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Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública

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LUZIA APARECIDA STEMPNIAK PAVAM

FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Maringá 2011

Especialização em Gestão Pública

Programa Nacional de Formação em Administração Pública

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LUZIA APARECIDA STEMPNIAK PAVAM

FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá.

Orientador: VALTER AFONSO VIEIRA, Dr.

Maringá 2011

Especialização em Gestão Pública

Programa Nacional de Formação em Administração Pública

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LUZIA APARECIDA STEMPNIAK PAVAM

FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora:

_______________________________________________________

Professor VALTER AFONSO VIEIRA, Dr. (orientador) Assinatura

_______________________________________________________

Professor MAURICIO REINERT DO NASCIMENTO, Dr.

Assinatura

_______________________________________________________

Professor FRANCISCO GIOVANNI DAVID VIEIRA, Dr.

Assinatura

Especialização em Gestão Pública

Programa Nacional de Formação em Administração Pública

Aprovado em ___/___/2011

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FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: ALGUMAS

CONSIDERAÇÕES

Resumo

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) foi instituído em dezembro de 2006, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). Como a própria denominação indica, o FUNDEB ampliou o raio de ação em relação ao FUNDEF, estendendo-se para toda a Educação Básica de Ensino (e não apenas o Ensino Fundamental). Nesse contexto, o presente artigo esteve direcionado ao exame da constituição histórica do FUNDEB e dos mecanismos responsáveis pela redistribuição, dentro de cada estado, entre o governo estadual e as prefeituras, de uma parte de determinados impostos (ICMS, FPE, FPM, IPI-exportação e compensação financeira) com base no número de matrículas na Educação Básica, buscando-se evidenciar algumas das deficiências do fundo, bem como suas limitações em garantir uma educação de qualidade em todo território nacional.

Palavras-chave: Financiamento da Educação, Educação Básica, FUNDEB.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 6

Do FUNDEF ao FUNDEB... 7

Regulamentação para distribuição e utilização dos recursos do FUNDEB ... 11

Considerações finais ... 12

REFERÊNCIAS ... 14

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INTRODUÇÃO

O setor educacional é considerado como área estratégica para o desenvolvimento de uma nação, contudo, a garantia de uma Educação Básica pública de qualidade (sob responsabilidade dos Estados, Distrito, Federação e Municípios, com a participação suplementar da União) tem se constituído como um dos grandes desafios do contexto político de inclusão social no Brasil (FUNDEB, 2009). Desse modo, juntamente com a promulgação da atual Constituição Brasileira foram elaboradas uma série de normas legais direcionadas a estabelecer avanços quantitativos no setor educacional, criando condições que assegurem a universalização do direito de acesso da população escolarizável a todos os níveis da educação básica, com qualidade.

Nesse contexto, o Fundeb, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação no Brasil, se constituiria como uma busca pela redução das variadas formas de desigualdades educacionais existentes, estabelecendo, para a educação básica pública, “equidade na distribuição dos recursos disponíveis no âmbito dos Estados, Distrito federal e Municípios e maior participação federal no aporte de recursos financeiros, contribuindo para elevação do patamar de investimentos no setor” (FUNDEB, 2009, p. 07).

Frente a estes pressupostos, qual a estrutura, caracterização e vigência do Fundeb? Com base na sua estrutura, caracterização e vigência, como é efetuado os repasses financeiros para cada Estado e Município e como podem ser utilizados esses recursos nos municípios?

Desse modo, por meio de um levantamento bibliográfico em livros e artigos científicos disponibilizados em instituições de ensino superior de Maringá e banco de dados on line, o presente artigo esteve direcionado a examinar, de forma sintética, alguns aspectos básicos da política de implementação e manutenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação no Brasil, o Fundeb.

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Do FUNDEF ao FUNDEB

Em setembro de 1996 foi aprovado, pela Emenda Constitucional nº 14, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), trazendo promessas e “fortes expectativas da comunidade educacional, sobretudo quanto à elevação do padrão de atendimento no ensino fundamental e à valorização dos docentes deste nível de ensino” (OLIVEIRA;

TEIXEIRA, 2008, p.01). Sua criação não regulamentou novas fontes de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino (exceto àquelas já estabelecidas pela Constituição Federal de 1988), nem definiu novos mecanismos de distribuição dos recursos existentes, somente delimitou um padrão de gestão para a educação básica do país, ao estabelecer que 15% de alguns impostos, devidos aos estados e municípios, seriam retidos numa conta única e repassados proporcionalmente ao número de alunos matriculados, num valor por aluno/ano definido nacionalmente.

