• Nenhum resultado encontrado

BBB. Rating BANCO SEMEAR S.A. Bancos FUNDAMENTOS DO RATING

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "BBB. Rating BANCO SEMEAR S.A. Bancos FUNDAMENTOS DO RATING"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Relatório Analítico Anual: Dez/09

Rating

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada.

Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada

do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas

de funcionamento do banco. O risco é baixo. Data: 08/abr/2010 Validade: 31/mar/2011 Sobre o Rating Perspectiva: Estável Histórico:

Dez/09: Afirmação:BBB (estável) Afirmação: A-3 (CP) Dez/08: Afirmação:BBB (estável)

Afirmação: A-3 (CP) Dez/07: Afirmação:BBB (positiva)

Afirmação: A-3 (CP) Analistas: Rodrigo Indiani Tel.: 55 11 3377 0704 rodrigo.indiani@austin.com.br Jose Mauro Ferraz Andrade Tel.: 55 11 3377 0704 jose.ferraz@austin.com.br Austin Rating Serviços Financeiros Rua Leopoldo Couto Magalhães, 110 – conj. 73 São Paulo – SP CEP 04542-000 Tel.: 55 11 3377 0707 Fax: 55 11 3377 0739 www.austin.com.br FUNDAMENTOS DO RATING

O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 08 de abril de 2010, confirmou o rating de crédito de longo prazo BBB (“triplo B”) e a classificação A-3 de curto prazo para o Banco Semear. A perspectiva do rating é estável.

Com ativos totais de R$ 434,8 milhões e Patrimônio Líquido (PL) de R$ 80,6 milhões (base: dez/09), o Banco Semear atua focado em operações de empréstimos e financiamentos a pessoas físicas (Crédito Direto ao Consumidor - CDC), operações de curto prazo (Conta Garantida, Capital de Giro, Desconto de Recebíveis e Fiança Bancária para empresas) e, complementarmente, em operações de crédito consignado. O Banco integra o Grupo Seculus, com sede em Belo Horizonte e atuação no ramo industrial (relógios), imobiliário, financeiro e T.I. O Grupo Seculus completa 50 anos em 2010 e é controlado pela Família Azevedo, por meio da participação direta no capital social ou por meio da Semear Participações S/A, holding não operacional, que tem por função o gerenciamento do Grupo. A classificação de risco está fundamentada na metodologia de avaliação de risco de instituições financeiras da Austin Rating e reflete principalmente o suporte do Grupo Seculus, que exibe boa geração de caixa e reduzido endividamento oneroso, a experiência dos principais executivos no foco de negócio que o banco se dispôs a seguir, a baixa exposição ao risco de mercado, o baixo risco de liquidez proporcionado pela manutenção de confortável volume de recursos equivalentes de caixa e pela composição do funding, com participação de recursos mais estáveis ligados aos acionistas, Depósitos a Prazo com Garantia - DPGEs e cessões de crédito no financiamento das atividades do banco.

Em contrapartida aos aspectos mencionados, o rating incorpora o fato de ser um banco de pequeno porte, operando em um ambiente competitivo, com maior concentração das fontes de receita e de funding. A estratégia de atuação foi alterada - o crédito consignado que constituía o foco de atuação no período que antecedeu a crise, deu lugar às operações de CDCs conveniados com redes de varejo (eletroeletrônicos, materiais de construção e móveis). Na pessoa jurídica, vem desenvolvendo uma carteira de curto prazo de antecipação de contratos para empresas prestadoras de serviços para órgãos públicos. Como reflexo da mudança de estratégia, houve aumento da participação das operações de CDC e do segmento de pessoas jurídicas no total de carteira, simultaneamente a uma redução do consignado. Outrora focado no crédito consignado, o banco passa a concentrar suas operações no CDC de bens de consumo (exceto veículos), modalidade de crédito cujo perfil de risco é bastante divergente do consignado, sendo o CDC mais exposto à volatilidade de ciclos econômicos e aos níveis de renda e emprego. A carteira de CDC tem por característica trabalhar com perdas mais elevadas, devendo estas serem compensadas com a prática de maiores taxas.

