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UMA CRÍTICA AO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO Thiago de Almeida Sousa, Wagner De Jesus Soares

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XXVI ENCONTRO NACIONAL DO

CONPEDI BRASÍLIA – DF

DIREITO DO TRABALHO E MEIO AMBIENTE DO

TRABALHO I

LUCIANA ABOIM MACHADO GONÇALVES DA SILVA

MARIA ROSARIA BARBATO

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Copyright © 2017 Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito Todos os direitos reservados e protegidos.

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Profa. Dra. Viviane Coêlho de Séllos Knoerr – UNICURITIBA

D597

Direito do trabalho e meio ambiente do trabalho I[Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI

Coordenadores: Luciana Aboim Machado Gonçalves da Silva; Maria Rosaria Barbato; Ynes Da Silva Félix - Florianópolis: CONPEDI, 2017.

Inclui bibliografia ISBN: 978-85-5505-425-9

Modo de acesso: www.conpedi.org.br em publicações

Tema: Desigualdade e Desenvolvimento: O papel do Direito nas Políticas Públicas

CDU: 34 ________________________________________________________________________________________________

Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito Comunicação – Prof. Dr. Matheus Felipe de Castro – UNOESC

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XXVI ENCONTRO NACIONAL DO CONPEDI BRASÍLIA – DF

DIREITO DO TRABALHO E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO I

Apresentação

Na bela moldura da capital brasileira, no monumental Centro Internacional de Convenções do Brasil, se realizou em julho deste ano o XXVI encontro Nacional do Conpedi cujo título foi DESIGUALDADES E DESENVOLVIMENTO: O papel do Direito nas políticas públicas. O evento foi prestigiado por pesquisadores de todo o país advindos das mais diferentes áreas do direito.

Considerado o momento histórico vivenciado pelo Brasil, caraterizado por mudanças profundas no sistema de proteção trabalhista, o qual impõe acompanhamento por meio do debate teórico e densas reflexões acerca dos efeitos das inúmeras intervenções na legislação, destaca-se o Encontro do Conpedi e seu papel de fórum qualificado de discussão, bem como de difusão de doutrina e de jurisprudência. A redução e a superação das desigualdades presentes no país representam um desafio para todos, mais ainda para os juristas e os acadêmicos da área, como pensadores do direito.

O aprofundamento das desigualdades econômicas e sociais, que representa sem dúvida uma das maiores preocupações globais, a recente aprovação da reforma trabalhista e de outras medidas e as transformações do modelo de produção, cada vez mais tecnológico, impõem repensar o direito do trabalho, questionando, inclusive, se, como já demonstrado em inúmeras pesquisas, esses níveis de desigualdades se ampliam como consequência da desvalorização do trabalho.

A presente coletânea representa o resultado das reflexões apresentadas no no GT de Direito do Trabalho e Meio Ambiente do Trabalho I, em que os autores manifestam inquietações relativas a velhos e novos assuntos, demonstração de que a pesquisa carateriza-se como um continuo devenir, não se cansando nem se emurecendo perante os desafios de uma realidade em constante mutação. A discussão no GT acabou por revelar as fragilidades que permeiam o sistema legal de proteção ao trabalhador, evidenciando que nem sempre direito e justiça andam juntos.

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dignidade da pessoa, com especial referência à categoria, por vezes pouco lembrada, dos policiais, bem como reflexões sobre a precarização e discriminação do trabalho dos garis, sobre trabalho infantil e sobre a responsabilidade das empresas e das políticas públicas inclusivas de deficientes como forma de valorização do trabalho e da inclusão social.

Debate-se, também, dentro da Gig economy, as diferentes visões relativas à natureza da relação de trabalho do motorista da Uber, por vezes entendida como relação de emprego por outras como prestação de serviços. Nota-se grande preocupação em relação a triste prática do trabalho escravo, nas suas vertentes trabalhista e penal e às recentes tentativas de redução do conceito legal para reduzir a tipificação às meras práticas privativas de liberdade.

Esta obra apresenta, ainda, estudos que abordam a terceirização na administração pública com preocupação de identificar ações fiscalizatórias como forma de prevenir a responsabilidade subsidiaria, bem como no setor bancário, em espécie do correspondente bancário à luz da agenda nacional do trabalho decente.

