DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

3. METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO DE REDES DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Com a necessidade de planear ao longo dos anos surgiu a necessidade de criação de metodologias de planeamento, para tentar minimizar os problemas causados pela falta de planeamento. O estabelecimento de uma metodologia de planeamento é um processo complicado, visto que o planeamento envolve inúmeras variáveis.

Um processo de planeamento de equipamentos desportivos deve ser orientado de acordo como uma metodologia bem definida de forma que as decisões sejam razoáveis e sejam tomadas de forma participada. Os aspectos a ter em conta nesta metodologia são os elementos que definem a oferta e procura de equipamentos e o modo como esses elementos se relacionam.

3.1 METODOLOGIA ADOPTADA NA ELABORAÇÃO DO ATLAS DESPORTIVO DA LOUSÃ

O ordenamento do território deve considerar os espaços e os equipamentos colectivos associados a prática desportiva nas várias vertentes, nomeadamente lazer, competição, formação, treino e espectáculo. Para tal torna-se necessário verificar a disponibilidade de espaços com características adequadas a implementação das diferentes tipologias de equipamentos.

O planeamento territorial nas suas acções de reabilitação dos espaços urbanos e rurais, deve ter em linha de conta os equipamentos desportivos como elementos estruturantes, tendo em atenção que estes deverão assumir uma perspectiva de interacção social da comunidade e proporcionar o desenvolvimento de actividades estimuladoras de hábitos e comportamentos da mesma (Atlas desportivo da Lousã).

A metodologia seguida pelo Atlas desportivo da Lousã (Figura 3), começa por fazer o levantamento de todos os equipamentos desportivos do município. O levantamento é feito através da recolha directa no terreno, dos equipamentos existentes em utilização ou sem utilização. O passo seguinte foi elaborar uma base de dados na qual conta com as informações referentes aos equipamentos desportivos artificias, ao movimento associativo e aos parques infantis existentes no município. Depois destas duas primeiras fases é elaborado um primeiro diagnóstico sobre a oferta de equipamentos relativamente ao parque desportivo do município cruzado

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simultaneamente com as características morfologias, demográficas, acessibilidades e evolução do construído. Nesta fase de diagnóstico é possível retirar conclusões a cerca da qualidade da oferta de equipamentos desportivos, bem como fixar critérios de satisfação das necessidades em função dos objectivos da autarquia e movimento associativo em relação ao desenvolvimento desportivo.

Depois de elaborar o diagnóstico é possível identificar as carências actuais do parque desportivo e através destas carências torna-se possível traçar cenários evolutivos da demografia, acessibilidades, do construído e ao nível da procura desportiva.

Com a possibilidade de traçar vários cenários, torna-se fácil o conhecimento da oferta em função das perspectivas futuras, sendo possível assim definir novos equipamentos desportivos a construir no município.

Esta metodologia serve de base para a realização da sua carta desportiva, servindo este documento para analisar um conjunto de variáveis relacionadas com o sistema desportivo e variáveis em termos demográficos.

Como a elaboração deste atlas é atingido dois objectivos a que este se propunha: criação de vários cenários em função das perspectivas futuras e a definição de novos equipamentos futuros a construir no município.

Neste trabalho foram definidos alguns conceitos básicos, que serviram de base para a integração de várias variáveis associadas ao sistema desportivo numa fase seguinte, assim como a análise de varias perspectivas contribuindo deste modo para a criação de novas metas a atingir e clarificar os objectivos actuais de ordenamento e planeamento territorial a médio e longo prazo. Estes objectivos de natureza evolutiva devem ser executáveis de forma a garantirem a coerência da rede de equipamentos desportivos. Garantindo também o acesso livre ao desporto por toda a população e assegurando deste modo a igualdade de oportunidades.

Os equipamentos desportivos são avaliados neste documento quanto ao número e a respectiva área útil. Ao analisar estas duas variáveis é possível caracterizar o parque desportivo, não dando exactamente o conhecimento da realidade existente no concelho, mas consegue-se pelo menos a análise sobre as principais carências e uma descrição aproximada da realidade.

