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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil junho de 2019 EDIÇÃO ESPECIAL ESPECIAL. Santo Antônio. [ Especial - santo antônio 2019 ] 1

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[ EspEcial - santo antônio 2019 ]

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Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil junho de 2019 • EDIÇÃO ESPECIAL

Santo Antônio E S P E C I A L

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03

Editorial

04

Convento Santo Antônio - RJ

21

Paróquia Santo Antônio do Pari - SP

22

Paróquia Santo Antônio de Florianópolis - SC

23

Paróquia Santo Antônio de Sorocaba - SP

23

Paróquia Santo Antônio de Agudos - SP

24

Paróquia Santo Antônio de Bauru - SP

25

Convento Santo Antônio de Santos - SP

26

Convento e Santuário São Francisco - SP

28

Paróquia São Francisco de Assis da Vila Clementino - SP

29

Convento da Penha - Vila Velha - ES

29

Paróquia São João Batista - Meriti - RJ

29

Conventinho São José - Lages - SC

30

Paróquia do Sagrado Coração de Jesus - Petrópolis - RJ

33

Paróquia Porciúncula de Santana - Niterói - RJ

33

Paróquia Bom Jesus de Perdões - Curitiba - PR

34

Paróquia São Benedito - Amparo - SP

34

Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Concórdia - SC

35

Comunidade Santo Antônio - Colatina - ES

35

Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Nilópolis - RJ

SUMÁRIO

Ministro Provincial:

Frei César Külkamp Vigário Provincial:

Frei Gustavo Medella Secretário:

Frei Walter de Carvalho Júnior www.franciscanos.org.br

Edição, textos e fotos:

Frei Augusto Luiz Gabriel, Érika Augusto, Moacir Beggo (Mtb 14.888 - SP) e Jovenal Pereira (diagramação) Endereço:

Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038- 033 | São Paulo - SP

ofmimac@franciscanos.org.br Província Franciscana da Imaculada

Conceição do Brasil

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Rogai Por nóS,

gLorIoSo Santo antônio!

S

e há uma festa que mobi- liza todas as Paróquias e Fraternidades da Província, é a festa de Santo Antônio.

Mesmo nos locais onde o santo não é padroeiro, o mês de junho é movimentado, seja pelas trezenas, tríduos, procissões; seja pelas quer- messes e festas de rua que celebram os santos juninos.

Neste ano, muitas paróquias ce- lebraram, junto às comemorações ao santo, os 800 anos do encontro de São Francisco com o Sultão em

Damieta. O tema esteve presente nos temas de trezenas e até mesmo nas decorações do famoso bolo de Santo Antônio.

Certamente, Santo Antônio também foi o santo do diálogo.

Através de suas pregações, ele fez com que a Palavra de Deus chegasse a todos os locais e a todas as pessoas.

Com seus inúmeros milagres, Santo Antônio mostrou o rosto misericor- dioso de Deus, que se compadece da pessoa humana, sobretudo dos mais necessitados. Não por acaso

ele é conhecido como o “santo dos pobres”. Em nossas festas, podemos perceber o carinho do povo por Santo Antônio.

Nesta edição especial das Co- municações, você tem um resumo de como as Paróquias e Conventos celebraram o dia de Santo Antônio, especialmente onde o santo francis- cano é o Padroeiro. Que Deus aben- çoe cada comunidade e que Santo Antônio, santo poderoso em obras e palavras, seja cada vez mais exem- plo para cada um de nós!

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Santo

antônio

Do LArgo DA

CArIoCA

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A

gente precisa ter uma vida como a de Santo Antônio, que torna essa Palavra de Deus evi- dente. Que as pessoas possam olhar para nós, cristãos, e reconhecer a Palavra de Deus”. Foi com esta exortação que o Ministro Provincial da Pro- víncia Franciscana da Imaculada Conceição, Frei César Külkamp, celebrou a Missa solene em honra a Santo Antô- nio no Convento do Largo da Carioca, no dia 13 de junho, às 10 horas. O guardião Frei José Pereira fez a apresentação de Frei César, que celebrou pela primeira vez, neste históri- co Convento, no serviço de Ministro Provincial.

“É uma alegria estar aqui com vocês neste Convento que leva o nome de Santo Antônio, fundado há 411 anos, celebrando sua solenidade, depois da Trezena que chegou à edição de número 337”, saudou Frei César, recordando os milhares de frades que passaram pelo Convento nesse tem- po, entre eles Frei Vicente do Salvador, que lançou a pedra fundamental do Convento e foi o primeiro historiador do Brasil. Depois citou Frei Fabiano de Cristo, muito querido pelos cariocas; Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, e

tantos outros que “deram sua profunda contribuição para que tudo isso existisse e nós tivéssemos essa presença”.

O Ministro Provincial também lembrou da multidão que sobe o Morro de Santo Antônio em busca desse ser- viço dos frades, de orientação, dos sacramentos e, acima de tudo, da intercessão do nosso querido Santo Antônio.

“Quantas pessoas contemplaram aquela face, cheia de ter- nura, aquela face paternal do nosso querido e glorioso San- to Antônio! E a gente poderia pensar em quanto socorro foi dado em momentos de aflições e angústias! Quantos milagres de todos os tipos aconteceram na vida de tantas pessoas! Quantas famílias foram construídas, restauradas, a partir deste olhar de fé e amor!”, recordou.

“Depois dessa belíssima história de fé e devoção, é a nossa vez de celebrar a vida, as virtudes e a poderosa in- tercessão do nosso querido Santo Antônio. Nós viemos até aqui trazendo as nossas próprias aflições, também a nos- sa vida, para depositar neste olhar. Para que ele olhe, com a mesma paternidade, com o mesmo amor, para a nossa vida. Porque nós sabemos que Santo Antônio é verdadei-

FRei CéSaR: “PrECISAmoS tEr umA vida Como A

DE Santo antônio”

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ramente o pai dos pobres, dos aban- donados, dos que não têm casa, dos que não têm ninguém, que são doen- tes, dos que já não mais creem, dos famintos, dos enfermos, dos que não têm esperança. Mas ele é também o nosso pai. Nós que acreditamos, que amamos a Deus, e queremos acima de tudo cumprir a sua vontade. É ele que vem também em nosso auxílio nessa jornada da nossa vida”, situou Frei César.

Para Frei César, citando o manda- to de Cristo aos discípulos, segundo o evangelista Marcos, Santo Antônio não teve dúvida: empregou sua curta vida no projeto de Jesus. “Por isso, ele teve uma vida onde transbordaram todas as virtudes. Mas ele não ficou preocupado em cumprir todas elas.

Ele fez da sua vida apenas o cumpri- mento da vontade do Senhor, presente na sua Palavra. E ele teve, na sua vida, dois propósitos: converter o próprio coração e contribuir para converter o coração dos outros; transformar a própria vida e empenhar em transfor- mar a vida dos outros; santificar-se, que é a caminhada de todo cristão,

e ajudar cada irmão e cada irmã a se santificar. Somente isso ele quis viver com toda a sua intensidade, sabendo que receber a Deus não é para ficar numa relação íntima: só Deus e eu.

Deus se dá a nós para que, através de nós, Ele possa tocar o nosso irmão”, ensinou, acrescentando que esse é o modelo que Antônio deixa para nós hoje nesta solenidade.

Falando do tema da Trezena e Festa – “Santo Antônio, amigo de Je- sus” -, Frei César lembrou que a pala- vra ‘amigo’ vem da mesma raiz da pa- lavra ‘amado’. “Ou seja, Santo Antônio procurou amar com todo seu coração e como uma grande prioridade da sua vida a esse Deus que se dá tão próxi- mo, tão encarnado em Jesus Cristo”, ressaltou.

O Ministro Provincial ilustrou esta parte da sua reflexão falando so- bre o significado da imagem de Santo Antônio com o Menino Jesus. Recor- dou a história em que o Santo, nas suas andanças para pregar a Palavra de Deus, hospedou-se na casa de uma família e, quando estava sozinho fa- zendo sua oração, o quarto se encheu

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de muita luz e o dono foi ver o que estava acontecendo, pois naquele tempo não existia ainda energia elétrica.

“E ele viu Santo Antônio com o Menino Jesus nos bra- ços. Os dois conversavam com profunda intimidade”, acrescentou Frei César.

