ROBERTA
VARGAS COLHAÇO
LEVANTAMENTO
DO
POTENCIAL
TURÍSTICO sUsTENTÁ\fEL
DE LOCALIDADES
PERTENCENTES
AO
I>IsTR1TO
DO
RIBEIRAO
DA
ILHA
FLORIANÓPOLIS
2003
LEVANTAMENTO DO
POTENCIAL
TURÍSTICO
SUSTENTÁVEL
DE LOCALIDADES
PERTENCENTES
AO
DISTRITO
DO
RIBEIRAO
DA
ILHA
Trabalho
de
Conclusão de
Estágio apresentadaà
disciplina Estágio
Supervisionado
-
CAD
5236,
como
requisito parcial
para
obtenção
do
grau de Bacharel
em
Administração da Universidade
Federalde Santa
Catarina, área
de concentração
em
Turismo
Sustentável.
Professor Orientador:
Pedro
Carlos ScheniniFLORIANÓPOLIS
LEVANTAMENTO
DO
POTENCIAL
TURÍSTICO
SUSTENTÁVEL
DE LOCALIDADES
PERTENCENTES
AO
DISTRITO
DO
RIBEIRAO
DA
ILHA
Este Trabalho de Conclusão de
Estágio foijulgado
adequado
eaprovado
em
suaforma
final pela
Coordenadoria de
Estágiosdo Departamento
de
Ciênciasda Administração
da
Universidade
Federalde
Santa Catarina,em
(27de junho de 2003)
Prof. Sinesio Stefano
Dubiela
OstroskiCoordenador
de
EstágiosApresentada
àBanca Examinadora
inteda
pelos professores:Pe
r los Schenini Orienta ) "/
¿_Es
AzHelou
Filho `- 6 T0Valeskaw~araes
Membro
E
também
meu
profundo agradecimento
atodos
os professores pois sãograndes
responsáveis peloconhecimento que
adquiriao longo
dessesanos maravilhosos de
universidade federal,em
COLHAÇO,
Roberta.Levantamento do
potencial turístico sustentávelde
localidadespertencentes
ao
Distritodo
Ribeirão
da
]]ha. 2003.94f
.Trabalhode Conclusão de
Estágio(Graduação
em
Administração).Curso
de Administração, Universidade
Federalde Santa
Catarina, Florianópolis.
Este
estudotem
como
objetivo fazerum
levantamento
do
potencial existente nas localidadesda
Freguesiado
Ribeirão, Costeirado
Ribeirão, Caieirada Barra
do
Sul eNaufragados
que
pertencem ao
Distritodo
Ribeirãoda
Ilha.Esta
região apresenta características (naturais,históricas, culturais, gastronômicas, etc)
que
sãofundamentais
parao
desenvolvimento
do
turismo.
A
apresentação dessas características é a primeira partedo
estudo.Num
segundo
momento
sãoexpostos
algunsdos problemas
da
realidadeda
regiãoque podem,
de
alguma
forma,
comprometer
a potencialidade turística das localidadesem
estudo.Por
último foi feitoum
levantamento
das atividades turísticas já existentesou
a serem implementadas de
forma
sustentável nessas localidades.
Para
tantoforam
realizadas, pesquisa bibliográficaem
diversasfontes, e pesquisa
de
campo
envolvendo
entrevistascom
acomunidade
local,órgãos
competentes,
empreendimentos
turísticos.Para a organização dos dados
coletados foiutilizado
um
manual de
técnicasde
pesquisade
campo
de
autoriade
Mario
Carlos
Beni
fornecido pelo
SEBRAE.
Por
fim, através desse levantamento, foiconcluído que a
regiãotem
um
grande
potencialpara
o
turismo,porém
algumas
vezes não explorado de
forma
sustentável,
0 que
pode comprometer
o
futuroda
região eda comunidade
autóctone,fazendo-
se necessário
uma
integração entre as partes interessadas, paraque
issonão
ocorra,ou
para
que
uma
situação negativa detectada se reverta.O
planejamento
turísticodeve
levarem
contarnão
só os interesseseconômicos,
mas também
englobar
os aspectos ambientais e sociais.O
turismo se planejado
de
forma
adequada,
além
de
oferecerum
produto de
qualidadeaos
visitantes, trazmuitos beneñcios
para a regiãocomo
um
todo.This
study°s objective is to survey the existing potential for a sustainabletourism
development
at the localities calledFreguesia
do
Ribeirão, Costeirado
Ribeirão, Caieirada
Barra
do
Suland Naufragados,
which
are partof
Ribeirãoda
Ilha District.The
area presentscharacteristics (in
terms
of
nature, history, cultureand gastronomy)
that are essential fordeveloping
the activity.These
characteristics are presented in the first partof
thework.
Secondly
some
of
theproblems concerning
the region,which
may
affect insome
way
thepotential for tourism, are presented. Furthermore,
an
investigationhas
been
carried in order toidentify the existing tourist activities, as well as the
ones
that are tobe implemented
ina
sustainable
way.
In order todo
so a bibliographic research in various sourcestook
place plusfield
research involving localcommunity members
interviews, tourist enterprisesand
organisations in
charge of
eithertourism
or thecommunity
affairs.With
thepurpose
of
organising the collected dataa
FieldResearch
TechnicalManual
produced
by Mario
Beni
hasbeen
used. Finally,through
thesurvey
itwas
concluded
that the region presents a greatpotential for tourism,
even though
notalways
carried in a sustainedway, which
can
certainlyjeopardise the future
of
both
theautochthon
community
and
the region itself. It is necessary tointegrate the
community
and
stakeholders either to avoid this possibility or to revertany
detected
drawback.
The
tourismplanning
must
involve notonly
theeconomic
aspects, butalso the social
and environmental
ones.Tourism,
if properly planned, apartfrom
creating thepossibility
of
offering quality for visitors, also bringsmany
good
outcomes
for thewhole
region.
Quadro
l: Indicadoresde
competitividade ... ._Quadro
2: Fatores legais enormativos
... __Quadro
3:Destinos
turisticosmais
visitados ... ._Quadro
4:Bens tombados
por
decreto e leismunicipais
... __Quadro
5:Diagnóstico da
mariculturana
região ... __Quadro
6: Praiade Naufragados
... _.Quadro
7: Praiado
Defimto
... ._Quadro
8: Praiado Seu
Norberto
... _.Quadro
9: Praiada
Caieirada
Barra
do
Sul ... _.Quadro
10Quadro
11Quadro
12Quadro
13Quadro
14:Quadro
15Quadro
16:Quadro
17Quadro
18Quadro
19Quadro 20
Quadro
21
Quadro 22
Quadro
23
Quadro 24
Quadro
25
Quadro 26
Quadro 27
Quadro 28
Quadro 29
PraiaGrande
... _. Praiada
Sinhá
ou
da Ponta
do
Poço
... _. Praiade Fora
ou do
Caiacangaçu
... .. Praiado
Caiacangaçu
... ._ Praiada
Costeirado
Ribeirão ... ._ Praiado
seuLino
Cunha
... _. Praiade
Fora ou do Seu
Ernesto ... _. Praiado
Itaqui ... _. Praiado Doutor
Ivo , Praiada Cruz ou
Praiada
Toca do
Uga
... _.
