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Para uma Terra Distante

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Academic year: 2022

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O P A S T O R R E I D E I S R A E L

“Para uma Terra Distante”

1 Samuel 27 — 2 Samuel 2

David Roper

David

U

m dos contos mais conhecidos em todo o mundo começa com as se- guintes palavras:

Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.

Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada (Lucas 15:11–16).

Por que esse jovem quis sair de casa? Talvez ele não gostasse das restrições impostas pelo pai.

Talvez estivesse cansado do trabalho e das respon- sabilidades. Talvez quisesse conhecer o mundo.

Qualquer que tenha sido a razão, ele partiu para uma terra distante, e o resultado foi desastroso.

Quando penso nessa conhecida história, penso nos milhares e milhares de jovens que já seguiram o exemplo do filho pródigo. Penso nos moços e moças, criados por pais tementes a Deus, que, por acharem que estão perdendo alguma coisa na vida, partem para o longínquo país do pecado. Penso nos milhares de jovens que, anualmente, decidem que seus lares são muito restritivos e fogem de casa, despedaçando os corações dos pais. Penso naqueles que acreditam que podem escapar do sofrimento da vida através das drogas e do álcool.

Obviamente, os jovens não são os únicos que tentam fugir para uma terra distante. Maridos e

esposas que se sentem presos na armadilha do casamento abandonam seus cônjuges, arruinando vidas. Pais e mães se cansam de suas responsabili- dades e abandonam a família. Cristãos acordam um dia, pela manhã, convencidos de que “tudo o que é prazeroso na vida foi-lhes tirado” e nos surpreendem adotando um estilo de vida mun- dano. Pregadores, presbíteros e diáconos têm escandalizado a igreja, quando sua falta de temor a Deus é exposta.

Nenhum de nós está imune. Como membros do corpo de Cristo, podemos “nos cansar” de fazer o bem (Gálatas 6:9) e ir para a longínqua terra da inatividade. O filho pródigo não foi o primeiro nem o último a ir para a longínqua terra da desobediência e do desperdício de seus recursos. Tampouco foi ele o primeiro ou o último a colher as conseqüências disso.

Quando analiso a história do filho pródigo, também penso em Davi e no período mais estranho e terrível da vida dele: os dezesseis meses em que viveu com os filisteus. Na edição passada, estudamos 1 Samuel 26, um capítulo que relata a segunda vez em que Davi poupou a vida de Saul. O capítulo 27 começa assim:

Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de perse- guir-me por todos os limites de Israel; assim, me livrarei da sua mão. Dispôs-se Davi e, com os seiscentos homens que com ele estavam, passou a Aquis, filho de Maoque, rei de Gate.

Habitou Davi com Aquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua família… (vv. 1–3).

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Inicialmente, quando Davi começou a fugir de Saul, ele tentou pedir asilo a Aquis, rei de Gate. Mas quase não escapou com vida, chegando a se passar por louco (1 Samuel 21:10–15). Agora, quase nove anos depois, a situação havia mudado.

O ódio de Saul por Davi era bem conhecido. Além disso, Davi levava consigo um numeroso exército, que, supostamente, estaria à disposição do rei Aquis.

Desta vez, Davi teve uma recepção diferente em Gate, de modo que ele, seus homens e suas respectivas famílias fixaram residência na Filístia.

“E todo o tempo que Davi permaneceu na terra dos filisteus foi um ano e quatro meses” (27:7)1. Para avaliarmos a incoerência disso, precisamos entender quem eram os filisteus e que inimigos mortais do povo de Deus eles eram2. Os filisteus viviam na terra de Canaã, na costa do mar Mediterrâneo, na parte sudoeste da terra (veja o mapa na página 51). Eram um povo idólatra, adoradores de Dagom3 (metade homem, metade peixe) e Astarote4. Embora a terra da Filístia fosse relativamente pequena5, seus centros comerciais estrategicamente localizados abriga- vam uma numerosa população e seu povo era poderoso e influente6.

Quando Josué guiou os filhos de Israel até Canaã, eles não conseguiram conquistar e contro- lar as grandes cidades dos filisteus7. Durante o turbulento período dos juízes, vez após vez, os filisteus dominaram o sul de Israel8. Certa vez, eles dominaram a terra durante quarenta anos9. Para se entender um pouco o caráter dos filisteus, basta lembrar a astúcia de Dalila, uma bela filistéia10, e o sarcasmo cruel lançado sobre Sansão pelos filisteus, depois que ele perdeu a força.

Nos dias de Samuel, os filisteus venceram uma grande batalha contra o povo de Deus e capturaram a arca, o símbolo mais sagrado da religião dos israelitas. Os filisteus levaram a arca para Asdode e a exibiram, desdenhosamente, dentro do templo de Dagom11. Quando Saul subiu ao trono, os filisteus tinham tropas em Gibeá, no coração de Judá12, de onde invadiam Israel por todas as direções13. Nesta série de estudos, temos observado alguns dos muitos conflitos travados com os filisteus e veremos mais outros até o final da série.

Se os filisteus tivessem tido êxito em suas investidas, o povo escolhido de Deus teria sido exterminado e o nome de Jeová jamais seria proferido novamente. É surpreendente que Davi

tenha ido morar entre esse povo pagão, ímpio e idólatra. Mas foi exatamente isso o que ele fez.

Milhares de anos antes de Jesus contar a história do filho pródigo, Davi “partiu para uma terra distante” — não geograficamente, mas moral, espi- ritual e teologicamente. Da mesma forma, nós também “partimos para uma terra distante”, longe daquilo que temos aprendido, longe daquilo em que temos crido, longe do estilo de vida anterior.

Nesta lição, queremos lançar três perguntas:

1) Por que Davi fez isso? 2) Quais foram os resultados? 3) Como Davi conseguiu voltar?

Talvez entendamos, assim, por que nós também partimos para uma terra distante — e como podemos achar o caminho de volta.

RAZÕES PARA PARTIR (1 SAMUEL 27:1–3)

A primeira pergunta que temos a fazer é:

“Por que Davi foi viver com os filisteus?” A reposta óbvia é que ele queria se distanciar de Saul (27:1)14. Vista desse ponto de vista, a decisão de Davi demonstra certa astúcia mundana. Davi realmente se distanciou de Saul (27:4). Pela primeira vez em anos, ele e sua família não ficaram constantemente se mudando e puderam viver uma vida normal.

Todavia, conforme o comentário de certo escritor sobre 27:1, “Davi vacila na fé… e… sente- se compelido a buscar segurança fora das fron- teiras de Israel”15. “Davi vacilando na fé?”

Quanto mais estudo este incidente, mais conven- cido fico de que o comentário acima é exato.

Consideremos os seguintes fatos: Deus prometeu a Davi que ele seria o próximo rei; também prometeu que estaria com ele; Jônatas, Saul e Abigail acreditavam que Davi seria o próximo rei. Saul perseguia Davi havia quase nove anos e nunca conseguiu pegá-lo porque “Deus não o entregou nas suas mãos” (1 Samuel 23:14).

