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Táticas do manejo integrado de pragas em áreas Infestadas pelo bicudo-do-algodoeiro

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Academic year: 2021

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EM ÁREAS INFESTADAS PELO BICUDO-DO-ALGODOEIRO1

FRANCISCO DE SOUSA RAMALH02,

FERNANDO MOURA MARQUES DE JESUS3 ejosÉ VALDÉNIO GONZ&0A4

RESUMO - Ao se determinar o período crítico do algodoeiro herbáceo ao ataque do bicudo, e estudando-se táticas de manejo integrado de pragas, em Queimadas, PB e Surubim, PE, os resultados mostram que: o período crítico foi desde surgimento dos primeiros botões florais at6 o aparecimento dos primeiros capulhos; 10% de botões florais (com orifício de oviposi-ção) podem ser considerados como nível de controle para o bicudo; o complexo ecológico de iri-nigos naturais existentes no ecossistema do algodoeiro foi capaz de exercer controle sobre o pulgão; a tática que se apresentou como vantajosa, em termos econômicos e ecológicos, foi a empregada a partir do surgimento dos primeiros botões at6 o aparecimento dos primeiros capulhos na cultura, adotando-se 10% de botões florais danificados pelo bicudo e usando-se cipermetrina 30E13 (3,95 g do i.aJha) com o bico 'bozzle' do pulverizador ElectroDyn entre fileiras, a 20 cm dos ponteiros das plantas, com duas fileiras tratadas por passo.

Termos para indexaçáo: algodão, Gossypiwn hirsutum L., cultivar CNPA 311, cultivar CNPA Precoce-!, Anthononws grandis, período crítico, nível de controle, controle biológico, con-trole qufrnico, estratdgias de concon-trole.

TATICS OF INTEGRATED MANAGEMENT IN AREAS INFESTED 1W BOLL WEEVIL

ABSTRACT - Deternting the critica] period of the upland cotton piant to the boil weevil attack, and studying the tatics of integrated pest management, the resulta showed that the critica] period was found to be from the appearance of the first square to the setting of the first open bolls; 10% of the squares (with oviposition punctures) may be considered as a control levei for boil weevil; the biological complex of natural enemies present in the cotton ecosystem was able to control the cotton aphid; the tatic that best fited for economic and ecological purposes was the use of cypermethrin 30 ED (3.95 g of a.ijha) with the bozale nozzle of the ElectroDyn sprayer between rows, 20 cm above the crop canopy, with two rows treated per step, being applied this treatment, from the appearance of the first square to the selting of the first open bolis in the culture, using a control levei of 10% of damaged squ ares.

Index terms: cotton, Gossypiuni hirsutum L., CNPA 3H 'cultivar', CNPA Precoce-! cultivar, Anthonomus grandis, critica] period, control levei, bioiogical control, chemical control,

es-trategies of control.

Aceito para publicação em 10 de outubro de 1989 2 Eng.-Agr., EMBRAPA/EMEPA-PB, Caixa Postal

02, CEP 58100 Campii1a Grande, PB, Brasil. Bolsista do CNPq.

Eng.-Agr., EMBRAPA/IPA, Caixa Postal 1022, CEP 50000 Recife, PE, Brasil.

Em curso de Agronomia, UFPB, Areia, PB, Brasil

INTRODUÇÃO

O bicudo-do-a!godeiro (Anthonomus

grata-dis Boheman) constitui uma das principais

pra-gas do algodoeiro herbáceo (Gossypium

hir-sutura L. raça latifolium Hutcg.) e do algo-

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doeS arbóreo ou perene (Gossypiuzn hirsu-rum L. raça marie galo.nze llutch.) no Nor-deste do Brasil. Uma alternativa para produzir o algodão economicamente nesta região é a utilização pelo cotonicultor do manejo inte-gradd de pragas (MW), definido por Crocomo (1984), como "um método ideal de controle de pragas que envolve a utilização simultânea de diferentes técnicas de redução de população, com o objetivo de manter os insetos e ácaros em uma condição de não praga de forma eco-nômica e harmoniosa com o meio ambiente". O conceito de manejo integrado de pragas dentro do ecossistema do algodoeiro não é re-cente em regiões onde ocorre o bicudo. Jsely & Baerg (1924) discutiram a respeito do valor da sobrevivência de população e do uso de in-seticidas de maneira localizada, como parte do manejo do bicudo-do-algodoeiro. Eles verifi-caiam que pulverizações peventivas com a utilização do arseniato de cálcio não foram eficientes para o controle do bicudo e nem apresentaram efeitos significativos na produti-vidade do algodoeiro, enquanto que a técnica do uso de amostragens para determinar o mo-mento exato que se toma necessário o empre-go do inseticida, mostrou-se efetiva contra o bicudo-do-algodoeiro. As pulverizações pre-ventivas aplicadas, visando ao controle do bi-cudo podem também destruir as populações de inimigos naturais presentes no ecossistema do algodoeiro, que poderiam normalmente con-trolar pragas secundárias, tal como a lagarta-da-maçã (ileliothis virescens). Todavia, quan-do este potencial biótico é destruíquan-do, as pragas secundárias causam, freqüentemente, mais prejuízos que o próprio bicudo (Smith 1975).