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METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO DE REDES DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

Ao analisar as carências este documento tenta atingir o objectivo de cobertura sugerido pelo conselho internacional para a educação física e desporto de 4 m2 de área útil por habitante. Este critério foi analisado para todas as tipologias de equipamentos do município, desagregados por freguesia. Para o cálculo das necessidades foram consideradas duas variáveis a área útil desportiva e a população residente em 2001.

Com base em inquéritos realizados sobre a procura desportiva no município, assim como informações referentes aos planos de urbanização e plano director municipal, quer as projecções demográficas o Município da Lousã um conjunto de espaços desportivos capaz de dar resposta a procura e melhorar a qualidade de vida da população do município.

 

Levantamento dos equipamentos espaços existentes

Elaboração da base de dados

Equipamentos desportivos artificiais

Movimento associativo

Parques infantis Diagnóstico da oferta do actual

parque desportivo municipal

Constatação das carências  actuais do parque desportivo 

formal 

Caracterização física do território, análise demográfica, evolução do construído, 

acessibilidades 

Inventariação da qualidade da oferta em termos de equipamentos formais Fixação de critérios de satisfação das necessidades em função dos objectivos da

autarquia no quadro de desenvolvimento desportivo e dos objectivos do movimento

associativo Constatação das carências

futuras

Definição dos novos equipamentos formais a edificar no município

Cenários evolutivos: demografia, construído e em particular, a procura desportiva Fixação de critérios de planeamento integrado

Criação de diferentes cenários de oferta em função das perspectivas futuras Figura 3- Esquema metodológico, adaptado do Atlas desportivo da Lousã

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3.2 METODOLOGIA SEGUIDA PELO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM POLITICAS ECONÓMICAS DA UNIVERSIDADE DO MINHO

Para a realização da prática desportiva são necessárias instalações e recintos adequados. Neste contexto o estudo realizado por um núcleo de investigação da Universidade do Minho procura responder a uma questão essencial que é:

“ Que oferta de instalações, recintos e espaços desportivos existem hoje e no futuro ao dispor da comunidade, em que quantidades, com que funcionalidades e arquitectura, com que tipo de equipamento e com que tipo de localização?”

(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)

Esta questão resume toda a problemática em torno do planeamento de equipamentos desportivos. A base do planeamento de equipamentos desportivos é a quantificação da oferta existente de instalações, recintos para a prática desportiva, tendo assim um conhecimento sobre a realidade desportiva no território.

Para responder a questão colocada anteriormente é necessário, conhecermos algumas variáveis como: os habitantes que praticam desporto no presente e os que iram praticar no futuro, as modalidades praticadas, com que frequência esses habitantes praticam desporto, em que período do dia e dia da semana, bem como os espaços desportivos e sua localização.

As linhas de orientação propostas pelo referido estudo, relacionam os espaços desportivos naturais e artificiais, cruzando-os com dados recolhidos sobre a prática desportiva realizada pela comunidade. A análise da oferta e procura é realizada através de dados do presente.

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(Adaptado de Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)  

Análise do problema e formulação de objectivos para o desenvolvimento de

actividades e espaços desportivos

Levantamento de clubes Apuramento do número de

praticantes presentes e futuros

Levantamento de espaços actuais e previsão para o futuro

Apuramento da oferta de serviços desportivos presente e futuros

Apuramento da necessidade de procura de espaços desportivos

presente e futura

Balanço procura/oferta de instalações e espaços desportivos

Concepção de medidas para programas e espaços desportivos

Prognóstico dos efeitos das medidas delineadas anteriormente Definição de prioridades e decisão em

relação a objectivos e medidas

Controlo de resultados e continuação do planeamento de espaços desportivos

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3.3 FASES DE PLANEAMENTO DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS

As fases para o planeamento de espaços desportivos, passa por identificar o problema e os objectivos a atingir

Para definir com clareza os princípios de planeamento dos espaços desportivos deve ser determinado ao pormenor os elementos essenciais para a actividade desportiva, para a construção de instalações e espaços desportivos e seu desenvolvimento.

Para levar a cabo estes princípios é necessário conhecer as diferenças entre o número da oferta de equipamentos desportivos e a criação de novos equipamentos para serem debatidos ao nível público como politico (Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002).

Os objectivos a atingir passam por duas fazes: “apuramento da oferta desportiva e actividades desportivas” e “apuramento e avaliação dos espaços desportivos”.

