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LAVRA A CÉU ABERTO SEM TRATAMENTO MINERAL MINA PÉ DE SERRA ANM /2001 EIA - ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL VOLUME I

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Academic year: 2022

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2020

CERN - Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais Ltda.

EIA - ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL VOLUME I

RIO PIRACICABA SANTA BÁRBARA - MG

LAVRA A CÉU ABERTO SEM TRATAMENTO MINERAL

MINA PÉ DE SERRA

ANM 830.370/2001

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APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta o Estudo de Impacto Ambiental – EIA objetivando a instrução do processo de licenciamento das atividades de lavra de minério de ferro na área correspondente ao ANM 830.370/2001 localizado nos municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara, Minas Gerais, de titularidade da JMN Mineração S.A, denominada Mina Pé de Serra.

O presente licenciamento objetiva a produção de ROM para 1.000.000 TPA sem tratamento mineral, sendo, portanto, enquadrado no porte de Classe 3, orientado LAC1 (LP+LI+LO)

O ROM extraído será beneficiado nas instalações de beneficiamento de minerações na região, devidamente licenciadas para esta atividade.

Assim, este Estudo de Impacto Ambiental, elaborado em o atendimento a Solicitação 2020.07.01.003.0004130, emitida pelo Sistema de Licenciamento Ambiental – SLA, foi estruturado de forma a caracterizar a área de inserção do empreendimento a partir de procedimentos metodológicos específicos, constituindo o diagnóstico ambiental, o qual diz respeito à base de dados necessária para se avaliar a sua viabilidade, considerando também, para tanto, os aspectos operacionais do empreendimento a ser ampliado.

Cabe ainda salientar que esses trabalhos foram conduzidos por uma equipe interdisciplinar e tiveram como base os dispositivos da legislação federal, estadual e municipal em vigor, atendendo o Termo de Referência para a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto Ambiental, da FEAM.

Ressalta-se que os estudos ambientais foram desenvolvidos de forma integrada e permitiram correlacionar a evolução regional à ampliação do empreendimento. Para tanto, buscou-se a maior precisão possível de todos os dados levantados e, dentre eles, elegeu-se um elenco de informações que traduz as reais interferências do empreendimento na região onde será implementado, constituindo, assim, a principal diretriz dos trabalhos desenvolvidos.

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ÍNDICE

Volume I

1. INTRODUÇÃO ... 6

1.1. Identificação do Empreendedor ... 6

1.2. Localização do Empreendimento ... 7

1.3. Contextualização Ambiental, Geográfica, Econômica e Plano Mineral ... 8

1.3.1. Localização ... 8

1.3.2. Clima ... 13

1.3.3. Relevo ... 14

1.3.4. Bacias Hidrográficas ... 16

1.3.5. Biomas ... 17

1.3.6. Áreas de Relevância Ambiental e Sujeitas a Restrição de Uso ... 20

1.3.7. Contextualização do Empreendimento ... 21

1.4. Zoneamento Ecológico-Econômico de Minas Gerais ... 22

1.4.1. Áreas Prioritárias para a Biodiversidade ... 37

1.4.2. Plano Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas ... 47

2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E CONSULTORIA ... 49

3. ASPECTOS LEGAIS ... 49

3.1. Normas Jurídicas Referentes ao Tema ... 50

3.1.1. Normas Federais ... 50

3.1.2. Normas Estaduais ... 55

3.2. Legislação Federal ... 66

3.2.1. Recursos Minerais na Constituição Federal ... 66

3.2.1.1. Concessão Mineral no Brasil ... 67

3.2.2. Obrigatoriedade de Licenciamento Ambiental ... 68

3.2.3. Reabilitação de Áreas Degradadas ... 71

3.2.4. Responsabilidade Penal e Administrativa ... 72

3.3. Legislação Municipal de Rio Piracicaba/MG, Relacionada ao Meio Ambiente ... 72

3.4. Legislação Municipal de Santa Bárbara/MG, Relacionada ao Meio Ambiente ... 74

4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO... 76

4.1. Alternativas Locacionais ... 76

4.2. O Empreendimento ... 77

4.2.1. Descrição da Atividade de Lavra ... 77

5. ÁREAS DE INFLUÊNCIA ... 83

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5.1. Definição das Áreas de Influência ... 83

5.1.1. Área de Influência Direta (AID) ... 86

5.1.2. Área de Influência Indireta (AII) ... 86

5.1.3. Área Diretamente Afetada (ADA) ... 87

6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 89

6.1. Meio Físico ... 89

6.1.1. Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos ... 89

6.1.2. Clima ... 90

6.2. Meio Biótico ... 91

6.2.1. Flora ... 91

6.2.2. Fauna ... 91

6.3. Meio Socioeconômico ... 93

7. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ... 94

7.1. Órgão de Licenciamento Ambiental ... 100

7.2. Processo de Avaliação de Impacto para Instalação da Mina Pé de Serra ... 100

LISTA DE FIGURAS Volume I Figura 1.1 - Localização do Empreendimento ... 8

Figura 1.2 - Mapa de Localização do empreendimento nas Regiões Intermediárias ... 10

Figura 1.3 - Mapa de Localização do empreendimento nas Regiões Imediatas ... 11

Figura 1.4 - Mapa de Localização dos Núcleos Urbanos Próximos a Pé de Serra ... 12

Figura 1.5 - Mapa de Localização da Mina Pé de Serra na Estrutura Viária Regional ... 13

Figura 1.6 - Domínios Climáticos na Região da Mina Pé de Serra ... 14

Figura 1.7 - Compartimentação Geomorfológica da Região da Mina Pé de Serra ... 16

Figura 1.8 - Mapa Geral de Localização das Bacias Hidrográficas em relação a Pé Serra ... 17

Figura 1.9 - Localização da Mina Pé de Serra nos Biomas de Minas Gerais, IBGE 2004 ... 19

Figura 1.10 - Mapa com as Áreas de Relevância na Região de Inserção da Mina Pé de Serra 21 Figura 1.12 - Qualidade Ambiental na ADA da Mina Pé de Serra ... 25

Figura 1.13 - Zoneamento Ecológico-Econômico ADA da Mina Pé de Serra ... 27

Figura 1.14 - Vulnerabilidade Natural ADA Mina Pé de Serra ... 28

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Figura 1.15 - Potencialidade Social do município de Rio Piracicaba e ADA da Mina Pé de

Serra ... 30

Figura 1.16 - Prioridade de Conservação ADA da Mina Pé de Serra ... 31

Figura 1.17 - Áreas Prioritárias Para Recuperação ADA da Mina Pé de Serra. ... 32

Figura 1.18 - Qualidade de Água na ADA da Mina Pé de Serra ... 34

Figura 1.19 - Nível de comprometimento da Água Superficial, ADA Mina Pé de Serra ... 36

Figura 1.20 - Nível de comprometimento de Água Subterrânea, ADA Pé de Serra ... 37

Figura 1.21 - Localização da ADA Mina Pé de Serra nas Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade – MMA ... 39

Figura 1.22 - Mapa Síntese das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade de Minas Gerais ... 42

Figura 1.23 - Localização da ADA da Mina Pé de Serra em Relação às Áreas Prioritárias para a Flora ... 44

Figura 1.24 - Áreas prioritárias para a conservação da herpetofauna em Minas Gerais ... 45

Figura 1.25 - Áreas prioritárias para a conservação da avifauna em Minas Gerais ... 46

Figura 1.26 - Áreas prioritárias para a conservação da Mastofauna em Minas Gerais ... 47

