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O impacto económico de uma instituição de ensino superior: Instituto Superior de Teologia Aplicada – INTA

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

O IMPACTO ECONÓMICO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR: INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA –

INTA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GESTÃO

Ingrid Soraya de Oliveira Sá

Orientadora: Professora Doutora Carmem Teresa Pereira Leal

VILA REAL

2016

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

O IMPACTO ECONÓMICO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR: INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA –

INTA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GESTÃO

Ingrid Soraya de Oliveira Sá

Orientadora: Professora Doutora Carmem Teresa Pereira Leal

VILA REAL

2016

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

O IMPACTO ECONÓMICO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR: INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA –

INTA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GESTÃO

Ingrid Soraya de Oliveira Sá

Orientadora: Professora Doutora Carmem Teresa Pereira Leal

Composição do Júri: Carla Susana Marques Lina Sofia Lourenço Gomes Carmem Teresa Pereira Leal

VILA REAL

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ii

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

O IMPACTO ECONÓMICO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR: INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA –

INTA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GESTÃO

Ingrid Soraya de Oliveira Sá

Orientadora: Professora Doutora Carmem Teresa Pereira Leal

VILA REAL

2016

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v A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida,

é a própria vida. John Dewey

É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade. Immanuel Kant

A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados. Leonel Brizola

O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas. Peter Drucker

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vi AGRADECIMENTOS

À minha orientadora. Profa. Dra. Carmem Leal, pela contribuição, incentivo e paciência para tornar realidade este trabalho.

À minha coordenadora, Profa. Dra. Carla Marques, por estar sempre à frente nos assuntos relacionados ao mestrado.

Ao meu coorientador, Prof. Dr. João José Fonseca, pelo acompanhamento, esforço e incentivo, que me ajudou muito até a finalização desta dissertação.

Ao Diretor Geral das Faculdades INTA, Prof. Dr. Oscar Rodrigues Junior, por autorizar a pesquisa junto à comunidade acadêmica.

Ao Deputado Federal Moses Rodrigues por acreditar e incentivar minha qualificação. À minha família, especialmente aos meus pais João e Irma, meu marido Adriano e minhas filhas Sarah e Samara, pelo apoio constante e compreensão.

E a Deus, por me proporcionar saúde e capacidade para prosseguir e pelas bênçãos a mim concedidas.

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vii RESUMO

O estudo identificou o impacto económico do Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA na cidade de Sobral, através da aplicação do modelo American Council of Education (ACE) de Caffrey e Isaacs (1971) adaptado às condições de análise dos dados disponíveis, conforme sugerido por Fernandes (2009), sendo considerado o modelo mais adequado para se estimar o impacto do INTA na cidade de Sobral. O estudo de natureza quantitativa envolveu a aplicação de questionário online aos docentes, ao corpo técnico-administrativo, aos estudantes e aos egressos da instituição, seguida pelo tratamento estatístico dos dados. Revelou que o INTA provoca um impacto económico positivo no desenvolvimento em âmbito local e regional, pela geração de gastos a partir da remuneração de seus trabalhadores e dos estudantes que residem na cidade, dos trabalhadores e estudantes que passaram a residir na cidade ou dos que se deslocam de suas cidades para trabalhar ou estudar na instituição. Esses gastos, por sua vez movimentam a economia local e multiplicam-se em sucessões de gastos que provocam um impacto económico com relevante participação no PIB local e na geração de empregos. O impacto positivo pelo fato de o INTA existir em Sobral, contempla também, benefícios à comunidade que não são economicamente mensuráveis e que favorecem uma parcela considerável da população mais carente com prestação de serviços básicos de saúde e de educação proporcionados pelos projetos de extensão da instituição com a comunidade, além do próprio serviço prestado como atividade fim, o Ensino Superior, contribuindo com a formação de profissionais qualificados e com o desenvolvimento de tecnologias através das pesquisas científicas. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo principal, verificar o impacto no desenvolvimento local com a implantação do Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA, instituição de Ensino Superior privada, no interior do estado do Ceará. Considera-se relevante este trabalho tanto para a gestão da IES, como também para a administração pública que, ao ter conhecimento de que a oportunidade do Ensino Superior à população causa, positivamente, impactos culturais, sociais e económicos para a sociedade, os gestores políticos poderão repensar os programas educacionais, aumentando o apoio às instituições públicas e privadas.

Palavras-Chave: Instituições de Ensino Superior, Impacto Económico, INTA e Desenvolvimento Regional.

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viii ABSTRACT

The study examined the economic impact of Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA in the city of Sobral. Considering the application of model American Council of Education (ACE) Caffrey and Isaacs (1971) and an adaptation of the model suggested by Fernandes (2009), as the most appropriate model to estimate the impact of INTA in the city of Sobral. The quantitative study involved the application online questionnaire to teachers, technical and administrative staff and students and graduates of the institution followed by the processing of the data. Revealed that the INTA has a positive economic impact for development at local and regional level, the generation of expenses from the remuneration of its employees and students residing in the city, who took up residence or moving from the cities to work or study the institution. These expenditures, in turn move the local economy and multiply in probate expenses that cause an economic impact with a significant share of the local PIB and job creation. The positive impact because the INTA exist in Sobral includes also benefits the community that are not economically measurable and enjoying a considerable portion of the population most in need of basic health and education services provided by the institution's projects with the community, beyond own service provided higher education, contributing to the training of professionals and development of technology through scientific research. In this context, this study aimed to check the impact on local development with the implementation of Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA, private higher education institution in the state of Ceará. It is considered important that work both for the management of IES, as well as to public administration, to be aware that the opportunity of higher education to the population concerned, positively, cultural, social and economic impacts to the society, political managers can rethink educational programs, increasing support for public and private institutions.

Keywords: Institutions of Higher Education, Economic Impact and Regional Development.

(9)

ix

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE FIGURAS ... xi

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... xii

ÍNDICE DE QUADROS ... xiii

ÍNDICE DE TABELAS ... xiv

LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS ... xv

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ... 1

1.1. ENQUADRAMENTO ... 1

1.2. OBJETIVOS ... 4

1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ... 4

CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA ... 6

2.1. AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ... 6

2.1.1. O PAPEL DAS IES NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL ... 6

2.1.2. OS BENEFÍCIOS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR... 7

2.2. ANÁLISES DE IMPACTO ECONÓMICO ... 9

2.3. OS MODELOS DE DETERMINAÇÃO DO IMPACTO PELO LADO DA PROCURA ... 13

2.3.1. O MODELO AMERICAN COUNCIL OF EDUCATION (ACE) ... 14

2.3.2. O MODELO INPUT-OUTPUT... 16

2.3.3. O EFEITO MULTIPLICADOR ... 17

2.4. OS MODELOS DE DETERMINAÇÃO DO IMPACTO ECONÓMICO PELO LADO DA OFERTA ... 19

2.4.1. A TEORIA DO CAPITAL HUMANO ... 19

2.4.2. O MODELO DE BLUESTONE ... 20

CAPÍTULO III - O INTA ... 23

3.1. A REGIÃO DE IMPACTO ECONÓMICO DO INTA ... 23

3.2. O INTA ... 28

CAPÍTULO IV - METODOLOGIA ... 34

4.1. A RECOLHA E O TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO ... 34

4.1.1 A ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO ... 35

4.1.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA E RECOLHA DE DADOS ... 36