Por fim, não faltaram estudos de natureza processual, refletindo sobre a competência da Justiça do Trabalho para aplicar multas decorrentes da violação à legislação trabalhista prevista pela Consolidação das Leis do Trabalho e para ações envolvendo meio ambiente do trabalho, mesmo em causas que envolvam servidores estatutários, assim como sobre o cabimento do agravo de instrumento no processo do trabalho.

O desejo das coordenadoras desta obra é que ela se preste para aprimorar as discussões acerca do direito do trabalho e do meio ambiente do trabalho, contribuindo para a construção de um direito mais adequado e atento a realidade, mais justo e respeitoso da origem histórica e da razão de ser do próprio direito do trabalho.

Profª. Drª. Maria Rosaria Barbato (UFMG)

Profª. Drª. Luciana Aboim Machado Gonçalves da Silva (UFS)

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1 Mestrando em Direito pelo Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade Veiga de Almeida - PPGD/UVA. Advogado

2 Mestrando em Direito pelo Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade Veiga de Almeida - PPGD/UVA. Pós Graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho - UniGranrio. Advogado 1

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UMA CRÍTICA AO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO

A CRITICAL TO THE CABIMENTO OF THE BILL OF REVIEW NO PROCESS OF WORK

Thiago de Almeida Sousa 1

Wagner De Jesus Soares 2

Resumo

O presente artigo visa demonstrar a necessidade de mudança no artigo 897, b da CLT, que trata do cabimento do agravo de instrumento no processo do trabalho, comparando ao praticado no processo civil, fazendo abordagem histórica sobre a origem do instituto no mundo, tendo início no Direito Português, no reinado de D. Afonso IV (1325-1357), passando pelos Códigos de 1939, 1973, e por fim à presente legislação vigente.

Palavras-chave: Cabimento, Agravo de instrumento, Processo do trabalho, Processo civil, Clt

Abstract/Resumen/Résumé

his article aims at demonstrating the need for a change in article 897, b of the CLT, which deals with the application of the bill of review in the labor process, comparing the practice in the civil process, making a historical approach to the origin of the institute in the world, beginning In the Portuguese Law, in the reign of D. Afonso IV (1325-1357), passing through the Codes of 1939, 1973, and finally to the current legislation

Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Fitting, Bill of review, Labor process, Civil process, Clt

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho, faremos inicialmente uma explicação sobre a criação do agravo de instrumento no Brasil para podermos entender a natureza jurídica de sua criação e com isso, poder fazer um juízo de valor sobre sua utilização processual.

No processo civil, as decisões interlocutórias são recorríveis através da utilização do agravo de instrumento, enquanto no processo do trabalho, estas mesmas decisões são irrecorríveis de plano, devendo-se aguardar o final do processo e atacar através de recurso próprio da decisão terminativa.

O cabimento do agravo de instrumento no Processo do Trabalho é meramente para combater decisão que denega seguimento à recurso, única e exclusivamente para este fim, deixando uma dúvida sobre sua sub utilização.

No primeiro capítulo iremos trazer a evolução histórica do Agravo no Direito. Já no segundo capítulo iremos abordar o Agravo no Processo Civil Pátrio, passando por sua introdução na legislação, chegando até o Código vigente. No terceiro capítulo iremos tratar sobre o Processo do Trabalho no Brasil, chegando até Agravo de instrumento no processo do trabalho. Por fim, em considerações finais, pretendemos entender os motivos destas diferenças processuais e saber sobre a possibilidade de mudança em nosso ordenamento jurídico para possibilitar que o referido instituto tenha aplicabilidade idêntica em ambos os processos.

O objetivo é analisar os motivos da aplicação do agravo de instrumento no Pocesso do Trabalho de forma diferente de sua aplicação no processo civil fazendo uma crítica sobre esta aplicabilidade.

A abordagem da problemática apresentada desenvolver-se-á pelos métodos de análise de discurso, dado que este permite uma análise da temática como um conceito geral para então tratar de cada situação a ser abordada.

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A origem do Recurso de Agravo advém do Direito Português, o qual foi criado no reinado de D. Afonso IV (1325-1357)1, quando foi proibido pelo rei a apelação em separado contra as decisões interlocutoras, salvo quando dotado de caráter terminativo ou quando provocassem mal irreparável. Diante do acontecido, ao mesmo tempo, foi dado ao Juiz, o poder de revogar a sentença interlocutória, ex officio, antes de proferir a sentença definitiva, ou a requerimento da parte.2

A palavra agravo significa, afronta, injúria, ofensa, segundo diversos dicionários, ainda assim, tem-se como sinônimos indignidade, lesão, prejuízo denominações comuns a vários recursos cabíveis por via de regra contra decisões interlocutórias ou terminativas, ou excepcionalmente, contra definitivas.