Figura 4.1 - Arranjo Geral – Mina Pé de Serra ... 80

Figura 5.1 - Interferência da futura área de lavra da Mina Pé de Serra (JMN) com as unidades operacionais da Mina Água Limpa (Vale) ... 85

Figura 5.2 - Áreas de influência dos meios físico e biótico da Mina Pé de Serra ... 88

Figura 5.3 - Áreas de influência do meio socioeconômico da Mina Pé de Serra ... 89

Figura 7.1 - Meio Ambiente, Proteção e Conservação Ambiental ... 95

LISTA DE QUADROS Volume I Quadro 4.1 - Cálculo de Reserva ANM 830.370/2001 ... 78

Quadro 4.2 - Reserva Lavrável ANM 830.370/2001 ... 78

Quadro 4.3 - Escala de Produção Anual ... 79

Quadro 4.4 - Relação dos Equipamentos ... 81

Quadro 4.5 - Dimensionamento de pessoal ... 82

Quadro 7.1 - Matriz de Avaliação de Impactos Reais ... 103

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1. INTRODUÇÃO

Este Estudo de Impacto Ambiental - EIA visa instruir o processo de licenciamento ambiental para a atividade de lavra a “céu aberto” sem beneficiamento, correspondente a produção de 1.000.000 t/ano de ROM, na área do ANM 830.370/2001 de titularidade da JMN Mineração S.A, denominada Mina Pé de Serra, a qual será a responsável pelo referido empreendimento. A atividade foi classificada como Classe 3 segundo a DN COPAM 217/2017 e, consequentemente, orientada para as fases de LP+LI+LO concomitante.

As operações serão realizadas em terrenos da Vale SA, localizados nos municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara.

O estudo está de acordo com o preconizado na Resolução CONAMA nº. 001/86 e no Termo de Referência da FEAM GER001 que estabelece “Roteiro Básico para a Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental – EIA”.

1.1. Identificação do Empreendedor

Razão Social JMN Mineração S.A.

Inscrição no CNPJ do Ministério da Fazenda 08.579.947/0001-00

Principal Atividade

Explotação e Beneficiamento de Minérios de Ferro e Disposição de Rejeitos/Estéril

Representante Legal Rodrigo Sousa Nogueira

Endereço

Praça Doutor Augusto Gonçalves, 146 - sobreloja 02 Centro – Itaúna - CEP: 35.680-054

Representante para contato

Yash Rocha Maciel - Gerente de Meio Ambiente

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1.2. Localização do Empreendimento

As áreas propostas para as operações de lavra referente ao ANM 830.370/2001 estão situadas nos municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara, Minas Gerais, conforme apresentado no Desenho EIA-MPS-01 – Mapa de Situação.

Localiza-se próximo à região central do estado de Minas Gerais, na aba leste do Quadrilátero Ferrífero (Q.F.), distante 130 km a leste de Belo Horizonte e 3 km a sudoeste da cidade de Rio Piracicaba.

O acesso à mesma, a partir de Belo Horizonte, é feito pela BR-262/381, rumo leste, sentido Vitória (ES). Percorridos cerca de 110 km alcança-se o trevo que dá acesso aos municípios de Rio Piracicaba e Alvinópolis, onde se toma à direita, no sentido sul, a rodovia MG123.

O Desenho EIA MPS 02 - Mapa de Localização e Acessos mostra a localização do ANM 830.778/88 em relação ao estado de Minas Gerais e sua proximidade a algumas minas de minério de ferro na região.

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Figura 1.1 - Localização do Empreendimento

1.3. Contextualização Ambiental, Geográfica, Econômica e Plano Mineral 1.3.1. Localização

O recorte das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias de 2017 incorpora as mudanças ocorridas no Brasil ao longo das últimas três décadas. O processo socioespacial recente de fragmentação / articulação do território brasileiro, em seus mais variados formatos, pode ser visualizado em vários estudos desenvolvidos no IBGE.

O recurso metodológico utilizado na elaboração da presente Divisão Regional do Brasil valeu- se dos diferentes modelos territoriais oriundos de estudos pretéritos, articulando-os e interpretando a diversidade resultante. A região torna-se, por meio dessa opção, uma construção

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do conhecimento geográfico, delineada pela dinâmica dos processos de transformação ocorridos recentemente e operacionalizada a partir de elementos concretos (rede urbana, classificação hierárquica dos centros urbanos, detecção dos fluxos de gestão, entre outros), capazes de distinguir espaços regionais em escalas adequadas de referência. Essas regiões são estruturas a partir de centros urbanos próximos para a satisfação das necessidades imediatas das populações, tais como: compras de bens de consumo duráveis e não duráveis; busca de trabalho;

procura por serviços de saúde e educação; e prestação de serviços públicos, como postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, do Ministério do Trabalho e de serviços judiciários, entre outros.

As Regiões Geográficas Intermediárias correspondem a uma escala intermediária entre as Unidades da Federação e as Regiões Geográficas Imediatas. Preferencialmente, buscou-se a delimitação das Regiões Geográficas Intermediárias com a inclusão de Metrópoles ou Capitais Regionais (REGIÕES, 2008). Em alguns casos, principalmente onde não existiam Metrópoles ou Capitais Regionais, foram utilizados centros urbanos de menor dimensão que fossem representativos para o conjunto das Regiões Geográficas Imediatas que compuseram as suas respectivas Regiões Geográficas Intermediárias.

A área de inserção do empreendimento, localizada nos municípios de Rio Piracicaba, que pertence à Região Geográfica Intermediária de Ipatinga e Santa Bárbara, pertence à Região Geográfica Intermediária de Belo Horizonte.

A Região Geográfica Intermediária de Ipatinga é uma das treze regiões intermediárias do estado brasileiro de Minas Gerais e uma das 134 regiões intermediárias do Brasil, criadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017. É composta por 44 municípios, distribuídos em três regiões geográficas imediatas.

Sua população total estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 1º de julho de 2018 é de 1 022 834 de habitantes, distribuídos em uma área total de 13 223,106 km². Ipatinga é o município mais populoso da região intermediária, com 261 344 habitantes, de acordo com estimativas de 2018 do IBGE.

Enquanto, a Região Geográfica Intermediária de Belo Horizonte é composta por 74 municípios, distribuídos em cinco regiões geográficas imediatas.

Sua população total estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 1º de julho de 2018 é de 6.237.890 de habitantes, distribuídos em uma área total de 40.768,239 km².

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Belo Horizonte é o município mais populoso da região intermediária, além de ser capital do estado, com 2.501.576 habitantes, de acordo com estimativas de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A região geográfica Intermediária de Ipatinga e de Belo Horizonte bem como a área de inserção da Mina Pé de Serra pode ser visualizado na figura abaixo

Figura 1.2 - Mapa de Localização do empreendimento nas Regiões Intermediárias

Considerando as Regiões Imediatas do empreendimento, encontra-se inserido na Região Imediata João Monlevade e na Região Imediata de Santa-Bárbara-Ouro Preto, conforme pode ser visualizado na figura abaixo.

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Figura 1.3 - Mapa de Localização do empreendimento nas Regiões Imediatas

A sede de Rio Piracicaba situa-se na região central de Minas, na bacia do Rio Doce. A posição é determinada pelas coordenadas geográficas 19°55’44” sul – 43° 10’26” Oeste. O acesso ao município, a partir de Belo Horizonte, é feito pela BR-262/381, rumo leste, sentido Vitória (ES). O município de Santa Bárbara se posiciona a uma latitude 19º57'34" sul e a uma longitude 43º24'55" oeste e se encontra localizado a noventa e oito quilômetros de Belo Horizonte, utilizando-se a BR 381/262 e a MG 436 como vias de acesso.