4.1.3. TRATAMENTO DOS DADOS ... 37

CAPÍTULO V - RESULTADOS E DISCUSSÕES... 38

(10)

x

5.2. O CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO ... 44

5.3. OS ESTUDANTES ... 49

5.4. OS EGRESSOS ... 59

CAPÍTULO VI - O IMPACTO DO INTA ... 64

6.1. A ANÁLISE DO IMPACTO ... 64

6.1.1. IMPACTO DOS DOCENTES DO INTA EM SOBRAL ... 65

6.1.2. IMPACTO DO PESSOAL DO CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO DO INTA EM SOBRAL ... 66

6.1.3. IMPACTO DOS ESTUDANTES DO INTA EM SOBRAL ... 67

6.1.4. IMPACTO DIRETO DO INTA EM SOBRAL ... 68

6.1.5. APLICAÇÃO DO MULTIPLICADOR ... 69

6.2. ANÁLISE COMPARATIVA DO IMPACTO LOCAL DO INTA COM OUTRAS IES ... 70

6.3. OS BENEFÍCIOS NÃO MONETÁRIOS DO INTA ... 73

CAPÍTULO VII - CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS... 75

7.1. CONCLUSÕES ... 75

7.2. LIMITAÇÕES ... 76

7.3. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 78

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xi ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2 - O impacto de uma Instituição de Ensino Superior ... 11

Figura 3 - Modelo de fluxos monetários ... 14

Figura 4 - Diagrama do modelo de Bluestone ... 21

Figura 5 - Localização do Ceará no Brasil ... 23

Figura 6 - Localização de Sobral no Ceará... 24

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xii ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução do número de matrículas do Ensino Superior no Brasil ... 1

Gráfico 2 - Evolução do número de Pessoal Docente e Corpo Técnico-Administrativo 32 Gráfico 3 - Evolução do número de alunos da graduação presencial 2010-2015 ... 33

Gráfico 4 - Médias de investimentos realizados pelos docentes (R$) ... 43

Gráfico 5 - Médias de gastos mensais dos docentes (R$) ... 43

Gráfico 6 - Refeições por local dos docentes (%) ... 44

Gráfico 7 - Gastos médios dos colaboradores (R$) ... 48

Gráfico 8 - Refeições por local dos colaboradores (%) ... 49

Gráfico 9 - Médias de gastos mensais dos estudantes (R$) ... 55

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xiii ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Número de Instituições de Ensino Superior, segundo a Categoria

Administrativa – Brasil – 2009 ... 2

Quadro 2 - Efeitos externos de uma IES ... 9

Quadro 3 - Principais indicadores da população de Sobral e comparação com o Ceará e o Brasil ... 25

Quadro 4 - Cursos de graduação do INTA com os respectivos atos regulatórios ... 30

Quadro 5 - Número de alunos matriculados nos cursos presenciais de graduação, por área e por curso, em 2015 ... 31

Quadro 6 – Estrutura dos questionários aplicados aos Docentes e ao Corpo Técnico-Administrativo ... 35

Quadro 7 - Questionários aplicados aos Estudantes e Egressos ... 36

Quadro 8 - Impacto dos docentes do INTA na cidade de Sobral ... 65

Quadro 9 - Impacto do corpo técnico-administrativo do INTA na cidade de Sobral ... 66

Quadro 10 - Impacto dos estudantes do INTA na cidade de Sobral... 67

Quadro 11 - Impacto direto do INTA na cidade de Sobral ... 69

Quadro 12 - Aplicação dos multiplicadores ao impacto e ao número de empregos gerados ... 69

Quadro 13 – Comparativo do impacto das IES através do modelo ACE ... 71

Quadro 14 - Impacto das IES por aluno matriculado ... 72

Quadro 15 - Taxa de emprego das IES por aluno matriculado ... 73

Quadro 16 - Número de beneficiados com atividades e atendimentos realizados em 2014, com reflexos em 2015... 73

(14)

xiv ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos impactos económicos das IES ... 10

Tabela 2 - Caracterização pessoal e familiar dos docentes ... 38

Tabela 3 - Caracterização profissional dos docentes ... 40

Tabela 4 - Condições de vida dos docentes ... 40

Tabela 5 - Caracterização pessoal e familiar dos colaboradores ... 44

Tabela 6 - Caracterização profissional dos colaboradores ... 46

Tabela 7 - Condições de vida dos colaboradores ... 46

Tabela 8 - Caracterização pessoal dos estudantes ... 49

Tabela 9 - Caracterização do percurso escolar dos estudantes ... 51

Tabela 10 - Caracterização da situação escolar atual dos estudantes ... 52

Tabela 11 - Caracterização das condições de vida dos estudantes ... 53

Tabela 12 - Caracterização dos pais dos estudantes ... 56

Tabela 13 - Caracterização familiar dos estudantes ... 58

Tabela 14 - Caracterização pessoal e familiar dos Egressos ... 59

Tabela 15 - Percurso académico dos Egressos ... 60

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xv LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS

CAPES Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior CIPP Complexo Industrial e Portuário do Pecém

FIEC Federação das Indústrias do Ceará FIES Fundo de Financiamento Estudantil

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IES Instituição de Ensino Superior

INTA Instituto Superior de Teologia Aplicada IPB Instituto Politécnico de Bragança

IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará IPL Instituto Politécnico de Leiria

MEC Ministério da Educação

PDR Plano Diretor de Regionalização PIB Produto Interno Bruto

PDI Plano de Desenvolvimento Institucional UTAD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro UVA Universidade Estadual do Vale do Acaraú

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1

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO

O Ensino Superior no Brasil tem experimentado, nas últimas décadas, uma expansão expressiva tanto no aspecto qualitativo como no aspecto quantitativo. Segundo dados do Censo do Ensino Superior de 2013, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2014), no ano de 2012 o percentual de pessoas que frequentaram cursos de graduação no Ensino Superior em relação à população de 18 a 24 anos foi de 28,7%, percentual que em 2002 era de apenas 16,6%. O número de estudantes matriculados no ensino superior no Brasil que em 1985 era de 1,76 milhão, no ano de 2010 já ultrapassava sete milhões de matriculados (Figura 1).

Gráfico 1 - Evolução do número de matrículas do Ensino Superior no Brasil

Fonte: Gomes (2010); INEP (2014); Iida (2015)

É fato que as vagas ofertadas pelas universidades públicas não são suficientes para suprir a demanda pelo Ensino Superior no Brasil. Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n° 9394 em 1996, o Brasil passa a tratar o Ensino Médio como educação básica e com a condição de obrigatoriedade do estado de

1.377.286 1.367.609 1.540.080 1.759.703 2.694.245 4.453.156 7.379.299 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 NÚMERO DE MATRÍCULAS

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2 assegurar condições de acesso à população. Esta maior atenção que passou a ser dada a esta modalidade da Educação Básica fez com que o número de brasileiros egressos do Ensino Médio tenha aumentado, crescendo assim, a demanda pelo Ensino Superior.

Além do crescimento da população que conclui o Ensino Médio, as exigências do mercado de trabalho e a maior disponibilidade de recursos governamentais para financiamento estudantil e para bolsas de estudo como o FIES (Financiamento Estudantil) e o PROUNI (Programa Universidade para Todos) facilitando o acesso às instituições de Ensino Superior, são outros fatores que têm contribuído para o crescimento do acesso ao ensino superior no Brasil.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n° 9394/96 também inova o Ensino Superior criando os Centros Universitários, permitindo substituir o vestibular por outros processos seletivos, flexibilizando os currículos e criando os Cursos Tecnológicos, o que proporciona uma demanda de Instituições de Ensino Superior Privadas para suprir essa carência e dar acesso a grande parte da população, contribuindo para a inclusão social e democratização da educação.