Segundo este estudo na análise do problema e formulação dos objectivos, e na preparação da metodologia proposta deve ter-se em consideração:

 Levantamento e avaliação dos espaços desportivos existentes;

 Apuramento da oferta de serviços desportivos e conhecimento das actividades desportivas;

 Objectivos político-desportivos de associações e federações;  Os objectivos de desenvolvimento para o município;

O objectivo essencial no planeamento de instalações desportivas e espaços desportivos é encontrar informações necessárias sobre o tipo e o número de recintos actuais e futuros. Nesta fase deve-se ter em linha de conta os objectivos políticos – desportivos, sobre a prática de desporto actual e futura da população. Para além disso sobre a oferta de valências por parte de clubes e outras instituições públicas e privadas (International Association for Sports and Leisure Facilities.1993)

3.3.1 A OFERTA DE INSTALAÇÕES E ACTIVIDADES DESPORTIVAS

Esta fase de investigação referente aos praticantes e respectivas ofertas, conjugando-se os tipos de modalidade que podem ser praticados nos clubes desportivos

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e por todos os outros praticantes (Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)

A quantidade e qualidade das instalações desportivas e a sua distribuição nos municípios influenciam as acessibilidades dos cidadãos aos locais de prática desportiva e consequentemente a participação em actividades desportivas, visto que estas se realizam em instalações específicas e adequadas. Devido a este facto o apuramento da oferta de instalações deve ser feito com o máximo de rigor. O apuramento da procura deve ser feito no terreno, levantando informações como as tipologias dos equipamentos, e valências proporcionadas pelos equipamentos aos utentes e modalidades que estes podem praticar (Carta das instalações desportiva do Concelho de Tondela.2008)

Segundo Castilho, citado por Cadima (2002), após o levantamento dos espaços desportivos existentes, procede-se a elaboração de um registo com informações sobre o tipo, dimensão, local e utilização. Este registo deve conter informações sobre as modalidades praticadas nos recintos desportivos e capacidade.

De acordo com Schemel, citado por Cadima (2002) as imediações dos recintos desportivos devem ser conjugadas, informações referentes ao local, por exemplo factores de interferência, necessidade de protecção das imediações, rede de ligação rodoviária e acessibilidades.

“Aquando da avaliação dos espaços desportivos, é conveniente decidir quais os espaços desportivos “adequados”, “adequados condicionados” ou “não – adequados”.

Na avaliação arquitectónica, um espaço desportivo poderá ser classificado da seguinte forma:

 Categoria 1 – espaços desportivos em condições utilizáveis;  Categoria 2 – espaços desportivos com deficiências mínimas;  Categoria 3 – espaços desportivos com deficiências graves;  Categoria 4 – espaços desportivos não utilizáveis;

Com base na definição destas quatro categorias, o quadro 3 relaciona as categorias com a capacidade de funcionamento a curto, médio e longo prazo. Este quadro será apresentado de seguida.

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CATEGORIA DE AVALIAÇÃO

APTIDÃO DOS RECINTOS E INSTALAÇÕES DESPORTIVAS

CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO

CATEGORIA 1 Apto Apto Apto

CATEGORIA 2 Apto

APTO com limitações. É necessário tomar

medidas compensatórias de restauração de grande

porte.

APTO com limitações. Só utilizáveis se forem

tomadas medidas compensatórias de

médio prazo.

CATEGORIA 3

APTO com limitações. É necessário tomar medidas compensatórias de restauração de grande porte. NÃO APTO. Só utilizáveis se forem tomadas medidas compensatórias de curto prazo. NÃO APTO. Só utilizáveis se forem tomadas medidas compensatórias de curto prazo.

CATEGORIA 4 Não Apto Não Apto Não Apto

Quadro 3 - Aptidão dos recintos e instalações desportivas

(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)

Os espaços classificados com a categoria 1, como se pode confirmar na tabela, são utilizáveis a curto, médio e longo prazo. Os classificados com a categoria 2 são aptos a curto prazo, a médio e longo prazo serão aptos se forem alvo de algumas medidas de restauração. Os classificados com categoria 3 estarão aptos a curto prazo mas com algumas limitações, limitações que necessitam de algumas medidas de restauração. A médio e longo prazo não estarão aptos, necessitando assim de medidas de restauração. Os classificados com a categoria 4 não estarão em condições de utilização a curto, médio e longo prazo.