As cidades de Rio Piracicaba e Santa Bárbara possuem como municípios limítrofes as cidades de Bela Vista de Minas, João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Alvinópolis, São Domingos da Prata, Itabirito, Rio Acima, Caeté, Mariana, Ouro Preto, Catas Altas e Barão de Cocais. Rio Piracicaba e Santa Bárbara possuem respectivamente extensões territoriais de 367,17 km2 e 686,2 km² representando juntas 0.1787 % de todo território do estado de Minas

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Gerais. A figura abaixo apresenta o mapa de localização dos núcleos urbanos próximos a Mina Pé de Serra.

Figura 1.4 - Mapa de Localização dos Núcleos Urbanos Próximos a Pé de Serra

Acesso Rodoviário a Mina Pé de Serra

A Mina Pé de Serra localiza-se próximo à região central do estado de Minas Gerais, na aba leste do Quadrilátero Ferrífero (Q.F.), distante 130 km a leste de Belo Horizonte e 3 km a sudoeste da cidade de Rio Piracicaba.

O acesso à mesma, a partir de Belo Horizonte, é feito pela BR-262/381, rumo leste, sentido Vitória (ES). Percorridos cerca de 110 km alcança-se o trevo que dá acesso aos municípios de Rio Piracicaba e Alvinópolis, onde se toma à direita, no sentido sul, a rodovia MG123. A figura abaixo apresenta a localização da Mina Pé de Serra na estrutura viária regional.

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Figura 1.5 - Mapa de Localização da Mina Pé de Serra na Estrutura Viária Regional

1.3.2. Clima

De acordo com o Mapa de Climas do Brasil (IBGE, 2005), a região estudada insere-se na sua maior parte no domínio climático “Subquente – Semi úmido com 4 a 5 meses secos”, de temperatura média entre 15° e 18°C em pelo menos um mês do ano, e em menor proporção no domínio “Quente – Semi úmido com 4 a 5 meses secos”, de temperatura média maior que 18°C em todos os meses do ano.

Essa classificação indica que na região do empreendimento há duas estações no que tange a pluviosidade, sendo uma seca e outra chuvosa. Isso ocorre principalmente pela influência da circulação atmosférica, própria das áreas que possuem altos índices de insolação durante a maior parte do ano. O regime de seca ocorre durante o inverno e a concentração pluviométrica

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ocorre no verão. O mapa com as Unidades Climáticas na Região da Mina Pé de Serra pode ser visualizado na figura a seguir.

Figura 1.6 - Domínios Climáticos na Região da Mina Pé de Serra

1.3.3. Relevo

O Estado de Minas Gerais apresenta um diversificado quadro de feições geomorfológicas associadas principalmente, a processos erosivos. Apresenta ainda, relevos antigos testemunhos de superfícies de erosão responsáveis pelo modelado topográfico de seu relevo atual.

A região estudada está inserida no compartimento geomorfológico do “Planaltos Dissecados do Centro-Sul e do Leste de Minas” a qual é constituída predominantemente por formas de dissecação fluvial do tipo colinas, cristas, pontões e vales encaixados, elaboradas sobre rochas granito-gnáissicas do embasamento pré-cambriano.

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Compartimentação e Formas de Relevo da Geomorfologia Local

A Mina Pé de Serra está localizada mais especificamente na zona de recarga do Rio Piracicaba a sul da Serra do Seara, configurada por morros dissecados, suaves e aplainados, onde se encaixam vales e depressões que configuram calhas de córregos secundários, ao exemplo do Córrego Pé de Serra e de seus pequenos afluentes que desaguam no Rio Piracicaba. A sul da mina de Água Limpa, situada próxima ao empreendimento, se visualiza a Serra do Caraça que se destaca na geomorfologia da região.

Os terrenos mais elevados são formados pelos itabiritos da Formação Cauê (Gr. Itabira), localizados na porção NW, aonde se encontram taludes da mina de Água Limpa. Quebras bruscas de relevo não foram observadas, apenas desníveis por vezes bastante acentuados, onde se encontram vales e grotas em meio à mata densa. Nas regiões onde ocorrem rochas gnáissicas o relevo forma morros suaves e abaulados, onde afloram grandes lajedos de rocha. A figura abaixo, apresenta a compartimentação geomorfológica da região de inserção da Mina Pé de Serra.

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Figura 1.7 - Compartimentação Geomorfológica da Região da Mina Pé de Serra

1.3.4. Bacias Hidrográficas

A área a ser licenciada localiza-se a sudoeste da região urbana do município de Rio Piracicaba, na aba leste do Quadrilátero Ferrífero (Q.F.), ao sul da Serra do Seara. Ela faz parte da bacia do Rio Piracicaba, tributário da margem esquerda da bacia do Rio Doce.

Mais precisamente, a região de entorno do empreendimento é drenada pelas águas do córrego Água limpa e Córrego Pé de Serra, ambos afluentes da margem esquerda do Rio Piracicaba, conforme apresentado na figura abaixo.

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Figura 1.8 - Mapa Geral de Localização das Bacias Hidrográficas em relação a Pé Serra

1.3.5. Biomas

A região da Mina Pé de Serra, segundo IBGE, 2019, insere-se no bioma da Mata Atlântica, no entanto, devido à proximidade dos limites desse bioma com o Cerrado, a região em estudo pode ser considerada um ecótone, ou seja, transição entre os biomas de Cerrado e Mata Atlântica.

O Bioma de Mata Atlântica divide-se em duas principais ecorregiões: a floresta atlântica costeira e a de interior, incluindo as florestas nos diferentes gradientes de altitude (desde o nível do mar, até 1.800 m – campos de altitudes), com consequentes variações de tipos de solos, umidade, temperatura, entre outros fatores, cuja, combinação resulta em uma diversidade de paisagens que abriga rica biodiversidade (MITTERMEIER et al., 1999). A Mata Atlântica, apresenta endemismos de espécies vegetais (MORI et al., 1983), de insetos (BROWN, 1987), anfíbios (HADDAD & SAZIMA, 1992), aves (STOTZ et al., 1996) e mamíferos (KINSEY,

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1982). Porém, muitos desses organismos endêmicos encontram-se ameaçados de extinção, pois o bioma é considerado um dos mais fragmentados e ameaçados do globo (BIBBY et al., 1998).Além de ser um dos maiores repositórios de biodiversidade do planeta, o Bioma da Mata Atlântica está entre os cinco primeiros colocados na lista dos Hotspots de biodiversidade no mundo, abrigando cerca de 70% dos animais ameaçados de extinção no Brasil (185 dos 265 listados em 2002).

Em função da localização no bioma Mata Atlântica, cabe destacar a existência de legislação específica com relação a este bioma, devido às suas características relevantes. A importância da Mata Atlântica passou a ser amplamente reconhecida no final da década de 1980, quando foi declarada Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988. Alguns anos depois, em 1993, por meio do Decreto Federal nº 750/93, foi definido legalmente o domínio desse bioma e a proteção de seus remanescentes florestais e matas em regeneração, formulando legalmente os termos da proteção para os ecossistemas integrantes desse domínio. O Decreto Federal nº 750/93 vigorou até a sua revogação, em 2008, pelo Decreto nº 6.660. Também normativa específica da Mata Atlântica, a Lei Federal nº 11.428, de 22 de Dezembro de 2006, propõe requisitos para garantir a conservação da vegetação nativa remanescente, determinando critérios de utilização e proteção, além de impor critérios e restrições de uso, diferenciados para estes remanescentes, considerando a vegetação primária e os estágios secundário inicial, médio e avançado de regeneração.

