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MMC19 - EAM005 - Saúde ambiental e do trabalhador - Agricultura - Cana de acúcar

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 Transformação de cenários.

 Implantação de novos canaviais: 24 meses

antes da operação da usina.

 Uso de mecanização intensiva para o plantio.  Problemas ambientais: erosão; destruição de

estradas rurais; supressão de árvores

isoladas; eliminação de frutíferas e invasão de APP.

(10)

 Controle de infestação de cupins: uso de

organoclorado Endosulfan, que é um POP.

 Contrato de mão de obra: intermediários.

 Precárias condições de higiene e salubridade

nos alojamentos, na periferia de pequenas cidades.

 Condições desumanas de trabalho e de

moradia.

(11)

 Redução da biodiversidade, causada pelo

desmatamento e pela implantação de monocultura;

 Contaminação das águas superficiais e

subterrâneas e do solo, por meio da prática excessiva de adubação química, corretivos minerais e aplicação de herbicidas e

(12)

 Compactação do solo, pelo tráfego de

máquinas pesadas, durante o plantio, tratos culturais e colheita;

 Assoreamento de corpos d’água, devido à

erosão do solo em áreas de reforma;

 Emissão de fuligem e gases de efeito estufa,

na queima, ao ar livre, de palha, durante o período de colheita;

(13)

 Danos à flora e fauna, por incêndios

descontrolados;

 Consumo elevado de óleo diesel, nas fases de

plantio, colheita e transporte;

 Concentração de terras, rendas, predomínio

da monocultura e condições inadequadas de trabalho do cortador de cana.

(14)

 Utilização de agrotóxico: requer poucas

aplicações comparando-se a outras culturas de produção extensiva, em razão de sua

robustez e adaptação às condições

edafoclimáticas em que são cultivadas no Brasil.

 Os herbicidas são o grupo mais utilizado.

 Consumo de inseticidas relativamente baixo,

sendo quase nulo o de fungicidas.

(15)

 Uso de controle biológico em escala  comercial.

 Aumento da produção orgânica, devido ao

aumento do mercado de açúcar orgânico, tanto no Brasil quanto no exterior.

(16)

 Consumo de óleo diesel: aproximadamente

1.700 l por tonelada de cana processada.

 Representa 32% da energia consumida no

ciclo de vida do álcool.

(17)

 Desligamentos freqüentes de linhas de

transmissão e de distribuição de energia elétrica;

 Efeitos estéticos indesejáveis causados pelas

fuligens;

 Acidentes ao longo das rodovias;

(18)

 incêndios descontrolados em matas e

fragmentos florestais;

 Possibilidade de mecanização progressiva da

colheita;

 Pressões, cada vez maiores, da sociedade

civil.

(19)

 Lei 11.241, de 19/09/2002, regulamentada

pelo Decreto Estadual 47.700: proíbe a queima em 100% dos canaviais paulistas, mecanizáveis, até o ano de 2021.

◦ 20% no primeiro ano a 100% em 2021, para áreas mecanizáveis.

◦ Até 2031 para áreas não mecanizáveis.

 Desde 2006 até 2011, 30% da área deve ser

(20)

 Proíbe queimada a um quilômetro do

perímetro de áreas urbanas e de reservas indígenas.

 Planejamento anual a ser entregue à

Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

(21)

 A proibição da queima de cana-de-açúcar:

um dilema socioambiental.

◦ Sua proibição pode contribuir para melhoria da

qualidade do ar e, portanto, para a sustentabilidade ambiental e a prevenção de doenças.

◦ Pode suprimir milhares de empregos no campo, gerando insustentabilidade social e espacial.

(22)

 Emissões:

 Material particulado (MP), hidrocarbonetos,

monóxido de carbono (CO), dióxido de

carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx).

 Elevação da temperatura do solo, acarretando

perda de nitrogênio e de bactérias.

 Emissão de fuligem e fumaça em núcleos

urbanos, a quilômetros de distância,

causando incômodos generalizados aos moradores

(23)

 Emissão veicular de material particulado na

Região Metropolitana de São Paulo: 62 toneladas/dia.

 Material particulado proveniente da queima

de palha, conhecido como “carvãozinho”:a 285 toneladas/dia.