Dentre os resultados esperados estavam a

universalização do ensino fundamental, eqüidade na distribuição de recursos entre os entes federados, redução das disparidades regionais, melhoria da qualidade na educação, valorização do magistério e participação da sociedade no processo de acompanhamento e aplicação dos recursos destinados à educação (OLIVEIRA; TEIXEIRA 2008, p. 03).

Nas palavras de Davies (2006, p. 756):

Inspirado na orientação dos organismos internacionais de priorização do ensino fundamental, o FUNDEF, apesar de prometer desenvolver o ensino fundamental e valorizar o magistério, praticamente não trouxe recursos novos para o sistema educacional brasileiro como um todo, pois apenas redistribuiu, em âmbito estadual, entre o governo estadual e os municipais, uma parte dos impostos que já eram vinculados à MDE antes da criação do Fundo, com base no número de matrículas no ensino fundamental regular das redes de ensino estadual e municipais.

O FUNDEF contava com 15% das seguintes fontes: Fundo de Participação dos Estados (FPE); Fundo de Participação dos Municípios (FPM); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPIexp), Desoneração de Exportações (Lei Complementar nº 87/96) e complementação da União, de acordo com o valor

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mínimo nacional por aluno/ano, fixado para cada exercício. Desse modo, impostos municipais, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), não faziam parte do FUNDEF.

Em relação à complementação por parte da União, apesar de ter sido previsto para o ano de 2005 uma complementação na ordem de R$ 395,3 milhões, não havia nenhum parâmetro na Constituição Federal que assegurassem o repasse desses recursos. Desse modo, passou-se a acumular uma dívida da União com o FUNDEF, até que em 2006, por meio do artigo 6º do Anteprojeto de Lei de Regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação regulamentou-se que essa complementação da União para o Fundo seria de 5% no primeiro ano; 6,5% no segundo ano; 8% no terceiro ano e 10% a partir do quarto ano. O parágrafo segundo do Anteprojeto de Lei estabeleceu que

a complementação da União será realizada mediante redução permanente de outras despesas, inclusive redução de despesas de custeio, observando as metas fiscais e os limites de despesas correntes fixados na lei de diretrizes orçamentárias (BRASIL, 2005, p. 04).

Embora dados oficiais, divulgados pelo Ministério da Educação, buscassem enaltecer os efeitos positivos do FUNDEF (como aumento na taxa de atendimento escolar de crianças com idade entre sete e quatorze anos, municipalização do Ensino Fundamental e incremento da remuneração do magistério, principalmente nos estados mais pobres) as primeiras avaliações de especialistas denunciavam a insuficiência dos recursos, o foco no Ensino Fundamental em detrimento a demais etapas da educação básica (como Educação Infantil, Ensino Médio e Ensino Técnico Profissionalizante) e a iniquidade na proporção de recursos disponíveis em cada estado da federação.

Desse modo, com o intento de complementação da política educacional instituída pela FUNDEF, foi proposta a criação de um fundo para financiamento dos diferentes níveis e modalidades da Educação Básica – o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), por meio da Proposta de Ementa Constitucional (PEC) nº 415/2005.

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Apresentada à Câmara dos Deputados, a PEC nº 415/2005 soma-se a seis outras PECs, todas com o mesmo propósito de aperfeiçoar e/ou ampliar os mecanismos do FUNDEF. A primeira delas, a PEC nº 536, apresentada ainda em 1997 pelo então Deputado Valdemar Costa Neto (PL/SP), propunha a complementação da União aos recursos do FUNDEF de modo que não houvesse redução no custo por aluno praticado pelos municípios no ano de 1997, que antecedeu a implementação obrigatória do FUNDEF.

As demais PECs, em linhas gerais, propuseram o aumento da participação da União na complementação dos recursos do FUNDEF, o estabelecimento de piso salarial nacional para os professores e a criação de fundos para a educação infantil e para o ensino médio (OLIVEIRA; TEIXEIRA 2008, p. 06).