Davi sabia de tudo isso. Ele sempre se referia às mãos de Deus presentes em tudo o que acontecia na sua vida. Que outras evidências poderiam ser dadas para provar a Davi que ele não pereceria nas mãos de Saul (27:1)?

Apesar disso, posso imaginar Davi acordando numa manhã nublada e melancólica, após uma noite de inquietação. Ao sentar-se arqueado diante de um café da manhã regado de pão frio e queijo de cabra, ele olha para a desordem em seu acampamento e os rostos fatigados de suas

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esposas, e pensa: “Não podemos continuar desse jeito, na expectativa de que o exército de Saul nos agarre a qualquer momento. Isto não é vida. Saul não vai sossegar enquanto não me matar”. Ele suspira, olhando para o oeste. “Não temos es- colha. Temos de sair do país.” Levanta-se lenta- mente, como um homem envelhecido antes do tempo, e dá a ordem para o acampamento se mudar.

Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de per- seguir-me por todos os limites de Israel; assim, me livrarei da sua mão (27:1, 2).

Observe que Davi “disse… consigo mesmo”.

Davi não consultou ao Senhor para saber qual era a Sua vontade; ele teve uma conversa consigo mesmo. E observe que os pensamentos de Davi giravam em torno de si mesmo: “Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul;

nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de perseguir-me por todos os limites de Israel, me livrarei da sua mão”.

Quando os nossos pensamentos se centralizam em nós mesmos e nossa preocupação é com o que é melhor para nós, em vez do que é melhor para a causa do Senhor, ocorrem dois resultados:

vacilamos na fé e a terra distante se torna incrivelmente atrativa.

Ir para uma terra distante envolve sempre um problema de fé — falta de fé nos pais, falta de fé no casamento, falta de fé nas pessoas com quem nos relacionamos, e até falta de fé em nós mesmos. Por trás de tudo isso, porém, está a falta de fé em Deus — fé nos planos de Deus revelados na Sua Palavra e fé na providência divina.

ALÍVIO PARA A ALMA (1 SAMUEL 27:4)

Tendo enfatizado que a razão primária de Davi ter se mudado para a Filístia foi sua fé vacilante, meu próximo ponto lhe causará surpresa: o resultado imediato da decisão de Davi foi o que ele desejava: alívio temporário. Lemos em 27:4: “Avisado Saul de que Davi tinha fugido para Gate, desistiu de o perseguir”. Davi já não precisava passar cada minuto olhando por sobre os ombros. Ele e sua família podiam viver numa casa como pessoas civilizadas. Ele podia dormir

sem imaginar que um intruso lhe cortaria a garganta à noite.

Esse é um dos atrativos da terra distante:

sempre ocorre um alívio imediato daquilo que consideramos uma situação intolerável. Quando o filho pródigo foi para a terra distante, ele não precisou prestar contas a ninguém; não precisou pedir dinheiro a ninguém e não tinha responsa- bilidades. Quando uma pessoa que se sente presa na armadilha de um casamento infeliz vai embora, o que surge a seguir é um imensa sensação de alívio. Quando o peso de criar filhos se torna opressivo e um pai ou uma mãe abandona essas responsabilidades, um grande alívio pode lhe invadir a alma. Quando alguém é oprimido pela vida e foge para o mundo das drogas e do álcool, por um instante o sofrimento se vai — e isso parece maravilhoso. Quando um cristão se cansa de servir ao Senhor e declara: “Arranje uma outra pessoa para dar aula à minha classe ou faça você mesmo esse trabalho!”, a sensação de alívio pode trazer euforia.

Será que estou aconselhando as pessoas a irem para uma terra distante para terem alívio?

Não, estou tentando ser sincero. O autor de Hebreus falou dos “prazeres do pecado” (11:25) e nós também devemos admitir que o pecado pode ser atraente. Às vezes, esses “prazeres” não são tão exteriores quanto interiores. Às vezes eles não satisfazem tanto a carne quanto acalmam a alma.

Qual é o problema em obter alívio dessa maneira? O problema é duplo. Primeiro, o alívio obtido através da desobediência a Deus é temporário. Quando o autor de Hebreus falou de “prazeres do pecado”, ele os chamou de

“transitórios”. A ERC diz “por um [pouco de]

tempo”, ou seja, durante um pequeno intervalo.

É por isso que eu disse: “O resultado imediato da decisão de Davi foi… alívio temporário”.

Em segundo lugar, quando se obtém alívio ao preço da desobediência a Deus, esse preço é alto demais. Jerry Clower conta a engraçada história de um homem que tentava segurar um gato selvagem numa árvore, enquanto outro homem no chão mirava o animal para acertá-lo.

Por fim, o homem na árvore gritou para o amigo:

“Atire logo no meio de nós — assim, um dos dois se livra desta situação!” É hilariante quando Jerry conta isso. Sentimos empatia pelo homem que se encontrava na difícil situação de segurar

“o gato selvagem pelo rabo”. Reconhecemos,

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porém, que o homem estava pagando um preço alto demais para obter alívio.

Você pode estar em alguma situação neste exato momento, que considera insuportável.

Pode estar pensando: “Eu daria qualquer coisa para obter algum alívio disso”. Cuidado para não pagar um preço alto demais por esse alí- vio!

AS REPERCUSSÕES DA DECISÃO DE PARTIR (1 SAMUEL 27:5—30:6)

O resultado imediato da decisão de Davi foi alívio temporário. Vejamos, agora, os resultados a longo prazo.

Ele Trocou a Liberdade pela Servidão

Antes de Davi partir para a Filístia, ele era livre. Era uma liberdade estressante, mas não deixava de ser liberdade. Agora, em troca de asilo, Davi prometeu submissão ao seu benfeitor, Aquis, rei de Gate. Em 27:5, Davi referiu-se a si mesmo como “servo”16 de Aquis. Nos versículos 9 e 10, logo após Davi se mudar da cidade de Gate, ele teve de relatar a Aquis suas atividades17. Para um homem independente como Davi, mesmo uma sujeição simulada a Aquis deve ter sido um incômodo.

Quando um jovem sai de casa para viver como o mundo, ele diz: “Eu quero ter liberdade!”

Geralmente, quando uma pessoa começa a fazer uso de álcool e drogas ilegais, ela diz: “Você não pode mandar em mim; eu sou livre!” Geralmente, quando uma pessoa quer se livrar do casamento ou das responsabilidades pertinentes à criação de filhos, essa pessoa alega: “Minha alma neces- sita de liberdade!” O que essas pessoas não percebem é que estão trocando as restrições benéficas da liberdade pela escravidão tirana do pecado (João 8:34; Romanos 6:16). O filho pródigo partiu para uma terra distante em busca de liberdade, mas no final acabou servindo “um dos cidadãos daquela terra” (Lucas 15:15).