Trabalho conduzido por Adkisson (1986) mostrou que os cotonicultores nos Estados de Arkansas, Louisiana, Mississippi, North Ca-rolina e Texas, regiões onde ocorre o bicudo, produzem algodão utilizando de alguma forma o manejo integrado de pragas (MIP). Ele afir-mou que os produtores têm adotado esta tec-nologia porque com sua utilização eles obtêm um controle mais efetivo das pragas, redução nos custos de produção, e maiores lucros na exploração da cultura.

Pesq. agropcc. bras., Brasília, 25(5):677-690, maio 1990

Antes do surgiinento do bicudo no Brasil, o MW do algodoeiro, apesar de estar em fase inicial e ser tecnicamente viável para o pro-dutor, apresentava grandes possibilidades de se tomar uma realidade. Porém a presença do bicudo-do-algodoeiro nos algodoais brasileiros poderia levar os plantadores de algodão a utili-zarem o controle irracional desta praga, atra-vés de aplicações precoces, intensas e contí-nuas de inseticidas organofosforados de largo espectro, que poderiam causar grande impacto à fauna benéfica, e efeitos colaterais, tais co-mo: resistência, ressurgência, poluição am-biental, resíduos nos produtos agrícolas, bem como problemas de intoxicação aguda do pró-prio homem.

Conduziu-se o presente trabalho com a fi-nalidade de determinar o período fenológico da planta do algodoeiro herbáceo, cultivar CNPA 311, que é crftico ao ataque do bicudo, isto é, o período durante o qual se justifica o uso do controle químico, e testar diferentes táticas de manejo integrado, em áreas infesta-das pelo bicudo.

MATERIAL E MÉTODOS

Determinação do período crítico do algodoeiro herbáceo ao ataque do bicudo

O trabalho foi conduzido na fazenda Mumbuca, município de Queimadas, PB, durante o ano agrí-cola de 1986. O delineamento experimental utili-zado foi em blocos ao acaso, com quatro tratamen-tos, distribuídos em quatro repetições. Tratamentos testados: (1) aplicações sistemáticas de inseticidas, a partir do surgimento dos primeiros botões florais até a realização da primeira colheita, em intervalo de cinco dias; (2) manejo integrado de pragas (MIP), desde o surgimento dos primeiros botões florais até a primeira colheita, e utilização de inseticida baseada no nível de controle (densidade populacional da pra-ga na qual medidas de controle devem ser tomadas para evitar que a população atinja o nível de dano) de

10% de botões florais danificados (com orifício de oviposição); (3) manejo integrado de pragas (MIP), desde o surgimento dos primeiros botões florais até o aparecimento dos primeiros capulhos na cultura, adotando-se o nível de controle de 10% de botões

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florais danificados (com orifício de oviposição); e (4) testemunha (sem inseticida). Cada unidade expe-rimental foi composta de doze fileiras de algodão, cul-tivar CNPA 3M, com 15 m de comprimento, planta-das no espaçamento de 0,80 x 0,20 m, deixando-se duas plantas por cova após o desbaste. As amostra-gens foram realizadas a partir do surgimento dos primeiros botões florais, em intervalo de cinco dias, tomando-se 50 botões florais por parcela, sendo um botão floral por planta, e anotando-se o número de botões florais que se apresentavam danificados (com orifício de oviposição) pelo bicudo. O inseticida uti-lizado para o controle do bicudo, foi cipermetrina 30 ED (Cymbush 30 ED), a 7,81 g do Lajha, 'bozzle' com bico branco, vazão de 1,5 mI/min, velo-cidade do operador de 1,20 mis, usando-se o bico do pulverizador 'ElectroDyn' entre linhas, a 0-10cm acima dos ponteiros das plantas, com uma fileira tratada por passo. Em cada parcela foram colhidas, como área útil as produções integrais das oito fileiras centrais (15,00 mx 6,40 m = 96,00 m2).

As percentagens médias de botões florais danifica-dos (com orifício de oviposição) obtidas durante to-do o períoto-do de estuto-do, transformadas em arc. sen

e produtividade de algodão em caroço foram submetidas a análise de variáncia, e a seguir foram conduzidas as análises das médias pelo teste de Tu-key, a nível de 5% de probabilidade.

Táticas de manejo integrado de pragas em áreas infestadas pelo bicudo

A metodologia foi diferente em cada um dos lo-cais onde o trabalho foi conduzido, e por isso cada local é tratado separadamente nesta seção.