Leite (2005) explica que as discussões para a construção do FUNDEB contaram com a participação de entidades como o Conselho de Secretários Estaduais de Educação (CONSED); a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); a Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE); a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP); a Confederação Nacional dos Municípios; a Associação Brasileira dos Municípios; o Conselho Nacional da Educação (CNE); a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes); a Confederação Nacional da Indústria (CNI); a Campanha Nacional pelos Direitos da Educação; a Confederação Nacional de Trabalhadores do Comércio; a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Assim, por meio da Emenda Constitucional nº 53/2006, foi promulgado em dezembro de 2006 o FUNDEB, normatizando a distribuição dos recursos entre os estados e os municípios (em relação a todas as etapas da Educação Básica), o percentual sobre os impostos vinculados e a delimitação de outros tributos que seriam destinados ao Fundo. Desse modo, uma das principais diferenças entre os dois fundos acabou dizendo respeito a abrangência: enquanto o FUNDEF se limitava ao Ensino Fundamental na faixa etária dos sete aos quatorze anos, FUNDEB direcionou-se “a oferta de educação pública a todos os alunos de creches, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos e educação profissional de nível técnico” (LEITE, 2005, p.194).

Quanto à distribuição dos recursos, manteve-se o critério matrículas e o custo-aluno-ano, com diferenciação para as diferentes etapas da Educação Básica (fator um (1) para o Ensino Fundamental e a variação entre setenta centésimos (0,70) e um inteiro e trinta centésimos (1,30) para as demais etapas, modalidades e tipos de estabelecimentos de ensino).

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Uma das principais mudanças introduzidas com o FUNDEB, foi a delimitação do valor a ser investido pelos municípios e estados: “durante os 14 anos de vigência do Fundeb, os municípios e os Estados deverão investir, gradualmente, 20% - e não mais 15% como ocorre no Fundef – de determinados impostos e transferências governamentais destinadas à educação básica”. Nesse contexto também determinou-se que o Fundo seria composto pelos seguintes impostos: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e serviços (ICMS); Imposto sobre Transmissão Causa Mortis (ITCM); Imposto sobre Renda e Proventos de qualquer Natureza (IRRF);

Imposto Territorial Rural (ITR); Fundo de Participação dos Estados (FPE); Fundo de Participação dos Municípios (FPM); Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às Exportações (IPI-Exp); Desoneração de Exportações (LC87);

Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Complementação da União, quando necessário.

Posteriormente, por meio da Medida Provisória nº 339/2006 foram atribuídas definições, ponderações e limites de recursos aplicáveis entre as diferentes etapas, modalidades e tipos de estabelecimentos de ensino, bem como a fixação anual da parcela de complementação da União e as normatizações relacionadas à Junta de Acompanhamento dos Fundos. Essa Junta passou a ser denominada Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade (CIFEB) pela Lei nº 11.494/2007.

Essa Comissão deverá ser composta por onze membros, dos quais um representante do Ministério da Educação, um representante dos secretários estaduais de educação e dos secretários municipais de educação de cada uma das cinco regiões político-administrativas do Brasil indicados, respectivamente, pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Educação (CONSED) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) (OLIVEIRA; TEIXEIRA 2008, p. 08).

De acordo com Lei nº 11.494/2007, cabe a essa Comissão observar o dever do Estado em relação à educação, as metas de universalização da Educação Básica previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) e estudos de custo elaborados e publicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

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Regulamentação para distribuição e utilização dos recursos do FUNDEB

Tanto no FUNDEF quanto no FUNDEB, o critério para distribuição dos recursos apresenta como parâmetro base o número de alunos matriculados no ano anterior, segundo o Censo Escolar. Conforme explica Souza Júnior (2006, p. 281)

O mecanismo de distribuição dos recursos do Fundeb é similar ao que foi utilizado pelo Fundef, com a captação de recursos de Estados e municípios, além da complementação da União, e sua distribuição no âmbito de cada Estado e respectivos municípios, de acordo com as matrículas na educação básica [...] O Fundeb será provisório, com prazo de vigência de 14 anos.

Durante esse período, os Estados, os municípios e o Distrito Federal deverão investir os recursos na manutenção e desenvolvimento da educação básica e na remuneração de seus profissionais.

Enquanto o FUNDEF regulamentava a utilização de no mínimo 60% dos recursos na remuneração dos profissionais do magistério e 40% com outras despesas de manutenção e desenvolvimento do Ensino Fundamental, o FUNDEB inicialmente passou a prever a utilização de 80% dos recursos com a remuneração dos profissionais da educação, mas posteriormente, passou para o mesmo percentual praticado pelo FUNDEF.