Ainda segundo dados do INEP, em 2009 já existiam 2.069 Instituições de Ensino Superior Privadas e apenas 245 Instituições Públicas, ou seja, 89,4% das Instituições de Ensino Superior eram privadas (Quadro 1). Se o mercado educacional tem suportado e permitido a expansão dessas instituições é porque existe a demanda pelo Ensino Superior, daí justifica-se a importância de sua existência e da contribuição para o desenvolvimento educacional do país.

Quadro 1 - Número de Instituições de Ensino Superior, segundo a Categoria Administrativa – Brasil – 2009

Ano Total Categoria administrativa

Pública Privada % Privada

2009 2.314 245 2.069 89,4

Fonte: Adaptado de MEC/Inep. Elaborado pela Deed/Inep

As Instituições de Ensino Superior são reconhecidas como condutoras de desenvolvimento regional, não só pelo seu principal papel – educar os indivíduos – mas também devido à sua influência na região ou localidade. São consideradas instituições de grande importância econômica nas regiões em que operam, garantindo oportunidades

(18)

3 educacionais, econômicas, sociais e culturais que de outra forma não existiriam na região.

Outro benefício que a implantação de uma IES pode trazer à sociedade, segundo (Guichard e Larre, 2006), é que uma população com maior nível de educação pode ser mais inovadora e ter maior capacidade de adaptação às mudanças tecnológicas tornando a região mais competitiva.

Há muitas referências de estudos de impacto económico da IES no desenvolvimento das regiões em que se instalam, principalmente dos Estados Unidos e países da Europa. No entanto, não há no Brasil registros de estudo de impacto económico local ou regional das IES, considerando os gastos com bens e serviços realizados pela própria IES para seu funcionamento, como também dos agentes que compõem a cadeia de gastos, como docentes, estudantes e corpo técnico-administrativo.

Percebe-se, portanto, que uma IES não provoca apenas o desenvolvimento educacional. Nesse contexto, a implantação de uma IES no interior do estado do Ceará, além de oferecer oportunidade de ensino superior à população, causa impactos culturais, sociais e económicos para a sociedade, invocando a necessidade de se levantar a estimativa do impacto económico direta e indiretamente ligado à atividade principal da IES, bem como o efeito multiplicador no desenvolvimento local e regional.

A necessidade de mensurar o impacto económico do INTA na cidade onde atua, partiu da necessidade da gestão de Pró-Diretoria Administrativa da instituição, de conhecer o fluxo de consumo dos agentes envolvidos na atividade da IES para melhor aplicação dos recursos humanos e dos investimentos necessários para a expansão da estrutura e da qualidade do serviço de Ensino Superior ofertado pela instituição. O estudo é também uma oportunidade de a administração pública conhecer o impacto de uma instituição superior na região e, ao ter conhecimento de que a oportunidade do Ensino Superior à população causa, positivamente, impactos culturais, sociais e económicos para a sociedade, poderá repensar os programas educacionais, aumentando o apoio às instituições públicas e privadas. O estudo do impacto, como instrumento de gestão pública e privada, no intuito de desenvolver social e economicamente a região em que está inserida uma IES, justifica a motivação para o desenvolvimento deste trabalho de mensuração do impacto económico do INTA, bem como os reflexos no Produto Interno Bruto local e na geração de empregos.

(19)

4 1.2. OBJETIVOS

Esta dissertação teve como objetivo geral determinar de que forma o município de Sobral se beneficia economicamente, por acolher o INTA e qual o impacto económico da existência do INTA na cidade de Sobral.

Para estimar o alcance da influência económica causada pela presença da IES em sua região, é adequado estimar os efeitos económicos diretos e indiretos do INTA a partir da mensuração e análise dos gastos da própria instituição, dos docentes, dos colaboradores e dos estudantes e de suas famílias nos negócios locais.

A partir do objetivo geral, este trabalho procura verificar após levantamento do impacto direto e indireto do INTA, as seguintes hipóteses:

 H1: O impacto económico do INTA reflete-se, positivamente, no PIB de Sobral.

 H2: O impacto económico do INTA reflete-se, positivamente, na geração de emprego em Sobral.

1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação está estruturada em sete capítulos, sendo este o primeiro capítulo que contempla o enquadramento do tema e os objetivos a serem atingidos.

O segundo capítulo trata da Revisão de Literatura abordando o papel e benefícios das IES, as análises de impacto pelo lado da oferta e da procura, bem como os modelos de impacto económico mais utilizados dentro da literatura para este tema.

O terceiro capítulo discorre sobre o INTA, apresentando a região onde está inserido e apresentando a história da IES.

O quarto capítulo apresenta a metodologia utilizada para recolha e tratamento da informação, detalhando estrutura do questionário, seleção da amostra e recolha e tratamento dos dados.

(20)

5 No quinto capítulo são abordados os resultados e discussões das informações obtidas a partir dos inquéritos feitos aos docentes, ao corpo técnico-administrativo e aos discentes.

No sexto capítulo é determinado o impacto económico do INTA no desenvolvimento local, utilizando o modelo American Council on Education (ACE) com adaptações à realidade da IES em estudo.

Por fim, o capítulo sétimo, apresenta as conclusões, as limitações encontradas no decorrer do trabalho e as sugestões para trabalhos futuros.

(21)

6

CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA

2.1. AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

As instituições de ensino superior serão abordadas neste capítulo, com base na literatura científica, ressaltando seus aspetos mais relevantes em relação aos impactos económicos e benefícios causados nas regiões onde estão inseridas.

Serão abordados ainda, os modelos de análise de impacto económico mais utilizados para esta finalidade dentro da literatura.

2.1.1. O PAPEL DAS IES NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

As Instituições de Ensino Superior têm, como propósito basilar, o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão, para a formação de pessoas e promoção da inovação científico-tecnológica. A partir do compromisso assumido com o ensino, pesquisa e extensão, as IES incubem-se, inevitavelmente, do papel de agentes de desenvolvimento da região onde estão inseridas (Caldarelli, Camara e Perdigão, 2015).

Parte das visíveis mudanças percebidas na cidade de Sobral e nas cidades que compõem a região noroeste do estado do Ceará, seja no aumento de oferta de profissionais qualificados nas diversas áreas (diretamente ligada à existência das instituições de ensino superior), seja no desenvolvimento dos setores imobiliário, de serviços e de comércio em geral, aguça-se o desejo de verificar e de tentar mensurar qual impacto económico provoca uma instituição de ensino superior, em termos de benefícios e contribuições, para a região onde está inserida.

Deste modo, justifica-se a importância do estudo de impacto considerando que uma instituição de ensino superior proporciona um acréscimo de riqueza direta ou indireta, no que diz respeito a sua atividade, bem como na geração de emprego e renda decorrentes de suas atividades (Caleiro & Rego, 2003).

De acordo com Pinto (2012), o fato da existência de uma IES em determinada região já causa uma “criação suplementar de riqueza”, pois sua existência cria emprego,

(22)

7 gera receitas e despesas, propiciando um aumento na atividade econômica da região dinamizando a economia, o que não seria possível caso a IES não existisse.

Sabe-se que a atividade principal de uma IES é promover o Ensino Superior fundamentado no tripé ensino, pesquisa e extensão, elevar os índices de educação, qualificar os profissionais que atuarão no mercado de trabalho e estimular o espírito empreendedor que, conforme Chiavenato (2012), “proporciona a energia que move toda a economia, alavanca as mudanças e transformações, produz a dinâmica de novas ideias, cria empregos e impulsiona talentos e competências”.