Após apontarmos a origem do presente recurso, passamos a demonstrar sua origem na legislação brasileira, tendo o recurso grande evolução, originário da segunda publicação das Ordenações Manuelinas (1521)3. No âmbito do direito português, a matéria de impugnação as interlocutórias adotou a diretriz romana, a qual concedeu apelação contra as sentenças interlocutórias que têm força de definitivas; e criado o agravo de instrumento quanto às demais resoluções interlocutórias, sem suspensão da causa, apresentado por petição para se decidir rapidamente e permitiu o agravo no processo, hoje o que estudamos como agravo retido, contra as decisões interlocutórias sobre a ordem do processo e de cunho menos grave.

Segundo José Carlos Barbosa Moreira4, “as Ordenações Manuelinas consagraram o agravo como recurso típico das decisões interlocutórias simples, e regularam duas modalidades: quando órgão ad quem ficasse sediado no mesmo lugar do órgão a quo, o agravo subia por petição; na hipótese contrária, por instrumento”.

A palavra agravo significa, afronta, injúria, ofensa, segundo diversos dicionários, ainda assim, tem-se como sinônimos, indignidade, lesão, prejuízo injustiça e desigualdade, denominações essas, comuns a motivos determinantes na utilização deste recurso.

1 ASSIS, Araken de Manual dos recursos 2 ed. Ver., atual e ampl. São Paulo: Editora Revista dos

Tribunais 2008. p. 469 – 471.

2 ZAGANELLI,Margareth Vetis. Estudos de História do Processo, Lumen Juris.1ª Ed. 2009. p. 43

3 CRUZ, José Roberto. Lições de História do Processo Civil Lusitano. Editora Revistas dos Tribunais. 1ª Ed.

2009. p. 81.

4 Barbosa Moreira, Jose Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil, 12 Ed. Rio de

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2 - AGRAVO DE INSTRUMENTO NO PROCESSO CIVIL

Como lei própria do nosso ordenamento, o Agravo de instrumento surgiu no com o Código de Processo Civil Brasileiro de 1939, Decreto Lei no 1.608/19395, com incidência limitada aos casos enunciados na Lei, e muito excepcionalmente se atribuía o efeito suspensivo, era utilizado de forma restritiva e se enumerando os casos em que poderia ser utilizado.

Assim escreveu o professor Juvêncio Vasconcelos Viana:

No Brasil, mesmo com a declaração da Independência, ainda continuaram a vigorar as leis portuguesas atinentes ao processo. Valiam, então, naquilo em que não fosse contrariada a soberania nacional, as normas processuais civis contidas nas Ordenações Filipinas (Livro III) 1 2, cujo processo ali disciplinado contava com as principais características de ser escrito, detentor de fase rígidas e marcado pelos princípios da iniciativa da parte e do dispositivo. Um processo com forte acentuação privatística, portanto.6

Ainda na linha da primeira normatização do Agravo de Instrumento no em legislação pátria, era transcrito nos artigos 841 a 843 originariamente com o seguinte teor:

Art. 841. Os agravos serão de instrumento, de petição, ou no auto do processo, podendo ser interpostos no prazo de cinco (5) dias (art. 28).

Art. 842. Além dos casos em que a lei expressamente o permite, dar-se-á agravo de instrumento das decisões;

I – que não admitirem a intervenção de terceiro na causa; II – que julgarem a exceção de incompetência;

III – que denegarem ou concederem medidas requeridas como preparatórias da ação;

IV – que não concederem vista para embargos de terceiro, ou que os julgarem;

V – que denegarem ou revogarem o benefício de gratuidade; VI – que ordenarem a prisão;

VII – que nomearem, ou destituírem inventariante, tutor, curador, testamenteiro ou liquidante;

VIII – que arbitrarem, ou deixarem de arbitrar a remuneração dos liquidantes ou a vintena dos testamenteiros;

IX – que denegarem a apelação, inclusive a de terceiro prejudicado, a julgarem deserta, ou a relevarem da deserção;

X – que decidirem a respeito de êrro de conta;

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ZAGANELLI, Margareth Vetis. Estudos de História do Processo, Lumen Juris. 1ª Ed. 2009.