A proposta inicial do Fundeb incluía, nos pagamentos efetuados com os 80% das verbas, profissionais do magistério em efetivo exercício: docentes, profissionais que oferecem suporte pedagógico direto, incluindo direção, administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional [...] entretanto, no capítulo da utilização dos recursos, parágrafo 1º do artigo 15, passou a limitar a utilização de 60% das verbas à

“remuneração dos profissionais do magistério da educação em efetivo exercício na educação básica da rede pública” (LEITE, 2005, p. 205).

Desse modo, ficou estabelecido, tal como no FUNDEF, 40% dos recursos para outras despesas relacionadas à manutenção e desenvolvimento da Educação Básica. Em relação ao valor aluno/ano, em 1998 e 1999, o valor praticado foi de R$

315,00 por aluno pertencente ao Ensino Fundamental do país. De 2000 a 2004, passaram a ser praticados dois valores distintos, um para alunos da etapa inicial do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série) e outro para alunos da etapa final do Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) e Educação Especial. Todavia, a partir de 2005 pelo Decreto Nº 5.374, foram estabelecidos quatro fatores de ponderação: para alunos das séries iniciais das escolas urbanas (1,0); para alunos das séries iniciais das

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escolas rurais (1,02); para alunos das quatro séries finais das escolas urbanas (1,05); para alunos das quatro séries finais das escolas rurais (1,07); e para os alunos da Educação Especial do Ensino Fundamental urbano e rural (1,07).

Com o FUNDEB foram incluídos mais fatores de diferenciação (relacionados à Educação Infantil, ao Ensino Médio e à Educação de Jovens e Adultos), o que tornou mais complexa a definição dos valores aluno/ano. De acordo com o Anteprojeto de Lei do FUNDEB (Art. 8º, inciso II) são onze as etapas de ensino da Educação Básica: pré-escola; 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental urbano; 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental rural; 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental urbano; 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental rural; Ensino Médio urbano; Ensino Médio rural;

Ensino Médio integrado à Educação Profissional; Educação Especial; Educação Indígena e Quilombola; Educação de Jovens e Adultos, no entanto, não foram definidos valores referências para cada uma dessas modalidades de ensino, sendo especificado apenas referência (1,00) ao Ensino Fundamental.

Conforme ressalta Leite (2005, p. 208) com a “implementação do Fundeb, a proposta de emenda constitucional propõe apenas que as verbas sejam vinculadas à educação básica e que se desenvolvam mecanismos para otimizar o seu recolhimento e a sua distribuição”. Não sendo claramente especificada quais seriam esses mecanismos.

Considerações finais

Um dos principais objetivos alcançados pelo FUNDEF foi o aumento no número de matrículas nas redes municipais do Ensino Fundamental, “promovendo, assim, uma crescente municipalização do ensino e, conseqüentemente, um decréscimo nas redes estadual e privada” (SOUZA JÚNIOR, 2006, p. 287). Todavia, uma das maiores críticas a este Fundo foi em função da priorização de apenas uma etapa da Educação Básica (o Ensino Fundamental), sendo desconsideradas etapas como a Educação Infantil, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. Nesse contexto, o FUNDEB surgiu como uma adequação das normatizações estabelecidas no fim da década de 1990 e início desse século.

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No entanto, o FUNDEB também tem recebido severas criticas. No entendimento de Davies (2006, p. 754), por exemplo, dentre os principais problemas do FUNDEB, pode-se destacar

as perdas provocadas pela inflação, a renúncia fiscal, a sonegação fiscal, a política fiscal/econômica, a não-aplicação da verba legalmente vinculada pelas diferentes esferas de governo (federal, estadual e municipal) e sua impunidade, as variadas interpretações adotadas pelos Tribunais de Contas sobre o cálculo das receitas e despesas vinculadas à manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE), a extrema desigualdade de recursos disponíveis nas três esferas de governo e mesmo entre prefeituras de um mesmo estado.

O autor salienta ainda que dentre as etapas de ensino da Educação Básica atendidas pelo FUNDEB, encontra-se desconsiderada a Educação Profissional, que, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Censo do INEP, também faz parte da Educação Básica do país.

Já na leitura de Oliveira e Teixeira (2008) apesar do FUNDEB ter ampliado os níveis de ensino a serem atendidos, não apresentou preocupação com a qualidade da educação, continuando submetido à razão contábil instituída pelo FUNDEF.

