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Academic year: 2018

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(1)

Uma Introdu¸

ao `

a Cohomologia Local

por

W´allace Mangueira de Sousa

sob orienta¸c˜ao de

Dr. Roberto Callejas Bedregal (UFPB)

e sob a co-orienta¸c˜ao de

Dr. Napole´on Caro Tuesta (UFPB)

Disserta¸c˜ao apresentada ao Corpo Docente do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica-CCEN-UFPB, como requisito parcial para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica.

(2)
(3)

I

Resumo

O objetivo desta disserta¸c˜ao ´e entender o funtor de Cohomologia Local, assim como algumas de suas propriedades. Mostramos que este funtor tem uma rela¸c˜ao com o funtor Ext. Al´em disso, expomos os seguintes teoremas: Teorema do Anulamento de Grothendieck, Teorema do Anula-mento de Hartshorne, Teorema do N˜ao Anulamento de Grothendieck e o Teorema do Anulamento de Hartshorne-Linchtenbaum.

Palavras chave: Algebra Homol´´ ogica, Cohomologia Local, Ext.

Abstract

The goal this work is to understand the local cohomology functor, and some of its properties. We show that this functor has a relation with the functor Ext. Furthermore, we show the followings theorems: Grothendieck’s Vanishing Theorem, Hartshorne’s Vanishing Theorem, Grothendieck’s Non-Vanishing Theorem and Hartshorne-Linchenbaum’s Vanishing Theorem.

(4)

Introdu¸

ao

(5)

III

Agradecimentos

Agrade¸co a Deus,

Aos meus Pais,

Aos meus amigos,

Ao CNPq,

Ao meu orientador Roberto Callejas Bedregal,

Ao professor Fernando Antonio Xavier,

(6)
(7)

Sum´

ario

1 Preliminares 1

1.1 Funtor de Cohomologia Local . . . 1

1.2 Sequˆencia de Mayer-Vietoris . . . 10

1.3 Funtor de Cohomologia Local via Ext . . . 14

1.4 Ideal Transforma¸c˜ao . . . 19

2 Teorema do N˜ao Anulamento de Grothendieck 23 3 Teorema do Anulamento de Hartshorne-Linchtenbaum 27 A Um pouco de ´Algebra Homol´ogica 33 A.1 M´odulos Injetivos . . . 34

A.2 Funtor derivado . . . 36

A.3 Propriedades B´asicas . . . 37

A.3.1 Transforma¸c˜ao natural . . . 37

A.3.2 Sequencias Exatas de Cocomplexos . . . 38

A.3.3 Prepara¸c˜ao para sequˆencia de Mayer-Vietoris . . . 41

(8)
(9)

Cap´ıtulo 1

Preliminares

1.1

Funtor de Cohomologia Local

O conceito de funtor tor¸c˜ao serve de base para podermos definir o funtor de cohomologia local. Na verdade, o funtor de cohomologia local ´e o funtor derivado do funtor tor¸c˜ao. Come¸camos com alguns conceitos b´asicos da teoria de ´algebra homol´ogica.

Defini¸c˜ao 1.1 SejamU,BeCcategorias. Uma fun¸c˜aoT :U×B−→C´e um bifuntor seT(A,) : B−→C´e um funtor para cada AObjU,T(, B) :U−→C´e um funtor para cada BObjB, e,

para cada par de morfismos A′ f //A emUe B′ g //B emB, existe um diagrama comutativo

T(A′, B)T(A

,g)

/

/

T(f,B′

)

T(A′, B)

T(f,B)

T(A, B′)T(A,g)//T(A, B)

seT(A,−)e T(−, B)forem funtores covariantes, ou

T(A, B′)T(A,g)//

T(f,B′

)

T(A, B)

T(f,B)

T(A′, B)T(A

,g)

/

/T(A′, B)

seT(A,)for covariante e se T(, B)for contravariante, ou

T(A′, B)T(A

,g)

/

/

T(f,B)

T(A′, B)

T(f,B′

)

T(A, B) T(A,g)//T(A, B)

seT(A,)for contravariante e se T(B,)for covariante, ou

T(A, B) T(A,g)//

T(f,B)

T(A, B′)

T(f,B′

)

T(A′, B)T(A

,g)

/

/T(A′, B)

(10)

seT(A,−)eT(−, B) forem contravariantes,∀A∈ObjU eBObjB.

Seja (Λ,≤) um conjunto (n˜ao vazio) parcialmente ordenado direto e suponhamos que temos um sistema inverso deR-m´odulos (Wα)α∈Λ sobre Λ, com homomorfismoshαβ :Wα −→Wβ (para cadaα, βΛ comβ α). SejaT :MR×MR −→MR um bifuntorR-linear que ´e contravariante na primeira vari´avel e covariante na segunda. (Um bifuntor U : MR×MR −→ MR ´e dito ser

R-linear precisamente quando ´e aditivo eU(rf, g) =rU(f, g) =U(f, rg) para todor∈ Re todos os homomorfismosf, gdeR-m´odulos.)

Sejam M, N R-m´odulos e seja f : M −→ N um R-homomorfismo. Para cadaα, β Λ com

βα, o homomorfismo hα

β :Wα−→Wβ induz um R-homomorfismo

T(hαβ, M) :T(Wβ, M)−→T(Wα, M).

Al´em disto, o fato de queT ´e um bifuntor garante-nos que os homomorfismos T(hα

β, M) torna a familia (T(Wα, M))α∈Λ um sistema direto deR-m´odulos e R-homomorfismos sobre Λ. Podemos,

portanto, obter lim−→

α∈Λ

T(Wα, M). Ainda mais, novamente para α, β ∈ Λ com β ≤ α, temos um

diagrama comutativo

T(Wβ, M)

T(Wβ,f)

/

/

T(hα

β,M)

T(Wβ, N)

T(hα

β,N)

T(Wα, M)

T(Wα,f)

/

/T(Wα, N)

e assim, o T(Wα, f) com α ∈ Λ constitui um morfismo de sistemas direto, o qual induz um

R-homomorfismo

lim−→

α∈Λ

T(Wα, f) : lim−→

α∈Λ

T(Wα, M)−→lim−→

α∈Λ

T(Wα, N).

Observa¸c˜ao 1.1 i. Note que lim−→

α∈Λ

T(Wα,−)´e um funtor covarianteR-linear deMRparaMR.

ii. Como o limite direto preserva exatitude, se T for exato `a esquerda, ent˜ao lim−→

α∈Λ

T(Wα,−)

tamb´em o ser´a.

Os dois pr´oximos exemplos s˜ao cruciais em nosso trabalho.

Exemplo 1.1Consideremos Λ =Ncom a ordem usual e o sistema inverso (R/an)n∈N deR

-m´odulos com osR-homomorfismos canˆonicos hn

m:R/an−→ R/am(para n, m∈Ncomm≤n). Desta forma, obtemos os funtores covariantesR-lineares

lim−→

n∈N

HomR(R/an,) e lim−→

n∈N

ExtiR(R/an,−) (i∈N0)

deMR para MR. Al´em disto, a equivalˆencia natural entre os funtores exatos `a esquerdaHomR eExt0

R garante-nos uma equivalˆencia natural entre os funtores exatos `a esquerda

lim−→

n∈N

HomR(R/an,) e lim−→

n∈N

Ext0R(R/an,−).

Exemplo 1.2 Similarmente, consideremos as inclus˜oes hn

m : an −→ am (paran, m ∈N com

m≤n). Ent˜ao, temos os funtores (que s˜ao covariantes eR-lineares)

lim

−→

n∈N

HomR(an,) e lim

−→

n∈N

Exti

(11)

1.1. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL 3

deMR para MR, e, analogamente como no exemplo anterior, uma equivalˆencia natural entre os funtores exatos `a esquerda

lim−→

n∈N

HomR(an,) e lim−→

n∈N

Ext0

R(an,−).

Defini¸c˜ao 1.2 Seja (Λ,≤) um conjunto (n˜ao vazio) parcialmente ordenado direto. Uma familia inversa de ideais (de R) sobre Λ ´e uma familia (bα)α∈Λ de ideais de Rtal que, sempre quando

(α, β)∈Λ×Λ comβ≤α, temos quebα⊆bβ.

Por exemplo, se

b1⊇b2⊇...⊇bn ⊇bn+1⊇...

for uma cadeia decrescente de ideais deR, ent˜ao (bn)n∈N´e uma familia inversa de ideais sobre N

(com a ordem usual). Em particular, a familia (an)n∈N´e uma familia inversa de ideais deRsobre

N(coma⊆ Rideal).