(24)

 Queixas de moradores que vivem em áreas

afetadas:

◦ Sujeira em casas, comércio e locais públicos;

◦ Aumento do consumo de água de abastecimento

público para garantir a limpeza dos locais afetados com maior freqüência;

◦ Aumento dos acidentes em rodovias devido à falta de visibilidade;

(25)

 Problemas respiratórios, notadamente em

crianças e idosos;

 Interrupção de serviços de energia elétrica

por problemas causados em linhas de

transmissão próximas a área da queimada;

(26)

 “OMS - Diretrizes de Saúde para Eventos de

Fogo em Vegetação”

 Poluição atmosférica – impacto direto da

fumaça na saúde humana e na economia,

influência de gases e emissões de partículas na composição da atmosfera.

 Biodiversidade – consequências deletérias no

desempenho dos ecossistemas e na estabilidade da paisagem.

(27)

 Problema de Saúde Pública

 Impacto sobre a mortalidade e morbidade

diárias, admissões hospitalares, visitas à emergência e ao ambulatório e sobre a função pulmonar.

(28)
(29)

 Corte, carga e organização de toneladas de

canas diariamente, como sempre fizeram.

 Mudança na intensidade do trabalho: “novos”

modelos de gestão invadiram o agronegócio

 De trabalhador para “Colaborador”.

 Tarefa rígida: indicação de posturas para

corte.

 Metas de produção estão cada vez mais altas.  Sistemas de prêmios e punições.

(30)

 Forma de pagamento por produção

complexa: maior desgaste entre trabalhadores.

 Sistema de aferição da produção: permanece

o mesmo com ocorrência de fraudes.

 Irregularidades várias registradas pelo MTE.

 Ocorrência de trabalho escravo.

(31)

 Rotatividade grande e vínculos empregatícios

precários: estimativa de 400.000 cortadores.

 Corte atinge, em alguns casos, vinte

toneladas de cana por dia.

 A produtividade do cortador em São Paulo é a

(32)

 Exigências técnicas no corte: ele deve ser

feito para aproveitar o máximo da cana, isto é, ser bem rente ao solo

porque a sacarose

do açúcar fica toda no pé da cana e eles não

querem perder a sacarose.

(33)

 ‒ É mais difícil cortar cana queimada ou na palha?  ‒ Na palha.

 ‒ Por quê?

 ‒ Porque a cana na palha, tem que limpar a palha, tem que

tirar a palha, puxar do lugar do monte, tem muito joçal, é um espinho pequenininho, penetra muito no corpo da gente... na cara, nas mãos, e dá muita coceira. A palha corta a gente,

onde passa a folha ela corta. Então, fica mais difícil do que a cana queimada. Porque a cana queimada, você abraça ela e corta. O único problema é que ela suja a roupa mas não te machuca. A outra machuca, pega o olho na ponta, é perigoso ficar cego.

(34)

 ‒

 Eu acho que uma das maiores desgraças que têm os cortadores de

cana é a queima de cana de dia... Eles chegam, vêem que você vai acabar [o corte] às 11 horas... Eles tocam fogo no outro talhão,

aquele resto de cana que tem e jogam todo mundo pra lá... Quando acontece isso, é sempre lá pelas duas horas da tarde e aí já tem o calor do dia e dobra com o calor da cana, que ela não esfria na hora que você vai... A cinza fica mais solta, e solta na cara da gente. Você bate o facão no pé da cana e a cinza vem no seu rosto... Então a

gente não consegue trabalhar nem duas horas sem parar; tem que parar para tomar fôlego, se não a gente não aguenta trabalhar o dia.

(35)

 Período da safra: de maio/junho a dezembro.

 Jornada dos cortadores é longa: saem de casa

entre 5h e 6h30min da manhã e só retornam no fim da tarde.

(36)
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(38)

 Em muitas usinas, os próprios trabalhadores compram seus

EPIs.

 Ritmo intenso de trabalho: ocorrência comum de cãibras.  Ingestão frequente de soro.

 Dores e dormência nos braços.

 Exposição ao calor e à radiação solar.  Dispêndio metabólico importante.