Após uma forte retração no volume de produção de crédito no último trimestre de 2008 e 1o trimestre de 2009, o Banco retomou o ritmo de produção reforçado pelo aumento das captações. O desempenho de 2009, notadamente do 1o semestre, foi prejudicado pelos resquícios da crise e pelo aumento na despesa de provisão. Nos três primeiros trimestres de 2009, acumulou prejuízo de R$ 1,9 milhão, sendo este prejuízo revertido com o lucro de R$ 11,3 milhões do último trimestre, totalizando resultado líquido positivo de R$ 9,4 milhões durante o ano.

(2)

Importante salientar que o resultado do 4o trimestre foi beneficiado por receitas não recorrentes, obtidas com a venda das ações da CETIP no processo de abertura de capital. Além destas, contabilizou no ano R$ 3 milhões em resultado não operacional (R$ 4 milhões em 2008), referentes aos créditos recuperados na financeira RS CFI, cuja participação acionária foi alienada no final de 2005.

A classificação de risco de instituições financeiras realizada pela Austin Rating avalia o risco de crédito de curto e longo prazo da instituição. As notas atribuídas obedecem a uma escala de classificação nacional e servem como parâmetro de comparação entre as instituições bancárias atuando no Brasil e, eventualmente, com atividades no exterior. A escala da Austin não leva em conta e tampouco se limita ao rating soberano do país, este empregado como teto para ratings internacionais. O processo analítico leva em conta, além dos fatores políticos, macroeconômicos, setoriais e regulatórios aplicados às instituições financeiras, os aspectos quantitativos e qualitativos intrínsecos à instituição financeira em análise. O rating se baseou em informações públicas e confidenciais obtidas em reuniões de diligência com a alta administração. As informações apresentadas a Austin Rating para o trabalho de classificação de risco foram consideradas adequadas e permitiram uma análise aderente à metodologia de rating de instituições financeiras. O disclosure apresentado pelo banco foi excelente e levado em consideração no monitoramento do rating.

Qualidade dos Ativos

O Banco Semear encerrou dez/09 com ativos totais de R$ 434,8 milhões, saldo 70,5% maior que os R$ 255,04 milhões de dez/08. O crescimento decorre fundamentalmente do aumento de 69% do saldo de crédito, de R$ 193,1 milhões no final de 2008 para R$ 326,3 milhões em dez/09. O crescimento do saldo de crédito se deu em uma proporção superior à média dos últimos três anos, de 45%. As aplicações interfinanceiras de liquidez cresceram de R$ 11,1 milhões para R$ 46,6 milhões e referiam-se principalmente a aplicações em LTN no valor de R$ 45 milhões. A carteira de títulos e valores mobiliários não apresentou alteração relevante de saldo (R$ 26,9 milhões em dez/09 ante R$ 26,4 milhões em dez/08) e era representada principalmente por LFTs disponíveis para venda.

O saldo da carteira de crédito proprietária (R$ 326,3 milhões) representava 75% do ativo e estava composta por cerca de 50% de empréstimos consignados, aproximadamente 30% de operações de curto prazo para empresas (capital de giro, conta garantida e desconto de títulos) e cerca de 20% de CDC (não opera financiamento de veículos). O crescimento do saldo de crédito entre o final de 2008 e 2009 se deu principalmente no segmento de pessoa jurídica e operações de CDC. A representatividade da carteira de pessoa jurídica aumentou de 23,7% no final de 2008 para 46,2% no final de 2009, enquanto as operações de CDC se elevaram de 13% para 18%, tendência que deverá continuar em 2010, uma vez que constitui o foco estratégico.