O Cerrado, por sua vez, possui a mais rica flora dentre as savanas do mundo (mais de 7.000 espécies), com alto nível de endemismos. O Cerrado apresenta diferentes fisionomias: cerrado propriamente dito, campo cerrado, campo sujo, campo limpo, cerradão, floresta seca e floresta pluvial. A riqueza de espécies da fauna é igualmente expressiva, acompanhando assim a diversidade da estratificação vegetal (KLINK & MACHADO, 2005). Diversas espécies de animais e vegetais encontram-se ameaçadas de extinção no Cerrado e estima-se que 20% dessas espécies não ocorram em áreas legalmente protegidas. O Cerrado apresenta maior taxa de desmatamento do Brasil, sendo que apenas 2,2% de sua área encontram-se legalmente protegidas (KLINK & MACHADO, 2005).

Devido à sua importância biológica e ao alto grau de ameaça a que está sujeito, tanto o Cerrado quanto a Mata Atlântica são considerados hotspots, ou seja, áreas prioritárias para conservação da biodiversidade a nível mundial (MYERS et al., 2000). No entanto, essas áreas estão sujeitas a fortes pressões antrópicas, econômicas e sociais advindas da aceleração de desenvolvimento

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industrial, exploração econômica dos recursos naturais, caça, extrativismo, poluição, destruição e fragmentação de habitat, associados a uma série de fatores que, consequentemente, submeteram estes dois biomas a uma intensa degradação de seus recursos naturais, comprometendo a sobrevivência das populações de espécies vegetais e animais (MYERS et al., 2000; BIODIVERSITAS, 2005).

A figura abaixo apresenta o mapa de biomas e de vegetação compilados dos dados do IBGE.

De forma geral, ainda que inserida na transição entre os biomas de Cerrado e Mata Atlântica a região da Mina Pé de Serra apresenta-se bastante alterada em decorrência de atividades antrópicas próximas a área.

Figura 1.9 - Localização da Mina Pé de Serra nos Biomas de Minas Gerais, IBGE 2004

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1.3.6. Áreas de Relevância Ambiental e Sujeitas a Restrição de Uso

Tem-se em Minas Gerais o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), enquadrando as unidades nas categorias de Proteção Integral e de Uso Sustentável.

A Lei Estadual 14.309/2002, em seu Artigo 23, estabelece que são unidades de conservação de proteção integral: (I) Parque Estadual; (II) Estação Ecológica; (III) Refúgio da Vida Silvestre;

(IV) Monumento Natural; (V) Reserva Biológica.

No Artigo 24 da mesma lei, são estabelecidas as unidades de conservação de uso sustentável:

(I) Área de Proteção Ambiental; (II) Área de Relevante Interesse Ecológico; (III) Reserva Extrativista; (IV) Floresta Estadual e (V) Reserva Particular do Patrimônio Natural e, conforme alteração promovida pela Lei 19.484/2011, (VI) Área de Proteção de Mananciais.

Existem algumas Reservas Particulares do Patrimônio Natural-RPPN no raio de 30 Km da Mina Pé de Serra. As duas que se encontram mais próximas à Mina Pé de Serra são as RPPN Diogo e Belga Mineira. Estas áreas tem por objetivo a proteção dos recursos ambientais representativos da região e são utilizadas para o desenvolvimento de atividades de cunho científico, cultural, educacional e recreativo. Pode-se constatar também pela figura que no perímetro do Buffer de 30 km existem Áreas de Proteção Ambiental (APA) dotadas de atributos bióticos e abióticos, especialmente importantes para a manutenção dos processos ecológicos e para a qualidade de vida e o bem-estar das populações vizinhas ao empreendimento. A área de relevância mais próxima a Mina Pé de Serra fica a cerca de 2 km, ao sul do empreendimento, no município de Rio Piracicaba denominada RPPN Diogo, já citada à cima. A figura abaixo apresenta as áreas de relevância próximas a Mina Pé de Serra.

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Figura 1.10 - Mapa com as Áreas de Relevância na Região de Inserção da Mina Pé de Serra

1.3.7. Contextualização do Empreendimento

A JMN Mineração é parte integrante da J. Mendes, a qual possui empreendimentos atuantes nos municípios de Congonhas e Ouro Preto/MG há mais de uma década, operando uma mina de minério de ferro. A JMN tem enfoque na extração e comercialização do minério de ferro.

Sua atividade na Mina Pé de Serra irá gerar matérias-primas que são transformadas em produtos indispensáveis à sociedade, contribuindo para o crescimento econômico do país.

A JMN Mineração tem como compromisso desenvolver suas atividades industriais com base nos princípios da sustentabilidade. A sustentabilidade se originou da conscientização crescente, na década de 1980, de que os países precisavam descobrir formas de promover o crescimento de suas economias sem destruir o meio ambiente ou sacrificar o bem-estar das futuras gerações.

A partir desta época, o termo sustentabilidade se transformou em tema de causas sociais e

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ambientais, principalmente no mundo dos negócios, onde emergiu o entendimento de que empresa sustentável gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com quem interage.

Para ser sustentável, a empresa ou empreendimento tem que buscar permanentemente, em suas ações, decisões, processos e produtos de qualidade, o controle da poluição e uso adequado dos recursos naturais.

Por reconhecer que as operações minerárias interferem diretamente na sociedade, a JMN adota uma postura responsável para conduzir os negócios dentro da legislação ambiental vigente e voltada à adoção de práticas de preservação e recuperação ambiental. A empresa implementa soluções que contribuem com o desenvolvimento sustentável. A JMN pretende implantar nos municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara um Programa de Educação Ambiental, que buscará disseminar o conhecimento sobre o meio ambiente, incentivando as comunidades e seus colaboradores a trabalharem, individual e coletivamente, para contribuir com a utilização sustentável dos recursos.

A JMN planeja implementar na Mina Pé de Serra, monitoramento hidrológico, que permite acompanhar a influência da mineração nas fontes hídricas da região, bem como executará um sistema de gestão de resíduos que permitirá destinar corretamente e com segurança todos os resíduos produzidos dentro dos empreendimentos minerários.

1.4. Zoneamento Ecológico-Econômico de Minas Gerais

Os critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil foram definidos pelo Decreto Federal Nº 4.297, de 10 de julho de 2002 que regulamenta o art. 9, inciso II, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, como instrumento de organização do território, como base e orientação nas fases de planejamento e implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, e estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a privilegiar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade brasileira.

Minas Gerais tem seu Zoneamento Ecológico-Econômico/ZEE-MG editado e publicado no

“Minas Gerais” em 29 de Dezembro de 2008, através da Deliberação Normativa COPAM nº 129, de 27/12/2008, como instrumento fundamental e bem sucedido, de apoio ao planejamento e à gestão das ações governamentais do meio ambiente do Estado de Minas Gerais. A Política Estadual de Meio Ambiente instituiu o ZEE como um dos instrumentos de planejamento e

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gestão ambiental do Estado, tendo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) realizado os estudos necessários a sua elaboração em parceria com a UFLA – Universidade Federal de Lavras.

O ZEE-MG contribui para as políticas públicas para o ordenamento territorial, conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos ambientais, harmonizando a proteção da natureza com o desenvolvimento social e econômico, respeitando as vocações e peculiaridades regionais.

Os resultados do ZEE-MG, especialmente os mapas, cartas e outros produtos, deverão ser utilizados como instrumentos auxiliares para o licenciamento ambiental, alteração de uso do solo, fiscalização, controle e monitoramento de recursos naturais.

