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Avaliação da capacidade físico-funcional de idosas e sua associação com marcadores inflamatórios : interleucina-6 e fator de negrose tumoral alfa

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Stricto Sensu em Educação Física

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICO-FUNCIONAL DE

IDOSAS E SUA ASSOCIAÇÃO COM MARCADORES

INFLAMATÓRIOS: INTERLEUCINA-6 E FATOR DE NECROSE

TUMORAL ALFA

Brasília - DF

2011

(2)

ERIKA BAPTISTA GOMES

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICO-FUNCIONAL DE IDOSAS E SUA ASSOCIAÇÃO COM MARCADORES INFLAMATÓRIOS: INTERLEUCINA-6 E

FATOR DE NECROSE TUMORAL ALFA.

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Doutora em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Azevedo de Carvalho

(3)

G633a Gomes, Erika Baptista

Avaliação da capacidade físico-funcional de idosas e sua associação com marcadores inflamatórios: interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa. / Erika Baptista Gomes – 2011.

80f. : il.; 30 cm

Tese (doutorado) – Universidade Católica de Brasília, 2011. Orientação: Gustavo Azevedo de Carvalho

1. Capacidade física. 2. Mulheres idosas. 3. Força da mão. 4. Fator de necrose de tumor. 5. Respiração Medição. I. Carvalho, Gustavo Azevedo de, orient. II. Título.

(4)

Agradeço a Deus pela minha existência e por me ajudar nesse momento tão especial da minha vida.

À minha amada filha Luisa, obrigada por me trazer tanta felicidade!

Agradeço aos meus pais Jorge Lima e Solange Gomes, pelo apoio, amor e paciência em todos os momentos da minha vida.

Wester, não sei como agradecer seu carinho, amor, paciência e a nossa Luisa, muito obrigada!

Ao meu irmão Tiago, que mesmo estando longe está sempre me incentivando;

Agradeço ao meu orientador Prof. Gustavo Carvalho pela orientação e exemplo profissional;

Aos professores Dr. Otávio Toledo, Drª Juliana Fracon, Drª Cláudia Cestari, Drª Gislane Melo e Drª Kênia agradeço por fazerem parte da banca.

Ao Prof. Otávio agradeço imensamente, pois foi com seu auxílio que foi possível a execução desse trabalho.

Querida Gi, obrigada pela imensa ajuda na organização e análise dos dados. Você foi fundamental nesse trabalho.

Aos amigos Geórgia, Levy e Flávia, muito obrigada pela ajuda! À direção do curso de Fisioterapia

Aos meus amigos de sempre Raquel, Cristiane, Geórgia, Karyne, Bia, Allan, Levy, Cláudia, Melissa, Mônica, Juliana, Yomara, Adriana, Viviane, Marco Palma, Marcos Roberto, Pedro, Renata, Kênia, Hudson, Kélia, Renato.

Patrícia, Ederson, Danielle, Daniele, Luciana e Vanessa, obrigada pela ajuda na coleta À Letícia pela correção ortográfica;

Aos alunos do Curso de Fisioterapia da UCB;

Aos professores e funcionários da pós graduação de Educação Física da Universidade Católica de Brasília;

(5)

O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

(6)

RESUMO

Referência: GOMES, E. Avaliação da capacidade físico-funcional de idosas e sua associação com marcadores inflamatórios: interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa. 2011. 87 folhas. TESE (DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA) Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, 2011.

Introdução: O envelhecimento inclui diversas modificações no organismo ocasionando diminuição na capacidade físico–funcional. A detecção precoce e a aquisição de estratégias para manutenção da autonomia do idoso podem favorecer uma melhor qualidade de vida. Objetivos: Verificar a associação da capacidade físico-funcional de idosas com genótipos de marcadores inflamatórios: IL-6 e TNF- α. Casuística e Métodos Foi realizado um estudo transversal com 97 idosas (71,09 ± 5,37 anos). Para identificação dos Genótipos, o DNA genômico foi extraído de leucócitos de sangue periférico. O polimorfismo foi determinado por sequenciamento direto em reação de cadeia da polimerase . Para avaliação físico funcional foi realizada a manovacuometria , espirometria, bioimpedância, dinamometria e o teste de caminhada de 06 minutos. Para análise estatística foram realizadas médias, desvios padrões, freqüências, teste t de Student, ANOVA One-Way e Qui-Quadrado. Todas as análises foram realizadas no programa SPSS 17.0 for Windows com nível de significância de p ≤ 0,05. Resultados: A força de preensão palmar foi menor no grupo das idosas com idade ≥ 70 anos sendo essa diferença estatisticamente significativa em membro superior esquerdo. Nos valores obtidos das pressões inspiratórias e expiratórias máximas, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos avaliados, ocorrendo somente uma tendência para os valores de pressão expiratória máxima e da ventilação voluntária máxima. Houve diferença estatisticamente significativa em relação a idade com o teste de caminhada de 06 minutos, ou seja, quanto maior a idade menor a distância percorrida. Quando os grupos foram estratificados pelos genótipos de Interleucina-6 e por idade, a diferença foi estatisticamente significativa em relação a idade avaliada com o teste de caminhada e ventilação voluntária máxima. Quando os grupos foram divididos por genótipos de Fator de Necrose Tumoral Alfa e idade a diferença foi estatisticamente significativa somente na idade e no teste de caminhada de 06 minutos. Conclusões: Foi possível verificar a associação da capacidade físico-funcional das idosas com a faixa etária.

(7)

ABSTRACT

Reference: GOMES, E. Evaluation of physical-functional capacity of elderly women and its association with inflammatory markers: interleukin-6 and tumor necrosis factor alpha. 2011. 87 pages. (Doctorate in Physical Education) Post-graduate Strictu Sensu Program in Physical Education at the Catholic University of Brasilia, 2011.

Introduction: The aging includes various changes in the body causing a decrease in physical and functional capacity. Early detection strategies for acquiring and maintaining the independence of older people can lead to a better quality of life. Objectives: To investigate the association of physical and functional capacity in elderly women with genotypes of inflammatory markers: IL-6 and TNF-α. Patients and Methods: We conducted a cross-sectional study with 97 elderly (71.09 ± 5.37 years old). For genotypes identification, genomic DNA was extracted from peripheral blood leukocytes. The polymorphism was determined by direct sequencing of polymerase chain reaction. To assess physical function, manometer, spirometry, bioelectrical impedance analysis, grip strength and walking test of 06 minutes was performed. Statistical analysis included averages, standard deviations, frequencies, Student's t test, one-way ANOVA and chi-square. All tests were performed using SPSS 17.0 for Windows with p ≤ 0.05 significance level. Results: Grip strength was lower in the elderly aged ≥ 70 years and this difference was statistically significant in the left arm. In the maximum inspiratory and expiratory pressures, there was no statistically significant difference between the groups studied, occurring only a tendency for the values of maximal expiratory pressure and maximal voluntary ventilation. There was a statistically significant difference in age with the walk test 06 minutes, that is, the higher the age the lower the distance. When groups were stratified by genotype of Interleukin-6 and age, the difference was statistically significant in terms of age evaluated the walk test and maximal voluntary ventilation. When the groups were divided by genotypes of Tumor Necrosis Factor Alpha and the age difference was statistically significant only on age and walk test 06 minutes. Conclusions: It was possible to verify the association of physical and functional ability of elderly to age.