O celebrante chamou a atenção que o Menino está sobre a Palavra de Deus, que Santo Antônio buscou com toda intimidade, e também carrega a cruz que nos recorda essa entrega total desse mesmo Menino, que é a figura da encarnação de um Deus grandíssimo que se faz pequeno. “A Palavra não é uma letra morta, mas é vida. É isso que Santo Antônio nos mostra. Ela se faz ser humano, ela se faz esse Menino carregado de ternura. E justamente Santo Antônio mergulha com tanta intensidade nessa Palavra, que ele se tor- na a Trombeta do Evangelho e, para o mundo, ele é a Arca do Testamento, como cantamos esses dias na Ladainha”, explicou.

“Amar a Jesus não é ficar nessa relação íntima, mas é seguir seu mandamento que consiste em anunciar a sua Palavra, em primeiro lugar com nossa vida. Não se trata de descer até a praça e gritar as palavras do Evangelho. Mas a gente precisa ter uma vida como a de Santo Antônio, que torna essa Palavra evidente, que as pessoas possam olhar para nós, cristãos, e reconhecer a Palavra de Deus. É o que o nosso Papa Francisco falou na liturgia no domingo passado na Missa de Pentecos-

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tes: ‘Como seria bom se as pessoas do mundo inteiro olhassem para a Igreja e enxergassem o amor miseri- cordioso em cada cristão’”, citou.

“Então, não se trata de gritar as palavras, de chegar em casa e cobrar, julgar. Tudo isso é contra o Evange- lho. A gente tem que fazer com que essa Palavra possa transpirar, transbordar da nossa vida e tocar os co- rações, porque a força não é nossa. Quando se julga, condena, estamos tomando a dianteira. Nós temos que deixar que a força venha da Palavra”, frisou.

Para o Ministro Provincial, o ensinamento de Santo Antônio, seu testemunho e seu modelo de vida cristã hoje pode ser traduzido naquilo que a Igreja do Brasil adotou, que é de sermos discípulos e mis- sionários. “Sermos discípulos como ele, amigos de Jesus, ficar aí sentado aos pés de Jesus em oração, na contemplação, tocados por essa Palavra, deixados se transformar pelo amor de Jesus. E depois também sermos missionários, levarmos a todos a alegria que nós experimentamos e descobrimos em sua Palavra.

E assim o mundo inteiro será transformado, sem pre- tensões, começando de forma bem pequena com o nosso coração, com a nossa família, com o nosso cír- culo de trabalho, de convivência, e aí a ação de Deus vai chegar até onde ela quer chegar, com a sua força, com sua vitalidade, como fez e nos ensinou o glorioso Santo Antônio”, encerrou Frei César.

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a imagem de manhã a imagem à noite

ceber a bênção e a comunhão, os fiéis podiam se dirigir à imagem do Santo que ficou no pátio em frente ao convento.

Mesmo assim, o local ficou pequeno para tantos devo- tos. Todo mundo queria chegar perto da imagem, tocá-la e deixar o bilhete escrito. Pessoas do Rio, das cidades vi- zinhas e de outros estados lotaram as escadarias e a igreja para celebrar o Santo mais popular do Brasil. Em muitos lugares do mundo, invocam o Santo como sendo de Lis- boa, onde nasceu, e de Pádua, onde morreu, mas no Rio de Janeiro, os devotos o invocam como Santo Antônio do Largo da Carioca.

No claustro e em frente ao Convento, os frades se re- vezavam para dar a bênção de Santo Antônio, aspergindo água benta e distribuindo a comunhão. No salão ao lado da igreja, outros frades se revezavam para atender as con- fissões. Na descida, os fiéis faziam fila para não voltar à casa sem o símbolo da festa: o ‘pãozinho’ de Santo Antônio.

Desde as 6 da manhã, a capela do Convento não ficou sem fiéis durante as Missas e celebrações. Frei Vitório Ma- zzuco Filho, frade da Fraternidade de Bragança Paulista e que já foi Reitor deste Santuário do Largo da Carioca, celebrou a última Missa do dia. Os fiéis lotaram a capela e lotaram o terraço em frente ao Convento, que transmitia a Missa pelas caixas de som.

o PadRoeiRo Do LaRgo da CaRioCa

A

s festividades ao Padroeiro do Convento come- çaram logo cedo com os sinos chamando para a primeira Missa às 6 horas. Durante a noite, a igreja foi ornamentada com muitos lírios nos altares e os bancos foram retirados da capela para receber a multidão.

Foi necessário organizar o fluxo de devotos ao Convento.

Por uma escadaria e pelo elevador, o povo podia subir e, por outro acesso, podia descer. Antes de entrar na igreja para re-

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Durante treze dias o povo se preparou e re- fletiu sobre temas ligados ao santo franciscano.

Realizada há 337 anos, com a colaboração volun- tária dos fiéis do Convento, que ano após ano, se dedicam para receber com muito carinho a mul- tidão que sobe o Morro de Santo Antônio neste dia 13.

Em sua programação, além das celebrações, barraquinhas com comidas próprias das festas ju- ninas e artigos religiosos e artesanais. Para isso, o guardião do Convento, Frei José Pereira, conta com um grupo de cerca de 80 voluntários que trabalham incansavelmente durante a Trezena e alguns até um mês antes. “Todos deram as mãos para que a Fes- ta se realizasse. A doação de cada um enriqueceu e tornou possível esta bela festa”, agradeceu o guar- dião, evitando citar todos os grupos de trabalho para não cometer injustiças.

Durante o dia, o povo procurava sempre a proximidade de uma imagem para fazer as suas preces. Distribuídas na capela, no claustro e do lado de fora, ha havia seis imagens do Santo. A mais procurada e que, no final do dia, nem mais parecia uma imagem tamanha a quantidade de fitinhas amarradas nela ficava em frente à cape- la. A imagem no andor que acompanhou toda a Trezena ficou exposta no claustro, onde ao lado um frade aspergia a água benta. Uma imagem fi- cou na Sala de Confissões e outra na entrada da capela. Além da imagem do altar-mor, existe a imagem que garantiu a expulsão dos franceses no memorável dia 19 de setembro de 1710 e é co- nhecida como “Santo Antônio do Relento”. Ela é iluminada toda noite na fachada do convento.

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D

ona Eunice de Lima Arouca era uma jovem de 20 anos quando co- meçou a subir o Morro de Santo Antônio para alimentar uma devoção que tinha a Santo Antônio desde criança. Aos 81 anos, ela con- tinua firme e forte nesta devoção ao Padroeiro do tradicional Convento do Largo da Carioca, que se divide na capela durante as celebrações e no trabalho para os festejos externos, que começam bem antes. “No começo de maio eu já estou aqui para limpar a

canjica e deixá-la pronta para a Tre- zena”, conta D. Eunice, que represen- ta, por sua dedicação e voluntariado, todo um grupo de cerca de 80 pessoas que se dedica e se doa para que o san- to franciscano seja celebrado no 13 de junho como merece.

Para D. Eunice, estes momentos fortes da comunidade são únicos na vida e merecem serem feitos com ale- gria, disponibilidade e desejo de ser- vir. Para ela, a festa do Padroeiro re- nova a fé dos devotos e mantém viva essa comunidade de fé há 411 anos

no centro da Cidade Maravilhosa.

Segundo D. Eunice, esse grupo de senhoras tem como fundamento a Pia União de Santo Antônio, uma irmandade que foi criada no Con- vento em 1910. Hoje, já não é mais tão ativa a entidade, mas suas repre- sentantes estão sempre prontas para ajudar o Convento na Festa e nas terças-feiras dedicadas ao santo. A Pia União foi criada com o compromisso de enaltecer a devoção ao Padroeiro.

Sua principal função é a distribuição dos pãezinhos de Santo Antônio nas missas das terças-feiras, quando são abençoados.

Mãe de três filhos – uma é minha sobrinha que criei desde os 3 anos -, D. Eunice passou a morar com a fi- lha no centro do Rio depois do fale- cimento de seu esposo, ficando mais próxima do Convento. “Temos um bom grupo de senhoras que ajudam aqui, mas o desafio é encontrar pes- soas mais jovens para continuar fa- zendo este trabalho”, avalia D. Eunice, para quem servir na festa é uma obri- gação: “Santo Antônio faz parte da minha vida”. Essa devoção está mar- cada no nome que escolheu para o único filho: Antônio, que hoje reside nos Estados Unidos.

aLegRia DE SeRviR

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Os voluntários da festa se divi- dem-se nas barracas de canjica, ca- chorro quente, pastel, sopa, refrige- rantes, pãozinho e água benta, artigos religiosos e lembrancinhas. “Tem voluntárias que trabalham o ano todo fazendo lembrancinhas para vender no dia da festa”, recorda D. Eunice.