Na carteira de crédito consignado, 35,5% estavam direcionados para servidores públicos estaduais, 27,2% para o INSS, 24,2% para servidores públicos municipais, 6,5% para servidores públicos federais, 3,7% para fundações e órgãos do poder judiciário e 2,9% para funcionários do setor privado. Em 2009, produziu R$ 67 milhões de crédito consignado, sendo cerca de 90% cedida. Em dez/09, detinha 48.828 contratos ativos distribuídos por 332 códigos. O

ticket médio era de R$ 2,83 mil e o prazo médio encontrava-se em 50,4 meses. A carteira de CDC é direcionada ao

financiamento de bens duráveis, como eletroeletrônicos, materiais de construção e móveis, e não inclui financiamento de veículos. Em dez/09, mantinha 132.220 clientes ativos. O ticket médio era de R$ 797 reais e o prazo médio de 11,2 meses. Os Estados mais representativos são Minas Gerais (31,2%), Rio de Janeiro (12%), Goiás (11%), Rio Grande do Sul (10%), Distrito Federal (8%) e Bahia (7,2%). As operações no segmento de pessoa jurídica são de prazo mais curto, com vencimento até 360 dias. As garantias são representadas por recebíveis, caução de títulos, alienação fiduciária e penhor mercantil. O foco é adiantamento de contratos performados ou não, com risco na performance da empresa, normalmente do segmento de construção e engenharia e dos órgãos públicos, que constituem os sacados.

O Banco Semear administrava um risco de crédito carregado no balanço de R$ 326,3 milhões em dez/09 (R$ 193,1 milhões em dez/08), sendo 64,7% com vencimento até 360 dias (55,1% em dez/08). Este valor não leva em consideração a carteira de crédito cedida com coobrigação, cujo saldo era de R$ 178,1 milhões em dez/09. Em 2009,

(3)

foram cedidos R$ 111,2 milhões em créditos (97,4% com coobrigação), sendo R$ 61,85 milhões na modalidade consignada e R$ 49,35 milhões de CDC. Com o aumento da participação do segmento pessoa jurídica no total da carteira (23,7% no final de 2008, para 46,2% no final de 2009), a concentração entre os dez maiores tomadores aumentou, passando de 12% no final de 2008, para 18,9% em dez/09.

Os índices de qualidade de crédito registraram melhora em relação ao final de 2008. Releva notar, no entanto, que em 2009 foram baixados para prejuízo elevados R$ 34,9 milhões em créditos (R$ 5,6 milhões em 2008), o que contribuiu de forma relevante para o clean up da carteira e o registro de melhores índices no final de 2009. Houve redução do volume e da participação de créditos vencidos, passando de R$ 19,7 milhões em dez/08 (10,2% da carteira) para R$ 17,4 milhões em dez/09 (5,3% da carteira). A participação dos créditos classificados entre os níveis de risco AA e C aumentou de 82,9% em dez/08 para 92,1% em dez/09, enquanto a representatividade dos créditos classificados na faixa de risco “H” reduziu, totalizando 2,6% da carteira no final de 2009 (4,4% no final de 2008). O volume de provisão registrou ligeira redução, passando de R$ 17,12 milhões em dez/08 para R$ 16,4 milhões em dez/09, o que é considerado bastante positivo, uma vez que o saldo da carteira cresceu 69% no mesmo período de comparação. Em relação aos créditos vencidos, a provisão representou 94,2% (86,9% em dez/08). Em relação aos créditos baixados representou 47%, o que é considerado baixo pela Austin Rating.

Capitalização

A base patrimonial do Semear, que registrou diminuição até setembro de 2009, por conta do prejuízo acumulado, foi reforçada no último trimestre com a incorporação do lucro no período, registrando um aumento de 12,3%, de R$ 71,75 milhões em dez/08 para R$ 80,6 milhões em dez/09. Apesar desse incremento, o índice de Basileia diminuiu de 19,7% para 15,6%, como reflexo do crescimento da base de ativos, notadamente pelo aumento da carteira de crédito, o que poderá limitar a expansão carregada no balanço, caso não haja reforço do PL e mantenha o ritmo de crescimento de crédito registrado em 2009, quando houve expansão de 69% do saldo. A relação entre o saldo da carteira de crédito proprietária e o PL ficou em 4 vezes em dez/09 (2,7 vezes em dez/08).

