• Nenhum resultado encontrado

PDF PT Jornal Brasileiro de Pneumologia 1 9 portugues

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "PDF PT Jornal Brasileiro de Pneumologia 1 9 portugues"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

J Pneumol 29(1) – jan-fev de 2003 43

Condrossarcoma de esterno

Condrossarcoma de esterno

*

NELSON PERELMAN ROSENBERG1 (TECIRURGIATORÁCICA), IVO LEUCK JR.2 (TECIRURGIATORÁCICA), CELSO SCHULER3, FERNANDO DELGIOVO3, EDUARDO SPADARIDE ARAÚJ O4, PAULA VASCONCELOS MARTINI4

As neoplasias do esterno são patologias extremamente raras. A falta de grandes séries na literatura faz com que avaliações prospectivas de tratamento sejam muito difíceis. Relata-se o caso de uma paciente

septagenária possuidora de um grande condrossarcoma de esterno, tratada cirurgicamente.

(J P n e u m o l 2 0 0 3 ;2 9 (1 ):4 3 -4 )

S tern al chon drosarcom a

S tern al n eoplasm s are very un com m on . T he lack of con sisten t reports in the literature ren ders it difficult to m ak e prospective evaluation s. T he authors report the case of a seven ty-year old

wom an who presen ted with a chon drosarcom a of the stern um , treated at their service.

RELATO DE CASO

* Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Nos-sa Senhora da Conceição, Porto Alegre, RS.

1 . Chefe do Serviço e da Residência de Cirurgia Torácica do Hosp ital Nossa Senhora da Conceição. Titular do Colégio Brasileiro de Ci-rurgiões. Título de especialista em Cirurgia Torácica.

2 . Cirurgião do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Nossa Senho-ra da Conceição. Título de especialista em Cirurgia Torácica. 3 . Residente de Cirurgia Torácica do Hosp ital Nossa Senhora da

Con-ceição.

4 . Residente de Cirurgia Geral do Hosp ital Nossa Senhora da Concei-ção.

En dereço para correspon dên cia – Celso Schuler, Rua Dom Pedro II,

1 .1 6 5 , ap to. 4 0 4 – 9 0 5 5 0 1 4 3 – Porto Alegre, RS. Tel.: (5 1 ) 3 3 4 2 -6 4 -6 7 ; e-mail: celsosc@uol.com.br

Re ce bido p ara p ublicação e m 1 2 / 9 / 0 2 . Ap ro vado , ap ó s re vi-s ã o , e m 1 9 / 1 0 / 0 2 .

Descrit ores – Condrossarcoma. Esterno.

Key words – Chondrosarcoma. Sternum.

dos tumores primários da parede torácica, sendo que 8 0 % têm origem nas costelas e 2 0 % no esterno(2 ).

R

ELATO DO CASO

Mulher de 7 7 anos, branca, agricultora, natural de Amaral Ferrador e proveniente de Encruzilhada do Sul, internou-se no Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Nossa Senhora da Conceição ap resentando volumosa massa protruindo da região esternal. Relatava apareci-mento da lesão havia três anos, sem dor local ou sangra-mento. Negava emagrecimento, queixando-se apenas de dispnéia leve e esporádica. Referia ter operado uma le-são pequena no mesmo local havia oito anos.

Paciente negava história de tabagismo ou etilismo. Na história patológica pregressa, referia hipertensão arterial sistêmica bem controlada com medicação, sem outras doenças. O exame físico era normal, com exceção da massa em região esternal.

Realizou-se, então, uma tomografia computadorizada de tórax, que evidenciou volumosa lesão expansiva sólida insuflante, estendendo-se desde aproximadamente 3 ,0 cm caudais ao manúbrio esternal até a região do apêndice xifóide, com densidade de partes moles e impregnação discreta pelo contraste na fase inicial. A lesão invadia a parede torácica anterior e o mediastino anterior, deslo-cando as estruturas mediastinais póstero-lateralmente para a esquerda.

A cintilografia de esqueleto demonstrou área de hiper-fixação do traçador em corpo do esterno, sem outras áreas anormais no esqueleto. Após os exames de imagem, uma biópsia incisional foi realizada, sendo o resultado anato-mopatológico: neoplasia cartilaginosa bem diferenciada, possível condrossarcoma.

I

NTRODUÇÃO

Sarcoma de partes moles são tumores de origem me-senquimal, incluindo músculos, endotélio, cartilagem e elementos de sustentação, excluindo o sistema reticulo-endotelial e os elementos sanguíneos. A incidência de sarcomas malignos é baixa, 1 ,5 por 1 0 0 .0 0 0 habitantes, ou aproximadamente 8 .0 0 0 novos casos por ano nos Es-tados Unidos(1 ). Os tumores malignos primários da

(2)

Rosenberg NP, Leuck Jr. I, Schuler C, Delgiovo F, Araújo ES, Martini PV

44 J Pneumol 29(1) – jan-fev de 2003

Figura 1

CT de tórax

Figura 2

Ressecção da lesão em bloco com parede torácica

Figura 3

Reconstrução com tela de Marlex

A paciente foi submetida à esternectomia e toracecto-mia, com colocação de tela de Marlex e metilmetacrilato para estabilização da parede torácica. Foi realizado um retalho miocutâneo com músculo reto abdominal direito para fechamento do defeito na parede torácica. O resul-tado anatomopatológico pós-operatório definitivo foi de condrossarcoma de esterno bem diferenciado grau I.