Já D. Maria José está há mais de 20 anos na Pia União de Santo Antônio mas é devota de Santo Antônio des- de que festejou seus 15 anos no Con- vento Santo Antônio. Em agosto, ela completará 95 anos. “Eu era professo- ra e, quando eu me aposentei, passei a servir aqui todas as terças-feiras e du- rante as Trezenas”, conta, informando que a devoção a Santo Antônio vem da família de origem portuguesa. Ela, contudo, casou com um espanhol e teve uma filha. Depois de participar da Missa, D. Maria José foi trabalhar na barraca do Bolo de Santo Antônio.

Para ela, o mundo mudou muito e, infelizmente, tem pouco o que come- morar. “Hoje, com quase 100 anos de vida, a gente tem que ter uma tolerân- cia muito grande porque senão não vive de jeito nenhum”, avalia.

Outra devota é a paraense Isa- bel Maria Fonseca Fernandes, que frequenta o Convento há 41 anos.

“Quando cheguei de Belém, fiquei angustiada porque não encontrei igrejas abertas no centro do Rio. Mas

aí encontrei o Convento e aqui estou”, contou D. Isabel, mãe de duas filhas.

“Venho de uma família religiosa. Meu tio é padre e nós fizemos parte de um grupo chamado Emaús que recolhia doações nas ruas. Para mim é uma grande bênção estar aqui”, revelou D.

Isabel, enquanto garantia os pastéis para os devotos.

Além dos voluntários, o Conven- to conta com 16 colaboradores para a manutenção dos serviços gerais.

Deles, Francisco de Assis Felizardo é o mais antigo com 58 anos. Dos 411 anos deste marco franciscano na ci- dade do Rio de Janeiro, ele viveu 41 anos e 7 meses (veja a matéria na pág.

seguinte).

O guardião Frei José Pereira não economiza em agradecimentos a todos os devotos, benfeitores, vo- luntários e colaboradores do Con- vento Santo Antônio. “Sentimo-nos fortalecidos e confortados quando realizamos o bem. É isso que se vê durante a Trezena e a Festa de San- to Antônio, quando nos deparamos com um grupo de pessoas que doam parte de sua vida por uma causa e se revestem da gratuidade e da arte de servir. Lembra-nos o Papa Fran- cisco que ‘cada pessoa é uma mis- são no mundo!’ Todos aqui têm essa missão: ser anunciadores do Amor de Deus no mundo. Que Deus re-

tribua tanta generosidade, gratui- dade e doação!”, desejou Frei José.

Para o guardião, não há como ne- gar que o trabalho é desgastante du- rante os 13 dias da Trezena e o dia do Padroeiro. “Mas é muito confortador perceber que todos vêm formar uma família franciscana na alegria e não se sentindo obrigados, muito menos de- monstrando cansaço. Há pouco, ouvi de devotos que fecham o escritório de trabalho para se dedicarem a Santo Antônio. E todos dizem que é grati- ficante poder colaborar!”, constatou.

Segundo Frei José, com a interces- são de Santo Antônio, caminharemos como discípulos missionários de Je- sus, atentos à sua Palavra.

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com Frei Cláudio Guski”, garante.

“Com o tempo conheci mais a história e o significado desse patri- mônio no Rio de Janeiro. Antes não tinha noção do que era um patrimô- nio. Com o tempo aprendi a amar esta casa. Considero aqui uma segun- da casa e os frades como minha famí- lia. Tenho amor à casa, aos frades e ao trabalho”, acrescenta.

Casado há 30 anos e pai de 4 fi- lhos, Seu Chico mora em São João de Meriti e afirma com todas as letras:

“Eu sou franciscano”. Para ele, não poderia ser diferente. Tem o nome do fundador, trabalha num convento franciscano, nasceu no dia 4 (Francis- co é celebrado no dia 4 de outubro).

“Quando tinha 18 anos, coloquei um hábito e participei de um coral dos frades para o “Fantástico” da Rede Globo. Cantei em latim. As pessoas pensavam que eu era frade. Outros achavam que eu não iria casar e me tornaria frade”, recorda. Para ele, embora trabalhe na “casa” de Santo Antônio, seu predileto é São Fran- cisco. “Ele é o fundador da Ordem Franciscana. Antônio é o seu discí- pulo. Tenho mais proximidade com São Francisco”, revela. Dos frades, tem proximidade com Frei Anselmo Fracasso, que é deficiente visual e vive no Convento muito antes de ele co- meçar a trabalhar. “Sempre acompa- nhava Frei Anselmo, principalmente quando viajava muito. Agora, devido à idade, ele não viaja mais”, disse. Para ele, gerações de frades da Província passaram pelo Convento e de todos guarda boas recordações. “Agora, Frei Olavo Seifert vai fazer 100 anos no dia 4 de agosto. Se Deus quiser, espero es- tar na festa dele”, torce. Além dele, há um outro colaborador com o nome de Francisco de Assis no Convento.

SeU FRanCiSCo, PArtE

DA HIStórIA Do Convento

O

aniversário do Con-

vento Santo Antônio na terça-feira, 4 de ju- nho, teve um gostinho especial para Francisco de Assis Felizardo. Dos 411 anos deste mar- co franciscano na cidade do Rio de Janeiro, ele viveu 41 anos e 7 me- ses. Aos 58 anos, é o funcionário mais antigo do Convento, ou como ele mesmo diz, a sua segunda casa.

Faltavam quatro dias para com- pletar 18 anos quando o guardião Frei Hugo Baggio o convidou para trabalhar no convento. Ele aceitou prontamente. “Meu irmão traba- lhava aqui e, durante as festas eu vinha ajudar a encher as garrafi- nhas de água benta. Foi, então, que ele me perguntou se queria traba- lhar aqui. Disse que sim e ele res- pondeu: ‘Pode ficar’. Desde então, estou aqui”, contou Seu Chico, que

faz os serviços gerais do Convento, como motorista e faxineiro.

Seu Chico lembra de todos os seus superiores, enumerando um por um os guardiães que conheceu nestes 41 anos: além de Frei Hugo, Frei Ga- briel da Veiga, Frei Edgard Weiss (que ficou 12 anos), Frei José Pereira (nove anos), Frei Ivo Theiss, Frei Clarêncio Neotti, Frei Ivo Müller e Frei José Pe- reira, o atual guardião. “Gostei de tra- balhar com todos. Entrei aqui muito jovem, mas com o tempo comecei a gostar e a valorizar tudo o que faço.

Aprendi, aqui, que o trabalho de faxi- neiro é tão importante como o de um doutor”, revela Seu Francisco. Essa convivência o fez terminar o Ensino Médio e cursar Teologia e fazer dois anos de educação religiosa num colé- gio de freiras. “É muito bom trabalhar com os frades. Estou sempre apren- dendo. Até o curso de alemão eu fiz

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a festa da Visitação de Nossa Senhora, sexta-feira, 31 de maio, o Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro deu início pela 337ª vez à Trezena de seu Padroeiro. Esse momento foi celebra- do durante as Santas Missas das 12 e 18 horas, com orações, ladainhas e bênçãos. Como já é tradicional, a imagem do Padroeiro foi trazida, na procissão de entrada, em um “andor móvel”, iluminado com pequenas lâmpadas e muitas flores, especial- mente lírios.

A procissão de entrada reuniu as colaboradoras do Convento, minis- tras (os), fiéis devotos e os celebrantes Frei José Pereira, guardião e reitor do Santuário e Convento; Frei Adriano Freixo Pinto, vice-guardião; e Frei Neylor Tonin, que foi o pregador do primeiro dia.

“Hoje, portanto, vamos celebrar esse primeiro dia da Trezena de nos- so querido Padroeiro Santo Antônio, pregador e testemunha do Evange- lho. Este é, certamente, o atributo que melhor o identifica, que melhor o consagra. Todo o seu empenho foi não apenas em anunciar a Pala- vra de Deus, mas em viver o Evan- gelho. Também para nós, devotos, a memória do santo continua a ser uma presença constantemente atu- ante e renovada do Evangelho, que ele anunciou e pregou. Que o digam os pobres e necessitados que o invo- cam!”, disse Frei José.

O segundo dia teve o pároco da Rocinha, Frei Roberto Ishara, como pregador. Ele abordou o tema da ora- ção, partindo de uma definição de Santo Antônio: “A oração precisa de uma atmosfera de silêncio que não coincide com o desapego do rumor

externo, mas é experiência interior, que tem por finalidade remover as distrações causadas pelas preocupa- ções da alma, criando o silêncio na própria alma”.