(8)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fatores relacionados com o surgimento da sarcopenia...18

Figura 2 – Balança digital marca Filizola...37

Figura 3 – Manovacuômetro...38

Figura 4 – Espirômetro Spirolab II (Medical /West)...39

Figura 5 – Realização da Espirometria (VVM)...40

Figura 6 – Aparelho de Bioimpedância Tetrapolar Biodynamics Model 310...40

Figura 7 – Posicionamento dos eletrodos para Bioimpedância...41

Figura 8 – Visor do Dinamômetro CHATANNOGA® ...42

Figura 9 – Dinamômetro CHATANNOGA® ...42

Figura 10 – Posições da manopla do Dinamômetro...43

(9)

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1. Valores de referência da Pimax e Pemax na população brasileira ... 30

Tabela 2. Equações utilizadas para predizer distância percorrida no TC6 ... 33

Tabela 3. Dados descritivos da amostra total ... 45

Tabela 4. Dados descritivos da amostra dividida por faixa etária ... 46

Gráfico 1. Idosas praticantes e não praticantes de atividade física ... 50

Tabela 5. Dados descritivos divididos por genótipos de Il-6 e variáveis avaliadas .... 52

Tabela 6. Dados descritivos divididos por genótipos de TNF-αe variáveis avaliadas . 54 Tabela 7. Dosagens de Citocinas IL6 e sua associação com variáveis estudadas ... 55

Tabela 8. Valores de Citocinas TNF e sua associação com as variáveis estudadas . 56 Tabela 9. Divisão dos grupos por genótipo IL-6 e faixa etária ... 57

Tabela 10. Divisão dos grupos por genótipo de TNF e faixa etária ... 58

Tabela 11. Teste de caminhada e associação com as variáveis estudadas ... 58

Tabela 12. VVM e associação com outras variáveis estudadas ... 59

(10)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

(11)
(12)
(13)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

1.1 OBJETIVOS ... 14

1.1.1 GERAIS ... 14

1.1.2 ESPECÍFICOS... ... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 ENVELHECIMENTO E SARCOPENIA ... 16

2.2 IMUNOSSENESCÊNCIA E CITOCINAS (IL-6 e TNFα)... ... 19

2.3 A FUNÇÃO RESPIRATÓRIA ... 23

2.4 A FUNÇÃO RESPIRATÓRIA NO IDOSO... ... 27

2.5 FORÇA MUSCULAR E DINAMOMETRIA... ... 28

2.6 COMPOSIÇÃO CORPORAL... ... 30

2.7 CAPACIDADE FUNCIONAL E TC6... ... 31

3 MATERIAIS E MÉTODOS... ... 35

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO... ... 35

3.2 AMOSTRA... ... 35

3.3 PROCEDIMENTOS E COLETA DE DADOS... ... 36

3.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS... ... 44

4 RESULTADO E DISCUSSÃO... ... 45

5 CONCLUSÃO ... ... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... ... 62

APÊNDICE 01 ... ... 73

(14)

1 INTRODUÇÃO

A longevidade constitui-se no maior trunfo da humanidade e em um dos seus

maiores desafios. A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve como indivíduo

idoso qualquer pessoa acima de 60 anos de idade ou mais nos países em

desenvolvimento (GONÇALVES et al., 2006).

O envelhecimento da população é um fenômeno que tem ocorrido de forma

mais abrupta nos países em desenvolvimento e não tem sido acompanhado pelas

melhorias das condições de saúde (CARDOSO e COSTA, 2010).

A partir do final da década de 60, a redução da fecundidade desencadeou o

processo de transição da estrutura etária ocasionando uma nova população com um

perfil caracterizado por indivíduos idosos (CARVALHO e WONG, 2008). Há

projeções de que em 2020, a população idosa no Brasil atingirá o número

aproximado de 32 milhões, representando 13 a 15% da população (FREITAS et al., 2002). O número de idosos (≥60 anos) chega a 14,5 milhões representando 9,1% da

população brasileira e pode ser considerada uma das maiores do mundo (SILVA et al., 2006).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), relatou que para

cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existiam aproximadamente 24,7 idosos

de 65 anos ou mais. A projeção para 2050 estima que para cada 100 crianças de 0 a

14 anos existirão 172,17 idosos. Além do aumento de idosos, verifica-se também

elevações no excedente feminino na população total, que no ano de 2000 era de 2,5

milhões de mulheres e em 2050 poderá atingir quase 7 milhões.

À medida que a idade cronológica aumenta, as pessoas se tornam menos

ativas, suas capacidades físicas diminuem e aparecem normalmente alterações

psicológicas como: o sentimento de velhice, estresse e depressão. Existe uma

diminuição da atividade física que consequentemente, facilita a aparição de doenças

(15)

Além das patologias características do processo de envelhecimento, o idoso

possui a capacidade reduzida do músculo esquelético em gerar força decorrente da

redução de massa muscular (DOHERTY, 2003). Esse fenômeno denominado

sarcopenia está relacionado com diversas alterações nos músculos em função do

envelhecimento e de múltiplos fatores neurais, hormonais, nutricionais, metabólicos

e imunológicos (KATSIARAS et al., 2005).

A sarcopenia é considerada uma das variáveis para definir a síndrome de

fragilidade e está diretamente ligada à senescência e longevidade. Sendo uma das

principais causas de quedas, fraturas, incapacidades, dependência, hospitalização e

mortalidade que acompanha o processo de envelhecimento (SILVA et al., 2006). Esse declínio muscular vem acompanhado pela diminuição da força de

preensão palmar, que hoje é considerada um preditivo para uma série de alterações

funcionais. Ela pode ser considerada como um dos parâmetros do estado de força

geral dos indivíduos (REBELATTO et al., 2007).

A avaliação da força manual, também conhecida como Preensão Palmar

(PP), é de fácil mensuração. Instrumentos confiáveis permitem ao profissional

alcançar conclusões que são minimamente afetadas por fatores externos,

diminuindo assim, as chances de erros. Um dos instrumentos reconhecidos na

literatura para avaliação da mão é o dinamômetro hidráulico. Este instrumento é

recomendado pela Sociedade Americana dos Terapeutas de Mão (SATM) para

medir a força de preensão palmar na avaliação de pacientes (FIGUEIREDO et al., 2007).

Vale ressaltar que essa avaliação pode ser utilizada por profissionais da área

da saúde como parâmetro para propor estratégias na avaliação, nos planos de

tratamento e na prevenção de futuras complicações (SASAKI et al., 2007).

A diminuição de força ocorre por alterações decorrentes do processo de

envelhecimento. No organismo do idoso pode ser observada uma diminuição de

massa corporal magra, diminuição na quantidade de água no organismo e

consequente aumento de tecido adiposo (BEDOGNI et al., 2001).

Essas alterações podem ser facilmente analisadas através da bioimpedância,

sendo considerada uma avaliação prática e de fácil acesso. A avaliação baseia-se

(16)

kHz, na qual verifica percentual de gordura, massa magra e quantidade de água no

organismo, dentre outros indicadores (LUKASKI, 1987).

Já no sistema respiratório as modificações fisiológicas mais importantes,

associadas ao envelhecimento são: redução na força dos músculos respiratórios,

recolhimento elástico dos pulmões e na complacência torácica, assim como também

é perceptível a redução da resposta respiratória à hipoxemia e à hipercapnia

(ENRIGHT et al. 1994).

Em decorrência da disfunção muscular respiratória, indivíduos idosos podem

apresentar hipoventilação, baixa tolerância ao exercício, dispnéia e em casos mais

graves, falência respiratória (KIM e SAPIENZA, 2005).

Mensurar a força dos músculos respiratórios possibilita o diagnóstico precoce

de sua fraqueza, permitindo seu tratamento específico. Essa verificação é realizada

através da Manovacuometria, que é uma medida rápida, não-invasiva e

relativamente de baixo custo (KARVONEN et al., 1994; SOUZA, 2002).

A mensuração das pressões máximas geradas durante uma inspiração

profunda e uma expiração forçada fornecem dados úteis para avaliação funcional

dos músculos respiratórios. O esforço empreendido pelos músculos inspiratórios

determina, em grande parte, o fluxo máximo a ser atingido a cada inspiração

(CAMELO, FILHO e MANÇO, 1985; BLACK e HYATT, 1969).

Em adultos eutróficos, valores normais para a força da musculatura

respiratória podem ser encontrados nas publicações de Black e Hyatt (1969) e

Harik-Khan et al., (1998). Entretanto, o estudo de Neder et al., (1999) é o mais específico, ao trazer resultados extraídos da população brasileira.

Outra característica relacionada ao processo de envelhecimento está no fato

de que os idosos, em sua grande maioria, são sedentários. Essa inatividade também

é fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis. Por isso, faz-se

necessária a avaliação desse indivíduo de forma global, avaliando também suas

atividades de vida diária (AVD) e a capacidade funcional (FIEDLER E PERES,

2008).

A capacidade funcional pode ser considerada pela eficiência que o idoso

possui em corresponder as demandas físicas nas suas atividades básicas para uma

(17)

futura, estabelecer níveis de morbidade e mortalidade, além de auxiliar na execução

de intervenções direcionadas com objetivo de prevenir e melhorar a função do idoso

(SHUBERT et al.; 2006 e CAMARA et al., 2008).