Ele Trocou a Proximidade com Deus por Cumplicidade

Uma vez dentro da Filístia, o relacionamento de Davi com o Senhor deteriorou-se. Por mais de um ano, não se menciona Davi consultando a Deus. Não há salmos atribuídos aos dias em que Davi esteve entre os filisteus. Davi parou de cantar. Isto não causa surpresa. Como alguém poderia adorar abertamente a Deus no meio de

um povo contrário a essa adoração? Como alguém poderia viver segundo os dez manda- mentos estando entre um povo que sente prazer em quebrar todos os dez mandamentos?

Se você decidir viver como o mundo, isso destruirá seu relacionamento com o Senhor (1 João 2:15). Se você resolver que a coisa mais importante na vida é tornar-se um sucesso financeiro, isso destruirá seu relacionamento com o Senhor (Mateus 6:24). Se você viver a sua vida convivendo intimamente com descrentes, isso destruirá o seu relacionamento com o Senhor (1 Coríntios 15:33). Nada disso deve nos surpre- ender. Para se dar bem com o mundo, é preciso falar como o mundo, agir como o mundo e fazer o mundo acreditar que você pensa como ele. É preciso estar em harmonia com ele. O resultado é que cada vez menos você se parecerá com um filho de Deus, e cada vez mais se parecerá com um cidadão do mundo. Esse é o preço que se paga por ter partido para uma terra distante.

Gosto de mágica18 como um passatempo. Na adolescência, resolvi que seria um mágico profis- sional quando crescesse. Quando contei isso para minha mãe, ela me fez parar para pensar com esta pergunta: “E onde você vai se apresentar?”

Naquele tempo, para se ganhar dinheiro fazendo mágica, a maioria dos mágicos tinha de se apresentar em boates. Minha mãe estava pergun- tando: “Você está disposto a ir para uma terra distante para realizar o seu sonho?” Eu havia sido muito bem ensinado para tomar uma decisão como aquela — e resolvi rever meus planos.

Hoje, há mais opções para quem quer entrar no ramo do entretenimento profissional, mas ainda é verdade que ali é fácil se perder a fé. Para cada filho de Deus fiel que partiu para a terra distante do entretenimento profissional e manteve a fé, posso mostrar uma dúzia de cristãos que não conseguiram manter-se fiéis.

Não estou tentando ser ditador quanto à profissão a se escolher; mas qualquer que seja a profissão, peço que avalie com quem você estará se relacionando, os padrões que eles seguem e o comportamento que esperarão de você para ser aceito. Peço também que, após tomar a sua decisão, se você perceber que está orando e cantando menos, corra, não ande, até a saída mais próxima. Saia de lá antes que o seu re- lacionamento com Deus esteja completamente destruído!

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Ele Trocou a Integridade por uma Vida de Falsidade

Quando Davi começou a fugir de Saul, ele agiu, inicialmente19, com certa insensatez. Por fim, na caverna de Adulão, ele recobrou a integri- dade e a manteve por mais oito anos enquanto continuava fugindo. Era respeitado por seus homens e pelos que o conheciam bem (24:17).

Agora, porém, Davi começara a jogar dos dois lados; sua vida toda tornou-se uma mentira.

Depois de certo tempo, Davi foi até Aquis e disse: “Se achei mercê na tua presença, dá-me lugar numa das cidades da terra, para que ali habite; por que há de habitar o teu servo contigo na cidade real?” (27:5). Davi fingiu que não era digno de viver na mesma cidade do rei. Na verdade, ele queria sair da vista constante do rei, para realizar suas atividades na surdina20. As mentiras e a falsidade começaram a salpicar por sobre os seus atos.

Aquis deu a Davi Ziclague21, uma cidade ao sul de Gate22. Davi, seus homens e suas respectivas famílias mudaram-se para lá. Anteriormente, Davi e seus homens conseguiram sustento ingressando no ramo da proteção patrimonial; agora, eles garantiam o sustento atuando no ramo da exterminação. Não exterminavam insetos e ratos;

mas, pessoas.

Subia Davi com os seus homens, e davam contra os gesuritas, os gersitas e os amalequitas;

porque eram estes os moradores da terra desde Telã, na direção de Sur, até à terra do Egito.

Davi feria aquela terra, e não deixava com vida nem homem nem mulher, e tomava as ovelhas, e os bois, e os jumentos, e os camelos, e as vestes… (27:8, 9).

Os gesuritas, os gersitas e os amalequitas viviam ao sul de Ziclague. Os gesuritas eram um povo nômade que vivia no deserto entre a Filístia e o Egito23. Nada sabemos sobre os gersitas; esta é a única menção deles. Os amalequitas compunham o grupo mais importante. Eram um povo beduíno, descendente de Esaú24. Tornaram-se uma grande nação, um povo poderoso25. Todas essas três nações eram inimigas tanto dos filisteus como dos israelitas26.

Alguém poderia argumentar que Davi estava fazendo o que Josué mandou Israel fazer: expulsar os habitantes pagãos da terra — ou que Davi estava fazendo o que Saul fora instruído a fazer:

“destruir totalmente” os amalequitas (1 Samuel 15:3, 8, 9). Entretanto, o texto bíblico em discussão

diz que o motivo de Davi matar cada homem e mulher (e provavelmente cada criança) não era obedecer a Deus, mas encobrir as suas pegadas.

Observe 27:11: “Davi não deixava com vida nem homem nem mulher, para os trazer a Gate, pois dizia: Para que não nos denunciem, dizendo:

Assim Davi o fazia. Este era o seu proceder por todos os dias que habitou na terra dos filisteus”.

Isto era assassinato friamente calculado.

Imagine que você está viajando pelo deserto.

Está cansado, com calor e com sede. A distância, você enxerga uma cidade. Acelera os passos, na esperança de conseguir um refrigério; mas, ao se aproximar, sente que há algo errado. O único som é o rosnar de cães, e urubus circulam pelo ar.

Quando você atinge as cercanias da cidade, o vento muda e o mau cheiro da morte o envolve.

Esforçando-se para não vomitar, você caminha alguns metros até avistar a rua principal. É uma cena que você nunca viu nem em pesadelo. Por toda parte, há cadáveres estirados na poeira do chão. O córrego ao lado da rua está vermelho de sangue. Cães selvagens e pássaros vorazes dispu- tam aquele horrível banquete. Você mal consegue sair do local porque seu estômago dá uma revira- volta. Ao retomar a jornada, uma pergunta percorre a sua mente: “Quem teria feito isto? Quem?”

Davi fez isso; foi ele — “o homem segundo o coração de Deus”, o qual cometeu o erro de partir para uma terra distante.