A liturgia da solenidade da Ascen- são do Senhor deu o tom na Celebra- ção Eucarística do terceiro dia da Tre- zena no domingo, 2 de junho. Tendo como base o tema “Santo Antônio e o Céu”, o pregador, Frei Odécio Lima, bebeu nos “Sermões” do santo francis- cano para lembrar que Cristo, quando encarna no seio de Maria, planta na terra a divindade. “Depois estabeleceu,

com sólidos fundamentos, a terra da humanidade no céu”.

Mesmo com toda chuva que caiu antes das 10 horas, o povo lotou a capela do Convento. No comentário inicial, Frei Leonardo Pinto citou que este domingo também celebrava o Dia Mundial das Comunicações So- ciais, cujo tema é “Somos membros uns dos outros: das comunidades de redes sociais à comunidade huma- na”, e também que neste domingo se iniciava a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que todos os anos culmina com a celebração de

oS tReze diaS

DEDICADoS Ao PadRoeiRo

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Pentecostes. “Que possamos abrir espaços para o diálogo ecumênico re- conhecendo através do próprio Cristo que somos todos irmãos”, disse. Frei Odécio teve como concelebrante Frei Neylor Tonin. A cruz da procissão de entrada foi o Tau, símbolo das Mis- sões Franciscanas da Juventude, que vai permanecer no Convento até o início das Missões no dia 17 de julho.

O quarto dia da Trezena teve como tema “Santo Antônio e a graça do batismo”. Ao meio-dia, Frei Carlos Alberto Guimarães veio da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Nilópo- lis para presidir a Celebração Eucarís- tica. Frei Carlos Alberto, natural de Volta Redonda, falou de sua alegria por estar celebrando pela primeira vez no Convento depois de 14 anos de ordenação sacerdotal. Segundo o fra- de, o batismo constitui o nascimento para a vida nova em Cristo.

O quinto dia da Trezena teve como pregador Frei Luiz Colossi para falar sobre Santo Antônio e o testemunho do Evangelho. Sem dourar muito a pí- lula, foi claro ao denunciar que a cultu- ra de morte que está sendo implantada no país, “colocando armas nas mãos de crianças em vez de Deus em seus corações”, está na contramão do tes- temunho deixado por Jesus Cristo. O guardião Frei José Pereira, ao apresen- tar o pregador, lembrou de seu traba- lho com os hansenianos em Venda das Pedras e informou que ele agora reside na Fraternidade Porciúncula de San- tana, em Niterói. “Eu não consigo en- tender como é que um pai e uma mãe entrega uma arma para um filho? Eu não consigo entender por que homens públicos de nosso país acreditam que a paz de nosso país, do Rio de Janei- ro, vai ser construída colocando armas na mão do povo? Quando Jesus dis- se, já na sua condenação, para Pedro:

‘guarde essa arma!’, Ele desarmou todo mundo”, recordou.

No sexto dia da Trezena, 5 de ju- nho, o convidado foi Frei Cid Tadeu

Passos, da Paróquia São João de Me- riti, que teve como tema “Santo Antô- nio e a Beleza da Criação”. A escolha deste tema foi também uma oportu- nidade de refletir sobre o Dia Mun- dial do Meio Ambiente, que começou a ser comemorado em 1972, com o objetivo de promover atividades de proteção e preservação do meio am- biente, e alertar o público e governos de cada país sobre os perigos de ne- gligenciarmos a tarefa de cuidar do mundo em que vivemos.

O sétimo dia da Trezena, no dia 6 de junho, teve como tema “Santo An- tônio e a Eucaristia”, que foi refletido e partilhado por Frei Neylor Tonin, aniversariante do dia, Pe. Medoro de Oliveira Souza Neto, pároco da Paró- quia São José Operário de Três Rios (RJ), e Frei José Pereira. Segundo Pe.

Medoro, de fato, a grande paixão do ministério sacerdotal, mais do que o ser sacerdote, é a vida eucarística.

A paixão de Jesus foi o tema do

oitavo dia da Trezena. O vigário do Convento, Frei Adriano Freixo Pin- to, recordou a primeira sexta-feira do mês como o dia de consagração ao Sagrado Coração de Jesus, um co- ração apaixonado pelo ser humano, apaixonado pelos sofredores. “A pai- xão de Jesus por nós, pelo Pai, pelos sofredores, deve ser também a nossa paixão. Vamos consagrar nossa vida ao Sagrado Coração de Jesus”, pediu o celebrante.

“Precisamos caminhar para essa maturidade e orar para que o ecu- menismo se torne uma realidade no seio da Igreja cristã”. Esse apelo, feito pelo pastor Israel Trota, da Assem- bleia de Deus, marcou o nono dia da Trezena. Esse pedido por uma Igreja Cristã ecumênica se deu exatamente no encerramento da Semana de Ora- ção pela Unidade Cristã, no sábado, 8 de junho. Cristãos e cristãs de todo o Brasil foram convidados pelo Conse- lho Nacional de Igrejas Cristãs (Co-

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nic) a celebrar o diálogo entre igrejas cristãs, a convivência pacífica e o res- peito pela diversidade.

“O Espírito Santo vive em cada um de nós. Ele nos conduz, Ele mostra a vontade de Deus, Ele nos encoraja a vivermos o momento pre- sente e futuro. Aproveitemos mais e melhor os seus dons!”. Foi esta a mensagem central do pregador Frei Robson Guimarães e presidente da Celebração Eucarística no domingo, 9 de junho, solenidade de Pentecos- tes. Ter a coragem de viver também foi o tema da Trezena de Santo An- tônio no décimo dia.

O décimo primeiro dia da Treze- na teve como pregadora a Ministra da Ordem Franciscana Secular da Fraternidade do Convento, Patrícia de Moraes, para falar sobre o tema

“Santo Antônio e Maria, mãe da Igre- ja”. O guardião do Convento, Frei José Pereira, presidiu a Celebração Euca- ristica e explicou que no dia, a Igreja celebrava a memória da “Bem-aven- turada Virgem, Mãe da Igreja”, inscri- ta no Calendário Romano Geral pelo Papa Francisco no ano passado. No Decreto “Ecclesia Mater“, Francisco descreve o decreto para favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos pastores, nos religiosos e nos fiéis, como, também, da genuína piedade mariana.

O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presi- diu a Missa da Trezena, às 18 horas da segunda-feira, 10 de junho, tendo como concelebrantes Frei José Perei- ra, Frei Guido Scottini e Frei Odé- cio Lima. “É uma alegria estar aqui no Convento, com os freis que aqui servem à Igreja, seja nas celebrações, seja no atendimento das confissões, seja nas orações, e a vocês que vie- ram para mais um dia da Trezena”, saudou D. Orani.

Citando os exemplos de Maria e Santo Antônio, o Cardeal exortou:

“Nós precisamos de pessoas assim

hoje. É um convite para renovar nossa fé. Quem ama Jesus Cristo, anuncia-O e proclama-O com todas as consequências, tanto espirituais como sociais, no mundo de hoje, comprometendo-se com o tempo novo, sabendo que ao fazê-lo nós temos o mesmo caminho de Jesus:

perseguição, incompreensão, mar- tírios, expulsão de casa, de cidades, como acontece com os cristãos dos tempos de hoje e de sempre. Por isso mesmo, nada de desanimar quando sofremos dificuldades e in- compreensões, mas com coragem, com o ânimo renovado, vamos con- tinuar nossa missão como a de San- to Antônio, pedindo a intercessão de Maria”.

O 12º dia da Trezena Santo Antô- nio no Convento do Largo da Cario- ca, na terça-feira, 11 de junho, teve a Celebração Eucarística das 18 horas presidida por Frei Guido Scottini. Na festa do apóstolo Barnabé, Frei Odé- cio Lima foi o pregador do tema “San- to Antônio e o Reino dos Céus”. Às 12 horas, a primeira Celebração Eucarís- tica da Trezena foi presidida por Frei Carlos Guimarães.

O mestre em espiritualidade fran- ciscana, Frei Vitorio Mazzuco Filho, deixou a Universidade São Francisco, onde trabalha em Bragança Paulista, para emocionar os devotos de San- to Antônio do Convento do Largo da Carioca, durante o encerramento da Trezena, ao falar sobre o amor no

Dia dos Namorados, 12 de junho.

Depois de preparar o coração dos fiéis presentes na Celebração Eucarís- tica do meio-dia, com uma homilia onde deixou bem claro que “quem não ama não sabe quem é Deus!”, o frade pediu a todos para cantarem com ele, logo após a consagração, a música “Como é grande o meu amor por você”, um megassucesso de Ro- berto Carlos, que emociona sempre e não foi diferente nesta celebração.