Praia
do
Rita ... ._ Praiado
Ribeirãoda
Ilha ... ._Morros do
Ribeirão ... _.Trilha
de Naufragados
1 ... ._Trilha
de Naufragados 2
... ._ Trilhade Naufragados
3 ... _.Caminho
do
Sertãodo
Ribeirão àTapera
do
Ribeirão ... ._Trilha
da
Lagoa
do
Periao
Alto Ribeirão ... __Trilha
dos Naufragados
à Solidão (Praiado Rio
das Pacas) ... __Caminho
do
Sertãodo
Ribeirão à.Lagoa
do
Peri(Chico
do Alambique)
LISTA
DE
QUADROS
... ... ... ... ... ... ... ... ..7 -IINTRODUÇAO
... ... ... ... .. .. . 10 1.1coNTE¿<TUA1.1zAÇÃo
... .. 10 1.2QUEsTAo
DE1>EsQU1sA... 13 1.3 JUsT11=1cAT¶vA... ... ._ 13 2OBJETIVOS
... ... ... ... ... 15 2.1OBJETIVO
GERAL
., ... .. 15 2.2OBJETIVOS
ESPECIFICOS
... .. 153FUN1›AMENTAÇÃo TEÓRICA
... . . .. .. ... ... .... 16 3.1DEsENvoLvnv1ENTo
sUsTENTÁvEL... ... .. ló 3.1.1 Púzzúçâo ... ... ._ 1s3.zTUR1sMo
... ...2o 3.3TuR1sMo E SUSTENTABILIDADE
... ._ 29 3.4EcoTUR1sMo
... .. 33 3.5 1~¬LoR1ANÓPoL1sE
o
TURISMO;
... ... .. 353.6
DISTRITO
Do
RIBEIRÃO
DA
ILHA
... .. 384MÍETODOLOGIA... ... ... ... .... ... ...4l 5
ANÁLISE
DOS
DADOS COLETADOS
... ... ... ... ... ... .... .. 465.1
CARAÇTERÍSTICAS
DETERMINANTES
QUE
EVIDENCIAM
O
POTENCIAL
DO
TURISMO
SUSTENTAVEL
2 ... .. 465.1.1 Características históricas e culturais:... ...
46
5.1.2 Características Sociais ... ..
47
5.1.3 Caracteristicas gastronômicas :
A
ostracomo
produto gastronômico turístico e oƒomento da maricultura ... ..50
5.1.4 Características Naturais (Atrativos ... .. 52
5.1.4.1 Pmias ... ... .. 53
5.I.4.2Mornos: ... 5.1.5 Atrativos artificiais ...
67
5.1.5.1IgrejaNossaSenhoradaLapa: ... ... 5.1.5.2 Instituiçqes culturais de estudo, pesquisa e lazer: Museu Etnológico do Ribeirão ... ..' ... ._ 68 5.2 LI1\/IITAÇOES
QUE
PODEM
CONIPROMETER
O
DESENVOLVIMENTO
TURÍSTICO
SUSTENTAVEL
NA
REGIÃO
EM
ESTUDO
... ._ 68 5.2.1 Degradação ambientalx
Utilização raáonal dos recursos naturais. ... 695.2.1.1 Poluição Hídrico ... ... .. 70
5.2.1.2 Lixo, esgoto, saúde, educação, segurança , ocupação irregular e abastecimento de água: ... .. 72
5.2.2 Fatores que
comprometem
o turismo: ... 755.2.2.1.Atratívos turísticoslque comprometem seupptencial.-... 5.3
ATIVIDADES
TURISTICAS SUSTENTAVEIS:
... .. 785.3.1 Atividades turísticas
na
praia: ... ... .. 785.3.2 Trilhas Ecológicas ePesquisas Cientificas... 79
5.3.3 Visitas Culturais e City tour ... .. 86
5.3.3.3 Casas rústicas coloniais: ... ... .. ...87
5.3.3.4Igreja NossaSenharadaLapa:... 88 5.3.3.5FazendasMarínhas ... 88 5.3.4 Passeios marítimos ... 88 5.3.5 Festas etno-culturais-religiosas... ... .. 89 5.3.5.1 Festa do Camarão: ... ... .. S9 5.3.5.2 Festa do Divino ... ..90
5.3. 9 Outros atrativos a serem explorados para o turismo ... ..
96
6
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... .... ... ... ... .. 97.
REFERENCIAS
... ... ... ... ... .... .... ... ... ... .... .... ... ... .. 101 ... ... ... ... ... ... ... .. 1041
1NTRoDUÇÃo
1. 1
CONTEXTUALIZAÇÃO
Apesar
de
contarcom
um
belíssimo litoral,um
alto índicede
qualidadede
vida,além
de
possuir recursos naturais incomparáveis, qualidadescapazes de
transformarum
potencialturístico
em
um
produto de
qualidade, Florianópolisnunca
foicapaz de
pensaro
turismo na
maneira
que
se deve,tendo preocupação
em
planejar, lapidar eembalar
a suamatéria-prima
turística.
Mas
tudo
isso, aindanão
é suficiente frente às potencialidadesda
cidade.Muitos
investimentos ainda serão necessários, principalmente
no
planejamento
estratégico ena
criação
de
produtos
diversificados,oferecendo
um
diferencialcom
preços alinhadosno
mercado
mundial.Com
uma
riqueza naturalexuberante
eum
povo
típicomuito
interessante, responsávelpor
uma
cultura aindanão muito
explorada,o
Ribeirãoda
Ilha éum
lugarque aparentemente
apresenta
um
potencial elevado,porém
por
outro lado, possui algunsproblemas
que
podem
comprometer
a regiãonum
determinado
prazo.A
globalização favorece adivulgação
dasinúmeras
qualidadesda
cidadeonde
está localizadao
Ribeirãoda
Ilha,porém
se esta regiãonão
estiverpreparada
para receberos
chamados
“turistas globalizados”,muitos impactos
negativos
podem
surgirem
razão disto.Muitos
problemas
já são parteda
realidadeda
região eque
porconseqüência
compromete
o
filturo desta região: esgotojogado
no
mar,arruamento
irregular, aterro,patrimônio
público,crescimento desordenado,
gentepescando
sem
habilitação, violênciaentre vários outros problemas.