Este não é o fim dessa triste história. Quando Davi voltava dessas horríveis missões, carregan- do o espólio da batalha, ele ia primeiro até Gate e relatava ao rei Aquis (provavelmente lhe dando o seu quinhão). Ao entrar no palácio do rei, este lhe perguntava: “‘Quem você atacou hoje?’ Davi respondia: ‘O Neguebe de Judá’ ou ‘O Neguebe de Jerameel’ ou ‘O Neguebe dos queneus’” (27:10;

NVI).

“Neguebe”27 significa “terra seca” ou “deser- to”28. Era (e é) o vasto e inóspito deserto que se estende desde Berseba até as montanhas da península do Sinai. “O Neguebe de Judá” era um termo genérico, que se referia ao extremo sul de Judá. “O Neguebe de Jerameel” seria a área desértica próxima a Hebrom. Os jerameelitas eram parentes e fortes aliados dos calebitas29. “O Neguebe dos queneus” seria a região escarpada a leste de Berseba. Os queneus se relacionavam com Israel desde o tempo de Moisés, cujo sogro, Jetro, era um queneu30.

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Em outras palavras, Davi disse a Aquis que ele estava atacando israelitas e seus aliados — e Aquis acreditou nele. Aquis pensava que Davi estava protegendo sua fronteira sul, dando-lhe presentes e comportando-se de maneira a impos- sibilitar seu regresso a Judá. Vejo o semblante de Aquis, dizendo com satisfação: “Fez-se ele, por certo, aborrecível para com o seu povo em Israel;

pelo que me será por servo para sempre” (27:12).

Entristece o coração ver o mentiroso competente em que se transformou Davi — e com que habilidade ele enganava o rei. Davi enfureceu-se com Saul e Nabal porque eles lhe retribuíram mal por bem. Agora, ele estava tratando Aquis da mesma forma. Davi retribuiu a hospitalidade de Aquis com as moedas da mentira e do logro!

Não se vai para uma terra distante sem se desabonar a integridade pessoal. Você pode insis- tir que irá e manterá os seus padrões cristãos. Você pode até dizer: “É oportuno que eu vá agora, mas é por pouco tempo. Saio de lá antes que algo me prejudique”. Anote isto: você será contaminado.

Ele Trocou a Clareza de Propósito por Ambigüidade

Na abertura do capítulo 28, os filisteus estavam se preparando para uma batalha decisiva contra Saul e os exércitos de Israel. Aquis mandou chamar Davi e lhe disse: “Fica sabendo que comi- go sairás à peleja, tu e os teus homens” (28:1). No Oriente Próximo antigo, aceitar refúgio num país implicava aceitar a obrigação do serviço militar.

Analisemos o dilema que isso representava para Davi. Recusar-se a ir com Aquis exporia a duplicidade de Davi. Todavia, acompanhá-lo significava que Davi se envolveria naquilo que evitou durante anos; teria de lutar contra o ungido de Deus, sem mencionar seu amigo Jônatas. Esse é o tipo de encruzilhada em que se mete um filho de Deus que parte para uma terra distante.

A resposta de Davi foi ambígua: “Assim saberás quanto pode o teu servo fazer” (28:2a).

Aquis entendeu as palavras de Davi como uma garantia de apoio e respondeu: “Por isso, te farei minha guarda pessoal para sempre” (28:2b). Em outras palavras, ele disse: “Acredito em você e por isso coloco minha vida nas suas mãos!” Davi talvez quisesse dizer que Aquis logo “desco- briria” o que ele faria. Quem sabe o que Davi quis dizer com aquilo? Numa terra distante, tudo parece fora de foco.

Os filisteus começaram a ajuntar suas forças

em Suném; bem ao norte (28:4)31, enquanto os israelitas se acampavam no outro lado do vale, perto da cidade de Jezreel, na parte mais baixa do monte Gilboa (28:4; veja também 29:1). No início do capítulo 29, os príncipes dos filisteus estavam indo para o norte. O versículo 2 observa que Davi e seus homens iam com Aquis, na retaguarda. O exército avançou até chegar a Afeca (“Afeque”; NVI), a uns sessenta quilômetros do seu destino, Suném. Ali pararam para organizar as tropas (29:1).

A viagem até Afeca levou pelo menos três dias32. Davi teve três longos dias para pensar no dilema em que se encontrava por ter decidido viver uma vida dupla. Imaginemos os pensamen- tos dele: “O que eu faço? Meus homens e eu não podemos lutar contra o ungido de Deus… Talvez possamos lutar, mas sem tocar em Saul e Jônatas.

Não, isso significaria lutar contra o nosso próprio povo. E Deus me mostrou que não basta não ferir o Seu ungido; preciso impedir que outros façam mal a ele… Talvez ao entrarmos na batalha, meus homens e eu fiquemos na retaguarda e quando a peleja começar, nós atacamos os filisteus por trás enquanto o exército de Saul os ataca pela frente. Não, isso não daria certo porque quando chegarmos perto do exército de Saul, ele dará ordens para me matarem. Daí, teríamos de lutar contra dois exércitos, em vez de um… Talvez eu devesse dizer a Aquis que não posso fazer isso.

Mas se eu fizer isso, todo o exército filisteu vai se voltar contra nós e acabar conosco… Talvez devesse fingir que estou lutando, mas sem lutar de verdade. Por outro lado, não se defender numa guerra é o mesmo que cometer suicídio…

O que é que eu faço? O quê? O quê?”

Em Afeca, enquanto as últimas tropas entra- vam no acampamento, os príncipes (“coman- dantes”; NVI) filisteus viram que Davi e seus homens estavam entre os soldados de Aquis.

Furiosos, eles confrontaram Aquis:

Disseram, então, os príncipes dos filisteus: Estes hebreus33, que fazem aqui? Respondeu Aquis aos príncipes dos filisteus: Não é este Davi, o servo de Saul, rei de Israel, que esteve comigo há muitos dias ou anos34? E coisa nenhuma achei contra ele desde o dia em que, tendo desertado, passou para mim, até ao dia de hoje (29:3).

Observe a descrição que Aquis fez dos atos de Davi: “Tendo desertado, passou para mim”. Davi pode ter considerado o seu retiro na Filístia co- mo “uma manobra militar astuta” ou “uma conve-

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niência prática”; Aquis denominou-a “deserção”.

Quando vamos para uma terra distante podemos nos enganar quanto aos nossos motivos, mas geral- mente os habitantes são capazes de ver o que queremos mais claramente do que nós mesmos.

A essa altura, Deus interveio e resolveu a

“missão impossível” de Davi pelos meios mais improváveis: os comandantes ou príncipes do exército filisteu. A defesa de Aquis feita por Davi não satisfez os oficiais35. Exigiram de Aquis:

“Faze voltar este homem” (29:4).

Aquis chamou Davi36 e disse-lhe que, apesar de confiar nele sem duvidar, por causa dos comandantes do exército, Davi e seus homens teriam de voltar a Ziclague. Para manter a farsa, Davi teve de protestar. Mas até o seu protesto tinha um tom de ambigüidade: “Porém que fiz eu? Ou que achaste no teu servo, desde o dia em que entrei para o teu serviço até hoje, para que não vá pelejar contra os inimigos do rei, meu senhor?” (29:8). “Os inimigos do rei, meu senhor”

poderia ser uma referência aos inimigos de Aquis

— ou aos inimigos de Saul37.