(a) Fazenda Mumbuca, município de

Quei-madas, P11, durante o ano agrícola de 1986 -

As cultivares de algodão herbáceo (G.

hirsu-tum L. raça latifolium Hutch.) utilizadas foram

CNPA 3H e CNPA Precoce 1, plantadas nos espa-çamentos de 0,80 x 0,20 me 0,60 x 0,20 m, respecti-vamente, deixando-se duas plantas por cova, após o desbaste. As táticas de manejo testadas forant (1) aplicação de inseticida efetuada no momento em que as pragas (pulgão: Aphis gossypii, curuquerê:

Alabama argillacea e lagarta rosada: Pectinophora

gossypiella) atingissem os níveis de controle estabe-lecidos por Bleicber et ai. (1982), isto é, 71% de plantas atacadas, 53% de plantas com terceiras fo-lhas atacadas por larvas menores que 15 mm de comprimento e 11% de maçãs com sinal de ataque de praga, respectivamente, e quando o bicudo atingisse

o nível de 10% de botões florais danificados (com orifício de oviposição), até a realização da primeira colheita; (2) idêntica à Tática 1, sendo que as pulve-rizações feitas contra o bicudo-do-algodoeiro, só foram realizadas até o aparecimento dos primeiros capulhos; (3) Tática 1 mais duas pulverizações pre-ventivas, efetuadas no início do surginuento dos pri-meiros botões florais na cultura, em intervalo de cin-co dias; (4) Tática 2 mais duas pulverizações preven-tivas, feitas !no inicio do aparecimento dos primeiros botões florais, em intervalo de cinco dias; e (5) tes-temunha (sem inseticida). O produto químico utiliza-do para o controle utiliza-do bicuutiliza-do foi cipermetrina 30 ED (Cymbush 20 ED), a 7,81 g do i.aiha, "bozzle" com bico branco, vazão de 1,5 ml/min, velocidade do operador de 1,20 mis, usando-se o bico do pulveri-zador ElectroDyn entre linhas, a 0-10cm acima dos

ponteiros das plantas, com uma fileira tratada por passo (Ramalho & Jesus 1986 e 1989). Inseticidas não foram utilizados contra o pulgão, o curuquerê e a lagarta rosada, tendo em vista eles não terem atin-gido os níveis de controle estabelecidos por Bleicher et aI. (1982), e no caso do bicudo, foram feitas em intervalo de no máximo cinco dias, observando-se 50 botões florais, tomados ao acaso, por talhão, sendo um botão floral por planta, e registrando-se o nú-mero de botões florais danificados (com orifício de oviposição) pelo bicudo-do-algodoeiro. A quantifi-cação de inimigos naturais foi realizada tomando-se 50 plantas ao acaso por talhão, e registrando-se o número total destes organismos (formas maturas e imaturas) por planta, exceto na testemunha. O nú-mero de estruturas frutíferas por planta foi determi-nado utilizando-se 10 plantas, tomadas ao acaso, por talhão. Todos os dados foram coletados durante o ci-clo da cultura. A produtividade média de algodão em caroço foi determinada em quatro áreas, cada uma de 20 x 20 m, tomadas ao acaso, em cada talhão. Ca-da uma destas táticas foi testaCa-da em talhões de 1 ha. Para o cálculo do custo de controle, considerou-se: diaihomem = Cz$ 40,00; um homem pulveriza 3 ha/dia com pulverizador Electroflyn; um "bozzle" de cipermetrina 30 ED (bico branco) (750 ml) é sufi-ciente para pulverizar 2,88 ha de algodão e custa Cz$ 240,00, e 1 kg de algodão em caroço custa

Cz$ 5,00.

(b) Estação Experimental do CNPA/ EMIIRAPA, município de Surubim, PE, duran-te o ano agrícola de 1986 - A cultivar de algo-doeiro herbáceo utilizada foi a CNPA 3H, planta-da no espaçamento de 0,80 x 0,20 m, deixando-se uma planta por cova, após o desbaste. Táticas de

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manejo integrado estudadas: (1) aplicação de inseti-cida, no momento em que as pragas (pulgão: A.

gos-sypii. curuquerê: A. argillacea e lagarta rosada:

Pec-tinophora gossypiella, etc.) atingissem os níveis de controle, estabelecidos por Bleicher et ai. (1982), isto é, 71% de plantas atacadas, 53% de terceiras folhas atacadas por larvas menores que 15 mm de comprimento e 11% de maçãs com sinal de ataque da praga, respectivamente, e quando o bicudo atingisse o nível de 10% de botões florais danificados (com orifício de oviposição), até a primeira colheita. O inseticida empregado contra o bicudo foi cipermetri-na 30 ED (Cymbush 30 ED), a 7,81 g do i.a./ha, "bozzle" com bico branco, vazão de 1,5 ml/min, ve-locidade do operador de 1,20 mis, usando-se o bico do pulverizador ElectroDyn entre linhas, a 0-10 cm acima dos ponteiros das plantas, com uma fileira tratada por passo (Ramalho & Jesus 1986 e 1989). Inseticidas não foram utilizados contra o pulgão, o curuquerê e a largarta rosada, tendo em vista eles não terem atingido os níveis de controle estabeleci-dos por Bleicher et aI. (1982); (2) idêntica à Tática 1, sendo que as pulverizações, visando ao controle do bicudo-do-algodoeiro foram realizadas até o surgi-mento dos primeiros capulhos na cultura; (3) Tática 1 mais duas pulverizações preventivas, realizadas no início do aparecimento dos primeiros botões florais na cultura, em intervalo de cinco dias; (4) Tática 2 mais duas pulverizações preventivas, realizadas no infcjo do surgimento dos primeiros botões florais na cultura, em intervalo de cinco dias; (5) idêntica à Tá-tica 1, sendo que contra o bicudo, foi utilizado ci-permetrina 30 ED (Cymbush 30 ED), a 395 g do