Um
aspecto relevante parao
desenvolvimento
do
turismo
sustentávelda
região éa
importância que deve
serdada
ao
nativo.Não
sedeve
ignoraro
serhumano
que
vivena
região hospedeira e
que
participa diretamenteda
recepção
edo
atendimento
ao visitante.A
valorização
da mão-de-obra
local abreespaço
paraum
investimentoem
qualidade,com
a
conscientização acerca
do
papel representado,por cada
um,
nesse processo competitivo.Entendendo
o
que
éo
turismo eo que
ele representaem
termos de
renda, imediata ea
médio
prazo, para a sua sobrevivência, a
população
local e,em
especial,o
trabalhador sentirámais
integrado
ao planejamento
eà execução dos programas.
E,caso
o
contrário,pode
haver
um
conflito
entreo
turista eo
anfitrião, principalmente seo
turista, egressode
um
paísde
primeiro
mundo,
visitacomunidade
mais
pobre,onde
apopulação
apresentaum
nívelde
renda
ede
escolaridade inferiores.É
o
que Krippendorf (1989)
chama
de
encontrodos
"have"com
os
"have-not".Na
tentativade
evitaro
choque
cultural, as agênciaslevam
os
viajantesa
um
passeio pela cidade,em
ônibus
climatizado,devidamente
protegidosde
qualquer contatocom
apopulação
local."O
que
deveria serum
encontro
sucumbe
à“sindrome
do
zoo°:uns
eoutros se
observam"
(KRIPPENDORF,
1989, p. 113).E
o
que
poderia serum
encontro
setransforma
em
des-encontro.'
Nos
últimos anos,houve
uma
maior preocupação
com
osimpactos
negativosdo
turismo, principalmente sobre as
comunidades
mais
frágeis,menos
desenvolvidas.Antes
disso,
o
enfoque
ficava
concentrado
nasvantagens
dos
ganhos
financeiros
edo
incremento
na
oferta
de
empregos
paraa
população
local.Por
outro lado, tal atividadetambém
ameaça
com
a destruição
do
meio-ambiente, a segregação dos
nativos,a
exclusãodos
autóctonesde todo
o
processo
de planejamento
e, alongo
prazo,um
amplo confisco
sobrea população
localA
chegada
do
turismo é avassaladora, seja atravésdas
intensaspropagandas
oficiaisou
pelo
surgimento espontâneo de
destinosque
setomam
atração aos olhosdos
turistas.As
pequenas
localidades,povoados,
vilas são invadidos eo
seu cotidiano émoldado, muitas
vezes, pela
chegada dos
viajantescom
seus hábitos,costumes
e tradições.O
crescimento
do
turismo
tem
agredido,em
vários graus,os
recursos naturais, culturais e sociaisdessa
regiãoreceptora.
A
massificaçãodo
turismo contribui paraa divulgação de
estereótiposque
tentam
representar a riqueza cultural
de cada
região ede cada
povo
escolhidocomo
destino turístico.Alternativa
que
pode
fazer desaparecer,com
o tempo,
características essenciaisde
uma
comunidade,
na medida
em
que os
anfitriões, para atender àdemanda
turística, vão,pouco
a
pouco,
adequando o
seu cotidiano às necessidadesdos grupos
visitantes,a ponto de
perderseus referenciais.
E
assim,procurando
satisfazero
cliente, vaideixando de
lado as suas próprias necessidadesou
desejos simbólicos.A
subordinação
do
anfitrião à cultura e gostosdos
visitantesnão
é regra geral,por
issoquando
há planejamento
adequado
e participaçãoda
comunidade
local duranteo
processo
de
preparação de
uma
região parao
desenvolvimento de
atividades turísticas,o
resultadofinal
pode
ser positivo.Os
efeitos socioculturais sobre aspessoas
residentesna
áreapodem
semanifestar, entre outros aspectos,
em
melhores condições de
vida eenriquecimento
cultural,ao
invésde
levara conseqüências
negativas provenientesde opções equivocadas
que levam
a
efeitos
danosos
para a sociedade, taiscomo:
xenofobia, poluição, servilismo,degradação
ambiental, aculturação e
inúmeros
outros.Na
verdade,não
ésomente
a
preservaçãoda
diversidade culturalque
pode
serameaçada
diantedo
desenvolvimento
apressado e irresponsávelde
atividades turísticas.O
próprio
meio-ambiente,
as paisagens naturais eo
patrimônio artístico-culturaltambém
podem
1.2
QUESTÃQ DE
PESQUISA
Há
potencial turístico a ser explorado,de
forma
sustentável,nas
localidadesda
Freguesiado
Ribeirão, Costeirado
Ribeirão, Caieirada
Barra
do
Sul eNaufragados
?1.3
JUSTIFICATIVA
Florianópolis,
no
iníciodo
séculoXXI
, éuma
cidadeque
enfrentauma
sériede
problemas urbanos gerados por
um
crescimento desordenado,
entreos
quaispode-se
citar ruascongestionadas, falta
de saneamento,
favelizaçãoda
periferia,inchaço
populacional,ocupação
de
áreasde
preservação, poluição nas praias, rios, córregos, entre outros.Muitos
dessesproblemas,
além
de
afetar diretamentea
vidada
população
autóctone,dificultam
o
desenvolvimento da
atividade turística, e são,de
certa forma, intensificados pelamesma.
Para
sanar essas questões,
o
poder
público e a própria sociedadedesenvolvem
esforços emergenciais,porém
normalmente
isolados,desprovidos de planejamento
estratégico.Florianópolis está situada
numa
ilha e issoimpõe
limitesao
seu crescimento,que
deve
acontecer
de
forma
ordenada
e sustentada.Além
disso,a
atividade turísticaem
Florianópolissempre
sofreuos
efeitosda
sazonalidade, já
que
na
primavera
eno
verão
observa-seum
grande
fluxo
de
turistasem
direção às praias e,
consequentemente,
uma
grande
ocupação
nos meios de
hospedagem,
por
exemplo.
Jáo outono
eo
invernoapresentam
características opostas.Muitos
autoresafirmam que
o
turismo litorâneode
massa,como
é caracterizadoo
turismoem
Florianópolis,não
é compatívelcom
o
conceitode
turismo sustentávelAs
localidadesem
estudo,pertencem ao
Distritodo
Ribeirão,que
se situana
parte sulda
Ilhade Santa
Catarina.São
lugares que, aparentemente,apresentam
potencialpara
aimplantação
do Turismo
de
forma
sustentável enão
exploradas para talfim.