Para além da avaliação arquitectónica, é necessário avaliar a capacidade dos espaços desportivos com base nas características necessárias para a realização das modalidades a praticar. Características como: dimensão, equipamentos e salas de apoio.

3.3.2 DETERMINAÇÃO DA PROCURA

Para contabilizar a procura de instalações desportivas é necessário, contabilizar o número de praticantes actuais e futuros, relativa a equipas federadas ou não, verificando se a quantidade de instalações actuais são suficientes para a prática desportiva. Depois de se conhecer o número de instalações existentes e o número de praticantes, será possível avaliar a necessidade de instalações futuras. A figura 5 ilustra a metodologia

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para o apuramento da procura, seguida pelas linhas de orientação para o planeamento de equipamentos desportivos.

(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)

A procura refere-se neste estudo ao tipo e a intensidade com que a modalidade é praticada. A necessidade de espaços desportivos para a prática das modalidades é apresentada em função do tipo, numero, dimensão, equipamento e localização.

Para o apuramento da procura é necessário conhecer a população praticante de desporto actual e futura, distinguindo as actividades do desporto federado e não

População

Cota activa População praticante activa de desporto

Factor preferencial Total de desportistas conforme a modalidade

Praticantes conforme a modalidade

Desportistas conforme as modalidades do desporto não organizado Desportistas conforme a modalidade

no desporto organizado

Frequência Duração Necessidade de prática desportiva no

desporto organizado

Necessidade de prática desportiva no desporto não organizado

Necessidade de espaços desportivos segundo o tipo,

quantidade e dimensão das instalações no desporto

organizado

Necessidades de espaços desportivos segundo o tipo,

quantidade e dimensão das instalações no desporto não

organizado Factor coordenação Capacidade de ocupação Vida útil Factor utilização  Necessidade total, segundo o  tipo, quantidade e dimensão  das instalações do desporto  organizado e não organizado

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federado. A base da contabilização da procura é o comportamento desportivo da população. Para tal é indispensável levantar alguns dados como por exemplo:

 Número de habitantes com habitação principal e secundária, segundo o sexo e classe etária;

 Membros de clubes desportivos, de secções desportivas, bem como membros activos e passivos, divididos por sexo e idade;

 Parâmetros de planeamento de hábitos desportivos actuais e futuros da população, assim como a utilização das instalações desportivas;

(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)

3.4 CRITÉRIOS DE PROGRAMAÇÃO/ PLANEAMENTO

 

A DGOTDU estabeleceu normas e critérios para a programação de equipamentos desportivos, com o objectivo de disponibilizar informação a todas as entidades relacionadas com o planeamento e ordenamento do território, a nível central, regional e local. Estes critérios têm em linha de conta, indicadores importantes para a implantação de determinado tipo de equipamento. A DGOTDU elaborou fichas de caracterização dos equipamentos, onde foram introduzidos os indicadores necessários a programação e caracterização dos diferentes equipamentos, tais como:

 Área de influência e irradiação: A irradiação é o valor máximo de tempo de percurso ou distancia percorrida desde o local de origem (Residência) e o destino (equipamento). Esta pode ser medida a pé em quilómetros, ou de transportes públicos. Área de influência de um equipamento é a área delimitada pelos pontos do território cuja distância ao equipamento corresponde a irradiação. Para a delimitação da área de influência a irradiação é medida através das vias de comunicação, tendo em conta as características físicas do território, como também a rede de transportes públicos.

 População de base: Valor de população a partir do qual se justifica a criação de um novo equipamento. Este valor pode ser indicado em número de habitantes, através de um estrato populacional ou através de utentes do equipamento. A população de base é a população que serve de suporte a uma unidade mínima de equipamento. Unidade mínima é o equipamento que possui dimensões e

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características que representam o limiar a partir do qual se verificam as condições se viabilidade económica e funcional.

