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Introdução à análise sensorial de queijos

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Academic year: 2022

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Texto

(1)

Introdução à análise

sensorial de queijos

(2)

Um experiência poli-sensorial

(3)

Um festival de sensações

• Formas, cores, odores, sabores…

• Os queijos oferecem um arco-íris extraordinário de sensações

• Eles oferecem uma experiência sensorial complexa ligada a inúmeros processos de fermentação

• Os 5 sentidos são mobilizados

(4)

Sensações consecutivas em evolução

• O gosto dos queijos evolui a cada dia

• Queijos curados mais tempo tem gostos mais complexos

• Ele varia igualmente ao longo das estações

• O gosto dos queijos evolui

igualmente segundo a temperatura.

• Efeito anestesiante do frio: tirar

os queijos da geladeira uma hora

antes de consumir.

(5)

Os aromas do Comté

(6)

Os aromas do chabichou (cabra)

(7)

A importância do leite cru sobre a complexidade aromática

Leite cru: diferenças microbianas =

essencialmente NSLAB: LHF e enterococos=>

aromas mais intensos ou complexos,

compostos aromáticos muito mais abundantes.

Composição microbiológica do queijo ao final da cura Composição de sabores voláteis e perfil sensorial (análise dos principais componentes)

(8)

Os aromas da juventude, da maturidade, da velhice

Aromas primários

Como os vinhos, os queijos jovens exprimem em

primeiro lugar os sabores ligados à matéria prima, são lácteos e ácidos:

• Escolha vinhos frutados e florais

Aromas secundários

São ligados a uma primeira fase de degradação de componentes que

constituem a matéria prima do leite. Esses queijos

evocam sabores de frutas secas e floresta em

decomposição.

Escolha vinhos mais fortes (com sabores de especiarias e compotas de frutas)

Aromas terciários

São ligados a uma segunda fase de degradação dos constituintes da matéria prima do leite. Tem sabores torrificados, sulfurosos, às vezes de apodrecimento.

Escolha vinhos “animais”, com gosto de terra, bem alcoólicos

(9)

Formação do aroma de um queijo

QUEIJO

PROTEíNAS AÇÚCAR

MG

CATABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS

Interação entre produtos

(10)
(11)

Interesse da análise sensorial

(12)

Questões de estilo: por que se interessar pela AS ?

Para acompanhar a onda de gourmetização dos queijos

artesanais, mostrar uma expertise

Para criar alianças de queijos + bebidas ou outros alimentos

Para enriquecer seu vocabulário (a linguagem utilizada é geralmente pobre e limitada: frutado,

intenso…)

Para detectar defeitos de aromas e texturas

● Atenção para não “traumatizar” o consumidor…

● Sobretudo falar de

personalidades (vigoroso, delicado) associadas a personalidade do queijo.

● Não ter um discurso análitico

que não corresponde à realidade

da degustação

(13)

Os sabores dos queijos

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A percepção dos sabores

O sabor salgado

sua percepção é ligada ao teor de água. Quanto mais água, menos o sal é

perceptível. Quanto menos água, mais o produto

parece salgado e intenso.

De fato, pouco importa o teor de sal. Os queijos azuis são muito salgados (mas não percebemos pois são muito úmidos)

O sabor doce

Raro, mas possível. Ligado a um defeito de dessoramento

insuficiente.

Se o pH aumenta, são menos perceptíveis.

O amargo

Grande diversidade de amargos, com percepções individuais e culturais diferentes (cervejas, endivas, queijos fortes…)

Frequentemente considerado um defeito ligado a degradação excessiva e rápida das proteínas

A acidez

Muito presente em queijo láticos e jovens Não se percebe em queijos muito curados

(15)

As diferenças de percepções

INDIVIDUAIS CULTURAIS

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Alianças de vinhos e queijos

(17)

Pequena gramática de alianças

• As alianças são frequentemente ligadas a um momento presente, nem sempre

reprodutíveis

• Quanto mais o vinho conserva uma certa estabilidade no tempo e envelhece

lentamente, mais ele pode acompanhar

queijos velhos. De acordo com a estação, com suas condições de cura, de conservação,

duração da cura, temperatura no momento da degustação… tudo interfere.

• Melhor provar antes de propor para degustar!

O álcool possui uma virtude importante: ele dissolve a gordura (queijos são ricos em gordura) e a torna mais digestiva. Principalmente quando o queijo é cremoso e “colante”.