D

ISCUSSÃO

Os condrossarcomas representam aproximadamente 3 0 % das neoplasias ósseas malignas primárias, sendo a mais freqüente a da parede torácica anterior. Esse tumor ocorre mais comumente entre a terceira e quarta décadas de vida, sendo relativamente incomum em pessoas com menos de 2 0 anos. O sexo masculino é mais acometi-do(3 ).

Os condrossarcomas são neoplasias lobuladas que po-dem crescer a proporções massivas e conseqüentemente podem estender-se internamente para dentro do espaço pleural ou externamente, invadindo músculo e tecido adi-poso da parede torácica. Microscopicamente, os achados variam de cartilagem normal até modificações malignas óbvias. A diferenciação entre condroma e condrossarco-ma pode ser extrecondrossarco-mamente difícil(3 ). Massa palpável no

tórax é o sintoma principal em cerca de 8 0 % dos pacien-tes com tumor de parede torácica. Despacien-tes, 6 0 % apresen-tam dor associada(2 ). Insuficiência respiratória e

hemotó-rax são achados mais raros e estão presentes somente quando os tumores são muito extensos(4 ).

Exames de imagem podem ser úteis em sugerir a pato-logia; no entanto, o diagnóstico definitivo requer correla-ção entre a histologia e a radiologia. A tomografia com-putadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) são bons exames para caracterizar o tumor e sua extensão. A TC é superior à RM para demonstrar calcificações, enquanto a

RM é o exame de escolha para avaliar a extensão do tu-mor e suas relações com estruturas adjacentes(4 ).

Os condrossarcomas de parede torácica tipicamente crescem de forma lenta e recidivam localmente. Se não forem tratados, ocorrerão metástases tardias. O comple-to controle da neoplasia primária é o principal determi-nante da sobrevida. O objetivo da primeira cirurgia deve ser uma ressecção ampla o suficiente para prevenir re-corrência local. Isso significa obter uma margem de 4 cm em todos os lados. Esta conduta resulta na cura de apro-ximadamente todos os pacientes, resultando em sobrevi-da em 1 0 anos de 9 7 %(3 ). Alguns autores propõem que,

por ser o diagnóstico histológico pré-operatório difícil, ressecção ampla deve ser feita em todos os casos de neo-plasia da parede torácica(5 ).

R

EFERÊNCIAS

1 . Moley J F, Eberlein TJ . Soft-tissue sarcomas. Surg Clin North Am 2 0 0 0 ; 8 0 :6 8 7 -7 0 8 .

2 . Vaporciyan AA, Swisher SG. Thoracic malignancies. In: Feig BW, Berger DH, Fuhrman GM, editors. The M.D. Anderson surgical oncology hand-book. 2 nded. Houston: Lip p incott Williams & Wilkins, 1 9 9 9 ;1 0 9 -2 9 . 3 . Pairolero PC. Chest wall tumors. In: Shields TW, LoCicero III J , Ponn RB, editors. General thoracic surgery. 5 thed. Philadelp hia: Lip p incott Williams & Wilkins, 1 9 9 9 ;5 8 9 -9 8 .

4 . Fraser RS. The chest wall. In: Fraser RS, et al., editors. Fraser and Paré’s diagnosis of diseases of the chest. 4 th ed. Philadelp hia: W.B. Saunders, 1 9 9 9 ;3 0 3 0 -2 .

Referências

Documentos relacionados

Não foi observada relação sign ificat iva en t re dispnéia de acordo com cada uma das escalas e presença de anormalidades funcionais no repouso e/ou exercício.. Conclusão: O n

As divergências entre os resultados de estudos prévios, em que se tentou diferenciar asma de DPOC pela resposta ao broncodilatador, podem ser expli- cadas por diversos

Destaque especial merece ser dado à correlação SAHOS, sonolência e acidentes de trânsito, muito bem documentada no artigo desta edição.. Nós pneumologistas, cada vez

As lesões foram avaliadas quanto a sua localização e tamanho, grau de captação do radiofármaco e o standardized uptake value (SUV, valor padronizado de captação) máximo

Diversos fatores associados à sonolência, como obesidade, alterações da arquitetura do sono, número e gravidade dos eventos respiratórios durante o sono, foram identificados

O risco relativo total de desenvolver hipoxemia foi 0,34 (IC95%: 0,19-0,59) no grupo que recebeu corticosteróide em comparação com o grupo controle.. Conclusão: A análise da

frequência cardíaca e SpO 2 , em relação aos tempos de medidas (T1: antes do procedimento; T2: após 10 min do término do procedimento; T3: após 30 min do término

Além do empenho de várias sociedades médicas, entre elas a Sociedade Brasileira de Pulmonologia e Tisiologia e a Associação Latino- americana de Tórax, e, no