i.a.iha, "bozale" com bico branco, vazão de 1,5 mI/min, velocidade do operador de 1,20 mis, usan-do-se o bico do pulverizador ElectroDyn entre li-nhas, a 20 cm•acirna dos ponteiros das plantas, com duas fileiras tratadas por passo (Ramalho & Jesus, 1989); (6) idêntica à Tática 2, sendo que para o con-trole do bicudo-do-algodoeiro foi empregado o ia-seticida cipermetrina 30 El) (Cymbush 30 ED), a

3,95 g do ia.Iha, "bozzle" com bico branco, vazão de 1,5 mlimin., velocidade do operador de 1,20 mis,

posicionando-se o bico do pulverizador ElectroDyn entre linhas, a 20cm acima dos ponteiros das plantas, coni duas fileiras tratadas por passo (Ramalho & Jesus (1989); e (7) testemunha (sem inseticida). A

metodologia utilizada nas amostragens de insetos, inimigos naturais, estruturas frutíferas, produtivida-de produtivida-de algodão em caroço e custo produtivida-de controle foi a mesma empregada no trabalho conduzido no local (a) fazenda Mumbuca, município de Queimadas, PB.

Pesq. aopec. bras., Brasilia, 25(5):677-690, maio 1990

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Determinação do período crítico do algo-doeiro heráceo ao ataque do bicudo

A Tabela 1 mostra o número médio de pul-verizações, a percentagem média de botões

florais danificados, a produtividade média (kg/ha), o incremento na produtividade e o custo de controle referentes às diferentes táti-cas de manejo do bicudo-do-algodoeiro. Ob-serva-se que a tática MIP (a partir do surgi-mento dos primeiros botões florais até o apa-recimento dos primeiros capulhos), conside-rando-se o nível de controle de 10% de botões florais danificados (com oríficio de oviposi-ção) pelo bicudo, foi a que resultou em um menor número de aplicações de inseticidas, e, conseqüentemente, um custo mais baixo de controle da praga (da ordem de Cz$ 483 ,251ha ou 97 kg de algodão em camçolha) e um in-cremento na produtividade, graças à tática uti-lizada para o controle do bicudo, de 657%. A percentagem média de botões florais danifica-dos pelo bicudo-do-algodoeiro, obtida na táti-ca "Controle Sistemático" foi estatistitáti-cainente menor que as conseguidas através das táticas do MIP; entretanto, quanto à produtividade, à tática "Controle Sistemático" foi estatistica-mente igual às táticas do MW. Isto se deve ao fato de que a planta do algodoeiro produz mais estruturas reprodutivas do que é capaz de reter (Smith & Falcon 1973), e assim sendo, algumas das estruturas reprodutivas produzi-das pela planta, mesmo sendo danificaproduzi-das (com orifício de oviposição) pelo bicudo-do-algodoeiro, já se encontravam comprometidas ao caflem ao solo, devido à queda natural. Na Califórnia, segundo Smith & Falcon (1973), a cultivar Acala SJ-1 retém apenas duas ou três de 10 estruturas reprodutivas produzidas. Es-tudos conduzidos por Lincoln & Leigh (1957)

e Mistric Junior & Covington (1968) têm de-monstrado que o algodoeiro pode suportar certo nível de perdas de botões florais, sem que a produtividade desta cultura seja com-prometida. Esta característica apresentada pela planta do algodoeiro pode ser usada com su-

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TABELA 1. Número médio de pulverizações, percentagem de botões florais danificados pelo bicu-do-do-algodoeiro', produtividade, incremento na produtividade devido ao manejo e custo de controle, obtidos com diferentes táticas de manejo em áreas infestadas pelo A.

grandis, utilizando-se a cultivar CNPA 311. Queimadas, PB, 1986.

Tática Pulverização 2 (N°) Botão floral danif. (%)3 Produtividade (kgiha)' Incremento na prod. (%) Custo de controle 4 (CzS/ha) (kg/ha)

Controle sistemático (primeiros bo-

tões florais até primeira colheita) 16 6,6 a 1.291 a 803 1.546,40 309 MIP (primeiros botões florais até

primeira colheita) 7 12.8 b 1.217 a 751 676.55 135

MII' (primeiros botões florais até

primeiros capulhos) 5 11.4 b 1.082 a 657 483,25 97

Testemunha (sem inseticida) - 53,0 c 143 b . -

F = . 207,26- 44,04' - - -

C.V. (%) = - 7,81 1725 - -

Dados transformados em are. senV, para fins de análise estatística.

2 Pulverizador ElectroDyn com o bico do "bozzle" entre linhas, 0-10cm acima dos ponteiros das plantas, uma linha tratada por passo. Dosagem 7,81 g do i.aiha.