Na oração do Pai Nosso, Frei Vitorio foi para o meio do povo e todos, de mãos dadas, rezaram e apertaram for- temente as mãos como um gesto do

“abraço da paz”.

Segundo o frade, Santo Antônio é um santo que espalha muito amor.

“Ele é um santo que transparece muito amor. Ele até se escondeu por trás de toda a sua capacidade intelec- tual para aparecer desse modo sim- ples: apenas esse amante de Deus e amante de todas as pessoas. E Deus também se escondeu atrás de Santo Antônio para deixar transparecer, através dele, um grande amor. E to- dos nós que viemos aqui aos pés do santo, subimos as escadas do Con- vento – esta trezena tem mais três séculos de tradição -, temos uma história de um povo que sobe com amor a este Santuário para beber na fonte do amor mais puro, que é o amor de Deus, o amor do Santo e o amor que palpita no coração de cada um”, completou.

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O

Centro da Cidade Ma- ravilhosa cresceu mui- to no último século e o resultado pode ser visto nos arranha-céus modernos que cir- cundam o Largo da Carioca. No meio deles, o velho e imponente Convento Santo Antônio, exibindo o seu belíssi- mo conjunto arquitetônico. A história deste marco franciscano do Rio de Janeiro, cuja construção começou em 1608, se confunde com a da própria cidade.

No dia 4 de junho, o Convento Santo Antônio celebrou 411 anos de sua fundação. Na cerimônia do dia 4 de junho de 1608, estiveram presentes o governador Afonso de Albuquer- que, e o administrador eclesiástico Mateus da Costa Alboim, que oficiou e presidiu todos os atos assistidos pe- las autoridades e pelo povo.

A comunidade dos frades, que residiu na ermida Santo Antônio, perto do atual Convento, transferiu- se para o novo prédio no dia 7 de fevereiro de 1615, apesar de a igreja estar ainda longe da conclusão. Em 1617, o guardião Frei Bernardino de Santiago empenhou-se muito por concluir a igreja e deu-a por termi- nada em 1620.

As dimensões do Convento eram as mesmas de hoje, segundo o histo- riador Frei Basílio Röwer. Isso se de- duz claramente das seguintes ponde- rações: a igreja, limitando o claustro pelo lado norte, era a mesma. O fron- tispício do Convento, ao lado oeste, estava no lugar do atual, porquanto o aumento da igreja para a frente, em 1700, foi só de 2,75m. Nos fundos, a sepultura de Frei Fabiano de Cristo, falecido em 1747, indica até onde ia a quadra das sepulturas no claustro.

Por conseguinte, também a face do

no DIA 4, a FeSta foI Do Convento : 411 anoS

lado sul se achava mais ou menos no mesmo lugar, como hoje se vê.

Por este Convento passaram gera- ções e gerações de frades, alguns com fama de santidade, como Frei Fabiano de Cristo e Frei Antônio de Sant’Ana Galvão. A alma da Província Francis- cana da Imaculada Conceição está neste prédio, que hoje sofre por causa das intempéries do tempo.

Nesses anos, os frades estiveram no olho do furacão da história políti- ca brasileira, quando enfrentaram as invasões francesas, deram conforto a Tiradentes a caminho da forca e cede- ram uma cela para as “conspirações”

a favor da Independência do Brasil.

Estamos falando de Frei Francisco de Santa Teresa de Jesus Sampaio, que teve importante participação no movimento da Independência, tendo recebido Dom Pedro I por diversas vezes em sua cela.

Em 1929, corria insistentemente a

notícia de que a Prefeitura iria demolir o morro sem poupar o Convento. Em 30 de novembro de 1937, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tomou o Convento, intocá- vel. Somente em 1948 deu-se início ao desmonte, com o compromisso de deixar a parte necessária para a per- manência e segurança do Convento.

Com o material retirado foi feito o aterro da Praia do Flamengo. A parte que sobrou para o Convento foi ur- banizada em 1972. Na esplanada do morro, cruzada pelas avenidas Chile e República do Paraguai, foram levan- tados prédios, como o da Petrobrás, do BNDES e a Catedral. A constru- ção do metrô remodelou por inteiro a praça aos pés do Convento.

Além de Frei Francisco Sampaio, encontram-se sepultados no con- vento Frei Conceição Veloso, Frei Francisco de Monte Alverne e muitos membros da Família Imperial.

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São PaULo

PaRi

H

á 105 anos, o dia 13 de ju- nho amanhece diferente no Pari, região central de São Paulo. Apesar das inúmeras mudanças no bairro, que atualmente é quase que estritamente comercial, uma coisa não mudou: a fé do povo em seu padroeiro.

Ao longo de todo o dia foram ce- lebradas dez Missas, com grande par- ticipação de fiéis. O tradicional bolo de Santo Antônio acabou cedo. As 80 tábuas preparadas pelas voluntárias nos últimos dias acabaram por volta das 18 horas. Durante todo o dia, os frades se revezavam na fila de bên- çãos. A fila para pegar o pão atraves- savou toda Praça Padre Bento.

Às 19h30, a Missa Solene en- cerrou com chave de ouro o dia de Santo Antônio, padroeiro do Pari.

Dom Eduardo Vieira, bispo auxiliar da Região Sé, presidiu a celebração.

Concelebraram Frei Wilson Simão, pároco; Frei José Francisco de Cássia, guardião; Frei Marx Rodrigues dos Reis, vigário paroquial e Frei Jêa Pau- lo Andrade, mestre do Postulantado,

em Guaratinguetá (SP). Frei Vitor da Silva Amâncio e Frei Aloísio dos San- tos também estavam presentes.

Sempre muito próximo do povo e dos frades, Dom Eduardo afirmou em sua homilia que Santo Antônio era o santo da simplicidade e do amor aos pobres. “Se hoje viemos aqui, atraídos por Santo Antônio, é porque também amamos os pobres”, afirmou.

Segundo o bispo, esta proximidade com os mais necessitados nasce da es- treita relação com a Palavra de Deus, vivida de forma intensa pelo santo. “É da Palavra de Deus que nasceu este amor pela Igreja, pelos pobres e pela Eucaristia”, acrescentou.

Para Dom Eduardo, o exemplo de vida de Santo Antônio deve inspi- rar os devotos a buscar a santidade e a ter proximidade com o Evangelho.

“Assim como Santo Antônio distri- buía o pão aos pobres, ele distribuía também a Palavra de Deus. Nós também estamos comprometidos a levar a Palavra às pessoas que pas- sam fome, fome da Palavra de Deus.

Que nunca nos falte uma palavra de

esperança para dizer às pessoas”, pe- diu Dom Eduardo.

Após a celebração, as centenas de fiéis que participaram da celebração saíram em procissão pelas ruas do bairro. Acompanhando a procissão, Dom Eduardo e os frades distribuí- am bênçãos aos devotos que, de suas casas e comércios, acompanhavam o cortejo. A imagem foi recebida na igreja com uma grandiosa queima de fogos.

Órgão volta a ser ouvido no pari Uma surpresa muito especial marcou a última Missa celebrada neste dia 13 no Pari. O antigo ór- gão, que passa por um processo de restauro desde o incêndio, ocorrido há 13 anos, voltou a ser ouvido. Gra- ças ao esforço dos voluntários e do professor Nilton, foi possível trazer de volta, mesmo que por algumas horas, o belo som produzido pelo antigo instrumento. O órgão, impor- tado da Alemanha, é um dos poucos exemplares ainda em funcionamen- to no país.

ExEmPLo DE Santidade

A SEr SegUido

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FLoRianóPoLiS

R

efletindo o tema “Santo Antônio, o santo do diálogo”, a Paróquia Santo Antônio, em Florianópolis (SC), celebrou com muita alegria a festa de seu Padroeiro. Desde 31 de maio, os fiéis participaram da Trezena em honra a Santo Antônio. Pelo sétimo ano, a comu- nidade preparou o bolo de Santo Antô- nio. Neste ano, foram feitas uma tonelada e meia de bolo, com 1.500 mini-imagens do Santo. Também foram colocados 3 pa- res de aliança dentro dos bolos.

Durante todos os dias da Trezena, foram montadas barracas com comidas típicas, como entrevero, sopa de capeletti, galeto e choripán germânico.

No dia do Padroeiro, foram celebra- das quatro Missas. Após a Missa das 19h, aconteceu a procissão luminosa no entor- no da igreja.

o SAnto Do

diáLogo

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SoRoCaBa

agUdoS

C

om o tema “Santo Antônio, a exemplo do Pai Francis- co, homem de respeito, cortês e aberto ao diálogo”, a Pa- róquia Santo Antônio, em Soroca-

ba (SP), realizou sua 63ª festa de Santo Antônio. Os festejos tiveram início com a Trezena, no dia 31 de maio.