O aumento do nível de capitalização é positivo para fazer frente a um crescimento da carteira proprietária e ao cumprimento de requerimentos regulatórios. Na visão da Austin, a continuidade do crescimento do PL é bastante positiva, uma vez que dá maiores condições para que o banco se mantenha competitivo no longo prazo, tendo em vista a tendência de aumento da concorrência e diminuição dos spreads, fatores que continuarão exigindo uma escala mínima cada vez maior. Os grandes conglomerados financeiros vêm se mostrando dispostos a aumentar sua participação em segmentos anteriormente mais restritos aos bancos pequenos e médios, seja por meio de aquisições, desenvolvimento de carteiras próprias ou ambos. Com um PL mais robusto, diminui-se a dependência das cessões e a vulnerabilidade às intempéries da conjuntura econômica, os depósitos tendem a ficar mais acessíveis e o banco pode bancar maior volume de crédito.

O Banco integra o Grupo Seculus com PL de R$ 232,6 milhões em dez/09 e atuação no ramo industrial (relógios), imobiliário e financeiro. O Grupo Seculus é controlado pela Família Azevedo e é avaliado com rating A- (“A menos”) pela Austin.

Liquidez

As fontes de captação são concentradas, compostas basicamente por depósitos e cessões para o mercado junto a uma quantidade reduzida de cliente. No final de 2009, os R$ 175,5 milhões dos vinte maiores aplicadores representavam 58,7% dos depósitos interfinanceiros e a prazo, cujo total era de R$ 299,2 milhões. Apesar disto, a situação de liquidez do Banco Semear é relativamente confortável, uma vez que, mantém uma participação relevante de recursos dos acionistas e de DPGEs, os quais têm por característica serem menos voláteis e de prazos mais longos. Do total de R$ 299,2 milhões de depósitos a prazo e interfinanceiros, cerca de R$ 80 milhões são DPGEs pactuados com prazos entre 2 e 3 anos e R$ 50,95 milhões são recursos ligados aos acionistas. Em termos de prazo, R$ 201 milhões (67,25%) venciam acima de 360 dias, 18,2% entre 91 e 360 dias, 6,8% entre 31 e 90 dias e 7,7% até 30 dias.

(4)

Além do benefício trazido pelos recursos dos acionistas e dos DPGEs no gerenciamento da liquidez, o Banco mantém um caixa mínimo de segurança. O caixa é mantido em títulos públicos federais e uma parte menor de aplicações em depósitos interfinanceiros e CDBs. Foi enviado a Austin o fechamento diário do caixa do banco, cuja representatividade em relação aos depósitos variou em torno de 20%. O caixa de todas as empresas do Grupo Seculus é aplicado no Banco Semear. No final de 2009 o caixa do banco totalizava R$ 69,3 milhões. Outros fatores que beneficiam a formação de liquidez são: a redução do prazo médio de crédito, com o aumento da participação do segmento de pessoas jurídicas e existência de limite de cessão de crédito com coobrigação.