No entanto, os benefícios de uma IES estão além da promoção do capital humano e incremento da atividade econômica. Estende-se a uma maior amplitude de desenvolvimento cultural, de inovação, de atração de visitantes e de benefícios sociais a partir das atividades de extensão desenvolvidas junto à comunidade. Os benefícios gerados pelo fato de uma IES estar estabelecida em determinada região não são apenas económicos. Há também benefícios sociais, culturais e ambientais para toda a região.

O papel de uma instituição de ensino superior no desenvolvimento regional assume grande importância, segundo Caldarelli; Camara e Perdigao (2015), pois “como instituição de ensino, pesquisa, extensão e promoção social, assume importância estratégica no processo de desenvolvimento. As suas atividades passam a ser uma força de atração de consumidores e empresas, contribuindo para gerar um crescimento econômico-social local/regional mais acelerado”.

2.1.2. OS BENEFÍCIOS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Vários são os benefícios que podem ser associados à existência de uma IES para a região onde se insere. Estes benefícios, conforme classifica Yserte & Rivera (2008), estão contemplados em oito áreas: Politica, Demografia, Economia, Infraestrutura, Cultura, Atratividade, Educação e Aspectos Sociais. Tais benefícios podem ter base monetária ou não-monetária e ainda serem agrupados em dois grupos: individuais e sociais.

Como exemplo de benefícios individuais, podemos citar o diferencial de remuneração dos indivíduos pelo fato de estarem graduados. Maiores salários refletem

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8 melhor qualidade de vida, possibilidades de contratação de planos de saúde e de previdência privada e de diversas regalias que podem ser usufruidas a partir de melhores remunerações (Baum & Ma, 2013; Hill, Hoffman & Rex, 2005; Moretti, 2005).

Aos benefícios sociais advindos de um maior nível de educação, podemos associar a elevação do nível cultural e profissional da população, menores taxas de desemprego, menores índices de pobreza, aumento no rendimento que reflete em maior arrecadação de impostos e menor custo social no sentido de o governo diminuir o custo em programas sociais, em saúde, além de contar com uma população mais qualificada que pode contribuir politicamente ou com participação em trabalhos voluntários (Baum & Ma, 2013; Hill, Hoffman & Rex, 2005; Moretti, 2005).

O ambiente acadêmico tem o papel de:

alimentar os debates transformadores da sociedade e formar cidadãos capazes de levar os conhecimentos, habilidades e valores absorvidos ao longo da vida acadêmica para as diversas áreas de atuação, contribuindo para a melhoria das comunidades onde estarão inseridas. Essa realidade leva a Academia a assumir uma postura voltada para a proteção socioambiental, produzindo conhecimentos nesta área e a tomar parte nas discussões que daí emanam, oferecendo ao mercado cidadãos críticos e capazes de, baseados em conceitos como ética, responsabilidade social e sustentabilidade. Não há como a Comunidade Acadêmica possa escapar deste papel sob o risco de perder seu vínculo com a produção de conhecimentos e com a formação das lideranças que fortalecerão as transformações impostas pela forma de produção dos mercados globais. É notório que as IES já se aperceberam desta nova expectativa que a sociedade global lhes impõe. Tem se tornado cenário comum a combinação de forças, não só nas parcerias junto a outras instituições de ensino e pesquisa, mas principalmente, junto às organizações, aos agentes públicos e às mais diversas representatividades sociais de forma a encontrar soluções para problemas emergentes e permitir a análise de impactos contextualizados. (Salgado & Cantarino, 2006).

A sustentabilidade ambiental é outro benefício que as IES proporcionam ao ambiente onde estão inseridas, pois dentro da comunidade acadêmica desenvolve-se a responsabilidade individual e coletiva com o meio ambiente através de discussões e atitudes, de projetos de extensão para a conscientização da população local acerca da questão socioambiental e através de pesquisas para o desenvolvimento de possibilidades alternativas para as práticas sustentáveis.

(24)

9 Para Florax (1992), a presença de uma IES provoca, no local onde está instalada, diversos efeitos externos que estão direta ou indiretamente ligados à sua existência. O Quadro 2, descreve alguns efeitos que podem ser motivados pela existência de uma IES em determinado local.

Quadro 2 - Efeitos externos de uma IES

Tipo de efeito Exemplo

Político Mudanças na estrutura política, aumento da participação dos cidadãos, melhora na organização dos processos políticos

Demográfico Efeitos sobre a dimensão, estrutura e mobilidade da população

Económico Efeitos sobre a renda regional, a estrutura produtiva, o mercado de trabalho e a mobilidade dos trabalhadores

Infraestrutural Efeitos sobre a habitação, o tráfego, os serviços médicos, o comércio Cultural Maior oferta e demanda de produtos e serviços culturais, influência sobre o

ambiente cultural

Educacional Efeitos sobre a taxa de escolaridade, mudanças na qualidade da educação

Social Efeitos sobre a qualidade de vida, a influência dos estudantes, influência sobre a imagem da região e da identidade regional

Fonte: Adaptado de Florax (1992)

As IES são reconhecidas não somente pelo seu papel principal de formar e de promover pesquisa e extensão, mas também por gerar impactos positivos que influenciam a competitividade, o crescimento económico e o desenvolvimento social. (Torres, Enciso, Farré & Sala, 2010).

Destaca-se ainda que os benefícios de uma IES para o desenvolvimento não se restringem apenas à região em que está situada, mas pode ter um alcance de maior abrangência, seja nacional ou internacional, à medida que a instituição passa a manter relações de compartilhamento de conhecimentos e contatos, nos âmbitos do ensino, da pesquisa e da extensão, juntamente com outras instituições nacionais e internacionais.

2.2. ANÁLISES DE IMPACTO ECONÓMICO

No contexto da análise de impactos especificamente relacionada às instituições de ensino superior, apresenta-se neste capítulo os principais modelos de impacto económico, com o objetivo de verificar, a variação positiva no aumento do nível de atividade econômica local causada em decorrência da existência de uma instituição de

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10 ensino superior, através do fluxo de gastos realizados por seus estudantes, docentes e corpo técnico-administrativo sob duas perspectivas de análise, sendo a primeira através de uma abordagem tradicional (quantitativa) e a segunda através de uma abordagem baseada por competências.

Dentro da revisão literária, encontra-se a abordagem tradicional ou abordagem pelo lado da procura, impactos que derivam dos gastos realizados pela existência da IES (gastos da instituição, dos estudantes, dos docentes e do corpo técnico-administrativo), onde se pretende analisar os impactos de curto prazo. Encontra-se também, a abordagem baseada nas competências ou abordagem pelo lado da oferta, esta corresponde à formação do capital humano, produção, aplicação e difusão do conhecimento gerado, pela qual se pretende analisar os impactos de longo prazo.

Torres, Enciso, Farré e Sala (2010) baseados no trabalho de Stolkes e Coomes (1998) sobre o impacto económico local de uma IES, classificam os impactos económicos das IES em impactos sobre o gasto e impactos sobre o conhecimento em seus aspectos de curto prazo e de longo prazo, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 - Classificação dos impactos económicos das IES

Curto Prazo Longo prazo

Impacto sobre o

gasto Aumento do PIB regional Aumento sustentado do PIB regional Salários Investimento em equipamentos e planta Postos de trabalho

Impostos

Mudanças no mercado de

trabalho Subjetivo Objetivo

Impacto sobre o conhecimento

Desenvolvimento do

capital humano Externalidades Patentes Produtividade dos trabalhadores Pesquisa e Desenvolvimento Aumento da renda a longo prazo

Fonte: Adaptado de Stokes e Coomes (1998)

Yserte e Rivera (2008) apresentam a análise de impacto de uma instituição de ensino superior através de duas perspectivas: input, que denomina de lado da procura (impacto sobre as despesas) e output, que denomina lado da oferta (impacto sobre o conhecimento).