Isso porque introduzir a qualidade da educação como um conceito norteador da formulação da política de financiamento exige uma certa

“inversão de raciocínio”, pode-se chamar assim. Dever-se-ia partir daquilo que se pretende atingir com a educação, dos objetivos que esta tenha, da função que lhe é atribuída pela sociedade, do perfil de aluno que se deseja formar, das habilidades a serem por eles desenvolvidas. Colocar esse norte à frente da preocupação focalizadora em termos da formulação da política é primeiro saber o que se espera da educação e depois alocar os recursos de maneira a realizar essa expectativa. P.11

Assim, para essas autoras, o FUNDEB, mecanismo que distribui e aloca recursos nos vários níveis da educação básica não instituiu um efetivo padrão de qualidade como norte para sua implementação.

Em relação aos recursos financeiros destinados e distribuídos pelo Fundo, Saviani (2007, p. 1248) argumenta que o FUNDEB, manteve as mesmas características de seu antecessor.

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é preciso reconhecer também que o FUNDEB não representou aumento dos recursos financeiros. Ao contrário. Conforme foi divulgado no dia 20 de junho de 2007, na ocasião da sanção da lei que regulamentou o FUNDEB, o número de estudantes atendidos pelo Fundo passa de 30 milhões para 47 milhões, portanto, um aumento de 56,6%. Em contrapartida o montante do fundo passou de 35,2 bilhões para 48 bilhões, o que significa um acréscimo de apenas 36,3%.

Nesse contexto o autor também chama a atenção para a necessidade do enfoque à qualidade da Educação, ou seja, a necessidade de ampliação do número de alunos atendidos, “porém em condições não muito menos precárias do que as atuais, isto é, com professores em regime de hora-aula; com classes numerosas; e sendo obrigados a ministrar grande número de aulas semanais para compensar os baixos salários” que ainda vigoram em muitos estados e municípios (p. 1249).

Desse modo, entende-se que de fato a educação não pode ser pensada em pedaços (como se uma parte fosse capaz de funcionar adequadamente, sem as outras), pois somente numa perspectiva de totalidade alguns dos problemas básicos da educação brasileira caminhariam para uma solução.

REFERËNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm>.

Acesso em 17/09/2011.

BRASIL, Ministério da Educação. FUNDEB: Manual de Orientações, Brasília:

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, 2009.

BRASIL. Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma prevista no artigo 30, § 7º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e dá outras providências. Brasília. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9424.htm>. Acesso em 17/09/2011.

BRASIL. Lei 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei no 10.195, de 14 de fevereiro de 2001;

revoga dispositivos das Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências.

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Disponível em: <ftp://ftp.fnde.gov.br/web/fundeb/lei_11494_20062007.pd>f. Acesso em 29/09/2011.

BRASIL, Decreto Nº 5.374 de 17 de fevereiro de 2005. Fixa, para o exercício de 2005, o valor mínimo anual por aluno de que trata o art. 6º 1º, da Lei nº 9.424 de 24 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Brasília, 2005. Disponível em:

<http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 05/09/2011.

BRASIL, Anteprojeto de Lei de Regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Encaminhado ao Congresso Nacional em 14 de junho de 2005. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), na forma prevista pelo art.

60, o Ato das Disposições Constitucionais Provisórias, e dá outras providências.

Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em 05/09/2011.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Proposta de Emenda á Constituição nº 415, de 12 de maio de 2005. Da nova redação ao § 5º do art. 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília: Câmara dos Deputados. Disponível em: <www.câmara.gov.br/sileg/integras/315929.pdf>. Acesso em 29/09/2011.

DAVIES, N. FUNDEB: a redenção da educação básica? Educação e Sociedade, v.27, n.96, out/2006, p. 753-774.

LEITE, M. I. P. D. A. FUNDEB: um fundo em construção. Práxis Educacional, n. 01, 2005, p. 191-216.

OLIVEIRA, R. D. F.; TEIXEIRA, B. D. B. As políticas de financiamento da Educação Básica na última década: do FUNDEF ao FUNDEB. Disponível em:

<ww.simposioestadopoliticas.ufu.br/imagens/anais/pdf/DC10.pdf>. Acesso em 29/09/2011.

SAVIANI, D. O Plano de desenvolvimento da educação: análise do programa do MEC. Educação e Sociedade, v.28, n.100, out/2007, p.1231-1255.

SOUZA JÚNIOR, L. D. FUNDEB: avanços, limites e perspectivas. ECCOS Revista Científica, v.08, n.02, jul/dez 2006, p.275-290.

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