Independentemente do significado das palav- ras de Davi, ele não perdeu tempo em aproveitar a oportunidade. Quando o sol nasceu na manhã seguinte, ele e seus homens já estavam de volta a Ziclague, enquanto os filisteus prosseguiam para o encontro fatal com Saul38.

Davi deve ter voltado para casa com uma profunda sensação de alívio. Apesar disso, sua consciência deve ter doído quando pensou na farsa atuada perante Aquis e na exagerada consideração, bem como nas expressões de confiança demonstradas pelo rei39.

Quando se mantém a integridade, faz pouca diferença alcançar ou não alguma coisa mais; o sucesso já está garantido. Por outro lado, quando se perde a integridade, independentemente do que se alcançou, o fracasso é certo. Vamos nos determinar a viver de modo que no final da vida, digamos: “Tenho andado na minha integridade”

(Salmos 26:1–4).

Ele Trocou uma Situação Ruim Por Outra Pior

A viagem de Davi para a terra distante culminou em tragédia, quando ele e seus homens voltaram a Ziclague:

Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens, ao terceiro dia, a Ziclague, já os amale- quitas tinham dado com ímpeto contra o Sul e

Ziclague e a esta, ferido e queimado… Davi e os seus homens vieram à cidade, e ei-la queimada, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados cativos. Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas… (30:1–3, 5).

Davi atacara muitas vezes as cidades amalequitas, à medida que avançava para o sul de Ziclague.

Lembra-se da cena com todos os habitantes assas- sinados? Minha avó costumava dizer: “O que vai sempre volta”. O ataque dos amalequitas ao Ne- guebe (sul de Judá e da Filístia40) não era incomum, mas incendiar totalmente Ziclague era. Apesar das precauções de Davi, parece ter chegado aos amalequitas a informação de que Davi e seus homens eram os responsáveis pelos massacres.

Ponha a sua imaginação em atividade nova- mente. A distância entre Afeca e Ziclague era de uns 110 a 120 quilômetros. Era uma difícil jornada de três dias. Davi e seus homens chegaram em casa cansados, exaustos, ansiando por se reunirem com suas famílias. Todavia, ao atingirem a crista da última colina, ecoou-se um grito de increduli- dade. Onde havia outrora uma cidade, só resta- vam ruínas em cinzas. Os homens desceram rapidamente o declive e correram por entre a fumaça e os escombros, gritando os nomes de suas esposas e filhos. Nenhuma resposta se ouviu, somente o gemido do vento atiçando as brasas.

Temendo o pior, os homens cavaram, com as mãos desprotegidas, o entulho ainda quente, até que elas se encheram de bolhas e eles desmaiaram de cansaço. Lágrimas escaldantes deslizaram, riscando a fuligem e as cinzas dos seus rostos.

“Então, Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar” (30:4).

Enquanto eu escrevia estas linhas no último trimestre de 1993, houve vários incêndios flores- tais em Los Angeles. Vimos pessoas voltando para casa e encontrando pouco mais do que os alicerces em pé. Vimos o semblante das pessoas que viam a cena, enquanto balançavam as cabeças e diziam: “Acabou. Acabou tudo”. Vimos outras pessoas quase entrando em colapso e outras examinando as cinzas, em busca de qualquer coisa que tivesse sobrevivido ao holocausto. Fo- ram essas algumas das emoções que Davi e seus homens sentiram naquele momento.

A tragédia em Ziclague, porém, não havia acabado. Os homens começaram a sussurrar en- tre si, lançando olhares carregados em direção a Davi. Fragmentos do que falavam chegaram aos

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ouvidos de Davi: “Isto jamais teria acontecido se tivéssemos permanecido em Judá!” “Ele devia ter deixado alguns de nós guardando as famílias!”

“É tudo culpa de Davi!” O versículo 6 observa:

“Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas”. Seria possível traduzir a primeira frase por: “Davi entrou em depressão”. Ele estava mais sozinho do que quando entrou na caverna de Adulão (Salmos 142:4). Naquela ocasião, ele estava cercado de criaturas rastejantes, mas agora havia seiscentos homens furiosos em volta dele, com pedras na mão. Davi havia fugido para a Filístia para que Saul não o matasse; agora, ele es- tava prestes a ser morto pelo seu próprio exército.

Quando o filho pródigo saiu de casa pela primeira vez e ficou cercado de luzes faiscantes e uma porção de “amigos”, sem dúvida ele pensou que havia tomado a decisão certa. Mas não demorou muito para ele ir parar num chiqueiro de porcos, cercado de leitões desprezíveis e esfomeados41, desejando provar cada bocado de lavagem que arremessava a eles. É assim que acontece em terras distantes. Eles balançam suas ninharias diante de você, depois as tiram de você. As drogas prometem um raro prazer, depois transformam a vida do adito num inferno. A saída de casa promete liberdade, mas depois traz solidão e desesperança. O divórcio promete alívio e depois escarnece: “Na verdade, não acabou!”

Não se engane com as promessas da terra distante ou você, também, descobrirá que trocou uma situação desagradável por uma calamidade!

Ele Trocou uma Influência Positiva por uma Negativa

É necessário ressaltar que Davi não entrou na terra distante sozinho; ele levou consigo outras pessoas (30:2, 3). Davi levou os seiscentos homens que se juntaram a ele. Achegaram-se a ele como um bando heterogêneo de joões-ninguéns e ele os transformou num bando compacto de guerrilhei- ros que o seguiam por onde quer que fosse42. Davi também levou consigo as famílias desses homens e a sua própria família. Além disso, à medida que sua reputação espalhou-se, outros foram até ele em Ziclague, oriundos das tribos israelitas vizinhas43. O resultado inicial foi que todos foram expostos às tentações de se viver numa sociedade pagã. Enfim, as mulheres e crianças fo- ram capturadas e os homens estavam desolados.

Na maioria dos casos, quem vai para uma terra distante pensa só em si mesmo e em seus desejos. “O que eu faço é da minha conta”, pensa esse indivíduo. “Isso não vai afetar a ninguém.”

Mas o que fazemos sempre afeta outros. Quando o filho pródigo saiu de casa, ele deixou para trás um pai com o coração partido. Quando você entra numa terra distante, está colocando tudo em risco. Não está arriscando somente a sua alma; mas também as almas dos que são mais achegados a você. Se, como Davi, você tem uma família, estará pondo em risco essa família.

Muitos já cancelaram viagens a terras distantes porque, finalmente, encararam com sinceridade a seguinte pergunta: “O que isso fará à minha família e a meus amigos?”