(26)

11

Figura 1 - O impacto de uma Instituição de Ensino Superior INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

LADO DA PROCURA LADO DA OFERTA Efeitos sobre as despesas Efeitos sobre o conhecimento

(input) (output)

Capital Humano

Empresas locais Competências Incremento da geração de negócios Novas empresas

Migração

Governo Produção de Conhecimento

Aumento na arrecadação de impostos e tributos

Relação IES/Indústria Recursos avançados

Pesquisa

Residentes locais Fatores de localização Acréscimo de rendimento e melhores

ocupações

Investimento estrangeiro Novas empresas

Atividades intensas em capital humano

Fonte: Adaptado de Yserte e Rivera (2008)

A abordagem de impacto económico pelo lado da procura, na perspectiva de Yserte e Rivera (2008), pretende saber qual o efeito provocado pelos gastos da instituição dentro da economia local, principalmente no que diz respeito ao aumento da atividade econômica relacionada a estes gastos nas empresas locais, aumento da arrecadação de impostos e aumento e emprego e rendimento dos residentes locais (Figura 2).

O impacto económico da instituição pelo lado da demanda pode ser mensurado através dos efeitos económicos diretos que são os gastos diretos realizados pelos docentes, discentes e colaboradores da instituição na região onde está instalada (Elliott et al., 1998); através dos efeitos económicos indiretos que são os impactos na rede de fornecedores que alimentam o processo económico relacionado as atividades dos setores

(27)

12 de efeito direto e os efeitos económicos induzidos na região (Yserte e Rivera, 2008) refletindo-se nas mudanças de comportamento nos gastos dos consumidores da região em virtude da existência da instituição, na valorização dos imóveis da região, na atração de novas empresas e negócios para a localidade, dentre outros.

Os efeitos económicos indiretos, bem como os efeitos económicos induzidos na região, têm conduzido vários autores a optarem por adotar multiplicadores para estimar o impacto económico das instituições em suas regiões, por serem efeitos difíceis de calcular (Carr e Roessner, 2002)

Os modelos baseados na procura têm a vantagem de serem aplicados de forma direta e objetiva, porém concentram-se nos efeitos de curto prazo, pelo fato de não conseguirem estimar o rendimento adicional dos estudantes após a graduação (Smith, 2006).

A análise pelo lado da oferta ou abordagem baseada em competências procura mensurar o aumento de produtividade nos níveis de renda auferidos pelos graduados a partir das competências adquiridas através do ensino superior. Procura analisar, qualitativamente, os benefícios provenientes de um maior nível de escolaridade da população como efeito de longo prazo.

A abordagem baseada nas competências, defendida por Bluestone (1993), considera que, além de calcular o impacto económico de uma instituição de ensino superior na região, faz-se necessário também tentar calcular o aumento da produtividade e dos retornos económicos dos graduados ao longo da vida. A abordagem econômica tradicional (pelo lado da procura) torna-se limitada se for considerado que há um incremento de capacidades através do ensino superior, quando profissionais com maior formação estão mais qualificados e melhor remunerados, consequentemente pagando mais impostos.

Há autores como Brown e Heaney (1997) que questionam os modelos baseados nas competências por analisarem fatores subjetivos como aumento produtividade, de rendimentos e de pagamentos de impostos obtidos através de um maior nível de educação e também Carrol e Smith (2006) que consideram esta medida de impacto controversa e problemática. Consideram que os modelos tradicionais fornecem medidas mais objetivas do que os modelos baseados em competências que tentam estimar de

(28)

13 forma subjetiva a contribuição das instituições de ensino superior para a formação do capital humano.

2.3. OS MODELOS DE DETERMINAÇÃO DO IMPACTO PELO LADO DA

PROCURA

A partir da literatura consultada, são abordados os modelos mais utilizados para determinação do impacto pelo lado da demanda que uma instituição de ensino superior causa na região onde está inserida.

O impacto de uma IES pelo lado da procura é averiguado a partir dos gastos da instituição por bens e serviços (inputs), com a finalidade de gerar o serviço de educação superior (output), dentro do propósito de desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão, demandando bens e serviços públicos e privados, contratando trabalhadores que, por sua vez, impulsionam a economia local.

Faz-se necessário destacar que a estimativa de impacto pelo lado da procura de uma IES baseia-se no comportamento de gastos dos agentes diretamente ligados à IES, quais sejam, a instituição, os docentes, o corpo técnico-administrativo, os estudantes, e ainda, seus visitantes.

O American Council on Education (ACE), modelo de estimativa direta, desenvolvido por Caffrey e Isaacs (1971), tem sido o modelo mais utilizado e considerado por vários autores como base das análises de impacto económico das instituições de ensino superior pela abordagem tradicional. Neste modelo os impactos são estimados a partir de dados detalhados obtidos de inquéritos direcionados aos principais agentes. É considerado um modelo não estrutural por fazer previsões baseadas em tendências passadas.

Modelos estruturais, de estimativa indireta do impacto pelo lado da procura, são geralmente mais complexos, pois se baseiam em previsões a partir de comportamentos aceitos para prever as mudanças na economia. O modelo Input-Output (IO) é considerado um dos modelos estruturais mais simples para estimar os impactos económicos.

(29)

14 Ainda em relação à determinação do impacto económico pelo lado da procura, será abordado o efeito multiplicador, cálculo que pode ser feito através de vários métodos de determinação do impacto económico, mas que a economia está interligada em redes de atividades onde os gastos se propagam em mais gastos em cadeia.

2.3.1. O MODELO AMERICAN COUNCIL OF EDUCATION (ACE)

Muito utilizado nas universidades Norte-Americanas e bastante difundido em todo o mundo, o modelo American Council of Education ou simplesmente ACE, metodologia desenvolvida em 1971 por Caffrey e Isaacs, permitiu estimar quantitativamente o impacto económico de uma IES na localidade em que atua. O ACE considera quatro fontes de impacto direto: gastos locais da IES, gastos locais dos docentes e empregados, gastos locais dos estudantes e gastos locais dos visitantes.

Os dados necessários para aplicar o modelo são obtidos através de inquéritos realizados com a comunidade acadêmica, especificamente, os empregados, docentes e alunos da IES e através de dados estatísticos oficiais relativos à região onde a IES está inserida e de dados da própria instituição.

O modelo de impacto ACE pretende determinar os impactos da instituição nos negócios locais, no governo local e nas famílias, através dos fluxos monetários ilustrados e apresentados de forma simplificada na Figura 3.

Figura 2 - Modelo de fluxos monetários

Compras Sal ár io s, e m pr ést im o s Compras INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS BENS DA IES Doações, rendimentos Bolsas, contratos NEGÓCIOS LOCAIS Prendas, contratos, taxas. GOVERNO LOCAL Apoios, contratos Impostos, taxas, contratos Compras Impostos, taxas FAMÍLIAS LOCAIS Salários, lucros ESTUDANTES EMPREGADOS E DOCENTES COMUNIDADE GERAL P ro pi na s, t axas , c o m pr as Sub sí di o s, b o lsa s, em pr ést im o s, s al ár io s Taxas, compras Impostos, taxas Salários, transferências

(30)

15 Leslie e Lewis (2001) simplificam o modelo ACE, identificando alguns aspectos relevantes no impacto económico de uma IES:

 O volume de negócios relacionados com a IES.

 Os empregos gerados pela existência da IES.

 O valor dos bens duráveis produzidos para atividades relacionadas com a IES.