A incapacidade funcional define-se pela presença de dificuldade no

desempenho de certos gestos e atividades da vida cotidiana ou mesmo pela

impossibilidade de desempenhá-las (ROSA et al., 2003).

Essa perda da capacidade funcional em idosos é provocada pela diminuição

da resistência cardiorrespiratória, diminuição da aptidão muscular, redução do

equilíbrio e alterações osteomioarticulares que alteram a flexibilidade articular

(HOBEIKA, 1999). A capacidade funcional é um importante paradigma capaz de

identificar o grau de independência e autonomia em idosos (ALEXANDRE et al., 2008).

Um dos testes mais utilizados para avaliação da capacidade funcional é o

teste de caminhada de 6 minutos (TC6), que tem sido empregado como forma de

avaliar a aptidão física em indivíduos pouco condicionados fisicamente. É um teste

prático, simples e seguro, na qual se avalia exatamente a capacidade funcional e

Atividades de Vida Diária (AVDs) (ATS, 2002; BRITO e SOUSA, 2006).

O TC6 trata-se de um instrumento válido e confiável, é amplamente descrito

na literatura e possui como um dos objetivos, auxiliar na avaliação e nas

intervenções terapêuticas (ENRIGHT, 2003).

Estatísticas reforçam que o envelhecimento populacional pode passar a

representar mais um problema do que uma conquista da sociedade, na medida em

que os anos de vida ganhos não sejam vividos em condições de independência e

saúde. Isto geralmente implica em custos elevados para o sistema de saúde

(CHAIMOWICZ, 1997).

A promoção de saúde e a profilaxia primária e secundária de doenças,

inclusive após os 65 anos, são as alternativas que apresentam o melhor custo

benefício (OMENN, 1992).

Além de toda avaliação clínica, cabe ressaltar que não só a prevenção possui

fator direto com essas comorbidades. Nos últimos anos estudos demonstram que as

disfunções do sistema imunológico no indivíduo idoso contribuem para uma maior

(18)

O sistema imunológico pode sofrer mudanças por modificações nutricionais,

estresse, doenças e outros fatores que se agravam com o envelhecimento e levam

às alterações da funcionalidade do organismo. Esse processo é conhecido por

imunossenescência (TONET e NÓBREGA, 2008).

Vários mediadores inflamatórios como Interleucina-6 (IL-6) e Fator de

Necrose Tumoral alfa (TNF α) possuem o potencial de agravar os fatores de risco

associados ao envelhecimento. Sendo assim, eles constituem um elo entre o estilo

de vida, infecções e alterações fisiológicas no processo de envelhecimento. Por isso,

mediadores inflamatórios são fatores preditores de morbidade e mortalidade

(KRABBE et al., 2004).

Diante do exposto, e com a finalidade de avaliar pessoas idosas, faz-se

necessário verificar a influência do perfil genético com alterações respiratórias,

musculares e funcionais decorrentes do processo de envelhecimento. Avaliar o

comportamento da força da musculatura respiratória e a existência de restrição

pulmonar.

Apesar dos diversos estudos a respeito do envelhecimento, ainda existem

poucos que realizam uma correlação do envelhecimento, capacidade

físico-funcional, função pulmonar e preensão palmar com marcadores inflamatórios.

Diante do exposto o objetivo o presente estudo poderá auxiliar na detecção

precoce de problemas respiratórios, musculares e funcionais de pessoas idosas

para que através de futuros programas de prevenção e ou reabilitação possa ser

minimizada a instalação e ou progressão de tais complicações.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 GERAIS

Verificar a associação da capacidade físico-funcional de idosas com

(19)

1.1.2 ESPECÍFICOS

Avaliar e associar a capacidade físico-funcional das idosas por faixa etária e

pelos genótipos estudados.

Verificar a associação da capacidade físico-funcional das idosas com as

(20)

2. REFERENCIAL TEÓRICO:

2.1 ENVELHECIMENTO E SARCOPENIA:

O aumento na expectativa de vida tem sido considerado um dos maiores

feitos da humanidade, tempos atrás chegar à velhice era um privilégio de poucos,

atualmente é um acontecimento comum. É importante ressaltar que o aumento da

expectativa de vida só é interessante quando é possível agregar qualidade aos anos

adicionais (CALDAS, 2003).

O envelhecimento é um processo natural e irreversível do corpo humano,

marcado por importantes alterações fisiológicas que variam entre os indivíduos, e

que dependem de inúmeros fatores, tendo o estilo de vida como uma variável

importante (PAPALÉO, 1996).

Inúmeras alterações morfológicas e funcionais ocorrem com o processo de

envelhecimento. O sistema imunológico se modifica levando a uma involução do

timo e maior susceptibilidade a infecções e doenças auto-imunes. Na composição

corporal ocorre uma diminuição da água e aumento de gordura. No sistema

respiratório há um aumento do volume residual e redução da capacidade vital e no

sistema locomotor existe a menor capacidade de contração das fibras musculares e

diminuição de força (SALDANHA e CALDAS, 2004).

O processo de envelhecimento é um desafio mundial responsável pelo

aumento na demanda de cuidados especialmente na área da saúde levando uma

maior ocorrência na diminuição de força muscular, e consequentemente síndrome

da fragilidade (PAPALÉO, 1996).

Segundo Fried et al., (2001) a fragilidade em idosos pode ser definida caso apresente três de cinco critérios utilizados como: perda de peso, força de preensão

palmar (FPP) menor em cerca de 20%; exaustão em testes específicos para

avaliação cardiopulmonar; tempo de caminhada mais lento; baixo nível de atividade

(21)

No início da década de 90, surgiu o termo sarcopenia, que se refere ao

declínio em força e massa muscular relacionado à idade, levando a perda da

independência funcional, associado a dificuldades na realização de atividades de

vida diária. Ela prevalece independente da idade, sexo, obesidade, estado

socioeconômico e comportamentos de saúde (MAIOR, 2004).

A Sarcopenia é considerada uma síndrome geriátrica na qual a progressão da

idade e o declínio de massa muscular são responsáveis pela diminuição da força e

funcionalidade (LANG et al., 2010). A terminologia proposta originou do grego “Sarx” ou carne + “penia” ou prejuízo (IRWIN, 1989).

Está associada ao declínio neuromuscular, funcionalidade, desempenho e

está intimamente relacionada ao aumento de risco para quedas, fraturas,

incapacidade, dependência, perda de massa magra, diminuição da velocidade da

caminhada, redução da atividade física e consequentemente mortalidade (SILVA et al., 2006; ROSSI e SADER, 2006; BERGER e DOHERTY, 2010).

A Sarcopenia é considerada o fator mais importante na redução da força

muscular periférica e respiratória e pode ocasionar incapacidades progressivas,

perda de independência e interferir na capacidade funcional de idosos (SIMÕES et al., 2010). Múltiplos fatores estão relacionados com seu aparecimento e progressão.

De acordo com DOHERTY, (2003) fatores hormonais, nutricionais,

imunológicos e metabólicos contribuem para o desenvolvimento e progressão da

sarcopenia, tendo como consequência a fraqueza, imobilidade, incapacidade e

(22)

Figura 1: Fatores relacionados com o surgimento da sarcopenia. Fonte: DOHERTY, 2003

Possui maior prevalência em mulheres após os 60 anos, levando a alterações

em todo sistema endócrino (hormônios de crescimento, secreção e produção de

insulina, estrogênio, progesterona) aumento dos níveis de citocinas inflamatórias

(IL-6 e TNFα) além da disfunção mitocondrial.

Esse processo fisiológico, também denominado senescência é caracterizado

por mudanças morfológicas, bioquímicas, fisiológicas e psicológicas, que acarretam

alterações e desgastes em vários sistemas funcionais, de forma progressiva e na

maioria das vezes irreversível (HARRIS et al., 2007).

Com o envelhecimento há uma diminuição lenta e progressiva da massa

muscular, sendo esse tecido substituído por colágeno e gordura. Pela tomografia

computadorizada é possível observar que após os 30 anos de idade diminui a

secção transversal dos músculos, sendo essas alterações mais pronunciadas no

sexo feminino. O número de fibras musculares no idoso é aproximadamente 20%

menor quando comparado ao adulto, sendo o declínio mais acentuado em fibras do

(23)

2.2 IMUNOSSENESCÊNCIA E CITOCINAS (IL-6 e TNFα)

O envelhecimento imunológico, e suas disfunções são denominados como

imunossenescência e leva ao declínio da função imune e aumento na suscetibilidade

de infecções e aparecimento de doenças auto-imunes (EWERS, RIZZO e FILHO,

2008).