Médias seguidas pela mesma letra (coluna) não diferem signifscativamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey,

D/li = Cz$40,09, um homem pulveriza 3 hafdia com pulverizador ElectroDyn, um 'bozzte" de eipennetrina 30 ED (bico branco) = 2,88 ha, custa CzS 240,00 e 1 kg de algodão em caroço = Cz$ 5,00.

cesso nos programas de manejo integrado de pragas, principalmente nas regiões em que o bicudo-do-algodoeiro é considerado uma

pra-ga-chave desta malvácea. Os dados obtidos (Tabela 1) evidenciaram que 10% de botões forais danificados (com orifício de oviposição) pelo bicudo-do-algodoeiro, podem ser usados com sucesso como nível de controle (NC) para esta praga. Segundo Lambert & Herzog

(1982) e Boring et ai. (1984), este nível tem

variado de 10% a 20%. Todavia, para se de-terminar o nível de controle mais racional, toma-se necessário considerar os componentes biológicos, físicos e econômicos envolvidos na interação bicudo/cultura do algodoeiro. Vê-se, pela Tabela 1, que o período crítico do al-godoeiro ao ataque do bicudo vai desde o sur-gimento dos primeiros botões florais até o apa-iecimento dos primeiros capulhos na cultura. Baldwin et aI. (1984) chamaram atenção para o uso do tamanho e idade de maçãs, com a fi-nalidade de determinar o fim das aplicações de inseticidas para o controle do bicudo-do-algo-doeiro.

Táticas de manejo integrado de pragas em áreas infestadas pelo bicudo

(a) Fazenda Mumbuca, município de Queimadas, PB - Vê-se, através das Fig. 1, 2, 3 e 4, que os primeiros botões florais produzidos pelas cultivares CNPA 311 e CNPA Precoce surgiram aos 35 dias, após a emergência das plantas. O aparecimento das primeiras flores ocorreu dos 60 aos 65 dias. A cultivar CNPA Precoce-1 produziu as primei-ras maçãs mais cedo do que a CNPA 311. As cultivares CNPA Precoce 1 e CNPA 311 pro-duziram os primeiros capulhos aos 116 e 121 dias, respectivamente. Os dados apresentados sugerem que a cultivar CNPA Precoce 1 se apresentou sensivelmente como um material de frutificação rápida e maturação precoce, quan-do comparada à CNPA 3H.

No momento em que foram realizadas as pulverizações preventivas (Fig. 1 e 3) contra o bicudo aos 35 e 40 dias de idade da cultura, não existiam, nas áreas em estudo, botões fio-mis danificados (com orifício de oviposição) pela praga. Estes surgiram aos 50 dias após a Pesq. agropec. bras., Brasflia, 25(5):677-690, maio 1990

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682 F. DE S. RAMALHO et aL

emergência das plantas (Fig. 1, 2, 3 e 4). Rummel et ai. (1980) afirmaram que pulveri-zações preventivas ou automáticas contra o bi-cudo, apesar de funcionarem em alguns casos, podem levar ao uso de aplicações desnecessá-rias de inseticidas na cultura, e causar dese-quilíbrio biológico. As Fig. 5, 6, 7 e 8 mos-tram os níveis populacionais do pulgão, curti-querê e inimigos naturais (Joaninha: Ciclone-da sanguinea, aranhas e sirfídeos: Pseudodo-ros clavatus), durante o ciclo da cultura. Não se utilizaram inseticidas, e sim, o complexo biológico de inimigos naturais existente no ecossistema do algodoeiro, para controle do pulgão e curuquerê, tendo em vista os baixos níveis populacionais dos referidos artrópodos e altos níveis de populações dos inimigos na-turais. Nota-se, ainda, que as pulverizações com a cipermetrina 30 EI), principalmente as preventivas (Fig. 5 e 7), exerteram certo efeito de choque sobre as populações de pie-dadores; mas de imediato estas populações se

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recuperaram, devido à baixa eficiência bioló-gica deste inseticida contra o pulgão. Portanto, a permanência de substrato alimentar (pulgão) na cultura do algodoeiro permitiu o cresci-mento rápido das populações de predadores que escaparam da ação do inseticida.

Dados das Tabelas 2 e 3 evidenciam que das táticas de controle de pragas testadas, a que se apresentou mais eficiente foi aquela em que se utilizou o controle químico, visando o bicudo-do-algodoeiro, a partir do surgimento dos primeiros botões florais até o apareci-mento dos primeiros capulhos, considerando-se o nível de controle de 10% de botões flo-rais danificados (com orifício de oviposição)

A

í.J

000 loto lOsna tolO li •0.as0.s 0010010 nona n000çTo,O 570) FIG. 1. Número de estruturas reprodutivas por

planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposição) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPH 311. Táti-cas: Preventiva + MIP até primeira colheita e Preventiva + Ml? até surgi-mento dos primeiros capulhos. Quei-madas, P11, 1986.

Pesq. agropec. bras., Brasília, 25(5):677-690, maio 1990

FIG. 2. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposição) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPA 341. Táti-cas: MIP até primeira colheita e MI?

até surgimento dos primeiros capulhos. Queimadas, P11, 1986.

