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1. RESUMO

O presente trabalho considera a temática da municipalização do cumprimento de medidas socioeducativas por adolescentes infratores, sob a ótica do direito à assistência social. As medidas socioeducativas são aplicadas ao adolescente infrator, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente ECA (1990). Nesse sentido procura compreender o direito à assistência social nos termos dos artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988. Trata-se de um direito social cuja efetivação é garantida pela descentralização político-administrativa, promovida pela atuação conjunta dos entes federativos que assumem a função de proteção social brasileira e promovem a democratização e acessibilidade dos cidadãos aos seus direitos, buscando suprir as vulnerabilidades, os riscos sociais e as violações de direitos. Assim considerando, o estudo busca analisar as formas de cumprimento das medidas socioeducativas pelo adolescente infrator e quais são os mecanismos utilizados pelos programas de atendimento socioeducativo de prestação de serviços à comunidade (PSC) e de liberdade assistida (LA) na busca pela ressocialização destes adolescentes, conforme preveem o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE, BRASIL, 2012). Ao fazê-lo, trata das mencionada medidas em um município do interior do Estado de São Paulo.

2. INTRODUÇÃO

A partir da Constituição Federal de 1988, sob o Estado Democrático de Direito, a assistência social foi definida como política pública, dever do Estado e direito do cidadão, nos termos dos artigos 6 º, 194, 203 e 204 da Constituição Federal.

As ações das políticas de assistência social devem ser voltadas a todos aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade e de risco. Desta forma, no âmbito da assistência social são oferecidos serviços de proteção social, que visam prevenir as violações de direitos fundamentais garantidos pela Carta Magna e fortalecer os vínculos familiares e comunitários, atendendo assim, toda população que enfrenta essas situações no seu cotidiano, para tanto, necessitam de subsídios e benefícios do poder público. A lei 8.742/93 e a Resolução 145/05 regulamentaram a política de assistência social.

Além disso, com o advento da Constituição Federal de 1988 houve no Brasil uma importante mudança de paradigma relacionado à criança e ao adolescente, a qual se consolidou com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) instituído

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pela Lei nº 8.069/1990. A referida lei colocou as crianças e os adolescentes como preocupação central da sociedade, passando então a ser conhecidos e respeitados como sujeitos de direitos, devendo ter seus direitos tutelados.

Atualmente, com a vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente, o princípio que rege o Estatuto é o da proteção integral, o qual se baseia em dois pilares. O primeiro diz respeito ao reconhecimento do adolescente como pessoa em desenvolvimento e o segundo é caracterizado pelo princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, pois farão jus a uma prioridade absoluta, visando a prevenção de todas as crianças e adolescentes e não somente os que se encontram em situação de vulnerabilidade (ISHIDA, 2018, p.337).

Verifica-se que o ordenamento jurídico prevê que o menor de dezoito anos é inimputável e estará sujeito à legislação infraconstitucional do Estatuto da Criança e do Adolescente, pois trata-se de uma presunção absoluta, portanto aos autores de atos infracionais, ou seja, indivíduos na faixa etária de doze anos completos a dezoito anos incompletos, poderão ser aplicadas medidas socioeducativas definidas como uma medida jurídica de natureza educativa, cujo viés é pedagógico.

Vale enfatizar que em razão dos adolescentes se encontrarem em fase de desenvolvimento e demandarem prioridade absoluta, é de suma importância a devida apuração da prática de atos infracionais em sede de processo judicial que tramitará na Vara da Infância e da Juventude, e após o devido processo legal, serão aplicadas medidas socioeducativas que visam a responsabilização, integração social e reprovação da conduta infracional, nos termos do artigo 2º da Lei 12.594/2012

Ademais, os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas encontram-se, segundo a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em situação de risco e figura, segundo o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), a responsabilidade da política de assistência social no âmbito municipal assistir os adolescentes nas medidas de prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida.

Outrossim, no Município de Catanduva, Estado de São Paulo, os mecanismos vinculados ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que atuam no conjunto articulado de garantia de direitos, são o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) que atende às famílias, nas áreas de maior

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vulnerabilidade para proporcionar o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) que volta as suas ações para a proteção do indivíduo que se encontra em situação de risco pessoal ou social.

Neste sentido, destaca-se o papel fundamental exercido pelo CREAS, tendo em vista que a referida instituição especializada atende os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, realizando o atendimento socioeducativo inserido no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).

