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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas INTRODUÇÃO

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Academic year: 2022

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INTRODUÇÃO

A acelerada degradação dos recursos naturais compromete a qualidade de vida das atuais e futuras gerações e, por outro lado, leva a sociedade a buscar modelos alternativos que harmonizem o desenvolvimento econômico com a indispensável proteção do meio ambiente.

A crescente preferência dos consumidores por produtos considerados menos agressivos ao meio ambiente impõe um desafio ao setor produtivo, influindo fortemente na competitividade das empresas.

O que se apresenta neste novo cenário é um indicativo de que a proteção ambiental está deixando de ser considerada responsabilidade exclusiva dos órgãos oficiais de meio ambiente, passando a ser compartilhada por todos os setores da sociedade.

Adequando-se à tendência mundial, e cientes da sua responsabilidade frente às questões ambientais, algumas instituições de financiamento, dentre as quais o Banco do Nordeste, assinaram a Carta de Princípios do Desenvolvimento Sustentável no âmbito do Protocolo Verde, na qual são orientadas diretrizes e estratégias para a incorporação da variável ambiental no processo de concessão e gestão de crédito oficial e benefícios fiscais às atividades produtivas.

Este Manual é o resultado de uma etapa de trabalho desenvolvida pelo Banco do Nordeste. Nele procurou-se disponibilizar um instrumento para suprir a carência de informações sobre os aspectos ambientais de atividades produtivas, ao mesmo tempo em que foram desenvolvidos e implementados mecanismos operacionais para a observância da variável ambiental no seu processo de concessão e gestão de crédito.

O trabalho foi produzido por uma equipe de consultores contratados no âmbito do Convênio BRA/95/002, firmado com o Instituto Interamericano de cooperação para a Agricultura (IICA), contando, ainda, com a participação de diversos técnicos do Banco do Nordeste que colaboraram com a redação e revisão técnica do Manual.

Para a elaboração do conteúdo aqui exposto, foram consultados vários documentos sobre avaliação de impactos ambientais existentes em nível mundial,

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Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) e o Livro de Consulta para Avaliação Ambiental do Banco Mundial.

A concepção do Manual visa promover a informação técnica o mais acessível possível. Neste sentido encontram-se em cada um dos temas abordados, os seguintes tópicos:

a ) Descrição da atividade sob o enfoque ambiental: introduz-se a atividade abordando as principais características ambientais.

b) Os potenciais impactos ambientais negativos: destacam-se os principais impactos ambientais negativos da atividade, buscando interpretá-los de modo simples e prático.

c ) Recomendações de medidas atenuantes: procura informar as principais medidas que podem ser adotadas para mitigar e/ou compensar os impactos ambientais negativos gerados pela atividade.

d) Referências para análise ambiental da atividade: busca-se referenciar a atividade num contexto mais amplo, indicando os principais aspectos que devem ser considerados na análise ambiental.

e ) Quadro-resumo: o objetivo do quadro-resumo é dispor de maneira fácil e acessível os impactos ambientais negativos, relacionando-os com as medidas atenuantes a serem adotadas para minimizar ou compensar o efeito destes impactos, assim como apresentar as principais leis ambientais federais aplicáveis a cada atividade.

Para a seleção dos temas apresentados neste Manual foram consideradas as atividades que mais se desenvolvem ou apresentam potencial para desenvolvimento na Região Nordeste, porém, sem a pretensão de contemplar a totalidade das atividades produtivas ou de esgotar o assunto sobre os temas abordados.

Certamente, muito há que ser acrescentado para o aprimoramento deste trabalho, dadas a diversidade e abrangência do tema, e esperam-se sugestões de todos aqueles que queiram contribuir para a o aperfeiçoamento técnico deste manual em suas próximas edições.

Finalmente, cabe salientar que este documento tem o objetivo de somar esforços para a contrução coletiva de uma sociedade verdadeiramente sustentável.

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CAPÍTULO 1

AGROPECUÁRIA

Para melhor visualização do assunto, este Manual subdivide as atividades Agropecuárias em dois blocos: o da produção vegetal e o da produção animal.

Na Produção Vegetal são tratados aspectos ambientais das atividades agrícolas voltadas para a produção de alimentos e exploração econômica de produtos florestais. Para o desenvolvimento dessas atividades, pressupõem-se ações de planejamento que envolvem utilização de plano de manejo florestal sustentado, reflorestamento ou supressão da cobertura vegetal.

Na Produção Animal analisam-se aspectos ambientais relacionados às atividades de bovinocultura, suinocultura, caprino-ovinocultura, piscicultura e outros ramos do manejo animal.