Estratégia / Gestão / Governança Corporativa

A administração do Semear passou a repensar, desde o final de 2008, sua estratégia de atuação no sistema bancário brasileiro. Em 2009, foi definido um Plano Estratégico para o triênio 2010-2012, onde as operações de financiamento ao consumo (CDC), por meio de parceria com redes de lojas (atualmente os principais segmentos são eletroeletrônicos, materiais de construção e móveis), foram definidas como foco de atuação. O objetivo é desenvolver esta carteira agregando soluções financeiras aos lojistas, estabelecendo e mantendo relações de parcerias duradouras, onde o lojista constitua o principal canal de venda de seus produtos. O plano é vender outros produtos de varejo por meio do lojista, como seguros, consignado, etc. Além do CDC, oportunamente, mantém uma carteira de crédito de pessoas jurídicas, com ênfase em operações de curto prazo, de antecipação de contratos para empresas do segmento de construção, prestadoras de serviços para órgãos públicos, como a Prefeitura de Belo Horizonte, DENIT, DNER, entre outros. Geograficamente, esta carteira está centrada no Estado de Minas Gerais, porém a estratégia é diversificar o mercado de atuação, adentrando em outras regiões como Rio de Janeiro, São Paulo, bem como as regiões Nordeste e Centro-Oeste. Também, planeja desenvolver outras linhas de recebíveis em nichos específicos e obter aprovação da linha de financiamento BNDES/FINAME. Complementarmente às modalidades citadas, manterá uma produção de crédito consignado (entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões mensais) para funcionários públicos, beneficiários do INSS e funcionários do setor privado. No consignado para o setor público e INSS, as taxas cobradas, a conjuntura marcada pelo acirramento da concorrência e elevadas despesas de comissão pagas aos correspondentes bancários levaram o Banco a reestruturar sua atuação nesta modalidade de crédito. A estratégia é operá-lo de maneira seletiva, excluindo os convênios que não são atraentes, em termos de rentabilidade. Atualmente, a captação de recursos é centrada em títulos de renda fixa, notadamente por depósitos (CDB, DPGE e CDI) e cessões de créditos com instituições financeiras. A maior parte das cessões é de crédito consignado. No curto prazo, o plano é dar continuidade às cessões de carteira e promover o crescimento dos depósitos, incluindo recursos ligados aos acionistas e DPGEs (o banco possuía cerca de R$ 80 milhões em DPGE, no final de 2009, de um limite total de R$ 146 milhões) e direcioná-los principalmente para o financiamento da carteira de pessoas jurídicas e uma parte para as operações de CDC. Além dos depósitos e das cessões, tem por objetivo acessar modalidades estáveis de captação, como a realização de um acordo operacional para as operações de varejo, principalmente CDC, estruturação de fundos de investimento em direitos creditórios, emissão de dívida subordinada e captação externa.

Desempenho

O resultado operacional totalizou R$ 13 milhões positivos em 2009 ante um prejuízo operacional de R$ 8,3 milhões em 2008. O fator preponderante para a melhora foi o aumento da produção de crédito, com receitas obtidas a partir das cessões e da carteira proprietária, cujo saldo aumentou de R$ 193,1 milhões em dez/08 para R$ 326,3 milhões em dez/09, resultando em um crescimento da receita de crédito, de R$ 70,3 milhões em 2008 para R$ 89,1 milhões em 2009. Apesar do forte incremento da despesa de provisão, de R$ 17,1 milhões para R$ 36,7 milhões, por conta do crescimento da carteira e das baixas para prejuízo, o banco conseguiu aumentar o resultado bruto de intermediação, de R$ 35,4 milhões para R$ 43,8 milhões, sendo este suficiente para absorver o aumento dos custos operacionais, a maior parte variável relacionada aos serviços decorrentes da operacionalização do crédito a varejo (CDC e consignado).