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pelo bicudo, para indicar o momento exato da dos primeiros botões florais, maçãs e capu-utilização do inseticida. Esta tática de controle lhos, nos talhões em que se utilizou o controle contribuiu para um incremento na produtivi- de pragas, verificou-se aos 40, 65 a 70, 70 a dade das cultivares CNPA Precoce 1 e CNPA 75 e 119 a 124 dias, respectivamente, após a 31-1, de 526% e 382% e reduzido número de emergência das plantas (Fig. 9, 10 e 11). Já no aplicações de inseticida, de quatro e seis, res- talhão-testemunha (sem inseticida), as primei-pectivamente. Segundo Tabashnik (1986), a ras flores e maçãs surgiram aos 80 dias, e os redução do uso de inseticidas e acaricidas no primeiros capulhos aos 109 dias de idade da ecossistema de urna cultura contribui signifi- cultura (Fig. 12). Este retardamento na produ-cativamente para retardar o ganho de resistên- ção das primeiras flores e maçãs que ocorreu cia das pragas aos produtos químicos e para na testemunha, em relação às demais táticas promover o desenvolvimento de resistência de testadas, foi devido ao ataque do bicudo, que predadores. Portanto, esta tática de controle de se iniciou no momento em que surgiram os pragas é economicamente e ecologicamente primeiros botões florais na cultura (dos 40 aos vantajosa. 45 dias de idade da cultura). Os primeiros

EMBRAPA: Surubim, ['E - A ocorrência danificados pelo bicudo-do-algodoeiro, e

caí-(b) Estação Experimental do cNPA/ botões florais produzidos pelas plantas foram

0

/

J

10*01

FIG. 3. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposição) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPA Preco-ce 1. Táticas: Preventiva + MIP até primeira Colheita e Preventiva + Ml? até surgimento dos primeiros capulhos. Queimadas, PB, 1986.

FIG.4. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposição) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, Cultivar CNFA Precoce 1. Táticas: MI? até primeira colheita e MIP até surgimento dos primeiros ca-pulhos. Queimadas, P8, 1986.

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684 F. DE S. RAMALHO et ai.

TABELA 2. Números de pulverizações, produtividade e incremento na produtividade e custo de controle obtidos com diferentes táticas de manejo integrado de pragas, em áreas

infes-tadas pelo bicudo-do-algodoeiro, utilizando-se a cultivar CNPA 31I. Queimadas, PB, 1986.

Tática Inseticida Dosagem'

ia nas) Pulveri- zação (M?) Produti- vidade (kg/ha) incremento na prod. (%) Custo de controle2 (Cz$/ha) (lcg/ha) MIP (primeiros botões florais até primeira

colheita) Cipennetrina 30 ED 7,81 7 214 376 676,55 135

MIP (primeiros botões florais até surgi-

mento primeiros capulhos) Cipermetrina 30 ED 7.81 6 217 382 579,90 116

Prev, + MIP (primeiros botões florais até

primeira colheita) Cipermetrina 30 ED 7,81 9 180 300 869.85 174

Prev. + MII' (primeiros botões florais até

surgimento primeiroscapullsos) Ciperrnetrina 30ED 7,81 7 180 300 676,55 135

Testemunha (sem inseticida) - - - 45 - - -

Pulverizador EleetroDyn com o bico do 'bozzle" entre linhas, 0-10cm acima dos ponteiros das plantas. uma linha tratada por pasao.

2

131H = Cz$40,00, um homem pulveriza 3 lia/dia com pulverizador ElectroDyn, um bozzle" de cipennetrina 30 ED (bico branco) = 2.88 lia, custa Cz$ 240,00 e 1 kg de algodão em caroço Cz$5,00.

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FIG. S. Percentagem de Infestação do pulgão e do curuquerê-do-algodoeiro, e número de inimigos naturais, quantificados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA 3H, até a primeira co-lheita. Táticas: Preventiva + MII' até primeira colheita e Preventiva + MII' até surgimento dos primeiros capulhos. Queimadas, P8, 1986.

Pesq. agopec. bra&. Brasilia, 25(5):677-690, maio 1990

FIG. 6- Percentagem de infestação do pulgão e do curuquerê-do-algodoeiro, e número de inimigos naturais, quantificados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA 3H, até a primeira lheita. Táticas: MII' até primeira co-lheita e MII' até surgimento dos primei-ros capulhos. Queimadas, P8, 1986.

(9)

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FIG. 7. Percentagem de infestação do pulgáo e do curuquerê-do-algodoeiro, e número de inimigos naturais, quantificados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA Precoce 1, até a primei-ra colheita. Táticas: Preventiva + MIP até primeira colheita e Preventiva + MIP até surgimento dos primeiros ca-pulhos. Queimadas, PB, 1986.

FIG. 8. Percentagem de infestação do pulgão e do curuquerê-do-algodoeiro, e número de inimigos naturais, quantificados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA Precoce 1, até a primei-ra colheita. Táticas: MIP até primeiprimei-ra colheita e MIP até surgimento dos pri-meiros capulhos. Queimadas, P11, 1986.