No dia 13 de junho, foram celebra-

das 6 Missas em honra ao Padroeiro.

Houve bênção, distribuição do pão e venda do bolo de Santo Antônio. Para o recheio do bolo, foram usados 1.100 abacaxis.

N

a cidade de Agudos, interior de São Paulo, a Paróquia Santo Antônio cele- brou a 97ª festa de seu Padroeiro. Com o tema “Celebrar a dignidade da vida com San- to Antônio” e lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça”, a comunidade festejou intensa- mente os treze dias de celebrações. Durante a Trezena, foram abordados os temas da caridade, amor, misericórdia, Evangelho, perdão, justiça e fraternidade. “Precisamos ter uma caminhada como a de nosso Padroeiro, que sempre buscou dar testemunho de Jesus Cristo através de suas atitudes e palavras”, destacou o pároco, Frei Silvio Trindade Werlingue.

tEmA Do diáLogo Em 13 diaS

97ª edição

DA FeSta

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BaURU

N

a cidade de Bauru (SP), a Paróquia Santo Antônio celebrou a 79ª edição da festa do Padroeiro. Trazendo o tema

“Cessem as palavras. Falem as obras”, a comunidade celebrou com muita

alegria os festejos em honra a Santo Antônio.

Durante a Trezena, no dia 10 de junho, foi realizada a procissão lumi- nosa pelas ruas do bairro. Nos dias de Quermesse, que antecederam o dia de

tRêS toneLadaS DE

boLo DE Santo antônio

Santo Antônio, a expectativa era rece- ber mais de 10 mil pessoas.

Para o dia do Padroeiro, foram ce- lebradas seis Missas, com distribuição do pão, bênçãos e venda do bolo de Santo Antônio. Neste ano, foram fei- tas três toneladas de bolo, preparadas por mais de 100 voluntários.

“Se fossemos escrever a quanti- dade de milagres realizados por San- to Antônio, teríamos que organizar uma biblioteca imensa só para listá -los”, afirmou Frei Ademir Sanquetti, guardião e pároco, na última Missa, celebrada às 19h30. “As pessoas per- cebiam a sintonia entre aquilo que ele vivia e o que anunciava. Por isso, as pessoas passavam a acreditar cada vez mais e gostavam de estar onde ele estava. As palavras de Frei Antônio inundavam o espírito e a alma das pessoas e as enchia daquilo que elas necessitavam, da graça própria que vinha dele e, ao mesmo tempo, en- contrando com a necessidade do ou- tro”, afirmou o frade.

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bordando o tema “Santo Antônio e o discerni- mento vocacional”, o Santuário Santo Antônio do Valongo, em Santos (SP), celebrou solene- mente os festejos de seu Padroeiro. O lema escolhido para a festa deste ano foi: “É viva a palavra quando são as obras que falam”.

Foi celebrada a Trezena em honra ao Padroeiro, com quermesse ao final das celebrações. No dia 13 de junho, foram celebradas sete Missas, encerrando com a Procissão pelas ruas do bairro e a Missa campal, pre- sidida por Frei João Pereira Lopes, pároco e reitor do Santuário.

SantoS

“É viva a PaLavRa quAnDo

São AS oBRaS quE FaLam”

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São PaULo

Convento São FRanCiSCo

A

Festa de Santo An- tônio no tradicional Convento São Fran- cisco, no Centro de São Paulo, chega a “rivalizar” com a festa do Padroeiro. Centenas de de- votos foram fazer suas orações ao santo franciscano.

Na missa, celebrada ao meio-dia, o reitor do Santuá- rio São Francisco, Frei Alvaci Mendes da Luz, falou sobre como o santo franciscano está presente na origem do Convento, que completa 372 anos no mês de setembro. Em 1639, sete frades vieram do Rio de Janeiro com a missão de fundar uma igreja dedica- da ao santo lisboeta em São Paulo. Chegando aqui, eles se depararam com uma capela já dedicada ao santo, localizada na Praça do Patriarca – onde ainda hoje fica a Igreja Santo Antônio. Mas os frades con- sideraram que o local não era ideal, pois ventava muito e não havia fácil acesso à água.

Eles ganharam um terreno próximo e ali começaram a construir o convento no Largo São Francisco. “Como já havia uma igreja dedicada a Santo Antônio, eles dedicaram este local ao Pai São Francisco e a São Domingos, mas trouxe- ram a devoção a Santo Antô- nio”, afirmou Frei Alvaci.

Santo antônio nA

orIgEm Do Convento

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Ainda hoje, os devotos de Santo Antônio se dirigem ao local para celebrar sua feliz memória, pedir e agradecer as graças alcan- çadas. Foi o que fez Thaís e Luiz, que estão noivos. Os dois vieram pedir a bênção para as alianças de noivado. No ano passado, ela veio ao Santuário e rezou a Santo Antônio, pedindo que ele interce- desse por sua vida amorosa. “Veio ele, do jeito que eu pedi”, brincou Thaís. Eles se casam ainda neste ano e vieram ao Santuário agra- decer.

Mas Santo Antônio não é so- mente o santo intercessor para as causas do amor. Ele une as famílias, como afirmou Josefina Caramico. Ela veio do Itaim Bibi e trouxe uma oferta de 130 pães.

Destes, ela levou de volta 30 pães, que são distribuídos para a famí- lia – entre católicos e evangélicos.

Ela conta que a primeira esposa de seu marido ajudava muito o Convento e, antes de morrer, pe- diu ao marido que jamais aban- donasse o local. E assim eles se- guiram a tradição.

Thaís e Luiz, Josefina Caramico

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a Zona Sul da capital, os devotos se dirigiram à Paróquia São Francisco para rezar por Santo Antônio. Desde o início da semana, os volun- tários se mobilizaram para organizar uma festa externa, com venda de salgados, itens religiosos e o bolo de Santo Antônio. Na manhã do dia 13, centenas de pessoas parti- ciparam das celebrações.

A missa das 10h foi presidida por Frei Robson Luiz Scudela, vigário paroquial. Em sua homilia, Frei Robson afirmou que só Deus é santo, mas que Ele nos permite fa- zer parte de Sua santidade. Foi assim com Santo Antônio, mas é assim com cada ser humano. “Santo é quem con- seguiu chegar ao coração de Deus”, explicou. “A vida de Santo Antônio deve ser uma provocação para nós”, disse Frei Robson. “Santo Antônio percorreu uma vida que o levou ao coração de Deus. Neste encontro, não existe ou- tra resposta que não seja amar como o coração de Deus ama”, assegurou o frade.

Para ele, o dia em que celebramos a memória de um santo não deve ser apenas um dia de reverência, mas um ponto de partida para uma vida nova, plena em santida- de. “Devemos perceber o quanto Deus nos ama e, a partir disto, Ele nos acompanhará”.

São PaULo

viLa CLementino

ChamadoS A PArtICIPAr DA

Santidade de deUS

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o Convento da Penha (ES), às 15h foi celebrada uma Missa no Campinho. Em sua homilia, Frei Pedro de Oliveira falou de alguns milagres conhecidos do santo. “Santo Antônio não usou sua inteligência para dominar e escra- vizar. Ele fez de sua sabedoria um serviço ao Evangelho, aos pobres, aos sofredores.

Olhando para o nosso mundo de hoje, quantos se dizem sábios e dotados, mas ao invés de usar sua inteligência para fazer leis justas, leis que sejam capazes de resgatar a dignidade do ser humano, usam dessa in- teligência para matar, para assinar leis de morte?”, questionou o frade. “Onde não há partilha, dificilmente o amor de Deus esta- rá presente”, concluiu Frei Pedro.

N

a Paróquia São João Batista, em São João do Meriti (RJ), os festejos para Santo Antônio começaram com a celebração da Trezena e com o levantamento do mastro com o estandarte do santo.

No dia 13 de junho, a comunidade celebrou duas Missas em lou- vor a Santo Antônio, com bênção, distribuição dos pães e venda do bolo. Às 19h, ocorreu a Missa Solene, com grande presença de fiéis.

Terminada a festa do santo franciscano, começou a novena em honra ao Padroeiro, completando quase um mês de festividades na Paróquia.

E

m Lages (SC), Santo Antônio foi celebrado no Convento Franciscano São José e na Pa- róquia Nossa Senhora Aparecida. No Conventinho, foi realizado o tríduo em honra ao santo paduano. No dia 13 de junho, a comunidade reuniu-se às 17h30 para a Missa, que foi presi- dida por Frei Miguel Cruz, guardião e pároco. Houve distribuição do pão bento para os fiéis.