Seja (bα)α∈Λ uma familia inversa de ideais deRsobre Λ. Ent˜ao osR-homomorfismos naturais

β : R/bα −→ R/bβ (para α, β ∈Λ comβ ≤α) transforma (R/bα)α∈Λ em um sistema inverso

sobre Λ. Seguindo o mesmo raciocinio, temos os funtores covariantesR-lineares

lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα,−) e lim−→

α∈Λ

ExtiR(R/bα,−) (i∈N0),

deMR paraMR.

Proposi¸c˜ao 1.1 Seja ϕ= (bα)α∈Λ uma familia inversa de ideais deRsobreΛ.

(i). Existe um funtor covarianteR-linear Γϕ:MR−→MR tal que, para umR-m´oduloM,

Γϕ(M) = [

α∈Λ

(0 :M bα)

e, para um homomorfismo f :M −→N deR-m´odulos, Γϕ(f) : Γϕ(M)−→Γϕ(N)´e apenas a restri¸c˜ao de f ao subm´oduloΓϕ(M) deM.

(ii). Existe uma equivalˆencia natural

φ′(=φ′ ϕ) : lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα,−) //Γϕ.

Logo,Γϕ ´e um funtor exato `a esquerda.

(iii). Em particular, existe uma equivalˆencia natural

φ′(=φ

a) : lim−→

n∈N

HomR(R/an,) //Γ

a,

onde ϕ = (an)n∈N, (Γa := Γϕ) com a ideal de R. O funtor Γa ´e denominado funtor de

a-tor¸c˜ao.

Demonstra¸c˜ao. (ii). Sejaf : M −→N um homomorfismo de R-m´odulos. Para cada α Λ, sejaφbα,M :HomR(R/bα, M)−→(0 :M bα) oR-isomorfismo para o qualφbα,M(h) =h(1 +bα)

(12)

HomR(R/bβ, M)

φbβ ,M

/

/

HomR(hα

β,M)

(0 :M bβ)

HomR(R/bα, M)

φbα ,M

/

/(0 :M bα)

comuta, segue que existe um (´unico)R-isomorfismo

φ′ M : lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα, M) // lim−→

α∈Λ

(0 :M bα) = Γϕ(M).

Al´em disto, como o seguinte diagrama

HomR(R/bα, M)

HomR(R/bα,f)

φbα ,M

/

/(0 :M bα)

Γbα(f)=f|(0:

Mbα)

HomR(R/bα, N)

φbα ,N

/

/(0 :N bα)

comutaαΛ, implica que

lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα, M)

lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα, f)

φ′

M /

/Γϕ(M)

Γϕ(f)

lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα, N)

φ′

N /

/Γϕ(N)

comuta.

Propriedades do Funtor Tor¸c˜ao. SejamM umR-m´odulo ea,bideais deR. 1. Γ0(M) =M e ΓR(M) = 0.

2. Γa(M/Γa(M)) = 0.

3. Seba, ent˜ao Γa(M)⊂Γb(M).

4. Se√a=√b, ent˜ao Γa(M) = Γb(M).

5. Γa+b(M) = Γa(M)∩Γb(M) = Γa(Γb(M)).

Proposi¸c˜ao 1.2 SejamM umR-m´odulo ea um ideal deR. Ent˜ao Γa(M)6= 0se, e somente se,

aZR(M).

Demonstra¸c˜ao. (⇒) Dador∈a. Como Γa(M)6= 0, ent˜ao existem∈Γa(M) com m6= 0. Logo

exite n N tal que anm = 0. Podemos tomar nm´ınimo (Princ´ıpio da Boa Ordena¸c˜ao). Desta forma, existesan−1 tal quesm= 0. Por outro lado,6 rsm= 0, ou seja,rZR(M).

() Sabemos que (Teorema 6.1 (ii) e Teorema 6.5 (i) [1])

ZR(M) = [

p∈AssR(M)

p=p1∪p2∪...∪pn

ComoaZR(M), segue que existe (Proposi¸c˜ao 1.11 (i) [2])j∈ {1, ..., n}tal queapj. Logo

(13)

1.1. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL 5

Defini¸c˜ao 1.3 Um R-m´oduloM ´e dea-tor¸c˜ao seΓa(M) =M.

Observa¸c˜ao 1.2 (i). Na propriedade 5, tomandoa=btemos que Γa(Γa(M)) = Γa(M). Logo,

Γa(M)´e de a-tor¸c˜ao.

(ii). SeM ´e dea-tor¸c˜ao e N ´e um subm´odulo deM, ent˜ao N eM/N s˜ao dea-tor¸c˜ao.

(iii). Sejamrae M um R-m´odulo dea-tor¸c˜ao, ent˜ao M r. //M ´e injetivo⇐⇒M = 0.

Proposi¸c˜ao 1.3 Sejam E um R-m´odulo injetivo e a um ideal de R. Ent˜ao Γa(E)tamb´em ser´a injetivo.

Demonstra¸c˜ao. Usaremos o Crit´erio de Baer (Propriedade 6 dos m´odulos injetivos).

Seja h: b −→Γa(E) um R-homomorfismo (onde b´e um ideal de R). Temos que encontrar xΓa(E) tal queh(r) =rxpara todor∈b. Como Γa(E)≤E, considere o seguinte diagrama (i

´e a inclus˜ao)

0 //b i // h

R

∃l

E

Desde queE´e umR-m´odulo injetivo, existel:R −→Etal queli=h. Sejaf :=l(1). Ent˜ao

h(b) = (li)(b) =l(b) =l(b·1) = bl(1) =bf, assim h(b) =bf para todo b b. Em particular, temosh(b) =b·f ⊂ R ·f. Comoh(b) ´e um subm´odulo de Γa(E), ent˜aoh(b) ´e dea-tor¸c˜ao. Logo h(b)Γa(R ·f) (aplicar o funtor tor¸c˜ao Γa(−) emh(b)⊂ R ·f).

Pelo Lema de Artin-Rees (Teorema 8.5 [1]), existe n N tal que an(R ·f)T

Γa(R ·f) = 0

(comoR ·f ´e finitamente gerado, temos que Γa(R ·f) tamb´em ´e finitamente gerado, al´em disto

Γa(R ·f) = (0 :(R·f)am) para algumm∈N).

Como h(b) = b·f ⊂ Γa(E), temos que (an ·f)T(b·f) = 0. Isto significa que a soma

an·f+b·f ´e direta e que podemos definir um R-homomorfismoφ: (an·f+b·f)−→b·f dado porφ(u·f+b·f) =b·f (para todou∈an e para todob∈b).

Desde que (an+b)·f =an·f+b·f, definiremos ˜h: (an+b)−→b·f por ˜h(v) =φ(vf) para todovan+b. Logo, para todouan e para todo bbtemos que ˜h(u+b) =bf. Considere o seguinte diagrama

0 //(an+b)

˜

h

˜i /

/R

∃˜l

b·f

#

#E

ComoE ´e injetivo, existe umR-homomorfismo ˜l :R −→E tal que ˜h= ˜l˜i, onde ˜i´e a inclus˜ao. Sejax= ˜l(1).

Portanto, para todo r ∈ R temos que ˜l(r) = ˜l(r·1) = r˜l(1) = rx, assim ˜l(r) = rx. Para qualquer uan seque queux= ˜l(u) = ˜l(˜i(u)) = ˜h(u) = ˜h(u+ 0) = 0f = 0, ou seja,xΓa(E).

Al´em disto, para qualquerbbtemos queh(b) =bf= ˜h(0 +b) = ˜h(b) = ˜l˜i(b) = ˜l(b) =bx.

Corol´ario 1.1 Se M for um R-m´odulo de a-tor¸c˜ao, ent˜ao existem um R-m´odulo injetivo E de

a-tor¸c˜ao e um R-monomorfismo M ֒E.

Demosntra¸c˜ao. Seja M um R-m´odulo dea-tor¸c˜ao. Sabemos (Lema A.1 Eckmann-Schopt) que existe um R-m´odulo injetivoE e um R-monomorfismo α:M −→E. Aplicando o funtor tor¸c˜ao Γa, temos que oR-homomorfismo Γa(α) : Γa(M)−→Γa(E) ainda ´e injetivo. A conclus˜ao sai da

(14)

Corol´ario 1.2 Seja M for um R-m´odulo de a-tor¸c˜ao. Ent˜ao M possui uma resolu¸c˜ao injetiva

((E•, f);b

M)tal que osR-m´odulos injetivosEn s˜ao todos dea-tor¸c˜ao.