TABELA 3. Números de pulverizações, produtividade e incremento na produtividade e custo de controle obtidos com diferentes táticas de manejo integrado de pragas, em áreas infes-tadas pelo bicudo-do-algodoeiro, utilizando-se a cultivar CNPA Precoce-1. Queima-das, P11, 1986.

Tatsca Insecida ti Dos gem

( i g aa./lia) F'ulveri zaçao (N?) Produli- vsdade (kglha) Incremento na prod. (%) Custo de controle2 (Cz$/ha) (kg/ha)

MII' (primeiros botões florais até primeira

colhei(a) Cipermetrina 30 El) 7,81 6 313 382 579,90 116 MII' (primeiros botões florais até surgi-

mento primeiros capulhos) Cipermetrsna 30 EI) 7,81 4 407 526 386,60 77

Prev. + MIP (primeiros botões florais até

primeira colheita) Cipermetrina 30 El) 7,81 10 322 395 966,50 193 Prev. + MIP (primeiros botões florais até

surgimento primeiros eapjlhos) Cipermetrina 30 EI) 7.81 7 307 372 676,55 135

Testemunha (sem inseticida) - - - 65 - . -

1 Pulverizador ElectroDyn como bico do "boazle" entre linhas, 0-10 em acima dos ponteiros das plaotas, uma linha tratada por passo.

2 DIH = Cz$ 400), um homem pulveriza 3 haidia com pulverizador ElcctroDyn, um "bozzle" de cipermetrina 30 El) (bico branco) = 2,88 ha custa Cz$ 240,00 e 1 kg dc algodio em caroço = CzS 5,00.

(10)

686 F. DE S. RAMALHO et aL

ram ao solo. Uma vez ocorrida a .queda dos botões florais, as plantas são induzidas a pro-duzir mais botões florais, folhas, caules e raí-zes (Gutierrez et ai. 1979), acarretando, por conseguinte, um atraso no surgimento de flo-res e maçãs na cultura.

30 - 20 20 '5 lo. --- - - P.0 $3 o •OT*GFLOP*L 'SCSI 0*05 0* C4JLTUSA (D'AI

FIG. 9. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposição) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPA 311. Táti-cas: Preventiva + MIP até primeira colheita e Preventiva + MIP até surgi-mento dos primeiros capulhos, com uma fileira tratada por passo. Surubim, PE, 1986.

Posq. agropec. bras., Brasilia, 25(5):677-690, maio 1990

As Fig. 13, 14, 15 e 16 mostram os picos populacionais atingidos pelo pulgão (A. goss-wiO; pelos inimigos naturais: joaninha (C. sanguinea), aranhas, sixffdeo (1'. clavatus) e pelo ácaro vermelho (Tetranychus luden), du-rante o ciclo da cultura. Observa-se que, em

'o. 'o l0 •CTIO ÇLC'a .—.00'LLHO $

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1

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FIG. 10. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposi-ção) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPA 311. Táticas: MIP até primeira colheita e MIP até surgimento dos primeiros capulhos, com uma fileira tratada por passo. Surubim, PE, 1986.

35 0 o o o ç 4 5- O t a a 3

(11)

certos períodos de desenvolvimento das plan-tas, os níveis populacionais destas espécies fo-iam muito reduzidos. Entretanto, os níveis mais baixos dos predadores foram verificados com maior freqüência, nos ta'hões em que se utilizou cipermetrina 30 ED a 7,81 g do i.ajha. Toma-se evidente, ainda (Fig. 16), que o complexo de inimigos naturais do pulgão pode reduzir as populações do A. gassypii a níveis relativamente baixos (níveis de equilf-

5 5

ti2

/

FIG. 11. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposi-ção) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPA 311. Táticas: MII' até primeira colheita e MIP até surgimento dos primeiros capulhos, com duas fileiras tratadas por passo. Surubim, PE, 1986. 4,

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FIG. 12. Número de estruturas reprodutivas por planta e percentagem de botões florais danificados (orifício de oviposi-ção) pelo bicudo, durante todo o ciclo da cultura do algodoeiro, cultivar CNPA 311. Testemunha (sem insetici-da).

(12)

688 F. DE S. RAMALHO et ai.

brio), levando o homem a não necessitar usar o controle químico contra esta praga. Com re-lação ao ácaro-vennelho, sua ocorrência foi constatada aos 75 e 80 dias de idade da cultu-ra, nos talhões com e sem cipermetrina 30 EI), respectivamente.

Através da Tabela 4, verifica-se que, das táticas de controle de pragas testadas, a que se apresentou mais vantajosa foi aquela em que se utilizou o controle químico contra o bicudo-do-algodoeiro, a partir do surgimento dos pri-meiros botões florais até o aparecimento dos primeiros capulhos, adotando-se o nível de

controle (CN) de 10% de botões florais dani-ficados (com orifício de oviposição) pelo bi-cudo, e utilizando-se cipermetrina 30 EI), a 3,95 g do i.a./ha, com o bico do pulverizador ElectroDyn a 20 cm acima dos ponteiros das plantas e duas fileiras tratadas por passo. Con-seguiu-se, com esta tática de controle de pra-gas, uma das maiores produtividades (1.050 kglha), e incremento, na produtividade, de 329%, com o mais baixo custo de controle (Cz$ 444,781ha). O efeito do bicudo na redu-ção da produtividade do algodoeiro foi de 224% a 329%, dependendo da tática de con-trole empregada

(X

= 272%).