(5)

O índice de Eficiência [(despesa de pessoal+administrativa) / (resultado de intermediação + receita de serviços)] melhorou de 101,2% em dez/08 para 71,6% em dez/09, porém, ainda é considerado elevado. O resultado líquido totalizou R$ 9,4 milhões em 2009, com uma rentabilidade sobre o PL final de 11,7%, ante um prejuízo de R$ 468 mil reais no ano anterior. Além do aumento das operações de crédito, o resultado líquido foi potencializado pela venda das ações da CETIP no processo de abertura de capital, contabilizado em títulos e valores mobiliários, pela reversão de provisão decorrente da recompra dos créditos cedidos sem coobrigação aos FIDCs estruturados do Programa de Captação de Recursos do FGC e pelos R$ 3 milhões de resultado não operacional, referentes aos créditos recuperados na financeira RS CFI, cuja participação acionária foi alienada no final de 2005. Em virtude disso, o lucro registrado no último trimestre não deverá se repetir na mesma magnitude nos próximos trimestres. O Planejamento Estratégico prevê manter cerca de 15% de rentabilidade anual, considerando o resultado líquido em relação ao PL médio.

Risco de Mercado

Em sintonia com a estratégia centrada em crédito, o banco não se rentabiliza a partir das operações de tesouraria, cujas atividades estão restritas à aplicação do caixa disponível, investindo os recursos livres em modalidades de baixo risco e elevada liquidez. Em dez/09, as aplicações interfinanceiras e os títulos e valores mobiliários estavam mantidos em modalidades de baixo perfil de risco, representados por títulos públicos federais – LTN e LFT (89,70%), por Certificados de Depósitos Bancários - CDBs (1,37%) e Certificados de Depósitos Interfinanceiros - CDIs (2,13%), Títulos de renda variável – ações CETIP (4,55%) e, ainda, por operações de SWAP (2,25%).

O principal risco de mercado é o de indexador, onde mantém uma exposição pré no ativo e CDI no passivo. O Banco Semear realiza operações com instrumentos financeiros derivativos, na modalidade de Swap de taxas (Prefixado x CDI), que tem o objetivo de atenuar o risco de descasamento de taxas de parte do fluxo de caixa originado por operações de cessão de créditos com coobrigação, realizadas com Instituições Financeiras não ligadas, e minimizar futuros aumentos da taxa básica de juros. O Banco não possui exposição nos seguintes indexadores: Moeda estrangeira, Mercadorias e Índices.

O Banco Semear, para gerenciamento do risco de mercado, utiliza a metodologia de VaR (Value at Risk), com intervalo de confiança de 99% (normal padronizado), tendo como metodologia de obtenção das volatilidades históricas o EWMA com lambda =0,94. O risco do book trading e banking do Banco Semear, em 31 de dezembro de 2009, pode ser representado pelo valor de R$ 415,6 mil (R$ 2.270,7 mil em dez/08).

Fatores Exógenos

No decorrer de 2009, o cenário econômico apresentou tendência de estabilidade, ganhando mais confiança no 2o semestre, com a redução do estresse de liquidez. O 4o trimestre de 2009 e o 1o trimestre de 2010, têm sido satisfatórios. A principal mudança foi a melhora do cenário de risco, com recuo da inadimplência, a volta das captações e os bons níveis de liquidez. A oferta de crédito se recuperou de forma mais relevante a partir do 4o trimestre de 2009.

Releva notar a solidez do sistema financeiro nacional e os benefícios dos estímulos monetários e fiscais concedidos durante a eclosão da crise, com destaque para a alteração nas regras do depósito compulsório, incentivos à aquisição de carteiras de crédito e a atuação no Fundo Garantidor de Crédito e criação do DPGE, medidas que ajudaram a irrigar o sistema financeiro nacional e a combater a retração de liquidez, evitando maiores problemas. Com um cenário de variáveis mais comportadas, o Banco Central divulgou, no final de fevereiro de 2010, que promoverá, de forma moderada e gradativa, medidas de reversão dos estímulos concedidos, iniciando pela alteração das alíquotas de depósitos compulsórios. De acordo com o Departamento de Economia da Austin Rating, a medida contribui para que a autoridade monetária tenha mais tempo para avaliar o desempenho da economia, antes de iniciar o ciclo de aperto monetário.