6VIANA, Juvêncio Vasconcelos. História do processo: uma análise do código de processo civil de 193 sob o

prisma terminológico. Disponível em: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/9201-9200-1-PB.pdf

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XI – que concederem, ou não, a adjudicação ou a remissão de bens;

XII – que anularem a arrematação, adjudicação ou remissão cujos efeitos legais já se tenham produzido;

XIII – que admitirem, ou não, o concurso de credores. ou ordenarem a inclusão ou exclusão de créditos;

XIV – que julgarem, ou não, prestadas as contas;

XV – que julgarem os processos de que tratam os Títulos XV a XXII do Livro V, ou os respectivos incidentes, ressalvadas as exceções expressas; XVI – que negarem alimentos provisionais;

XVII – que, sem caução idônea, ou independentemente de sentença anterior, autorizarem a entrega de dinheiro ou quaisquer outros bens, ou a alienação, hipoteca, permuta, subrogação ou arrendamento de bens.

Art. 843. O agravo de instrumento não suspenderá o processo.

§ 1º O recurso interposto do despacho referido no nº V do artigo anterior suspenderá apenas a obrigação do pagamento das custas.

§ 2º Nos casos previstos nos ns. VI, XI e XVII, o juiz suspenderá o processo, si não puder suspender apenas a execução da ordem.7

O Agravo de instrumento era de incidência limitada aos casos enunciados na Lei, e muito excepcionalmente se atribuía o efeito suspensivo, era utilizado de forma restritiva e se enumerando os casos em que poderia ser utilizado “nos autos do processo”, ou seja, sem imediata remessa a instância superior devendo ser apreciado como preliminar de futura apelação.

Sem mais delongas, adentrando ao segundo Código de Processo Civil, o de 1973, lei no 5689/1973, tentou dirimir as dúvidas contidas sobre o agravo, se utilizando de um critério objetivo, ou seja, sentença é apelável; decisão interlocutória é agravável. Na realidade o agravo possuía duas modalidades, ou seja, agravo de instrumento e o agravo retido. Ao agravante tinha a opção de escolha.

Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos: (Redação dada pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

II - agravo; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) III - embargos infringentes;

IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário;

VI - recurso especial; (Incluído pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990) VII - recurso extraordinário; (Incluído pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990) VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário. (Incluído pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)

Art. 522. Ressalvado o disposto nos arts. 504 e 513, de todas as decisões proferidas no processo caberá agravo de instrumento. § 1º Na petição, o agravante poderá requerer que o agravo fique retido nos

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autos, a fim de que dele conheça o tribunal, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.

§ 2º Requerendo o agravante a imediata subida do recurso, será este processado na conformidade dos artigos seguintes. Art. 522. Ressalvado o disposto nos artigos 504 e 513, das decisões proferidas no processo caberá agravo de instrumento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

§ 1º Na petição, o agravante poderá requerer que o agravo fique retido nos autos, a fim de que dele conheça o tribunal, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação; reputar-se-á renunciado o agravo se a parte não pedir expressamente, nas razões ou nas contra-razões da apelação, sua apreciação pelo Tribunal. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) § 2º Requerendo o agravante a imediata subida do recurso, será este processado na conformidade dos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, retido nos autos ou por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)

Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)

Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)

Art. 523. O agravo de instrumento será interposto no prazo de cinco (5) dias por petição que conterá: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - a exposição do fato e do direito; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

II - as razões do pedido de reforma da decisão; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

III - a indicação das peças do processo que devam ser trasladadas. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Parágrafo único. Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão agravada, a certidão da respectiva intimação e a procuração outorgada ao advogado do agravante, salvo se outra instruir a petição de agravo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)8

Com o advento das Leis nº 5.9525/73, Lei nº 8.038/90 e Lei nº 9. 139/95, o Agravo sofreu grandes alterações. O recurso, que era denominado Agravo de instrumento, passou a ser chamado de forma genérica de Agravo.

A sua interposição é direcionada ao órgão ad quem, ou seja, de 2º instância para apreciação imediata, inclusive pela atribuição do que o inciso III do art. 527 do CPC chama de “efeito suspensivo” ou de “antecipação de tutela, total ou parcial, da pretensão recursal”. Como o processo corre no órgão a quo, ou seja, na 1º instância, para que a questão possa ser levada ao órgão superior é necessário formar um instrumento, contendo cópias daquilo que é

8

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importante. Algumas peças são obrigatórias conforme previsto no art.525 CPC, e se não juntadas, o recurso não será conhecido.