De acordo com o artigo 5º da Lei 12.594/2012 (SINASE), os municípios são responsáveis pela gestão e execução das medidas socioeducativas em meio aberto. A medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade (PSC) consiste na realização de tarefas de interesse gerais por período não superior a seis meses, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e programas, conforme prevê o artigo 117, do Estatuto da Criança e do Adolescente. Por outro lado, a medida socioeducativa de liberdade assistida (LA) possui a finalidade de acompanhar e orientar o adolescente infrator, no prazo mínimo de seis meses de acordo com o artigo 118 do mesmo dispositivo.

3. OBJETIVOS

O presente estudo tem como objetivo compreender como se dá o cumprimento de medidas socioeducativas por adolescentes infratores no âmbito de sua municipalização, e sob a ótica do direito à assistência social, em um município do interior de São Paulo. São objetivos específicos: analisar os dispositivos legais de amparo à criança e ao adolescente dentre eles o Estatuto da Criança e do Adolescente tendo em vista que a referida lei especial direciona suas ações a proteção à infância e juventude, para prevenir todos os tipos de ameaça ou violação aos titulares de direitos fundamentais; compreender a execução das medidas socioeducativas realizada pelo SINASE. Além disso, busca-se verificar de que forma os profissionais da área realizam o atendimento socioeducativo na busca de responsabilização e integração social dos adolescentes em conflito com a lei, em relação a proteção ao seu desenvolvimento integral, prevenção a violência, aos vícios químicos e as violações de direitos.

O presente estudo tem como objetivo verificar quais são os mecanismos utilizados pelos programas socioeducativos no Município de Catanduva, para

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promover a inserção social do adolescente infrator, para tanto, busca-se através da realização de pesquisa de campo realizada no Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), bem como analisar quais são as ações ofertadas para propiciar incentivos a integração ao mercado de trabalho para os adolescentes autores de atos infracionais.

4. METODOLOGIA

O método que serve de orientação à presente pesquisa é o analítico e também fenomenológico. Aplicam-se à compreensão e explicação dos conceitos, da legislação aplicável e da pesquisa de campo. Nesse caso, o uso método empírico, tem em vista a pesquisa de campo realizada no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), do Município de Catanduva-SP, para levantar dados quantitativos das medidas municipalizadas fornecidos pela equipe técnica e para analisar os mecanismos utilizados pela equipe técnica na realização do atendimento socioeducativo para os adolescentes que estão em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto.

5. DESENVOLVIMENTO

Importante consignar que com o advento da Constituição Federal de 1988, as crianças e os adolescentes passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e considerados como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento nos termos do artigo 6º da Carta Magna e o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, seguiu os mesmos moldes, voltando suas diretrizes a proteção especial ao público infanto-juvenil. O referido Estatuto rege-se pela doutrina da proteção integral, a qual está ligada ao princípio da universalização dos direitos, haja vista que abrange o conjunto de direitos que são assegurados a todas as crianças e adolescentes.

Acerca das legislações atinentes ao tema da infância e adolescência, nota-se que na vigência do Código de 1979, regia-se pela Doutrina da Situação Irregular, caracterizada somente pela solução de conflitos, uma vez que não objetivava o viés da prevenção. O referido período foi marcado pela arbitrariedade das decisões, tendo em vista que os Magistrados adotavam critérios subjetivos e não precisavam fundamentar as suas decisões, as quais eram permeadas pela discriminação e desinformação considerando a fase deficitária das instituições.

(PEREIRA, 2008, p.16). Ademais, os menores eram considerados objeto passivo da lei, portanto, não tinham direitos tutelados.

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Nesta perspectiva, cabe salientar que somente com o advento da Constituição Federal de 1988 e com os reflexos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente de 1989, houve a consolidação do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, adequando sua legislação à doutrina da proteção integral e introduzindo no Brasil esta nova perspectiva almejada pelas lutas sociais, neste momento as legislações internacionais foram incorporadas e as crianças e os adolescentes passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos, ou seja, titular de direitos juridicamente protegidos.

Além disso, frisa-se que a condição de sujeitos de direitos representa que as crianças e os adolescente demandam proteção integral com prioridade absoluta, pois tem como prioridade o superior interesse da criança e do adolescente, cabendo ao Estado, a Família e a Sociedade assegurar os direitos fundamentais que lhe são garantidos pela Carta Magna e pela Legislação Especial do Estatuto da Criança e do Adolescente. Conforme afirma, (ANDRÉA apud KÁTIA, 2017, p.58).

Assim, podemos entender que a doutrina da proteção integral é formada por um conjunto de enunciados lógicos, que exprimem um valor ético maior, organizada por meio de normas interdependentes que reconhecem criança e adolescente como sujeitos de direito. A doutrina da proteção integral encontra-se insculpida no artigo 227 da Carta Constitucional de 1988, em uma perfeita integração com o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana.