Atenção ao reflexo do vinho tinto: os taninos são adstringentes: eles secam o paladar e são

amargos. Esse amargo pode se reforçar em contato com o amargo dos queijos curados. Por outro lado, esses queijos podem quebrar a

estrutura do vinho, que pode parecer seco e sem intensidade. Camembert nunca vai bem com vinho tinto...

(18)

As grandes alianças

Como no amor, as alianças perfeitas podem se fusionar sobre...

tratados comuns

encontros inesperados ou

improváveis ... relações de

dominação

conveniências do terroir

diferenças de

temperamento

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Tratados comuns

● Um Meursault (alianças doces, “patisserie”) com um Brillat-Savarin (queijo gordo e amplo). Uma harmonização gulosa…

● Um comté reserva com um vinho amarelo (gordo e amplo). Explosão de nozes e curry na boca. Uma harmonização intensa.

● Um selles-sur-cher (queijo de cabra fresco com uma pitada de sal) e um vinho Anjou seco de uvas chenin ( aromas exóticos e muito equilibrado):

uma aliança de extrema delicadeza.

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Temperamentos opostos

● Um roquefort (forte e fogoso) com um Sauternes (gordo, açucarado e envolvente). A força é compensada pela doçura.

● Uma Fourme d’Ambert (queijo azul suave e cremoso) e um Banyuls (aromas oxidantes) : brincam no mesmo registro, com menos potência.

● Um Salers ácido (animal) com um whisky (Single Malt Escocês), amplo e

encarnado. Dois gigantes que se respeitam e se pacificam.

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Conveniências do terroir

Um Gewurztraminer (potência floral) com um Munster (cremoso e selvagem). A explosão do terroir alsaciano.

Um Saint-Maure de Touraine (delicado e macio, quase cremoso) e um Sauvignon de Loire (vivo, frutado, entusiasmado). A doçura luminosa do Val de Loire.

Um Jurançon (aromas de agrumes) e um queijo de ovelha dos Pirineus (com aromas marcantes). Uma aliança mineral cheia de frescor.

Um camembert ao leite cru (aromas de curral) e uma Cidra (de maçã, fogosa). Uma

aliança cheia de espontaneidade para um jantar entre amigos.

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Encontros inesperados

● Um Beaufort (equilibrado e complexo) com um vinho do Porto tinto (intenso). O queijo, das montanhas frias, encontra o vinho da península ibérica e exprimem uma intensa complexidade aromática

● Um Volnay (aromas de frutas vermelhas intensas) e uma Tomme de

Savoie (aromas vegetais de champignon). Nenhum sabor amargo, muita convivialidade.

● Um Neufchatel (salgado e potente) e um Savennières (licoroso com

sabores exóticos). A aliança provoca uma sensação de salinidade

marítima muito refrescante.

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Relações de dominação

Quando gosta de mandar e o outro aceita servir…

● Um Etivaz (potente e intenso) e um Champagne blanc de blanc. A bebida acrescenta seu frescor gasoso e seus aromas florais preparam o paladar para o poder do queijo.

● Um Gevrey Chamberin (potente) e um mimolette de 18 meses. O vinho

usa o queijo como trampolin.

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Alianças na prática

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Metodologia para criar uma aliança

● Para imaginar uma aliança, é preciso refletir sobre termos globais

● Primeiro, observar os traços de

personalidade mais fortes do queijo. Ele é potente? Refinado? Equilibrado?

Refinado? Fogoso? Muito aromático?

Introvertido? Cremoso? Quebradiço?

● Desenhar um diagrama recapitulativo das suas principais características.

(26)

Exemplo: Camembert ao leite cru

O Queijo O vinho Personalidade Rústico Espontâneo Sabor

Aromas (naturais)

Animais

(estábulo, alho, sulfuroso…)

Adocicado (frutas)

Aromas (intensos)

Forte

Textura Colante Desengordurante

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Exemplo: Roquefort

O Queijo O vinho

Personalidade Forte, complexo Forte, complexo

Sabor Salgado Doce, açucarado

Aromas (naturais)

Exóticos (banana)

Aromas de agrumes, frutas cristalizadas

Aromas (intensos)

Forte Forte

Textura Cremoso

• Um vinho branco licoroso:

Sauternes, Jurançon, Gewurztraminer...

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(32)
(33)
(34)

gratidão

merci !

Referências

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