Além disso, o agravante tem o dever de informar ao Juízo a quo, no prazo de três dias, juntando cópia da petição de agravo, a comprovação de sua interposição e a relação dos documentos apresentados (art.526 CPC). A finalidade é permitir ao Juízo a quo exercer o juízo de retratação.

Com a chegada do vigente código, a Lei no 13.105/2015, art 1015 a 1019.

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: [...] II - agravo de instrumento; [...]

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

I - tutelas provisórias; II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:

I - os nomes das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;

IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.9

3 - PROCESSO DO TRABALHO NO BRASIL

9 Código de Processo Civil, lei no 13.105. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm Acesso em 08 de maio de 2017.

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O Processo Trabalho sempre esteve ligado às necessidades do homem, porém, não regulamentado em nosso ordenamento jurídico, atuando implicitamente resolvendo conflitos entre empregador e empregado ou criando direitos ao trabalhador para sua proteção.

Acontece que sua história é recente, porém, sua origem é vinculada a história do próprio Trabalho, que existe desde a antiguidade, ou seja, apesar de existir a muito tempo, sua regulamentação demorou a acontecer. Em seu início, a palavra trabalho se origina do latim Tripalium, “Que era um instrumento de tortura de três paus ou uma canga que pesava sobre os animais.”10

Este início ocorreu antes mesmo da chegada dos Portugueses, porque no Brasil já tinham pessoas exercendo os trabalhos manuais, seja plantando, caçando e criando meios de conviver em comunidade onde cada um tinha uma tarefa para o bem da tribo.

O primeiro responsável pela dissolução de conflitos trabalhistas nacional, foi o Patrono Agrícola11 criado em 1911 através da Lei n. 1299-A promulgada no dia 27 de Dezembro de 1911.

Art.3º - [...] São atribuições do Patronato Agrícola: II. Intentar e patrocinar as causas para cobrança de salários agrícolas e para o fiel cumprimento dos contratos nos termos da legislação vigente. IV. Promover contra os aliciadores de colonos as providencias autorizadas por lei. VI. Levar ao conhecimento das autoridades competentes as queixas dos operários agrícolas relativamente a atentados contra a sua pessoa, família e bens. IX. Impor e promover a cobrança de multas estabelecida por esta lei.12 [8]

Surge em 1916 os primeiros órgãos específicos para a resolução de conflitos trabalhistas denominado Departamento Nacional do Trabalho, vinculado ao ministério da agricultura, indústria e comercio, com função apenas consultiva e após, em meados de 1930 o então presidente Getúlio Vargas, cria o Ministério do Trabalho, agora com função específica das relações de trabalho, voltada para as conciliações, e apenas em caso de insucesso nas conciliações, neste momento teria surgido a arbitragem, presidida no entanto pelo Estado onde o conflito se originou, exceto quando fossem casos especiais que teriam sua decisão tomada pelo próprio ministério.

10

MARTINS, Sergio Pinto, Direito do Trabalho. 32.ed. São Paulo: Atlas, 2016. p.137

11 Espécie de Sindicato, criado pelo então Congresso Legislativo do Estado de São Paulo em 1911, com o intuito

de á defesa dos direitos e interesses dos operários agrícolas, sendo subordinado a então Secretária de Agricultura SP, em cumprimento ao Decreto vigente à época de no 6.437 de 27 de março de 1907.

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Então, logo em seguida tivemos uma grande mudança em 1939, sendo iniciada a ideia da justiça do trabalho executivo, vindo a ser implementada apenas no dia 1 de maio de 1941, contendo três instancias a Junta de Conciliação e Julgamento (JCJ) o Conselho Regional do Trabalho (CRT) e o Conselho Nacional do Trabalho (CNT).

A maior e até hoje considerável criação aconteceu mesmo em 1943, através do então presidente do Brasil Getúlio Vargas, criando um marco na história jurídica nacional com o surgimento da Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT), contendo tanto a parte material quanto a processual do direito do trabalho, sendo utilizada como referência para todos os assuntos trabalhistas até os dias atuais.