Istodevido
algumas
peculiaridades desta região: a) variedade e beleza natural;b)
herança
históricada
colonizaçãomuito
presenteno
local;c) traços culturais
muito
fortes(fundamentada na
cultura açoriana);d)
presença marcante
da
figuraque
representao
povo
de
Florianópolis-
“manezinho da
ilha”;
e) atrativos
Gastronômicos,
principalmenteporque a
região é ricano
cultivodo
produto
gastronômico
típicode
Florianópolis-
ostra.Além
disso, outrosfiutos
do
mar
sãooferecidos
na
região;O
maior patrimônio
natural e culturaldo
Ribeirão são suas belezas naturais,que
aliadas aos traços culturais
que
ainda semantêm
vivo
entre ascomunidades
nativas,oferecem
um
amplo
lequede
potencialidades para realizaçãoda
atividade turísticacom
bases
sustentáveis
Este
trabalhotem
como
proposta identificar este potencialpara
a sustentabilidadedo
turismo nas localidades
da
Costeirado
Ribeirão,Freguesia
do
Ribeirão, Caieirada
Barra
do
Sul e
Naufragados, mostrando a
realidadeda
regiãoque
possuialgumas
característicasfundamentais
que
podem
revelar essagrande capacidade
que
muitas vezes não
éexplorada
ou
émal
gerida pelos interessadosno
tema, epor
outro lado possuialgumas
limitaçõesque
2
OBJETIVOS
2.1
OBJETIVO
GERAL
Levantar o
potencial turístico sustentável das localidadesda
Costeirado
Ribeirão,Freguesia
do
Ribeirão, Caieirada Barra
do
Sul eNaufragados.
2.2
oB1ET1vos
EsPEcÍFIcos
a) Identificar características
que
possibilitemmostrar porque
o
Distritodo
Ribeirão éuma
região
que
tem
um
grande
potencialpara o desenvolvimento
do
Turismo, de
forma
sustentável;
b)
Descrever
as limitaçõesque
podem
comprometer
o desenvolvimento
turístico,de fonna
~
sustentável,
na
regiaoem
estudo;3
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
3.1
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
O
atualmodelo econômico
gerou
enormes
desequilíbrios.Nunca
houve
tanta riqueza efartura
no
mundo,
epor
outro lado, a miséria,a
degradação
ambiental e a poluiçãoaumentam
a cada
dia.Diante
desta constatação, surgea
idéiado
desenvolvimento
sustentável,que
concilia
o
desenvolvimento
econômico
aliadoa
preservação ambiental eao desenvolvimento
social,
ou
seja , atividadeeconômica,
meio
ambiente
ebem-estar da
sociedadefomiando
um
tripé básico,
no
qual se apoiaa
idéiade desenvolvimento
sustentável.Como
definição de desenvolvimento
sustentável,o
“Relatóriode Brundtlan”
da
CMMAD
(1988)
colocaque
é “aqueleque
atende às necessidadesdo
presentesem
comprometer
a
possibilidadede
asgerações
futurasatenderem
suas próprias necessidades.”Através
desse conceito percebe-seque
tal conceitonão
diz respeitoapenas ao impacto
da
atividade
econômica no meio
ambiente.Desenvolvimento
sustentável se referetambém
àsconseqüências dessa
relaçãona
qualidadede
vida eno
bem-estar
da
sociedade, tanto presentequanto
futura.A
aplicaçãodo
conceito à realidade requer,no
entanto,uma
sériede
medidas
tantopor
parte
do
poder
públicocomo
da
iniciativa privada,assim
como
exigeum
consenso
internacional.
Carson
(1996), afirmaque
para
alcançaro desenvolvimento
sustentável,a
sociedade
deve
empregar
uma
variedadede medidas
econômicas
e políticas e atingirum
equilíbrio perfeito entre
o
mecanismo
de
mercado
livre e administração pública judicial.O
Relatóriode
“Brundtlan”da
CMMAD
(1988)
reforçauma
sériede medidas
devem
ser
tomadas
pelosEstados
nacionais:b) garantia
de alimentação
alongo
prazo;c) preservação
da
biodiversidade edos
ecossistemas;d)
diminuição
do
consumo
de
energia edesenvolvimento de
tecnologiasque
admitem o
uso de
fontes energéticas renováveis;e)
aumento
da produção
industrialnos
países não-industrializados àbase de
tecnologiasecologicamente
adaptadas;Í) controle
da urbanização selvagem
e integração entrecampo
e cidadesmenores;
g) as necessidades básicas
devem
ser satisfeitas;h) as organizações
do
desenvolvimento
devem
adotar a estratégiade desenvolvimento
sustentável;
0
i) a
comunidade
internacionaldeve
proteger os ecossistemas supranacionais j) guerrasdevem
ser banidas;i
k) a
ONU
deve
implantarum
programa
de desenvolvimento
sustentável.De
qualquer
forma,não
sepode
exigirque
aeconomia_
deixede
crescer, todavia épreciso
que
se redirecioneo
mmo
das práticas sustentáveisde desenvolvimento,
aindamais
com
o crescimento desordenado da população
mundial.Segundo
o
relatório Pilot Analysisof
Global
Ecosystems
(2000), acada minuto
nascem 247
humanos
no
planeta.Em
um
ano
terãosido
130
milhões.Todo
essevolume
de
pessoaspodem
levarao
desequilíbriono
planeta, poistodos precisam comer,
trabalhar, lava-se, beber, viver.i
Como
já foi colocado, para realizarum
programa
de'desenvolvimento
sustentávelexige-se,
enfim,
um
alto nívelde
conscientização ede
participação tantodo governo
eda
iniciativa privada
como
da
sociedade.Para
tanto,não
sedeve
deixarque
estratégiasde
talporte e extensão
fiquem
àmercê
do
livremercado,
vistoque
osdanos que
sevisam
resolversão
causados justamente
pelos processosdesencadeados por
um
modelo
de
capitalismoque
3.1.1
Poluição
As
ações
humanas
e a utilizaçãodos
recursos naturaisdevem
ser conduzidas,de
modo
a pemiitir a
manutenção do meio
ambiente
socialmente justo eecologicamente
equilibrado,para
não
atrapalhar aharmonia no
planeta.A
poluição contribuide maneira
drásticapara
aperda
dessaharmonia,
e as pessoas sópercebem
asconseqüências
quando
se atinge níveisalarmantes.