São João de meRiti

um mêS DE FeStaS

Convento da Penha

Santo antônio : o SAnto DA PaRtiLha

LageS

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ostumeiramente, em todas as terças-feiras os devotos de Santo Antônio recorrem ao altar do Senhor suplicando milagres e graças por meio de bênçãos e do pão abençoado pelos frades da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Pe- trópolis (RJ). Na quinta-feira (13/06), Festa do santo mais popular do mun- do, não foi diferente. Durante todo o dia, os fiéis e devotos do santo fran- ciscano movimentaram a centenária e histórica Igreja do Sagrado. E não foi somente neste dia 13 de junho. O movimento já havia começado antes, onde, dia após dia, celebrou-se a Tre- zena de Santo Antônio.

PetRóPoLiS

fEStA DE Santo antônio É

trADICIonAL nA igReJa do SagRado

Logo pela manhã, o ressoar dos sinos, que não são tocados durante o ano, ilustrou muito bem o significado da festa para os frades franciscanos.

As faixas envolvidas nas palmeiras e na torre da Igreja deram um colorido a mais no dia de céu limpo e tempo fir- me. O povo, fiel e devoto, batia à porta da Igreja para receber bênçãos e parti- cipar das missas. A cada meia hora, os frades abençoavam o povo com água benta e distribuíam os pães. O milagre da multiplicação dos pães, atribuído ao santo, voltou a acontecer na Igreja do Sagrado, pois o cesto onde eram de- positados não ficou vazio nem sequer um minuto! É o milagre da partilha, é

foi abençoado e vendido durante todo o dia.

Já às 8 horas, Frei Almir Ribeiro Guimarães celebrou a Santa Missa e destacou que Santo Antônio é um dos santos mais venerados há séculos. “É o Santo de todas as causas”, afirmou.

“É Deus quem santifica os santos. Ele é que opera maravilhas naqueles que se abrem ao seu amor, nos pequenos e simples. Dos que querem ser dele, totalmente dele, Deus faz santos”, en- fatizou o frade, que é natural de Petró- polis. Terminou sua reflexão rogando a intercessão do santo por toda a ju- ventude.

conVERsÃo Do coRaÇÃo

O pároco Frei Jorge Paulo Schia- vini presidiu a Missa das 15 horas. A Igreja novamente ficou lotada de devo- tos franciscanos, de rostos conhecidos e de pessoas que passando pela cidade deram uma pausa no dia para visitar o altar do santo. Em sua homilia, Frei Jorge apresentou aspectos da vida do franciscano a partir de um texto de Frei Luiz Iakovacz, destacando que sua canonização foi um dos proces- sos mais rápidos de toda a história da Igreja.

Santo Antônio de Pádua, de Lisboa e de Petrópolis!

Logo pela manhã, às 6h20, os frades, irmãs e alguns paroquianos iniciaram o dia com a oração das Laudes. Logo em seguida, às 7 horas, o Vigário Paroquial, Frei Abílio Amaral Antu- nes, presidiu a primeira Celebração Eucarística.

Depois, o tradicional bolo de Santo Antônio

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tando no poder do amor de Deus sobre o pecado, o mal e a morte. Que testemunhe- mos com sinais de bondade e sensibilidade com os irmãos e irmãs”, pediu.

Ainda no período da tar- de, houve a distribuição dos pães de Santo Antônio aos ir- mãos mais necessitados e, às 17h30, com a Igreja lotada, os frades rezaram com o povo a oração solene das Vésperas.

A última Missa do dia

foi às 18 horas. Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira foi o presidente da Celebração Eucarística. Frei Marcos Antônio de Andrade, Frei Ivo Müller e Frei Al- berto Eckel Junior foram os concele- brantes. Os frades estudantes serviram como turiferário, naveteiro, crucife- rário e acólitos, além da entoação dos cantos de toda liturgia própria do dia.

a sEnDa EVanGÉlica

Frei Jean, na sua homilia, certa- mente foi inspirado pelos bons exem- plos de Santo Antônio. Começou rela- tando o trecho do Evangelho proposto pela liturgia que narra a ordem missio- nária do Senhor aos seus então onze discípulos. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!

A salvação depende da fé no anúncio do Reino de Jesus, feito por seus dis- cípulos e do compromisso total com

da terra e dar testemunho de Cristo o fez encontrar na vida franciscana, a senda evangéli- ca que o faria nunca mais se desviar da ordem do Senhor:

‘Ir pelo mundo e anunciar o Evangelho a toda Criatura’”, disse.

“Foi cumprindo esta or- dem que, renunciando aos seus projetos, cumpriu a von- tade do Senhor numa vida totalmente comprometida com o Reino e de fato cheia

“Essa mesma Igreja o denominou como a arca do pensamento, por co- nhecer e vivenciar profundamente a Palavra de Deus. Chamou-o de Trom- beta do Evangelho por ser dotado de uma voz forte e clara. De Martelo dos Hereges, por defender a sã doutrina. É Doutor da Igreja por ser um teólogo eloquente e estudioso e pelos famosos Sermões sobre a Quaresma e os Evan- gelhos. A Igreja lhe atribui o epífito de maior Taumaturgo e o santo de todo o mundo, porque em toda a parte se encontra a sua imagem e devotos. Foi um frade de muita oração, humilde, disponível nos afazeres da casa, aten- cioso e carinhoso para com os pobres”, mencionou.

Segundo Frei Jorge, o povo via em Santo Antônio um protetor dos viajantes, dos pedreiros, dos namo- rados. Para ele, mais importante que os milagres é a conversão do coração.

“Depois de escutar as suas pregações, eram tantos homens e mulheres que corriam aos confessionários que fal- tavam sacerdotes para atender tanta gente”, acentuou. “Com generosidade Santo Antônio assumiu sua fé, e teste- munhou o Evangelho. Que ele interce- da e seja um exemplo para todos nós”, desejou o frade.

“Que santo Antônio interceda por todos aqui presentes e por suas neces- sidades. Que sigamos o caminho da conversão na pessoa de Jesus Cristo.

Que anunciemos o Evangelho, acredi-

este reino simbolizado pelo batismo.

‘Quem crer e for batizado será salvo’.

Juntamente com a missão do anúncio, o Senhor promete a sua assistência prodigiosa. Ainda que beberem al- gum veneno moral, não lhes fará mal.

“Quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”, afirmou.

Segundo o frade, nesta celebração do Mistério Pascal de Cristo, manifes- tada na vida de Santo Antônio, o tre- cho do Evangelho lido parece de fato descrever a sua vida e missão. “Antônio de Lisboa desde muito jovem sempre ardeu no desejo de cumprir o mandato do Senhor, ir pelo mundo e anunciar o Evangelho a toda a criatura. De fato, até aos peixes ele anuncia a Boa Nova do Reino no momento em que os homens se recusaram a aceitá-la. No caminho que o fez se tornar Antônio de Pádua, o desejo de alcançar confins

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de sinais. Sinais estes, relatados em suas legendas e tão conhecidos por nós, seus devotos e tantos outros sinais que cada um de nós nesta assembleia poderia relatar, verdadeiros milagres realizado pela intercessão daquele que é acompanhado pela força do Cristo.

Como diz o Evangelho: ‘O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio de sinais que a acompanhavam”, continuou.

nÃo É UM MilaGREiRo

Para Frei Jean, falar de Santo An- tônio, não é apenas falar de um per- sonagem do passado, um milagreiro, um ‘self-service’ de graças. “Por sua vida, palavra e exemplo, todos nós hoje somos com ele edificados como Igreja, Corpo de Cristo e com ele con- tinuamente elevados até que um dia

cheguemos todos à estatura de Cristo”, explicou.

Frei Jean ressaltou que Santo An- tônio não quis honras para si. Segun- do ele, o santo mantém os olhos fixos Naquele que ele segura nos braços: O Cristo e a Palavra. “Ele quer, portanto, nos guiar no caminho de Cristo, para que motivados pelo amor, e atendo- -nos a verdade, cresçamos em tudo até atingir aquele que é a cabeça, o Cristo”, ensinou.

“Santo Antônio, o pobre frade franciscano, saindo de Lisboa e termi- nando em Pádua, tornou-se Antônio do mundo inteiro, assim o fez, pois desprezou tudo para amar aquele que é tudo. São Francisco de Assis mesmo já dizia: ‘Meu Deus e meu tudo’, certa- mente Antônio aprendeu com seu pai.