3.1 - Agravo de instrumento no processo do trabalho

Para iniciarmos este sub capítulo, podemos trazer de inicio o que Mauro Schiavi, Doutor em Direito pela PUC/SP e Juiz do Trabalho, diz sobre decisão interlocutória ”decisão interlocutória A CLT não define o conceito de decisão interlocutória.”13

Já expusemos toda a evolução histórica do agravo e especificamente o de instrumento no Brasil, porém, verificamos inclusive pelo princípio da anterioridade, que a lei processual comum é mais antiga do que a lei processual do trabalho e a origem do agravo ocorre em data ainda mais antiga.

Com essa evolução histórica, fica fácil perceber que o agravo de instrumento do processo do trabalho foi devidamente “copiado” do processo comum, porém devidamente alterado pelo legisladores específicos do direito do trabalho.

O cabimento do agravo de instrumento do processo do trabalho é completamente diferente e ao que parece, deturpado de sua pala originária, cabendo apenas em único e exclusivo momento, qual seja, quando o juiz nega seguimento a interposição do recurso pela parte.

13SCHIAVI, Mauro, Aspectos Polêmicos E Atuais Da Recorribilidade Das Decisões Interlocutórias No Processo

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A fundamentação jurídica do Agravo de Instrumento no processo do trabalho está no artigo 897 da CLT e na Lei nº 12.275, de 29 de junho de 2010 que alterou a redação do inciso I do § 5º do art. 897 da CLT e acrescentou o § 7º ao artigo 899, também da CLT, tratado do recurso de Agravo de Instrumento e do depósito recursal, respectivamente. (8).

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: [...]

(b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992);14

Além do cabimento específico do agravo de instrumento no processo do trabalho, recentemente pela lei nº 12.275, de 2010 citada acima, que alterou o artigo 899 da CLT, qual seja;

Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

[...]

§ 7o No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. (Incluído pela Lei nº 12.275, de 2010)15

O que percebemos com esta alteração é que além de não permitirem a interposição do agravo para atacar decisão interlocutória no processo do trabalho, ainda assim a justiça do trabalho condiciona ao pagamento de uma valor que consiste na metade do valor do recurso a ser atacado para ser recolhido no momento de sua interposição, ou seja, além de perder a oportunidade de realizar uma alteração significativa em proteção as partes, os legisladores ainda criam mais uma condição para sua interposição, restando clara a falta de interesse na modificação do dispositivo.

Ainda nesta linha de raciocínio, tivemos uma alteração significativa do código de processo civil e neste momento de mudanças da legislação processual comum, acreditávamos que o agravo de instrumento poderia neste momento ser modificado no processo do trabalho, lei 13.256, de 4 de fevereiro de 2016, porém, por incompatibilidade processual, uma vez que a legislação processual comum só se aplica quando não existe, conforme artigo 769 da CLT, senão vejamos;

Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.16

14 Consolidação das Leis Trabalhistas, decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm Acesso em 10 de maio de2017.

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Com base neste artigo, o tribunal superior do trabalho após fazer uma análise sobre o que poderia ser alterado na legislação trabalhista pelas alterações processuais do processo comum publicou a resolução nº 203, de 15 de Março de 2016, editando a Instrução Normativa n° 39, que dispõe sobre as normas do Código de Processo Civil de 2015 aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do Trabalho, de forma não exaustiva e não recepcionou o agravo de instrumento.

Quanto ao cabimento ou não do agravo de instrumento no processo do trabalho, o tribunal superior do trabalho em 2005 já havia se pronunciado contrário a sua aplicabilidade, e deu nova redação a súmula 214 do TST através da Resolução 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005.

Súmula nº 214 do TST

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;

b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.17

O que podemos perceber é que no processo do trabalho vigora o princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, admitindo apenas em certas decisões interlocutórias sejam impugnadas através de mandado de segurança, ação que está prevista constitucionalmente, como no caso de antecipação de tutela concedida antes da sentença súmula 414 do TST.

Súmula nº 414 do TST

MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017

I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do

tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015.

16 Op. cit.

(16)

II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.

III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.18

A aplicabilidade do agravo de instrumento no processo do trabalho tem sua aplicabilidade limitada e dificilmente modificada no tribunal, justamente porque sua finalidade é apenas contra decisão que nega seguimento a recurso e como os juízes impetrados sempre fazem seu juízo de admissibilidade, podemos concluir que seu provimento fica condicionado a uma “erro” deste juízo de valor, sendo que tal análise possui natureza meramente declaratória, isto é, o Poder do Judiciário em declarar que, no momento da interposição do recurso, estavam presentes ou ausentes os mencionados requisitos.