O ZEE é composto por conceitos, diretrizes, critérios, etc., tendo como produtos mapas que mostram a vulnerabilidade natural, a potencialidade social e as áreas prioritárias para conservação e recuperação, dentre outros.

De acordo com a referida Deliberação Normativa COPAM, todos os dados e produtos do ZEE - incluindo as questões relativas à gestão de recursos hídricos - devem ser permanentemente atualizados, de acordo com os mecanismos próprios da gestão pública (Planos de Recursos Hídricos, Diretrizes dos Comitês de Bacia e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, etc.).

O ZEE-MG, portanto, objetiva concretizar uma base sistemática e integrada de informações, constituindo uma ferramenta fundamental de apoio ao planejamento e gestão territorial fornecendo subsídios técnicos à definição de áreas prioritárias para a proteção e conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e ambiental, orientando o governo e a sociedade civil na elaboração dos seus programas e em seus investimentos. Estes, aos serem planejados e implementados respeitando- se as características de cada zona de desenvolvimento, poderão promover com maior efetividade a melhoria na qualidade dos serviços prestados e na qualidade de vida de toda a sociedade do Estado de Minas Gerais.

Portanto, o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais – ZEE-MG consiste na elaboração de um diagnóstico dos meios geobiofísico e sócio-econômico-jurídico- institucional, gerado a partir de duas cartas principais, de Vulnerabilidade Ambiental e de Potencialidade Social, que sobrepostas conceberam áreas com características próprias que determinam o zoneamento territorial.

A Área Diretamente Afetada – ADA pela Mina Pé de Serra foi avaliada no âmbito do ZEE com o objetivo de subsidiar diagnósticos gerais e uma perspectiva global sobre a realidade da

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mesma, além de auxiliar na análise de prognósticos de impactos ambientais. A consulta ao IDE – SISEMA, Infraestrutura de Dados Espaciais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos instituída pela Resolução Conjunta SEMAD/FEAM/IEF/IGAM nº 2.466/2017, foi realizada em janeiro de 2020 e a espacialização dos resultados são apresentadas nos itens a seguir.

Um dos produtos do ZEE-MG é o mapa de Qualidade Ambiental elaborado a partir dos mapas de Conservação da Flora, Erosão Atual e Qualidade da Água.

Em relação a ADA da Mina Pé de Serra a análise do ZEE, retratada na figura abaixo, indica que a área é predominantemente classificada como baixa quando relaciona-se à Qualidade Ambiental, embora um pedaço da ADA está localizada na parte média.

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Figura 1.11 - Qualidade Ambiental na ADA da Mina Pé de Serra

O Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais – ZEE-MG consiste na elaboração de um diagnóstico dos meios geobiofísico e socioeconômico-jurídico-institucional, gerado a partir de duas cartas principais, de Vulnerabilidade Ambiental e de Potencialidade Social, que sobrepostas conceberam áreas com características próprias que determinam o zoneamento territorial.

Considerando localização da Mina Pé de Serra apresenta-se, a seguir, o mapeamento regional das Zonas Ecológico-Econômicas, bem como o contexto de Vulnerabilidade Ambiental e de Potencialidade Social. A Figura abaixo ilustra as Zonas Ecológico-Econômicas relacionadas à Mina, destacando-se as zonas, e suas respectivas características específicas para a proteção e conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento, que serão diretamente afetadas pelas estruturas previstas para a operação das atividades minerárias.

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As Zonas Ecológico-Econômicas foram definidas da seguinte maneira:

Zona de desenvolvimento 1: Esta zona é formada pela classe AA do Índice Ecológico- Econômico - IEE. São áreas de elevado potencial social que pressupõem condições de gerenciar empreendimentos de maior porte e causadores de maiores impactos socioambientais. São caracterizadas por possuírem capacidades nos níveis estratégico, tático e operacional e de serem facilmente estimuladas para alavancar o desenvolvimento sustentável local. Nessa zona, os locais são menos vulneráveis ambientalmente, os empreendedores têm melhores condições para implantar ações preventivas e mitigadoras de impactos.

Zona de desenvolvimento 2: Esta zona é formada pela classe AB do IEE. São áreas de elevado potencial social que pressupõem condições de gerenciar empreendimentos de maior porte e causadores de maiores impactos socioambientais. São caracterizadas por possuírem capacidades nos níveis estratégico, tático e operacional e de serem facilmente estimuladas para alavancar o desenvolvimento sustentável local. Nessa zona, os locais são mais vulneráveis ambientalmente, e os empreendedores devem procurar estabelecer maior gama de ações preventivas e mitigadoras de impactos.

Zona de desenvolvimento 3: Esta zona é formada pela classe BA do IEE. São áreas de potencial social intermediário e baixa vulnerabilidade natural que demandam ações que incentivem o desenvolvimento, considerando que o meio ambiente tem maior poder de resiliência, aumentando a efetividade das ações mitigadoras.

Zona de desenvolvimento 4: Esta zona é formada pela classe CA do IEE. São áreas de baixo potencial social e baixa vulnerabilidade natural, dependentes de assistência direta e constante do governo do estado ou do governo federal em áreas básicas de desenvolvimento, levando em conta que o meio natural fornece condições propícias para este desenvolvimento.

Zona de desenvolvimento especial 5: Esta zona é formada pela classe BB do IEE. São áreas de potencial social intermediário e alta vulnerabilidade natural que demandam ações que incentivem o desenvolvimento, considerando que o meio ambiente tem baixo poder de resiliência, diminuindo a efetividade ou inviabilizando ações mitigadoras.

Zona de desenvolvimento especial 6: Esta zona é formada pela classe CB do IEE. São áreas de baixo potencial social e alta vulnerabilidade natural, dependentes de assistência direta e constante do governo do estado ou do governo federal em áreas básicas de desenvolvimento, levando em conta que o meio natural é um elemento limitante.

A ADA da Mina Pé de Serra ocupa predominante a Zona Ecológica-Econômica 2.

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O zoneamento referente às Zonas Ecológica-Econômica 2 corresponde a áreas de elevado potencial social que pressupõem condições de gerenciar empreendimentos de maior porte e causadores de maiores impactos socioambientais. São caracterizadas por possuírem capacidades nos níveis estratégico, tático e operacional e de serem facilmente estimuladas para alavancar o desenvolvimento sustentável local. Nessa zona, os locais são mais vulneráveis ambientalmente, e os empreendedores devem procurar estabelecer maior gama de ações preventivas e mitigadoras de impactos.

Analisando a Figura a seguir, pode-se verificar que a área da Mina Pé de Serra, é representada totalmente pela Zona Ecológica-Econômica 2.

Figura 1.12 - Zoneamento Ecológico-Econômico ADA da Mina Pé de Serra

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O conceito de Vulnerabilidade Natural, segundo o ZEE é a incapacidade do meio-ambiente de resistir ou recuperar-se de impactos antrópicos negativos. Pressupõe-se uma situação atual que deve persistir ou se recuperar. A ADA da Mina Pé de Serra é composta em sua maioria por áreas de Alta Vulnerabilidade Natural, conforme apresentado na figura abaixo.