 O valor dos imóveis relacionadas com a existência da IES.

 A ampliação de créditos bancários locais.

 O aumento da renda pessoal.

 Os efeitos sobre o aumento na arrecadação de impostos e a gestão local.

Considerando-se os dois primeiros aspectos como sendo os de maior relevância para o estudo, o modelo ACE almeja mensurar, para o primeiro aspecto, o volume de negócios gerados pela IES a partir levantamento dos gastos da própria IES para seu funcionamento, dos gastos dos empregados, dos gastos dos estudantes e dos visitantes. Para o segundo aspecto de maior relevância no impacto da IES, o modelo almeja mensurar o número de empregos gerados pela presença da IES.

Yserte e Rivera (2008) apontam algumas desvantagens ou limitações do modelo ACE:

a) Os impactos são sobrestimados quando considerados todos os gastos como iniciais;

b) A aplicação dos inquéritos aos indivíduos e negócios locais para recolha de informações, pode ser moroso, de alto custo e de baixa taxa de resposta; c) Requer uma série de hipóteses sobre determinados parâmetros e sobre

multiplicadores;

d) O modelo utilizado na estimação das percentagens dos gastos locais de um indivíduo é muito complexo.

Autores como Blackwell et al. (2002), Buchanan (1994) e Johnson (1994), fazem críticas ao modelo ACE por este não estimar efeitos de longo prazo e por não considerar o efeito substituição de importação, que poderia ser mensurado através do desenvolvimento dos setores de indústria, comércio e serviços no local, que deixariam

(31)

16 de existir caso a IES não existisse, o que consiste no aumento da atividade econômica que ocorreria fora, caso a IES estivesse implantada em outro local.

2.3.2. O MODELO INPUT-OUTPUT

O modelo input-output relaciona os setores da economia de determinada região geográfica, utilizando informações secundárias para estimar os impactos sobre a economia local e regional.

As informações essenciais para o modelo são obtidas através dos valores dos produtos que fluem de cada setor produtor para cada setor comprador, dentro de uma cadeia produtiva. De acordo com Coughlin e Mandelbaum (1001), para cada indústria de uma determinada região há uma relação entre o valor dos seus outputs e o valor de seus inputs que adquire de todos os outros fornecedores da região.

O modelo permite a comparação entre setores e regiões para a determinação dos efeitos diretos, indiretos e induzidos nos consumidores (Rey, 1999), o que o torna uma das técnicas mais utilizadas para análises de impacto de instituições de ensino superior em suas regiões.

Uma das aplicações do modelo input-output consiste em analisar e prever de que forma uma alteração na procura de um bem ou serviço afeta a economia como um todo. Assim, o modelo procura fornecer através das tabelas de inputs, outputs e procura final, uma visão geral da economia e de todas as ligações do setor na região em determinado momento do tempo, permitindo ainda, estimar as alterações na procura final da economia, os efeitos multiplicadores e as ligações entre os setores produtivos da economia.

As principais vantagens do modelo input-output, levantadas por Fernandes (2009), são apresentadas a seguir:

a) Utiliza informação secundária para estimar os impactos sobre a economia local;

b) Por permitir comparações entre instituições e regiões, é uma das técnicas mais utilizadas neste tipo de estudo;

(32)

17 c) Permite determinar os efeitos diretos, indiretos e induzidos dos

consumidores;

d) A disponibilidade das tabelas de insumo-produto ou de input-output permite a desagregação da informação requerida pelo modelo.

O modelo imput-output, também apresenta algumas desvantagens, as quais são apontadas por Fernandes (2009):

a) É um modelo para análise de curto prazo, por assumir a consistência dos coeficientes estruturais de um determinado espaço de tempo e por estimar os efeitos que uma procura exógena provoca apenas no período analisado; b) No modelo a estrutura produtiva é constante, não é considerado o

investimento;

c) Não contempla os fatores de substituição de importação (desenvolvimento dos setores de indústria, comércio e serviços no local, que deixariam de existir caso a IES não existisse) e nem economias de escalas, é um modelo linear.

O modelo é bastante utilizado nos estudos de impactos das universidades americanas, mas tem um fator limitador para determinadas regiões que é o caso do Brasil, pois exige a existência de tabelas de insumo-produto regionais. Essas matrizes são dispendiosas e requerem financiamento do governo para sua viabilização.

2.3.3. O EFEITO MULTIPLICADOR

A relação entre o efeito económico total em determinada região e a mudança inicial, conceituada por Burford e Katz (1981) como multiplicador regional, baseia-se no multiplicador keynesiano, onde, um aumento inicial na demanda provoca um aumento ainda maior na economia regional à medida que os valores recebidos por esses gastos transformam-se em remunerações que serão transformadas em mais gastos, sucessivamente.

A economia de uma região interliga as várias atividades dos diversos setores. Uma mudança que ocorre em uma das variáveis econômicas dessa rede pode implicar em um impacto crescente ou decrescente. A procura final por um bem ou serviço

(33)

18 implica em uma cadeia de gastos e de repetição de gastos dentro e fora da região. A cada ciclo de gastos em cadeia, parte do valor que ficaria na região vai diminuindo com os gastos realizados fora. Entende-se, portanto que o efeito de um gasto que ocorre na economia não é um efeito isolado e geralmente resulta em um impacto positivo na economia a partir de uma mudança inicial.

De forma simplificada, os multiplicadores podem ser entendidos como uma relação entre o efeito económico total e a mudança inicial. Estimam mudanças na economia regional, considerando apenas as mudanças de curto prazo. Pode-se calcular vários multiplicadores económicos, podendo ser tomado como exemplo o cálculo do multiplicador de empregos, que estima a variação total do emprego dada uma variação inicial do emprego, considerando que cada emprego gerado significa um rendimento que será aplicado em consumo ou poupança, o que gerará mais renda no mercado, conforme Katz e Burford (1984).

Um multiplicador, usualmente, assume valores entre 1,0 e 3,0 (Miller, 1994) e pode variar de acordo com o nível de atividade econômica. É um rácio calculado a partir da divisão do efeito total estimado pelo efeito inicial da atividade (Dumas, 2003).

Multiplicador = variação total / variação inicial

O multiplicador a ser adotado deve ser escolhido em função do tamanho da região, bem como ajustado a inflação. Considera-se que quanto maior for o multiplicador, maior será o efeito na economia regional.

Neste trabalho adota-se um efeito multiplicador médio de 1,7, tanto para estimar o impacto da variação total do emprego dada uma variação inicial, como também, para estimar o impacto económico dado um aumento de uma unidade monetária nos gastos totais decorrentes da existência de uma IES no local em que atua com sua atividade. Exclui-se a situação de pessimismo que adotaria o multiplicador 1,0 e a de otimismo que adotaria um multiplicador de 2,5, baseada em Fernandes (2009).

(34)

19 2.4. OS MODELOS DE DETERMINAÇÃO DO IMPACTO ECONÓMICO PELO LADO DA OFERTA

Os próprios autores que utilizam os modelos de impacto económico, que analisam o lado da procura, admitem que o fato de este tipo de análise se restringir apenas aos dados quantitativos ou aos efeitos monetários, subestima o valor real do impacto da instituição de ensino superior na região, uma vez que o impacto da educação, dos benefícios culturais, dos trabalhos de extensão na comunidade dentre outros fatores não monetários, são importantes fatores de impacto na região com benefícios de longo prazo.

No entanto, a estimativa de impacto pelo lado da oferta torna-se praticamente impossível de mensurar quantitativamente, ficando as estimativas dos benefícios apresentadas de forma não refinada, apenas identificando os benefícios ou tentando relacioná-los com as variáveis econômicas (Smith, 2006).