 Critérios de programação: O critério de programação tem como principio critérios relacionados com o funcionamento e gestão dos equipamentos. Com o objectivo de estabelecer condições necessárias e adequadas para o equipamento fornecer um serviço de qualidade. O critério de programação de cada equipamento é estabelecido através de vários indicadores, indicadores esses que reflectem valores mínimos, valores preferenciais ou valores máximos de utentes, consoante a especialidade do equipamento e do sector em causa.

 Critérios de Dimensionamento: Estes critérios permitem determinar as dimensões dos equipamentos. Através dos critérios de dimensionamento deve-se obter, pelo menos, a área de terreno e a área de construção.

 Critérios de localização: Estes critérios definem as condições que se deve ter em consideração na escolha do local de localização dos equipamentos. Essas condições referem-se a complementaridade e incompatibilidade com outros equipamentos já existentes. Bem como características adequadas que os equipamentos devem obedecer para a prestação de um serviço de qualidade (DGOTDU.2002).

No quadro 4 pode-se consultar para cada tipologia de equipamentos desportivos a área de influência a considerar para a programação e caracterização dos equipamentos, assim como a população de base e os critérios de programação, dimensionamento e localização. Estes elementos devem ser considerados no planeamento de qualquer tipo de equipamentos, para evitar situações de conflito com outros, como incompatibilidade e complementaridade.

Os seguintes critérios ajudam as entidades responsáveis a programar e planear os futuros equipamentos, evitando que estes não satisfação as condições adequadas para o seu bom funcionamento e prestação de um serviço de qualidade aos praticantes de desporto.

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Tipologia de equipamento

Área de Influência Pop. de

Base Critério de Programação Critério de Dimensionamento Actividades Critério de Localização A pé (km) Transportes públicos (min) Mínimo (Hab.) Dotação funcional útil (m2/hab.) Dotação urbanística (m2/hab.) Dimensão funcional útil (Sd) (m2) Área de implantação (Sc) Área de reserva urbanística (Su) Actividades praticadas por modalidade

Os critérios de localização são idênticos para todos os equipamentos de base, formativos, devendo: Reduzida Standard

Campo de Ténis,

Campo Polidesportivo 0,5 a 1 5 800 1 1,4 800 1500 Sc=1,4×Sd Su=1×Sc

Futebol 5, Andebol, Basquetebol, Ténis Localizar-se na proximidade de equipamentos escolares; Integrar-se se possível com

outros equipamentos; Complementar-se com espaços

verdes e área de recreio; Localizar-se em posição central

relativamente à zona de residência a servir; Campo de Futebol, campo de Râguebi, campo de Hóquei 2 a 3 15 a 20 2500 2 3 5000 8000 Sc=1,5×Sd Su=1×Sc Futebol 11. Futebol 7 Sala de desporto, Pavilhão Polivalente, Pavilhão desportivo 2 a 4 15 a 30 3000 0,15 0,48 450 1350 Sc=1,6×Sd Su=2×Sc Modalidades indoor, Futsal, Andebol, Basquetebol Piscinas de Aprendizagem, piscinas Polivalentes, Piscina desportiva 5000 0,03 0,24 150 400 Sc=4×Sd Natação Desportiva, Natação para adultos

Piscinas ao ar livre 2 a 3 15 a 20 7500 0,02 0,25 500 Sc=5×Sd Su=2,5×Sc

Natação Desportiva, Natação para adultos Pista reduzida (250m), Pista Regulamentar (400m) 2 a 4 15 a 20 7500 0,8 1,2 6000 14000 Sc=1,5×Sd Su=1×Sc Atletismo

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METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO DE REDES DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS As normas para a programação e caracterização de redes de equipamentos desportivos, publicadas pela DGOTDU constituem um conjunto de normas e critérios estabelecidos com o objectivo de informar todas as entidades ligadas ao planeamento e ao ordenamento do território, a nível central, regional e local.

Tanto a nível Nacional, Regional e Municipal os critérios avaliados para quantificar e qualificar as redes de equipamentos desportivos são apenas a superfície desportiva útil por habitante.