Figura 1.13 - Vulnerabilidade Natural ADA Mina Pé de Serra

A classe Potencialidade Social é definida a partir de um conjunto de informações articuladas e representadas pela categorização dos municípios e permite compreender as principais tendências de uso do território, suas formas de produção e os modos e condições de vida a elas associados dentro do que preconiza a Agenda 21 brasileira: “que o desenvolvimento será construído sob uma ótica integradora que vê o território em estreita ligação com o capital humano.” (AGENDA 21, 2002, p.26). Além disso, a carta de Potencialidade Social está em

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sintonia com as diretrizes metodológicas do Ministério do Meio Ambiente que conceitua o ZEE como “um instrumento político e técnico do planejamento, cuja finalidade última é otimizar o uso do espaço e as políticas públicas." (MMA& SAE, 1997, p.12).

Segundo diretrizes do ZEE, tem-se como pressuposto que todo município tem uma Potencialidade Social que determina seu ponto de partida para o Desenvolvimento Sustentável.

O “Ponto de Partida de Potencialidade Social” é, então, medido pela situação atual de cada município nas dimensões produtiva, natural, humana e institucional. Tendo em vista essas considerações compreende-se como Potencialidade Social o conjunto de condições atuais, medido pelas dimensões produtiva, natural, humana e institucional, que determina o ponto de partida de um município ou de uma microrregião para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, analisando não só os municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara como também a ADA da Mina Pé de Serra em sua totalidade, conforme a figura abaixo verifica-se que são caracterizados em maior parte como sendo Muito Favorável ao desenvolvimento sustentável. Essa situação se traduz em uma boa capacidade que os dois municípios possuem de oferecer resposta proporcional aos investimentos realizados em áreas estratégicas ou em setores específicos. Portanto, são áreas que possuem capacidades nos níveis estratégico, tático e operacional, possuem estímulos da política pública e investimentos significativos em setores básicos e intermediários de desenvolvimento local.

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Figura 1.14 - Potencialidade Social do município de Rio Piracicaba e ADA da Mina Pé de Serra

Baseando-se na Vulnerabilidade Natural, associada às variáveis de Qualidade Ambiental, o ZEE-MG define as áreas prioritárias para Conservação de Recursos Naturais e para Recuperação Ambiental.

O mapa das áreas prioritárias indica aquelas áreas que ainda possuem elevada qualidade ambiental, em locais naturalmente frágeis e sob provável pressão humana. Essas são áreas muito úteis para os organismos gestores e de fiscalização e são áreas onde o poder público ainda pode intervir favoravelmente para conservar recursos biológicos.

O mapeamento de áreas prioritárias também fornece subsídios para o planejamento e gestão, pois direcionam esforços de recuperação, conservação e/ou desenvolvimento de acordo com a necessidade de cada área.

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A análise da figura abaixo permite concluir que a ADA da Mina Pé de Serra insere-se em totalidade em área de Prioridade de Conservação Baixa. As áreas de baixa prioridade para conservação são aquelas que apresentam Vulnerabilidade Natural baixa, Qualidade Ambiental também baixa. Vale ressaltar que a prioridade para conservação se refere única e exclusivamente à conservação de recursos biológicos ainda existentes.

A figura a seguir apresenta o mapa de áreas prioritárias apresentando aqueles locais onde ainda há necessidade de conservar os recursos biológicos. Em locais intensamente antropizados onde há pouca biodiversidade a conservar, como é o caso da ADA da Mina Pé de Serra, as unidades de conservação já existentes no entorno, tem a função não de conservar, mas, principalmente, de recuperar a biodiversidade na região.

Figura 1.15 - Prioridade de Conservação ADA da Mina Pé de Serra

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Quando há vulnerabilidade natural alta de uma determinada área com qualidade ambiental também alta é atribuída relevância para a conservação do espaço territorial. Em contrapartida, quando a prioridade de conservação é baixa, tal dado incide diretamente sobre a variável Prioridade de Recuperação, indicando que essas áreas merecem atenção especial no tocante à recuperação das áreas impactadas.

A figura abaixo apresenta a ADA da Mina Pé de Serra considerando a análise da camada Prioridade de Recuperação. A análise do mapa indica que a área é predominantemente Muito Alta e considerando a baixa Qualidade Ambiental, planos e ações devem ser tomados para que sejam somente mantidas as condições da área.

Figura 1.16 - Áreas Prioritárias Para Recuperação ADA da Mina Pé de Serra

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Qualidade da Água

A qualidade das águas é representada por um conjunto de características, geralmente mensuráveis, de natureza química, física e biológica. Sendo um recurso comum a todos, foi necessário, para a proteção dos corpos d'água, instituir restrições legais de uso. Desse modo, as características físicas e químicas da água devem ser mantidas dentro de certos limites, os quais são representados por padrões, valores orientadores da qualidade de água, dos sedimentos e da biota (Resoluções Conama nº 357/2005, Conama nº 274, Conama nº 344/2004, e Portaria N°

518, do Ministério da Saúde).

Os ecossistemas aquáticos incorporam, ao longo do tempo, substâncias provenientes de causas naturais, sem nenhuma contribuição humana, em concentrações raramente elevadas que, no entanto, podem afetar o comportamento químico da água e seus usos mais relevantes.

Entretanto, outras substâncias lançadas nos corpos d'água pela ação antrópica, em decorrência da ocupação e do uso do solo, resultam em sérios problemas de qualidade de água, que demandam investigações e investimentos para sua recuperação.

Os aspectos mais graves dos poluentes referem-se às substâncias potencialmente tóxicas, oriundas de processos industriais.

Por outro lado, atualmente, observa-se, ainda, a presença, em ambientes eutrofizados, ricos em matéria orgânica, de microalgas capazes de produzir toxinas com características neurotóxicas e hepatotóxicas.

Conforme mencionado, a qualidade das águas de superfície depende de uma série de fatores, tais como geologia, tipo de vegetação, ecossistema do corpo d’água e influência antropogênica, sendo esta última a principal responsável pelas maiores alterações verificadas na composição das águas naturais (PATRUS et. al., 2001).

O conhecimento das características qualitativas das águas permite a avaliação das condições de poluição dos corpos d’água e sua variação ao longo do tempo e espaço, subsidiando assim a adoção de medidas de proteção, quer preventivas, quer de minoração dos impactos. Segundo o ZEE a ADA da Mina Pé de Serramostra-se em sua totalidade com o nível de Qualidade da Água Alto, conforme a figura a seguir.

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Figura 1.17 - Qualidade de Água na ADA da Mina Pé de Serra

O ZEE-MG pondera sobre o comprometimento das águas superficiais e subterrâneas a partir do Nível de Comprometimento (NC). O NC foi definido como sendo a razão entre o volume de água superficial outorgado dentro de uma sub-bacia (MELLO et al., 2008) e o volume oficialmente disponível (30% da Q7,10), permitindo identificar zonas problemáticas no contexto de emissão de outorga. Em termos práticos, o NC permite expressar oficialmente o nível atual de uso de água e por consequência identificar as regiões com maior ou menor grau de comprometimento, devendo-se atentar para o fato de que a concessão de novas outorgas altera seu valor. Outro aspecto, é que ele representa a relação demanda – oferta, que tem seu caráter relativo e específico para a região representada, pois, uma dada região pode apresentar-se com baixa oferta de água, que significa vulnerabilidade natural alta, mas não estar comprometida pela demanda outorgada e apresentar-se, portanto, como uma região onde ainda é possível obter

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outorga para uso da água. O inverso também é verdadeiro, ou seja, uma região naturalmente rica em água pode apresentar-se completamente comprometida, decorrente de elevada concessão de outorgas.

A utilização das águas subterrâneas na área em questão se resume ao abastecimento público e industrial e ao rebaixamento dos níveis d’água em minerações. Os recursos hídricos subterrâneos possuem importância técnico-econômica para o abastecimento público das comunidades urbanas e rurais.