Considera-se a análise pelo lado da oferta como complemento da análise pelo lado da procura com o foco, principalmente em relação ao impacto de uma instituição de ensino superior, na importância do capital humano.

2.4.1. A TEORIA DO CAPITAL HUMANO

Sob a perspectiva da oferta, o impacto das instituições de ensino superior é analisado através do conhecimento e das competências dos indivíduos adquiridas por frequentarem uma IES. A partir daí se pretende estimar o aumento de produtividade e de rendimento desses indivíduos, ou seja, é analisado o capital humano.

O capital humano, segundo Becker (1993), pode ser definido como a consequência do investimento em formação e educação como efeito económico sobre o emprego e a renda. A teoria do capital humano analisa os impactos da educação na economia. A partir de um maior investimento no nível educacional da sociedade, há um efeito gerado sobre o rendimento dos indivíduos o que gera um impacto na economia como um todo. O grau de educação dos indivíduos da sociedade tem uma relação positiva com os seus rendimentos (Almeida e Pereira, 2008).

(35)

20 Há muita dificuldade em se mensurar os resultados decorrentes do investimento em capital humano. O aumento da produtividade, os anos de estudo e o aumento no rendimento dos indivíduos são alguns fatores que podem ser analisados para se mensurar o impacto de investimento em capital humano na economia.

Becker (1993) e Desjardins (2003) apontam que de todas as formas de educação, a que tem maior influência nos impactos económicos é a educação formal. Embora se faça necessário, para mensuração do impacto do capital humano, ignorar o fato de que os indivíduos podem ter habilidades inatas que o remuneram relativamente bem independentemente da graduação obtida em instituição de ensino superior, se utiliza usualmente a relação dos rendimentos do indivíduo com o seu nível de escolaridade para mensurar o valor do capital humano.

Para se medir os benefícios de uma instituição de ensino superior pelo lado da oferta, tendo o capital humano como medida, pode-se utilizar o número médio de anos de escolaridade da força de trabalho, a relação entre o volume de benefícios e o volume de custos investidos na educação superior. Ou ainda, a diferença entre o ganho de um indivíduo graduado em uma instituição como medida de ensino superior e o ganho de um indivíduo com ensino médio.

Sabe-se que não há como considerar as diferenças de capacidades e de habilidades dos indivíduos na tentativa de mensurar o capital humano, o que retrata uma limitação difícil de ser superada. Portanto, considera-se ainda o número de anos de escolaridade como sendo uma boa variável para estimativa do capital humano como efeito de impacto económico de longo prazo.

2.4.2. O MODELO DE BLUESTONE

O modelo de Bluestone (1993) tem sido considerado na literatura como sendo o pioneiro com relação aos estudos sobre o impacto de uma instituição de ensino superior pelo lado da oferta em determinada região, baseado no capital humano.

O modelo foi aplicado, inicialmente, na Universidade de Massachusetts e estimou os rendimentos em longo prazo dos futuros graduados na instituição que ficariam trabalhando na região, e considerou que os futuros graduados da instituição

(36)

21 receberiam remuneração similar a dos indivíduos com ensino superior que já atuavam profissionalmente na região.

Como maior contribuição do modelo de Bluestone ao estudo dos impactos económicos gerados por uma instituição de ensino superior, ressalta-se a que passa a considerar que, se os indivíduos passam a auferir maiores rendas como consequência do maior grau de escolaridade, estes aumentam também os seus gastos com o consumo de bens e serviços, o que faz movimentar os negócios da região e aumentar a arrecadação de impostos, tanto sobre a renda como também sobre a circulação de bens e serviços.

O modelo pretende determinar se a taxa de retorno do investimento do Estado em instituições de ensino superior é satisfatória ou não, a partir da análise do gasto do governo e do retorno em forma de arrecadação de impostos e tributos sobre a renda e sobre as vendas ocasionadas pelo aumento de rendimento e de consumo por bens e serviços dos indivíduos que frequentaram as instituições de ensino superior.

Figura 3 - Diagrama do modelo de Bluestone

Fonte: Adaptado de Fernandes (2009)

Alguns fatores se destacam no modelo de Bluestone, sendo considerados inovadores:

(1) Prever o rendimento auferido, de acordo com o grau de escolaridade (ensino superior e ensino secundário)

(2) Determinar a diferença/aumento nos ganhos dos indivíduos durante a vida ativa (25 a 65 anos)

(3) Calcular o valor atual da diferença obtida em (2)

(4) Determinar o imposto pago sobre os rendimento obtidos em (3)

(5) Determinar o imposto obtido sobre as vendas [Vendas = 90% x (3-4)]

(6) Determinar as receitas totais do estado na forma de imporstos (4 + 5)

(7) Determinar o número médio de anos de frequência na IES

(8) Calcular o custo do Estado no financiamento de cada aluno

(9) Determinar a relação receitas/custo do estado (6 / 8) Determinação dos ganhos dos alunos, como

resultado da frequência da IES.

Determinação do impacto nas receitas do Estado (receitas e gastos do Estado no

(37)

22 1. Considera que uma instituição de ensino superior é um investimento.

2. Tenta determinar a variação da atividade econômica como consequência da IES. O quanto a região perderia se a IES não existisse.

3. O impacto nas receitas do Estado. Comparativo do valor investido em uma IES e do valor recebido através dos impostos obtidos do rendimento adicional dos graduados.

Há algumas críticas ao modelo, sobretudo em relação as capacidades inerentes de cada indivíduo, independente do seu grau de educação formal, o fato de se determinar que a renda do indivíduo que frequentou o ensino superior ser considerada sempre maior independente de outros fatores relevantes e o fato de que o modelo necessita garantir que todos os egressos das instituições de ensino superior permaneçam na região após graduados.

(38)

23

CAPÍTULO III - O INTA

3.1. A REGIÃO DE IMPACTO ECONÓMICO DO INTA

Para se determinar de forma coerente o impacto económico que o INTA proporciona na economia local, faz-se necessária a identificação da região onde a instituição está implantada, da região impactada a partir de sua existência, bem como dos dados que permitem caracterizar a região em análise.

O Instituto Superior de Teologia Aplicada – INTA tem sua sede instituída na cidade de Sobral, interior do estado do Ceará, na região Nordeste do Brasil. Sendo assim, a cidade de Sobral é definida aqui como a região de estudos para análise de impacto económico local motivado pela existência do INTA.

Figura 4 - Localização do Ceará no Brasil

Fonte: http://www.o-ceara.net/images/mapa-ceara-250x250.jpg

A cidade de Sobral localiza-se às margens do rio Acaraú, teve sua origem no início do século 18, tendo sido habitada inicialmente por fugitivos de invasores holandeses, que saiam da costa litorânea do nordeste brasileiro para o interior cearense, instalando-se às margens dos rios Acaraú e Jaguaribe. Inicialmente denominada

(39)

24 Fazenda Caiçara, se tornou o local mais populoso da região pelas condições climáticas, solo fértil e pelo espírito liberal do seu fundador Antônio Rodrigues Magalhães.

A Fazenda Caiçara foi substituída pelo nome Sobral por volta de 1757, por Carneiro de Sá, ouvidor português do Ceará, oriundo do Distrito de Sobral, pertencente à Freguesia de Viseu, no norte de Portugal.1

Figura 5 - Localização de Sobral no Ceará

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ceara_MesoMicroMunicip.svg

Com uma área territorial de 2.130 Km² e uma população estimada de 215.6132 habitantes, e uma taxa de urbanização de 88,35%, é a quinta cidade mais povoada do estado do Ceará, sendo a segunda maior do interior, atrás apenas de Juazeiro do Norte, situada no sul do Ceará.