Qualquer que seja o alívio temporário propor- cionado a quem vai para uma terra distante, no final, o preço por esse alívio é alto demais. Existe uma solução melhor — ficar com Deus e aprender a confiar totalmente nEle.

RESTAURADO PARA DEUS (1 SAMUEL 30:6–31)

Deus permite que dificuldades sobrevenham a nós não para nos colocar de costas para o chão, mas para nos colocar de joelhos. Quando nos ajoelhamos, podemos, finalmente, alcançar os nossos pés. Quando Davi ficou cercado pelos seiscentos homens dispostos a apedrejá-lo, quando ele chegou às profundezas do desespero, en- contramos algo não mencionado antes no registro desses dezoito meses da vida de Davi: o nome de Deus. No final de 30:6, lemos: “Porém Davi se reanimou no Senhor, seu Deus”. Anteriormente, quando Davi estava desanimado, Jônatas foi até ele “e lhe fortaleceu [literalmente, fortaleceu-lhe a mão] a confiança em Deus” (23:16). Agora, Davi não tinha Jônatas44, mas ele chegou ao âmago do seu interior e encontrou ali forças que só Deus podia lhe dar (Efésios 3:20).

Quando Davi voltou-se para Deus, as coisas começaram a melhorar. Como ele e seus homens não encontraram nenhum corpo, deduziram que suas famílias provavelmente ainda estavam vivas45. Além disso, Davi e seu exército ainda estavam vivos e poderiam perseguir os amale- quitas. Ainda tinham esperanças. Então, Davi fez uma coisa que deveria ter feito quando pensou em se mudar para a Filístia: Ele “consultou ao Senhor” (30:7, 8). Ele perguntou a Deus: “Perse- guirei eu o bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-

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lhe o Senhor: Persegue-o, porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás” (30:8). A esperança no coração de Davi transformou-se em certeza.

O chamado à ação foi o antídoto perfeito para a hostilidade que se alastrava pelo acampamento.

Os homens largaram as pedras, pegaram suas armas e partiram para o sul com Davi. Mas eles estavam esgotados. E não tardou para duzentos deles desfa- lecerem. Teria sido fácil para Davi parar também.

Ele e os demais estavam à beira de um esgotamento.

Os suprimentos do exército estavam quase no fim46. Davi nem sabia onde os amalequitas esta- vam; mas porque tinha fé em Deus, ele prosseguiu com os quatrocentos soldados restantes.

A fé de Davi foi recompensada. Encontraram no caminho um escravo egípcio, abandonado à morte pelo seu senhor amalequita. Conseguiram reanimá-lo com frutas secas e água. Por providên- cia divina, o escravo sabia para onde os amale- quitas estavam indo celebrar a vitória. E este levou os israelitas até eles47.

Julgando-se em segurança, os amalequitas se permitiram ficar vulneráveis. Festejaram a noite toda, fartando-se de comida e bebida. Davi e seus homens descansaram até o crepúsculo48. Então, enquanto os inimigos estavam deitados numa letargia, atiraram-se sobre eles. Embora os amalequitas fossem muito mais numerosos do que eles49, foram uma presa fácil para homens amargurados determinados a resgatar suas famílias. Deus dissera para Davi conquistar o inimigo e “libertar tudo” — e assim ele fez.

Assim, Davi salvou tudo quanto haviam tomado os amalequitas; também salvou as suas duas mulheres. Não lhes faltou coisa alguma, nem pequena nem grande, nem os filhos, nem as filhas, nem o despojo, nada do que lhes haviam tomado: tudo Davi tornou a trazer (30:18, 19;

grifo meu)50.

Os homens que estiveram prestes a apedrejar Davi cantavam agora uma melodia diferente.

Viram aquilo como mais uma vitória de Davi e gritaram: “Este é o despojo de Davi” (30:20).

Davi, porém, sabia que Deus era o responsável pela vitória. Ele mencionou “o que nos deu o Senhor, que nos guardou e entregou às nossas mãos o bando que contra nós vinha” (30:23; grifo meu). Dividiram o despojo com os duzentos que não conseguiram ir para a batalha51 e com as cidades no sul de Judá52.

Deus estava lá quando Davi precisou dEle.

Aqui está uma verdade que precisamos ouvir

vez após vez: nosso Deus é o Deus da segunda oportunidade. Assim como o pai do filho pródigo, que correu ao seu encontro e atirou os braços em volta dele, Deus mais uma vez envolveu Davi com Seus braços amorosos e protetores. Davi estava de volta espiritualmente.

Não digo isto para incentivar ninguém a pen- sar em Deus como Aquele a quem podemos ignorar até que precisemos dEle, Aquele que automatica- mente nos abençoa, quando nos voltamos para Ele. Não, a Bíblia é clara quanto aos perigos de abandonar a Deus53. Pelo contrário, digo isto para incentivar todo aquele que se encontra numa terra distante, que pensa ser tarde demais e não haver esperança. Volte para Deus. Assim como o filho pródigo que “caiu em si” (Lucas 15:17), confesse o pecado em sua vida, arrependa-se dele (Lucas 15:17–19, 21) e volte para casa. Deus está pronto para recebê-lo de volta!

A VOLTA PARA CASA (2 SAMUEL 2:1–4)

Davi sobreviveu como um joão-ninguém nas longínquas pastagens de Belém; sobreviveu aos dias de glória após matar Golias; sobreviveu dez anos como um fugitivo. Ele aprendeu lições essenciais a duras penas. Ele se formou na “escola dos golpes duros” com menção honrosa. Era hora de se tornar rei. Era hora de ir para casa.

No início de 2 Samuel, Davi, seus homens e suas famílias estavam de volta a Ziclague54. Estavam ali havia dois dias, cavando os entulhos para ver o que podiam salvar, e fazendo planos de reconstru- ção. No terceiro dia, um amalequita55 apareceu no acampamento deles. Ele disse que estava vindo do campo de batalha e que Saul e Jônatas estavam mortos56. Davi e seus homens ficaram tristes. Davi escreveu um lamento por Saul e Jônatas com o tema “Como os poderosos caem!”57 A morte de Saul abriu duas portas para Davi.

A primeira porta era a da liberdade. Com Saul morto, Davi podia parar de fugir e voltar para o seu povo. A segunda porta era a do palácio real.

Davi, então, podia se tornar rei. O velho Davi teria dito: “Não há dúvida de que Deus possibili- tou isto”, e teria partido para casa sem hesitação.

O Davi que sobrevivera numa terra distante disse: “Vou verificar ao certo qual é a vontade de Deus para mim”. Essa provavelmente foi a lição mais importante que Davi aprendeu nos anos em que viveu como um fugitivo. Esse período preparou Davi para ser o líder do povo de Deus.

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Depois disto, consultou Davi ao Senhor, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá?

Respondeu-lhe o Senhor: Sobe. Perguntou Davi:

Para onde subirei? Respondeu o Senhor: Para Hebrom. Subiu Davi para lá, e também as suas duas mulheres… Fez Davi subir os homens que estavam com ele, cada um com sua família; e habitaram nas aldeias de Hebrom (2:1–3).