(6)

PERSPECTIVA

A manutenção da perspectiva estável reflete o desafio do Banco Semear de dar continuidade ao desenvolvimento do Plano Estratégico, cujas ações foram, em parte, postergadas com a crise global. O cenário mais estável beneficia não apenas as operações do Banco Semear, mas outras instituições financeiras. Com isso, a expectativa é de um ciclo de ampliação da oferta de crédito, o que deverá se refletir em aumento da concorrência. Sob esta conjuntura, e alguns pontos considerados pelo banco (notadamente concorrência e margem) na definição do Planejamento Estratégico, o Semear definiu nichos específicos para os quais vem ampliando sua atuação. A Austin Rating observará o grau de êxito do Planejamento Estratégico, com destaque para o ganho de desempenho operacional, crescimento e manutenção da qualidade de crédito, aumento da base patrimonial e de fontes de funding compatíveis com as modalidades operadas.

(7)

EXTRATO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

(Demonstrações Financeiras auditadas pela BDO Trevisan Auditores Independentes sem ressalvas - Valores R$ Mil)

ATIVO dez/07 dez/08 dez/09

Ativo Circulante 142.692 122.880 242.672

Disponibilidades 545 912 770

Aplicações interfinanceiras liquidez 22.983 1.223 11.573

Títulos e valores mobiliários 1.004 7.565 5.453

Relações interfinanceiras 45 235 1.565

Operações de crédito 104.452 97.002 200.145

Outros créditos 8.909 10.132 12.984

Outros valores e bens 4.754 5.811 10.182

Realizável a longo prazo 92.130 130.184 190.535

Aplicações interfinanceiras liquidez-LP 0 9.851 35.013

Títulos e valores mobiliários - LP 4.972 18.849 21.451

Operações de crédito - LP 75.746 78.966 109.779

Outros créditos - LP 7.118 9.808 13.396

Outros valores e bens - LP 4.294 12.710 10.896

Permanente 2.123 1.975 1.628

ATIVO TOTAL 236.945 255.039 434.835

PASSIVO dez/07 dez/08 dez/09

Passivo Circulante 47.853 70.908 145.494

Depósitos 27.772 55.193 110.127

Captações no mercado aberto 0 0 1.000

Relações interfinanceiras 3 0 0

Outras obrigações 20.078 15.715 34.367

Exigível a longo prazo 112.196 112.382 208.741

Depósitos - LP 111.431 103.244 201.122

Outras obrigações - LP 730 9.028 7.135

Receitas antecipadas 35 110 484

Patrimônio Líquido 76.896 71.749 80.600

(8)

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 2007 2008 2009 Receita de intermediação financeira 60.253 73.132 103.763

Operações de Crédito 57.753 70.300 89.142

Títulos e Valores Mobiliários 2.589 2.665 13.061

Instrumentos Financeiros Derivativos -89 167 1.560

Despesa da intermediação financeira -16.828 -37.745 -59.895

Captação no Mercado -13.105 -20.647 -23.180

Provisões p/ créditos liquidação duvidosa -3.723 -17.098 -36.715

Resultado bruto intermediação financeira 43.425 35.387 43.868 Outras receitas / despesas operacionais -31.730 -43.704 -34.659