A imunossenescência contribui significativamente para a redução da

habilidade do idoso em controlar as doenças infecciosas, tendo como consequência

direta o aumento da morbidade e mortalidade (PAWLEC e LARBI, 2008).

Dentre os órgãos e sistemas do organismo humano que sofrem essas

alterações, o sistema imunológico é um dos mais atingidos no envelhecimento,

sofrendo alterações celulares e nos padrões de secreção das citocinas e na

tolerância imunológica (TONET e NÓBREGA, 2008).

Da interação entre o genoma e os fatores ambientais (estilo de vida,

alimentação) resultará em uma maior ou menor velocidade de envelhecimento do

organismo. Essas alterações celulares, teciduais e orgânicas, levam a perda da

funcionalidade progressiva e aumento na incidência de doenças (MOTA,

FIGUEIREDO e DUARTE, 2004).

Uma das teorias genéticas sugere que o processo de envelhecimento celular

ocorra a partir de erros na transcrição e transporte de material genético ou mutações

somáticas, caracterizadas pelo polimorfismo existente em diferentes mutações que

podem ocorrer na sequência de DNA (Ácido Desoxirribonucléico) (BURNET, 1974).

Ácidos nucléicos são macromoléculas unidas por ligações fosfodiéster de

extrema importância em todos os organismos vivos. Existem dois tipos: ácido

desoxirribonucléico (DNA) e ácido ribonucléico (RNA). A partir desses, as moléculas

estocam e transmitem informações genéticas na célula, constituindo os genes

localizados nos cromossomos das células. Toda informação genética encontra-se

acumulada na sequência linear das quatro bases em um alfabeto de quatro letras:

Adenina (A); Timina (T); Guanina (G); Citosina (C) (ROSSETTI In ZARA et al., 2000). Quando ocorre a existência de duas ou mais formas alternativas, ou variantes

(24)

sequência genômica podendo alterar a transcrição de proteínas. Uma vez que há

alteração na expressão ou na função da proteína, é denominado polimorfismo

funcional (KINANE et al., 2005).

Cada variante comum de um gene polimórfico é chamada de alelo, e um

indivíduo pode portar dois alelos diferentes de um gene, cada um herdado de um

genitor diferente. Os genes do complexo de maior histocompatibilidade são os

polimórficos no genoma dos mamíferos (ABBAS e LICHTMAN, 2009).

Uma forma de detectar esse polimorfismo é através da Reação de

Polimerização em Cadeia (PCR), que é um método que permite a amplificação in vitro de segmentos de DNA, utilizando primers que hibridizam com as fitas opostas em regiões que flanqueiam o segmento a ser amplificado. Nesse processo, o DNA

será desnaturado em altas temperaturas, os primers serão hibridizados e, posteriormente será realizada a síntese de DNA-polimerase e desorribonucleotídeos

trifosfatos. A repetição dessas etapas permite a amplificação de DNA (ROSSETTI In

ZARA et al., 2000).

Quando se dispõe de dados da sequência de nucleotídeos de um segmento

de DNA a ser analisado é relativamente fácil definir os primers para sua amplificação. A mudança de bases nitrogenadas de guanina para citosina no

nucleotídeo da posição -174 da região promotora parece alterar a transcrição da

citocina IL-6, levando maior suscetibilidade no aparecimento de algumas doenças

(RIVERA-CHAVEZ et al., 2003).

O mesmo ocorre na região promotora do TNFα na posição -308, que tem sido

bastante pesquisada na literatura. Este polimorfismo está relacionado à transição de

guanina para adenina (GEHRKE e PEREIRA, 2007).

Em resposta aos patógenos, as células dendríticas, macrófafos e outras

células secretam citocinas, que são intermediárias em muitas reações celulares da

imunidade inata. As citocinas são proteínas solúveis que servem de mediadores nas

reações imunológicas e inflamatórias, sendo responsáveis pela comunicação entre

leucócitos. A maioria das citocinas é chamada por convenção de interleucina, o que

significa que essas moléculas são produzidas por leucócitos e atuam nesses e em

(25)

Na imunossenescência também ocorrem modificações na produção de

citocinas, consideradas estruturas de baixo peso molecular, estimulados por agentes

fisiológicos e patológicos. Essas moléculas são responsáveis por regular e mediar

respostas imunológicas, inibindo ou estimulando a ativação, proliferação e/ou

diferenciação de diversos tipos celulares, e regulando a secreção de anticorpos e

outros mediadores. Dessa forma, controlam a intensidade e duração do processo

inflamatório (KRABBE et al., 2004).

As citocinas se ligam aos receptores específicos nas membranas das

células-alvo, desencadeando vias de transdução de sinais que induzem expressão gênica.

Na literatura, diferentes tipos e famílias de citocinas são descritos, com funções que

influenciam direta ou indiretamente o sistema imunológico. Dentre as citocinas de

caráter pró-inflamatório, a interleucina 1 (IL-1), a interleucina 6 (IL-6) e o fator de

necrose tumoral (TNF-α) podem ser enumeradas como as de maior destaque (TONET e NÓBREGA, 2008).

Com o envelhecimento há um aumento na concentração de citocinas, tendo

um destaque para IL-1, TNFα e IL-6 conhecida como citocina geriátrica na qual seus

altos níveis estão relacionados com a incapacidade funcional e mortalidade, além do

aparecimento de doenças crônicas com o Diabetes Mellitus, aterosclerose e a Sarcopenia (FRANCESCHI et al., 2007 e JYLHÄ et al., 2007).

A IL-6 é uma citocina com atuação tanto na resposta imune inata como na

adaptativa. Ela é sintetizada por monócitos, células endoteliais, fibroblastos e outras

células, sendo considerada um importante marcador inflamatório envolvido em uma

série de atividades imunológicas. Estimula a síntese de proteínas de fase aguda

pelos hepatócitos, bem como o crescimento de linfócitos B que produzem

anticorpos. (ERSHLER e KELLER, 2000; ABBAS e LICHTMAN, 2009).

A IL-6 é um agente mediador essencial para a regulação do sistema imune,

contudo, a produção excessiva dessa citocina conduz a inflamação e seu processo

inflamatório patológico (CHAHADE, 2009).

Inúmeros marcadores inflamatórios são preditores de declínio funcional em

idosos. Dentre eles destaca-se a IL-6, que teve uma melhor especificidade do que a

Proteína C-Reativa (PCR) entre idosos na detecção de Doença Cardiovascular

(26)

A IL-6 influencia o curso da inflamação, existindo evidências de como ela é

capaz de mediar efeitos pró-inflamatórios que incluem a indução da síntese de

moléculas de adesão intercelular e o recrutamento de leucócitos, sendo também

capaz de intervir na regulação de processos anti-inflamatórios como a supressão de

citocinas pró inflamatórias, o TNF-α e a IL-1. Uma situação de equilíbrio entre ambos

influenciará decisivamente no desenvolvimento da resposta imuno inflamatória e da

doença associada (CHAHADE, 2009).

Em 1985, Old e Colaboradores, identificaram uma proteína sérica responsável

pela necrose hemorrágica em coelhos tratados com endotoxina, transplantados ou

injetados com tumor. Outros estudos realizaram uma associação do

desenvolvimento de caquexia em pacientes com câncer, denominando-a de fator de

necrose tumoral alfa (QI e PEKALA, 2000; OLD et al., 1985).

É uma citocina produzida principalmente por fagócitos mononucleares

ativados que funcionam para estimular o recrutamento de neutrófilos e monócitos

para locais de infecção e erradicar os microorganismos. Em infecções graves o TNF

é produzido em grandes quantidades além de exercer efeitos sistêmicos, incluindo a

indução de febre, síntese de proteínas da fase aguda pelo fígado e caquexia

(ABBAS e LICHTMAN, 2009).

A principal função do TNF-α é promover a resposta imune, por meio do

recrutamento de neutrófilos e monócitos para o local da infecção, além de ativá-los.

Constitui-se no principal mediador da resposta inflamatória aguda contra bactérias

gram-negativas e outros microorganismo (ABBAS et al., 2000).

Concentrações plasmáticas moderadas do TNF-α vão mediar os efeitos

sistêmicos da inflamação além de refletir na diminuição da habilidade do organismo

do idoso no controle do estresse oxidativo, contribuindo para a perda muscular. Em

altas concentrações causam trombos no endotélio e reduz a pressão arterial.