Na descrição dos impactos ambientais negativos da produção vegetal e da produção animal são examinados, em conjunto, os impactos negativos da utilização de algumas técnicas agrícolas e de produtos veterinários, respectivamente.

Porém, antes de abordar os aspectos ambientais das atividades agropecuárias deve-se ressaltar alguns pontos a serem observados em relação à propriedade rural.

1.1 Aspectos ambientais a serem observados na propriedade rural Os aspectos destacados a seguir devem ser observados na propriedade rural, tendo em vista a sua importância na sustentabilidade da produção e na conservação e preservação dos recursos naturais:

Reserva Legal

A Reserva Legal, de acordo com o Código Florestal Brasileiro, deve ser entendida como a área de, no mínimo, 20% de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, devendo ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua

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da área. Para algumas regiões este mínimo eleva-se para 50% e até para 80%, quando a cobertura vegetal se constitui de unidades fitofisionômicas importantes, como é o caso da Região da Amazônia Legal, que inclui parte do Estado do Maranhão a oeste do meridiano 44° W, de acordo com o determinado na Medida Provisória n.º 1.511-2 de 19/09/96.

A inexistência da Reserva Legal, além do comprometimento ambiental da propriedade, poderá acarretar problemas jurídicos ao proprietário e ao agente financeiro credor, quando for o caso, uma vez que este é co-responsável pelo cumprimento da legislação ambiental vigente (autorização de desmatamento, licenciamento ambiental, aprovação de Plano de Manejo Florestal Sustentado etc.), cabendo àquele a obrigatoriedade da recomposição do percentual mínimo exigido, de acordo com o estabelecido pelo Código Florestal Brasileiro, Lei Federal 4.771 de 15/09/65, alterado pela Lei Federal 7.803 de 18/07/89 e pela Lei Federal 8.171 de 17/01/91, da Política Agrícola.

Deve-se destacar que a Lei Federal 7.803, de 18/07/89, abre uma alternativa para pequenas propriedades com áreas de 20 a 50 hectares, onde podem ser computados para fins de reserva legal todos os maciços florestais existentes, inclusive os exóticos e os formados por espécies frutíferas.

A Lei n.º 8.171, de 17/01/91, que dispõe sobre a política agrícola, considerando as dificuldades encontradas pelos agricultores para cumprir a exigência de manutenção da reserva florestal legal da propriedade, estabelece, no seu artigo 99, a possibilidade de uma recomposição gradual da cobertura vegetal original, mediante o plantio, em cada ano, a partir do ano seguinte ao de promulgação desta Lei, de pelo menos um trinta avos da área total necessária para complementar a referida Reserva.

Além dos aspectos legais, quando se trata de garantir a recuperação da Reserva Legal, outras questões são importantes, entre elas:

•a definição de critérios ambientais mínimos para execução de projetos de recuperação da Reserva Legal como, por exemplo, o plantio de espécies nativas da região e a localização adequada no ecossistema da propriedade;

•o incentivo à pesquisa científica, na busca das espécies nativas e nas formas de manejo adequadas para o plantio;

•a disponibilidade de assistência técnica, mudas e/ou sementes para o agricultor que deseja recuperar sua Reserva Legal;

•o acompanhamento e a fiscalização do processo de recuperação da Reserva

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•o planejamento regional das ações de recuperação, segundo as necessidades ambientais da região.

Áreas de Preservação Permanente / Reservas Ecológicas

Áreas de Preservação Permanente, de acordo com o Código Florestal:

(Lei 4.771/65), são florestas e demais formas de vegetação natural, situadas: (i) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal com largura mínima de 30 a 600 metros, variando em função da largura do curso d’água; (ii) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’águas naturais ou artificiais; (iii) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados

“olhos d’água”; (iv) no topo de morros, montes, montanhas e serras; (v) nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; (vi) nas restingas como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; (vii) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas e (vii) em altitudes superiores a 1.800m, qualquer que seja a vegetação.

Deve-se observar, ainda, que não é permitida a derrubada de florestas situadas em áreas de inclinação entre 25º e 45º, só sendo nelas toleradas a extração de toros quando em regime de utilização racional, que visem a rendimentos permanentes, mediante plano de manejo florestal sustentado, aprovado pelo órgão licenciador competente.

Em suma, além das faixas marginais dos rios, de outros cursos d’água e dos locais de declives acentuados, devem ser consideradas como Áreas de Preservação Permanente aquelas regiões cuja vegetação natural se destine a atenuar os efeitos da erosão das terras, fixação de dunas, estabilização de mangues, formação de faixas de proteção de rodovias e ferrovias, proteção de sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico, asilo de exemplares da fauna ou flora ameaçadas de extinção, além da manutenção de ambientes necessários à vida das populações silvícolas e a assegurar condições de bem- estar público (Art. 3° Lei Federal – 4771/65).