Pelo
artigo 3°, inciso IIIda
Lei693
8/81 1,o
conceitode
poluição é:[...] a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou
indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem
condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a
biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem
materiais ou energia
em
desacordocom
os padrões ambientais estabelecidos.Os
tiposde
poluição,de
modo
geral,podem
ser classificadosde acordo
com
oscomponentes
que
sãoambientalmente
afetados: ar, água, solo; pela naturezado
poluentelançado: químico, térmico, sonoro, radioativo;
ou
pelo tipode
atividade poluidora: industrial ,agrícola, residencial.
1
A)
Água
A
água
doce, consideradoboa
parao
consumo
humano,
éum
dos
recursos naturaiscom
perspectivade maior
escassezem
escala mundial, a curto prazo.A
água
própria parao
consumo humano
chama-se água
potável.Para
serconsiderada
como
tal, eladeve obedecer
apadrões
de
potabilidade.Se
elatem
substânciasque
modificam
estes
padrões
ela é considerada poluída.As
substânciasque indicam
poluiçãopor
matériaorgânica são:
compostos
nitrogenados, oxigênioconsumido
e cloretos.A
água
necessitade
tratamento para seadequar ao
consumo.
Mas
todos osmétodos
têm
suas limitações,por
issonão
é possivel tratarágua
de
esgotopara
torná-la potável.Os
métodos vão
desde
a simples fervura até correçãode dureza
e corrosão.a) inexistência
de
sistemade
esgotos: despejos sãocompostos
de
materiais rejeitadosou
eliminados devido à
atividadenormal
de
uma
comunidade.
O
sistemade
esgotosexiste
para
afastar a possibilidadede
contatode
despejos, esgoto e dejetoshumanos
com
a população,águas de
abastecimento, vetoresde doenças
e alimentos.O
sistemade
esgotos ajuda a reduzirdespesas
com
o
tratamento tantoda água de abastecimento
quanto
dasdoenças provocadas
pelo contatohumano
com
os
dejetos,além
de
controlar a poluição das praias.
Existem
soluções paraa
retiradado
esgoto edos
dejetos,
havendo
ou
não
água
encanada.b) falta
de saneamento: saneamento
éo conjunto de medidas, visando
a preservarou
modificar
ascondições
do meio
ambiente
com
afinalidade
de
prevenirdoenças
epromover
a saúde.O
saneamento
básico se restringeao abastecimento de água
e disposiçãode
esgotos,mas
há
quem
incluao
lixo nesta categoria.Outras
atividadesde saneamento
são: controlede
animais
e insetos,saneamento de
alimentos, escolas, locaisde
trabalho ede
lazer ehabitações.
Normalmente
qualquer atividadede
saneamento tem
os seguintes objetivos: controle eprevenção de
doenças,melhoria
da
qualidadede
vidada
população,melhorar
a produtividadedo
indivíduo e facilitar a atividadeeconômica.
B)
Lixo
O
lixo éo
conjuntode
resíduos sólidos resultantesda
atividadehumana.
O
problema
do
lixotem
objetivocomum
a outrasmedidas, mais
uma
de
ordem
psicológica: o_ efeitoda
limpeza
da
comunidade
sobreo
povo.O
lixotem que
serbem
acondicionado
para facilitar suaremoção.
Às
vezes,a
parte orgânicado
lixo é triturada ejogada na
redede
esgoto.Se
issopara
o
sistemade
esgotos.Enquanto
a parte inorgânicado
lixo vaipara
a possível reciclagem, a orgânicapode
ir para aalimentação dos
porcos.O
sistemade
coletatem
que
ter periodicidade regular, intervalos curtos, ea
coletanoturna
ainda é a melhor, apesardos
ruídos.O
lixopode
serlançado
em
rios,mares
ou
acéu
aberto, enterrado, irpara_um
aterrosanitário (o
mais
indicado)ou
incinerado .3.2
TURISMO
O
turismo éum
fenômeno
socialque
tem
uma
grande
importância para aeconomia
de
um
país.Segundo Andrade
(1992), deve-se levarem
conta
três pré-requisitos para tentarexplicar
o
turismo:o
homem,
o espaço
eo tempo.
O
autor expressada
seguinte forma:O
homem
é o autor do ato de viajar, que encerraem
si, necessariamente, o elementofisico primeiro que diferencia as quantificações e as distinções entre o espaço e
em
que se situa e todos os demais espaços diversos daquele
em
queem
ato ocupa e doqual precisa sair para que possa dar existência ao fenômeno viagem. Finalmente,
sempre que se movimenta, o
homem
se faz no espaço e, para se deslocar-se,mesmo
que
em
medida fisica de aparências insignificantes, consome ou utiliza determinadaquantidade de tempo, que é o elemento determinante de qualquer ato que o ser vivo
pratique ou sofra, tanto consciente ou inconscientemente.
(ANDRADE,
1992, p. 12)A
Organização
Mundial
de
Turismo
-
OMT,
define o
turismocomo
sendo:O
Turismo compreende as atividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens eestadas
em
lugares diferentes do seu entorno habitual porum
período consecutivoinferior a
um
ano, por lazer, negócios ou outros.(OMT,
2001, p. 38)O
turismo éum
meio
valiosoem
que
se é possível fazero
intercâmbiode
culturasentre
povos do mundo.
Se os
povos
tivessem
uma
certauniformidade
cultural, talvezo
Conforme
dados da
EMBRATUR
(2003),o
turismo
no
Brasilvem
crescendo nos
últimos
anos
em
média
de
3.5%
,o
que
significouuma
contribuiçãode
7.0%
paraformação
do
Produto Nacional Bruto
brasileirono
ano de
2000.Segundo
estudosda
World
Travel&
Tourism
Council,naquele
mesmo
ano
foram
gerados
5,3milhões de
empregos
decorrentesda
atividade turística,
o que
representa 7,4%
do
totalda
população
ocupada no
territórionacional.
A
EIVIBRATUR
(2003)
reforça a idéiade
que
o crescimento
do
apelo turísticobaseado
na
preservação econservação
da
natureza (fauna e a flora),além
do
patrimônio histórico ecultural pelos países
do
primeiromund,o
colocao
Brasilna vanguarda
como
destinonos
próximos
10 anos.A
fase preparatóriano que
tange
à capacitaçãoda mão-de-obra
eda
infra-estrutura necessária para
competir
no mercado
intemacional encontra-seavançada
epor
que
não
dizercom
boa
parcela concluídanos
principais destinos nacionais.Está
consolidada aspré-condições
para
um
desenvolvimento
harmônico
entreo
turismo e as belezas naturais existentes.O
sistema turístico éformado
pela oferta e suas interfacescom
ademanda.