Infecções disseminadas graves, com bactérias gram-negativas, podem ocasionar

uma síndrome clínica potencialmente fatal, chamada de choque séptico (GREIWE,

2001; ABBAS e LICHTMAN, 2009).

O TNF- α constitui um dos principais mediadores da resposta inflamatória

contra bactérias gram-negativas, sendo uma das principais citocinas com papel

(27)

considerada uma citosina multifuncional com papel central de defesa exercendo

várias atividades biológicas além do desenvolvimento e expressão fenotípica da

obesidade, regula o acúmulo de gordura interferindo diretamente no metabolismo

dos lipídios (GEHRKE e PEREIRA, 2007).

2.3 A FUNÇÃO RESPIRATÓRIA

A função primordial do pulmão é permitir ao oxigênio passar do ar ao sangue

venoso. Metaboliza alguns compostos, filtra materiais indesejáveis e atua como

reservatório de sangue (WEST, 2002).

A respiração é desempenhada principalmente pelo diafragma. Os demais

músculos contribuem pouco durante a respiração de repouso, mas são recrutados

quando grandes níveis de ventilação são requeridos, como durante exercícios ou em

doenças pulmonares restritivas ou obstrutivas (SILVA et al., 2003).

Os músculos que contribuem para o movimento de entrada e saída de ar nos

pulmões podem ser classificados como músculos respiratórios principais, que

funcionam durante a respiração calma (Diafragma e intercostais) e músculos

acessórios, que são acionados durante o aumento da demanda ventilatória

(escalenos, esternocleidomastóide, peitoral maior e os abdominais) (RUPPEL In

SCANLAN, 2000).

Os músculos expiratórios não são usualmente ativados durante a respiração

de repouso, pois a expiração possui uma função passiva. Há exceções quando

níveis elevados de esforço ventilatório são requeridos, como também o emprego

ativo dessa musculatura durante manobras explosivas, como a tosse, o espirro ou o

vômito (SILVA et al., 2003).

A adaptação funcional dos músculos envolvidos na ventilação pode ser

acompanhada através da medida das pressões respiratórias máximas (CAMELO,

FILHO e MANÇO, 1985). A mensuração dessas pressões representa um

procedimento de utilidade para a avaliação funcional dos músculos respiratórios

(28)

A monitorização da função pulmonar é utilizada com intuito de determinar a

existência de diversas disfunções pulmonares e ou neuro-musculares (GIBSON et al., 2002).

Essa avaliação pode ser feita com o uso da espirometria (do latim Spirare =

respirar + metrum = medida), a medida do ar que entra e sai dos pulmões. Pode ser

realizada durante a respiração lenta ou durante manobras expiratórias forçadas. É

um teste que auxilia na prevenção, permite o diagnóstico e a quantificação de

distúrbios ventilatórios (PEREIRA, 2002).

A espirometria é utilizada para avaliação de volumes (volume corrente, volume

expiratório de reserva, volume inspiratório de reserva) e das capacidades

pulmonares (capacidade inspiratória e capacidade vital). Avalia também a mecânica

pulmonar que incluem as mensurações do volume expiratório forçado (VEF), da taxa

de fluxo inspiratório forçado (FIF), da taxa do fluxo expiratório forçado (FEF) e da

ventilação voluntária máxima (VVM) (DOUCE IN SCANLAN et al., 2000).

Os volumes pulmonares podem ser classificados como volumes estáticos,

resultantes da complementação de manobras respiratórias e volumes dinâmicos,

decorrentes de manobras respiratórias forçadas medida através da espirometria

(BARRETO, 2002).

A VVM é o maior volume que o indivíduo pode mobilizar em um minuto com

esforço voluntário máximo. O teste promove uma visão global e inespecífica da

função ventilatória. A manobra é geralmente feita por um período de 10 a 15

segundos e o volume nesse período de tempo é então extrapolado para o valor de

01 minuto. As unidades utilizadas para coleta são: L/Min (PEREIRA, 2002).

Esse teste completa a avaliação da capacidade de trabalho dos músculos

respiratórios, avalia a resistência, fadiga ou endurance muscular que é a habilidade

para sustentar uma tarefa muscular específica durante determinado tempo (RICIERI

IN GAVA e PICANÇO, 2007).

O Sucesso na medida de um valor representativo da VVM depende do

esforço, por essa razão o técnico tem um papel fundamental em estimular o

examinado antes e durante a manobra. É importante durante a avaliação que o

examinador estimule o paciente a manter um ritmo regular e constante (PEREIRA,

(29)

A VVM diminui aproximadamente 30% entre os 30 e os 70 anos devido a

diminuição de força dos músculos respiratórios e da complacência pulmonar além da

grande dificuldade em realizar a manobra de forma coordenada (PETERSON e

FISCHMAN, 1992).

Para avaliação da força dos músculos respiratórios, ou seja, da Pressão

Inspiratória máxima (PImax) e da Pressão expiratória máxima (PEmax) utilizam-se

os manovacuômetros, que são manômetros anaróides capazes de medir pressões

negativas e positivas (SOUZA, 2002).

Através do manovacuômetro pode se determinar alterações na musculatura

respiratória, permitindo avaliar força inspiratória e expiratória. Os valores obtidos são

expressos em cmH2O (centímetros de água) (PEREIRA, 2002).

A PImax costuma ser medida a partir da posição de expiração máxima,

quando o volume de gás contido nos pulmões é o volume residual (VR), contudo,

pode ser medida a partir do final de uma expiração calma, quando o volume corrente

contido nos pulmões é a capacidade residual funcional (SOUZA, 2002).

Para aferir tal medida, solicita-se ao indivíduo expirar até alcançar seu Volume

Residual (VR). Depois que ele realize um esforço inspiratório máximo contra a via

aérea ocluída através de um bocal. Essa posição deve ser mantida durante, pelo

menos um segundo (BLACK e HYATT, 1969; NEDER et al., 1999; SOUZA, 2002). O valor das pressões respiratórias máximas (PImax e PEmax) são expressos

em centímetros de água (cmH2O).

A PEmax é medida, geralmente a partir da posição de inspiração máxima,

quando o volume de gás contido nos pulmões é a capacidade pulmonar total (CPT),

mas também pode ser medida a partir do final de uma inspiração calma (SOUZA,

2002).

O indivíduo primeiramente inspira até alcançar sua capacidade pulmonar total

e, em seguida, efetua um esforço expiratório máximo contra a via aérea ocluída

(SOUZA, 2002).

As mensurações de PImax e de PEmax são testes rápidos e não-invasivos da

função dos músculos ventilatórios, podendo inclusive ser realizadas à beira do leito,

com dispositivos portáteis. A medida da PImax ainda é o teste mais utilizado para

(30)

amplamente disponível para a avaliação da força dos músculos expiratórios

(SYABBALO, 1998).

As mensurações das pressões respiratórias máximas dependem da

compreensão das manobras a serem executadas e da vontade do indivíduo em

cooperar realizando esforços respiratórios realmente máximos. É um teste volitivo,

isto é, dependem da compreensão e da colaboração dos indivíduos (SOUZA, 2002).

Essa medida foi anteriormente recomendada como um teste mais específico

para fraqueza muscular do que para medidas de volume. Na prática, sua redução é

proporcional à capacidade vital (GIBSON et al., 2002).

Valores de normalidade foram sugeridos por Neder et al., 1999 para a população brasileira, com base em 100 indivíduos normais, não fumantes, com

idade entre 20-80 anos (tabela 1).

Tabela 1 – Valores de referência da Pimax e Pemax na população brasileira.