Demonstra¸c˜ao. Pelo Corol´ario 1.1, existe emR-m´odulo injetivoE0dea-tor¸c˜ao tal queM ֒

→E0.

Novamente pelo Corol´ario 1.1, (como E0/M ´e de a-tor¸c˜ao) existe um

R-m´odulo injetivo E1 de

a-tor¸c˜ao tal queE0/M ֒

→E1. Seguindo o racioc´ınio, existe

R-m´odulo injetivoEn dea-tor¸c˜ao tal queEn−1/En−2֒

→En.

Defini¸c˜ao 1.4 SejamnNea um ideal de R. On-funtor de Cohomologia Local Hn

a ´e definido porHn

a :=RnΓa.

O funtor de cohomologia local ´e um funtor covariante e linear. A seguir, obteremos o nosso primeiro resultado envolvendo o anulamento do funtor de cohomologia local.

Proposi¸c˜ao 1.4 Seja M um R-m´odulo. Ent˜aoHi

a(M)´e dea-tor¸c˜ao para todoi∈N0.

Demonstra¸c˜ao. A afirma¸c˜ao segue da defini¸c˜ao deHi

a(−) e da Observa¸c˜ao 1.2 (ii).

Proposi¸c˜ao 1.5 Seja M um R-m´odulo dea-tor¸c˜ao. Ent˜ao Hi

a(M) = 0 para todoi >0.

Demonstra¸c˜ao. SejaM umR-m´odulo de a-tor¸c˜ao. Pelo Corol´ario 1.2 existe uma resolu¸c˜ao injetiva de M

0 //E0 f0 //E1 f1 //E2 f2 //E3 f3 //...

tal queEn ´e dea-tor¸c˜ao. Aplicando o funtor Γ

a(−) na sequˆencia acima, vemos que n˜ao acontece

nada (pois todos os termos s˜ao de a-tor¸c˜ao). Logo Hn

a(M) := Ker(Γa(fn))/Im(Γa(fn−1)) = Ker(fn)/Im(fn−1) = 0 para todon >0.

Corol´ario 1.3 SejamM eN R-m´odulos tais queN M eN´e dea-tor¸c˜ao. Considere a proje¸c˜ao naturalπ:M −→M/N, ent˜ao:

(i). H0

a(π) :Ha0(M)−→Ha0(M/N)´e sobrejetivo.

(ii). Hi

a(π) :Hai(M)−→Hai(M/N)´e um isomorfismo para todoi >0.

Demosntra¸c˜ao. Considere a sequˆencia exata S: 0 //N f //M π //M/N //0 , onde f : N −→ M ´e a inclus˜ao. Desde que Γa(−) ´e um funtor covariante, temos a seguinte

sequˆencia exata longa, associada a sequˆenciaS,

0 //H0

a(N)

H0

a(f)

/

/H0

a(M)

H0

a(π)

/

/H0

a(M/N)

δ0

/

/H1

a(N)

H1

a(f)

/

/H1

a(M)

H1

a(π)

/

/H1

a(M/N)

δ1 /

/H2

a(N)

Ha2(f)

/

/H2

a(M)

H2a(π)

/

/H2

a(M/N)

δ3 /

/H3

a(N) //· · ·

Pelo Proposi¸c˜ao 1.5, temos que Hai(N) = 0 para todo i > 0. Logo os itens (i) e (ii) seguem

substituindo estes valores na sequˆencia exata longa acima.

Observa¸c˜ao 1.3 Quando definirmos inf esup de algum subconjunto de Z, estaremos assumindo que estes sempre estar˜ao emZS

{∞,−∞}.

(15)

1.1. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL 7

Faremos caracteriza¸c˜oes daa-depth de umR-m´odulo com termos n˜ao cohomol´ogicos.

Lembremos. Seja M um R-m´odulo. Um elemento x∈ R ´e dito ser M-regular se xm 6= 0 para todo 06=m∈ M. Uma sequˆenciax1, x2, ..., xn de elementos deR´e uma M-sequˆencia (de comprimenton) se:

1. x1´eM-regular,x2´e (M/x1M)-regular, ...,xn´e (M/Pn−i=11xiM)-regular.

Al´em disso, se a condi¸c˜ao

2. (M/Pn

i=1xiM)6= 0

for satisfeita, dizemos que a sequˆenciax1, x2, ..., xn ´e umaM-sequˆencia regular. Seafor um ideal deRe sexi ∈apara todoi∈ {1,2, ..., n}, ent˜ao diremos quex1, x2, ..., xn´e umaM-sequˆencia em

a.

Observa¸c˜ao 1.4 Sejam x1, x2, ..., xn ∈ R e s ∈ {1,2, ..., n−1}. Ent˜ao x1, x2, ..., xn ´e uma M

-sequˆencia se, e somente se, xs+1, xs+2, ..., xn ´e uma(M/Psj=1xjM)-sequˆencia e x1, ..., xs´e uma

M-sequˆencia.

Proposi¸c˜ao 1.6 SejamM umR-m´odulo e a ideal deR. S˜ao equivalentes: (a) Existe umaM-sequˆencia de comprimenton∈Nema.

(b) Hi

a(M) = 0para todo i < n.

Demonstra¸c˜ao.(⇒) Sejax1, ..., xnumaM-sequˆencia. Faremos a prova por indu¸c˜ao sobren. Seja

n= 1. Ent˜ao x1 ∈ aT(R \ZR(M)). O que implica Ha0(M) = Γa(M) = 0. Seja n > 1. Como x1, ..., xn−1 ´e umaM-sequˆencia em a, segue (por indu¸c˜ao) que Hai(M) = 0 para todoi < n−1.

Queremos mostrar queHan−1(M) = 0. Pela Observa¸c˜ao 1.4 (s= 1), temos quex1∈ R \ZR(M) e

x2, ..., xn ´e uma (M/x1M)-sequˆencia ema. Considere a seguinte sequˆencia exata

0 //M x1 //M π //M/x

1M //0

ondex1:M −→M ´e definida porx1(m) =x1m. Esta sequˆencia exata curta induz uma sequˆencia

exata longa (lembrando queHi

a(−) ´e linear)

Hn−2

a (M/x1M)

δn−2

/

/Hn−1

a (M)

x1

/

/Hn−1

a (M).

Onde x1 : Han−1(M) −→ Han−1(M) ´e definida por x1(m) = x1m. Desde que x2, ..., xn ´e uma (M/x1M)-sequˆencia ematemos por indu¸c˜ao que

Han−2(M/x1M) = 0.

A conclus˜ao segue dos seguintes fatos: Hn−1

a (M) ´e dea-tor¸c˜ao (Proposi¸c˜ao 1.4) e da Observa¸c˜ao

1.2 (iii).

() Seja Hi

a(M) = 0 para todo i ∈ {1, ..., n−1}. Temos que encontrar uma M-sequˆencia x1, ..., xn ema. Novamente provaremos por indu¸c˜ao sobren. Assim, sejan= 1. Logo, Γa(M) = H0

a(M) = 0. Pela Proposi¸c˜ao 1.2, temos quea6⊂ZR(M). Logo, exister∈a\ZR(M), isto ´e, r´e M-regular ema. O que prova o cason= 1.

Sejan >1. Pelo cason= 1, existe algumx1∈a\ZR(M). Considere a sequˆencia exata (como

anteriormente)

0 //M x1 //M π //M/x

(16)

Temos, assim, a seguinte sequˆencia exata

Haj(M) //Haj(M/x1M) //Haj+1(M), j∈N0.

Ent˜ao, isto mostra que Haj(M/x1M) = 0 para todo j < n−1. Por hip´otese de indu¸c˜ao, existe

umaM/x1M-sequˆenciax2, ..., xn ema. A afirma¸c˜ao ´e concluida da Observa¸c˜ao 1.4.

Defini¸c˜ao 1.6 SejamM umR-m´odulo ea um ideal deR. Definimos o grau dea com respeito a M por:

grauM(a) :=sup{n∈N0| existe umaM-sequˆencia de comprimentonema }.

Observa¸c˜ao 1.5 (i). grauM(a) = 0⇔a⊆ZR(M).

(ii). Sebfor outro ideal deRtal queb⊂a, ent˜aograuM(b)≤grauM(a).

Corol´ario 1.4 SejamM umR-m´odulo e a um ideal deR, ent˜ao grauM(a) =ta(M).

Demonstra¸c˜ao. Sejan′ grau

M(a). Ent˜ao existe umaM-sequˆencia ema,x1, ..., xn comn≥n′. Pela Proposi¸c˜ao 1.6, temos queHi

a(M) = 0 para todoi < n. Desta forma,ta(M)≥n≥n′, o que

implicagrauM(a)≤ta(M).