- JL,ÂO í...0

FIG. 13. Percentagem de infestação do pulgão e do ácaro vermelho, e número de inimi-gos naturais, quantificados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA 31-1, até a primeira colheita. Táticas: Preventiva + MW até primei-ra colheita e Preventiva + MIP até surgimento dos primeiros capulhos, com uma fileira tratada por passo. Su-nibim, PE, 1986.

Pesq. agropec. bras., Brasilia, 25(5):677-690, maio 1990

FIG. 14. Percentagem de infestação do pulgão e do ácaro vennelho, e número de inimi-gos naturais quantificados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA 3H, até a primeira colheita. Táticas: MIP até primeira colheita e MIP até surgimento dos primeiros ca-pulhos, com uma fileira tratada por passo. Surubim, PE, 1986.

(13)

TABELA 4. Números de pulverizações, produtividade de algodão em caroço, incremento na produ-tividade e custo de controle obtidos com diferentes táticas de manejo integrado de pra-gas, em áreas infestadas pelo bicudo-do-algodoeiro, utilizando-se a cultivar CNPA 311. Surubim, PE, 1986.

D m' Pulveri- Produti- Incremento Custo de controle'

Tática Inseticida ração vidade na prod.

g

(N1') (kg/ha) (%) (Cz$/ha) (kgfha)

MW (primeiros botões florais até primeira

colheita) Cipermetrina 30 ED 7,81' 8 891 73 77320 155

MIP (primeiros botões florais até surgi-

mento primeiros capulhos) Cipermetrina 30 ED 7,81 6 850 71 579,90 116

Prev. + (primeiros botões florais até pri-

nseira colheita) Cipermeteina 30 ED 7,81 li 816 70 1063,15 213

Prev. + MIP (primeiros botões florais até

surgimento primeiros capulhos) Cipernsetrina 30 EI) 7,81 10 794 68 966,50 194

MtP (surgimento primeiros botões florais

até primeira colheita) Cipermelria,a 30 ED 3,951 II 1.096 77 543.62 109

MW (prinieiros botões florais até surgi-

mento primeiros capulhos) Cipermetrisa 30 LII) 3,95 9 1.051 77 444,78 89

Testemunha (sem inseticida) - - 245 - - -

Pulverizador EleclroDyn com o bico do "bozzle" entre tinhas, 0-10cm acima doa ponteiros das plantas, uma linha tratada por passo.

2 Pulverizador Elecemflyn com o bico do "bozzle" entre linhas, 20cm acima doa ponteiros das plantas, duas linhas tratadas por passo.

a D/H = Cz$40,09, um homem pulveriza 3 ha/dia com pulverizador Eleetroflyn, um bozale" de cipermetrina 30 EI) (bico branco) = 2.88 ha, costa Cz$ 240,00 e 1kg de algodão em caroço = Cz$ 5,00.

FIG. 15. Percentagem de infestação do pulgão e do ácaro vermelho do aI;odoeiro e número de inimigos naturats, quanti-ficados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA 311 até a primeira colheita. Táticas: !(IP até primeira colheita e MIP até surgi-mento dos primeiros capulhos, com duas fileiras tratadas por passo. Suru-bim, PE, 1986.

flG. 16. Percentagem de infestação do pulgão e do ácaro vermelho do algodoeiro, e número de inimigos naturais, quanti-ficados a partir da emergência (E) das plantas da cultivar CNPA 311, até a primeira colheita. Testemunha (sem inseticida).

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F. DE S. RAMALHO et aL

CONCLUSÕES

1. O período crítico do algodoeiro herbá-ceo, cultivar CNPA 3H ao ataque do bicudo á o do surgimento dos primeiros botões florais até o aparecimento dos primeiros capulhos.

2. Podem ser utilizados como nível de controle para o bicudo, 10% de botões florais danificados (com orifício de oviposição).

3. O complexo biológico de inimigos nata-mis (joaninha, aranhas e sirfídeos) existentes no ecossistema do algodoeiro é capaz de exer-cer ação de controle sobre o pulgão (A.

gossy-piO, chegando a manter as populações desta praga em níveis relativamente baixos, sem ne-cessitar da ajuda de inseticida.

4. A tática de controle do bicudo-do-algo-doeiro, empregada a partir do surgimento dos primeiros botões florais até o aparecimento dos primeiros capulhos na cultura, adotando.-se o nível de controle de 10 010 de botões fio-mis danificados (com orifício de oviposição) pelo bicudo e usando-se a cipermetrina 30 ED, a 3,95 g do i.a.Iha, com o bico do "bozzle" do pulverizador ElcctroDyn a 20 cm acima dos ponteiros das plantas, duas fileiras trata-das por passo é economicamente e ecologica-mente vantajosa.

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