Na forma dos Art. (s). 1º e 3º da Resolução COMANA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) n.º 004/85 são consideradas Reservas Ecológicas as formações florísticas, as áreas de florestas de preservação permanente e demais formas de

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a) Ao longo dos rios ou de qualquer corpo d’água, em faixa marginal além do leito maior sazonal medido horizontalmente, cuja largura mínima seja de:

•30 metros para os rios com menos de 10 metros de largura;

•50 metros para os rios de 10 a 50 metros de largura;

•100 metros para os rios de 50 a 200 metros de largura;

•200 metros para os rios de 200 a 600 metros de largura;

•500 metros para os rios com largura maior de 600 metros.

b) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais, desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima seja de:

• 30 metros para os que estejam situados em área urbana;

• 100 metros para os que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d’água com até 20 hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 metros;

• 100 metros para as represas hidrelétricas;

c) Nas nascentes permanentes ou temporárias, incluindo os olhos d’água e veredas, seja qual for a situação topográfica, com faixa mínima de 50 metros a partir da margem, de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia de drenagem contribuinte, entre outras.

Faz-se necessário destacar que a supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com a prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social (Lei Federal 4771/65).

Por fim, cabe ressaltar a importância do cumprimento da Lei, por parte do agricultor, mantendo em sua propriedade as Áreas de Preservação Permanente, que garantem a proteção dos recursos naturais, especialmente dos recursos hídricos, da flora e da fauna.

Conservação de Solos

O objetivo da Conservação de Solos é combater a erosão e evitar o seu empobrecimento através utilização de técnicas racionais, tais como manejo adequado, rotação de culturas, adubação de reposição, manutenção dos níveis desejáveis de matéria orgânica etc., mantendo e melhorando a sua fertilidade.

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A Lei Federal 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a Política Agrícola, em seu Capítulo VI, da Proteção ao Meio Ambiente e da Conservação dos Recursos Naturais, através do artigo 19 inciso II, diz que o Poder Público deverá disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo e da água, da fauna e da flora. Nesse propósito as entidades governamentais de financiamento ou gestoras de incentivos deverão condicionar a concessão de qualquer benefício à comprovação do licenciamento ambiental devendo avaliar as implicações decorrentes da implantação de qualquer empreendimento visando minimizar os impactos negativos do negócio com relação ao meio ambiente.

Assim sendo, é fundamental que a propriedade agrícola tenha seu pedido de financiamento condicionado à adoção de práticas conservacionistas de proteção dos recursos naturais.

Para tanto, torna-se importante que a extensão rural estabeleça um processo de educação informal que objetive o uso racional dos recursos naturais e a prestação da assistência técnica pertinente, para a consolidação das práticas conservacionistas que garantirão a continuidade e a sustentabilidade do processo produtivo da propriedade.

Dentre as práticas conservacionistas existentes pode-se citar:

a) Práticas de caráter edáfico:

São aquelas que visam manter ou melhorar a fertilidade e as características físicas, químicas e microbiológicas dos solos. Baseiam-se principalmente no ajustamento da capacidade de uso, na eliminação ou controle das queimadas e na rotação de culturas.

O ajustamento à capacidade de uso refere-se ao limite máximo de uso do solo, além do qual o mesmo sofrerá com a erosão. Por exemplo, os solos com declive muito acentuado têm capacidade de serem usados, no máximo, para reflorestamento, sendo desaconselhável o uso com culturas anuais.

No sistema de rotação de culturas, devido às diferentes exigências nutricionais das plantas, o solo seria levado menos intensamente à exaustão de seus nutrientes, especialmente pela contribuição diferenciada da matéria orgânica e pela perspectiva de intensa e diversificada atividade microbiológica. É o caso do consórcio do algodão, milho ou trigo com a soja em que tanto os cultivos como o

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além do melhoramento das condições físicas do solo. Acrescente-se, como decorrência, que nesses casos reduz-se a incidência de ciclos de pragas e doenças, evitando-se ataques com maior intensidade e o conseqüente aumento do uso de agrotóxicos.

b) Práticas de caráter vegetativo:

São práticas que visam controlar a erosão utilizando a cobertura vegetal do solo, protegendo-o através da interceptação das gotas da chuva, evitando as enxurradas, fornecendo matéria orgânica e sombreamento para o solo. Entre as práticas de caráter vegetativo, encontram-se o reflorestamento, as culturas em faixas e/ou em nível, o plantio de grama nos taludes das estradas, as faixas de árvores formando quebra-ventos, o controle das capinas, a roçada do mato em vez de arranquio, a cobertura do solo com palha ou acolchoamento, entre outras.

c) Práticas de caráter mecânico:

São as práticas que utilizam máquinas no trabalho de conservação, introduzindo algumas alterações no relevo, procurando corrigir os declives acentuados com construção de patamares em nível que interceptam as águas de enxurradas.