Receitas de Prestação Serviços + Tarifas 1.522 2.333 4.267

Despesas de Pessoal -1.880 -1.509 -1.753

Outras Despesas Administrativas -34.040 -36.674 -32.724

Despesas Tributárias -831 -848 -1.170

Outras Rec. Operacionais 4.843 1.507 6.662

Outras Desp.Operacionais -1.344 -8.513 -9.941

Resultado operacional 11.695 -8.317 9.209

Resultado Não Operacional 3.072 4.006 3.047

Resultado antes IR 14.767 -4.311 12.256

Imposto de Renda -354 0 -5.008

Ativo Fiscal Diferido -2.421 3.892 3.614

Passivo Fiscal Diferido 0 0 -1.233

Participações -223 -49 -218

RESULTADO LÍQUIDO 11.769 -468 9.411

Operações de Crédito 2007 2008 2009

Total de Crédito 185.716 193.087 326.300

Vencidos acima de 15 dias 6.855 19.691 17.393

Vencidos acima de 15 dias / Total de Crédito 3,7% 10,2% 5,3%

Provisão p/ crédito liquidação duvidosa - PDD 5.518 17.119 16.376

PDD / Vencidos acima de 15 dias 80,5% 86,9% 94,2%

PDD / Total de Crédito 3,0% 8,9% 5,0%

Créditos Baixados 97 5.598 34.881

Créditos Baixados / Total de Crédito 0,1% 2,9% 10,7%

Liquidez (Valores em R$ Mil) dez/08 jun/09 set/09 dez/09

Disponibilidades (1) 912 319 791 770

Aplicações Interfinanceiras de Liquidez (2) 11.074 22.126 37.449 46.586 Títulos e Valores Mobiliários (3) 26.414 26.572 26.966 26.904

Depósitos Totais – CP (4) 55.163 82.573 110.738 110.127

Captação no Mercado Aberto – CP (5) 0 0 0 1.000

(9)

INDICADORES DE DESEMPENHO

ADEQUAÇÃO DO CAPITAL (%) Dez/07 Dez/08 Dez/09

Capitalização 48,1 39,2 22,8

Alavancagem em Crédito (em vezes) 2,4 2,7 4,0

Índice da Basileia 25,1 19,7 15,6

LIQUIDEZ (%) Dez/07 Dez/08 Dez/09

Liquidez Corrente 298,2 173,3 166,8

QUALIDADE DO ATIVO (%) Dez/07 Dez/08 Dez/09

Inadimplência ( > 60 dias) 3,7 10,2 5,3

Provisionamento 3,0 8,9 5,0

Comprometimento do PL (> 60 dias) 8,3 22,2 17,9

CUSTO (%) Dez/07 Dez/08 Dez/09

Intermediação 10,5 20,6 16,9

Eficiência 79,9 101,2 71,6

Custo Total 33,5 41,9 27,0

RENTABILIDADE (%) Dez/07 Dez/08 Dez/09

Margem Bruta 70,3 46,9 40,6

Rentabilidade PL final 15,3 -0,7 11,7

(10)

Classificação da Austin Rating

Solidez Financeira

AAA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.

AA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,

boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.

A

O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo.

BB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

B

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que pode afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

CCC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é alto.

CC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto.

C

O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.

Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating.

Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou

inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.

As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos.

Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br

®

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por

outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Austin Rating Serviços Financeiros Ltda.

Referências

Documentos relacionados

- spread médio das operações de crédito com recursos livres ‘prefixado’ - total geral); ii) Produto Industrial Brasileiro (PIB) do IBGE utilizado como uma proxy para o nível

a hipótese a ser testada é que o spread é determinado, entre outras variáveis, pela produção industrial, pela taxa de inflação, pela taxa de câmbio e pela taxa básica de

é que o seu valor nominal é indexado pela taxa Selic fixada pelo BCB nas reuniões do Conselho de Política Monetária. Dessa forma, o seu valor de mercado não sofre alterações em

A análise da condução da política monetária brasileira desde junho de 1999 e a estimativa da dinâmica da função de reação do Banco Central do Brasil evidencia que a condução

Assim, con- forme Fucidji e Prince (2009), uma hipótese para explicar a presença do spread no modelo, em detrimento da taxa Selic, seria o fato de que para o comportamento do

Para isso, foi feito uma análise por meio de um modelo de painel, a partir do qual se conclui que o grau de alavancagem dos bancos, o montante de depósitos à vista, o Produto Interno

referentes às marcas de pessoa e de tempo no texto. I - O emprego de primeira pessoa do plural, em referência exclusiva ao autor, produz um efeito de neutralidade.

A não observância desta precaução pode resultar em incêndio ou mau funcionamento do produto.. PERIGO para