Por outro lado, seja n ≤ ta(M). Ent˜ao Hi

a(M) = 0 para todo i < n. Novamente pela

Proposi¸c˜ao 1.6, existe uma M-sequˆencia x1, ..., xn em a. O que implica grauM(a) ≥n, ou seja,

grauM(a)≥ta(M).

Proposi¸c˜ao 1.7 SejamM umR-m´odulo e a um ideal deR. S˜ao equivalentes: (a) aM =M.

(b) Hi

a(M) = 0, para todoi∈N0.

(c) grauM(a) =∞.

Demonstra¸c˜ao. Sabemos que (pelo Corol´ario 1.4) (b)(c). Vamos provar (a)(b).

() Sabemos que (pelo Corol´ario 2.5 [2]) existe r a tal que (1r)M = 0. Desta forma, o R-homomorfismo M 1−r //M ´e nulo. O que implica Hj

a(M)

1−r

/

/Haj(M) tamb´em ser nulo

para todoj N0. Suponhamos que existe i ∈ N0 tal que Hai(M)6= 0. Seja 0 6=m′ ∈ Hai(M).

ComoHi

a(M) ´e dea-tor¸c˜ao, existe n∈Ntal que anm′ = 0, assimrnm′ = 0. Podemos escolhern

m´ınimo com a propriedadernm= 0. Note que

rn−1m′ =rn−1m′rnm′=rn−1 (1r)m′

= 0.

O que ´e um absurdo pela minimalidade den.

() Suponhamos, por absurdo, que existe umR-m´oduloM satisfazendo a seguinte condi¸c˜ao: () aM 6=M eHi

a(M) = 0para todoi∈N0.

Considere o seguinte conjunto,

S:={N M |N´e subm´odulo e M/N satisfaz a condi¸c˜ao()}

(17)

1.1. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL 9

Desde queHa0(M) = 0, existe (Proposi¸c˜ao 1.6) algumr∈a

T

(R \ZR(M)). Note queM 6= 0 (poisaM 6=M). Por outro lado, sabendo que r(R \ZR(M)), temos que rM 6= 0. Portanto,

M /rM n˜ao satisfaz (). Observe quea M /rM

6

=M /rM (poisraeaM 6=M). Lembrando queM /rM n˜ao satisfaz (), existe algumiN0 tal queHai(M /rM)6= 0. Considere a sequˆencia exata

0 //M r //M π //M /rM //0.

Assim, existe uma sequˆencia exata induzida

Hi

a(M) //Hai(M /rM) //Hai+1(M),

implicandoHi

a(M)6= 0 ouHai+1(M)6= 0. O que ´e um absurdo, poisM satisfaz (∗). LogoM n˜ao

pode satisfazer (∗).

Lembremos. Seja M um R-m´odulo. Uma M-sequˆencia maximal em a ´e uma M-sequˆencia

x1, ..., xn ema, tal que n˜ao existexn+1∈apara o qualx1, ..., xn, xn+1 seja umaM-sequˆencia.

Corol´ario 1.5 Se aM 6=M, ent˜ao todas as M-sequˆencias maximais em a tem o mesmo compri-mento igual agrauM(a).

Demonstra¸c˜ao. Seja g =grauM(a). Pela Proposi¸c˜ao 1.7, g <∞. Se g = 0, a afirma¸c˜ao segue (poisaZR(M)). Suponhamos queg >0. Considerex1, ..., xn uma M-sequˆencia em a. Assim,

ng. ´E suficiente mostrar que a M-sequˆenciax1, ..., xn n˜ao ´e maximal sen < g. Para cada t∈ {1, ..., n}considere a sequˆencia exata curta

0 //M/

t−1

X

l=1

xlM

xt /

/M/

t−1

X

l=1

xlM //M/ t

X

l=1

xlM //0,

comM/

0 X

l=1

xlM ≃M ext ∈

R \ZR M/

t−1

X

l=1

xlM

. Desta forma, existe uma sequˆencia exata

induzida

(∗) Hk

a M/ t−1 X l=1

xlM

/

/Hk

a M/ t X l=1

xlM

/

/Hk+1

a M/ t−1 X l=1

xlM

,

comt ∈ {1, ..., n} ek∈ N0. Sabemos que (Corol´ario 1.4) Hai(M) = 0 para todo i < g. Por (∗),

deduzimos que Hai(M/x1M) = 0 para todo i < g−1 (em (∗) coloque t = 0). Novamente por

(), deduzimos queHi

a(M/(x1M +x2M)) = 0 para todoi < g−2 (em (∗) coloquet= 1 e use o

resultado obtido paraHi

a(M/x1M)).

Indultivamente, vemos que Hi

a(M/

n

X

l=1

xlM) = 0 para todo i < g −n. Se n < g, ent˜ao

H0

a(M/

n

X

l=1

xlM) = 0. Pela Proposi¸c˜ao 1.6, existexn+1∈atal quexn+1∈

R \ZR M/ n

X

l=1

xlM

.

Logox1, ..., .xn, xn+1´e uma M-sequˆencia ema, ou seja,x1, ..., xn n˜ao pode ser maximal.

Defini¸c˜ao 1.7 A dimens˜ao cohomol´ogica doR-m´oduloM com respeito ao ideala´e definido como:

(18)

Lembremos. SejaM umR-m´odulo. A dimens˜ao (de Krull) deM ´e definido como o supremo dos comprimentos das cadeias de ideais primos na variedade do anulador (0 :RM)⊂ R deM, ou seja,

dim(M) := sup{lN0| ∃p0,p1, ...,pl∈V (0 :RM)

:p0(p1(...(pl}.

Observa¸c˜ao 1.6 (i). SeN M, ent˜ao dim(N), dim(M/N)dim(M). (ii). Sex∈ R \ZR(M)

, ent˜ao dim(M/xM)≤dim(M)−1.

(iii). dim(M) =−∞ ⇔M = 0.

Teorema 1.8 (Teorema do Anulamento de Grothendieck) Seja M um R-m´odulo. Ent˜ao cda(M)dim(M).

Demonstra¸c˜ao. Se M for 0, a afirma¸c˜ao segue. Seja d :=dim(M). Obviamente assumiremos

d <∞. Faremos por indu¸c˜ao sobre d. Suponhamos qued= 0. Devemos provar que Hi

a(M) = 0

para todoi >0. Considere M =M/Γa(M). Pelo Corol´ario 1.3 (ii), Hai(M)≃Hai(M) para todo i > 0 (´e suficiente provarmos que Hi

a(M) = 0 para todo i > 0). Pela propriedade 2 do funtor

tor¸c˜ao, temos que Γa(M) = 0, ou seja,Ha0(M) = 0. Logo, (pela Proposi¸c˜ao 1.6) exister∈a, tal

quer´e M-regular. Pela Observa¸c˜ao 1.6 (i), temos que dim(M)0. Logo, pela Observa¸c˜ao 1.6 (ii),dim(M /rM)01. Ou seja, (Observa¸c˜ao 1.6 (iii))M =rM. Comora, temosM =aM. Pela Proposi¸c˜ao 1.7, concluimos queHi

a(M)≃Hai(M) = 0 para todoi >0.

Suponhamos que d > 0. Devemos mostrar que Hi

a(M) = 0 para todo i > d. Novamente,

seja M := M/Γa(M). Portanto, Hai(M) ≃ Hai(M) (Corol´ario 1.3 (ii)) para todo i > 0. ´E

suficiennte provarmos que Hi

a(M) = 0 para todo i > d. De acordo com a Observa¸c˜ao 1.6 (i),

temos quedim(M)d. Sedim(M)< d, ent˜ao (por indu¸c˜ao)Hi

a(M) = 0 para todoi > dim(M)

e, portanto, para todo i > d. Podemos supor dim(M) = d. Como 0 = Γa(M) = Ha0(M),

existe (Proposi¸c˜ao 1.6) r M-regular em a. Podemos, ent˜ao, afirmar que (Observa¸c˜ao 1.6 (ii))

dim(M /rM) dim(M)1 = d1. Por hip´otese de indu¸c˜ao, Hi

a(M /rM) = 0 para todo i > dim(M /rM), logo para todoi > d1.

Considere a seguinte sequˆencia exata

0 //M r //M π //M /rM //0.

Assim, existe uma sequˆencia exata induzida

Haj(M /rM) //Haj+1(M)

r /

/Haj+1(M)

para todoj N0. Portanto, r:Hai(M) //Hai(M) ´e injetiva para todo i > d. Como r∈a e Haj(M) ´e dea-tor¸c˜ao segue (Observa¸c˜ao 1.2 (iii)) queHai(M)≃Hai(M) = 0 para todoi > d.