Hebrom era uma das cidades para as quais Davi mandara presentes (1 Samuel 30:31), a cidade que se tornaria a primeira capital do seu reinado. Final- mente, ele estava em casa, de volta da terra distante.

CONCLUSÃO

O filho pródigo voltou para casa e foi recebido na casa de seu pai. Davi voltou para casa — e Deus o tornou rei (2 Samuel 2:4). Se você está numa terra distante, espero que os exemplos desses dois incentivem você a voltar para casa hoje.

Uma coisa é melhor do que voltar para casa de uma terra distante — é nunca ter estado lá. Se você se sente tentado a ir para uma terra distante, espero que o que aconteceu com o filho pródigo e Davi faça-o reavaliar essa possibilidade. Nem todos conseguem voltar como eles. A relva dessa terra está coberta dos corpos espirituais daqueles que nunca conseguiram voltar.

Se você se encontra numa terra distante, a pa- lavra de Deus para você é: “Arrependa-se e ore;

volte para Deus e para o Seu povo” (Atos 8:22;

Tiago 5:16). Faça isso enquanto você pode! Se, por outro lado, você está flertando com a idéia de ir para uma terra distante, pare e avalie as conseqüên- cias desse ato. E depois, decida-se por não ir!

NOTAS SOBRE O SERMÃO

O material desta seção pode ser usado para ensinar uma lição muitíssimo necessária sobre

“A Vida em Território Inimigo”. Davi mudou-se para o território inimigo; nós nascemos num território inimigo que é dominado pelo “deus deste século” (2 Coríntios 4:4). Temos de entender que “este mundo não é o nosso lar; estamos aqui só de passagem” (Hebreus 11:9, 10; 1 Pedro 2:11;

etc). Estamos numa batalha “até a morte” contra Satanás (cf. Efésios 6:11, 12). Este período da vida de Davi pode nos dar algumas noções de como sobreviver em território inimigo: 1) nunca duvide disto: vivemos em território inimigo. 2) É de grande valia cercar-se de um grupo de apoio sólido. 3) Mesmo quando as coisas vão mal, lembre-se de que poderia ser pior. 4) Os reveses

virão, mas concentre-se em Deus e em Seus propósitos para a sua vida. 5) Nunca se esqueça:

dias melhores virão (Davi foi coroado — e nós também receberemos a coroa da vida)!

11O tempo total em que Davi viveu na Filístia não é tão definido quanto pode parecer inicialmente. A linguagem original de 1 Samuel 27:7 traz literalmente “dias e quatro meses”, o que provavelmente significa “um ano e quatro meses”, mas poderia indicar um período mais longo. Além disso, o versículo 7 pode estar se referindo apenas ao período em que Davi viveu em Ziclague até aquele momento da história, ou pode não incluir o período em Gate antes de se mudarem para Ziclague ou o período entre aquele momen- to da história e a morte de Saul. Como estamos utilizando a Edição Revista e Atualizada, citaremos dezesseis meses como o período em que Davi viveu com os filisteus.

12Para mais informações sobre os filisteus, veja a página 12 de artigo “Pisando em Terra Santa”.

131 Samuel 5:2.

141 Samuel 31:10.

15Josué 13:2ss.

16Observe 1 Samuel 13:5.

17As cidades faziam parte da herança da tribo de Judá (cf. Josué 13:3). Judá conseguiu dominar três dessas cidades e alguma parte de seus territórios montanhosos (Juízes 1:18, 19), mas Judá jamais conseguiu tirar os habitantes das cidades ou obter controle da planície ocupada pelos filisteus (Juízes 1:19). Não demorou muito para que as cinco cidades estives- sem novamente sob o controle dos filisteus (Juízes 3:1ss.).

18Juízes 10:6, 7; etc.

19Juízes 13:1.

10Cf. Juízes 16:4, 5.

11Cf. 1 Samuel 5:1, 2. A arca deu-lhes tanta miséria, porém, que os filisteus logo a retiraram de seu país (1 Samuel 6).

121 Samuel 10:5.

131 Samuel 13:16–18.

14Sugeriu-se também que Davi precisava de um meio mais viável de sustentar seus seiscentos homens juntamente com suas famílias. Tal responsabilidade devia ser um grande peso para Davi e pode ter influenciado sua decisão.

Mas, nos pensamentos de Davi que a nós são revelados, ele só mencionou ele mesmo e seu desejo de fugir de Saul.

15Kenneth Barker, ed. ger., The NIV Study Bible (“A Bíblia de Estudo NVI”). Grand Rapids, Mich.: Zondervan, 1985, p. 415.

16Observe também 1 Samuel 28:2; 29:8.

17A maioria dos comentaristas pensa que Davi e Aquis tinham um acordo: Davi podia viver em Ziclague desde que relatasse seus ataques a Aquis e dividisse a pilhagem com ele.

18Trata-se de “mágica para diversão” feita por meios naturais sem invocações do sobrenatural.

19Veja a lição “Como Sobreviver a Tempos Ruins”, na edição anterior desta série, Davi — Parte I.

20O propósito primário parece ter sido que Aquis não soubesse onde Davi havia ido atacar (veja 1 Samuel 27:11).

21O autor acrescentou um comentário editorial: “Pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje”

(veja 1 Samuel 27:6). Se esse comentário fazia parte do texto original, isso pressupõe que esta parte do livro foi colocada na forma final anos depois.

22Ziclague era uma cidade fronteiriça ao pé das montanhas entre a Filístia e Israel. Foi originalmente concedida à tribo de Simeão (Josué 19:5), mas tornou-se depois parte de Judá (Josué 15:31). Os filisteus parecem ter

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conquistado a cidade das mãos de Judá. Não há certeza quanto à sua localização.

23Veja Josué 13:2. Não devem ser confundidos com os gesuritas que viveram no norte de Canaã, ao leste do Jordão (2 Samuel 15:8).

24Gênesis 36:12, 16.

25A veracidade disso é óbvia pelos detalhes dados a respeito do ataque em 1 Samuel 30 e das subseqüentes referências bíblicas aos amalequitas. Como podiam ser tão numerosos se Saul havia matado todos os amalequitas, exceto o rei (1 Samuel 15:7–9)? Tudo indica que Saul só os matou até “Sur” (1 Samuel 15:7). Talvez a ordem de Deus a Saul pertencesse a apenas um segmento desse povo.

26Os amalequitas foram inimigos de Israel desde o Êxodo (Êxodo 17:8–16) até o reinado de Ezequias (cf. 1 Crô- nicas 4:41, 43).

27Também se traduz por “Negueve”.

28Como essa região ficava (e ainda fica) no sul do país,

“Neguebe” também veio a significar “ao sul”, sendo assim traduzido em várias versões.