No caso do eventual rebaixamento do nível d’água nas minas é importante ressaltar que parte do volume retirado é restituída às bacias de drenagem, não representando, portanto, um entrave para a utilização pública (IBRAM, 2003).

Assim, segundo mostram as duas figuras a seguir nota-se, sobremaneira, que o nível de comprometimento de 100% da água superficial e subterrânea da ADA da Mina Pé de Serra é Muito Baixo, sendo tal comportamento homogêneo para todas as drenagens naturais, indicando a possibilidade de concessão de novas outorgas na região.

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Figura 1.18 - Nível de comprometimento da Água Superficial, ADA Mina Pé de Serra

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Figura 1.19 - Nível de comprometimento de Água Subterrânea, ADA Pé de Serra

1.4.1. Áreas Prioritárias para a Biodiversidade

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente vem fazendo uso de critérios científicos para a identificação de áreas prioritárias nos ecossistemas mais ameaçados. Entre 1997 e 2000, o Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira, conhecido como PROBIO, realizou uma ampla consulta para a definição de áreas prioritárias para conservação nos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado e Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos, e na Zona Costeira e Marinha.

Pela primeira vez foi possível identificar as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, avaliar as condicionantes socioeconômicos e tendências atuais da ocupação humana do território brasileiro, bem como formular as ações mais importantes para conservação dos nossos recursos naturais (blog.mma.gov.br).

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O Mapa das Áreas Prioritárias constitui uma das ações realizadas pelo Governo do Brasil em cumprimento das obrigações do país junto à Convenção sobre Diversidade Biológica, firmada durante a Conferência RIO-92. Seu objetivo foi avaliar a situação da biodiversidade dos vários biomas brasileiros, identificando as condicionantes ambientais, sociais e econômicos, e estabelecer propostas para a sua conservação, utilização sustentável e a repartição dos benefícios decorrentes da sua utilização. As Áreas Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade foram reconhecidas pelo Decreto nº 5.092, de 21 de maio de 2004, e pela Portaria MMA nº 126, de 27 de maio de 2004.

A figura abaixo apresenta a localização das áreas prioritárias no Estado de Minas Gerais para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira definidas pelo MMA/PROBIO (2006). Através da análise da figura a seguir pode-se observar que a Mina Pé de Serra não está inserida em nenhuma área prioritária para a Conservação da Biodiversidade.

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Figura 1.20 - Localização da ADA Mina Pé de Serra nas Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade – MMA

Em Minas Gerais a Fundação Biodiversitas elaborou o documento denominado Biodiversidade em Minas Gerais – Um atlas para a sua conservação em 1998. Em 2005 foi realizada a sua revisão. Este documento apresenta um levantamento de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em nosso Estado, atribuindo categorias diversas para as variadas regiões de Minas.

A partir da promulgação da Deliberação Normativa COPAM nº 55, de 13 de junho de 2002, o documento: "Biodiversidade em Minas Gerais: Um Atlas para sua Conservação” tornou-se, oficialmente, o principal instrumento para as entidades públicas no planejamento e formulação das políticas públicas estaduais de conservação, estabelecendo normas, diretrizes e critérios que passaram a nortear a conservação no Estado.

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No Atlas da Biodiversitas, é feita a delimitação de áreas prioritárias procurando enfatizar a proteção de espécies ameaçadas, raras e endêmicas, uma vez que a conservação de seus habitats salvaguarda outras espécies e, inevitavelmente, contribui para a conservação dos ecossistemas (GLOWKA et al., 1996 in DRUMMOND et al, 2005).

Uma vez definidas como prioritárias, as áreas são classificadas nas seguintes categorias de importância biológica: especial, extrema, muito alta, alta e potencial. Os critérios utilizados como base para essa classificação foram:

Importância biológica especial: áreas com ocorrência de espécie(s) restrita(s) a áreas e/ou ambiente(s) único(s);

Importância biológica extrema: áreas com alta riqueza de espécies endêmicas, ameaçadas ou raras e/ou com fenômeno biológico especial;

Importância biológica muito alta: áreas com média riqueza de espécies endêmicas, ameaçadas ou raras e/ou que representem extensos remanescentes significativos, altamente ameaçados ou com alto grau de conservação;

Importância biológica alta: áreas com alta riqueza de espécies em geral, presença de espécies raras ou ameaçadas, e/ou que representem remanescentes de vegetação significativos ou com alto grau de conectividade;

Importância biológica potencial: áreas insuficientemente conhecidas, mas com provável importância biológica, sendo, portanto, prioritárias para investigação científica.

Para cada área indicada como prioritária, foram propostas ações para sua conservação. Cabe ressaltar que embora o principal critério considerado para a indicação das áreas tenha sido a importância biológica, a definição dessas ações resultou também da análise conjunta com aspectos não biológicos.

Para as áreas indicadas pelos grupos temáticos como sendo de importância biológica potencial foram mantidas e plotadas em um único mapa intitulado “Áreas Prioritárias para Investigação Científica”. Isso indica que, embora sejam suficientemente conhecidas quanto a um determinado grupo biológico, carecem de informações quanto a outros grupos, o que justifica a sua inclusão como área prioritária para investigação científica.

Essas áreas foram indicadas principalmente com base na presença de remanescentes significativos de vegetação nativa, que, embora pouco conhecidos do ponto de vista científico, figuram como de grande importância para o desenvolvimento de pesquisas básicas sobre fauna e flora.

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Com base neste documento foi elaborado o mapa síntese das áreas prioritárias conforme apresentado na figura abaixo contemplando 112 áreas mais importantes para a conservação da biodiversidade no estado de Minas Gerais. Tais áreas foram definidas pela sobreposição e análise dos mapas gerados pelos grupos temáticos, a saber: Mamíferos, Aves, Répteis e Anfíbios, Peixes, Invertebrados, Flora, Fatores Abióticos, Unidades de Conservação e Componentes Socioeconômicos.

Considerando o detalhamento do mapa síntese, em relação às áreas prioritárias mapeadas pela Biodiversitas, observa-se que a ADA da Mina Pé de Serra, está localizada na “Área 84”, denominada “Florestas da Borda Leste do Quadrilátero Ferrífero”, classificada como de importância biológica extrema, em virtude de Endemismo de anfíbios e aves. Embora seja considerada uma área Extrema para conservação, sofre com pressões antrópicas advindas de atividades agropecuárias, mineração e expansão urbana. Ainda há de se considerar os impactos advindos das queimadas. As recomendações específicas são a realização de inventários, criação de Unidades de Conservação e o respectivo plano de manejo.

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Figura 1.21 - Mapa Síntese das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade de Minas Gerais

Considerando que o mapa síntese das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em Minas Gerais é o produto analisado e interpretado das áreas prioritárias temáticas, já mencionadas, é importante destacar especificamente as áreas prioritárias temáticas separadamente, em relação à fauna e flora, a fim de observar a inserção ou não do empreendimento minerário, no contexto das áreas relevantes para conservação.

Conforme o Atlas da Biodiversidade, as classes dos mapas temáticos foram definidas conforme indicado a seguir:

Importância Biológica Especial: ocorrência de espécies restritas à área e/ou ambiente;

Importância Biológica Extrema: ocorrência de alta riqueza de espécies endêmicas, ameaçadas ou raras no Estado e/ou fenômeno biológico especial;

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Importância Biológica Muito Alta: ocorrência de média riqueza de espécies endêmicas, ameaçadas ou raras no Estado e/ou que representem extensos remanescentes significativos, altamente ameaçados ou com alto grau de conservação;

Importância Biológica Alta: ocorrência de significativa riqueza de espécies endêmicas, ameaçadas ou raras no Estado;

Importância Biológica Potencial: área insuficientemente conhecida, mas com provável importância biológica, sendo, portanto, prioritária para investigação científica.

a) Flora

Tratando-se das áreas prioritárias para conservação da flora em Minas Gerais, conforme mostra a figura abaixo, observa-se que a Mina Pé de Serra está inserida em uma área Muito Baixa para a conservação.