Mas existem outros critérios que deveriam ser tomados em consideração no processo de Planeamento desportivo, que em termos de análise e diagnóstico das redes desportivas actuais, quer em termos de Planeamento Futuro das mesmas, nomeadamente:

 Critérios de planeamento;  Critérios de programação;  Critérios de dimensionamento;

Os 1os servem para definir os equipamentos a criar e respectiva caracterização (Número, tipo e unidades);

Os 2os reflectem valores mínimos, valores preferenciais ou valores máximos de utentes, consoante a especificidade do equipamento e do sector em causa;

Os 3os servem para calcular as dimensões dos equipamentos.

Através do quadro 5 pretende-se verificar quais os critérios avaliados pelas cartas desportivas municipais. Esta verificação da aplicação de critérios de referência vai-se restringir apenas aos critérios de planeamento (áreas de influência, população de base e critérios de programação), pois os critérios de dimensionamento são considerados apenas na fase de projecto dos equipamentos desportivos.

Para esta avaliação foram seleccionadas cinco cartas desportivas de diversos pontos do território, traduzindo assim realidades diferentes. Esta selecção teve como objectivo verificar os critérios avaliados pelas diferentes cartas desportivas.

Dos critérios de planeamento considerados apenas a carta desportiva do Peso da Régua avalia as áreas de influência. Esta traça as áreas de influência através da distância

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METODOLOGIA DE PLANEAMENTO DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS euclidiana, o que não esta correcto pois as áreas de influência deveriam ser traçadas com as irradiações medidas através das vias de comunicação. No caso do Peso da Régua a medição das irradiações através das vias de comunicação ainda faz mais sentido devido a sua orográfica. As restantes cartas desportivas não avaliam qualquer critério de planeamento.

Cartas desportivas Área de

influência População de base

Critérios de Programação Dotação funcional

útil Dotação urbanística

C. Desportiva do seixal x x x X C. Desportiva do Peso da Régua V x x X C. Desportiva da Marinha Grande x x x X C. Desportiva de Tondela x x x X C. Desportiva de Baião x x x X

Quadro 5 - critérios avaliados nas cartas desportivas

Legenda:

 X – critério não avaliado

(39)

ESTUDO DE CASO

4. ANÁLISE E DIAGNÓSTICO DA REDE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS DO CONCELHO DE BAIÃO: METODOLOGIA BASEADA EM SIG

Para que o processo de análise de redes de equipamentos desportivos seja feito de uma forma expedita, existem actualmente ferramentas muito úteis que permitem a compilação, tratamento e análise da informação de forma sistemática e repetida, os Sistemas de Informação Geográfica (SIGS).

Actualmente os SIGs estão a ser utilizados em diversos ramos da sociedade, tendo como principal aplicação na gestão de recursos naturais e no planeamento urbano. O uso dos SIGs esta presente actualmente em diversas áreas, como em empresas de água, energia, telecomunicações, transportes (logística, monitorização e circulação), na saúde entre outros (COUTINHO.2004).

Segundo Carrara, citado por Rose (2007), os SIGs são actualmente a melhor ferramenta para resolver problemas de organização de dados em modelos digitais. Entidades Governamentais e mesmo empresas privadas baseiam-se nas aplicações possibilitadas pelos SIGs para tomar decisões de planeamento.

O QUE É UM SIG?

Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) pode ser definido como um sistema de hardware, software, informação espacial e procedimentos concebidos para realizar a captura ou introdução, armazenamento, manipulação, analise, modelação e visualização de dados georreferenciados para resolver problemas complexos de planeamento e gestão (NCGIA.1990).

Segundo Jacoski, citado por Felisberto, um SIG deve possuir quatro funções:  Aquisição de dados;

 Gestão de dados;  Análise de dados;

 Apresentação de resultados;

A principal função de um SIG é a análise, pois possibilita operações, extracção e geração de novas informações georreferenciadas a partir de critérios definidos pelo

Imagem

Figura 1 – Número de equipamentos desportivos por Nut III , Fonte: Instituto do Desporto de Portugal (2008)
Gráfico 2 - Evolução das despesas com jogos e desportos Nut I Fonte: INE, anuários estatísticos
Figura 2 – Despesas com jogos e desportos por Nut II (Unidade em Milhares de euros), (2007)  Fonte: Instituto Nacional de Estatística
Figura 3- Esquema metodológico, adaptado do Atlas desportivo da Lousã
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Referências

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