A
ofertaturística é
segundo
Lage
eMilione (1996)
éo
conjunto de
atrações naturais e artificiaisde
uma
região,assim
como
de
todos os produtos turísticos à disposiçãodos consumidores para
asatisfação
de
suas necessidades.Andrade
(1992)
diferencia a matéria-primada
oferta turística naturalque
écomposta
de
recurso cuja a criaçãonão
houve
a interferênciahumana
diretaou
indireta natural e a ofertaturística artificial
que
écomposta
de
recursos naturais,de
obras criadas pelohomem,
de
serviços e atitudes
que colaboram
com
a natureza, imitando- ade
alguma
forma,ou
agindo
de
A
demanda
turística ébem
dificilde
identificar e medir.Cooper
et al. (2001, p.56
-57), classificam a
demanda
turísticaem
trêsgrandes
grupos:“demanda
efetivaou
atual”,“demanda
reprimida” e“sem
demanda”.
Demanda
efetiva éo
número
de
pessoasque
participamda
atividade turística,ou
seja,que
efetivamente realizama viagem. Esta
émais
fácilde
sermedida
e amaior
partedas
estatísticas sereferem
a ela.V
Demanda
reprimida é aquela parcelada população
que
deixade
viajarpor
algum
motivo.
Este
grupo, subdivide-seem
duas
categorias, ademanda
potencial,que
se refereàqueles
que
viajarãonuma
data futuraquando
passarem por
alguma
mudança
nascircunstâncias
de
suas vidas(como
por
exemplo,
um
aumento do
seupoder
aquisitivo,tempo
livre), e, a
demanda
proteladaque
é ademanda
adiadapor causa de
algum problema no
âmbito
da
oferta(como
por
exemplo,
a faltade capacidade de hospedagem, condições
meteorológica
e até atividade terrorista) eque
hojemerece
uma
atenção especialpor
partedos
profissionais
da
área,por
seruma
constanteem
diversas regiões turística.Como
exemplo
desta ultima,podem-se
citaro
atentadoao
World
Trade Center
em
Nova
Iorque,setembro de 2001,
eo
outro ocorreunuma
discotecade
turistaem
Bali,2002,
que
causaram
um
desvioum
desvioda demanda.
O
terceirogrupo
é caracterizadocomo
sem
demanda,
que
são aquelesque
simplesmente não desejam
viajarou
não
possuem
condições para
tal.Apesar
de
problemática, a definiçãoda
demanda
é crucial parao
planejamento
egerenciamento
do
Turismo.
Além
disso, deve-se levarem
conta
que
vários fatoresalém
dos
atrativos turísticos
propriamente
ditos,movem
ademanda
adeterminado
núcleo receptor.Segundo
OMT
(2001,
p. 56), existem alguns fatoresque
condicionam
a decisãode
l. Fatores
Econômicos:
levam
em
conta
variáveiscomo
nívelde renda
(quantidadede
dinheiro disponível),
preço
(nos destinos enos
destinos competidores), política ñscal e controlede
gastosem
turismo (diretamente relacionadacom
a renda, poiscom
0
aumento da
pressão fiscal, arenda dos
viajantes diminuiconseqüentemente redução na
demanda)
efinanciamento
(possibilidadede
pagamento
alongo prazo favorecendo o
turista a realizarmais
gastoscom
o
turismo ecom
mais
freqüência),câmbio
(a relação entre asmoedas
dos
países
emissores
e receptoresde
turismo).i
2. Fatores relativos às
unidades demandantes:
referem-se àmotivação
(aspectossubjetivos
do
processo decisóriodo
turista,imagem
do
destino turístico,uma
necessidade aser satisfeita
ou
um
desejo), condicionantes socioculturais (idade, profissão,emprego,
nívelde
escolaridade),
formas
e estilosde
viajar (atitudes, percepções, experiências e motivações),tempo
de
lazer(tempo
livre para a disponibilidadepara
viajar),costumes de épocas
(festas, férias escolares e clima, oferecercondições
diferentespara
cada
temporada), crençasreligiosas, ideológicas e políticas (variáveis
que condicionam
fortemente ademanda
todo
turismo
nas
pessoas), fatores políticos ( osgovernos
podem
fomentar o
aumento
dessademanda
como
por
exemplo
atravésda
criaçãode
infra-estrutura), fatores demográficos.3. Fatores relativos aos sistemas
de
comercialização e à produção:conhecimento
eimplantação
do
produto,comunicação
global realizada, publicidade, força e presençado
canaldistribuidor, qualidade técnica
do
produto, relação qualidade e preço, políticas, estratégias,processo, credibilidade e qualidade
dos
sistemas.4. Fatores aleatórios: são variáveis
que
afetam o
comportamento
sistemático, talcomo
guerra, cataclismos, situação política e riscos
de
instabilidade, etc.Os
atrativos turísticosde
um
destinosejam
eles naturais, artificiaisou
os
eventos,fornecem
amotivação
inicial para a visita.Há
uma
relação entre recursos e atração turísticamatéria-prima
paraos
futuros atrativos,ou
seja, sãoelementos
naturais,como
praias,montanhas,
folclore, sósendo
considerados atrações turísticas se estiverem situadosem
locaisacessíveis e válidos
para
a exploração turísticaOMT
(2001,
p. 121).Já
segundo
Swarbrooke
( 2000),existem
tiposde
atrações :a) Atrativos naturais (praias, grutas, rios, lagos, bosques, flora, fauna, etc.);
b) Atrativos criados pelo
homem, mas
não
planejadoscom
a intençãode
atrair visitantes(catedrais, igrejas, casas históricas,
monumentos,
etc.);c)
Atrações
criadas pelohomem
com
a intençãode
atrair os turistas (parquede
diversões,parques
temáticos,museus,
centrode
exibições, cassinos, centrode
lazer, etc.);d)
Eventos
especiais (festivais, encontros esportivos,mercados
e feiras, folclore,aniversários históricos, etc.).
Segundo
informações
do
SEBRAE,
o
conceitode
atrativo turístico é“Todo
lugar,objeto
ou
acontecimento de
interesse turísticoque motiva o deslocamento de grupos
humanos
para conhecê-los.