1.2

Sequˆ

encia de Mayer-Vietoris

Assim como na Topologia Alg´ebrica, tamb´em temos definido uma sequˆencia de Mayer-Vietoris na teoria de Cohomologia Local.

Proposi¸c˜ao 1.9 Sejama,bideais deRe E umR-m´odulo injetivo. Ent˜ao

Γa∩b(E) = Γa(E) + Γb(E).

Demonstra¸c˜ao. A inclus˜ao () segue da Propriedade 3 do funtor tor¸c˜ao (seba, ent˜ao Γa(M)⊆

(19)

1.2. SEQU ˆENCIA DE MAYER-VIETORIS 11

Vamos provar a inclus˜ao (⊆). Sejam∈Γa∩b(E). Assim, existe n∈N0tal que a∩b

n

m= 0. Pelo Lema de Artin-Rees (Teorema 8.5 [1], comM =ReN =bn), existen0∈N0 tal que

apbn =apR ∩bn=ap−n0 bnan0R

⊆ap−n0bn

para todop > n0. Escolhendo p= n+n0, obtemos que ap∩bp ⊆ap∩bn ⊆ anbn ⊆ (a∩b)n.

Portanto, (apbp)m= 0.

Definamos os seguintesR-homomorfismos:

1. ε:R/(apbp) //R/ap

⊕ R/bp, com ε(r+apbp) = (r+ap, r+bp). Note que ε ´e injetivo.

2. h:R/(apbp) //E, com h(r+ap

∩bp) = rm. Note que h est´a bem definida (pois (apbp)m= 0).

Agora, considere o seguinte diagrama

0 //R/(apbp) ε //

h

R/ap⊕ R/bp

∃l

v

v

(exata)

E

Desde queE´e umR-m´odulo injetivo, existe umR-homomorfismol:R/ap⊕ R/bp−→E tal que,

h=lε. Definamos os seguintes elementos

u:=l(1 +ap,0), v:=l(0,1 +bp)∈E.

Para cadar∈ap, temos queru=l r(1 +ap),0

= 0. Logo,apu= 0 e assim,u∈Γa(E).

Analo-gamentevΓb(E). Por outro lado,m=h(1 +ap∩bp) =l◦ε(1 +ap∩bp) =l(1 +ap,1 +bp) = l(1 +ap,0) +l(0,1 +bp) =u+vΓa(E) + Γb(E).

Temos, portanto, as ferramentas necess´arias para constru¸c˜ao da sequˆencia de Mayer-Vietores.

Sejam a,bideais deR. Para cadaR-m´oduloM, definimos

µaM,b: Γa+b(M)−→Γa(M)⊕Γb(M)

m7−→(m, m).

Tamb´em definimos

νMa,b: Γa(M)⊕Γb(M)−→Γa∩b(M)

(m, n)7−→(m,n).

Observa¸c˜ao 1.7 Note queµaM,b eνMa,b s˜ao duas transforma¸c˜oes naturais.

Propriedades.

1. Para cadaR-m´oduloM, temos a sequˆencia exata

0 //Γ

a+b(M)

µaM,b

/

/Γa(M)⊕Γb(M)

νMa,b

/

/Γa∩b(M).

2. SeE for umR-m´odulo injetivo, o homomorfismo

νEa,b : Γa(E)⊕Γb(E)−→Γa∩b(E)

(20)

Desta forma, temos que

∆a,b: Γa+b

µa,b

/

/Γa⊕Γb

νa,b

/

/Γa∩b

´e uma tr´ıade de funtores (Defini¸c˜ao A.10 do Apˆendice). Dados umR-m´oduloM e ((E•

M, d•M), eM) uma resolu¸c˜ao injetiva deM, temos uma sequˆencia de cohomologia exata longa

0 //R0Γ

a+b(M)

R0µa,b

M/

/R0

a⊕Γb)(M)

R0νa,b

M /

/R0Γ

a∩b(M)

δ0;∆a,b

M /

/R1Γ

a+b(M) //· · ·

associada `a ∆a,b. Al´em disto, lembrando que RnΓa(M) := Han(M) e do fato que existe uma

equivalˆencia natural (Observa¸c˜ao A.9 do Apˆendice)

ina,b :RnΓa⊕RnΓb→Rn(Γa⊕Γb),

temos, portanto, a seguinte sequˆencia exata longa

MV: 0 //H0

a+b(M)

µ0;a,b

M /

/H0

a(M)⊕Hb0(M)

ν0;a,b

M /

/H0

a∩b(M)

δ0,a,b

M /

/H1

a+b(M) //· · ·

Onde,

1. µnM;a,b:=Rnµa,b

M ◦(ina,b,M)−1.

2. νMn,a,b:=Rnνa,b

M ◦(ina,b,M).

3. δn,Ma,b:=δn,∆a,b

M .

A sequˆencia exata longaMV´e a sequˆencia de Mayer-Vietoris com respeito aos ideaisaebassociada aM.

Lema 1.10 Sejamr∈ ReM umR-m´odulo. Ent˜ao,Hi

(r)(M) = 0para todo i >1.

Demonstra¸c˜ao. SejamMr =S−1M, com S = {1, r, r2, ...} eη : M −→ Mr o homomorfismo natural. Note queKer(η) = Γ(r)(M) (m/1 = 0/1 se, e somente se, existern ∈Stal quernm= 0).

DefinamosM :=M/Γ(r)(M). Considere a seguinte sequˆencia exata

0 //M η //M

r π //Mr/η(M) //0,

onde η:M/Γ(r)(M) //Mr ´e definida por η

m+ Γ(r)(M)

= η(m). Desta forma, temos a seguinte sequˆencia exata induzida

H(i−r)1Mr/η(M)

/

/Hi

(r)(M) //H(ir)(Mr) //H(ir)

Mr/η(M)

para todoi >0. Note queMr/η(M) ´e de (r)-tor¸c˜ao

sejam/sMr/η(M). Tomern =s. Logo

(m/s)rn=m/1 =η(m+ Γ

(r)(M)) = 0

. Pela Proposi¸c˜ao 1.5, temos que

H(i−r)1(Mr/η(M)) =H(ir)(Mr/η(M)) = 0para todo i >1.

Isto implica queHi

(r)(M)≃H(ir)(Mr) para todoi >0. Por outro lado, temos que (Corol´ario 1.3

(ii))Hi

(r)(M)≃H(ir)(M) para todoi >0. ´E suficiente mostrar queH(ir)(Mr) = 0 para todoi >1.

Note que o R-homomorfismo r:Mr −→Mr definido por r(m/s) = rm/s´e, na verdade, um

R-isomorfismo. Aplicando o funtorHi

(r)(−), temos quer:H(ir)(Mr)−→H(ir)(Mr) tamb´em ´e um

isomorfismo para todoi0. Logo, pela Observa¸c˜ao 1.2 (iii), temos queHi

(r)(Mr) = 0 para todo

(21)

1.3. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL VIA EXT 13

Defini¸c˜ao 1.8 O posto aritm´etico de um ideal a´e definido como

ara(a) := inf{n∈N| ∃x1, x2, ..., xn∈ R;p(x1,x2, ...,xn) =√a }. Note que sea for gerado pornelementos, ent˜aoara(a)n. Assim,

1. ara(a)<

2. ara(a) = 0a=0a0.

Teorema 1.11 (Teorema do anulamento de Hartshorne) . SejamM umR-m´odulo eaum ideal deR. Ent˜ao, cda(M)6ara(a).

Demonstra¸c˜ao. Sejan=ara(a). Assim, existemx1, ..., xn∈ Rtais quep(x1, ...,xn) =a. Como

(Propriedade 4 do funtor tor¸c˜ao) Γ(x1,...,xn)(−) = Γa(−)

mais ainda Hi

(x1,...,xn)(−)≃H

i

a(−)

, ´e necess´ario mostrar que sec= (x1, ...,xn), ent˜aoHci(M) = 0 para todoi > n.

Faremos a demonstra¸c˜ao por indu¸c˜ao sobre n. Se n = 1, o resultado segue do Lema 1.10. Sejam, agora, a = (x1, ...,xn) um ideal de R e M um R-m´odulo. Definamos b = (x1, ...,xn−1).