291 Crônicas 2; Números 13; Josué 14; 15.

30Juízes 1:16.

31Nesta lição, 1 Samuel 28:3, 5–25 não é discutido. Se Deus permitir, trataremos disso numa futura série sobre Saul.

32Veja 1 Samuel 30:1.

33“Hebreus” é um dos termos usados para designar os israelitas. O sentido exato da palavra é discutível. Na boca dos filisteus, provavelmente era um termo de escárnio. Os próprios israelitas preferiam o termo “israelitas”, que os remetia à aliança de Deus com eles. Todavia, a língua que falavam era chamada de “hebraico”.

34O texto original traz “dias e anos”, um termo ambíguo, podendo se referir a muitos anos ou simplesmente a “mais de um ano”, o que seria consistente com o “um ano e quatro meses” da ERAB, em 1 Samuel 27:7. Algumas versões inglesas trazem: “mais de um ano” e “por um ano ou mais”.

35Eles ainda se lembravam da canção de dez anos atrás ou mais: “Davi [matou] seus dez milhares” (1 Samuel 29:5).

Numa ocasião anterior, israelitas no exército filisteu volta- ram-se contra eles no meio da batalha (1 Samuel 14:21); não queriam dar lugar a isso novamente. Achavam que Davi poderia mudar de lado na batalha para cair nas graças de Saul.

36Aquis começou a falar lançando uma expressão que nos surpreende: “Tão certo como vive o Senhor…” (1 Sa- muel 29:6). “Senhor” aqui representa “Jeová” ou “Iavé”, o nome sagrado de Deus. Talvez Aquis estivesse tentando suavizar as palavras que estava prestes a dizer a Davi, referindo-se primeiramente ao Deus dele.

37Aquis usou uma expressão semelhantemente ambígua em 1 Samuel 29:10, ao falar dos “servos que vieram contigo”.

Estaria se referindo aos seus próprios servos, sendo ele o senhor? Alguns pensam que estava se referindo aos israelitas que se juntaram a Davi enquanto ele estava em Ziclague (1 Crô- nicas 12:19–21), os quais haviam sido servos de Saul.

38Primeiro Samuel 29:11 observa que “os filisteus subiram para Jezreel”. Era ali que os israelitas estavam acampados (29:1). Aparentemente, os israelitas retiraram- se para o monte Gilboa (1 Samuel 31:1), onde morreram Saul e Jônatas (observe também 2 Samuel 1:21).

39Aquis comparou Davi com “um anjo [ou mensageiro]

de Deus” (1 Samuel 29:9), enfatizando que ele acreditava que Davi era inocente em todo o seu procedimento.

401 Samuel 30:14, 16, 24. Os queretitas (da ilha de Creta) eram aliados dos filisteus (Ezequiel 25:16; Sofonias 2:5; etc.).

“A banda do sul de Calebe” seria a região sul de Hebrom.

41Não eram os porcos gordos e preguiçosos a que estamos acostumados. Pense num javali delgado, magro e desprezível que é capaz de arrancar o braço de um homem.

422 Samuel 23:13–17.

43Primeiro Crônicas 12:1, 2, 20 menciona especifica- mente que alguns vieram das tribos de Benjamim e Manassés, enquanto Davi estava em Ziclague. O versículo 22 desse capítulo diz: “Porque, naquele tempo, dia após dia, vinham a Davi para o ajudar, até que se fez um grande exército, como exército de Deus”.

44Jônatas estava no campo de batalha, lutando pela vida.

45Lemos em 1 Samuel 30:2 que, diferentemente de Davi que matara a cada um, os amalequitas levaram as famílias de Davi e de seus homens, “porém, a ninguém mataram”. Fizeram isso porque, certamente, pretendiam violentar as mulheres e depois vender tanto elas quanto as crianças como escravos no Egito, mas a implicação do texto é que foi Deus quem lhes preservou a vida.

46Nada sobrou em Ziclague para reabastecer seus suprimentos.

47Isso foi depois de Davi prometer que iria protegê-lo.

48O termo hebraico de 1 Samuel 30:17 traduzido por

“crepúsculo vespertino” pode significar “alvorada” ou

“anoitecer”. Como o dia judaico começava com o pôr-do- sol, Davi pode ter pelejado desde o “amanhecer” até o

“anoitecer”, que seria o dia seguinte.

49A possibilidade de serem milhares explica-se pelos seguintes fatos: 1) foram capazes de dominar as mulheres e filhos de seiscentos homens; 2) estavam “espalhados sobre toda a região” (1 Samuel 30:16) e 3) está implícito que os quatrocentos que fugiram (1 Samuel 30:17) repre- sentavam só uma fração do total.

50Essa foi a primeira grande vitória de Davi sobre as nações que cercavam Israel. Como veremos nesta série, Davi finalmente subjugou todas essas nações.

51Embora em Números 31:27 haja a ordem de que o espólio fosse repartido com os que ficaram para trás (veja também Josué 22:8), alguns integrantes do exército de Davi queriam devolver aos duzentos somente as suas famílias.

Davi reafirmou a lei e reforçou-a, tornando-a “estatuto e direito em Israel”, perpétuos (cf. 1 Samuel 30:25). Encontra- mos em 30:24 um grandioso texto para incentivar os que pensam que pouco podem fazer pela causa do Senhor.

52Alguns dos lugares alistados em 1 Samuel 30:26–31 podem ser localizados hoje; outros não. Aos nomes citados deve-se acrescentar “todos os lugares para onde o próprio Davi e seus homens costumavam ir” (v. 31), i.e., todos os lugares que observamos nos anos em que Davi estava em fuga. Ao mandar esses presentes, Davi realizou várias coisas:

disse “obrigado” aos que o protegeram naqueles últimos dez anos, restabeleceu o relacionamento com muitos, enfatizou que seus inimigos eram “os inimigos do Senhor”

(v. 26) e, por extensão, seus inimigos também. Tudo isso fazia parte do plano de Deus de levar Davi ao trono.

53Hebreus 6:4–6; 10:23–31; etc.

54Originalmente, 1 e 2 Samuel eram um só livro. O Livro de 2 Samuel é continuação da história de Davi.

55Como os amalequitas vieram do norte, ele não sabia da recente batalha de Davi com o seu povo.

56O amalequita afirmou ter matado Saul a pedido do próprio Saul quando já estava ferido. Entretanto, 1 Samuel 31:4 diz que Saul se matou. O amalequita provavelmente mentiu, esperando uma recompensa de Davi. Provavel- mente era um catador de lixo que ali chegou depois de Saul estar morto para roubar-lhe a coroa e o bracelete. Davi mandou que o executassem por ter ele “matado o ungido do Senhor”, de modo que a mentira desse amalequita trouxe morte, em vez de recompensa.

57Veja as lições “Jônatas: Amigo na Necessidade” e

“Quando o Coração Clama por Vingança”, na edição ante- rior desta série, Davi — Parte 1.

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