(39)

 O esforço físico exigido por cortar e carregar

várias toneladas de cana por dia, com os mais diferentes graus de dificuldade, em razão das diferenças nas condições da cana, nos

instrumentos de trabalho, nos terrenos, no clima,

 O trabalho mental de controlar a própria

produção: esclarecimento sobre os

complicados cálculos de produção e todos os detalhes do sistema de medição, para

(40)

 O tratamento desumano e invariavelmente

humilhante imposto por uma organização do trabalho extremamente hierarquizada e

rígida, que se baseia num sistema de

punições arbitrário e estimula a competição entre os trabalhadores.

(41)

 Safras 2004/2005 e 2006/2007: morte de14

cortadores de cana na região canavieira de São Paulo.

 Idade entre 24 e 50 anos, migrantes, de

outras regiões do país (norte de Minas, Bahia, Maranhão, Piauí).

(42)

 Atestados de óbitos com conclusões vagas:

morte por parada cardíaca ou insuficiência respiratória ou acidente vascular cerebral.

 Amigos e familiares relatam que antes de

morrerem ele haviam reclamado de excesso de trabalho, dores no corpo, cãibras, falta de ar, desmaios etc.

(43)

 Década de 1980: mudanças significativas.

 Segunda fase do Proálcool.

 Maior programa público mundial de produção de

combustível alternativo aos derivados do petróleo.

 Aumento da produtividade da cultura.

(44)

 Elevação também da produtividade do

trabalho no corte de cana: toneladas de cana cortadas por dia/homem ocupado na

atividade.

 Década de 1950: 3 toneladas de cana cortadas por

dia de trabalho;

 Década de 1980, 6 toneladas de cana por

dia/homem ocupado;

 Final da década de 1990 e início da presente

década: 12 toneladas de cana por dia

(45)

 Década de 1980: corte de retângulos (eitos)

com 6 metros de largura, em 5 ruas (linhas em que são plantadas a cana), por um

comprimento que variava por trabalhador, que era determinado pelo que ele conseguia cortar em um dia de trabalho.

(46)

 Medição do trabalho por duas formas:

◦ Comprimento do eito (metro linear ou quadrado) ou pela quantidade de cana cortada (peso da cana).

 Trabalhadores preferem o método que eles

possam ter controle (metro).

 Capitalistas, por peso.

(47)

 Corte de 6 t de cana em um dia: o

comprimento do eito deve ser de aproximadamente 200 metros.

 Área total do eito: 1.200 m² (200 m de

(48)

 O trabalhador realiza as seguintes atividades:

 Corta a cana rente ao solo, desprendendo as varas

das raízes.

 Corta a ponteira da cana, que é a parte de cima,

onde estão as folhas verdes, que não têm sacarose e, portanto, não servem para as usinas.

 Transporta a cana cortada em cada rua para a rua

central.

 Arruma a cana em montes ou esteirada na rua

central.

(49)

 O pagamento decorrente de sua produção:

quanto maior a produção mais eles recebem.

 Uma das mais desumanas e perversas formas

de pagamento, segundo Marx e Smith.

 Como eles trabalham pela subsistência,

trabalham cada vez mais para melhorar suas condições de vida.

(50)

 Situações diferentes das estudadas por Smith

e Marx: os cortadores de cana sabem apenas quantos metros de cana cortaram em um dia, mas não sabem o valor do metro de cana

cortado.

 O metro linear de cana não ter um valor

fixado previamente.

 Só é fixado depois que a cana foi pesada.

(51)

 O valor do metro de cana para cada talhão é

atribuído pela usina: cana é pesada em suas balanças, localizadas distantes do eito.

 Pagamento por produção: forma de

(52)

 Ocorrência de greves em razão deste sistema.  Insistência das usinas em pagar por peso.

 Trabalhadores com controle do seu pagamento →

as usinas perderiam o principal meio de pressão para aumentar a produtividade do trabalho.

 O processo de trabalho no corte de cana →

destreza do trabalhador, ou seja, depende de um conjunto de atividades manuais, exercidas pelos trabalhadores, independentemente da

administração do processo.

(53)

 Após depois de definido o eito:

 Trabalhador abraça um feixe de cana

(contendo entre cinco e dez canas), curva-se e flexiona as pernas para o corte da base.

 Corte no ar do pendão.

 Quantidade cortada por dia por trabalhador

depende exclusivamente de sua força e habilidade.