Desta formaa=b+ (xn). Considere a sequˆencia de Mayer-Vietoris com respeito aos ideaisbe (xn)

associada aM:

Hbi−1(xn)(M)

/

/Hi

a(M) //Hbi(M)⊕H(ixn)(M)

para todo i > 0. Note que p

b(xn) =

p

b(xn) =

p

(xnx1, ...,xnxn−1). Logo, Γb∩(xn)(−) =

Γ(xnx1,...,xnxn−1)(−).

Desta forma, temos:

1 . Hi

(xn)(M) = 0 para todoi >1. Lema 1.10.

2 . Hi

b(M) = 0, para todoi > n−1. Hip´otese de Indu¸c˜ao.

3 . Hi

b∩(xn)(M)≃H

i

(xnx1,...,xnxn−1)(M) = 0 para todoi > n−1. Hip´otese de Indu¸c˜ao.

Colocando estas informa¸c˜oes na sequˆencia exata acima, vemos queHi

a(M) = 0 para todoi > n.

1.3

Funtor de Cohomologia Local via Ext

Com algumas propriedades da ´algebra homol´ogica, podemos identificar o funtor de cohomologia localHi

a(−) com o funtor lim−→

n∈N

ExtiR(R/an,−). Sejam ReR′ aneis. Quando falarmos de funtor,

estaremos nos referindo aos funtores deMR paraMR′.

Defini¸c˜ao 1.9 Uma sequˆencia de funtores covariantes(Tn)n∈

N0 ´e uma sequˆencia negativa

relaci-onada (respectivamente, negativa fortemente relacirelaci-onada) se:

1. para toda sequˆencia exata de R-m´odulos

S: 0 //L f //M g //N //0,

existemR-homomorfismos

∆nS :Tn(N)→Tn+1(L)

tais que, a sequˆencia

0 //T0(L) T

0(f)

/

/T0(M) T

0(g)

/

/T0(N)

0 S

/

/T1(L) T

1(f)

/

/T1(M)

T1(g)

/

/T1(N)

1 S

/

/T2(L) T

2(f)

/

/T2(M) T

2(g)

/

/T2(N)

2 S

/

/· · ·

(22)

2. Os mapas conectantes∆n s˜ao naturais, ou seja, se

S′: 0 //L′ //M′ //N′ //0

for outra sequˆencia exata deR-m´odulos tal que todos os diagramas

0 //L //

λ

M //

µ

N //

ν

0

0 //L′ //M′ //N′ //0

comutam, ent˜ao Tn+1(λ)

◦∆n

S = ∆nS′◦Tn(ν).

Diremos sequˆencia (respectivamente sequˆencia forte) para indicar sequˆencia negativa relacionada (respectivamente sequˆencia negativa fortemente relacionada).

Observa¸c˜ao 1.8 SeF :MR−→MR′ for um funtor covariante aditivo (F(f+g) =F(f)+′F(g),

onde f e g s˜ao morfismos), ent˜ao a sequˆencia de funtores derivados `a direita (RiF)i∈

N0 ´e uma

sequˆencia forte de funtores covariantes. Neste caso, identificamosR0F=F.

Defini¸c˜ao 1.10 Sejam (Ti)i∈

N e (Ui)i∈N duas sequˆencias de funtores covariantes de MR para

MR′. Um homomorfismo (respectivamente isomorfismo) Ψ : (Ti)i∈N −→ (Ui)i∈N de sequˆencias

´e uma fam´ılia Ψ = (ψi)i∈

N onde, para cada i∈ N, ψi :Ti −→ Ui ´e uma transforma¸c˜ao natural

(respectivamente equivalˆencia natural) de funtores tal que, a seguinte condi¸c˜ao ´e satisfeita:

Se 0−→L−→M −→N−→0for uma sequˆencia exata de R-m´odulos, ent˜ao o diagrama

Ti(N) //

ψi

N

Ti+1(L)

ψiL+1

Ui(N) //Ui+1(L)

comuta, para todoiN.

Lema 1.12 Sejam (Ti)i∈

N e (Ui)i∈N duas sequˆencias de funtores covariantes deMR paraMR′.

Seja ψ:T0

−→U0 uma equivalˆencia natural de funtores. Assuma que:

1. A sequˆencia(Ti)i∈

N´e forte.

2. A sequˆencia(Ui)i∈

N´e forte.

3. Ti(E) =Ui(E) = 0para todo i >0 e todoR-m´oduloE injetivo.

Ent˜ao, existe um isomorfismo de sequˆencias Ψ = (ψi)i∈

N: (Ti)i∈N−→(Ui)i∈N, ondeψ0=ψ.

Em particular, sejam F um funtor covariante, aditivo, exato `a esquerda de MR para MR′ e

(Ui)i∈

N uma sequˆencia de funtores deMR paraMR′ tais que:

1. Existe uma equivalˆencia naturalψ:U0

−→F.

2. Ui(E) = 0para todo i >0 e para todoR-m´odulo injetivoE.

Ent˜ao existe um isomorfismo de sequˆenciasΨ = (ψi)i∈

(23)

1.3. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL VIA EXT 15

Demonstra¸c˜ao. DadoM umR-m´odulo. Considere a seguinte sequˆencia exata

0 //M f //E g //D //0

ondeE ´e umR-m´odulo injetivo (sempre existe pelo Lema A.1, Apˆendice). Por hip´otese,

0 //T0(M) T

0(f)

/ / ψ0 M ≃

T0(E) T

0(g)

/ / ψ0 E ≃

T0(D)

0 T / / ψ0 D ≃

T1(M) T

1(f)

/ / ψ1 M

T1(E) T

1(g)

/

/T1(D)

1

T /

/· · ·

0 //U0(M) U0(f)//U0(E) U0(g)//U0(D)

0

U /

/U1(M) U1(f)//U1(E) U1(g)//U1(D)

1

U /

/· · ·

Com linhas exatas (e com os dois primeiros quadrados comutando). Al´em disto, temos (por hip´otese) queTi(E) =Ui(E) = 0 para todoi >0. Assim, ∆0

T e ∆0U s˜ao ambas sobrejetivas. Definamosψ1

M :T1(M)−→U1(M) por,

ψM1 (m) := ∆0U◦ψ0D(m′)

ondem′(∆0

T)−1(m) qualquer (imagem inversa dempor ∆0T). Note que:

(a) . ψ1

M est´a bem definida.

Sejam m1, m2 ∈ (∆0T)−1(m). Logo ∆0T(m1) = ∆0T(m2) e, assim, m1 −m2 = T0(g)(α) com

αT0(E). Portanto,

∆0U

ψD0(m1−m2)

= ∆0U

ψ0D◦T0(g)(α)

= ∆0U

U0(g)◦ψE0(α)

=∆0U◦U0(g)

ψ0E(α)

= 0.

(b) . ψ1

M ´e sobrejetor.

Sejan∈U1(M). Logo existen′∈U0(D) tal que, ∆0U(n′) =n. ComoψD0 ´e um isomorfismo, existe

m′

∈T0(D) tal que, ψ0

D(m′) =n′. Considerem= ∆T0(m′)∈T1(M). Assim,

ψM1 (m) = ∆0U◦ψD0(m′) = ∆0U(n′) =n.

(c) . ψ1

M ´e injetor.

SejamT1(M) tal queψ1

M(m) = ∆0U◦ψ0D(m′) = 0, ondem′∈(∆0T)−1(m). Assim, ψ0

D(m′) =U0(g)(α) com α∈U0(E). Aplicando a fun¸c˜ao (ψ0D)−1 nesta ´ultima igual-dade, temos que m′ = (ψ0

D)−1 ◦U0(g)

(α) = T0(g)(ψ0

E)−1

(α). Portanto, ∆0

T(m′) =

∆0

T

T0(g)(ψ0

E)−1

(α)

=∆0

T ◦T0(g)

(ψ0

E)−1(α)

= 0.

Logom= ∆0

T(m′) = 0. N˜ao ´e dificil ver queψ1M ´e umR-homomorfismo.

(d) .ψ1

(−)define uma equivalˆencia natural. Isto tamb´em mostra que a defini¸c˜ao deψ1M independe do mergulho injetivo.