IDADE (anos)

MULHERES HOMENS Pimax

(cmH2O)

Pemax (cmH2O)

VVM (litros)

Pimax (cmH2O)

Pemax (cmH2O)

VVM (litros)

20-29 101,6 ± 13,1 114,1 ± 14,8 125,5 ± 13,3 129,3 ± 17,6 147,3 ± 11,0 166,9 ± 20,2 30-39 91,5 ± 10,1 00,6 ± 12,1 123,6 ± 11,2 136,1 ± 22,0 140,3 ± 21,7 170,2 ± 29,7

40-49 87,0 ± 9,1 85,4 ± 13,6 115,5 ± 8,4 115,8 ± 87,0 126,3 ± 18,0 151,2 ± 34,4 50-59 79,3 ± 9,5 83,0 ± 6,2 105,9 ± 20,8 118,1 ± 17,6 114,7 ± 6,9 132,4 ± 27,4

60-69 85,3 ± 5,5 75,6 ± 10,7 95,7 ± 19,3 100,0 ± 10,6 111,2 ± 10,9 138,8 ± 22,0 70-80 72,7 ± 3,9 69,6 ± 6,7 93,5 ± 18,9 92,8 ± 72,8 111,5 ± 21,0 108,0 ± 25,6

Pimax (Pressão Inspiratória Máxima); Pemax (Pressão Expiratória Máxima); VVM (Ventilação Voluntária Máxima)

Fonte: NEDER et al., 1999.

Enright, (1994) demonstrou que as pressões máximas geradas pelos

músculos inspiratórios e expiratórios de idosos possuem uma forte correlação com a

(31)

2.4 A FUNÇÃO RESPIRATÓRIA NO IDOSO

O Brasil é um dos países que se destaca por possuir uma das maiores taxas

de envelhecimento populacional, acarretando alterações posturais e prejuízos

respiratórios (PETTENON, 2008).

Diversas estruturas podem ser comprometidas no organismo do idoso,

gerando alterações no estilo de vida e posteriormente dependência total em suas

AVDS.

Entre as principais alterações fisiológicas do aparelho respiratório associados

à senilidade, destacam-se: perda das propriedades de retração elástica do pulmão;

enrijecimento da parede torácica e diminuição da potência motora e muscular.

Alterações da elasticidade, complacência e dos volumes pulmonares, redução da

massa muscular e acentuação da cifose considerada fisiológica (GORZONI e

RUSSO In FREITAS et al., 2002).

As alterações causadas pela sarcopenia também estão presentes nos

músculos respiratórios e associados aos elevados índices de inatividade e

imobilização. (GORZONI E RUSSO In FREITAS et al., 2002)

As alterações estruturais do sistema respiratório relacionado ao processo de

envelhecimento englobam modificações que ocorrem nos pulmões, na caixa torácica

e no drive respiratório. Ocorre uma diminuição da complacência torácica decorrente

da calcificação da cartilagem costal e da articulação costovertebral bem como o

estreitamento dos espaços intervertebrais e diminuição do tamanho e número de

fibras musculares (BRITTO et al., 2005).

A força muscular diminui com o envelhecimento e está associada com a

redução na proporção das fibras musculares do tipo II. A hipotrofia dos intercostais

ocasiona maior predisposição dos músculos inspiratórios à fadiga. Apesar de a

expiração ser um processo ativo, os músculos intercostais contraem ativamente

durante a expiração (GORZONI E RUSSO In FREITAS et al., 2002).

Idosos que realizam exercício físico apresentam melhor capacidade funcional do que

idosos sedentários, sendo que a imobilidade apresentada por alguns pode

(32)

As doenças respiratórias, especialmente as pneumonias e gripes, são

consideradas como as principais causas de internação e óbito entre a população

idosa (FRANCISCO et al., 2004).

Três são os fenômenos mais importantes associados com o envelhecimento:

a redução na retração elástica do pulmão, redução na complacência da parede

torácica e redução na força dos músculos inspiratórios e expiratórios (BARRETO,

2002).

A função pulmonar é comprometida acarretando alterações estáticas e

dinâmicas. A capacidade vital sofre uma redução de 25 a 40% e a VVM diminui mais

do que qualquer outro parâmetro (RUIVO et al., 2009).

No envelhecimento fisiológico ocorre a substituição de tecido muscular por

tecido gorduroso, que associado à inatividade gera redução da massa e potência da

musculatura esquelética, causando menor capacidade de sustentar o trabalho

muscular (endurance) (GORZONI E RUSSO In FREITAS et al., 2002).

O comportamento das pressões respiratórias mantém certa estabilidade até

os 55-60 anos de idade e depois declinam marcantemente em módulos

(GONÇALVES et al., 2006).

2.5 FORÇA MUSCULAR E DINAMOMETRIA

O processo de envelhecimento constitui uma série de alterações fisiológicas

que influenciam principalmente o sistema músculo-esquelético e possui particular

importância, visto que o decréscimo da função muscular tem impacto na capacidade

funcional e independência na idade avançada (CALDAS, 2003 e DOHERTY, 2003).

O processo de envelhecimento está associado ao declínio progressivo da

massa muscular, força e qualidade de fibra muscular, condição descrita como

sarcopenia do envelhecimento (ZHONG et al., 2007).

A perda da força muscular pode prejudicar a mobilidade, contribuindo para

(33)

sendo essa uma condição relacionada com eventos de queda em idosos (MENEZES

e BACHION, 2008).

Para avaliação dos músculos periféricos, a FPP tem sido empregada na

avaliação de características físicas, grau de incapacidade e evolução durante o

processo de reabilitação. Vem sendo considerada não só uma medida de força

isolada da mão, mas um indicador da força total do corpo, sendo utilizada como

parâmetro em testes de aptidão física (FERNADES et al., 2003 e BALOGUM, 2001). De uma forma geral, os idosos que apresentam diminuição na FPP são

sedentários e possuem déficits de massa corporal e limitações funcionais. A PP

pode ser utilizada como screening para sarcopenia, podendo indicar prejuízos

futuros (ALEXANDRE et al.,2008).

Vários instrumentos foram projetados paramensurar FPP, em 1954 Bechtol,

desenvolveu o dinamômetro JAMAR® que consiste em um sistema hidráulico de

aferição, sendo considerado o mais aceito para avaliação da preensão palmar, por

ser relativamente simples com leitura rápida e direta (BECHTOL, 1954;

MATHIOWETZ et al., 1985; CAPORRINO et al., 1998)

A FPP é uma das funções da mão mais utilizadas na avaliação de casos de

patologias e desordens dos membros superiores, sendo recomendada em diversos

estudos populacionais (CAPORRINO, 2007 e FIGUEIREDO et al., 2007).

É determinada quando existe a necessidade de uma força completa, como em

atividades que geram a ação dos dedos e polegar de encontro à palma da mão, com

propósito de transmitir força para um objeto (MOREIRA et al, 2003).

Um estudo realizado por Mathiowetz et al. (1985) na análise da preensão palmar com aproximadamente 310 homens e 318 mulheres verificou que a força de

preensão máxima está na faixa etária de 25 a 39 anos em ambos os sexos e que a

média de três tentativas deve ser respeitada visto que esse método resultou em

melhor confiabilidade.

Já Caporrino et al., (1998) concluíram que a força de preensão palmar apresenta maior significância no sexo masculino ao invés do feminino, em todas as

faixas etárias estudadas (20 a 59 anos). Tendo o lado dominante com maiores

valores de força de preensão que o não dominante para ambos os sexos. A média

(34)

Nas mulheres o lado dominante apresentou média de 31,6 kgf e no lado não

dominante 28,4 kgf. A diferença média de 10% nos valores obtidos.

Para medir a força de preensão, o sujeito é instruído a apertar as duas barras

por meio de uma manopla, a fim de aproximá-las. Na medida em que o sujeito

aperta as barras elas dobram, deformam, provocando uma alteração na resistência

dos aferidores e ocorre uma alteração correspondente na produção de voltagem.

Esta produção é diretamente proporcional à força exercida sobre as barras. A força

de preensão palmar registrada no aparelho pode ser estabelecida em Kg/f

(DURWARD et al., 2001).

Os cabos da manopla de posicionamento podem ser ajustados em cinco

posições de dentro para fora. A quinta posição permite que haja maior distância

entre a extremidade dos dedos e do cabo. A segunda posição é considerada a mais

eficiente para testes de força e tem sido adotada pela SATM para testes rotineiros

(BALOGUM, 1991).

Para coleta das medidas referentes à força de preensão o indivíduo deve

estar sentado com os quadris e joelhos a 90º de flexão, o ombro aduzido em posição

neutra, o cotovelo fletido a 90º e o antebraço em semi-pronação. A recomendação

da utilização do aparelho com a manopla na posição 2 é dada por apresentar

melhores resultados para a força de preensão ( BALOGUM et al. , 1991; CROSBY et al., 1994; DURWARD et al., 2001; MOREIRA, 2003).