E
os classificacomo:
H
a) naturais: localizados
no
espaço fisico-geográfico
constituindoo
que
seconvencionou
chamar
de paisagem, na
qualnão
houve
a intervençãodo
homem,
aindaque
elepossa
a qualquer
momento
modifica-la.b) histórico-culturais: manifestações sustentadas
por elementos
materiaisque
seapresentam
sob aforma
de bens imóveis
ou
móveis.Para os bens imóveis deverão
serconsiderados
apenas
aqueles ditos fixos,entendendo-se
por bens
móveis
fixos
aquelespertencentes
ou
não
a coleçõesou
acervos,que
estejamem
exposições permanentes
no
mesmo
local.c)
manifestações
eusos
tradicionais e populares: práticas culturaisque
são tidascomo
d) S€I`Í a) b) 0) d) B) Í)
como:
21)nacional
como:
atividades cotidianas e festivaisde
ordem
sacraou
profana,de
caráterpopular
e folclórico, consideradas objetode
apreciação e/ou participação turística.realizações técnicas científicas
contemporâneas: obra
ou complexo
científico e/outecnológico próprio para a
exploração
nas áreasde mineração,
agricultura, pecuáriaou
da
indústria e outras instalações que, pelas característicasde
elaboração técnica,estimulam o
seuaproveitamento
como
recursode
atração turística.Só
devem
serinventariadas aquelas
onde
é permitida a visitação pública.São
apresentadas matériascientíficas e técnicas, à comercialização
de
produtos,ao desenvolvimento
e à práticade
atividades desportivas e culturais e até assistenciais, caracterizadascomo:
congressos
econvenções,
feiras e exposições,competições
desportivas e realizaçõesdiversas
que
atuam
como
estímulopara
o
turismo.Beni (1997)
trata esses atrativoscomo
bens
turísticos,que conforme
esse autorpodem
materiais (
monumentos,
museus,
galeriasde
arte e outros) e imateriais (clima,paisagens e outros);
móveis
(terrenos, casas,museus
e outros) emóveis
(produtos gastronômicos, artísticoe artesanais);
i
duráveis
ou
perecíveis (artesanaisou
produtos
gastronômicos);de
consumo
(bensque
satisfazem diretamente as necessidadesdos
turistas) ede
capital(os
que
são utilizados para aprodução de
outros bens);básicos,
complementares
e interdependente;naturais
ou
artificiais.O
mesmo
autor aindacoloca
um
outro conceitoque
éo
serviço turísticoque
classificab)
de alimentação
c)
de
transported) públicos
e)
de
recreação e entretenimentona
área receptoraAs
mudanças
nas exigênciasdos consumidores,
com
o surgimento de novas
necessidades e desejos,
modifica o
tipode
demanda
que
é, atualmente,mais
sofisticada econsciente.
Um
segmento
crescente dessemercado
busca
experiências enriquecedoras eeducativas, tanto naturais
como
culturais.Assim, a
escolhado
localde
um
novo
atrativo,sua
gestão e planejamento,
deverá combinar o
melhor
uso por
partedos
habitantes, aproteção dos
interesses
da população
local,assim
como
os
recursosque
constituem o
fundamento do
referido atrativo,
OMT
(2001, p. 124). Percebe-se, portanto,uma
evolução
naturalno
sentidode desenvolver
a atividade turísticade
forma
mais
sustentável,como
será discutidoposteriormente neste trabalho.
Existe
também
os
inibidores para visitaçãodo
destino turísticos.O
SEBRAE
aponta
alguns deles: f
1.
Segurança
eproteção:
a) instabilidade política/ intranqüilidade;
b) probabilidade
de ação
terrorista;c) alto índice
de
criminalidade;d) controle deficiente
de
tráfego aéreo; e)conupção
administrativa e policial.2.
Saúde
e assistênciamédica:
a) baixa qualidade
da
infra-estrutura esaneamento;
b) existência
de
epidemias;d) falta
de medicamentos;
e) alimentos e bebidas
somente
de uso
local,inobsen/ados
ospadrões
internacionaisde
embalagem
e higiene.3.
Legislação
eregulamentações:
a) exigências para visto
de
entrada;b) controle
de
moeda;
c) restrições médico-sanitárias.
4.
Diferenças
culturais:a) incapacidade
de
comunicação
da população
visitada;b) tabus
de comportamento;
c) nível
elevado de
pobreza;d) sistemas
de
valores divergentes.Não
existem países turisticos competitivos,mas
sim
paísescom
determinados
produtos
turísticos competitivos.Um
mesmo
produto
turísticopode
ser competitivoem uma
parte
do
país enão
o
serno
restante.A
competitividade é acapacidade
que
uma
indústriatem
de
alcançar seus objetivosde
maneira
superior àmédia do
setorde
referência ede
forma
sustentável(retomo dos
Quadro
l: Indicadoresde
competitividadeINDICADORES
DE
COMPETITIVIDADE
Empresas que operam
com
amesma
combinaçãoA “produto/mercado” e lutanrpela
mesma
vantagemSETOR
DE
REFERENCIA
competitiva.TAXA
INTERNA
DE RETORNO
a empresa tem que comparar suaTIR
unicamentecom
as empresas do setor de referência.Capacidade de Seguir alcançando os objetivosa
longo prazo, enfrentando
um
entomo agressivoDIMENSÃO
DA
SUA
resultante da interação das denominadas cincoSUSTENTABILIDADE
forças competitivas:Aparecimento dos competidores;
Surgimento dos substitutos;
o poder de negociação
em
face da demanda;o poder de negociação sobre os fatores de mercado;
a rivalidade entre as empresas do Setor de
Referência.
Fonte:
SEBRAE
A
atividade turística necessitade
grandes
investimentos para sedesenvolver
plenamente,
paraque
os destinos turísticospossam
oferecerum
produto
turísticode
qualidadee torna-los competitivos, contribuindo
para
o
retornodos
visitantes eque
elespossam
também
ser utilizados
como
marketing
turístico, para atrairnovos
visitantes.Segundo
aEMBRATUR
(2003), alguns fatoresmerecem
destaque
epodem
ser aprincipal
causa
do
crescimentodos
investimentos nessa atividadenos
últimos anos, taiscomo:
a) a estabilidade
da
moeda
nacionalb) ajuste fiscal e
monetário
do
Govemo
c)
o
fortalecimentoda
EMBRATUR
d)
a melhora da
infra-estrutura associadaao saneamento
básico,à modernização dos
aeroportos
e)
o incremento
do
debate sobre a importânciado
aproveitamento dos
recursosnaturais e
do
patrimônio histórico-culturalu
Í)
o processo de
capacitação ede formação de mão-de-obra
especializadapara os
diversos
segmentos da
atividade3.3
TURISMO
E
SUSTENTABILIDADE
O
conceitode
turismo sustentável énovo,
mas
o
conceitode desenvolvimento
sustentável já existe
há muitos
séculos.De
acordo
com
Swarbrooke_(2000), o
conceitode
sustentabilidade
engloba necessariamente o
meio
ambiente, as pessoas e0
sistemaeconômico.