De acordo com o artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente considera- se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Conforme preceitua o art. 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente, o ato infracional refere-se a toda conduta descrita como crime ou contravenção penal, quando praticada por adolescentes. No entanto, as crianças poderão ser aplicadas somente medidas de proteção, já aos adolescentes autores de atos infracionais serão aplicadas medidas socioeducativas e/ou cumulativamente medidas de proteção, as quais devem ser precedidas de um processo judicial que tramitará na Vara da Infância e Juventude. Outrossim, a doutrina que trata sobre os jovens em conflito com a lei, conceitua como crime o fato típico e antijurídico, visto que os adolescentes são

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inimputáveis, e, portanto, não se enquadram no requisito da culpabilidade, a qual é um pressuposto para aplicação da pena. (ISHIDA, 2018, p.338).

Nota-se que as modalidades de medidas socioeducativas estão previstas nos incisos I a VI, do art. 112, do Estatuto da Criança e do Adolescente, quais sejam, advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e internação em estabelecimento educacional. Em relação aos requisitos para escolha da medida socioeducativa, caberá ao Magistrado da Vara da Infância e da Juventude decidir pela imposição da medida socioeducativa que melhor se amolde ao caso concreto, devendo para tanto observar a capacidade do adolescente de cumpri- la, as circunstâncias e a gravidade do ato praticado, nos termos do artigo art.

112, parágrafo 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente.

O procedimento para a apuração da prática de atos infracionais demanda a aplicação do princípio do devido processo legal previsto no artigo 5º, LV, da Constituição Federal, haja vista que garante as partes o contraditório e a ampla defesa, com a exigência de fundamentação das decisões do Juiz conforme está previsto no artigo art. 227, parágrafo 3º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988. Além disso, no que tange as garantias processuais, o artigo 110 do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que: “Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal”. Nos termos do artigo 112, parágrafo 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente: “a medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração”.

A medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade (PSC) consiste na realização de tarefas de interesse gerais por período não superior a seis meses e 08 horas semanais, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e programas. Frisa-se que os adolescentes submetidos à medida de liberdade assistida, receberam o acompanhamento do setor técnico, na promoção social do adolescente e de sua família, no que concerne os seus estudos, sua profissionalização. Desta forma, o Centro de referência especializado em assistência social (CREAS), é a unidade pública prevista pela Lei n. 12.435/11, incumbindo além de outras funções, o cumprimento da liberdade assistida.

(ISHIDA, 2018, p. 392).

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O Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), é uma instituição que desenvolve ações que têm por objetivo a garantia de direitos.

Assim, refere-se a um órgão descentralizado responsável pela promoção e controle de políticas do poder público, visando também a oferta de programas de atendimento na área da assistência social.

O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), foi instituído pela Lei nº 12.594/2012 e regulamenta os procedimentos destinados ao acompanhamento do cumprimento das medidas protetivas e socioeducativas aplicadas ao adolescente em conflito com a lei. A Lei 12.594/2012, que regulamenta o SINASE, determina em seu artigo 1º, § 2º, os objetivos da aplicação de medidas socioeducativas, quais sejam: a responsabilização do adolescente; a integração social do adolescente e a desaprovação da conduta infracional,

6. RESULTADOS

Importante ressaltar que em relação as medidas socioeducativas em meio aberto, após a aplicação da medida socioeducativa, o Juiz da Vara da Infância e da Juventude, realiza o encaminhamento do adolescente e de sua família ao equipamento técnico municipal (ECA, artigo 90). Em Catanduva, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social é o órgão responsável pela execução da medidas de prestação de serviços à comunidade e de liberdade assistida. Desta forma, no primeiro atendimento realizado pela equipe técnica, é elaborado um plano individual de atendimento (PIA), nos termos do artigo 101,§

5 º do ECA, ocasião em que o adolescente infrator e sua família responderão questionários para a identificação de situações de violências e vulnerabilidades, além disso, juntamente com as assistentes sociais, psicólogas e educadoras profissionais são estabelecidas metas a serem alcançadas, estipulando quais são as vulnerabilidades sociais que precisam ser superadas pelo atendimento promovido ao adolescente e a família no decorrer do cumprimento da medida socioeducativa. Ressalta-se que em visitas realizadas no CREAS do Município de Catanduva, no que tange as medidas socioeducativas em meio aberto, constatou-se por meio de entrevistas realizadas com a equipe técnica que para o cumprimento da medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade a entidade técnica de assistência social conta com o apoio da rede de serviços do Município, trata-se dos equipamentos de secretarias municipais,

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que efetuam uma triagem individual e direcionam a prestação de serviço em horário compatível com a disponibilidade do adolescente. Os serviços são prestados nas entidades do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do Município e na SMELT - Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Turismo.