2.6 COMPOSIÇÃO CORPORAL

Além das complicações respiratórias e músculo esqueléticas no organismo

ocasionadas pelo processo de envelhecimento, pode ser observado um aumento

progressivo de gordura corporal que acompanha a redução de massa magra e

hídrica. Por isso, é extremamente importante a avaliação e verificação da

distribuição do tecido adiposo pela estreita relação com desordens metabólica e

(35)

A composição corporal possui um papel importante na avaliação da saúde da

população independente de sexo e idade, visto que a obesidade está associada ao

aumento de risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e

outras doenças crônicas. (MARQUES et al., 2000 e ACSM’s, 1995).

A perda de força no organismo do idoso está associada à diminuição de

células musculares geradas pela inatividade. Com o processo de envelhecimento, a

maioria dos idosos perde peso corporal pela diminuição de massa magra, composta

em grande parte por músculo e consequentemente adquirem tecido gorduroso

(ALEXANDRE et al., 2008).

O uso da bioimpedância consiste em um método não invasivo, rápido e

indolor que se baseia na passagem de corrente elétrica de baixa intensidade através

do corpo. A água total pode ser medida pela impedância, pois os eletrólitos na água

são excelentes condutores de corrente elétrica, enquanto que o tecido adiposo

possui 80% de gordura sendo um mal condutor. Já a massa magra contém cerca de

73% de água e menor resistência a passagem da corrente elétrica (BRITTO e

MESQUITA, 2008).

A bioimpedância presta-se a estimar a água corporal total e a partir desse

valor verifica-se a massa isenta de gordura. Uma vez subtraído esse valor da massa

corporal total obtém-se a massa de gordura e, consequentemente o seu percentual

(RODRIGUES et al., 2001).

2.7 CAPACIDADE FUNCIONAL E TC6

A capacidade funcional pode ser definida com a possibilidade de cuidar de si

mesmo e executar suas AVDs com autonomia e independência mesmo

apresentando morbidades (CARDOSO e COSTA, 2010).

O próprio processo de envelhecimento pode ocasionar o declínio da aptidão

(36)

Os testes de caminhada são vistos como uma alternativa rápida e de baixo

custo para avaliar o comprometimento da capacidade funcional, já que podem refletir

alterações na realização das AVDs (CAMARA et al., 2008).

Testes de caminhada são comumente utilizados na prática clínica desde a

década de 60. Inicialmente um dos primeiros testes descritos na literatura foi o de

caminhada de 12 minutos realizado com objetivo de predizer consumo máximo de

oxigênio atingido durante a avaliação de pessoas saudáveis. Hoje, o principal teste

de caminhada é o de 06 minutos, com a função de avaliar intervenções médicas,

capacidade funcional e como preditor de morbidade e mortalidade (BRITO e

SOUSA, 2008; ENRIGHT, 2003).

A avaliação da potência aeróbia através do teste de caminhada é um ponto

fundamental para avaliação do perfil de aptidão, programação de exercícios e

capacidade funcional. A diminuição na distância percorrida está diretamente

relacionada com dificuldades na realização de atividades de vida diária como fazer

compras, realizar trabalhos domésticos dentre outros, além de possuir uma forte

associação com a força de membros inferiores (ENRIGHT et al., 2003 e CAMARA et al., 2008).

O TC6 também deve fazer parte da avaliação de idosos, é um teste

submáximo, consagrado mundialmente e que possui uma correlação linear entre a

distância total percorrida e o consumo de oxigênio (VO2). Grande parte das

atividades de vida diária são realizadas em níveis submáximos, por essa razão, o

TC6 possui uma forte correlação com a capacidade funcional. Além disso, tem sido

empregado desde a década de 60, sendo considerado um instrumento válido e

confiável. Sua principal função é a avaliação de intervenções médicas, capacidade

funcional, além de ser considerado um preditor de morbidade e mortalidade (BRITO

e SOUSA, 2008; RILEY, 1992; LORD e MENZ, 2002).

O TC6 vem sendo reconhecido como um indicador da capacidade física global

em idosos e um identificador da capacidade de deambulação na comunidade.

Antes da realização do teste, os pacientes deverão fazer um período de

repouso de aproximadamente 10 minutos, na qual devem ser avaliadas as

contra-indicações, pressão arterial, saturação de oxigênio, freqüência cardíaca e

(37)

Na aplicação do teste, é importante verificar as contra-indicações absolutas:

angina instável, infarto agudo do miocárdio recente e as contra-indicações relativas:

freqüência cardíaca de repouso acima de 120 batimentos por minuto, pressão

sistólica acima de 180 mmhg e diastólica acima de 100 mmhg (ATS, 2002).

De acordo com Steele, 1996, a realização de duas repetições do teste tem

sido proposta para eliminar o efeito aprendizado e assegurar a reprodutibilidade do

procedimento. Wu et al., (2003) observaram que o teste aplicado repetidas vezes

aumenta significativamente a distância entre o 1º e o 3º teste.

Para Troosters et al. (1999), apenas uma caminhada é válida para a avaliação, visto que a distância percorrida após a aplicação de dois testes não teve

aumento significativo na distância percorrida. O que melhora o desempenho é a

utilização de frases de encorajamento que podem ser utilizadas durante a avaliação

(ATS, 2002 e ENRIGHT, 2003).

Vários fatores podem reduzir a distância do TC6: baixa estatura, excesso de

peso, idade avançada, sexo feminino e estado de saúde comprometida (BLANHIR et al., 2008).

De acordo com a tabela 2, diversas equações têm sido utilizadas com o

objetivo de predizer a distância ideal variando de acordo com a altura, peso e idade

do idoso. Enright et al., 2003 propuseram uma nova equação para idosos saudáveis.

Tabela 2: Equações utilizadas para predizer distância percorrida no TC6. Equações de referência propostas para cálculo da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos.

Enright e Sherrill, (1998) Homem:

Distância prevista = (7,57 × altura cm) – (5,02 × idade) – (1,76 × peso kg) – 309 m Mulher:

Distância prevista = (2,11 × altura cm) – (2,29 × peso kg) – (5,78 × idade) + 667 m Troosters et al.,(1999)

Homem:

Distância prevista = 218 + (5,14 × altura cm – 5,32 × idade) – (1,80 × peso kg + 51,31)

Mulher:

Distância prevista = 218 + (5,14 × altura cm – 5,32 x idade) – (1,80 × peso kg) Enright et al.,(2003)

Homem:

Distância prevista = 493 + (2,2 × altura cm) – (0,93 × peso kg) – (5,3 × idade) + 17 metros

Mulher:

(38)

A partir da realização do TC6 pode-se obter uma visão geral da capacidade

física do idoso visto que o teste avalia também força e equilíbrio (CAMARA et al., 2008).

É fundamental que pesquisas sejam desenvolvidas com o objetivo de retardar

o processo de envelhecimento, buscando estratégias que possam garantir a

manutenção da capacidade funcional e principalmente da autonomia de indivíduos

(39)

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Foi realizado um estudo transversal e descritivo com amostra de

conveniência. Esse tipo de estudo representa a forma mais simples de pesquisa

populacional, fornecendo dados de como as variáveis estão relacionadas naquele

momento (PEREIRA, 2001).

3.2 AMOSTRA

A amostra foi composta por 104 voluntárias, do sexo feminino, com idade a

partir de 60 anos, participantes de um estudo realizado anteriormente intitulado:

“Biotecnologia aplicada ao prognóstico clínico por marcadores imunológicos de

enfermidades relacionadas ao envelhecimento” (aprovado pelo Comitê de Ética da

Universidade Católica de Brasília UCB sob o parecer N° 75/2006) na qual foi

realizada a identificação dos Genótipos destas idosas. As coletas do presente

estudo foram realizadas na Universidade Católica de Brasília, após aprovação pelo

Comitê de Ética da UCB sob o parecer N° 007 /2010 (Anexo 1).

Para seleção das idosas os critérios de inclusão utilizados foram: sexo

feminino, idade igual ou superior a 60 anos, ausência de dor em membros

superiores, não apresentar qualquer restrição na caixa torácica ou em sua

musculatura respiratória, assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE), concordando em sua participação na pesquisa (Apêndice 1).