Sobral é a quarta3 economia do Estado, ficando atrás de Fortaleza (capital do estado), Maracanaú e Caucaia (região metropolitana). É também o maior Centro Universitário da região Noroeste do Estado do Ceará4.

1

Fonte: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/ceara/sobral.pdf, consulta em 02/12/2015.

2 Estimativa Populacional 2013 Censo Populacional 2013 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

3

Posição ocupada pelos maiores municípios em relação ao Produto Interno Bruto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (12 de dezembro de 2012).

4

Atualmente há 14 instituições de ensino superior credenciadas pelo Ministério da Educação na cidade de Sobral.

(40)

25 A cidade também é destaque nas exportações, sendo o único município do interior que compete com a Capital à liderança nas exportações do Estado. A cidade de Sobral é considerada, de acordo com o IBGE, uma “Capital Regional”.

Quadro 3 - Principais indicadores da população de Sobral e comparação com o Ceará e o Brasil

Fonte: Elaboração própria, baseada em dados do IBGE.

De acordo com o Plano Diretor de Regionalização (PDR) do Governo do Estado do Ceará, Sobral é a sede de uma Macrorregião Administrativa composta por cinco microrregiões, compreendendo 55 (cinquenta e cinco) municípios. Diante disso, tem consolidado, em seu crescimento, um forte processo de desenvolvimento em sua estrutura econômica e social, uma vez que o município apresentou um PIB de R$ 2,43 bilhões em 2011, destacando-se com um crescimento nominal de 4,35% em relação ao ano anterior, segundo dados do IBGE.

A cidade de Sobral exerce forte influência sobre todo o Norte do Ceará, e áreas dos estados do Piauí, sendo um importante centro de compras e serviços regionais. De acordo com o IBGE a cidade de Sobral, subiu um nível na escala de influência e hierarquia nas cidades brasileiras e se tornou “Capital Regional”5. Sobral agora faz parte do seleto grupo de 70 (setenta) cidades em todo o Brasil que compõe a categoria "Capital Regional". De todas as cidades do Estado, excetuando a capital, foi Sobral

5

Capital regional é um nível da hierarquia urbana do Brasil definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na publicação de 2007 Regiões de Influência das Cidades (REGIC). Segundo o estudo, elas polarizam uma parcela da região onde se encontram, influenciam inúmeras pequenas e médias cidades, bem como as áreas rurais ao seu redor.

INDICADOR SOBRAL CEARÁ BRASIL População (2010) 188.233 8.452.381 190.755.799 0-14 anos 49.077 2.188.250 45.932.295 15-24 anos 41.283 1.669.678 34.236.060 25-64 anos 86.404 3.952.897 96.505.964 >65 11.469 641.556 14.081.480 PIB (2011) 2,43 bilhões 84,36 bilhões 4,37 trilhões PIB per capita (2011) R$ 12.774,81 R$ 9.666,00 R$ 22.162,00

(41)

26 quem mais consolidou sua área de influência. Somente na cadeia direta, são 55 (cinquenta e cinco) cidades que compõem a rede sobralense.

Figura 6 - Macrorregiões do Ceará

Fonte: http://www.cirf.fortaleza.ce.gov.br/index.php/2-homepage/7-macrorregiao-sobral

Conforme estudos sobre o Desenvolvimento Humano, Sobral apresenta-se sempre entre os municípios com melhores índices. Em 2010 os municípios de Fortaleza, Sobral, Crato e Eusébio alcançaram um elevado índice de desenvolvimento humano (IDHM), entre 0,700 e 0,799 de acordo com a classificação, sendo este resultado superior ao verificado no Ceará como um todo, onde o Estado teve a categorização de médio desenvolvimento (IPECE, 2014).

Macrorregiões do Ceará

MACRORREGIÃO FORTALEZA MACRORREGIÃO SOBRAL MACRORREGIÃO CARIRI

(42)

27 A educação constitui-se um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento económico de um país ou região. Tem como finalidade, preparar o cidadão para o exercício do trabalho e da cidadania. A formação do cidadão para a vida tem no processo educativo formal e informal o elemento chave para alcançar plenamente este objetivo. Dessa forma, considera-se importante a análise de indicadores educacionais.

No Brasil, o número de matrículas no ensino superior nas duas últimas décadas teve um aumento considerável. O Ceará, por sua vez, tem acompanhado o crescimento educacional brasileiro no ensino superior. No estudo realizado pelo IPECE (2014) verifica-se que o Estado do Ceará, nos últimos 20 (vinte) anos, também tem evoluído muito no tocante à expansão e acesso ao Ensino Superior.

Diante deste avanço económico, social, humano e industrial, o Estado do Ceará ainda se depara com a escassez de mão de obra qualificada. Sendo este tema preocupação e estudo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que analisou a oferta e a demanda de mão de obra para grandes Projetos no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). O Estudo apontou que os empreendimentos localizados no CIPP terão que importar mão de obra se não houver capacitação. De acordo com o estudo, o principal problema não é quantitativo, mas qualitativo.

(43)

28 3.2. O INTA

Considerando o ambiente acadêmico como ambiente propício para a investigação, criatividade e busca do novo, o Diretor Geral, Professor Dr. Oscar Rodrigues Junior, fez realizar estudos no sentido de diagnosticar a situação do Ensino Superior na região norte do estado do Ceará. Percebendo a necessidade de oferta de novos cursos de ensino superior na região, implantou em Sobral o Instituto Superior de Teologia Aplicada – INTA, que a princípio ofertou o curso de bacharelado em Teologia como determinação de sua mantenedora, para depois dar início a implantação de uma série de cursos de graduação para atender aos estudantes provenientes de 55 (cinquenta e cinco) municípios da zona noroeste do Ceará, com população estimada pelo IBGE de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes.

O Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA, criado no dia 09 de agosto de 1999, é uma sociedade civil, com personalidade jurídica, de direito privado, com registro no Cartório do 3º. Ofício da cidade de Sobral – CE, às fls. 72-79, no Livro A-2, com prazo indeterminado de duração, com sede à Rua Cel. Antônio Rodrigues Magalhães, 700 – Bairro Dom Expedito, na cidade de Sobral, no Estado do Ceará, mantido pela Associação Igreja Adventista Missionária – AIAMIS, com sede em Sobral e CNPJ nº. 03.365.403/0001-22, é reconhecida pelo Município, Estado e União, como Pessoa Jurídica de Utilidade Pública.

Inicialmente com o curso livre de Teologia em 1999, o Diretor Geral do INTA constatou que a região noroeste do Ceará, apesar de contar com uma universidade pública estadual, a Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA), continuava muito carente em ensino superior, devido à limitação de vagas e de cursos de bacharelado ofertados pela UVA.

Com a publicação do Parecer do MEC No. 241/99 de 15 de março de 1999, que trata especificamente dos cursos de Teologia no Brasil, submeteu processo de autorização junto ao MEC com o projeto do curso de Teologia, deixando este de ser curso livre e se tornando curso superior de bacharelado.

Em 2004, juntamente com os professores da IES, iniciou as atividades de Pós-Graduação (nas áreas de Educação, Direito, Saúde, Informática e MBA) que veio aumentando anualmente, pela procura de estudantes egressos de outras IES, vindo

Imagem

Gráfico 1 - Evolução do número de matrículas do Ensino Superior no Brasil
Figura 2 - Modelo de fluxos monetários
Figura 3 - Diagrama do modelo de Bluestone
Figura 4 - Localização do Ceará no Brasil
+7

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