Sejam h : M −→ N um R-homomorfismo (no caso do mergulho injetivo, tome h = IdM a identidade deM),

0 //M f //E g //D //0

uma sequˆencia exata, ondeE´e umR-m´odulo injetivo e

0 //N f

/

/E′ g

/

(24)

uma sequˆencia exata, ondeE′ ´e umR-m´odulo injetivo. Considere o seguinte diagrama

0 //M f //

h

E g //

h1

D //

h2

0

0 //N f

/

/E′ g

/

/D′ //0

(ondeh1:E−→E′ existe poisE′´e injetivo. A defini¸c˜ao deh2:D−→D′ ´e semelhante a deψM1 ) comutativo. Queremos saber se o seguinte diagrama

T1(M) T

1

(h)

/ / ψ1 M

T1(N)

ψ1

N

U1(M) U

1(h)

/

/U1(N)

comuta. Considere o seguinte diagrama tridimensional

T0(E) T0(D) T1(M) 0

T0(E′) T0(D′) T1(N) 0

U0(E) U0(D) U1(M) 0

U0(E′) U0(D′) U1(N) 0

T0(g)

◗ ◗ s

T0(h1)

❄ ψ0 E ◗ ◗ s

T0(h2)

✲ ∆0 T ,M ◗ ◗ s

T1(h)

T0(g

) ❄ ψ0 E′ ❄ ψ0 D ❄ ψ0 D′ ✲ ∆0 T ,N ❄ ψ1 M ❄

ψ1N

◗ ◗ s

U0(h1)

U0(g)

◗ ◗ s

U0(h2)

∆0U,M

◗ ◗ s

U1(h)

U0(g′

)

∆0U,N

Note que:

1 . T1(h)

◦∆0

T,M = ∆0T,N ◦T0(h2), pois (Ti)i∈N´e uma sequˆencia forte.

2 . ψ1

M◦∆0T,M = ∆0U,M◦ψD0, pela defini¸c˜ao deψM1 .

3 . ψ0

D′◦T0(h2) =U0(h2)◦ψD0, poisψ0=ψ´e uma equivalˆencia natural.

4 . ψ1

N◦∆0T,N = ∆0U,N◦ψD0′, pela defini¸c˜ao deψN1.

5 . U1(h)0

U,M = ∆0U,N ◦U0(h2), pois (Ui)i∈N´e uma sequˆencia forte.

Aplicandoψ1

N em 1, temos

ψN1 ◦T1(h)

◦∆0T,M =ψN1

T1(h)∆0T,M

=1ψ1N

∆0T,N◦T0(h2)

=ψ1N◦∆0T,N

◦T0(h2)

=4∆0U,N◦ψD0′

◦T0(h2) = ∆0U,N◦

ψD0′◦T0(h2)

=3∆0U,N◦

U0(h2)◦ψD0

=∆0U,N◦U0(h2)

◦ψ0D

=5U1(h)

◦∆0

U,M

◦ψ0

D=U1(h)◦

∆0

U,M◦ψD0

=2U1(h)

◦ψ1

M◦∆0T,M

=U1(h)

◦ψ1

M

◦∆0

T,M

Logo, ψ1

N ◦T1(h)

◦∆0

T,M =

U1(h) ψ1

M

◦∆0

T,M. Como ∆0T,M ´e sobrejetor, segue que

ψ1

N ◦T1(h) =U1(h)◦ψM1 .

O restante da demonstra¸c˜ao segue por indu¸c˜ao sobre n(Este n´umeron´e o que aparece como ´ındice emψn

(25)

1.3. FUNTOR DE COHOMOLOGIA LOCAL VIA EXT 17

Observa¸c˜ao 1.9 Seja ϕ= (bα)α∈Λ uma fam´ılia inversa de ideais deRsobre Λ.

Sempre que S : 0 −→L −→ M −→ N −→0 for uma sequˆencia exata de R-m´odulos, existe um homomorfismo induzido

∆iS:ExtiR(R/bα, N)−→ExtiR+1(R/bα, L) (i∈N0)

para cadaαΛ, tal que a seguinte sequˆencia longa

0 //HomR(R/b

α, L) //HomR(R/bα, M) //HomR(R/bα, N)

∆1S

/

/Ext1

R(R/bα, L) //Ext1R(R/bα, M) //Ext1R(R/bα, N)

· · ·

∆i−1 S

/

/Exti

R(R/bα, L) //ExtiR(R/bα, M) //ExtiR(R/bα, N)

∆i

S

/

/ExtiR+1(R/bα, L) //ExtiR+1(R/bα, M) //ExtRi+1(R/bα, N)

· · · ´e exata. Al´em disto, os homomorfismos∆i

Ss˜ao tais que, para cadaα, β∈Λcomα≥β, o diagrama

Exti

R(R/bβ, N) //

ExtiR(hα

β,N)

ExtiR+1(R/bβ, L)

ExtiR(hα

β,L)

Exti

R(R/bα, N) //ExtiR+1(R/bβ, L)

comuta, onde

β :R/bα−→ R/bβ ´e o homomorfismo natural, para cada i∈N0. Segue que estes

diagramas induzem umR-homomorfismo

lim−→

α∈Λ

ExtiR(R/bα, N)−→ lim−→

α∈Λ

ExtiR+1(R/bα, L)

para cadaiN0. Como o limite direto ´e um funtor exato, temos que a seguinte sequˆencia longa

0 // lim

−→

α∈Λ

HomR(R/bα, L) // lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα, M) // lim−→

α∈Λ

HomR(R/bα, N)

/

/ lim−→

α∈Λ

Ext1R(R/bα, L) // lim−→

α∈Λ

Ext1R(R/bα, M) // lim−→

α∈Λ

Ext1R(R/bα, N)

· · · ´e exata. Seja o diagrama deR-homomorfismos

0 //L //

λ

M //

µ

N //

ν

0

0 //L′ //M′ //N′ //0

for comutativo, com linhas exatas. Ent˜ao, para todo αΛ, o seguinte diagrama

Exti

R(R/bα, N) //

ExtiR(R/

bα,ν)

ExtiR+1(R/bα, L)

ExtiR(R/b

α,λ)

Exti

(26)

comuta para cadai∈N0. Desta forma,

lim−→

α∈Λ

ExtiR(R/bα, N) //

lim−→

α∈Λ

Exti

R(R/bα, ν)

lim−→

α∈Λ

ExtiR+1(R/bα, L)

lim−→

α∈Λ

ExtiR(R/bα, λ)

lim−→

α∈Λ

ExtiR(R/bα, N′) // lim−→

α∈Λ

ExtiR+1(R/bα, L′)

tamb´em comuta para todoi∈N0. Finalmente temos que

lim−→

α∈Λ

ExtiR(R/bα,−)

i∈N0

´e uma sequˆencia forte de funtores covariantes de MR para MR. Podemos concluir, com um

racioc´ınio semelhante, que

lim−→

n∈N

ExtiR(an,−)

i∈N0

tamb´em ´e uma sequˆencia forte de funtores covariantes deMR paraMR.

Proposi¸c˜ao 1.13 Seϕ= (bα)α∈Λ for um sistema inverso de ideais, ent˜ao existe um isomorfismo

de sequˆencias fortes

Φ = (Φi)i∈

N0 :

lim−→

α∈Λ

Exti

R(R/bα,−)

i∈N0

−→

RiΓϕ

i∈N0

para o qual,Φ0=φ

ϕ ´e a equivalˆencia natural da Proposi¸c˜ao 1.1. Em particular, se ϕ= (an)n∈N,

temos que existe um isomorfismo de sequˆencias fortes

Φa= (Φia)i∈N0 :

lim−→

n∈N

ExtiR(R/an,−)

i∈N0

−→

Hai

i∈N0

para o qualΦ0=φa.

Demonstra¸c˜ao. Lema 1.12.

1.4

Ideal Transforma¸

ao

Nesta se¸c˜ao definimos um novo funtor Da(−) := lim−→

n∈N

HomR(an,−). Veremos que este funtor

estabelece uma rela¸c˜ao com os funtores Γa(−) e Ha1(−). Para ser mais preciso, dados M um R-m´odulo ea um ideal deR, temos que a seguinte sequˆencia

0−→Γa(M)−→M −→Da(M)−→Ha1(M)−→0

´e exata.

Defini¸c˜ao 1.11 O funtor

Da() := lim−→

n∈N

HomR(an,)

´e o funtor a-transforma¸c˜ao (exato `a esquerda e R-linear). Para cada R-m´odulo M, dizemos que Da(M) = lim−→

n∈N

HomR(an, M) ´e o ideal transforma¸c˜ao de M com respeito a a, ou ainda, a

(27)

1.4. IDEAL TRANSFORMAC¸ ˜AO 19

Proposi¸c˜ao 1.14 Para cada i ∈ N0, temos que RiDa ´e o i-´esimo funtor derivado ´a direita do

funtorDa. Existe um ismorfismo de sequˆencias fortes

Ψa= (Ψia)i∈N0 :

lim−→

n∈N

ExtiR(an,−)

i∈N

−→

RiDa()

i∈N0

ondeΨ0 ´e a equivalˆencia natural do Exemplo 1.2.