Com todas estas necessidades de mudanças para alterar a aplicabilidade do agravo de instrumento no processo do trabalho, fazendo com que o mesmo tenha as mesmas características do processo civil, teve início um projeto de lei que tramitou na Câmara dos Deputados sob o nº 6.252/09, com início em 20 de outubro de 200919 e arquivamento em 05 de março de 2012, ou seja, cerca de quase 04 anos para ser arquivado por falta de interesse em pauta.

O projeto de lei que citamos acima, qual seja, 6252 de 2009, foi rejeitado pelo relator deputado Federal Paulo Rocha do PT-PA, em 28 de Maio de 2010, considerando que a medida contraria a tendência atual de restringir recursos processuais, como forma de reduzir o tempo de tramitação dos processos e garantir a efetividade dos direitos à sociedade.

O Deputado disse ainda que;

"Será incalculável o número de agravos de instrumento impetrados com o nítido intuito da parte agravante de retardar o andamento das ações distribuídas diariamente na Justiça do Trabalho, isso sem falar de toda a infraestrutura de prédios e de pessoal necessária para atender a essa

demanda", argumentou Rocha.20

O relator sustenta ainda que a inexistência do Agravo de Instrumento na primeira instância da Justiça do trabalho não restringe o exercício do direito de defesa. "Nada impede que o prejudicado ajuíze ação cautelar perante a autoridade judiciária competente para julgar o recurso, quando houver a necessidade de alcançar o efetivo cumprimento de questões urgentes", completou.

18 Súmula nº 414 do TST. Op. cit.

(17)

Acontece, que as decisões interlocutórias são atos praticados pelo juiz, decidindo sobre determinada questão processual sem dar uma solução final à causa principal proposta e sendo assim, existem inúmeras situações emergenciais, de difícil e grave reparação no curso de uma demanda trabalhista, em que uma decisão desfavorável a uma das partes pode acarretar prejuízos imensuráveis.

Ocorrendo o prejuízo do contraditório e da ampla defesa por exemplo, de acordo com o relator que opinou pelo indeferimento, existem outros meios capazes de garantir o direito de defesa, SIM existem, porém, o Mandado de segurança ou o recurso próprio interposto AO

FINAL DA AÇÃO, NÃO SUSPENDEM O PROCESSO E SEUS EFEITOS, uma vez que

os recursos no processo do trabalho possuem efeito meramente devolutivos.

Em contra senso ao acima narrado, transcrevemos aqui a seguinte decisão do TRT 2a Região:

TRT-2 - MANDADO DE SEGURANÇA MS 10063200700002008 SP 10063-2007-000-02-00-8 (TRT-2)

Data de publicação: 29/05/2007

Ementa: Agravo regimental. Mandado de segurança contra decisão interlocutória proferida pelo Juiz da execução. Indeferimento da inicial com base em Lei 1533 /51 (art. 8º), Súmula do STF (267) e OJ (92) da SDI-2 do TST. Agravo rejeitado. O fato da decisão do Juiz - mandando prosseguir a execução - ser interlocutória e irrecorrível, não tem nenhuma relevância processual para justificar mandado de segurança. O que justifica a segurança é o abuso de poder e a ilegalidade do Juiz, que age contra direito líquido e certo da parte. Impedir que uma sentença seja executada não constitui direito líquido e certo,e sim questão processual de natureza incidental cuja apreciação cabe ao Juiz singular e aos Juízes das Turmas. A adotar-se a tese do agravante - qual seja, contra decisão interlocutória,mandado de segurança - todas as decisões interlocutórias que não sejam do gosto da parte estariam sujeitas ao reexame pela SDI, num evidente desvio funcional. Mantém-se o indeferimento da inicial.

E então? O que fazer quando seu direito é violado e a parte não tem o direito de atacar e se defender imediatamente da atitude de um juiz muitas vezes de primeiro grau e com pouca experiência processual e de vida, terá condições de esperar a decisão de uma mandando de segurança ou a decisão de um recurso próprio na fase final do processo? E quem receber o mandado de segurança terá entendimento pelo seu cabimento?

(18)

agravo de instrumento poderia ser utilizado contra atos praticados pelo juiz que possam causar lesão grave e de difícil reparação ao requerente.