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Figura 1.22 - Localização da ADA da Mina Pé de Serra em Relação às Áreas Prioritárias para a Flora

b) Fauna

Levando em consideração apenas o grupo da herpetofauna, a área de inserção do empreendimento está localizada na área denominada “Espinhaço Sul” (área 16), considerada como de importância biológica especial, devido ao alto número de espécies de distribuição restrita e endêmicas. As maiores pressões antrópicas para o grupo na região são: Desmatamento, fragmentação de hábitat, fogo, reflorestamento, mineração, expansão urbana, turismo desordenado e agropecuária (FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS, 2005).

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Figura 1.23 - Áreas prioritárias para a conservação da herpetofauna em Minas Gerais

Enquanto em consideração o grupo da avifauna em separado a área de inserção do empreendimento está localizada na área denominada como “Espinhaço Sul” (área 64), considerada como de importância biológica extrema, devido ao alto número de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção da Mata Atlântica e Campos Rupestres, além da ocorrência de registros únicos. As maiores pressões antrópicas citadas são: turismo, expansão urbana, incêndios, mineração e caça ilegal (BIODIVERSITAS 2005).

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Figura 1.24 - Áreas prioritárias para a conservação da avifauna em Minas Gerais

Levando-se em consideração o grupo temático da mastofauna em separado, a área de inserção do empreendimento não se configura como prioritária a conservação. A área prioritária, mas próxima a área de estudo é o Complexo Caraça/EPDA Peti (importância biológica alta) localizada a aproximadamente 13km da área de estudo.

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Figura 1.25 - Áreas prioritárias para a conservação da Mastofauna em Minas Gerais

Pode-se concluir que embora existam áreas prioritárias enquadradas em diversas categorias para a conservação da fauna terrestre no entorno da Mina Pé de Serra, a grande pressão antrópica sobre tais áreas favoreceram a descaracterização das mesmas. Tal realidade impõe a necessidade de recuperação das áreas degradadas, bem como preservação dos fragmentos florestais de Mata Atlântica remanescentes, além de desenvolver esforços para viabilizar a conexão entre eles, como a criação de corredores de biodiversidade.

1.4.2. Plano Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas

A avaliação contínua do estado de conservação da biodiversidade e a publicação de listas nacionais de espécies ameaçadas de extinção constituem uma das responsabilidades do

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Ministério do Meio Ambiente, através de seu órgão executor, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

A elaboração e divulgação dessas listas são fundamentais para o estabelecimento de ações prioritárias para a conservação de espécies e ecossistemas, bem como para subsidiar os processos de autorização e licenciamento das diversas atividades antrópicas, definindo critérios e estabelecendo prioridades para criação de áreas protegidas.

A avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira contempla diagnóstico do risco de extinção das espécies, identificando e localizando as principais ameaças, as áreas importantes para a manutenção da espécie e a compatibilidade com atividades antrópicas.

Os levantamentos realizados subsidiam a revisão da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, além de cumprir a meta do governo brasileiro, como signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica – CDB.

Tendo em vista a localização geográfica da Mina Pé de Serra no Bioma da Mata Atlântica e considerando ainda as características das comunidades faunísticas regionais, dentre os PAN’s implementados pelo ICMBio desde o ano de 2004, podem ser destacados os seguintes em relação à conservação das espécies:

• Aves: Aves de Rapina (2006), Galiformes (2008), Papagaios da Mata Atlântica (2010) entre outros.

• Mamíferos: Cervídeos (2010), Ariranha (2010), Lobo Guará (2009), Onça Parda (2011), Pequenos Felinos (2012).

• Invertebrados: Lepidópteros (2010).

• Flora: Sempre Vivas (2010).

Os Planos de Ação Nacionais para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção ou do Patrimônio Espeleológico - PAN são políticas públicas, pactuadas com a sociedade, que identificam e orientam as ações prioritárias para combater as ameaças que põem em risco populações de espécies e os ambientes naturais e assim protegê-los.

O engajamento do empreendimento no tema do presente capítulo torna-se de fundamental importância nos processos de licenciamento ambiental, pois possibilita ao empreendedor promover, de acordo com as especificações técnicas pertinentes o monitoramento da fauna na área de influência do empreendimento minerário, contribuindo para a definição das estratégias para conservação das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção por meio dos Planos

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de Ação Nacionais – PAN’s, priorizando os estudos em relação àquelas espécies sob maior grau de ameaça.

2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E CONSULTORIA

Para que sejam realizados contatos acerca do presente estudo, são indicados os seguintes responsáveis pela JMN Mineração S.A e pela CERN - Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais Ltda, definidos como empreendedor e consultoria, respectivamente:

3. ASPECTOS LEGAIS

Neste capítulo são apresentados os principais dispositivos legais – federais e estaduais – aplicáveis à instalação e operação de empreendimentos minerários.

O setor minerário, sobretudo empreendimentos que possam causar impactos ambientais, deve obedecer a uma série de dispositivos legais, tendo em vista a previsão da obrigatoriedade de se elaborar estudos ambientais (EIA/RIMA e PCA) durante a etapa de planejamento, os quais exercem o papel de instrumentos essenciais no contexto do processo de licenciamento ambiental.

JMN Mineração SA CNPJ – 08.579.947/0001-00

Endereço: Rua Dr. Augusto Gonçalves, 146 – Sobre loja 02 Centro – Itaúna CEP 35.680-054

Contato: Yash Rocha Maciel Fone: (37) 3249-9000

CERN - Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais Ltda CNPJ – 26.026.799/0001-89

Av. Cristóvão Colombo, 550/901 – Funcionários – Belo Horizonte CEP: 30.140-150

Fone: (31) 3261-7766

Responsável Técnico: Nívio Tadeu Lasmar Pereira – Geólogo CREA 28.783/D

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Embora a legislação ambiental em vigor trate de outros empreendimentos potencialmente causadores de grandes danos ao meio ambiente, será dado, aqui, enfoque especial aos dispositivos legais que regem o setor minerário. Ressalta-se que, dada a sua complexidade, a atividade minerária, a partir do processo de beneficiamento e formação das cavas, pilhas e barragens, provoca algumas alterações irreversíveis no meio ambiente, sendo, assim, objeto de tratamento especial no que diz respeito aos dispositivos legais.

A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento, por sua vez, é exigida por Lei, além de ser um instrumento de planejamento e antevisão dos efeitos causados pelas ações do projeto. Como descrito anteriormente, tanto a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (art. 225, §1º, inc. IV) quanto a Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989 (art. 214, §1º, inc. IV c/c §2º) estabeleceram que o Poder Público deve exigir, na forma da Lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, Estudo Prévio de Impacto Ambiental.

3.1. Normas Jurídicas Referentes ao Tema

A concepção do empreendimento considerou as seguintes normas jurídicas federais e estaduais (as normas ambientais dos municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara encontram-se ao final deste capítulo):

3.1.1. Normas Federais a) Constituição Federal

- Constituição da República, promulgada em 05 de outubro de 1988;

b) Leis Complementares

- LC nº 140, de 08 de dezembro de 2011, que fixa normas, nos termos dos inc. III, VI e VII do caput e parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Referências

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