E amando a Deus, amou a sabedoria que procede só de Deus. Amando-a e desejando-a mais que tudo, apren- dendo sem falsidade e repartindo sem inveja, não escondeu suas riquezas”, sublinhou.

Frei Jean chamou atenção para o fato de que na tradição o número dos discípulos eram doze, fazendo referen- cia as doze tribos de Israel. Porém, se- gundo o frade, o Evangelho proferido relatava apenas onze discípulos. “Mas eu pergunto, poderíamos incluir Santo Antônio como o 12º discípulo? Certa-

mente, sim, e de fato ele o foi, e seu sá- bio e santo discipulado nos reúne aqui hoje, no dia em que a Igreja comemora sua festa. Mas tenho a certeza de que seu eu fizesse a mesma pergunta para Santo Antônio, ele diria que o lugar do décimo segundo discípulo atento e disponível para cumprir o mandato do senhor de ir e anunciar é de cada um de nós, batizados, que aqui estamos reunidos em seu louvor”, completou.

E pediu, concluindo sua homilia:

“Oh, Santo Antônio de Lisboa, de Pá- dua, de Petrópolis, do mundo inteiro, que sua poderosa intercessão nos au- xilie em nossa pequenez e desperte em nós o desejo de cumprir o mandato do Senhor em nossas vidas, de acor- do com nossos dons e possibilidades e, assim, convosco, rendamos glória à Trindade Santa na Eucaristia eterna nos céus. Amém”.

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om o tema “Santo Antônio, aqui é nossa missão”, a Paróquia Porciúncula de Sant’Ana, em Niterói (RJ), iniciou as comemorações para o dia de Santo Antô- nio com Trezena. Como gesto concreto, a cada dia das cele- brações, era pedido um kg de mantimento, a ser distribuído para as famílias carentes assistidas pela comunidade.

No dia 13 de junho, foram celebradas sete Missas em honra a Santo Antônio, além das bênçãos, distribuição do pão e venda do bolo. Às 15h, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, bispo auxiliar da Arquidiocese de Niterói, presidiu a Celebração.

Às 19h, Frei Salésio Hillesheim, guardião e pároco, pre- sidiu a Missa Solene, que foi seguida de procissão. Em sua homilia, o frade destacou a ousadia e o espírito inquieto do santo paduano. “Santo Antônio nos inspira a termos um senso de ousadia. Ele nos diz que na vida a gente não para, que a vida por si só é uma dinâmica, que nos conduz para lá, onde fazemos nossas verdadeiras opções. A ousadia de Santo Antônio foi sempre fazer a opção pelo Evangelho, a opção por sair de si mesmo e por jamais imaginar que aquilo que ele fez já tinha terminado. Cada passo era um lançar-se no novo. Quem sabe se isso não nos falta em mui- tos momentos, em nossa vida de sacerdotes, nossa vida de casados, quando o cansaço começa a tomar conta de nós, quando a nossa vida cristã começa a esfriar?”, questionou.

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om o tema “Santo Antônio pregador do Evangelho”, a Paróquia Senhor Bom Jesus dos Passos, em Curitiba (PR), celebrou sua 25ª Festa de Santo Antônio. As comemo- rações tiveram início no dia 31 de maio, com a Trezena. No dia 13 de junho, foram celebradas quatro missas, além das bênçãos oferecidas nos intervalos das missas e distribuição do pão.

Para este ano, foram preparadas 16 toneladas do bolo de Santo Antônio, que foi vendido desde o dia 7 de junho. Ao todo, 120 voluntários aju- dam na preparação do bolo, o grande chamariz da festa. Segundo matéria do Jornal Gazeta do Povo, a fila para conseguir o bolo chegou a ter três horas de espera.

CURitiBa niteRói

25 anoS DA fEStA DE Santo antônio

“Santo antônio noS

InSPIrA A tErmoS oUSadia”

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[ EspEcial - santo antônio 2019 ]

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a cidade de Concórdia (SC), os fes- tejos a Santo Antônio tiveram início com a Trezena, celebrada na Matriz.

No dia 16 de junho, dia em que a comunidade celebra solenemente Santo Antônio, foi reali- zada uma Missa às 9h30, com presença de to- das as comunidades.

No início da celebração, Frei José Idair Fer- reira Augusto, pároco e guardião, falou da im- portância de Santo Antônio para o município de Concórdia, onde é padroeiro. “Concórdia nasce de um vilarejo, onde havia um orató- rio dedicado a Santo Antônio. Mais tarde, este oratório foi transformado em capela e dedi- cado a Nossa Senhora do Rosário”, recordou.

No procissão de entrada, o prefeito Rogé- rio Pacheco e sua esposa entraram com a ban- deira do município, seguida das imagens dos

ConCóRdia amPaRo

PadRoeiRo DA CIDADE É CeLeBRado Com JúBiLo dom LUiz PrESIDE mISSA

nA PaRóqUia São Benedito

celebradas Missas às 9h e 19h. A últi- ma Missa foi presidida por Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo da Diocese de Amparo.

Em sua homilia, Dom Luiz afir- mou que foi através da graça de Deus que Santo Antônio tornou-se tão po- deroso. “Santo Antônio deixou a mi- séria dele ficar tão rica, tão verdadei- ramente transformada pela riqueza da Palavra, mesmo não deixando de ser miserável. A beleza e a sabedoria de Deus fez com que muita gente co- nhecesse Jesus através deste homem”, ressaltou o bispo.

Sobre os pães, símbolo do santo, o bispo salientou que o pão material é importante, mas que o pão que santi- fica e que transforma a vida da pessoa é o pão da Palavra. “Santo Antônio ficou santo porque a Palavra brotava de dentro dele de uma maneira ex- traordinária e transformava a vida de muitas pessoas”, concluiu o bispo.

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a Paróquia São Benedito, em Amparo (SP), entre os dias 1 e 16 de junho foi celebrada a Grandiosa Festa de Santo Antônio. O tema da Trezena deste ano foi “San- to Antônio se fez discípulo da Paz e do Bem”. No dia 13 de junho, foram

santos padroeiros das comunidades.

Na homilia, Frei Luiz Iacovacz, vigário paroquial, falou sobre a Sole- nidade da Santíssima Trindade, cele- brada naquele dia, e Santo Antônio.

“Santo Antônio recorda que todos são batizados em nome da Trindade. Não em nome de igrejas, deste ou daquele pai, padrinho ou madrinha. Somos batizados em um nome, um só: Pai, Fi- lho e Espírito Santo”, afirmou o frade.

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a Paróquia Nossa Senho- ra Aparecida, em Nilópolis (RJ), as festividades aconte- ceram na Comunidade Santo Antô- nio, com a Trezena e a Missa Solene no dia do Padroeiro, seguida de pro- cissão.

E

m Colatina, a festa em honra a Santo Antônio aconteceu na Po- voação de Baunilha, comunidade dedicada ao santo paduano, da Paróquia de Santa Clara.

No dia 16 de junho, as comunidades reuniram-se para a Missa às 10 horas, presidida pelo guardião Frei Jeferson Palandi Broca e o pároco Frei Roberto Aparecido Pereira.

Após a missa, houve procissão, bên- ção dos pães e uma festa junina.

Os primódios da colonização de Baunilha acham-se assentados basica- mente na vinda de imigrantes do sul do

Estado, os quais, em sua maioria, eram oriundos da Itália. Mesmo assim, muitos alemães, poloneses, austríacos, france- ses, portugueses e espanhóis vieram se radicar em Baunilha.

Não existe precisão de datas, mas, sabe-se que o povoado teve nas famílias Vago, Martinelli, Gobetti, Sperandio, Buzzani, Romanha, Rossi, Crema, Ca- viorno, Dias, Mauro, Delacqua, Rocha, Calmon, Morandi, Stacull, Campostrine e Neves a sua formação.

A princípio, várias famílias recém- -chegadas da Europa, após terem de- sembarcado no Porto de Vitória, mi-

graram para o então povoado da época, hoje município de Santa Tereza, depois destes terem subido o rio Fundão em direção a Santa Leopoldina, locais onde se concentrou maior número de imi- grantes. Por existirem terras virgens no norte do Estado, muitos não ousaram arriscar as famílias e se deslocaram em busca de uma área de terra denomina- da, na época, como colônias, as quais eram divididas pelo governo em lotes de cinco alqueires.

Destaque para a Igreja de Santo An- tônio e para a residência rural localizada na Estrada Boapaba x Baunilha.

CoLatina

niLóPoLiS

devoção FoRte quE vEm DoS imigRanteS

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