Entre as principais práticas mecânicas de conservação de solos estão o preparo do solo e plantio em curvas em nível, a subsolagem, os terraços, a disposição racional dos carreadores, entre outras.

d) Práticas culturais e de manejo:

São práticas que visam melhorar a estrutura do solo. Dentre elas pode-se citar a adubação verde, o plantio direto, entre outras.

O plantio direto, por deixar de gradear, arar, escarificar, ou seja, revolver a terra, como é feito no preparo convencional, revolucionou conceitos milenares e criou uma nova forma de manejo dos solos agrícolas, que reduz significativamente as perdas de solo e água, incrementa a quantidade de matéria orgânica, entre outros efeitos, que melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos.

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Agrotóxicos

A questão dos agrotóxicos merece neste Manual um destaque à parte do contexto da Produção Vegetal, uma vez que afeta diretamente todo o agroecossistema, incluindo neste contexto o homem.

A Lei Federal n.° 7.802 de 11 de julho de 1989, em seu artigo 2°, define agrotóxico como:

“os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.”

A Lei 7.802, entre outros, dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transpor te, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

Dentro desta visão, a Lei busca englobar todos os produtos utilizados na defesa sanitária vegetal e animal, referidos como “defensivos”, que serão chamados neste Manual de agrotóxicos.

A facilidade de compra (sem receituário agronômico e florestal) e a aparente rápida eficiência dos agrotóxicos têm levado à sua grande utilização, o que ao mesmo tempo leva ao risco do uso indiscriminado, provocando uma aplicação não rentável (subdosagem e/ou superdosagem), além de causar impactos negativos sobre a saúde humana e ao meio ambiente.

Entre os efeitos do uso indiscriminado de agrotóxicos para o meio ambiente, destacam-se a toxicidade aguda e crônica, a contaminação de material e produtos de colheita, dos solos, da água, do ar, além da fauna, da flora e do homem.

A classificação dos agrotóxicos segundo seus grupos destinatários dá uma impressão errada de toxicidade limitada, tais como os grupos de herbicidas, fungicidas, inseticidas etc. A maioria dos produtos é de amplo espectro, tem efeitos letais e/ou inibidores sobre os organismos, afetando seus processos

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Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que anualmente 1,5 milhão de pessoas são intoxicadas por agrotóxicos no mundo, sendo fatal para cerca de 1,8%. (LEVINE, 1986).

Além das substâncias ativas, os agrotóxicos contêm aditivos destinados a dar-lhes aderência, entre outras funções e, segundo a EPA (Agência Norte- Americana de Proteção Ambiental), de 1.200 aditivos examinados, 50 deveriam ser classificados como tóxicos.

Os riscos de contaminação no uso dos agrotóxicos estão em todas as partes do processo, no armazenamento, transporte, na utilização, no descarte de embalagens, além disso, destaca-se o perigo da contaminação dos alimentos, entre outros.

Várias práticas inadequadas de uso de agrotóxicos foram constatadas após anos de estudos e pesquisas realizadas em propriedades rurais no mundo todo, entre elas:

• a aplicação incorreta por par te dos agricultores, geralmente mal informados, com dosagem errada e a não observação dos prazos de carência;

• a utilização de embalagens de agrotóxicos como vasilhame de alimentos e água;

• a não utilização de Equipamentos de Proteção Individual para o manuseio e a aplicação dos agrotóxicos, pois quase nunca existe vestuário adequado às condições climáticas locais e

• a disposição incorreta dos resíduos de agrotóxicos, como embalagens, que provocam a contaminação do solo, da água, do ar, da fauna, da flora e do homem.

Deve-se destacar, ainda, que o amplo espectro da maioria dos agrotóxicos tem provocado constantes alterações nas cadeias alimentares, com a eliminação de espécies úteis, como insetos polinizadores, entre outros, que muitas vezes provocam prejuízos maiores que o da eliminação de algumas espécies consideradas nocivas.

Por fim, é importante salientar que novas práticas de proteção vegetal surgem como alternativa aos agrotóxicos, entre elas estão as práticas de controle biológico, a busca de variedades geneticamente resistentes e o controle integrado, que visam à redução e, quando possível, a eliminação da utilização de agrotóxicos, produzindo

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