Demonstra¸c˜ao. Lema 1.12.

Proposi¸c˜ao 1.15 Seja M um R-m´odulo. Para cada n N, considere o homomorfismo natural πM

n :HomR(an,R)−→Da(R).

(i). Sejamn, pNef HomR(an,R)egHomR(ap,R). Observe quef |an+p levaan+p em

ap. Ent˜ao, g◦(f |an+p) =f◦(g|an+p).

(ii). Existe uma opera¸c˜ao bin´ariaem Da(R) a qual ´e tal que, para cada f ∈ HomR(an) e

g∈HomR(ap,R),

πR

n(f)∗πRp(g) =πnR+p(g◦(f |an+p));

Al´em disso, Da(R) ´e um anel comutativo com identidade (soma como R-m´odulo e multi-plica¸c˜ao).

(iii). Da(M) tem estrutura de Da(R)-m´odulo tal que, para n, p ∈N e paraf ∈HomR(an,R) e

h∈HomR(ap, M),

πR

n(f).πMp (h) :=πnM+p(h◦(f |an+p)).

(iv). Da ´e um funtor aditivo, exato `a esquerda, covariante de MR paraMDa(R). Ent˜ao todos os

RiDa (i

∈N0) podem ser considerados como funtores aditivos deMR paraMDa(R).

Demonstra¸c˜ao. (i). Note queg◦f(an+p) =g◦f(anap) =g(f(anap)) =g(apf(an)) =f(an)g(ap) =f(ang(ap)) =f(g(anap)) =fg(anap) =f g(an+p).

(ii). Sejam f HomR(an,R) e f′

∈ HomR(an′,R) com f ∼f′, g

∈ HomR(ap,R) e g′

∈ HomR(ap′,R)comg∼g′.

Assim, existen0≥n, n′ e existep0≥p, p′ tais que

πn0,nR (f) =πn0,nR ′(f′) e πR

p0,p(g) =πp0,pR ′(g′),

onde (n≥p)πR

n,p:HomR(ap,R)−→HomR(an,R) ´e definida porπn,pR (f) =f⌈an (restri¸c˜ao).

Como f⌈an0= f′⌈an0 e g⌈am0= g⌈am0, temos que f ◦g⌈an0 +m0= f′ ◦ g′⌈an0 +m0. Ou seja,

πR

n0+m0,m0(f◦g) =πRn0+m0,m0(f′◦g′). Note que 1Da(R)=π

R

1 (i), ondei:a−→ R´e a inclus˜ao.

(iii). Os argumentos s˜ao semelhantes aos do item (ii).

Proposi¸c˜ao 1.16 1. Existem transforma¸c˜oes naturais

ξ(=ξa) : Γa−→Id, η(=ηa) :Id−→Da, ζ(=ζa) :Da−→Ha1

tais que, para cada R-m´oduloM,

(i). ξM : Γa(M)−→M ´e o mapa inclus˜ao.

(ii). Para cadam M, ηM(m) ´e a imagem natural em Da(M) do homomorfismo fn,m ∈

HomR(an, M)dada porfn,m(r) =rmpara todo ran (para qualquernN). (iii). A sequˆencia

0 //Γ

a(M)

ξM /

/M ηM //Da(M) ζM /

/H1

a(M) //0

(28)

2. Considerei∈N(fixo). SejaM umR-m´odulo. Para cadan∈No homomorfismo conectante βi

n.M : ExtiR(an, M) −→ Ext

i+1

R (R/an, M)´e um isomorfismo, e a passagem para o limite

direto produz umR-isomorfismo

βMi : lim−→

n∈N

ExtiR(an, M)−→lim−→

n∈N

ExtiR+1(R/an, M).

Definimos γi

M :RiDa(M)−→ Hai(M) porγMi := Φ

i+1

a,M ◦βiM ◦

Ψi

a,M

−1

, onde Φi+1

a e Ψia s˜ao as equivalˆencias naturais da Proposi¸c˜ao 1.13 e da Proposi¸c˜ao 1.14, respectivamente (Ou seja,γi:RiDa−→Hi

a define uma equivalˆencia natural).

Demonstra¸c˜ao.(1) Sejam n, m N (com n m), in

m : an −→ am a inclus˜ao natural, hnm :

R/an −→ R/am o epimorfismo natural eM umR-m´odulo. O diagrama comutativo

0 //an //

in

m

R //

IdR

R/an //

hn

m

0

0 //am //R //R/am //0

com linhas exatas, induz o seguinte diagrama comutativo

0 //HomR(R/am, M) //

HomR(R, M) //

HomR(am, M) //

Ext1

R(R/am, M)· · ·

0 //HomR(R/an, M) //HomR(R, M) //HomR(an, M) //Ext1

R(R/an, M)· · ·

com linhas exatas (sequˆencias longas). Note que,

(a). Exti

R(R, M) = 0 para todoi >0 (R´e projetivo). LogoExtiR(an, M)≃ExtiR+1(R/an, M) para todoi >0 e para todon∈N.

(b). HomR(R, M)≃M.

Logo o seguinte diagrama

0 //HomR(R/am, M) //

M //

HomR(am, M) //

Ext1

R(R/am, M)

/

/0

0 //HomR(R/an, M) //M //HomR(an, M) //Ext1

R(R/an, M) //0

´e comutativo, com linhas exatas. Portanto, temos uma sequˆencia exata de sistemas diretos. Como:

(c). lim−→

n∈N

HomR(R/an,−)≃Γa(−) (Proposi¸c˜ao 1.1 (iii)).

(d). lim−→

n∈N

ExtiR(R/an,−)≃Hai(−) (Proposi¸c˜ao 1.13).

(e). lim−→

n∈N

HomR(an,−) :=Da(−).

Temos que a sequˆencia

0 //Γ

a(M)

ξM

/

/M ηM //Da(M) ζm //H1

(29)

1.4. IDEAL TRANSFORMAC¸ ˜AO 21

´e exata.

Os subitens (i) e (ii) do item 1, segue da unicidade do homomorfismo entre dois limites diretos. (2) Mostraremos que a aplica¸c˜ao βi

m,M :ExtiR(am, M)

/

/ExtiR+1(R/am, M) define uma equivalˆencia natural comi >0. Sejam N outroR-m´odulo ef :M −→N umR-homomorfismo. Considere a sequˆencia exata 0 //am //R //R/am //0 .

Note que

∆ : HomR(R/am,) //HomR(R,) //HomR(am,

−)

define uma tr´ıade de funtores (Defini¸c˜ao A.10, Apˆendice). De fato, dado qualquer R-m´odulo injetivo, temos que

0 //HomR(R/am, E) //HomR(R, E) //HomR(am, E) //0

´e exato. Pela Observa¸c˜ao A.8 (Apˆendice), temos que o homomorfismo (isomorfismo) conectante

βi

m,−:ExtiR(am,−)

/

/ExtiR+1(R/am,−) (∗)

define uma transforma¸c˜ao (equivalˆencia) natural.

Por outro lado, usando a naturalidade do homomorfismo conectante

βi

m,M:ExtiR(am, M)

/

/ExtiR+1(R/am, M),

temos que o seguinte diagrama (nm)

Exti

R(am, M)

βi

m,M

≃ //

Exti

R(inm)

ExtiR+1(R/am, M)

Exti+1

R (h

n m,M)

(∗∗)

Exti

R(an, M)

βi

n,M

≃ //Ext

i+1

R (R/an, M)

comuta. Por () e (∗∗), concluimos que βi: lim

−→

n∈N

ExtiR(an,−) ≃ /

/lim−→

n∈N

ExtiR+1(R/an,) ´e uma

equivalˆencia natural.

Corol´ario 1.6 Seja M umR-m´odulo, n˜ao necessariamente finitamente gerado. Suponhamos que grauM(a)≥2. Ent˜ao

ηM :M −→Da(M)

´e um isomorfismo.

Demonstra¸c˜ao. Pela Proposi¸c˜ao 1.6, temos que H1

a(M) = Γa(M) = 0. O resultado segue da

Proposi¸c˜ao 1.16 1 (iii).

Corol´ario 1.7 Seja M umR-m´odulo. Considereπ:M M/Γa(M)a proje¸c˜ao natural, ent˜ao: (i). Da(Γa(M)) = 0. Mais geralmente, seN for umR-m´odulo dea-tor¸c˜ao, ent˜ao Da(N) = 0.

(ii). Da(π) :Da(M)−→Da(M/Γa(M))´e um isomorfismo.

(iii). Da(ηM) :Da(M)−→Da(Da(M))´e um isomorfismo.

Referências

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