(54)

 Corte de 6 toneladas de cana, em um eito de

200 metros de comprimento por 6 metros de largura:

 Caminha durante o dia uma distância de

aproximadamente 4.400 metros e despende aproximadamente 20 golpes com o podão

para cortar um feixe de cana, o que equivale a 66.666 golpes por dia.

(55)

 A cada 30 cm, abaixar-se e torcer-se para

abraçar e golpear a cana bem rente ao solo e levantar-se para golpeá-la em cima.

 Amontoa vários feixes de cana cortados em

uma linha e os transporta até a linha central.

 Transporta nos braços 6 toneladas de cana

em montes de aproximadamente 15 kg a uma distância que varia de 1,5 a 3 metros

(56)

 Vestimenta composta de botina com biqueira

de aço, perneiras de couro até o joelho,

calças de brim, camisa de manga comprida com mangote, de brim, luvas de raspa de

couro, lenço no rosto e pescoço e chapéu, ou boné, quase sempre sob sol forte.

 Ocorrência de suor abundante e perda de

muita água e junto e sais minerais, levando à desidratação e à frequente ocorrência de

cãibras.

(57)

 Expressivo aumento da produtividade.  Para garantia do emprego, os cortadores

deviam produzir, no mínimo, 10 t por dia.

 1980: 6 t/homem/dia  1990: 12 t/homem/dia.

(58)

 Razões para aumento da produtividade:  Aumento de trabalhadores disponíveis;

 i. O aumento da mecanização do corte de cana.

 ii. O aumento do desemprego geral, provocado por duas décadas de baixo

crescimento econômico.

 iii. A expansão da fronteira agrícola para as regiões do cerrado, atingindo o

sul do Piauí e a região da pré-amazônia maranhense, destruindo as formas de reprodução da pequena propriedade agrícola familiar.

 Processo de seleção mais apurado.  Estágio probatório de três meses.

(59)

 Caminha 8.800 metros.

 Despende 133.332 golpes de podão.

 Carrega 12 toneladas de cana em montes de

15 kg, em média; portanto, faz 800 trajetos e 800 flexões, levando 15 kg nos braços por

uma distância de 1,5 a 3 metros.

 Faz aproximadamente 36.630 flexões e

(60)

 Perde, em média, 8 litros de água por dia,

exposto à poeira, à fuligem expelida pela cana queimada, trajando uma indumentária que o protege da cana, mas aumenta sua temperatura corporal.

 Possível causa da morte: excesso de trabalho.  Soluções: Limites de carga? Mecanização

completa??

(61)

 Ritmo de introdução do progresso técnico

deve ser pautado pela sociedade (Estado, Capitalistas e Trabalhadores), orientando a introdução do progresso técnico no sentido socialmente desejável, como ocorrem em países avançados.

 Brasil: a decisão pela mecanização é privada e

os custos são repartidos na sociedade.

 Limitações relativas á declividade do solo: >

(62)

 Contradições do setor:

 Tratores e máquinas agrícolas de última

geração, agricultura de precisão, controlada por geoprocessamento via satélite etc.

 Manutenção de relações de trabalho, já

combatidas e banidas do mundo desde o século XVIII.

(63)

 Alves, F. Por que morrem os cortadores de cana? Saúde e

Sociedade. 2006; 15(3):90-98.

 Ferreira, LL et al. Análise coletiva do trabalho dos cortadores

de cana da região de Araraquara, São Paulo. 2008; Fundacentro.

 Lopes, FS; Ribeiro, H. Mapeamento de internações

hospitalares por problemas respiratórios e possíveis

associações à exposição humana aos produtos da queima da palha de cana-de-açúcar no estado de São Paulo. 2006;

9(2):215-25.

 Andrade, JMF de; Diniz, KM. Impactos Ambientais da

Agroindústria da Cana-de-açúcar: Subsídios para a Gestão. Monografia. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ; Piracicaba, 2007.

(64)

 IBGE. Indicadores de desenvolvimento sustentável – Brasil

2010. Estudos e Pesquisas. IBGE, 2010.

 Ribeiro, H; Pesquero, C. Queimadas de cana-de-açúcar:

avaliação de efeitos na qualidade do ar e na saúde respiratória de crianças. 2010; 24(68):255-71.

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