Por outro lado, em relação a medida socioeducativa de liberdade assistida a equipe técnica atende semanalmente os adolescentes e são realizadas reuniões mensais com as suas famílias. Além disso, são ofertados projetos e cursos profissionalizantes nas organizações da sociedade civil inscritas no CMDCA, como Cidadão do Futuro e CAIC Jovem, bem como os ofertados pela Prefeitura de Catanduva. Ademais, o equipamento técnico direciona para a Secretaria Municipal de Saúde, os adolescentes dependentes de substancias psicoativas para serem atendidos no grupo do Amor Exigente e no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS), instalados no referido Município. Por fim, vale destacar que a equipe técnica realiza orientações e promovem atividades socioeducativas que visam buscar a inserção social do adolescente infrator, mas também, destacar a relevância do ensino escolar, diante do índice alto de evasão escolar dos adolescentes principalmente nas séries finais do ensino fundamental, além disso, no CREAS são distribuídos bancos de currículos dos adolescentes que estão cumprindo medidas em meio aberto, caracterizando uma das prioridades do Município. Para tanto, é fundamental que o adolescente esteja frequentando a escola, para assim, desenvolver um senso cívico e ter a efetividade desse direito fundamental, bem como, para participar de cursos de formação profissional para o ingresso ao mercado de trabalho.

Outrossim, foram solicitados no CREAS do Município de Catanduva os dados quantitativos das medidas socioeducativas em meio aberto referentes ao período de referência do ano de 2018. Os dados coletados por meio de prontuários dos adolescentes evidenciaram que 25 adolescentes iniciaram o cumprimento da medida de liberdade assistida; 10 adolescentes em relação a medida de prestação de serviço à comunidade e 37 adolescentes em cumprimento das medidas de prestação de serviço à comunidade e liberdade assistida (cumuladas), sendo assim a média total no ano de 2018, foram atendidos 72 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto. Vale ressaltar que o mesmo adolescente permanece em acompanhamento sistemático por um período, porém foi feito uma média do levantamento

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ano/2018. Também foi realizada uma pesquisa no site do Conselho Nacional de Justiça e por meio do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei, verificou-se que no que tange os dados nacionais, o número de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativa em meio aberto no período de 2018, foi de 42.205 em prestação de serviços à comunidade e 42.812 em liberdade assistida (BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Cadastro Nacional de Adolescente em conflito com a Lei. Disponível em:

<https://www.cnj.jus.br/cnaclnovo/publico/graficos.jsf;jsessionid=hO1gUtmjlDmCD8CuNaNkWv 9p>.). Acesso em: 02 ago. 2019.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ressalta-se que recaí aos entes públicos e as organizações privadas atuar em rede de atendimento articulada de forma a promover ações preventivas para eludir as formas de violências e violações de direitos e buscar mecanismos que incentivem a participação, a autonomia e o protagonismo dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, bem como de suas famílias. Conclui-se que no processo socioeducativo é fundamental estabelecer práticas restaurativas, para tanto, é primordial a garantia do direito à educação para os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, tendo em vista que a escolarização é o elemento estruturante do sistema educativo. Vale destacar que é essencial o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários para atingir a finalidade pedagógica da medida socioeducativa. Além disso, é necessário o engajamento dos diversos órgãos, serviços e setores da Administração Pública, caracterizado pelo investimento em projetos sociais e cursos profissionalizantes para os adolescentes, bem como qualificar os profissionais da área educacional para o perfil do adolescente autor de ato infracional, superando a visão estigmatizada e a exclusão social. Assim considerando, antes de construirmos quaisquer pré-julgamentos é preciso contextualizar a situação do adolescente infrator sob a ótica da prevenção as situações de riscos pessoais e sociais e buscar a responsabilização e inclusão social nos casos em que o conflito já estiver instaurado.

8. FONTES CONSULTADAS

BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA. Plano nacional de promoção, proteção e defesa do direito de

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crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária. Disponível em:

<http://www.sdh.gov.br/assuntos/criancas-e-adolescentes/programas/pdf/

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Federal, 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:

10 jun. 2019.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Cadastro Nacional de Adolescente em conflito com a Lei. Disponível em:

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742compilado.htm>. Acesso em:

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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12594.htm>. Acesso em: 15 jun. 2019.

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Referências

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