Sabemos da importância da mudança, porém com a morosidade de nosso legislativo, certamente esta lacuna processual não será resolvida tão facilmente e nem mesmo a curto prazo, pelo contrário, será certamente a longo prazo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir que primeiramente a natureza e o princípio originário da criação do agravo bem como sua aplicabilidade no processo civil, não é compatível com sua utilização no processo do trabalho, nos parece que modificaram esta natureza de criação e nesta alteração, permitiram sua aplicação a apenas uma hipótese, qual seja, decisão que nega seguimento a recurso.

Não podemos aceitar que uma decisão interlocutória no processo do trabalho, continue recorrível apenas ao final do processo, isso prejudica certamente as partes interessadas no processo, seja autor ou réu, prejudicando a possibilidade da busca da verdade real.

Precisamos da alteração da lei ordinária para permitir que o agravo de instrumento seja utilizado contra decisões interlocutórias no processo do trabalho, capaz de garantir o contraditório e a ampla defesa com mais certeza.

Conforme notícia publicada pelo portal de notícias CONJUR, “somente no ano de 2009, foram interpostos 142.650 Agravos de Instrumento no TST, e apenas 5% foram acolhidos,” corroborando a ideia de que seu cabimento restritivo é acolhido apenas em caso de erro do juiz de origem quando realiza os pressupostos de admissibilidade do recurso.

Para finalizarmos, deixamos claro que o Agravo de Instrumento no Processo do Trabalho é de suma importância, pois o judiciário em seu órgão singular vem proferindo decisões inconsequentes, gerando danos quase que irreparáveis. Com isso, usamos aqui a ideia de Thamy Pogrebinschi em O que é o Pragmatismo Jurídico, com o seguinte trecho “O consequencialismo, por sua vez, requer que toda e qualquer proposição seja testada por meio da antecipação de suas conseqüências e resultados possíveis.”21

(19)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Consolidação das Leis Trabalhistas,decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm Acesso em 10 de maio de 2017.

Código de Processo Civil de 1939, Decreto lei no 1608/1939. disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del1608.htm Acesso em 08 de maio de 2017.

Código de Processo Civil de 1973, lei no 5.869/1973. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm Acesso em 08 de maio de 2017.

Código de Processo Civil, lei no 13.105. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm Acesso em 08 de maio de 2017.

Lei 1.299-A, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1911, CRIA O PATRONATO AGRÍCOLA, disponível em http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1911/lei-1299A-27.12.1911.html Acesso em 10 de maio de 2017.

Súmula nº 214 do TST. Disponível em www.tst.jus.br Acesso em 10 de maio de 2017.

Súmula nº 414 do TST. Disponível em www.tst.jus.br Acesso em 10 de maio de 2017.

Projeto de lei arquivada, disponível em www.camara.leg.br Acesso em 11 de maio de 2017.

ASSIS, Araken de –Manual dos recursos – 2 ed. Ver., atual e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais 2008.

(20)

CRUZ, José Roberto. Lições de História do Processo Civil Lusitano. Editora Revistas dos Tribunais. 1ª Ed. 2009.

DUTRA, Renata Queiroz; MELLO FILHO, Luis Philippe. Recurso de Revista e Agravo de Instrumento - Teoria e Pratica. Ed. Ltr. 2017

GIGLIO, Wagner D. Direito Processual do Trabalho - 16ª Ed. 2007, Editora: Saraiva.

MARTINS, Sergio Pinto, Direito do Trabalho. 32.ed. São Paulo: Atlas, 2016.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra, Curso de Direito Processual do Trabalho - 15ª Ed. 2017.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra, Manual de Processo do Trabalho - 3ª Ed. 2016.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra, Org. Novo CPC - Repercussões No Processo do Trabalho, Editora: Saraiva. 2015

POGREBINSCHI, Thamy, O que é o Pragmatismo Jurídico? Disponível em http://www.cis.puc-rio.br/cis/cedes/PDF/paginateoria/pragmatismo.pdf

SCHIAVI, Mauro, Aspectos Polêmicos E Atuais Da Recorribilidade Das Decisões Interlocutórias No Processo Do Trabalho. Disponível em http://mauroschiavi.com.br/wp-

content/uploads/2015/08/Aspectos-polemicos-e-atuais-da-recorribilidade-das-decisoes-interlocutorias-no-processo-do-trabalho.pdf Acesso 11 de maio de 2017.

VIANA, Juvêncio Vasconcelos. História do processo: uma análise do código de processo civil

de 1939 sob o prisma terminológico. Disponível em:

http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/9201-9200-1-PB.pdf Acesso em 08 de maio de 2017.

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