Dentre os critérios de exclusão destacam-se: fumantes ativas, portadoras de

doença pulmonar previamente diagnosticada, idosas que apresentaram dificuldades

na realização e/ou compreensão dos testes propostos (Exemplos: amputação de

(40)

3.3- PROCEDIMENTOS E COLETA DE DADOS

Para identificação dos Genótipos, o DNA genômico foi extraído de leucócitos

de sangue periférico (5 ml) coletados com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA). A

extração foi realizada seguindo-se o protocolo padrão. O polimorfismo – 174 G/C na

região promotora do gene humano da IL-6 (rs1800795) e o polimorfismo – 308 G/A

na região promotora do gene humano do TNF – α (rs 1800629) foram determinados

por sequenciamento direto em reação de cadeia da polimerase (PCR).

Para o gene da IL-6, fragmento de 628bp foi amplificado utilizando-se um par

de primers específicos: 5’-GAACACAGAACTCAGATGACTGG-3’ (sense) e 5’- AGGAGTTCATAGCTGGGCTCCTGGAG-3’ (antisense). Os primers A (sense) 5’ CCTCAAGCCTGCCACCAAGC 3’ e primer B (antisense) 5’ TCCTCCCTGCCTCCGATTCCG 3’. O tubo de cada reação foi constituído de 100mg

DNA, 10mM Tris-HCL pH 9.2, 25mM KCL, 1.5mM MgC12, 0.2mM dNTP, 20pmol de

cada primer, 0.5 μg albumina de galinha purificada e 1 unidade de taq DNA polimerase (Phoneutrina, Minas Gerais, Brasil) em um volume final de 50 μl. Após 1

minuto de iniciação a 80 C° e desnaturação inicial de 2 minutos a 94 C°, a

amplificação foi realizada com 36 ciclos de 40 segundos a 94 C°, 45 segundos a 64

C° e 50 segundos a 72 C° seguida de 5 minutos de extensão a 72 C°. Cada produto

de PCR foi diretamente seqüenciado no ABI PRISM 3700 DNA analyzer (Apllied

Biosystems, Foster City, USA), utilizando primer 5’- GCCTAGACATCTCCAGTCC-3’

para IL-6 e o primer A previamente descrito para TNF – α . Cada sequência obtida

foi examinada por meio do Staden Software package (MRC, Cambridge, UK) e

confirmado por inspeção visual (TONET et al, 2008).

A coleta do presente estudo foi realizada no Laboratório de Reabilitação

Cardiopulmonar, localizado na UCB, Bloco G, sala 19 Campus I. As idosas foram

informadas por telefone sobre os objetivos do estudo e logo em seguida realizado o

agendamento.

Após preencher o TCLE (Apêndice 1), as participantes foram avaliadas

utilizando os dados da ficha de avaliação (Apêndice 2) nome, idade, estado civil,

(41)

pressão arterial (mmhg), freqüência cardíaca (BPM), freqüência respiratória (IRPM),

saturação periférica de oxigênio (SpO2).

A massa corporal foi obtida por meio de uma balança digital, devidamente

aferida, da marca Filizola, com capacidade máxima de 180 kg e resolução de 100 gramas (figura 2).

Figura 2: Balança digital marca Filizola

Fonte:www.linkcode.com.br/prod/balancas-filizola-pl180

A altura foi verificada por um estadiômetro da marca Cardiomed com resolução de 0,1 cm fixado na parede. A participante foi posicionada descalça rente

a parede, solicitando a mesma que encostasse os calcanhares, quando possível, na

parede e mantivesse a cabeça em posição neutra. A estatura é uma variável que

influenciará nos valores previstos para a função pulmonar (PEREIRA, 2002).

A PA foi aferida no braço esquerdo da participante, que estava posicionada

sentada e em repouso por pelo menos 5 minutos antes do procedimento, sendo

utilizado um esfigmomanômetro da marca Missouri® e um estetoscópio da marca

Littmann®.

A SpO2 foi registrada por um oxímetro de dedo, marca NONIN – Onyx,

devidamente ajustado, que também permitiu a aferição da FC. Após essa primeira

anamnese, as participantes foram submetidas aos testes propriamente ditos.

Para avaliar a força da musculatura respiratória as pressões respiratórias

máximas (PRM) as voluntárias permaneceram sentadas em uma cadeira, com apoio

(42)

1969; KOULOURIS et al, 1988; NEDER et al, 1999) foi utilizado um clipe nasal bem ajustado com objetivo de evitar qualquer tipo de fuga aérea. Durante a coleta a

pesquisadora estava atenta a qualquer tipo de vazamento entre o bocal e os lábios

da paciente (NEDER et al.,1999; FIORE et al., 2004; PARREIRA et al., 2007; MAGNANI, 2007).

Para que o efeito da repetição dos testes tivesse a confiabilidade dos dados,

todos os testes foram previamente ensinados, orientados e treinados,

individualmente, a fim de evitar a influência do fator ensino-aprendizagem, o qual

pode produzir viés nas mensurações, conforme sugerido por Souza (2002); Rasslan

et al., (2004) e Fiore et al, (2004). Após cada procedimento, a participante teve um breve descanso, de aproximadamente um minuto (KOULOURIS et al., 1988; NEDER et al., 1999).

Para aferição das pressões respiratórias máximas (PImax e PEmax), foi

realizada a manovacuometria, seguindo os parâmetros de Black e Hyatt (1969),

através do aparelho manovacuômetro analógico (ver figura 3) com intervalo de ±

300cmH2O (Marca SUPORTE), conectado a paciente por meio de um bocal (BLACK

e HYATT, 1969; KOULOURIS et al., 1988; NEDER et al., 1999; FIORE et al., 2004).

Figura 3: Manovacuômetro

Fonte: http://www.fisiorespiratoria.com.br/equipamentos_mostra.asp?cod_caso=26

A PImax foi medida próxima do volume residual. Para isso, a voluntária

realizou uma expiração máxima (até alcançar seu volume residual). Após o ajuste da

peça bocal, a voluntária foi autorizada a realizar uma inspiração, com o máximo de

(43)

máximas sustentadas por pelo menos dois segundos. Para análise estatística, foi

considerado o maior valor de cada voluntária. Caso esse fosse o último, ele não

poderia exceder 10% da medida do segundo maior valor, ou então, foi utilizado o

segundo maior valor (FIORE et al., 2004).

A PEmax foi medida próxima à capacidade pulmonar total, logo após uma

inspiração máxima contra a via aérea ocluída. Para tanto, foi solicitado à voluntária

uma inspiração profunda e, em seguida, eliminação de todo o ar, com força, através

do bocal. Foram consideradas como válidas somente as pressões máximas

sustentadas por pelo menos dois segundos. O valor de pressão expiratória mais alta

foi anotado para posterior análise, e o critério para sua escolha seguiu o mesmo

padrão adotado para a Pimax (CAMELO, FILHO e MANÇO, 1985).

Para avaliação da Ventilação Voluntária Máxima, foi utilizado um Espirômetro

de mesa Spirolab II Medical West (ver figura 4). Para isso, foi posicionado um bocal

descartável e realizada a espirometria (figura 5) e a paciente realizou manobras

rápidas e repetidas de inspiração e expiração por um período de 12 segundos

(NEDER et al.,1999).

Figura 4: Espirômetro Spirolab II (Medical /west)

(44)

Figura 5: Realização da Espirometria (VVM) Fonte: Pesquisadora, 2011.

Após a verificação da musculatura respiratória a participante foi encaminhada

para um novo teste, a bioimpedância tetrapolar. Para essa avaliação foi utilizado o

equipamento (Biodynamics model 310 – figura 6). Para a realização deste teste a

voluntária foi orientada previamente por telefone a não realizar refeições pesadas

por pelo menos 4 horas antes do exame, evitar o consumo de cafeína e álcool 24

horas antes da realização do teste.

Figura 6: Aparelho de Bioimpedância Tetrapolar Biodynamics Model 310 Fonte: www.tbw.com.br/tx_showdetalhes.asp?ID=157

Para a aferição da composição corporal a voluntária estava em posição

supina, braços e pernas abduzidas aproximadamente 45° em relação ao corpo. As

áreas de contato com os eletrodos foram higienizadas com álcool a 70%. Os

eletrodos emissores posicionados nos seguintes locais: superfície dorsal da mão

direita próximo à articulação metacarpofalagiana; região distal do arco transverso da

Imagem

Figura 1: Fatores relacionados com o surgimento da sarcopenia.
Tabela 1 – Valores de referência da Pimax e Pemax na população brasileira.
Figura 2: Balança digital marca Filizola
Figura 3: Manovacuômetro
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Referências

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