3. METODOLOGIAS DE PLANEAMENTO DE REDES DE EQUIPAMENTOS
3.3 FASES DE PLANEAMENTO DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS 20
As fases para o planeamento de espaços desportivos, passa por identificar o problema e os objectivos a atingir
Para definir com clareza os princípios de planeamento dos espaços desportivos deve ser determinado ao pormenor os elementos essenciais para a actividade desportiva, para a construção de instalações e espaços desportivos e seu desenvolvimento.
Para levar a cabo estes princípios é necessário conhecer as diferenças entre o número da oferta de equipamentos desportivos e a criação de novos equipamentos para serem debatidos ao nível público como politico (Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002).
Os objectivos a atingir passam por duas fazes: “apuramento da oferta desportiva e actividades desportivas” e “apuramento e avaliação dos espaços desportivos”.
Segundo este estudo na análise do problema e formulação dos objectivos, e na preparação da metodologia proposta deve ter-se em consideração:
Levantamento e avaliação dos espaços desportivos existentes;
Apuramento da oferta de serviços desportivos e conhecimento das actividades desportivas;
Objectivos político-desportivos de associações e federações; Os objectivos de desenvolvimento para o município;
O objectivo essencial no planeamento de instalações desportivas e espaços desportivos é encontrar informações necessárias sobre o tipo e o número de recintos actuais e futuros. Nesta fase deve-se ter em linha de conta os objectivos políticos – desportivos, sobre a prática de desporto actual e futura da população. Para além disso sobre a oferta de valências por parte de clubes e outras instituições públicas e privadas (International Association for Sports and Leisure Facilities.1993)
3.3.1 A OFERTA DE INSTALAÇÕES E ACTIVIDADES DESPORTIVAS
Esta fase de investigação referente aos praticantes e respectivas ofertas, conjugando-se os tipos de modalidade que podem ser praticados nos clubes desportivos
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e por todos os outros praticantes (Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)
A quantidade e qualidade das instalações desportivas e a sua distribuição nos municípios influenciam as acessibilidades dos cidadãos aos locais de prática desportiva e consequentemente a participação em actividades desportivas, visto que estas se realizam em instalações específicas e adequadas. Devido a este facto o apuramento da oferta de instalações deve ser feito com o máximo de rigor. O apuramento da procura deve ser feito no terreno, levantando informações como as tipologias dos equipamentos, e valências proporcionadas pelos equipamentos aos utentes e modalidades que estes podem praticar (Carta das instalações desportiva do Concelho de Tondela.2008)
Segundo Castilho, citado por Cadima (2002), após o levantamento dos espaços desportivos existentes, procede-se a elaboração de um registo com informações sobre o tipo, dimensão, local e utilização. Este registo deve conter informações sobre as modalidades praticadas nos recintos desportivos e capacidade.
De acordo com Schemel, citado por Cadima (2002) as imediações dos recintos desportivos devem ser conjugadas, informações referentes ao local, por exemplo factores de interferência, necessidade de protecção das imediações, rede de ligação rodoviária e acessibilidades.
“Aquando da avaliação dos espaços desportivos, é conveniente decidir quais os espaços desportivos “adequados”, “adequados condicionados” ou “não – adequados”.
Na avaliação arquitectónica, um espaço desportivo poderá ser classificado da seguinte forma:
Categoria 1 – espaços desportivos em condições utilizáveis; Categoria 2 – espaços desportivos com deficiências mínimas; Categoria 3 – espaços desportivos com deficiências graves; Categoria 4 – espaços desportivos não utilizáveis;
Com base na definição destas quatro categorias, o quadro 3 relaciona as categorias com a capacidade de funcionamento a curto, médio e longo prazo. Este quadro será apresentado de seguida.
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CATEGORIA DE AVALIAÇÃO
APTIDÃO DOS RECINTOS E INSTALAÇÕES DESPORTIVAS
CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO
CATEGORIA 1 Apto Apto Apto
CATEGORIA 2 Apto
APTO com limitações. É necessário tomar
medidas compensatórias de restauração de grande
porte.
APTO com limitações. Só utilizáveis se forem
tomadas medidas compensatórias de
médio prazo.
CATEGORIA 3
APTO com limitações. É necessário tomar medidas compensatórias de restauração de grande porte. NÃO APTO. Só utilizáveis se forem tomadas medidas compensatórias de curto prazo. NÃO APTO. Só utilizáveis se forem tomadas medidas compensatórias de curto prazo.
CATEGORIA 4 Não Apto Não Apto Não Apto
Quadro 3 - Aptidão dos recintos e instalações desportivas
(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)
Os espaços classificados com a categoria 1, como se pode confirmar na tabela, são utilizáveis a curto, médio e longo prazo. Os classificados com a categoria 2 são aptos a curto prazo, a médio e longo prazo serão aptos se forem alvo de algumas medidas de restauração. Os classificados com categoria 3 estarão aptos a curto prazo mas com algumas limitações, limitações que necessitam de algumas medidas de restauração. A médio e longo prazo não estarão aptos, necessitando assim de medidas de restauração. Os classificados com a categoria 4 não estarão em condições de utilização a curto, médio e longo prazo.
Para além da avaliação arquitectónica, é necessário avaliar a capacidade dos espaços desportivos com base nas características necessárias para a realização das modalidades a praticar. Características como: dimensão, equipamentos e salas de apoio.
3.3.2 DETERMINAÇÃO DA PROCURA
Para contabilizar a procura de instalações desportivas é necessário, contabilizar o número de praticantes actuais e futuros, relativa a equipas federadas ou não, verificando se a quantidade de instalações actuais são suficientes para a prática desportiva. Depois de se conhecer o número de instalações existentes e o número de praticantes, será possível avaliar a necessidade de instalações futuras. A figura 5 ilustra a metodologia
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para o apuramento da procura, seguida pelas linhas de orientação para o planeamento de equipamentos desportivos.
(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)
A procura refere-se neste estudo ao tipo e a intensidade com que a modalidade é praticada. A necessidade de espaços desportivos para a prática das modalidades é apresentada em função do tipo, numero, dimensão, equipamento e localização.
Para o apuramento da procura é necessário conhecer a população praticante de desporto actual e futura, distinguindo as actividades do desporto federado e não
População
Cota activa População praticante activa de desporto
Factor preferencial Total de desportistas conforme a modalidade
Praticantes conforme a modalidade
Desportistas conforme as modalidades do desporto não organizado Desportistas conforme a modalidade
no desporto organizado
Frequência Duração Necessidade de prática desportiva no
desporto organizado
Necessidade de prática desportiva no desporto não organizado
Necessidade de espaços desportivos segundo o tipo,
quantidade e dimensão das instalações no desporto
organizado
Necessidades de espaços desportivos segundo o tipo,
quantidade e dimensão das instalações no desporto não
organizado Factor coordenação Capacidade de ocupação Vida útil Factor utilização Necessidade total, segundo o tipo, quantidade e dimensão das instalações do desporto organizado e não organizado
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federado. A base da contabilização da procura é o comportamento desportivo da população. Para tal é indispensável levantar alguns dados como por exemplo:
Número de habitantes com habitação principal e secundária, segundo o sexo e classe etária;
Membros de clubes desportivos, de secções desportivas, bem como membros activos e passivos, divididos por sexo e idade;
Parâmetros de planeamento de hábitos desportivos actuais e futuros da população, assim como a utilização das instalações desportivas;
(Linhas orientadoras para o planeamento de equipamentos desportivos.2002)