Ela
reforçaque
a expressão turismo sustentávelpassou
a serusada
com
freqüênciana
década
de
1990,reconhecendo
a importânciada
comunidade
local, afomia
como
aspessoas
sãotratadas e
o
desejode
maximizar
osbeneñcios
econômicos
para essacomunidade.
Granemann
(1999), relaciona algunsimpactos
negativosdo
turismo:a)
A
instalaçãode grandes
projetos turísticos, destinadosao
turismode
alto luxo.Este
tipo
de equipamento
não
propulsiona aeconomia
localpor
serdesvinculado de
suarealidade,
provocando
aformação de
“ilhas”em
que
o
luxopredomina.
b)
A
aceleraçãodo
processo
inflacionário.Geralmente
onde
é exercidoo
turismo
sazonal,
o preço
do
produto
aumenta
em
relaçãoao
aumento
da população flutuante
eo conseqüente
aumento
da procura
porbens
e serviços.c)
A
concessão de
incentivos fiscais eelevados
gastoscom
aimplantação de
infra-'
estrutura básica p'or parte
do
poder
público,visando
facilitar a instalaçãode grandes
equipamentos
turísticos.Nestas
situações,poucos
proveitos são feitospara a
comunidade, vez
que,além
de não
usufruirdos equipamentos,
não
desfrutado
retornodo
capital,que
égeralmente
reinvestido forada
comunidade ou
remetido para o
exterior.d)
A
mudança
de
valores culturais.Muitas vezes
o
turismo é responsável peladescaracterização
de
comunidades
nativas,que
sofrem
com
a influênciade
novos
e)
A
degradação
do meio
ambiente
natural.Com
aexploração
do
turismo,o ambiente
natural é
um
dos elementos
que
mais
se altera.Construções
à beiramar
eremoção
de
camadas
de
vegetais,por
exemplo
alterandoo
microclima
urbano.A
ocupação
eo
desmatamento
de
áreasde
preservação, asedificações
em
localnão
apropriado,além
dos
altos índicesde
poluiçãoacabam
por
também
alteraro ambiente
natural.Neste
sentido, a relação entreo
turismo eo
meio
ambiente
ébem
estreita, portanto énecessário
muito cuidado na
fasedo
planejamento
turístico,que
deve
levarem
conta
osimpactos
ambientais e sócio-econômicos, evitandoo
máximo
os aspectos negativos ereforçando os
positivos.O
turismo, se planejadode forma adequada,
pode
ajudar até a conservar aherança
histórica, cultural e ambiental.O
ideal éque
acomunidade
esteja integradana
atividadeturística,
entendendo
osmecanismos,
beneficiando-se diretaou
indiretamente, epodendo
contribuir
no
processo de
tomada
de
decisão.Além
disso,deve
sempre
incentivar oscostumes
e hábitos locais,
como
a música, dança, artesanato,bem como
incentivara
comunidade
a
saber sobre os turistas e vice- versa.
O
turismotem
essa dificil tarefade aproximar pessoas de
culturais diferentes,
mostrando
que
cada
uma
tem
sua importânciano
cenário mundial.De
acordo
com
aConferência Globo90,
em
Vancouver,
traçouuma
listade
beneficioscausados
peloTurismo
Sustentável:-
O
turismo sustentável estimulauma
compreensão dos impactos do turismo nosambientes natural, cultural e humano;
-
O
turismo sustentável assegura urna distribuição justa de beneficios e custos; -O
turismo gera empregos locais, tanto diretos quanto indiretosem
outros setoresde suporte e gestão dos recursos;
-
O
turismo estimula indústrias domésticas lucrativas, hotéis e outros tipos dehospedagens, serviços de alimentação, sistema de transporte, artesanato e
serviços de guias locais;
-
O
turismo gera entradas de divisas para o pais e injeta capital na economia local;-
O
turismo diversifica a economia local, principalmenteem
áreas rurais onde oemprego agricola pode ser esporádico ou insuficiente;
-
O
turismo sustentável procura tomar as decisõesem
todos os segmentos dasociedade, inclusive populações locais, de forma que o turismo e outros usuários dos recursos possam coexistir. Ele incorpora planejamento e
zoneamento assegurando o desenvolvimento do turismo adequado à capacidade
-
O
turismo estimula o desenvolvimento do transporte local, das comunicações e de outras infra-estruturas básicas da comunidade;-
O
turismo cria facilidade de recreação quepodem
ser usadas pelas comunidadeslocais, e não só por turistas domésticos ou internacionais. Ele
também
estimulae auxilia a cobrir gastos
com
preservação de sítios arqueológicos, construções elocais históricos;
-
O
turismo natural encoraja o uso produtivo de terras que são consideradasmarginais para a agricultura, pemiitindo que vastas regiões
permaneçam
cobertas por vegetação natural;-
O
turismo cultural intensifica a auto-estima da comunidade local e oferece aoportunidade de
uma
maior compreensão e comunicação entre os povos deformação diversas;
-
O
turismo sustentável do ponto de vista do meio ambiente demonstra aimportância dos recursos naturais e culturais para a economia de
uma
comunidade e seu
bem
estar social, e pode ajudar a sua preservação;-
O
turismo sustentável monitora, assessora e administra os impactos do turismo,desenvolve métodos confiáveis de obtenção de respostas e opõe-se a qualquer
efeito negativo.
Pode-se
citar outrosexemplos
práticosem
alguns paísesque o
turismo sustentávelpode
trazer beneficios à sociedade,como
exemplificaSwarbrooke
(2000).Nos
Estados
Unidos
eno Reino
Unido, o
turismotem
servidona recuperação de
velhas cidades industriaisna
tentativade
proporcionarum
novo
rumo
a elas,'nas cidadesde Baltimore
e Liverpool.Na
área Interiorana
de
Portugal,Espanha,
França
e Itália, utilizou-seo
turismo ruralpara
compensar
o
declínioda
agricultura tradicional.O
mesmo
autor afirmaque
o
turismo
sustentável significa turismo
que
éeconomicamente
viável,mas
não
destrói os recursosdos
quais
o
turismono
futuro dependerá, principalmentedo meio
ambiente
fisico eo
tecido socialda
comunidade
local.A
Comissão Mundial
sobreo
Meio
Ambiente
eDesenvolvimento
colocaque
o
desenvolvimento
Sustentável é entendidocomo:
Um
processo de transformação, no qual a exploração dos recursos, a direção dosinvestimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se
harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a
fim
de atender às necessidades e aspirações humanas.(CNMAD
199, p. 49)O
turismo sustentávelpode
ocorrerem
ambientes
diferentes epode
ser classificado,de
acordo
com
Swarbrooke_(2000),
como:
a)